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Ana Claudia Galhardo

“Oficina de estimulação psicomotora e cognitiva: Uma experiência com


ludicidade”.

UNISAL / LORENA

2016
Ana Claudia Galhardo

“Oficina de estimulação psicomotora e cognitiva: Uma experiência com


ludicidade”.

Projeto apresentado à Disciplina


Estágio de Educação e
Compromisso Social
(Modalidade Aprendizagem e
Experimentação), curso de
Psicologia, Centro UNISAL,
U.E. de Lorena.
Área de pesquisa (Unisal):
Realidade Infantil e Cidadania.
Área de Concentração:
Psicologia Educacional e
Escolar.
Linha de pesquisa: Educação
Formal, não Formal e Informal
Orientadora: Prof.a Dr.a Alda
Patrícia Fernandes Nunes
Rangel CRP:

UNISAL / LORENA

2016
Sumário

1. Justificativa ..................................................................................................... 4

2. Fundamentação teórica .................................................................................. 5

3. Objetivos ........................................................................................................ 8

3.1 Objetivos gerais ........................................................................................ 8

3.2 Objetivos específicos ................................................................................ 8

4. Metodologia .................................................................................................... 9

4.1 Participantes ............................................................................................. 9

4.2 Material ..................................................................................................... 9

4.2.1 Material de Uso Teórico ...................................................................... 9

4.2.2 Material de Uso Prático....................................................................... 9

4.3 Procedimentos .......................................................................................... 9

4.4 Plano de ação: ........................................................................................ 10

5. Cronograma ................................................................................................. 11

6. Referências .................................................................................................. 12
1. Justificativa

A psicomotricidade é considerada um elemento educativo, instrumento


importante para aguçar a percepção, estimular a atenção e contribuir
efetivamente nos processos mentais, especialmente em pessoas com
deficiência. Para Fonseca (1988) o desenvolvimento psicomotor da criança e
as dificuldades de aprendizagem estão intimamente ligados. Sendo assim,
Lapierre (2002) complementa que se a criança tem deficiências que a impedem
de chegar ao cognitivo, é porque o ensino que recebeu não respeitou as etapas
de seu desenvolvimento psicomotor. Sendo assim, as brincadeiras
aparentemente simples são fontes de estímulos ao desenvolvimento cognitivo,
social e afetivo da criança com deficiência. Brincando, a criança tem a
oportunidade de exercitar suas funções psicossociais, experimentar desafios,
investigar e conhecer o mundo de maneira natural e espontânea. Vygotsky
(1998) afirma que a arte de brincar pode ajudar a criança a desenvolver-se, a
comunicar-se com os que a cercam e consigo mesma.

A escola Madre Cecília objetiva a orientação global da educação de


pessoas com deficiência física, intelectual, auditiva e visual. O foco das oficinas
desse projeto é estimular a psicomotricidade e a cognição através da
ludicidade, em crianças de 5 a 11 anos.

O caráter lúdico das atividades que serão desenvolvidas nas oficinas, o


contato com o ambiente educacional de ensino especial e o esforço de elaborar
técnicas e estratégias no âmbito psicomotor e cognitivo certamente contribuirão
para o desenvolvimento de competências acadêmico-profissional.

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2. Fundamentação teórica

O desenvolvimento humano acompanha a vida de qualquer indivíduo.


Condicionado pelas trocas recíprocas, Almeida (2008) salienta que este
desenvolvimento inicia-se com o nascimento e através da linguagem a criança
é inserida na sociedade. Em cada fase ocorrem mudanças psicomotoras,
físicas, emocionais e psicossociais. Cada mudança exige o fim de uma etapa
para que a outra aconteça, são interdependentes e acontecem de forma
universal.

A família como primeiro grupo social, ao transmitir a linguagem auxilia a


criança na socialização e aquisição da cultura. Porém, é no ambiente escolar
que essa criança aumenta os níveis de relações interpessoais e desenvolve
suas habilidades e competências.

A psicomotricidade engloba vários fatores de ordem física, psíquica,


neurológica e sociocultural que atuam em conjunto para que se dê o processo
de aprendizagem e socialização. A psicomotricidade é atuante desde o
nascimento de um indivíduo, permanecendo até a velhice, sendo assim um
processo contínuo.

De acordo com a Sociedade de Psicomotricidade Brasileira (1984),


define a psicomotricidade como uma ciência que tem por objeto o estudo do
homem através do seu corpo em movimento, nas suas relações com seu
mundo interno e externo. A psicomotricidade envolve toda a ação realizada
pelo indivíduo que represente suas necessidades e permita sua relação com os
demais. É a integração psiquismo-motricidade. É a junção das atividades do
homem desenvolvidas através de seu sistema nervoso e pelo seu psiquismo,
englobando as sensações, percepções, imagens, pensamento, afeto e etc.

As funções da psicomotricidade envolvem: coordenação motora, noção


de tempo e espaço, movimentos reflexos, memória, atenção e etc. Tais
funções, tão importantes no desenvolvimento humano, estão incluídas nas
relações interpessoais, através destas adquirem o autoconhecimento e novos
conhecimentos que aguçam a curiosidade e aprimora a inteligência.

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De acordo com Piaget (1980 apud Rizzi e Costa 2004) o
desenvolvimento intelectual é divido em quatro principais períodos ou estágios
ao que se refere às suas estruturas intelectuais. Cada estágio é dependente do
anterior e acontecem na mesma ordem e sequência para todas as crianças,
porém não com a mesma velocidade; cada criança possui seu ritmo, mesmo
estando na mesma faixa etária e também se aplica às crianças com
deficiências. Toda essa socialização fortemente iniciada na vida escolar é
percebida nos jogos, atividades grupais e brincadeiras. Sutton-Smith (1972
apud Strommen, 1983) afirma que através da brincadeira a criança possui um
atributo humano valioso muito importante, que é poder desfrutar da vida,
através da diversão.

Pierre Vayer (1978 apud Clément Launay 1984) evidencia que a


educação psicomotora é uma modalidade educativa global, necessária a toda
criança, seja ela normal ou deficiente. Ela comporta múltiplas atividades, cada
uma em sequência, seguindo etapas sucessivas. Para Clément Launay (1984)
a educação psicomotora deveria ser uma parte integrante da educação e que
deveria fazer parte integrante das atividades educativas, quer se trate de
crianças normais, deficientes intelectuais ou qualquer criança deficitária, não
sendo uma técnica especializada a ser utilizada somente em certos casos, mas
como uma atividade necessária a todas as crianças, contribuindo para seu
desenvolvimento e qualidade de vida.

Embora apresentem atrasos no seu desenvolvimento cognitivo e/ou


motor, crianças com deficiência, também necessitam de atividades lúdicas no
seu dia a dia. Talvez até mais do que as outras crianças, por necessitar de
muito mais estímulos para desenvolver suas habilidades cognitivas, motoras e
sensoriais.

Em relação à importância do jogo para o desenvolvimento da criança


com deficiência, Ide (2008, p.97) afirma que o jogo possibilita à pessoa com
deficiência aprender de acordo com o seu ritmo e suas capacidades, além de
propiciar a integração com o mundo por meio de relações e vivências.

Na concepção de Piaget (1975), o desenvolvimento do conhecimento é


um processo espontâneo, ligado ao desenvolvimento do corpo, do sistema

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nervoso e das funções mentais. Já a aprendizagem situa-se ao lado oposto do
desenvolvimento, pois geralmente é provocada por situações criadas pelo
educador. Para ele, aprendizagem é colocada como aquisição em função do
desenvolvimento. Piaget valoriza a prática lúdica para que o desenvolvimento
infantil seja harmonioso, pois tal atividade propicia a expressão do imaginário, a
aquisição de regras e a apropriação do conhecimento. No que concorda
Kishimoto (2008, p.32), baseada em Piaget, quando afirma que “[...] ao
manifestar a conduta lúdica, a criança demonstra o nível dos seus estágios
cognitivos e constrói conhecimentos”.

Sendo assim, os jogos e as brincadeiras são instrumentos que devem


ser explorados na escola como um recurso pedagógico de grande valia, pois
além de desenvolver regras de comportamento, o jogo atua na zona de
desenvolvimento proximal, ou seja, a criança consegue realizações numa
situação de jogo, as quais ainda não é capaz de realizar numa situação de
aprendizagem formal.

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3. Objetivos

3.1 Objetivos gerais

Proporcionar o desenvolvimento psicomotor e cognitivo em crianças com


deficiência em centro especializado.

3.2 Objetivos específicos

Estimular processos corporais e cognitivos, por meio de oficinas que


propiciem atividades que envolvam o movimento, o intelecto e o afeto, através
da ludicidade.

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4. Metodologia

4.1 Participantes

O público-alvo são crianças com deficiência, de 5 a 11 anos, atendidas


na escola Madre Cecília.

4.2 Material

4.2.1 Material de Uso Teórico

Artigos científicos, livros, filmes e documentários relacionados aos


temas: psicomotricidade, desenvolvimento humano com foco na infância e
atividades lúdicas.

4.2.2 Material de Uso Prático

Brinquedos e jogos desenvolvidos artesanalmente com materiais


reciclados ou adquiridos comercialmente e do acervo da instituição.

4.3 Procedimentos

De acordo com o conteúdo visto nos materiais teóricos, serão


elaborados brinquedos e brincadeiras para estimular e desenvolver habilidades
psicomotoras e cognitivas. Por meio de oficinas os participantes serão
encorajados a interagir durante as atividades, através da recreação e o
despertar da curiosidade, desenvolvendo valores de convivência, atividades
artesanais, utilizando da música, livros de histórias infantis, fantoches etc.

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4.4 Plano de ação:

Encontros Estratégias
Estimulação de espaço corporal através
de jogo. Utiliza-se o espaço da sala,
divide-se o espaço total e o espaço da
1 Noção de espaço corporal localização da criança, para que ela
perceba o seu corpo, sua voz e suas
ações dentro deste espaço, andar sobre
fitas localizadas no chão.

Observação do ritmo interno, jogos com o


uso da musicalidade, assim como a
2 Atividades rítmicas
brincadeira de estátua e expressão livre
do ritmo.
Dramatização de histórias através do uso
de fantoches que demonstrem as
3 Jogos de dramatização, capacidades individuais e grupais,
narração de histórias abordando temas de valores de
convivência, competição sadia, partilha,
afetividade, dentre outros.
Estimulação:
cognitiva;
4 Pintando com os dedinhos;
coordenação motora fina;
Arteterapia
reconhecimento de formas;
criatividade.
Desenvolvimento do esquema corporal
5 Conhecendo o corpo: suas
por meio de junção das partes do corpo,
partes e o todo
com colagem e bexiga.
Pareamento dos números com
6 Conhecendo os números
instrumentos confeccionados com sucata.
Pareamento das letras com instrumentos
7 Conhecendo o alfabeto
confeccionados com sucata.
8 Quebra-cabeça Estimulação cognitiva.
9 Brincadeiras Uso de corda, cantigas, etc.
Apresentação dos sentimentos por meio
10 Reconhecendo as emoções
de desenhos e diálogo.
Preenchimento das figuras com recortes e
11 Colagem
colagem.
12 Fechamento: Confraternização Lazer, diversão, música.

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5. Cronograma

Primeiro Semestre
Atividades Março Abril Maio Junho
Conhecendo a instituição X
Conhecendo os participantes X
Elaboração do projeto X
Encontro 1 X
Encontro 2 X
Encontro 3 X
Encontro 4 X
Encontro 5 X
Encontro 6 X
Encontro 7 X
Encontro 8 X
Encontro 9 X
Encontro 10 X
Encontro 11 X
Encontro 12 X
Finalização do projeto X

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6. Referências

ALMEIDA, Gizela Bastos da Mota. A infância: a socialização e o brincar da


criança. Disponível em :
http://www.fmb.edu.br/revista/edicoes/vol_3_num_1/A_INFANCIA_A_SOCIALI
ZACAO_%20E_O_BRINCAR_DA_CRIANCA.pdf
Acesso em: 04 abr. 2016 às 11h00.

ALVES, Fátima. Psicomotricidade: Corpo, Ação e Emoção. 4. ed. Rio de


Janeiro: Wak, 2008.

FONSECA, V. Manual de Observação Psicomotora, Significações


Psiconeurológicas dos Fatores Psicomotores. Porto Alegre: Artes Médicas,
1995.

IDE, Sahda Marta. O jogo e o fracasso escolar. In: KISHIMOTO, Tisuko M.


Jogo,brinquedo, brincadeira e a educação. São Paulo: Cortez, 2008. p. 89-
107.

KISHIMOTO, Tisuko M. O jogo e a educação infantil. São Paulo: Pioneira,


1994.

LAPIERRE, A. A educação psicomotora na escola maternal. São Paulo:


Manole, 1986.

OLIVEIRA, Liede; SOUZA Emilene. Brincar para comunicar: a ludicidade


como forma de socialização das crianças. Disponível em:
<http://www.intercom.org.br/papers/regionais/nordeste2008/resumos/R12-
0234-1.pdf>
Acesso em: 04 abr. 2016 às 11h35.

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RIZZI, Claudia Brandelero ; COSTA, Antonio Carlos da Rocha. O período de
desenvolvimento das operações formais na perspectiva piagetiana: aspectos
mentais, sociais e estrutura. EDUCERE - Revista da Educação, p. 29-42, vol.
4, n.1, jan./jun., 2004.
Disponível em <http://revistas.unipar.br/educere/article/viewFile/178/152>
Acesso em: 04 abr. 2016 às 14h50.

STROMMEN Ellen A; Mc Kinney John Paul; Fitzgerald Hiram E.; Psicologia do


Desenvolvimento: a criança em idade escolar. Rio de Janeiro: Ed. Campus,
1983.

VAYER, Pierre. A criança diante do mundo na idade da aprendizagem


escolar. 2 ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1984.

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes,


1998.

PIAGET, Jean. A formação do símbolo na criança: imitação, jogo e sonho,


imagem e representação. [tradução Álvaro Cabral, 1975]. 2ª ed. Rio de
Janeiro: Zahar, 1975.

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