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Quais são as principais mudanças psicológicas que ocorrem na adolescência?

Enquanto a puberdade é compreendida como um momento de importante transformação biológica, a


adolescência se configura, enquanto construção social, vinculada à cultura de determinada sociedade.
Puberdade não é adolescência, embora as duas caminhe juntas e represente a fase de transição. A
adolescência pode ou não ocorrer, ao lado da puberdade.

A adolescência diz respeito aos impasses do sujeito que, no anseio de se desprender de suas referências
familiares, confronta-se com os enigmas da sexualidade e com as incongruências da organização social
da qual participa. Pode ou não se defrontar com tais questões, conforme o permitam sua estrutura
psíquica e os recursos que lhe são oferecidos pelo contexto em que se insere.

Qual a relação da adolescência com o contexto social


A adolescência é vista como uma construção social com repercussões na subjetividade e no
desenvolvimento do homem moderno, e não como um período natural do desenvolvimento. É um
momento significado, interpretado e construído pelos homens. Estão associadas a ela marcas do
desenvolvimento do corpo.
A adolescência é o momento de transição, de ruptura de reorganização psíquica.
Por subjetividade entende-se o processo pelo qual algo se torna constitutivo e pertencente ao
indivíduo de modo singular. É o processo básico que possibilita a construção do psiquismo.
A adolescência é uma fase de transição entre a infância e a vida adulta. É uma fase de grandes
conflitos, alterações hormonais e que por vezes pode ser marcada por alguma alteração de
comportamento.

Quais são as principais mudanças psicológicas que ocorrem na adolescência?


Mudanças repentinas e imprevisíveis de humor, às vezes acompanhadas de agressividade, são
frequentes; mas, em sua maioria, representam a insegurança e a ansiedade diante de tantas situações
novas, que geram dúvidas e provocam transformações.

Os caracteres sexuais são as características externas que permitem distinguir os indivíduos do


sexo masculino dos do sexo feminino.

Caracteres sexuais são as características externas que permitem distinguir os indivíduos do sexo
masculino dos do sexo feminino.
• Caracteres sexuais primários são os órgãos sexuais.
• Caracteres sexuais secundários são modificações do corpo que ocorrem devido ao
funcionamento do sistema reprodutor.
O que é a puberdade/adolescência dentro do contexto da teoria Freudiana?
Contribuições de Freud
 Freud considerou a adolescência como um período filogenético, evolucionista, ou seja, determinado
geneticamente. No que tange à puberdade, Freud a configura, enquanto um momento singular no
qual a sexualidade humana aflora (VIEIRA e VORCARO, 2014).

A sexualidade, na visão freudiana, não é algo que nasce com a puberdade, mas que desabrocha
nesse período.
Então, quando nasce a sexualidade, segundo a psicanálise freudiana?
Em seu texto denominado Três ensaios sobre a teoria da sexualidade (1905), Freud afirma que, já na
infância, podemos observar uma escolha objetal, que se caracteriza fortemente na puberdade. Para
ele, essa escolha significa que o “conjunto das aspirações sexuais orienta-se para uma única
pessoa, na qual elas pretendem alcançar seus objetivos” (FREUD, 1905/2006, p. 188).

Desenvolvimento Psicossexual: as 5 fases de Freud


Segundo Freud, nossa personalidade se desenvolve durante a infância e é moldada pelas cinco
fases, que ele chamou de teoria do desenvolvimento psicossexual.

Durante cada fase, uma criança é confrontada com um conflito entre impulsos biológicos e
expectativas sociais. Se ela passar de forma bem-sucedida por esses conflitos internos, acabará
tendo domínio de cada estágio de desenvolvimento e, finalmente, obterá uma personalidade
totalmente madura.

Cada fase apresenta uma crise psicossocial caracterizada pela presença de sentimentos opostos

Fase 1: estágio sensorial (até por volta de 18 meses):


 A crise psicossocial é o conflito entre o sentimento de confiança versus desconfiança.
Se a mãe (ou a figura que exerce a maternagem) ofertar um ambiente de respostas às
necessidades do bebê, este crescerá de modo a confiar no ambiente, desenvolvendo
sentimentos de segurança. Ao contrário, se o bebê não recebe o acolhimento de que necessita,
ele desenvolve sentimentos de desconfiança em relação ao meio. Porém, nada é definitivo.
Assim, é possível mudar estas tendências dependendo de como se atravessam as fases
posteriores (VERISSIMO, 2002).

Fase 2: desenvolvimento muscular (dos 18 meses aos 3 anos, aproximadamente).


 Primeira infância é marcada pelo conflito autonomia versus vergonha e dúvida.
A autonomia depende de um ambiente que estimule e encoraje as habilidades da criança,
porém, se promovem superproteção ou crítica a todo tempo, o sentimento a ser desenvolvido
será a incerteza e, portanto, a dúvida e a vergonha (VERISSIMO, 2002).

Fase 3: controle motor (dos 3 aos 5 anos).


 A segunda infância apresenta uma crise psicossocial que se configura pelo conflito
entre iniciativa versus culpa.
À medida que cresce, a criança vivencia e experimenta a potência de sua força e a gravidade
de se colocar em situações de perigo, afinal, cada vez mais ela vai explorando o meio e
aprendendo com ele. É um momento, também, em que começa a assumir alguns papéis, pelas
brincadeiras de faz de conta (VERISSIMO, 2002).

Fase 4: latência (dos 5 aos 13 anos).


 A fase escolar promove o conflito diligência versus inferioridade.
Nesta fase, é muito importante que os pais valorizem os trabalhos desenvolvidos pelos filhos
e que comecem a introduzir os conceitos de responsabilidade, através das atividades
escolares, por exemplo (VERISSIMO, 2002).

Fase 5: moratória psicossocial (dos 13 aos 21 anos).


 Chegamos, pois, no período da puberdade e da adolescência. A crise psicossocial desta
fase resultará no conflito identidade versus confusão de papéis, identidade difusa.
Esta fase coloca o jovem para fora do mundo infantil, a partir da maturidade biológica e da
capacidade intelectual de abstração e o impulsiona a lidar com inúmeros papéis sociais. Neste
movimento, levanta questões sobre si (quem sou eu?), sobre os outros em relação a si (como
as pessoas me veem?), e sobre o seu valor social, na tentativa de encontrar algum sentido
existencial. Este conflito de papeis pode ainda ser agravado pela posição dos pais que,
preocupados em demasia, não revelam partes importantes da realidade (geralmente as
consideradas impróprias, por eles) e, este posicionamento, promove, no adolescente, um
estado de retraimento, porque contribui para que ele elabore um modelo mental de mundo
distorcido e que prejudica sua interação com o meio (VERISSIMO, 2002).

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