Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CUIDADOS BÁSICOS
Manual de Apoio,
ÍNDICE
O envelhecimento deve ser pensado ao longo da vida. O ideal é, desde cedo, ter
uma atitude preventiva e promotora da saúde e da autonomia na velhice. No entanto,
existem ainda muitos preconceitos em relação à velhice, que fazem com que esta fase de
vida seja muitas vezes marcada pelo medo e não-aceitação, tanto pelo idoso em si como
por quem o rodeia.
“Como em qualquer outra idade, na velhice, o Homem também sente desejo de amar,
de se sentir amado, de continuar a ser objecto de atenção e de afecto.” (Lopes, 1993)
PRESTAÇÃO DE CUIDADOS BÁSICOS
ENVELHECIMENTO DA SOCIEDADE
Foi sobretudo a partir da segunda metade do séc XX que emergiu um novo fenómeno
nas sociedades desenvolvidas – o envelhecimento demográfico, ou seja, o aumento
significativo do número de pessoas idosas. Com isto surgiu a necessidade a nível
internacional, de caracterizar o fenómeno, de repensar o papel e o valor da pessoa idosa,
os seus direitos e as responsabilidades do Estado e da sociedade para com este grupo
específico da população.
ENVELHECIMENTO EM PORTUGAL
O facto de se viver mais anos significa então que esses anos podem trazer uma maior
vulnerabilidade, em termos familiares, sociais e económicos. No entanto, não tem de ser
assim. O aumento do número de pessoas idosas poderá não ser um problema social se
tivermos outra forma de encarar a velhice.
Neste âmbito, é importante distinguir envelhecimento primário de envelhecimento
secundário
Objectivo:
Desenvolver ao máximo o nível de saúde e de qualidade de vida de todos os povos.
A O.M.S. faz uma abordagem mais global de saúde, reconhecendo que esta é
influenciada por mais factores do que a simples ausência de doença.
Assim ao envelhecimento saudável complementa-o com o chamado envelhecimento
activo, mais amplo e abrangente e que tem em consideração que, alem dos cuidados de
saúde, existem factores que determinam a forma como envelhecemos.
- Educar as pessoas quanto ao estereótipo errado que se tem em relação aos idosos;
- Desenvolver junto com os idosos programas de saúde preventivo, tais como:
actividades recreativas e espirituais, relações interpessoais, um desenvolvimento
interpessoal e um bem-estar físico.
Crescer em anos
Tornar-se mais velho
Diminuição das Capacidades
Já ter vivido muito tempo
(…)
Desta forma segundo Costa (1998) envelhecer pode ser analisado em quatro
perspectivas:
Idade Biológica : Posição actual da pessoa no seu ciclo de vida e que pode não coincidir
com a idade cronológica (capacidades do individuo);
Idade Social : Refere-se aos papéis e hábitos das pessoas em relação com o seu grupo
social;
A noção de velhice, surge assim, duma construção social conforme cada sociedade.
Pode-se então afirmar que envelhecer é um processo dinâmico, normalmente lento e
progressivo mas individual e variável.
Competências Especificas
Zelar pelo bem-estar do idoso, pelo cumprimento das prescrições de saúde e dos
cuidados de higiene.
Aquele que presta cuidados ao idoso, chamado cuidador, pode ou não ter vinculo
familiar.
Existem 2 tipos de cuidadores:
Formal: Agente de geriatria
Informal
O cuidador Formal é um profissional preparado numa instituição de ensino para
prestar cuidados.
HIGIENE PESSOAL
Para uma prestação adequada e segura aos idosos, é necessário ter em conta alguns
aspectos relativos á higiene e apresentação pessoal do prestador de cuidados.
Higiene Corporal
Banho Diário
Cabelos Limpos e bem escovados protegidos por redes ou toucas
Unhas curtas, limpas e sem verniz
Boca e Dentes com a devida higiene
Uso de desodorizante sem cheiro ou com cheiro suave. Evitar perfumes
Mãos sempre lavadas e após qualquer actividade lava-las novamente
Vestuário
APRESENTAÇÃO PESSOAL
As vezes, faz-se necessário usar determinados tipos de roupas e/ou tomar certas atitudes
que não estão de acordo com o gosto pessoal, nem com o temperamento, porém no
trabalho existe a obrigação de se assumir por completo a imagem da nossa profissão
Postura Correcta
Asseio Pessoal
Roupas adequadas para a ocasião ou apresentação
Coordenação de atitudes e gestos
Boas maneiras
“A Imagem é a primeira ferramenta de trabalho”
A LINGUAGEM
Com os idosos temos que ter um cuidado acrescido, já que com o processo de
envelhecimento muitas pessoas começam a sentir dificuldades na comunicação. Alguns
idosos apresentam maiores modificações na fala, outros na audição, enquanto outros
sentem dificuldades no uso social da linguagem, na fluência, no vocabulário.
ATITUDE
Respeito pelas regras que nos são impostas ao longo do dia e na nossa profissão.
Todos nós temos diferentes crenças e valores, adquiridos ao longo da vida, que
podem influenciar as atitudes que assumimos em relação à velhice. É importante
estarmos conscientes delas, para poder combater atitudes negativas e trabalhar atitudes
positivas.
Comunicação
Tipos de comunicação
Existem diversos meios de que o homem se serve para comunicar. Todos os sinais que
se empregam para indicar sentimentos e atitudes são excelentes meios de comunicação.
O seu emprego associado à palavra, é normalmente muito eficaz para transmitir a
intenção do comunicado.
Observação
Observar não é o mesmo que ver. Para ver, basta olhar. Para observar, não basta
ter os olhos abertos. É preciso olhar, é preciso querer ver. Quando observamos algo,
temos uma finalidade, um objectivo. Usamos estratégias adequadas para recolher
informações que conduzam aos objectivos que nos propusemos. Ser capaz de observar
ajuda-nos a intervir numa dada realidade, de uma forma fundamentada.
Para quê observar? Observa-se para poder intervir na realidade de uma forma
fundamentada, para descobrir novos aspectos de um problema e para verificação
correcta da ocorrência de um determinado fenómeno.
Observação Participante
O observador assume, pelo menos ate certo ponto o papel de membro do grupo;
Facilita o rápido acesso a dados sobre situações habituais em que os membros das
comunidades se encontram envolvidos;
Observa-se uma situação como ela realmente ocorre, sem existir qualquer
interferência do investigador;
Uma forma privilegiada para comunicar com o idoso passa pela actividade
lúdica, daí esta ser tão importante no relacionamento com eles. Os jogos tornam a vida
dos idosos mais activa, estimulam a sua imaginação e criatividade, melhoram as suas
relações e comunicação com os outros, permitem libertar tensões, desenvolvem a sua
personalidade e estimulam a sua autonomia. Permitem-lhes também desempenhar um
papel social (por vezes, mesmo reactivar antigos papeis). Actuam assim em todos os
campos de desenvolvimento da qualidade de vida das pessoas mais velhas, sendo um
estímulo permanente às suas vidas mental, física e afectiva.
Na maioria dos lares para idosos, a vida destes é bastante pobre no que respeita a
acontecimentos de vida, pelo que esta dimensão se torna essencial. No entanto, este tipo
de actividades é muitas vezes o “parente pobre” da lista de prioridades das instituições,
que dirigem principalmente os seus recursos para a saúde, higiene e alimentação. A
animação costuma ser considerada secundaria e sem grande utilidade. A maioria das
instituições limita-se a fazer alguns passeios, festas e comemorar os aniversários dos
idosos.
* Animação Lúdica
(festas, passeios, rábulas, jogos de tabuleiro, etc.)
É importante reflectir, já que falamos de gestos que não demoram mais que
alguns minutos, e que não representam tempo perdido mas sim tempo ganho, uma vez
que transmitem a idoso a mensagem de que ele é um ser humano, digno de interesse e
atenção, transmitindo-lhe uma sensação de segurança que lhe vai trazer descanso, calma
e acima de tudo, felicidade. Assim, o tempo dedicado às rotinas diárias deve ser
entendido como um momento privilegiado do cuidar, já que permite construir uma
relação com o idoso, através da partilha de sentimentos e vivências.
4 – O CONFORTO DA PESSOA IDOSA
SONO
Acima de tudo, é essencial conhecer as causas das perturbações de sono de cada pessoa
em particular, para se poder intervir no problema e ajudar a ultrapassá-lo.
Espaço Físico
A cama ou camas existentes num quarto devem deixar espaço suficiente para que ele se
desloque e possa deslocar cadeiras de rodas e macas. O piso deve estar seco e não deve
ser de material escorregadio. A cama devera ficar afastada da parede, para que se possa
contorná-la facilmente.
Qualidade da Cama
Cama Articulada – a cama articulada é o ideal para estas situações. Pode ser
facilmente manobrada por qualquer pessoa para mudar o doente ou idoso acamado de
posição. Têm estrados com secções móveis, que permitem alternar a cama articulada
entre as posições de deitado, sentado e elevar as pernas, etc.
A maioria dos idosos que recebe apoio domiciliário, não tem camas articuladas, mas
sim Camas Simples: são camas normais, que não dispõem de partes móveis. Este tipo
de cama torna o trabalho do agente de geriatria mais penoso, mas é possível atenuar esta
situação
Cuidados a ter:
Uma pessoa acamada não deve ver a sua vida limitada ao quarto. Desde que não
ponha em risco a sua saúde, os idosos acamados que estão em lares devem ter a
possibilidade de aceder à sala de estar e a todos os espaços que lhe permitam o contacto
social com os outros residentes e o acesso a actividades. Em casa deveria acontecer o
mesmo.
CONCLUSÃO
“Embora os jovens sejam o nosso futuro, não podemos esquecer que não há futuro sem
idosos, sem o seu saber, sem o seu afecto, sem as suas raízes. Eles são apenas um
espelho onde vemos reflectida a nossa imagem, a nossa cultura, a nossa história,
projectando-nos em cada um das suas rugas”
(Sousa, 1993)
É assim necessário ter uma grande estabilidade afectiva e emocional para poder
desempenhar esta função. É um trabalho desgastante, em termos não só físicos como
também
Referências Bibliográficas:
Filho, Wilson Jacobs; Gorzoni, Milton Luís; Geriatria e gerontologia – O que todos devem
saber, Editora Roca, S. Paulo, 2008
Forcieia, Mary Ann, Lavizzo – Mourey, Risa, Segredos em geriatria: respostas necessárias
ao dia-a-dia: em round, na clínica, em exames orais e escritos, Editora Artes Médica Sul,
Rio de Janeiro, 1998
Saldanha, Assuero Luiz, Caldas, Célia Pereira (org), A saúde do idoso – a arte de cuidar,
Rio de Janeiro, 2004
Squire, Anne, Saúde e bem estar para pessoas Idosas – fundamentos básicos para a pratica,
Lusociência, Loures, 2005
Vicente, Ana; Alvarez Lameirão, Dora; Cadete, Maria Helena; Quintela, Maria João; Lopes,
Michelle; Cordeiro, Pedro, Manual de boas praticas – um guia para o acolhimento
residencial de pessoas mais velhas – para profissionais, residentes e familiares, Instituto da
Segurança Social, I.P., Lisboa, 2005
Pesquisa na Internet
“Tudo que existe e vive precisa ser cuidado para continuar
existindo. Uma planta, uma criança, um idoso, o planeta Terra.
Tudo o que vive precisa ser alimentado. Assim, o cuidado, a
essência da vida humana, precisa ser continuamente alimentado.
O cuidado vive do amor, da ternura, da carícia e da
convivência”. (BOFF, 1999)