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DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

Mitos e Desafios

Profª. Edilene Sampaio


Vamos iniciar nossa conversa
refletindo sobre o nosso olhar.....
O que isto tem a ver com
Deficiência Intelectual?
 O que primeiro lhe chama a atenção a pessoa ou a sua
deficiência ?
 O seu foco é na deficiência ou na eficiência da pessoa?

Pense um pouco sobre estas questões e


veja se precisa mudar o seu olhar
Fundamentos Legais da Educação
Inclusiva

 A Educação Especial, como


modalidade da educação escolar,
organiza-se a fim de cumprir os
seguintes dispositivos legais, os quais
também devem traduzir-se em
princípios políticos e pedagógicos:
Constituição Federal de 1988

A Constituição Federal estabelece que o

acesso ao ensino é um direito e que este

atendimento deve ser realizado

preferencialmente na rede regular de ensino

(art.208).
Para tanto, é necessário a “criação de programas de

prevenção e atendimento especializado para os

portadores de deficiência física, sensorial ou mental, bem

como de integração social do adolescente portador de

deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e a

convivência, e a facilitação do acesso aos bens e serviços

coletivos, com a eliminação de preconceitos e obstáculos

arquitetônicos” (art.227, inciso I).


Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei n°.8.069/90

O ECA dispõe, entre outros direitos, que:


“nenhuma criança ou adolescente será
objeto de qualquer forma de negligência,
discriminação, violência, crueldade e
opressão, punido na forma da lei qualquer
atentado, por ação ou omissão, aos seus
direitos fundamentais” (art.5º); “a criança e
o adolescente portadores de deficiências
receberão atendimento especializado.”
(art. 2º).
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
– LDBEN 9394/96

 A LDB, em seu capítulo V, estabelece: “atendimento educacional


especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na
rede regular de ensino”

 art.4º); “haverá quando necessário, serviços de apoio


especializado, na escola regular, para atender as peculiaridades
da clientela da educação especial”

 (art.58, parágrafo 1º) “O atendimento educacional será feito em


classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função
das condições específicas dos alunos, não for possível a sua
integração nas classes comuns de ensino regular”
 (art.58, parágrafo 2º); “A oferta de educação especial,
dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de
zero a seis anos, durante a educação infantil” (art.58,
parágrafo 3º).
 art.58, parágrafo 3º). “Os sistemas de ensino assegurarão aos
educandos com NEEs: currículos, métodos, técnicas ,
recursos educativos e organização específicos, para atender
às suas necessidades; terminalidade específica para aqueles
que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão
do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e
aceleração para concluir em menor tempo o programa
escolar para os superdotados; educação especial para o
trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em
sociedade, inclusive condições adequadas para os que não
revelarem capacidade de inserção no trabalho
competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais
afins, bem como para aqueles que apresentam uma
habilidade superior nas áreas artísticas, intelectual ou
psicomotora”
 Resolução n.º 004 CNE/CEB de julho de 2010

Seção II Educação Especial

Art. 29. A Educação Especial, como modalidade transversal a todos os níveis,


etapas e modalidades de ensino, é parte integrante da educação regular,
devendo ser prevista no projeto político-pedagógico da unidade escolar.

Alterações do Código Civil pela Lei 13.146/2015

Foi sancionada, no dia 6 de julho de 2015, a Lei 13.146/2015, que


institui o Estatuto da Pessoa com Deficiência.
Entre vários comandos que representam
notável avanço para a proteção da dignidade da
pessoa com deficiência, a nova legislação altera
e revoga alguns artigos do Código Civil (arts. 114 a
116), trazendo grandes mudanças estruturais e
funcionais na antiga teoria das incapacidades, o
que repercute diretamente para institutos do
Direito de Família, como o casamento, a
interdição e a curatela.
Como educadores .....
 Filho de peixe peixinho é

 qual a nossa Ou

concepção de
 Diga com quem tu andas
desenvolvimento e que eu direi quem tu és
aprendizagem ?

Ou não seria nenhuma dessas ?


O que é a deficiência Intelectual?

Funcionamento intelectual significativamente


abaixo da média, coexistindo com limitações
relativas a duas ou mais das seguintes áreas de
habilidades adaptativas: comunicação e
autocuidado, habilidades sociais, segurança,
funcionalidade acadêmica, lazer e trabalho.
Manifesta-se antes dos 18 Anos de idade.

AAMR (Associação Americana de Deficiência Mental) e DSM-IV (Manual Diagnóstico


e Estatístico de Transtornos Mentais),
Enfoques teóricos da deficiência
intelectual (DI)

 No Brasil, do ponto de vista legal, o Decreto


nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999,
Capítulo I, Artigo 4º, considera deficiência
intelectual quando (BRASIL, 1999):
[...] funcionamento intelectual significativamente
inferior à média, com manifestação antes dos
dezoito anos e limitações associadas a duas ou
mais áreas de habilidades adaptativas, tais como:
a) comunicação;
b) cuidado pessoal;
c) habilidades sociais;
d) utilização dos recursos da comunidade;
e) saúde e segurança;
f) habilidades acadêmicas;
g) lazer; e
h) trabalho.
Para confirmar que uma pessoa tem deficiência intelectual, é
necessário realizar o diagnóstico. O atraso cognitivo é diagnosticado
observando-se a capacidade cerebral da pessoa para aprender,
pensar, resolver problemas, encontrar sentido e compreender o
mundo em que vive, ou seja, analisando-se o seu funcionamento
intelectual.
Histórico da DI

 Por um longo período da história da


humanidade, deficiência ou retardo mental
foram os termos utilizados e eram associados,
muitas vezes, erroneamente a outras condições
médicas como doenças psiquiátricas.
A aprendizagem do aluno com
deficiência intelectual

 “O deficiente intelectual aprende de acordo


com suas características e em ritmo próprio
“(RODRIGUES, 2013, p. 54).
a importância da escola na vida desses
sujeitos para não somente propiciar o
desenvolvimento de habilidades como
também desfazer esses equívocos que
impedem a inserção social.
a importância da escola na vida desses
sujeitos para não somente propiciar o
desenvolvimento de habilidades como
também desfazer esses equívocos que
impedem a inserção social.
Pratica pedagógica na deficiência
intelectual

 A condição de deficiência
intelectual não pode nunca
predeterminar qual será o limite de
desenvolvimento do indivíduo.
Contextualizando a DI
 Fase da exclusão e da discriminação
 O misticismo e as crenças religiosas
 Luto e sentimento de culpa
 Jornada em busca da causa e cura
 Fase do diagnóstico - constatação da
deficiência
 Busca pela apoio da família e da escola
 Enfrentar o preconceito e encarar a
deficiência investindo no potencial
 Fase da inclusão - Mudança de olhar
MITOS E PRECONCEITOS
 Toda pessoa DI é doente / demente mental
 Morrem cedo
 Precisam usar remédios controlados
 São agressivas, perigosas ou dóceis
 São em geral incompetentes
 Existe um “culpado”
 O meio ambiente pouco pode fazer por eles
 Eles só ficam bem se relacionados com seus
“iguais”
 Para o aluno DI, a escola é apenas um lugar
para exercer alguma ocupação fora de casa
A quebra destes mitos tornou-se o
ideal de muitos familiares e
estudiosos no assunto, para que
as habilidades destas pessoas
não fossem reduzidas e suas vidas
limitadas.
Etiologias

 Fatores pré-natais, perinatais e pós-natais


• genéticas ou hereditárias, decorrentes de
herança ou alterações genéticas. Destaca-se
a síndrome de Down e síndrome do X Frágil
• ambientais, decorrentes de fatores externos
como, por exemplo: toxoplasmose, rubéola,
sífilis, dentre outros.
SEGUNDO AS AUTORIDADES...
BARBEL INHELDER

Conclui que os deficientes mentais pensam com lógica,


raciocinam , mas só conseguem atuar com lógica
quando os objetos estão apresentados de forma
concreta .
Eles só não tem acesso à lógica formal.
Piaget

 A deficiência é uma estrutura cognitiva


inacabada.
 Aprendizagem decorre da ação do sujeito
sobre o objeto.
 O trabalho com os pares favorece a
construção do conhecimento e o
desenvolvimento das estruturas cognitivas
Vygotsky
 Dificuldades pensamentos abstratos

 Passam pelos mesmos estágios da criança sem deficiência

Intelectual, apenas com lentidão

 Aprendizagem gera o desenvolvimento

 A internalização dos conhecimentos concretiza-se na atividade

que a criança realiza com os objetos e os fenômenos do mundo


que acerca.

 Para que a atividade se efetive, é necessária a comunicação

prática e verbal com as pessoas que a rodeiam .


Leontiev
 Considera aspectos importantes concernentes à deficiência

intelectual, tais como as disposições biológicas e as particularidades

intelectuais (principalmente as referentes à atividade nervosa superior),

destacando:

• a importância das particularidades emocionais;

• o campo das motivações da personalidade da criança.

• as condições sociais em que a criança vive e se desenvolve, os

métodos pedagógicos utilizados, a necessidade de ajuda especial são

aspectos fundamentais.
Perspectivas

• 87% destas pessoas só serão um pouco mais


lentas do que a maioria na aprendizagem e
aquisição de outras competências.

• 13% terão muito mais dificuldade na


escola, na sua vida familiar e comunitária
Não restrinja as
possibilidades do aluno DI
TODAS AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
INTELECTUAL SÃO CAPAZES DE CRESCER, APRENDER ,
DESENVOLVER-SE E VIVER DE FORMA DIGNA E
SATISFATÓRIA A SUA VIDA ADULTA.
Modelo Teórico do Sistema 2002 da AARM

I. Habilidades Intelectuais

II.Comportamento
Adaptativo

Apoios
III. Participação,
Funcionamento Individual
interações, papéis
sociais

IV. Saúde

V. Contexto
O que deve ser observado no
diagnóstico

Três critérios devem ser observados no


processo de diagnóstico:
 o funcionamento intelectual da
pessoa,
 o comportamento adaptativo e
 a idade do aparecimento ou
manifestação dos sinais indicadores
de deficiência intelectual.
CAMPOS ENVOLVIDOS

ESCOLA

PROFESSOR ALUNO FAMÍLIA

APOIO
ESPECIALIZADO
Medidas proveitosas

 Envolva os colegas com o processo de


aprendizagem do aluno DI
 Forme grupos cooperativos
 Utilize materiais concretos para ensinar
conceitos abstratos
 Prepare versões simplificadas do material
didático
 Evite o discurso do “não pode”, “não
sabe”, “não faz”.
 Aprenda tudo que puder sobre o
assunto
 Reconheça que seu empenho faz
diferença
 Desenvolva no aluno
competências de vida diária
 Trabalhe com os pais
A EDUCAÇÃO DO ALUNO
 Investimento no Raciocínio Lógico Matemático
 Estimular percepção
 Discriminação
 Generalização
 Motricidade
 Autonomia
 Independência
 Comunicação
 Habilidades Sociais
E PRINCIPALMENTE...
TENHA UM NOVO OLHAR
O aluno com deficiência Intelectual
necessita:

 Estar junto dos colegas da


mesma faixa etária
 Ter uma vida social e
emocional
 E, acima de tudo...
sua aprendizagem deve seguir seu ritmo
e estilo próprio.
Como tratar pessoas com
deficiência intelectual
 Aja naturalmente ao dirigir-se a ela
 Trate-a de acordo com sua idade
 Não a ignore. Cumprimente como
faria com qualquer pessoa
 Dê atenção a ela, converse.
 Não superproteja. Ajude apenas
quando for realmente necessário.
 Não subestime sua capacidade.
ATENÇÃO !
Uma pessoa pode ser considerada
deficiente em uma determinada cultura
e não deficiente em outra, de acordo
com a capacidade dessa pessoa
satisfazer as necessidades dessa
cultura. Isso torna o diagnóstico
RELATIVO.
Para não concluir.....
A pessoa com deficiência intelectual necessita
de estímulos no seu desenvolvimento global,
motor, afetivo, social linguagem e cognitivo. Esses
estímulos serão cruciais para potencializar o seu
desenvolvimento e favorecer suas habilidades
adaptativas, condição básica para sua inclusão
social.

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