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CURSO DE PSICOLOGIA
NOME - RA
SÃO PAULO
2022
RESUMO
2
Sumário
INTRODUÇÃO.....................................................................................................................................3
OBJETIVO.............................................................................................................................................5
JUSTIFICATIVA...................................................................................................................................6
MÉTODO...............................................................................................................................................7
DISCUSSÃO.........................................................................................................................................8
CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................................9
REFERÊNCIAS...................................................................................................................................10
RELATÓRIOS SEMANAIS................................................................................................................12
RESENHAS.........................................................................................................................................37
3
INTRODUÇÃO
Sendo assim, de modo natural, ético e integro ao tema, as atividades elaboradas pelas
estagiárias, foram munidas de novas perspectivas e possibilidades para esta nova fase,
estimulando os participantes a terem uma vida saudável, valorizando a sua importância e
eficácia e estimulando-os cognitivamente a cada encontro.
5
OBJETIVO
6
JUSTIFICATIVA
Em todo o mundo, o número de pessoas idosas com idade igual e/ou superior a 60 anos está
crescendo exponencialmente e mais rapidamente que qualquer outra faixa etária. Esse crescimento
é decorrente da redução nas taxas de fertilidade e do acréscimo da longevidade nas últimas décadas
(SCHNEIDER, 2008). Segundo dados da World Health Organization (WHO) a população de
idosos cresceu 7,3 milhões entre 1980 e 2000, totalizando mais de 14,5 milhões em 2000 –
estima-se ainda que o Brasil chegue até 2025 como o sexto país em número de idosos no
mundo (SCHNEIDER, 2008).
7
MÉTODO
DISCUSSÃO
8
CONSIDERAÇÕES FINAIS
9
REFERÊNCIAS
10
CARVALHO, Lucas Pelegrini Nogueira et al. Saúde emocional: como é e como cuidar dela;
Envelhecimento saudável; Qualidade de vida na velhice. Temas sobre envelhecimento: Atividades
cognitivas para idosos, São Carlos: Rima Editora, 2020. Cap. 6, 11, 12. Disponivel em:
https://www.gerontologia.ufscar.br/pt-br/media/arquivos/graduacao/temas-sobre-envelhecimento-
atividades-cognitivas-para-idosos.
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ANEXOS
RELATÓRIOS SEMANAIS
Nos encontramos com as idosas às 15:15h, foi feito um círculo com as cadeiras para
elas se acomodarem. Nos apresentamos em seguida e apresentamos a primeira atividade do
dia, onde nós (grupo 1) levamos 5 palavras (amor, família, saúde, religião e trabalho). Foi
proposto que cada idosa escolhesse uma entre essas palavras, contando um momento de sua
vida que a palavra escolhida à fazia recordar. Em seguida dizer uma música que à fazia
lembrar daquele momento que compartilhou.
V.A pediu para iniciar a atividade e escolheu a palavra amor. Contou que quando
jovem recebido telefonema diariamente de um homem anônimo, com o passar dos dias, foi se
apaixonando pela voz desconhecida, em um desses telefonemas ele passou suas características
físicas e em seguida ela se descreveu, dizendo ser loira dos olhos azuis , mas relatou para nós
que na época tinha luzes no cabelo e que seus olhos não são azuis, ela afirma que tiveram o
primeiro encontro após V.A dizer que se não se encontrassem dessa vez, ela não o daria outra
oportunidade para isso. V.A relatou que os telefonemas eram destinados a outra pessoa, mas o
número foi anotado incorretamente e acabavam caindo em sua linha, hoje estão casados há 50
anos. A música que a faz lembrar desse momento é a música “como é grande o meu amor, por
você” do Roberto Carlos.
M.A deu sequência na atividade com a palavra família, pois recorda a sua mãe, a
música que relata a fazer lembrar é “meu coração”
G.U, também com a palavra família disse lembrar da música “abençoa Senhor as
famílias, amém. Abençoa Senhor, a minha também” do Padre Zezinho.
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O.C escolheu família também por se lembrar de sua mãe, conta que quando mais nova,
cantava uma música que é da língua inglesa, mas não sabia a letra então cantava “me arde
olho” e sua mãe dizia que a levaria no oftalmologista.
V.D escolheu trabalho e contou que já foi dançarina, lembrou da música “mulata
assanhada” da cantora Elza Sores, por ter sido uma das músicas que ela dançava, nesse
momento, ela se levantou e dançou enquanto cantava.
M.P, em seguida, escolheu a palavra amor e enquanto pensava em uma música, G.U a
ajudou cantando a música “É o amor”.
I.E optou pela palavra saúde, e lembrou da música “se um veleiro repousasse na palma
da minha mão” do cantor Jessé, disse que escutava muito essa música em um momento de sua
vida que estava com a saúde debilitada.
A.I preferiu a palavra família e disse que a música seria do Roberto Carlos, pois gosta
de todas as músicas do cantor.
A I.A, escolheu a palavra trabalho, disse que já trabalhou muito durante sua vida e a
música que recorda é “ando devagar, porque já tive pressa”.
I.J disse a palavra saúde, e lembrou da música “meu coração, não sei por quê”.
Em alguns momentos da atividade, foi frisado que se alguém não quisesse, não
precisava participar, pois algumas senhoras estavam demonstrando não querer falar naquele
momento.
Terminando as apresentações, A.S que possui o início de Alzheimer, que mesmo não
conseguindo contar um relato em si, cantou uma música que remetia a sua adolescência e as
demais senhoras presentes ajudaram cantando também.
13
Inicialmente algumas senhoras disseram, que não conseguiriam, afinal pensar em
palavras encadeadas ao mesmo tempo que batessem a bola, não é algo fácil, então brincaram
dizendo “ou uma coisa ou outra coisa”.
A A.S, não realizou as palavras de modo encadeado, mas fez uma relação muito
interessante, ela disse: Rato, Ratoeira, Ratazana, e normalmente conseguiu bater a bola.
Todas aplaudiram no final dessas atividades, pediram para tirarem uma foto com todos
juntos e assim nos despedimos.
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Com os olhos vendados, os idosos foram levados até uma caixa, que estava localizada
no centro da roda onde todos estavam sentados e lhes era entregue um objeto que estava na
caixa. Utilizando apenas o sentido tátil, eles deveriam identificar e falar para os demais o que
era o objeto. Durante a execução deste exercício, observou-se as seguintes especificidades:
V.D. se propõe para ser a primeira. Usa a venda fornecida pelas alunas. Pega o objeto
pote de álcool e acerta no primeiro palpite;
O.C. reclama que o lenço fornecido pelo grupo está transparente. Escolhe garrafa de
água, não acerta e tira a venda. É ela quem escolhe a próxima participante;
M.P. usa a própria máscara para vendar os olhos. Pega o objeto copo e acerta;
V.A. usa a própria camiseta para cobrir os olhos. Tateia um guarda-chuva e acerta;
A.I. faz como a participante anterior e usa a própria roupa para vendar-se. Para o seu
objeto, ela verbaliza: máquina de moer carne. Quando o grupo diz que não é, ela pergunta se é
um brinquedo. Com resposta afirmativa, volta a adivinhar: caminhão de bombeiro, trator! A
resposta aceita é trator. A participante G.I. explica a todos que, na verdade, aquele brinquedo
é a réplica de uma escavadeira e não de um trator;
A.S. é uma senhora com Alzheimer. Uma das alunas se levanta junto com ela e auxilia
na pega do objeto. Também explica novamente a proposta. Ela pega uma pasta de dentes e
acerta;
I.J. retira da caixa uma guitarra de brinquedo. Ela diz violão e a resposta é aceita pelo
grupo;
A aluna S.Y. informa que também quer participar e pega o objeto amassador de alho.
Segundo ela, toda dona de casa sabe bem o que é;
A participante O.C. pede para fazer a dinâmica de novo. Desta vez, ela demora e
parece aguçar a curiosidade dos outros idosos. C.A. chega a se levantar de seu lugar para
tentar ver o que é e ajudar a colega. As alunas informam que quem deve dizer qual o objeto é
O.C. Ela manuseia bastante o objeto, diz que é maquiagem com espelho e tira a venda. O
objeto era um espelho com pente de bolso;
V.A. se anima e pede pra ir de novo também. Fala que está segurando um lápis de
maquiagem. Com a resposta negativa, pergunta, mas é maquiagem, certo? Com resposta
afirmativa, diz rímel. Abre a tampa do objeto e chega a conclusão de que é um gloss;
V.D pede pra ir mais uma vez. Pega um lápis de Itu (lápis de escrever em tamanho
grande, enfeite). Acerta no primeiro palpite;
15
C.A. pede pra participar novamente. Pega um cinto e acerta em menos de cinco
segundos.
M.P. começa a história. Recebe uma boneca e uma lata de cerveja. Nomeia a boneca
de Uhul. A boneca Uhul é uma idosa que gosta de beber cerveja e sofre idaísmo (nessa idade,
bebendo desse jeito?! Pergunta o garçom, no bar). Ela não se importa e continua a beber. Na
hora de ir embora, ela vai caindo e se segurando pelos postes, mas a cerveja não caía;
V.A. recebe guarda-chuva e guitarra. Uhul Não bebia antes, mas tem muitos amigos
que a levaram para o mal caminho. Um dia, deram uma festa da cerveja e estava chovendo
muito a caminho de lá. Uhul bebeu todas na festa e se lembrou que levou uma guitarra. Na
volta para casa, foi cantando a música “eu vou, eu vou, pra casa agora eu vou...”;
A.S. tem ajuda de uma das universitárias para contar sua parte da história. Recebe
canudo de diploma e calculadora. Ela conta a hisrótia dizendo que a Uhul também é estudante
e precisava se formar. Usava a calculadora para somar as dívidas, pois estava endividada;
O.C. recebe um dinossauro feito em crochê e óculos. Em sua parte da história, conta
que a Uhul não tem qualificação para arrumar emprego. Ela tem um cachorro chamado
Astolfo e o ensina a fazer piruetas para ganhar dinheiro. Um dos truques do Astolfo era
procurar os óculos de Uhul e em uma das apresentações, ele quebrou o óculos. Ele ganha
dinheiro suficiente para comprar comida para a Uhul e também para comprar ração;
G.U. pega pasta de dentes e amassador de alho. A Uhul convida Astolfo para ir no bar
beber uma cerveja. Ele não quis ir, porque sabia que ela beberia demais. Uhul então convida
os amigos (O.C. interrompe e comenta ato falho da colega, já que ao invés de se referir à
personagem, em determinado momento ela diz “eu fiz tal coisa”). Uhul bebe bastante e come
comida temperada com muito alho, então vai ao banheiro escovar os dentes. Quando volta
para a mesa, todos os amigos foram embora e ela tem que pagar a conta de todos. Uhul se vê
endividada mais uma vez.
V.D. seus objetos são um pincel de maquiagem e um celular. Em sua parte da história,
Uhul se maquia, tira uma selfie e vai rodar bolsinha pra ganhar mais dinheiro.
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A.I. Pega lápis de Itu e sino. Uhul foi para Itu estudar e virou vendedora de lápis. Fica
milionária e usa o sino pra chamar a empregada;
I.J. recebe um copo e um cinto. Boneca Uhul passa a ser mais saudável, bebendo
muito suco detox. Como agora é rica, se veste muito bem. A história é finalizada e todos
aplaudem e dão muita risada.
Após acomodação do grupo em uma sala reservada pela instituição, identificada como
biblioteca, inicia-se um debate entre professora e alunas do grupo 2, sobre as propostas de
atividades cognitivas do dia, para os idosos que frequentam o centro. Posteriormente à
discussão, foi fechado a atividade backup com o grupo 1, caso restasse tempo, para aplicação
na sequência do grupo 2.
Foi utilizada a mesma sala em que estávamos reunidas, com disposição das cadeiras
enfileiradas, por volta das 15:00h recepcionamos os participantes, onde tivemos a presença de
3 novas integrantes, as senhoras V.C, M.A e L.A. Então foi realizado a explicação de como
seria a dinâmica.
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Inicialmente quem completar o preenchimento da cartela do bingo na vertical,
horizontal ou diagonal, ganhará um brinde. Para preencher o número, precisa saber o
resultado da conta matemática que será sorteada no bingo, na sequência foram entregues aos
participantes uma cartela do bingo, uma folha para realização dos cálculos e uma caneta.
60 – 23 – 10 = 27
50 – 28 = 22
47 – 43 = 4
28 + 10 + 10 = 48
9 x 4 = 36
20 + 21 + 2 = 43
5x3–8=7
55 / 5 = 11
1x1=1
8 x 3 – 8 = 16
44 + 12 + 8 = 64
8 x 8 + 5 = 69
4 x 7 = 28
9 x 9 – 5 = 76
65 + 12 = 77
60 + 12 = 72 Nesse momento o participante C.A, que estava sendo auxiliado por uma
das alunas, disse em alta voz: Falta só um!
6 x 6 + 27 = 63
2+4=6
18
30 + 30 – 1 – 4 = 55 A participante M.P levantou a mão esquerda e disse: Hey please i
made bingo! Afirmando ter feito o bingo. Com alegria foi tirado uma foto com as alunas que
estavam aplicando a dinâmica e retirou o brinde, que foram pulseiras, na sequência ela dividiu
o prêmio com as demais integrantes A.S e I.E.
Desse momento em diante, o grupo 2, explicou que agora o bingo seria da cartela
completa para quem já fez bingo, possibilitando que os demais participantes também
ganhassem prêmios e que o mesmo participante não ganhasse vários prêmios, foi dado
seguimento com a mesma cartela. Continuou então o sorteio dos cálculos matemáticos.
84 + 7 – 13 = 78
20 + 8 + 6 = 34
50 + 60 – 35 = 75
76 – 53 = 23
6 x 3 = 18 A participante estava sendo auxiliada por uma das alunas e nesse momento
ela disse com entonação de satisfação que conseguiu fazer a conta sozinha.
5 x 5 – 10 = 15
17 + 8 + 6 = 31
19 + 4 + 6 = 29
30 + 12 + 5 = 47
50 – 13 = 37
25 / 5 = 5
20 / 2 = 10
6 + 20 + 30 = 56
35 + 30 = 65
5 + 20 + 8 = 33
3x3=9
2 x 4 = 8 A senhora G.U fez bingo diagonal, tirou uma foto com o prêmio que foram
pulseiras e dividiu com as demais participantes A.S e I.E.
7 x 2 = 14
100 – 26 = 74
19
5 x 6 + 8 = 38 Nesse momento C.A gritou bingo! Ficou tão feliz que foi rapidamente
pegar o prêmio, voltou na mesa em que estava para pegar a cartela e comprovar que tinha
acertado, escolheu como prêmio um recipiente de maneira decorativo composto de suas
tigelas e tirou a foto.
12 + 5 = 17
5 x 6 + 9 = 39
23 + 33 – 3 = 53
98 – 25 = 73 O participante C.A achou que tivesse feito outro bingo, mas se enganou.
Continuou – se então o bingo.
24 + 25 + 10 = 59
50 + 35 – 5 = 80
9 + 20 + 20 = 49
52 / 2 = 26
35 + 40 – 9 = 66
25 + 25 + 8 = 58
9 x 6 + 7 = 61
14 + 5 + 3 + 2 = 24
5 x 4 = 20
3 x 5 – 3 = 13
20
5 x 7 = 35
8 x 4 = 32
2x1=2
15 + 15 + 12 = 42
10 + 17 + 3 = 30
9 x 5 + 26 = 71
30 + 10 + 4 = 44
20 + 20 + 20 = 60
12 + 20 + 20 = 52
101 – 82 = 19
A participante I.E pediu para tirarmos uma foto todos juntos. Depois disso as 16:45h
encerramos e nos despedimos dos participantes. Foi uma tarde muito descontraída, com vários
momentos de risos, fotos e partilhas.
No momento que algumas alunas já estavam no portão, para saírem do polo, ocorreu
de duas participantes I.E e G.U que já haviam saído, voltarem bem ofegantes pedindo para
voltarmos também para dentro do polo, nesse momento sem entender ainda o que havia
ocorrido, pedimos que se acalmassem e contassem o que houve.
Elas presenciaram a filha da senhora A.S agredindo - a fisicamente por não ter
conseguido sentar no carro de maneira correta e ao ser advertida por I.E e G.U respondeu de
maneira ofensiva e com palavras de ameaças a sua própria vida.
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Quando uma pessoa está armada em excesso, dizemos que ela está armada até os...? R:
dentes;
A participante V.D apitou primeiro e acertou a resposta.
As pessoas de qual tipo sanguíneo são consideradas doadores universais? R: tipo O+;
A participante A.I respondeu corretamente.
Qual foi o discurso usado inicialmente pelo homem para explicar a origem das coisas?
R: mitológico;
A participante V.A apitou primeiro, mas errou na resposta, então a participante G.U
respondeu corretamente.
Em que ano ocorreu a Copa do Mundo que o Brasil perdeu por 7x1? R: 2014;
A participante V.D respondeu corretamente.
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Quem é o artista que recebeu o troféu de rei do rock? R: Elvis Presley;
A participante V.A respondeu corretamente e complementou a resposta com risos dizendo
que nunca gostou desse cantor.
A dinâmica do show do milhão foi encerrada após a última pergunta bastante disputada
entre os participantes. Observamos que muitas vezes foi difícil de identificar qual dupla havia
conseguido apitar primeiro. De modo geral, todas as duplas foram bastante participativas e
responderam corretamente as perguntas, raramente usando as dicas que estavam disponíveis.
Às 16h16, o grupo 4 distribuiu para os participantes uma folha de caça-palavras para cada,
visando incentivar a atenção seletiva, percepção e concentração, uma vez que era necessário
encontrar palavras que estavam escondidas no meio de várias letras, fazendo o cérebro
realizar buscas sistemáticas constantemente, seja procurando por uma letra específica ou por
padrões/terminações de palavras. O título do caça-palavras utilizado era “Mãe”, e os
participantes deveriam procurar pelas seguintes palavras:
Afago
Amamentação
Amor
Avós
Carinho
Casa
Cuidado
Dedicação
Doação
Família
Irmãos
Lar
Mãe
Proteção
Ternura
O participante C.A mesmo sem ainda ter sido solicitado, achou a palavra “mãe”.
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A participante V.A externou que nunca gostou de caça palavras e palavras cruzadas, a
mesma possui dificuldade de visão, mas participou de tudo e ainda pediu para o grupo uma
folhinha a mais para entregar ao seu marido, afirmando que ele sempre gostou de fazer esse
exercício.
Foi colocado na parede da biblioteca um TNT do teto ao chão da cor rosa onde estava
escrito a palavra “depressão” de modo vertical, tema voltado para a atividade do dia. Assim
que as participantes foram entrando na biblioteca e foram sendo direcionadas pelas estagiárias
para se sentarem, a participante O.C. se mostrou um tanto decepcionada com o assunto, pois
segundo ela, já convive com a doença há muitos anos e não era um assunto de seu agrado.
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As atividades trabalharam os aspectos emocionais de memória afetiva, coordenação
motora fina, atenção, linguagem e criatividade. As estagiárias começaram então explicando
brevemente sobre depressão e algumas possíveis causas, como baixa interação social, luto,
ausência de laços afetivos com familiares e amigos, entre outras causas biológicas e
psicológicas, além do próprio envelhecimento ser um fator de risco. Pensando em coisas que
podem ajudar uma pessoa deprimida, os participantes também foram incentivados a práticas
de autocuidado como atividades físicas e ao ar livre, manter uma alimentação saudável,
participar de grupos (neste momento, uma das participantes deu o exemplo de se reunir no
Polo com as meninas) e atividades que julguem divertidas e prazerosas, dessa forma
aumentando a autoestima e qualidade de vida.
A terceira parte, onde cada participante deveria falar ao menos uma palavra que
escolheu sucedeu-se da seguinte forma:
● I.E – escreveu dança pois gosta muito de dançar e sempre se sente bem;
● O.C – escreveu roda de amigos pois adora conversar, rodízio de sorvete e pescar;
● V.D – escreveu amor, desejo, passear, sambar, esperança, amarula (pois gosta de
beber e conversar com as amigas), e se apaixonar;
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● G.U – escreveu dançar, amor, palhaçadas, rir com os amigos;
A participante G.U trouxe um exemplo de uma pessoa de sua família que estava passando
por um momento depressivo com internações e medicamentos, para dizer a importância de
não ignorar os sinais e procurar ajuda e meios para buscar se sentir melhor, e o quanto a
atividade do dia tinha feito ela refletir sobre isso.
Após esse momento, foi retirado o TNT que estava na parede com a palavra depressão e
por baixo foi revelado o tronco de uma árvore, onde os participantes foram usando de
criatividade para colar as folhas nas quais haviam escritos as palavras positivas e formar uma
árvore cheia de folhas simbolizando as coisas boas que eles mesmos escreveram
anteriormente, cada participante levantou-se, escolheu o lugar e então colou as suas folhas.
O fechamento ocorreu com a seguinte frase: “Quando você faz coisas que te deixam feliz,
que te motivam a viver, a se cuidar e a ser melhor todos os dias, a sua árvore floresce, cresce e
evolui, tornando os seus dias calmos, seguros e com saúde para viver. Floresça!” Contida no
Livro Temas sobre envelhecimento, Atividade Cognitivas para Idosos, página 114, São Paulo
– SP, Editora Rima Editora, 2020.
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de como seria e que se surpreendeu muito positivamente. Os participantes também retiraram
um breve momento para tirar fotos do resultado da árvore ou até mesmo posar ao lado dela.
- Enquanto desenha um circulo com a mão direita, bata na perna esquerda com a mão
esquerda;
- Pintar o círculo novamente, mas dessa vez com a mão esquerda e com a mão direita
faça círculos na barriga;
- Pintar com a mão direita e fazer círculos com a mão esquerda na cabeça;
- Pintar com a mão esquerda e segurar a orelha direita com a mão direita;
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Depois disso a estagiária orientou a mudar a forma geométrica para um quadrado e
então continuou com os comandos.
- Desenhar um quadrado com a mão direita e com a mão esquerda fazer quadrados no
joelho esquerdo,
- Pintar com a mão esquerda o quadrado e com a direita desenhar quadrados no ar,
Foi entregue uma bolinha para cada participante que fosse o primeiro da fileira das
cadeiras e a figura geométrica mudou para um triangulo e prosseguiu com os comandos:
- Enquanto pinta com a mão direita, passe a bolinha para o participante que está no
acento de trás com a mão esquerda e depois com a mesma mão, o último participante retorna
a bolinha para quem está no acento a sua frente, até chegar no primeiro da fila,
Nesse momento foi observado que a maioria dos participantes não conseguiram
realizar esse comando. Finalizado os comandos, foi feito o fechamento da importância de
estimular o nosso corpo e mente a fazerem atividades diferentes e dificultosas.
A primeira música tocada foi “Tocando em Frente de Almir Sater”. Depois a estagiária
perguntou o que essa música trouxe a memória dos participantes.
A participante O.C foi a primeira a falar. Compartilhou com muita emoção que essa
canção dava vontade de chorar, mas não um choro de tristeza, mas de saudade. Talvez do
tempo em que tinha saúde, a qual não tinha o diagnóstico da esclerose múltipla, no qual foi
lhe dado apenas 24 horas de vida, mas não desistiu de viver, então é uma saudade boa,
momento de vencer uma luta.
Participante M.P, desenhou vários passarinhos, dizendo que essa música recorda a
calma e silêncio.
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G.U disse que sempre quis levar a vida devagar, mas sempre foi levada a ter uma
rotina corrida, mas a canção remeteu a lembrar de quando viajava e então tinha um ritmo mais
calmo.
A participante M.L disse que lembrou das lembranças do amor que não tem mais, que
foi embora, e por isso hoje anda devagar. Ela chorou e foi abraçada por uma estagiária nesse
momento.
A.S disse que tentou fazer uma coisa redonda, mas não ficou muito arredondada, foi a
tentativa de desenhar o seu próprio cérebro, afirmando que pensa que esse órgão que está
dentro do “cacuruto” é arredondado, mas que o dela é esquisito. Essa participante possui
Alzheimer, talvez essa foi a maneira em que a mesma se identifica, como alguém que possui
um cérebro imperfeito.
A professora nesse momento, instigou a participante A.S a falar um pouco mais sobre
o que a canção a remeteu, então a mesma respondeu que pode morrer, mas não ficará louca.
Foi colocado então a próxima música “O Sol de Jota Quest” e foi dado o tempo para
desenharem, na sequência a estagiária pediu para quem não tivesse compartilhado ainda,
pudesse falar, mas alguns participantes, quiseram participar novamente.
G.U disse que essa música não lembra o amor, pois afirma já ter desistido, mas que é
uma boa canção para ouvir em um barzinho bebendo.
O.C disse que sua filha, começou a andar com 10 meses de vida e desde então nunca
mais parou, nada a segurou dali em diante, por isso desenhou uma criança, e então a canção a
fez trazer de volta a criança que á dentro de si.
M.P desenhou sete pandeiros e uma bandeira da portela, pois essa canção é um samba
bonito.
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L.O desenhou o carnaval, com muita alegria.
A.I lembrou da palma da mão de sua mãe, pois a mãe tudo ensina mesmo que
indiretamente, com o seu próprio exemplo. Essa memória ocorreu, pois, nessa canção tinha o
som de palmas batendo.
C.A novamente interagiu complementando que a pessoa que desenhou saiu correndo
na chuva, porque a música tinha o ritmo acelerado.
Após essas partilhas, a estagiária disse que houve um pedido especial, então seria
tocado uma canção solicitada pela participante A.S. do Nilton Nascimento “Travessia”. A
participante em questão se levantou e saiu andando pela biblioteca e cantando a canção
tocada.
Por volta das 15:10h, os idosos começam a chegar na biblioteca e são recepcionados
pelas alunas. Às 15:30h, o grupo 2 inicia as atividades. As alunas preparam atividades de
matemática, jogo dos sete erros e coordenação motora para os idosos. As outras alunas, não
integrantes do grupo citado, auxiliam os idosos em suas tarefas. A cada rodada, os
participantes recebiam uma folha com a atividade proposta e uma das alunas dava instruções
no centro da roda de como a atividade deveria prosseguir. Os integrantes do grupo interagiram
bastante. M.C e O.C. fizeram piadas sobre passar cola para outros participantes. Na atividade
de jogo dos sete erros, alguns idosos identificam que, na verdade, há nove erros e não sete.
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Relatório: Oitava semana.
Ficou alinhado o horário de saída do polo as 13h para os idosos e demais participantes
e as estagiárias, irem direto ao local de encontro que será no Parque Água Branca, Barra
Funda, São Paulo. O cronograma para essa data, será iniciado com as atividades com o
professor Alexandre com aplicação da aula de yoga, na sequência a atividade cognitiva
através de dinâmica da teia de barbante, o piquenique e então a liberação para conhecerem o
parque, finalizando assim o dia.
Enquanto a dança coletiva ocorria em maneira de roda com balanço do corpo no ritmo
da música, algumas orientações eram dadas para realização, como levantar e mexer os braços,
pular, mudar o sentido da roda para o lado oposto, trocar o par, túnel, onde casais passavam
por baixo de um túnel formado pelos outros casais, dança de duplas e formação de caracol.
Foram cerca de 20 minutos nessa atividade, seguido de uma pausa rápida para beberem água.
As 15:36h, iniciou a segunda atividade, sendo conduzida pela participante V.D, que
era dançarina do programa Chacrinha. Essa atividade foi a aplicação de três coreografias com
músicas animadas.
Foi possível observar que alguns participantes idosos e também estagiárias, deixaram
de realizar a atividade, sentando nas cadeiras ao redor, devido ao cansaço e ao nível de
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dificuldade da demanda que estava sendo passada. O encerramento dessa etapa foi as 16:10h,
sendo liberado outro intervalo rápido.
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Todos – alunas e idosos – levaram comes e bebes para compartilhar neste dia. Às
14:40 foi organizado no espaço piquenique do parque da Água Branca duas mesas, forradas
com toalhas, com os comes e bebes. A confraternização intergeracional se estabeleceu,
enquanto uns experimentavam os pratos dos outros. Muitas idosas aproveitaram o momento
para aconselhar as alunas sobre sua formação e dar feedbacks isolados sobre o quanto foram
significativas as atividades cognitivas realizadas no polo. Idosos e alunos aproveitaram o
momento para registrar fotos e selfies.
Por volta das 15:30h, um funcionário do parque, que estava próximo ao grupo, iniciou
um mini curso sobre como cuidar de orquídeas, atraindo a atenção da turma. Enquanto o curso
acontecia, algumas alunas aproveitaram para reorganizar as mesas de alimentos, recolhendo
lixo ou redistribuindo doces, por exemplo. No decorrer do curso, muitos idosos fizeram
perguntas sobre os cuidados com a planta. Quando todas as dúvidas foram sanadas, o grupo
auxiliou o plantio de uma orquídea em uma das árvores do parque. No espaço piquenique,
havia alguns animais circulando, como galinhas, patos, galos e pintinhos. Um morador de rua
aproximou-se do evento e começou a mexer no lixo. Duas alunas separaram um prato com
alimento e ofereceram ao morador, que pediu mais um prato para que pudesse levar ao seu
colega, que também estava com fome. Ao final da aula sobre orquídeas o professor sorteou as
plantas que usou na explicação a pedido das idosas. As alunas Emília e Katerinne
perguntaram para a coordenadora do polo sobre a quantidade de idosos presentes naquele dia,
visto que as alunas haviam preparado uma lembrança (um álcool gel personalizado) para
distribuir aos participantes. A coordenadora informa que vieram entre 40 e 45 idosos naquele
dia.
Após o sorteio das orquídeas, a professora Leila reúne as alunas no centro da roda
formada pelos idosos e agradece pelo semestre. Toca-se a música “deixa a vida me levar” do
Zeca pagodinho em uma caixa de som e idosos e alunas cantam juntos. Após este momento,
as alunas distribuem a lembrancinha e se despedem das idosas com beijos e abraços. O espaço
é organizado de forma coletiva e se encerram as atividades cognitivas do semestre.
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RESENHAS
Resenha: Texto 1
Nos últimos anos, a população idosa tem crescido cada vez mais no mundo todo, fator
ocasionado pelo baixo índice de fertilidade e pelo aumento da longevidade.
Ser idoso, é algo considerado ofensivo no contexto geral da sociedade ocidental, pois
entende-se que são pessoais enfermas, incapacitadas, vulneráveis, próximas da morte,
inativas, não produtivas e ultrapassadas. Este tipo de pensamento, por muitas vezes, ignora a
singularidade do indivíduo e toda sua construção de repertório ao longo da vida. Discute-se
ainda, o fato de que esta maneira de enxergar o idoso entra em atrito com a projeção da
maioria das pessoas de viverem muitos anos.
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As pessoas idosas passam desafios enormes, desde psicológicos, físicos a até mesmo
social. Possuem a difícil missão de manterem o seu valor e diretos diante da sociedade,
independentemente de sua idade.
Um dos conceitos existentes referentes a esse tema é da Idade Psicológica, que pode
considerar a idade cronológica junto as capacidades psicológicas ou pelos padrões de
comportamentos obtidos ao longo da vida, sendo então uma construção das ações realizadas
em sua trajetória.
Diante disso, é possível compreender que a maneira de classificar uma pessoa como idosa,
vai muito além da idade que possui, no qual há muitos desafios envoltos de preconceitos e
exclusões, assunto que deve ser estudado, respeitado e disseminado culturalmente.
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