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A SAÚDE DA PESSOA IDOSA

CUIDADOS BÁSICOS

Manual de Apoio,
ÍNDICE

1. PRESTAÇÃO DE CUIDADOS BÁSICOS ………………………………………….4


1.1. O ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO………………………………………4
1.2. PROMOÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA – METAS DA OMS………………...5
1.3. ENVELHECIMENTO FÍSICO E ENVELHECIEMENTO PSICOLÓGICO……...6
2. AGENTE DE GERIATRIA…………………………………………………………..8
2.1.CARACTERISTICAS INERENTES AO AGENTE DE GERIATRIA………….....8
2.1.1. RELAÇÕES HUMANAS………………………………………………………...8
2.1.2. CUIDADOS A TER EM CONSIDERAÇÃO…………………………………...10
3. PROCESSOS DE COMUNICAÇÃO E OBSERVAÇÃO…………………………..13
3.1. CARACTERISTICAS DA COMUNICAÇÃO E OBSERVAÇÃO………………13
3.2. ELEMENTOS DO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO………………………….14
3.3. PRINCIPIOS DA OBSERVAÇÃO………………………………………………,,16
3.4. JOGOS E SIMULAÇÕES…………………………………………………………18
3.5. REFLEXÃO SOBRE A PESSOA IDOSA………………………………………..19
4. O CONFORTO DA PESSOA IDOSA………………………………………………20
4.1. SONO E REPOUSO……………………………………………………………….20
4.2. CAMA SIMPLES E CAMA ARTICULADA…………………………………….22
INTRODUÇÃO

O envelhecimento faz parte natural do ciclo da vida. É, pois, desejável que


constitua uma oportunidade para viver de forma saudável, autónoma e independente, o
maior tempo possível.

O envelhecimento deve ser pensado ao longo da vida. O ideal é, desde cedo, ter
uma atitude preventiva e promotora da saúde e da autonomia na velhice. No entanto,
existem ainda muitos preconceitos em relação à velhice, que fazem com que esta fase de
vida seja muitas vezes marcada pelo medo e não-aceitação, tanto pelo idoso em si como
por quem o rodeia.

Torna-se assim urgente compreender o processo de envelhecimento, perceber


como os idosos lidam com ele, de forma a melhorar as nossas praticas e promover um
envelhecimento activo, com qualidade de vida. O agente de geriatria destaca-se neste
quadro como tendo um papel fundamental e importantíssimo na promoção da qualidade
de vida dos idosos.

“Como em qualquer outra idade, na velhice, o Homem também sente desejo de amar,
de se sentir amado, de continuar a ser objecto de atenção e de afecto.” (Lopes, 1993)
PRESTAÇÃO DE CUIDADOS BÁSICOS

1.1 – O ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO

Envelhecimento define-se como sendo um processo de diminuição orgânica e funcional,


não decorrente de acidente ou doença, que acontece inevitavelmente com o passar do
tempo. É um processo universal, caracterizado por um conjunto complexo de factores
fisiológicos, psicológicos e sociais, diferentes em cada individuo, mas pelo qual todos
passam.

ENVELHECIMENTO DA SOCIEDADE

Foi sobretudo a partir da segunda metade do séc XX que emergiu um novo fenómeno
nas sociedades desenvolvidas – o envelhecimento demográfico, ou seja, o aumento
significativo do número de pessoas idosas. Com isto surgiu a necessidade a nível
internacional, de caracterizar o fenómeno, de repensar o papel e o valor da pessoa idosa,
os seus direitos e as responsabilidades do Estado e da sociedade para com este grupo
específico da população.

“ A expansão do envelhecer não é um problema. É sim uma das maiores conquistas da


humanidade. O que é necessário é traçarem-se politicas ajustadas para envelhecer são,
autónomo, activo e plenamente integrado. A não se fazerem reformas radicais, teremos
em mãos uma bomba relógio a explodir a qualquer altura.”
(Koffi Anan, 2002)

ENVELHECIMENTO EM PORTUGAL

Segundo o Instituto Nacional de Estatística, o abrandamento do crescimento


populacional no nosso país mantém-se, assim como a tendência do envelhecimento
demográfico (como resultado do declínio da fecundidade e do aumento da longevidade).
Segundo a mesma fonte a população residente em Portugal a 31 de Dezembro de 2007
era composta por 15.3 % de jovens (com menos 15 anos de idade), 17,4 % de idosos
(com 65 e mais anos) e 67,2 % da população em idade activa (dos 15 aos 64 anos). A
relação entre o número de idosos e de jovens traduz-se num índice de envelhecimento
de 114 idosos por cada 100 jovens.

O facto de se viver mais anos significa então que esses anos podem trazer uma maior
vulnerabilidade, em termos familiares, sociais e económicos. No entanto, não tem de ser
assim. O aumento do número de pessoas idosas poderá não ser um problema social se
tivermos outra forma de encarar a velhice.
Neste âmbito, é importante distinguir envelhecimento primário de envelhecimento
secundário

 Envelhecimento Primário – processo de envelhecimento normal.


 Envelhecimento Secundário – aparecimento com a idade, de lesões
patológicas muitas vezes múltiplas, que se mantêm potencialmente reversíveis.

1.2 – PROMOÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA – METAS DA O.M.S

A Organização Mundial de Saúde (O.M.S), é uma agência Internacional sita em Genève


e especializada na saúde e na promoção da qualidade de vida.

Objectivo:
Desenvolver ao máximo o nível de saúde e de qualidade de vida de todos os povos.

Entende por qualidade de vida, a percepção individual da posição na vida, no contexto


do sistema cultural e de valores em que as pessoas vivem e relacionada com os seus
objectivos, expectativas, normas e preocupações.

A O.M.S. faz uma abordagem mais global de saúde, reconhecendo que esta é
influenciada por mais factores do que a simples ausência de doença.
Assim ao envelhecimento saudável complementa-o com o chamado envelhecimento
activo, mais amplo e abrangente e que tem em consideração que, alem dos cuidados de
saúde, existem factores que determinam a forma como envelhecemos.

O envelhecimento activo pode então traduzir-se num envelhecimento saudável com


qualidade de vida

Três formas de envelhecimento:

 Normal: quando não é afectado por doenças sérias, físicas ou psíquicas

 Patológico: quando é afectado por doenças serias, físicas e/ou psíquicas

 Bem sucedido: quando ocorre em situações favoráveis, que permitem um


bom desenvolvimento físico e psicológico, com qualidade de vida.

Metas estabelecidas pela O.M.S para a Promoção de um envelhecimento activo:

- Implementar legislações específicas contra a descriminação de idosos na educação,


trabalho e serviços de saúde;

- Educar as pessoas quanto ao estereótipo errado que se tem em relação aos idosos;
- Desenvolver junto com os idosos programas de saúde preventivo, tais como:
actividades recreativas e espirituais, relações interpessoais, um desenvolvimento
interpessoal e um bem-estar físico.

1.3– ENVELHECIMENTO FÍSICO E ENVELHECIMENTO PSICOLOGICO

Envelhecer pode ter muitos significados:

 Crescer em anos
 Tornar-se mais velho
 Diminuição das Capacidades
 Já ter vivido muito tempo
(…)

“ Idoso não é velho, mas sim uma pessoa vivida”

Desta forma segundo Costa (1998) envelhecer pode ser analisado em quatro
perspectivas:

Idade Cronológica : Determinada pelo calendário, pelo passar do tempo;

Idade Biológica : Posição actual da pessoa no seu ciclo de vida e que pode não coincidir
com a idade cronológica (capacidades do individuo);

Idade Social : Refere-se aos papéis e hábitos das pessoas em relação com o seu grupo
social;

Idade Psicológica : Capacidade de se adaptar ao meio ambiente. Envolve o uso da


memória, inteligência e sentimentos.

A noção de velhice, surge assim, duma construção social conforme cada sociedade.
Pode-se então afirmar que envelhecer é um processo dinâmico, normalmente lento e
progressivo mas individual e variável.

No entanto para o acompanhamento de um envelhecimento saudável é necessário


salientar a importância de dois grandes factores:

Envelhecimento Físico : consiste na perda progressiva da capacidade funcional do


corpo para se renovar (queda e embranquecimento do cabelo, aparecimento de rugas,
diminuição do crescimento das unhas…)
Biologicamente, todos envelhecemos de forma diferente. As alterações físicas e
intelectuais que ocorrem com o envelhecimento variam de pessoa para pessoa, e
dependendo das suas características genéticas e de factores adquiridos ao longo da vida,
tais como: hábitos, stress, alimentação saudável, pratica de desporto. Repouso, …

Envelhecimento Psicológico : Tem a ver com as transformações dos processos


sensoriais e afectivos. As alterações físicas provocadas pelo processo de
envelhecimento causam muitas vezes um grande impacto a nível psicológico,
modificando a imagem que o idoso tem de si próprio e determinando o seu ajustamento
no meio que o envolve. Surgem assim frequentemente sentimentos de depressão, de
baixa auto-estima, sensação de inutilidade, alterações de humor, que, não estando
necessariamente ligadas ao processo de envelhecimento físico, acabam por surgir a ele
associadas.

Muitas vezes os problemas psicológicos das pessoas idosas passam


despercebidos. Os sintomas são facilmente descritos como “fazendo parte do processo
de envelhecimento”. Os idosos muitas vezes não pedem ajuda com o medo de serem
estigmatizados ou ridicularizados. No entanto, a velhice não muda a nossa
personalidade de uma forma repentina e problemas psicológicos podem acontecer em
qualquer fase da vida. É a maneira como vivemos o envelhecimento e como abordamos
a velhice que nos leva a mudar, tal como fizemos noutros períodos da nossa vida, para
manter o equilíbrio entre as nossas exigências e as do meio ambiente.

O envelhecimento faz parte do ciclo natural da vida. Devemos proporcionar aos


idosos oportunidades para o viverem de forma autónoma, saudável e independente o
maior tempo possível. Acrescentando anos à vida, mas também vida aos anos.
2 - AGENTE DE GERIATRIA

2.1 – CARACTERISTICAS INERENTES AO AGENTE DE GERIATRIA

Agente de Geriatria é o profissional que, no respeito pelas normas do ambiente,


higiene e segurança, garante o equilíbrio pessoal e institucional no relacionamento
interpessoal do dia –a – dia com idosos e outros profissionais, complementando o
cuidado do idoso nas suas vertentes física, mental, social e espiritual.

Competências Especificas

 Cuidar e vigiar idosos, seleccionando e realizando actividades de animação/ocupação


com os mesmos, em contexto institucional e/ou no seu próprio domicilio;

 Zelar pelo bem-estar do idoso, pelo cumprimento das prescrições de saúde e dos
cuidados de higiene.

Aquele que presta cuidados ao idoso, chamado cuidador, pode ou não ter vinculo
familiar.
Existem 2 tipos de cuidadores:
 Formal: Agente de geriatria
 Informal
O cuidador Formal é um profissional preparado numa instituição de ensino para
prestar cuidados.

2.1.1 – RELAÇÕES HUMANAS

A finalidade que se pretende atingir ao longo da relação de ajuda com o idoso é


a integração máxima da experiencia que ele vive como individuo, durante uma etapa
única da sua vida.

Para bem compreender-mos a importância da relação de ajuda é necessário


reavaliar certos aspectos do comportamento humano, no contexto do envelhecimento.

Estabelecer uma relação de ajuda com um idoso não representa necessariamente


uma solução para todos os seus problemas, mas, pode ajudá-lo a desenvolver
capacidades para que ele possa enfrentá-los e adaptar-se a eles.

A Motivação é a base. Muitas vezes é difícil avaliar a motivação do idoso.


Como todo o ser humano ele tenta satisfazer as suas necessidades mesmo que estas nem
sempre sejam evidentes. É portanto essencial que haja um ajustamento entre os
objectivos do cliente e do profissional de saúde.

A relação inter – pessoal com o idoso diminui também o sentimento de solidão e


de isolamento tão frequente naqueles que têm vários problemas de saúde.
Elementos essenciais para conseguir uma boa relação:

 Estabelecer objectivos realistas – Ser capaz de demonstrar afecto e compreensão ao


idoso e de discutir com ele assuntos difíceis, mantendo uma visão realista dos mesmos

 Avaliar a perda de Capacidades

 Prestar uma atenção particular aos problemas físicos - Muitas vezes é na


resposta a um pedido de ajuda a nível de necessidades físicas que esta relação se
aprofunda. É essencial perceber que, muitas vezes por detrás destas queixas e
perturbações aparentes se escondem outros problemas, por vezes mais graves, como a
ansiedade, a solidão, a diminuição de auto – estima. Muitas vezes, uma queixa de uma
dor pode ser uma chamada de atenção

 Observar o comportamento não verbal – Gestos, expressões faciais, tom de voz,


entoação, tremura, sinais de cansaço, podem ser indicadores mais importantes que as
palavras que muitas vezes não se chegam a dizer

 Facilitar uma Comunicação de qualidade elevada

 Demonstrar calor humano, numa atitude humilde e de aprendizagem recíproca


Os idosos muitas vezes chegam a esta fase da vida sem parentes ou amigos próximos.
Através do diálogo, escuta activa, toque e demonstrações de carinho e afecto é possível
ajuda-los a melhor se adaptarem as suas novas condições de vida.

Características de um Agente de Geriatria

 Maturidade e capacidade de adaptação;


 Empatia e sensibilidade (conseguir colocar-se no lugar do idoso para melhor
compreender o que ele sente, aceitá-lo e respeitá-lo);
 Dedicação e vocação;
 Amor pelos outros;
 Objectividade e Espírito Critico;
 Sentido Social e Comunitário (trabalhar de forma a manter os idosos no máximo de
autonomia, evitando as atitudes sociais negativas);
 Flexibilidade e Polivalência (ser capaz de se adaptar ao ritmo do idoso e trabalhar em
parceria com outros profissionais de saúde);
 Criatividade;
2.1.2 – CUIDADOS A TER EM CONSIDERAÇÃO

HIGIENE PESSOAL

Para uma prestação adequada e segura aos idosos, é necessário ter em conta alguns
aspectos relativos á higiene e apresentação pessoal do prestador de cuidados.

Higiene Corporal
 Banho Diário
 Cabelos Limpos e bem escovados protegidos por redes ou toucas
 Unhas curtas, limpas e sem verniz
 Boca e Dentes com a devida higiene
 Uso de desodorizante sem cheiro ou com cheiro suave. Evitar perfumes
 Mãos sempre lavadas e após qualquer actividade lava-las novamente

Vestuário

 Manter os Uniformes e os aventais conservados e limpos


 Trocar de Uniforme diariamente
 Usar calçado adequado ao desempenho das suas funções e sempre em boas
condições de higiene e conservação. Usado unicamente no local de trabalho
 Uso diário de toucas ou redes bem como de luvas para qualquer tipo de actividade
 Uso de mascaras

APRESENTAÇÃO PESSOAL

A apresentação pessoal é formada por um conjunto de vários factores que quando


devidamente coordenados dão o que normalmente se chama de equilíbrio, ou seja, uma
aparência agradável, distinta e discreta.

Assim sendo a aparência geral das pessoas no trabalho é da maior importância,


principalmente se nele se é obrigado a lidar com o público.

As vezes, faz-se necessário usar determinados tipos de roupas e/ou tomar certas atitudes
que não estão de acordo com o gosto pessoal, nem com o temperamento, porém no
trabalho existe a obrigação de se assumir por completo a imagem da nossa profissão

Para se obter esse equilíbrio é necessário levar-se em consideração cinco factores


importantes:

 Postura Correcta
 Asseio Pessoal
 Roupas adequadas para a ocasião ou apresentação
 Coordenação de atitudes e gestos
 Boas maneiras
“A Imagem é a primeira ferramenta de trabalho”

A LINGUAGEM

A comunicação é fundamental nas relações pessoais, empresariais e


educacionais. Pode ser feita de varias maneiras, entretanto só existe realmente
entendimento quando uma mensagem é recebida com o mesmo sentido com o qual ela
foi transmitida.

A comunicação não é somente a linguagem verbal. Ela é feita em grande parte


pela linguagem não verbal. No entanto quer seja verbal ou não verbal o importante é
que uma esteja em concordância com a outra, de forma a que a comunicação seja um
processo completo e coerente.

 Linguagem Verbal – Compõem-se de palavras e frases


 Linguagem não Verbal – Constituída por elementos como os gestos, tom de
voz, postura corporal etc.

Com os idosos temos que ter um cuidado acrescido, já que com o processo de
envelhecimento muitas pessoas começam a sentir dificuldades na comunicação. Alguns
idosos apresentam maiores modificações na fala, outros na audição, enquanto outros
sentem dificuldades no uso social da linguagem, na fluência, no vocabulário.

Alguns cuidados a ter com a linguagem

 Utilizar sempre frases simples, claras e afirmativas:


 Conhecer o vocabulário utilizado pelo idoso, para evitar usar palavras que ele não
conheça;
 Repetir as frases as vezes que forem necessárias;
 Falar sem gritar, de maneira pausada e calma;
 Ouvir o idoso com paciência, respeitando o seu ritmo de resposta e não o
interrompendo;
 Respeitar as características próprias do idoso e valorizar a sua experiencia;
 Ser amável, paciente e atencioso;
 Evitar expressões do tipo autoritário como “deve”, “não deve”, “faça”, “não faça”
 Evitar expressões infantis do tipo “queriducha”, “amor”, “avozinha”, que
despersonalizam e inferiorizam o idoso.

ATITUDE

As nossas atitudes para com os outros podem afectar as nossas escolhas e


influenciar o nosso comportamento. Assim as nossas atitudes e os nossos
comportamentos devem envolver sempre três tipos de respeito:
 Respeito por nos próprios (exprimindo aquilo que pensamos, sentimos e
necessitamos, defendendo sempre os nossos direitos)

 Respeito pelos outros (devemos ter em conta e respeitar os pensamentos sentimentos


e necessidades dos outros)

 Respeito pelas regras que nos são impostas ao longo do dia e na nossa profissão.

Todos nós temos diferentes crenças e valores, adquiridos ao longo da vida, que
podem influenciar as atitudes que assumimos em relação à velhice. É importante
estarmos conscientes delas, para poder combater atitudes negativas e trabalhar atitudes
positivas.

As atitudes da sociedade face a velhice e aos idosos são sobretudo negativas,


tornando-se em grande parte responsáveis pela imagem que eles têm de si próprios. Vê-
se a velhice como uma doença incurável, como um declínio inevitável, em que as
acções que o podem prevenir estão desde logo condenadas ao fracasso.

Principais Atitudes a evitar:

 Gerontismo: é a noção de que as pessoas deixam de ser pessoas, deixam de ser as


mesmas pessoas ou tornam-se pessoas do tipo diferente ou inferior, e virtude de terem
vivido um número específico de anos.

 Gerontofobia: é o medo irracional de tudo o que se relaciona com o envelhecimento


e a velhice. Pode levar a um bloqueio afectivo que provoca desdém e resistência em
relação ao envelhecimento.

 Agismo: refere-se a todas as formas de discriminação com base na idade.

 Infantilização: é o tratar o idoso como uma criança (uso de diminutivos, tratamento


por tu…). É uma atitude que pode ser motivada pelo carinho, mas que traduz
discriminação, sobretudo quando os idosos estão a perder autonomia e a sua
dependência é grande.

 Imposição de cuidados e intimidação: muitas vezes funciona como uma forma,


consciente ou inconsciente, de controlar os idosos. Para o fazer, usam-se ameaças,
gestos reprovadores ou brincadeiras que os humilham e ridicularizam.

É urgente reflectir sobre estas atitudes e aprender a reconhece-las, para as poder


combater. É essencial adoptar uma atitude positiva e aberta em relação ao
envelhecimento, livre de mitos e estereótipos, encarando cada idoso como um ser único
e especial e promovendo o sentimento de que a vida é boa, e merece ser vivida em
qualquer idade.
3 – PROCESSOS DE COMUNICAÇÃO E OBSERVAÇÃO

3.1 - CARACTERÍSTICAS DA COMUNICAÇÃO E OBSERVAÇÃO

Comunicação

A comunicação humana é um processo que envolve a troca de informação e utiliza os


sistemas simbólicos como suporte para este fim. Está envolvido neste processo uma
infinidade de maneiras de se comunicar.

Tipos de comunicação

Existem diversos meios de que o homem se serve para comunicar. Todos os sinais que
se empregam para indicar sentimentos e atitudes são excelentes meios de comunicação.
O seu emprego associado à palavra, é normalmente muito eficaz para transmitir a
intenção do comunicado.

 Comunicação Verbal: “ aquilo que se diz”, palavras ou frases escritas ou faladas.

 Verbal Escrita – livros, cartazes, jornais, cartas, telegramas


 Verbal Oral – diálogo entre duas pessoas, rádio, televisão, telefone, etc.

 Comunicação Não Verbal: processa-se através de “gestos, posturas, expressões


faciais, utilizações de voz, contacto visual, etc.

Uma boa comunicação com os idosos é fundamental para os conduzir a uma


melhoria da sua qualidade de vida, já que se constitui como uma necessidade básica do
ser humano.

Recomendações para uma boa comunicação com o idoso

- Utilizar sempre frases simples, claras e afirmativas;


- Conhecer o vocabulário utilizado pelo idoso;
- Evitar fazer discursos ou ficar falando sozinho durante muito tempo;
- Falar sem gritar, de maneira pausada e calma, sem ser muito lento;
- Ouvir o idoso com paciência, respeitando seu ritmo de resposta;
- Falar de frente de forma que o idoso possa ler seus lábios;
- Evitar comunicar-se em ambientes barulhentos;
- Respeitar o idoso com suas características pessoais;
- Valorizar a experiência do idoso;
- Ser amável, paciente e atencioso;
Todos os nossos comportamentos transmitem mensagens, podendo facilitar ou
dificultar a comunicação. É essencial ter sempre presente que, se as palavras não
coincidem com os gestos, o idoso terá sempre em mais atenção os gestos.

É também fundamental ter em conta que o toque constitui um meio de


comunicação tão importante quanto a linguagem corporal e a palavra. A necessidade de
tocar e ser tocado persiste ao longo da vida e costuma intensificar-se na velhice. O toque
afectivo acalma, tranquiliza, demonstra interesse e aceitação, traz uma sensação de
confiança.

Observação

Observar consiste num processo de recolha de dados e informações e posterior


tomada de decisões. No contexto do trabalho com idosos, é extremamente importante, já
que permite observar situações, pessoas, comportamentos, para depois poder intervir
nos mesmos e assim melhorar a sua qualidade de vida.

Observar não é o mesmo que ver. Para ver, basta olhar. Para observar, não basta
ter os olhos abertos. É preciso olhar, é preciso querer ver. Quando observamos algo,
temos uma finalidade, um objectivo. Usamos estratégias adequadas para recolher
informações que conduzam aos objectivos que nos propusemos. Ser capaz de observar
ajuda-nos a intervir numa dada realidade, de uma forma fundamentada.

3.2-ELEMENTOS DO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO

EMISSOR Emite e transmite a mensagem


MENSAGEM Conjunto de informações transmitidas
CODIFICAÇÃO Capacidade de construir mensagens segundo um código
compreendido pelo emissor e receptor
MEIO Suporte onde a mensagem é levada do emissor para o receptor
CONTEXTO Conjunto de variáveis que rodeia e influenciam a situação de
comunicação
RECEPTOR Aquele que recebe a mensagem
CODIGO Conjunto de elementos com significado aceites pelo emissor e
receptor
DESCODIFICAÇÃO Capacidade de interpretar a mensagem
CANAL Via de circulação da mensagem
FEED BACK Informação de retorno que permite ajustar a mensagem
No contexto de trabalho, o agente de geriatria depara-se muitas vezes com pessoas com
dificuldades de comunicação: podem ter uma língua materna diferente, ter perdido a
visão, a audição ou a capacidade de falar, estar impossibilitados de usar linguagem
corporal.

A atenção que damos a estas pessoas e o facto de valorizar-mos o que dizem e


correspondermos aos seus esforços de comunicação serve de exemplo aos outros
residentes. Todos têm o direito de ser ouvidos, mas também o dever de ajudar os outros
a expressarem-se. Uma boa comunicação transmite serenidade, segurança e diminui os
riscos de conflito.

Quando a capacidade de comunicação do idoso esta alterada há que ajudá-lo a


viver com o seu problema e mostrar-lhe uma forma de comunicar que lhe permita fazer-
se compreender pela maioria das pessoas.
3.3 – PRINCIPIOS DA OBSERVAÇÃO

Para quê observar? Observa-se para poder intervir na realidade de uma forma
fundamentada, para descobrir novos aspectos de um problema e para verificação
correcta da ocorrência de um determinado fenómeno.

Existem 2 tipos de Observação: Observação Participante e Observação Não


Participante

Observação Participante

 Consiste na participação real do pesquisador na vida da comunidade, do grupo ou de


uma situação determinada;

 O observador assume, pelo menos ate certo ponto o papel de membro do grupo;

 Daí se dizer que por meio da observação participante se pode chegar ao


conhecimento da vida de um grupo a partir do interior do mesmo.

Pode ser de 2 formas distintas:

a) Natural (quando o observador é parte do grupo que investiga)


b) Artificial (quando o observador se integra ao grupo com o objectivo de realizar a
investigação).

* Vantagens de Observação Participante:

 Facilita o rápido acesso a dados sobre situações habituais em que os membros das
comunidades se encontram envolvidos;

 Possibilita o acesso a dados que a comunidade ou grupo considera de domínio


privado;

 Possibilita captar as palavras de esclarecimento que acompanham os


comportamentos observados

* Desvantagens de Observação Participante:

 Pode significar uma visão parcial do objecto estudado;

 Desconfiança do grupo investigado em relação ao pesquisador


Observação Não Participante

 O observador não esta directamente envolvido na situação a observar, isto é, não


interage nem afecta de modo intencional o objecto de observação;

 Os sujeitos não sabem que estão a ser observados

* Vantagens da Observação Não Participante

 Observa-se uma situação como ela realmente ocorre, sem existir qualquer
interferência do investigador;

* Desvantagens da Observação Não Participante

 Nem sempre são fáceis de realizar

 Não se tem acesso a dados que poderão ser importantes.

Princípios éticos a ter em conta na realização de uma observação

 Informar os participantes dos aspectos da observação


 Aceitar a decisão dos participantes não quererem colaborar ou desistirem
 Informá-los dos resultados da observação
 Garantir a confidencialidade da informação obtida, salvo a pessoas que não
se opuseram
3.4 – JOGOS E SIMULAÇÕES

Uma forma privilegiada para comunicar com o idoso passa pela actividade
lúdica, daí esta ser tão importante no relacionamento com eles. Os jogos tornam a vida
dos idosos mais activa, estimulam a sua imaginação e criatividade, melhoram as suas
relações e comunicação com os outros, permitem libertar tensões, desenvolvem a sua
personalidade e estimulam a sua autonomia. Permitem-lhes também desempenhar um
papel social (por vezes, mesmo reactivar antigos papeis). Actuam assim em todos os
campos de desenvolvimento da qualidade de vida das pessoas mais velhas, sendo um
estímulo permanente às suas vidas mental, física e afectiva.

Na maioria dos lares para idosos, a vida destes é bastante pobre no que respeita a
acontecimentos de vida, pelo que esta dimensão se torna essencial. No entanto, este tipo
de actividades é muitas vezes o “parente pobre” da lista de prioridades das instituições,
que dirigem principalmente os seus recursos para a saúde, higiene e alimentação. A
animação costuma ser considerada secundaria e sem grande utilidade. A maioria das
instituições limita-se a fazer alguns passeios, festas e comemorar os aniversários dos
idosos.

Exemplos de actividades de animação para o idoso

* Animação Física ou motora (animação motora sensorial)


(ginástica, dança, caminhadas, motricidade fina, e grossa, etc)

* Animação Cognitiva ou mental


(jogos de atenção, memoria, linguagem, compreensão)

* Animação através de expressão plástica


(pintura, bordados, escultura, desenho, etc.)

* Animação através da comunicação e da expressão


(teatro, musica, expressão dramática, escrita, fotografia, etc.)

* Animação promotora do desenvolvimento pessoal e social


(auto-conhecimento, historias de vida, dinâmica de grupos, etc.)

* Animação Lúdica
(festas, passeios, rábulas, jogos de tabuleiro, etc.)

Antes da passagem à pratica das diversas actividades acima descritas, ou outras


que se revelem adequadas às diferentes situações, é fundamental que seja realizada uma
avaliação psicológica e física de cada um dos indivíduos, no sentido de perceber quais
as capacidades reais de cada idoso relativamente a cada uma das actividades propostas.
É também importante tentar perceber do que eles gostam e o que querem fazer e não
desistir de trabalhar com eles, evitando no entanto, forçar a sua participação ou insistir
demasiado.
3.5 – REFLEXÃO SOBRE A PESSOA IDOSA

A comunicação é assim uma dimensão essencial do trabalho do agente em


geriatria. No entanto, nem sempre lhe é dada a atenção devida, muitas vezes por falta do
tempo, ou porque se considera outro tipo de cuidados como prioritários, como é o caso
das rotinas de alimentação, higiene, saúde. É urgente para reflectir naquilo que é
importante para os idosos, sendo que a comunicação e as relações humanas são para
eles necessidades básicas.

Na grande maioria das instituições, no entanto, valoriza-se acima de tudo o


cumprimento rígido das rotinas. Valoriza-se a competência para executar tarefas mais
ou menos sofisticadas, o que acaba muitas vezes por prejudicar a relação interpessoal e
a ajuda personalizada ao idoso. As rotinas que se têm que cumprir, num determinado
período de tempo, fazem muitas vezes com que o agente em geriatria acabe por
praticamente não prestar atenção ao idoso, tratando dele de uma forma mecânica, quase
sem interacção e diálogo. Muitas vezes, ao prestar um cuidado de saúde ou higiene,
concentramo-nos apenas no próprio cuidado, no acto realizado, e não na comunicação
com o idoso, que pode facilmente ser esquecida por não parecer necessária à prestação
do cuidado. Demasiadas vezes os idosos são lavados em silêncio, os medicamentos são
dados em silencio, os alimentos são levados a boca em silencio, esquecendo a pessoa
que esta ali.

É importante reflectir, já que falamos de gestos que não demoram mais que
alguns minutos, e que não representam tempo perdido mas sim tempo ganho, uma vez
que transmitem a idoso a mensagem de que ele é um ser humano, digno de interesse e
atenção, transmitindo-lhe uma sensação de segurança que lhe vai trazer descanso, calma
e acima de tudo, felicidade. Assim, o tempo dedicado às rotinas diárias deve ser
entendido como um momento privilegiado do cuidar, já que permite construir uma
relação com o idoso, através da partilha de sentimentos e vivências.
4 – O CONFORTO DA PESSOA IDOSA

4.1 – SONO E REPOUSO

SONO

Sono, por definição, é um período de descanso para o corpo e a mente, durante o


qual a vontade e a consciência estão parcialmente ou completamente inibidas, e as
funções do organismo temporariamente suspensas.

Todos nos sentimos necessidade de dormir e repousar. Com o avançar da idade,


no entanto, a qualidade do sono vai-se alterando:

 Aos 6 meses: 14 – 15h/dia


 Aos 3 – 4 anos: 12h/dia
 Aos 10 – 12 anos: 10h/dia
 Na idade adulta dorme-se cerca de 7 – 8h/dia
 No envelhecimento dorme-se 5 -6h/dia

Dois factos importantes ocorrem nas fases do sono:


 Descanso e reparação do corpo;
 Reparação e reordenação da mente;

Outros Benefícios do Sono

Estabiliza os níveis da respiração;


Melhora a capacidade de memorização bem como a de organização da nossa
inteligência;
Diminui a frequência cardíaca;
Repara tecidos;
Aumenta a produção de colagénio, a proteína responsável pela elasticidade da pele e de
melatonina, uma hormona responsável pela regeneração das células;
Relaxa todos os músculos;
Descansa todos os órgãos do corpo

Um dos principais distúrbios do sono é a Insónia que se traduz na dificuldade


em adormecer ou em manter o sono, ou a sensação de que o sono que se teve foi
insuficiente. Insónia não é apenas não dormir ou dormir pouco. Há quem durma pouco e
não se queixe durante o dia. Falamos de insónia quando o dormir pouco tem
consequências negativas durante o dia: fadiga, cansaço fácil, ardência nos olhos,
irritabilidade, ansiedade, fobias, dificuldades de concentração, dificuldades de atenção e
memoria, mal-estar, sonolência, etc.
Sinais de Insónia

 Referentes ao tempo dispendido na cama sem dormir;


 Dificuldade para reiniciar o sono;
 Menor duração do sono nocturno;
 Despertar pela manha mais cedo;

Factores que podem contribuir para problemas de sono no Idoso

 Dor ou desconforto físico;


 Factores Ambientais;
 Desconfortos emocionais;
 Ansiedade;
 Depressão;
 Falta ou excesso de alimentos ou líquidos à hora de deitar
 Alguns medicamentos podem afectar o padrão de sono;
 Álcool

Papel do Agente de Geriatria

 Para promover sono de qualidade no idoso tentar corrigir ou menorizar os


factores referenciados;
 Deve também aconselhar os familiares
 Assegurar o conforto físico
Identificar a dor e sua localização
Quantificá-la, promover, medidas de alívio da dor, administrar
analgésico se tiver prescrito, verificar a sua eficácia;
Colocar o idoso em posição confortável;
Subir ou baixar a temperatura do quarto;
 Assegurar os factores ambientais
Eliminar quaisquer fontes de ruído;
Evitar as sestas que desequilibram o ritmo sono/vigília;
Evitar de ter relógio e televisão no quarto;
Manter um horário regular: deitar e levantar a horas certas ajuda a
regularizar o relógio biológico;
Comer alimentos leves;
Não se deitar de estômago cheio;
Antes de deitar, beber um copo de leite/ chá morno;
Preparar a cama confortavelmente para o deitar;
Manter o ambiente arejado e fresco;
Evitar demasiada luminosidade no quarto;
 Assegurar o conforto emocional
Questionar o idoso para saber qual a sua preocupação;
Minimizar a situação;
Dar apoio emocional;
Aconselhar o doente, referenciá-lo a equipa de saúde;
Fazer reforço positivo

Acima de tudo, é essencial conhecer as causas das perturbações de sono de cada pessoa
em particular, para se poder intervir no problema e ajudar a ultrapassá-lo.

4.2 – CAMA SIMPLES E CAMA ARTICULADA

Algumas pessoas idosas encontram-se acamadas ou semi – acamadas, devido a


situações de saúde. É uma situação de dependência, que necessita da ajuda do agente em
geriatria.

Existem algumas medidas que facilitam a sua tarefa:

Espaço Físico

A cama ou camas existentes num quarto devem deixar espaço suficiente para que ele se
desloque e possa deslocar cadeiras de rodas e macas. O piso deve estar seco e não deve
ser de material escorregadio. A cama devera ficar afastada da parede, para que se possa
contorná-la facilmente.

Qualidade da Cama

Cama Articulada – a cama articulada é o ideal para estas situações. Pode ser
facilmente manobrada por qualquer pessoa para mudar o doente ou idoso acamado de
posição. Têm estrados com secções móveis, que permitem alternar a cama articulada
entre as posições de deitado, sentado e elevar as pernas, etc.

As camas Articuladas Manuais são manobradas com uma manivela. As camas


articuladas eléctricas, têm um comando, que permite mudar a posição da cama apenas
pressionando um botão. As camas articuladas eléctricas também podem permitir regular
a altura da cama para a mais conveniente.
Algumas características das Camas Articuladas:

 Ate 5 níveis ou planos de articulação, incluindo articulação para cabeça


servindo de almofada;
 Grades laterais de protecção;
 Mesas-de-cabeceira com ou sem gavetas e com ou sem suporte para comer;
 Escadas;
 Colchões anti escaras;
 Suportes elevados para agarrar com a mão;
 Protectores para calcanhares e cotovelos;

A maioria dos idosos que recebe apoio domiciliário, não tem camas articuladas, mas
sim Camas Simples: são camas normais, que não dispõem de partes móveis. Este tipo
de cama torna o trabalho do agente de geriatria mais penoso, mas é possível atenuar esta
situação

Cuidados a ter:

 Evitar colchões finos, lisos ou de agua, pois dificultam a movimentação;


 O colchão deve estar suficientemente alto para que se consiga chegar à
pessoa acamada sem ter que se curvar muito;
 Quanto ao tamanho, uma cama de solteiro é o ideal, uma vez que permite
chegar mais perto da pessoa acamada. Se, no entanto, a cama for de casal,
deve pedir-se à pessoa em questão, se ela conseguir, para se chegar para um
dos lados na altura de prestar cuidados;

Um acamado deve ser mudado de posição, na cama, no mínimo de duas em duas


horas. Quando ele consegue colaborar, a actividade torna-se menos desgastante.

Uma pessoa acamada não deve ver a sua vida limitada ao quarto. Desde que não
ponha em risco a sua saúde, os idosos acamados que estão em lares devem ter a
possibilidade de aceder à sala de estar e a todos os espaços que lhe permitam o contacto
social com os outros residentes e o acesso a actividades. Em casa deveria acontecer o
mesmo.
CONCLUSÃO

“Embora os jovens sejam o nosso futuro, não podemos esquecer que não há futuro sem
idosos, sem o seu saber, sem o seu afecto, sem as suas raízes. Eles são apenas um
espelho onde vemos reflectida a nossa imagem, a nossa cultura, a nossa história,
projectando-nos em cada um das suas rugas”

(Sousa, 1993)

Partindo deste principio abordamos e desenvolvemos esta temática da Saúde da


pessoa Idosa - Cuidados Básicos de forma a incrementar o nosso auto – conhecimento
não só como profissionais de saúde mas também como membros de uma sociedade em
que o envelhecimento é cada vez mais encarado numa perspectiva fria e insensível.

As funções do agente de geriatria são muitas e variadas. So quem trabalha no


dia-a-dia no terreno com idosos consegue perceber o quanto lhes é exigido. O agente de
geriatria é muitas vezes a pessoa mais próxima do idoso, tornando-se num confidente,
conselheiro, amigo. É muitas vezes a pessoa mais próxima e disponível na vida do
idoso, a única que conversa com ele, que o escuta, que lhe toca, que lhe da carinho.

É assim necessário ter uma grande estabilidade afectiva e emocional para poder
desempenhar esta função. É um trabalho desgastante, em termos não só físicos como
também
Referências Bibliográficas:

 Assis, Mónica de, Promoção da saúde e envelhecimento – orientações para o


desenvolvimento de acções educativas com idosos, Universidade Aberta da Terceira Idade,
Rio de Janeiro, 2002

 Filho, Wilson Jacobs; Gorzoni, Milton Luís; Geriatria e gerontologia – O que todos devem
saber, Editora Roca, S. Paulo, 2008

 Forcieia, Mary Ann, Lavizzo – Mourey, Risa, Segredos em geriatria: respostas necessárias
ao dia-a-dia: em round, na clínica, em exames orais e escritos, Editora Artes Médica Sul,
Rio de Janeiro, 1998

 Gineste, Yves, Pellisier, Jerôme, Humanitude – Cuidar e compreender a Velhice, Instituto


Piaget, Paris, 2007

 Jacob, Luís, Animação de Idosos, Cadernos Socialgest nº4 – 2007

 Saldanha, Assuero Luiz, Caldas, Célia Pereira (org), A saúde do idoso – a arte de cuidar,
Rio de Janeiro, 2004

 Squire, Anne, Saúde e bem estar para pessoas Idosas – fundamentos básicos para a pratica,
Lusociência, Loures, 2005

 Vicente, Ana; Alvarez Lameirão, Dora; Cadete, Maria Helena; Quintela, Maria João; Lopes,
Michelle; Cordeiro, Pedro, Manual de boas praticas – um guia para o acolhimento
residencial de pessoas mais velhas – para profissionais, residentes e familiares, Instituto da
Segurança Social, I.P., Lisboa, 2005

 Pesquisa na Internet
“Tudo que existe e vive precisa ser cuidado para continuar
existindo. Uma planta, uma criança, um idoso, o planeta Terra.
Tudo o que vive precisa ser alimentado. Assim, o cuidado, a
essência da vida humana, precisa ser continuamente alimentado.
O cuidado vive do amor, da ternura, da carícia e da
convivência”. (BOFF, 1999)

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