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CURSO PSICOLOGIA

INTERVENÇÃO PSICOSSOCIAL: Qualidade de vida de idosos institucionalizados

AGOSTO 2023
Ingryd Alkaia Araújo Lopes
Jheniffer Wilkssane R. daSilva
Joyce do Carmo Correia
Livya Millena de Lima Brito
Nayara Maria Pereira Nepomuceno
Victória Maria de Góis Brito

INTERVENÇÃO PSICOSSOCIAL: Qualidade de vida de idosos institucionalizados

Projeto apresentado à disciplina de Estágio Básico


IV como requisito para a obtenção de nota, sob
orientação da Professora Sandra Regina Guimarães
Silva.

AGOSTO 2023
1. OBJETIVOS

1.1 Objetivo geral


Propiciar espaço de promoção do bem estar de idosos institucionalizados.

1.2 Objetivo específico


Investigar acerca do processo do envelhecimento saudável na população referida.
Promover momentos de autocuidado.
Construir um espaço de escuta.
Proporcionar momentos de interação social entre os idosos e seus cuidadores.
Estimular a psicomotricidade dos idosos.
2. JUSTIFICATIVA

Conforme destacado por Ferreira e Barham (2011), o envelhecimento traz consigo desafios
que demandam a busca por atividades gratificantes, não se limitando ao lazer. O Brasil está
presenciando um aumento na população idosa, o que ressalta a importância de encontrar
atividades que promovam um envelhecimento saudável.
É crucial compreender que o envelhecimento é um processo natural e multifacetado, como
observado por Vecchia (2005). Não deve ser encarado como uma condição patológica, mas sim
como uma fase progressiva na vida do indivíduo. A qualidade de vida nessa fase abrange não
apenas a saúde física, mas também aspectos culturais, socioeconômicos, políticos, autoestima,
autocuidado, autonomia, interação social, apoio familiar e bem-estar emocional. Portanto, é
fundamental considerar o idoso como um ser biopsicossocial, levando em conta sua
subjetividade e totalidade.
Witter (2013) destaca que muitos idosos, além das limitações funcionais, podem sentir-se
dependentes de cuidadores e enfrentar sentimentos de solidão. Nesse contexto, torna-se
essencial investigar as principais preocupações dos idosos em relação à sua saúde e
compreender como enfrentam os desafios do envelhecimento. A psicologia desempenha um
papel fundamental na minimização dessas dificuldades cotidianas e na promoção da qualidade
de vida dos idosos.
3. REFERENCIAL TEÓRICO

É fundamental refletir acerca do contexto dos idosos institucionalizados, especialmente


daqueles inseridos em Instituições de Longa Permanência (ILP). Nesse contexto, pouco tem se
falado do envelhecimento global que vem apresentando grandes desafios para a população
atual, podendo alterar o desenvolvimento dos países, no âmbito econômico e social. Neste
período surgem questões sobre a saúde e qualidade de vida dos idosos.
“Tem-se verificado no Brasil nas últimas décadas, um decréscimo nas taxas de natalidade
e mortalidade, o que tem proporcionado um aumento na população na faixa etária entre 60 anos
ou mais.” (Tier, et al, 2004, p.1). Nesse sentido, a população idosa cada vez mais está
crescendo e com isso a importância de cuidar desse processo para que seja vivido de uma forma
que proporcione bem-estar e qualidade de vida.
Outrossim, o processo de envelhecimento do idoso gera muito sofrimento para o mesmo e
algumas acontecidos são acarretadores no surgimento de doenças físicas e psicológicas, pois a
fase da vida em que eles terão que lidar com seu próprio envelhecimento, observar a perda de
habilidades que antes faziam com facilidade, além da morte do seu companheiro(a) que viveu
por muitos anos, o abandono da família, a falta de empatia e apoio da própria sociedade,
(Chaimowicz, 1997).
De acordo com Ramos (2003), a saúde dos idosos abrange diversos contextos, uma vez
que a maioria deles enfrenta doenças, principalmente crônicas, e certas limitações nesta fase da
vida. Em tal cenário, idosos que conseguem gerenciar suas condições de saúde de maneira
estável e equilibrada podem manter uma vida relativamente normal, enquanto outros podem
enfrentar mais desafios. Nessa perspectiva, pode-se considerar que a saúde dos idosos está
intrinsecamente relacionada à capacidade de realizar suas atividades diárias de forma
independente, o que reflete não apenas sua saúde física, mas também sua autonomia e
capacidade de cuidar de si mesmos. Esses elementos são essenciais para definir o que significa
ter saúde nessa fase da vida.
De acordo com Oliveira (2001, p.27) “No atendimento ao idoso, torna-se necessário
identificar suas necessidades humanas básicas, pondo em prova a capacidade do profissional
em levantar não só as relacionadas aos aspectos biológicos, mas, também, as relacionadas aos
aspectos psicológicos e ambientais.”
É fundamental garantir que o processo de envelhecimento seja saudável e ativo, o que
implica em incentivar os idosos a manter sua independência e autocuidado. De acordo com
estudos e projeções, a população idosa está experimentando um aumento significativo na
expectativa de vida, o que demanda a implementação de ações voltadas para promover um
envelhecimento saudável (Brandão et al., 2020).
O corpo humano, por sua natureza fisiológica, passa por um processo de envelhecimento
natural, acompanhado da gradual perda de vitalidade. Isso acarreta mudanças no domínio
cognitivo, como a diminuição das habilidades de raciocínio, percepção e memória. Com esse
declínio cognitivo, os idosos podem perder competências fundamentais para a comunicação e a
interação social, o que resulta em redução da autoestima, isolamento social e,
consequentemente, uma limitação na qualidade de vida. À medida que envelhecemos, tornamo-
nos cada vez mais sensíveis ao ambiente que nos cerca, uma vez que nossas capacidades de
adaptação diminuem (Rosa et al., 2005).
É imperativo garantir que esse processo de envelhecimento seja saudável e dinâmico, o que
implica encorajar os idosos a manterem sua independência e a cuidarem de si mesmos. Com
base em pesquisas e projeções, espera-se um aumento significativo na expectativa de vida da
população idosa, tornando necessárias ações que promovam um envelhecimento saudável
(Brandão et al., 2020).
À medida que o corpo passa pelo envelhecimento natural, ele gradualmente perde sua
vitalidade, o que acarreta alterações no âmbito cognitivo, como a diminuição das habilidades de
raciocínio, percepção e memória. Esse declínio cognitivo pode resultar na perda de habilidades
básicas de comunicação e interação social por parte dos idosos, levando a uma diminuição da
autoestima, isolamento social e, consequentemente, a uma redução na qualidade de vida.
No que diz respeito às Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs), como
observado por Born e Boechat (2006), essas instituições desempenham um papel fundamental
no cuidado de pessoas com mais de 60 anos, independentemente de sua capacidade de
permanecer com suas famílias. Em alguns casos, as famílias podem não ter tempo para cuidar
de seus entes idosos, o que torna as ILPIs essenciais para suprir essa demanda.
Destaca-se, atualmente, uma das terapias integrativas e complementares mais amplamente
adotadas: a música, que desempenha um papel essencial na promoção da saúde e na prevenção
de doenças. Dentro do campo da geriatria e gerontologia, a música tem se destacado devido aos
impactos substanciais que exerce nas dimensões psicoemocionais, físicas e sociais dos idosos, o
que culmina em melhorias notáveis na autoestima e na interação social.
A música é uma forma de arte intrínseca ao ser humano, caracterizada pela combinação de
sons rítmicos, melódicos e harmônicos. Ela acompanha o ciclo de vida do indivíduo, desde o
nascimento até a morte, desempenhando um papel crucial na interpretação das experiências
humanas. Ao longo do tempo, os seres humanos têm apreciado os sons da natureza, celebrado
eventos sociais e incorporado a música em sua cultura e religião (HATEM et al., 2006).
Estudos demonstram que a música pode ter um impacto positivo na saúde física dos idosos.
A prática musical, seja tocando um instrumento ou participando de grupos de música, pode
melhorar a coordenação motora, a capacidade respiratória e a força muscular (Biasutti &
Mangiacotti, 2005). Além disso, a música também é conhecida por seus benefícios na saúde
mental, auxiliando na redução do estresse, na melhoria do humor e na estimulação cognitiva
(Chan et al., 2012).
Contar histórias, como mencionado por Dinorah (1995), é uma arte que todos podem
dominar, não sendo reservada apenas para aqueles com um dom inato e inatingível. Ao longo
de nossas vidas, todos nós desempenhamos o papel de contadores de histórias, narrando
eventos e experiências cotidianas. Nesse sentido, manter viva a dimensão lúdica da imaginação
em idosos pode contribuir para que eles vivam de forma mais tranquila e digna em seu
ambiente, trazendo um novo fôlego à vida. Portanto, nossos objetivos incluem proporcionar
momentos nessa área.
É essencial também considerar a faixa etária do público ao contar histórias, como afirmado
por Coelho (2001). Cada faixa etária requer um tipo específico de narrativa e uma abordagem
adequada, levando em conta a idade, a linguagem e a capacidade de concentração.
De acordo com Neiva (2010), a intervenção psicossocial na psicologia surgiu recentemente
com o propósito de melhorar a saúde mental de grupos e comunidades, incluindo os idosos
institucionalizados. Essas intervenções visam promover mudanças psicossociais que ajudam a
minimizar problemas como desigualdade social, doenças mentais e isolamento social.
Neiva enfatiza que as mudanças psicossociais têm como alvo grupos inseridos em
instituições, organizações e comunidades. Portanto, as intervenções e ações realizadas podem
gerar efeitos positivos não apenas nos grupos direcionados, mas também em toda a comunidade
da instituição.
No contexto atual, a busca por qualidade de vida tornou-se uma prioridade, especialmente
em países com altas expectativas de vida, como mencionado. A longevidade da população
idosa está relacionada a estilos de vida saudáveis e propósitos significativos. Idosos que
desfrutam de uma boa qualidade de vida tendem a evitar problemas de saúde, enquanto aqueles
com perspectivas menos favoráveis podem enfrentar patologias, sintomas dolorosos e
desconforto, como destacado por Mari et al. (2016), que também apontam para influências
sociais, culturais, psicológicas e ambientais nesse processo.
É de suma importância adotar uma abordagem cuidadosa em relação aos idosos, pois o
processo de envelhecimento traz consigo uma complexidade que abrange aspectos culturais,
psicossociais e pessoais. Atualmente, há uma considerável discussão sobre os fatores sociais,
emocionais e biológicos que afetam esses indivíduos. Proporcionar qualidade de vida para os
idosos envolve compreender sua percepção sobre si mesmos, sua satisfação com a vida, valores
socioculturais, autonomia, independência, estado emocional, sentimentos e aspirações
(DAWALIBI et al., 2014).
Muitos idosos que residem em instituições se sentem solitários, desamparados, tristes e até
mesmo negligenciados por suas famílias. Baltes e Smith (2006) ressaltam a tendência das
pessoas mais idosas a experimentarem solidão, dependência e comprometimento funcional.
Diante dessa realidade, é crucial adotar uma abordagem cuidadosa e sensível em relação a esse
público. A sociedade tem uma preocupação crescente com o bem-estar dos idosos
institucionalizados, o que resultou em uma demanda significativa por essas instituições devido
ao aumento global na expectativa de vida. No entanto, essa alta demanda frequentemente expõe
a precariedade de algumas instituições (Ribeiro et al., 2009).
De acordo com Ramos (2003) e Rosa (2005), é fundamental que os idosos mantenham o
autocuidado. Quando essa capacidade é comprometida, eles podem ficar vulneráveis à
depressão. Portanto, é importante garantir que suas necessidades pessoais sejam atendidas, a
fim de preservar sua interação consigo mesmos, com o ambiente e com o mundo ao seu redor.
A Teoria da Autonomia Funcional de Lawton e Brody (1969) coloca ênfase na importância
da independência funcional na vida dos idosos. Ela enfatiza que a capacidade de realizar tarefas
essenciais do dia a dia, como se vestir, se alimentar e tomar banho, está diretamente ligada à
qualidade de vida. O objetivo principal dessa teoria é preservar a independência e a
funcionalidade dos idosos pelo maior tempo possível, ajustando o ambiente para atender às
suas necessidades específicas.
A psicomotricidade desempenha um papel fundamental na manutenção da mobilidade e
funcionalidade dos idosos. Como mencionado por Venâncio et al. (2016), essa abordagem
ajuda a preservar a capacidade de movimentação e funcionalidade do corpo, promovendo a
independência nas atividades diárias, como levantar-se, caminhar e se vestir. Essa preservação
da mobilidade é de extrema importância para evitar a perda de autonomia.
Além disso, a psicomotricidade também desempenha um papel relevante na estimulação
cognitiva. De acordo com Piaget (1971), ela contribui para o desenvolvimento cognitivo,
estimulando a concentração, a memória e as funções executivas. Esse estímulo cognitivo é
crucial para manter a mente ativa e prevenir o declínio cognitivo ao longo do envelhecimento.
4. REFERÊNCIAS

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VENÂNCIO, Patrícia. MENDES, Kézia. CASTILHO, Lorena. TOLENTINO, Grassyara.
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departamento de educação física e saúde e do mestrado em promoção da saúde da universidade
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