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1591)
Maria Eduarda Centurion (092.1812)
Renata dos Santos França (092.1811)
Ranny Silva (092.1775)
Relatório de Estágio
A influência sociocultural no desenvolvimento do adolescente autista
Campo Grande
2022
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Relatório de Estágio
A influência sociocultural no desenvolvimento do adolescente autista
Campo Grande
2022
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Dados de identificação
Identificação da instituição formadora- Unigran Capital, Rua Abrão Júlio Rahe, 325 - Centro,
Campo Grande - MS, 79010-010; Telefone: (67) 3389-3389.
Local do Estágio- Unigran Capital, Rua Abrão Júlio Rahe, 325 - Campo Grande - MS.
Nome dos Alunos- Camila Reinehr, Juliana Rosa, Maria Eduarda Centurion, Renata dos
Santos França e Ranny Silva.
Período de Estágio:
Agradecimentos
ÍNDICE
1. Introdução ….......................................................................................................................5
2. Fundamentação teórica.......................................................................................................6
3. Metodologia.........................................................................................................................12
4. Considerações finais...........................................................................................................13
5. Rerefências..........................................................................................................................14
6. Assinatura do supervisor...................................................................................................16
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1. Introdução
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é definido como um transtorno do
neurodesenvolvimento que envolve atrasos e comprometimentos nas áreas da linguagem e
interação social, além de comportamentos repetitivos e estereotipados, com sintomas que
variam de acordo com o diagnóstico diferencial e a individualidade de cada sujeito.
(GREENSPAN; WIEDER, 2006).
Todavia, de acordo com Vigotski (1988), independentemente da condição biológica do
indivíduo, o ser humano é constantemente influenciado pela sua interação com o meio
sociocultural, visto que, é um ser ativo que enquanto age no mundo é moldado por ele. Deste
modo, dando ênfase à fase da adolescência, período caracterizado por inúmeras transições
fisiológicas, emocionais, psicológicas, sociais e culturais. Compreende-se, sobretudo, os
aspectos socioculturais como modeladores da construção deste indivíduo no mundo.
Ademais, é válido constatar que a evolução de cada pessoa autista, varia de acordo com
suas condições biológicas e ambientais, isto é, sua estrutura familiar, contextos sociais, e
recursos de intervenção e tratamento. Posto isto, os sintomas do autismo podem apresentar
considerável melhora com o passar da idade, sendo na adolescência mais perceptível
dificuldades relacionadas ao âmbito social, à medida que, a sociedade espera desta idade uma
elevação no nível das interações sociais.
Embora, Baumeister e Leary (1995), aponta que os seres humanos possuem como
necessidade básica o pertencimento a grupos e a busca por relações sociais profundas e
positivas. Percebe-se que, o desenvolvimento psicoafetivo e a independência esperados para
esta fase, junto às complexas demandas educacionais e sociais, tornam-se obstáculos ainda
maiores para o interesse do autista nas interações sociais. Sendo que, a insatisfação de tal
necessidade social está intimamente associada a consequências negativas, tanto psicológicas
quanto fisiológicas (Cacioppo, Hawkley & Thisted, 2010; Cornwell & Waite, 2009).
Em vista disso, o seguinte trabalho, por meio de uma revisão bibliográfica e descritiva
acerca do Transtorno do Espectro Autista e este na adolescência. Dispõem do objetivo fulcral
de caracterizar o grupo dos adolescentes autistas, tendo como ponto de partida, seus aspectos
biológicos e socioculturais como influenciadores da construção deste grupo, baseando-se na
teoria vygotskiana (1982), do meio social como determinante no desenvolvimento humano.
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2. Fundamentação teórica
2.1 A influência sociocultural no desenvolvimento humano
Segundo o psicólogo Lev Vygotsky (1982) o meio social é determinante no
desenvolvimento humano, de modo que a aprendizagem só se dá pela interação com o outro.
Assim, pode-se afirmar que o homem não nasce individualizado, mas sim que o processo de
aprendizagem e subjetividade são construídos por ele através de suas interações sociais e
mediações. Além disso, o autor defende a concepção de que o sujeito é ativo neste processo,
pois age sobre o meio, modificando ele e sendo moldado por ele.
Sob esta perspectiva, a teoria vygotskyana concebe o homem como um ser histórico e
produto de um conjunto de relações sociais, como da cultura, a qual integra historicamente a
natureza humana, em sua constituição, e perpassa o desenvolvimento do próprio sujeito,
assim como da própria espécie humana. Deste modo, Vygotsky, aponta que a concepção do
ser humano está condicionada ao processo relacional com o seu contexto social.
Outrossim, é válido ressaltar que o autor aponta a linguagem como ferramenta social,
que tem por função inicial a de comunicação, expressão e compreensão. Tendo em vista, o
processo de desenvolvimento como alicerçado a linguagem, a qual faz mediação no processo
relacional e promove, em ampla instância, a relação do homem com o mundo.
Além da linguagem, Baumeister e Leary (1995) argumentam que os seres humanos
possuem a necessidade básica de pertencimento, da busca por relações sociais profundas e
positivas. De acordo com os autores, tal necessidade é fundamental, básica para uma vida
saudável e satisfatória e está presente em todos os indivíduos. Sendo que, a insatisfação desta
necessidade está intimamente relacionada a consequências negativas, tanto psicológicas
quanto fisiológicas (Cacioppo, Hawkley & Thisted, 2010; Cornwell & Waite, 2009).
Diante destas idéias, compreende-se que a subjetividade é desenvolvida com base
naquilo que se é apresentado, do que foi estabelecido em grupo e da percepção individual de
cada um. À medida que, são nessas relações e mediações que se produz e continua a ser
produzido a subjetividade, posto que, esta não é estática, mas sim dialética, permanecendo em
movimento, sendo construída no decorrer das vivências e interações com o meio.
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3. Metodologia
O presente trabalho, refere-se a uma pesquisa bibliográfica e descritiva das áreas da
Psicologia, Psicologia Social, Saúde e Educação, com ênfase nas publicações científicas e
qualitativas dos estudos sobre o Transtorno do Espectro Autista e este na adolescência.
Assim, por meio deste método, foi possível realizar a análise de dados de forma sistemática e
ordenada, contribuindo ao desenvolvimento da pesquisa (ROMAN, FRIEDLANDER, 1998).
Em vista disso, delineou-se como ponto de partida a conceitualização e caracterização
dos seguintes temas da pesquisa: A influência sociocultural no desenvolvimento humano,
com base na teoria vygotskiana (1988); O Transtorno do Espectro Austista, historicidade,
diagnóstico e características de acordo com dados do DSM-5 (2014); do Centro de Controle
de Doenças e Prevenção nos EUA (CDC, 2021) e autores relevantes da área, como: Daniel
Fuentes et al (2014) e Ana Sella e Daniela Ribeiro (2018); Características e transições da
adolescência, segundo Amaral (Psicologia da educação, 2007); E o Transtorno do Espectro
Autista na adolescência, com base nos autores: Klin (2006), Minatel e Matsukura (2015).
Deste modo, além das referências bibliográficas, o trabalho teve como processo de
coleta, seleção e sistematização dos artigos de pesquisa foram nas bases de dados virtuais:
Scielo (Scientific Electronic Library Online), Revista Educação Especial e Youtube.
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4. Considerações finais
O presente trabalho dispõe do objetivo central de caracterizar o grupo dos adolescentes
autistas, tendo como ponto de partida, seus aspectos biológicos e socioculturais como
influenciadores da construção deste grupo, baseando-se na teoria vygotskiana (1982), do meio
social como determinante no desenvolvimento humano.
Deste modo, caracteriza-se como autismo o prejuízo funcional nas áreas da
comunicação, interação social e comportamento, sendo que, para diagnóstico não é necessário
apresentar defasagens nos três viés associados ao autismo. Tendo em vista, que estes variam
de acordo com a individualidade e diagnóstico diferencial de cada pessoa.
Além do mais, tratando-se de uma condição crônica, compreende-se que os desafios e
demandas vivenciadas pelos autistas e suas figuras familiares se modificam ao longo do
tempo, podendo ter maior ou menor impacto a depender das possibilidades biológicas e
sociais de desenvolvimento da pessoa autista, como: possíveis comorbidades, estrutura
familiar, contextos sociais que estão inseridos, recursos e instituições de apoio disponíveis.
Em contrapartida, vê-se que os aspectos socioculturais presentes na sociedade atual
dificultam ainda mais o interesse dos autistas na busca pela vivência das interações sociais.
Além do mais, o déficit de ações e políticas públicas prejudicam o diagnóstico e tratamento
precoce, fomentando em possíveis comorbidades como, ansiedade e depressão.
Portanto, além da necessidade de pesquisas brasileiras mais atualizadas na área, nota-se
como fulcral para o desenvolvimento e qualidade de vida dos adolescentes autistas, que a
sociedade firme uma postura de responsabilidade ativa na construção de meios de inclusão,
como o cumprimento e fiscalização das leis que garantem essa compreensão.
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5. Referências
AMARAL, Vera Lúcia. Psicologia da educação. Natal, RN: EDUFRN, 2007. Disponível
em:http://www.ead.uepb.edu.br/arquivos/cursos/Geografia_PAR_UAB/Fasciculos%20-%20
Material/Psicologia_Educacao/Psi_Ed_A05_J_GR_20112007.pdf. Acesso em março de 2022.
BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei 8.069/90. São Paulo, Atlas, 1991.
BRASIL. Lei Berenice Piana, nº 13.977 DE 08 DE JANEIRO DE 2020. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/lei/L13977.htm. Acesso em maio
de 2022.
BRASIL. Estatuto do Idoso. LEI No 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.741.htm. Acesso em maio de 2022.
BRASIL. Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro
Autista. LEI Nº 12.764, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2012. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm. Acesso em maio
de 2022.
BUENO, J. G. Crianças com necessidades educacionais especiais, política educacional e a
formação de professores: generalistas ou especialistas. Revista Brasileira da Educação
Especial, v.3, n. 5, pág. São Paulo, 1999.
Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Dados e Estatísticas sobre Transtorno do
Espectro Autista. (ADDM), 2021. Disponível em:
https://www.cdc.gov/mmwr/volumes/70/ss/ss7011a1.htm. Acesso em março de 2022.
CHARLOT, B. Da relação com o saber: elementos para uma teoria. Porto Alegre: Artes
Médicas Sul LTDA, 2000.
FUENTES, D; et al. Neuropsicologia: teoria e prática - 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
6. Assinatura do supervisor
De acordo:
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