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CURSO SUPERIOR DE PSICOLOGIA

RENATA JANUÁRIO SANTOS GOMES

TRABALHO AVALIATIVO SOBRE OS CONTEÚDOS


MINISTRADOS NA DISCIPLINA DE PSICOLOGIA DO
ENVELHECIMENTO NO PRIMEIRO BIMESTRE DE 2021/1.

CARIACICA
2021
RENATA JANUÁRIO SANTOS GOMES

TRABALHO AVALIATIVO SOBRE OS CONTEÚDOS


MINISTRADOS NA DISCIPLINA DE PSICOLOGIA DO
ENVELHECIMENTO NO PRIMEIRO BIMESTRE DE 2021/1.

Trabalho acadêmico do curso de


Psicologia apresentado à Faculdade
Multivix, como parte das exigências da
disciplina de Psicologia do
Envelhecimento sob orientação da
Rafaela Amorim.

CARIACICA
2021
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PSICOLOGIA DO ENVELHECIMENTO

- INTRODUÇÃO

O conceito de velhice, ainda hoje, permeia muitas definições. Isso porque, o


processo de envelhecimento abrange muitos aspectos de vida que devem ser
observados e levados em consideração, tendo em vista que o processo natural
de envelhecimento varia de indivíduo para indivíduo, sendo inerente à fatores
biológicos, psíquicos e sociais. Segundo a OMS (2005), a terceira idade se
inicia aos 65 anos em países desenvolvidos e 60 anos em países que estão em
desenvolvimento.
O processo de envelhecimento, envolve muitas mudanças: biológicas,
funcionais, psicológicas que com o decorrer do tempo, podem determinar uma
importante perda de capacidades que o sujeito possuí de realizar atividades
comuns. Muitas pessoas tem dificuldades de se adaptar a essa fase do
desenvolvimento, o que leva à um aumento significativo de pessoas idosas
com depressão, crises de ansiedades, dentre outros distúrbios. Isso, atrelado à
outras patologias ocasionadas pelo avançar da idade. Percebe-se ainda, um
grande aumento de pessoas idosas com ideação suicida e estatísticas
relevantes de suicídios. (REV. BRAS. GERIATR. GERONTO, 2018)
A intervenção da psicologia no processo de envelhecimento, está ligada à
reabilitação e manutenção da saúde mental da pessoa idosa, a fim de
promover melhorias na qualidade de vida do sujeito. Para nós, estudantes de
psicologia, é fundamental nos aprofundarmos em como se dá essa adaptação
e quais os seus impactos. Este trabalho, visa dissertar sobre os conteúdos
ministrados na disciplina de Psicologia do Envelhecimento no que se refere as
teorias, conceitos e papeis sociais acerca do envelhecimento.
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- O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO.

O processo de envelhecimento é visto como uma fase do desenvolvimento


humano em que muitos indivíduos passam a refletir mais sobre a sua própria
existência e a se dar conta das vivências, perdas e experiências sofridas com o
passar dos anos. O fenômeno do envelhecimento não pode ser compreendido
de outra forma, se não por sua totalidade. Isso porque, trata-se de um processo
natural de mudanças corporais intrínsecas e extrínsecas, que provoca impactos
biopsicossociais e econômicos na vida dos idosos. (Silva & Fixina, 2017)

A restrição do idoso ao ambiente doméstico tem efeitos negativos para a saúde


física e cognitiva e para o envolvimento social, e pode gerar sentimentos de
solidão e desânimo. O baixo envolvimento em atividades está associado com a
idade avançada e a fragilidade (Neri et al, 2013). O estreitamento social do
idoso está diretamente ligada ao envelhecimento e suas modificações
biológicas. As alterações físicas são fatores limitantes para independência do
idoso. (ASSIS, 2004) Perdas sensoriais (déficit auditivo e visual), déficits
cognitivos, problemas osteoarticulares, sequelas ou descontrole de doenças
crônicas, são fatores que muitas vezes, impedem a mobilidade e a
independência do idoso, afetando sua sociabilidade, atividades diárias e o seu
bem-estar. Diante disso, o aumento do envelhecimento populacional brasileiro,
traz consigo grandes desafios, o atendimento a toda população nos sistemas
de saúde e a previdência social. Para Miranda, Mendes e Silva (2016):

(...) Com o envelhecimento populacional e a carência de suporte


necessário, a sociedade deve estar consciente do preço que terá de
pagar e o Estado deve estar preparado para prover políticas
específicas que assegurem uma atenção integral, reconhecendo as
características do envelhecimento e consagrando a qualidade de
vida.

É importante salientar que um estado de saúde pleno possibilita ao ser humano


desfrutar de seu potencial de realização e desenvolvimento pessoal em todos
os momentos da vida.
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- SAÚDE MENTAL DO IDOSO

No que se refere à saúde mental da pessoa idosa, ter um envelhecimento


ativo e saudável, torna-se desafiador em função de que além dos problemas de
saúde reflexos da idade, existem também de riscos como, por exemplo, o
sofrimento psíquico causado pela depressão. A depressão é considerada pela
como um grave problema de saúde pública e um fator de risco ao suicídio.
(Rev. Bras. Geriatr. Gerontol, 2018) O baixo nível socioeconômico, a presença
de ansiedade, os sintomas depressivos e depressão, e as doenças físicas e
crônicas, são aspectos que propiciam à ideação suicida e suicídios em idosos.

Se faz necessário uma visão ampla frente ao fenômeno do suicídio em


pessoas idosas, levando em consideração fatores físicos, sociais, econômicos
e psicológicos por parte dos profissionais que atuam no campo do
envelhecimento e do Estado com políticas públicas que atendam essa
população. O processo de envelhecimento acontece de forma subjetiva e que
não está somente ligada a idade, mas também a fatores biológicos, psíquicos e
sociais como já mencionado anteriormente. Muitas pessoas encaram a terceira
idade de forma negativa, essa percepção faz com que o (a) idoso (a) fique
vulnerável à perda de autoestima, a falta de aceitação de si e de sua realidade.
Podendo desencadear uma série de patologias e sofrimento psíquico.
(PSICOLOGIA USP, 2008)

- INFLUÊNCIA DA PERSONALIDADE NA SAÚDE MENTAL DA PESSOA


IDOSA

As características da personalidade podem tanto contribuir para um


envelhecimento saudável quanto refletir negativamente nesse processo.
Algumas teorias de personalidade compreendem o desenvolvimento humano
como um processo que engloba a ocorrência de ganhos, perdas e
estabilidades. (UNITI/UFRGS, 2007) De acordo com esse entendimento, as
pessoas possuem potenciais para a adaptação e para modificações frente a
eventos limitadores no processo de desenvolvimento natural da vida.
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Assim, na velhice, os traços de personalidade seriam modificáveis,


principalmente porque nessa fase de vida as pessoas têm maior probabilidade
de serem confrontadas com eventos de vida estressantes que requerem
adaptação. Embora muitos indivíduos possam manter a personalidade estável
sob circunstâncias de vida normais, infere-se que, diante de situações mais
complexas, a personalidade mudaria para se adaptar às transformações da
vida.

- IMPACTOS DA APOSENTADORIA

O meio social tem direta influência no sujeito no que se refere aos valores
atribuídos ao ato de aposentar-se, visto que esta pode ser uma medida que
leva a pessoa a lembrar-se da iminente chegada da velhice e,
consequentemente, ser invalidado social e economicamente. Segundo o artigo
“Las repercusiones de la jubilación en la calidad de vida del anciano”
(ALVARENGA, 2009), o trabalho é um elemento importante na vida do sujeito.
Nele, constrói-se a identidade profissional que está atrelada a conhecimento e
reconhecimento, representando assim o modo como o próprio sujeito se
reconhece e o modo como é reconhecido pelo outro. Para alguns a
aposentadoria é assimilada de forma positiva proporcionando uma
reorganização da vida, para outros é significativamente prejudicial, podendo até
mesmo afetar sua estrutura psíquica. Tal comprometimento pode se manifestar
através de sentimentos e sintomas como ansiedade, depressão, irritabilidade e
insatisfação generalizada, ocasionando uma redução da qualidade de vida
presente até aquele momento.

- INFLUÊNCIA DA RELIGIÃO NA VIDA DE IDOSOS.

Para Barriceli e Colegas (2012), as crenças são relativamente transformadas a


fim de atender às necessidades básicas intrínsecas do ser humano, como obter
segurança, consolo, sociabilidade, distração, status e autoabsolvição. Estar
socialmente envolvido em alguma atividade religiosa, intensifica o suporte
social, aumenta o bem-estar, ajuda a manter o idoso autônomo no seu contexto
sociocultural, promove um autoconceito mais positivo e aumenta o senso de
controle sobre o ambiente e sobre a própria vida.
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Diener (1984), ao caracterizar o bem-estar subjetivo, enfatizou que tanto as


crenças quanto a participação nas atividades religiosas influenciam
positivamente o bem-estar subjetivo das pessoas. Diante desse pressuposto,
muitas pesquisas têm subsidiado evidências relevantes de que o envolvimento
religioso se constituí um importante preditivo na participação dos idosos em
atividades sociais e comunitárias que lhes propiciam melhor funcionamento
psicossocial.

- COMPONENTES PRINCIPAIS DE UM ENVELHECIMENTO BEM


SUCEDIDO.

O processo de envelhecimento é extremamente pessoal, de forma que cada


sujeito lida com o mesmo à sua própria maneira, com sua própria subjetividade.
Rowe e Kahn (1997), propõem que o envelhecimento bem sucedido abarca
três componentes principais: uma baixa probabilidade de doenças e de
incapacidades relacionadas às mesmas; alta capacidade funcional cognitiva e
física e engajamento ativo com a vida. O envelhecimento acontece de forma
subjetiva e não está somente ligado a idade, mas também a fatores biológicos,
psíquicos e sociais como já mencionado anteriormente. Isso nos possibilita
refletir sobre a perspectiva atual da capacidade dos indivíduos de se
adaptarem aos desafios e limitações do ambiente social e do próprio corpo.

- CONCLUSÃO

A partir dos conteúdos ministrados acerca do processo de envelhecimento,


podemos concluir que o envelhecimento pode ser uma experiência aprazível e
com qualidade de vida resultante da capacidade de realizar atividades
habituais, do vínculo afetivo familiar, da participação de grupos sociais, da
independência financeira, de ser respeitado pela sociedade, de momentos de
lazer, da espiritualidade e da saúde física e mental. Destaca-se a importância
da psicologia para a velhice, pois é uma fase da vida que exige mudanças,
adaptações, ganhos e perdas. É relevante que o idoso tenha um lugar para ser
acolhido em suas questões, sejam elas com relação à saúde, de cunho
profissional, sobre relações familiares ou sociais.
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- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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qualidade de vida do idoso. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo, v. 43, n. 4, p.
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Disponível em: <https://www.scielo.br/j/pe/a/FmvzytBwzYqPBv6x6sMzXFq/?
lang=pt#>
Acesso em: 25/06/2021.

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