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MESTRADO PROFISSIONAL EM
FEPT)
ANDRESSA TORINELLI
S INSTITUTOS
EM QUADRINHOS COMO INSTRUMENTO
CURITIBA
2019
ANDRESSA TORINELLI
S INSTITUTOS FEDERAIS:
NHOS COMO INSTRUMENTO
, Instituto Federal do
Campus Curitiba, como requisito parcial
CURITIBA
2019
Dados da Catalo
Torinelli, Andressa.
T683c
Campus Curitiba / Andressa
2019 Torinelli ; orientadora, . - 2019.
122 f. : il. color. ; 30 cm
- -PR,
2019
Bibliografia: f. 76-87
- Brasil. 2. . 4.
I. , . II. Institutos Federais.
-
Brazilian education had a strong influence from positivism and technicalism, leading
to the formation of individuals to play the role of mere manual workers, meeting the
aspirations of the capitalist and developmental market. And in the midst of this
context are the Federal Institutes if Education, Science and Technology, whom
principles and conception seek formation processes in the human, intellectual, social,
political, etc. senses, uniting science, culture, education and work. This research has
the purpose of identifying if the school community knows such principles and
conceptions, that are contained in the official documents and laws that rules the
institutes. Through the vision of historical-critical pedagogy, a semi-structured
questionnaire was applied to students of integrated secondary education, higher
education and federal employees, under study through the qualitative-quantitative
methodology and interpretative analysis. After the analysis of the answers, an
educational product was elaborated in textual form - comics - where the principles
and conceptions of the Federal Institutes are presented, and this product was
validated with the public researched. The results show itselves positive, which can be
considered that the comic is placed as a beginning to clarify such concepts (that are
so important and that must be sought and taught in the reality of these institutions),
and that can be charged in their teaching and management practices.
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 15
1.1 TEMA DO TRABALHO E SUA CONTEXTUALIZAÇÃO DENTRO DA
EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA .................................................... 17
1.2 PROBLEMA INVESTIGADO ............................................................................... 18
1.3 OBJETIVOS ........................................................................................................ 18
1.2.1 Objetivo geral ................................................................................................. 18
1.2.2 Objetivos específicos..................................................................................... 18
1.4 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 19
2 PERCURSO TEÓRICO-METODOLÓGICO ........................................................... 21
2.1 FUNDAMENTAÇÃO EPISTEMOLÓGICA ........................................................... 21
2.1.1 Histórico da Educação Profissional e Tecnológica .................................... 23
2.1.2 Trabalho Como Princípio Educativo ............................................................. 29
2.1.3 Princípios e Concepções da Educação Profissional e Tecnológica.......... 35
2.1.4 Educação Unitária, Politécnica e Tecnológica ............................................ 51
2.2 FUNDAMENTAÇÃO METODOLÓGICA.............................................................. 59
2.2.1 Discussão e apresentação dos resultados .................................................. 61
3 PRODUTO EDUCACIONAL .................................................................................. 66
4 VALIDAÇÃO .......................................................................................................... 69
4.1 DESCRIÇÃO ....................................................................................................... 70
4.2 AVALIAÇÃO ........................................................................................................ 76
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 77
5.1 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ....................................... 79
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 80
APÊNDICES ............................................................................................................. 92
15
1 INTRODUÇÃO
E para Sanchez (1922, p. 112 apud SAVIANI, 2013, p. 190) “nenhum reino
necessita de maior rigor na supressão total do ensino de ler e escrever do que o
reino português” – pode-se ver que as citações destes dois autores deixam claro
qual era a posição da burguesia em relação à educação dos povos.
Manacorda (2010, p. 308) mostra que houve uma disputa entre a Igreja e o
Estado sobre de quem seria o domínio da instrução, principalmente após a
Revolução Francesa: “os mestres devem instilar no coração de seus alunos o amor
ao Rei [...] e a gratidão que eles devem especialmente àqueles que procuram para
eles uma instrução gratuita e fazem de tudo para enobrecer os seus alunos”; mais
uma vez colocando ao povo a educação como um favor.
Já nos tempos modernos, a instituição escola tem sido um campo de
disputas: por um lado é um instrumento de controle social utilizado pela burguesia
1
“Ler, escrever e aritmética são necessários para aqueles os quais o necessitam em seus negócios,
[...] mas são artes nocivas para os pobres, que são forçados a conseguir seu alimento diário através
de seu trabalho diário; [...] toda hora que as pessoas pobres gastam com um livro, é muito tempo
perdido para a sociedade. Em uma nação livre, onde os escravos não são permitidos, o bem mais
seguro é uma multidão de pobres trabalhadores; [...] para fazer a sociedade feliz, e as pessoas felizes
sob as piores circunstâncias, é necessário que a maioria seja ignorante e pobre” (tradução nossa).
16
para conter as ações do operariado e, por outro lado, serve para transformar
cidadãos em pessoas críticas, socializando todo o conhecimento historicamente
construído e transgredindo a percepção de trabalho manual e trabalho intelectual
(OLIVEIRA; CAVALCANTE, 2014).
No decorrer da vida humana, a educação torna-se essencial para todas as
classes, e defensores desta educação de forma igualitária para todos lutaram muito
para se chegar na situação atual, em que se encaixam os IFs.
A educação brasileira teve forte influência do positivismo2 e tecnicismo,3
levando à formação de cidadãos para exercerem o papel de meros trabalhadores
manuais, atendendo aos anseios do mercado capitalista e desenvolvimentista, e
com isso mantendo a divisão social de classes (SAVIANI, 2005). Pacheco (2010)
coloca que em determinados períodos da nossa história, as instituições federais
atendiam a diferentes orientações de governos que tinham em comum uma
concepção de formação ditada pelo desenvolvimento da indústria, focada nas
demandas do mercado, assumindo, assim, um caráter pragmático e circunstancial
para a educação profissional.
Neste contexto surgem os IFs, cujos princípios e conceitos declaram uma
organização pedagógica verticalizada, iniciando na educação básica até a superior,
uma formação que permite ir do curso técnico ao doutorado; uma organização com
estrutura multicampi e clara definição de abrangência de território, com a tarefa de
intervir nas regiões, favorecendo seu crescimento sustentável e com inclusão social;
articulação com as políticas públicas, visando tornar-se objeto de sua intervenção
por meio do ensino, pesquisa e extensão; ainda proclama a defesa pelos processos
de formação ligados ao aumento da escolaridade, com a junção de ciência, cultura e
trabalho, superando a visão de formação de trabalhadores sem consciência e
autonomia crítica, entre outros não menos importantes – conforme Pacheco (2011).
A partir de experiências de trabalho no Instituto Federal (IF), surgiram
diversas dúvidas quanto aos conceitos que são vivenciados no dia a dia da
instituição, o que despertou o desejo dessa pesquisa, pois sob uma visão empírica,
2
Positivismo: seu precursor foi Augusto Comte, e seu princípio é de considerar válidos os
conhecimentos que podem ser observados e testados cientificamente; o pensar é apenas uma ilusão.
Fonte: Dicionário de Sociologia, Repositório da UFSC, abril/2010, p. 367. Disponível em
<https://repositorio.ufsc.br/handle/praxis/482?show=full>. Acesso em 29 out. 2018.
3
Tecnicismo: sustentado pela filosofia positivista e pedagogia behaviorista, o tecnicismo é baseado
no desenvolvimento de habilidades, atitudes e conhecimentos necessários à integração no processo
produtivo; centra-se em competências e habilidades que garantam a eficiência e a produtividade na
educação (SILVA, 2016, p. 197).
17
1.3 OBJETIVOS
4
Usamos o conceito de mundo do trabalho a partir de Hobsbawn (1987), que inclui as atividades
materiais, produtivas como também os processos de criação cultural que são gerados em torno da
reprodução da vida; é um universo complexo, que tem o trabalho como atividade criadora, que
enobrece o homem. O mercado de trabalho é diferente, pois foca na venda da força de trabalho, na
profissão, nas atividades laborais, sem considerar todas as relações sociais que baseiam essas
ações (CIAVATTA, 2005). Já Frigotto (2004, p. 67) argumenta que o mercado de trabalho se constitui
por relações de força e poder interligadas aos interesses dos grupos econômicos e frações de
classes sociais.
19
1.4 JUSTIFICATIVA
5
Bens de produção podem ser móveis ou imóveis (exemplo: terra, dinheiro, crédito, maquinário de
indústria), são usados para se atingir determinado fim, que pode ser o lucro, no caso da educação
(COMPARATO, 1986).
20
eleve a consciência crítica dos educandos para que estes possam ser agentes
transformadores da sociedade.
Para Torres (2017, p. 1267), a sociedade em que vivemos é marcada pela
concentração de renda nas mãos de uma minoria, em detrimento da maioria, por
contradições sociais, pelo crescimento da indústria educacional privada, em que
prevalece uma educação com vistas à competitividade, com a ilusão de uma
cidadania democrática e pela carência de uma formação crítica capaz de superar o
sistema capitalista. Deste modo, a autora sinaliza a necessidade de se fazer uma
análise mais profunda acerca do conceito de educação e emancipação, no sentido
de sustentar teoricamente um projeto de sociedade em que o ser humano seja
efetivamente livre de qualquer forma de exploração.
Na vivência no campus do Instituto Federal Catarinense,6 pode-se ver
empiricamente qual é o modus operandi das relações em sala de aula e fora dela
(professor-aluno, servidor-aluno, servidor-comunidade, servidor-servidor), as quais
ocorrem de forma distanciada dos princípios em que se baseiam a atuação dos
Institutos Federais, conforme a legislação vigente. Através deste olhar, e após a
entrada no Curso de Mestrado Profissional em Educação Profissional e Tecnológica
no Instituto Federal do Paraná – no contato com a disciplina de Bases Conceituais -
a ideia da pesquisa surgiu, como uma tentativa de verificar se esses conhecimentos
estavam disponíveis de forma eficaz para a comunidade escolar, senão, propor um
produto educacional que tivesse essa função informativa e de desvelamento sobre a
instituição em que está-se inserido.
Pode-se verificar que, de acordo com vários autores e pensadores da
educação, esta nunca foi pensada no contexto da classe trabalhadora, mas sim, no
mercado de trabalho, na formação da força qualificada para as indústrias, nunca
visando a formação humanística e da autonomia crítica dos indivíduos. Então com
essa educação tradicional, chocam-se os objetivos e finalidades dos IFs, que
propõem uma formação para o mundo do trabalho e da vida.
Tendo em vista os estudos dos autores citados, vê-se a necessidade de
esclarecer o porquê da existência dos IFs, cujos preceitos estão voltados à formação
humana, omnilateral. Nessa perspectiva, em que não se pretende esgotar o tema, o
presente estudo busca perceber o nível de conhecimento que a comunidade escolar
6
A pesquisadora é servidora pública do Instituto Federal Catarinense, campus São Bento do Sul.
21
tem sobre os princípios basilares do local onde estão inseridos e com isso gerar um
produto educacional que informe o corpo docente, discente e técnico administrativo,
pois se acredita ser imprescindível o conhecimento dos conceitos em que se fundam
a instituição, para que então a mesma possa ser “utilizada” da melhor forma e com
todo o potencial com que ela foi criada, facilitando assim as práticas educativas
emancipatórias.
2 PERCURSO TEÓRICO-METODOLÓGICO
2001). Desta forma a identidade acaba por ser aquela em que o indivíduo cria e
produz mudanças em sua história pessoal e no contexto da comunidade.
7
Período conhecido como a Era Vargas, onde o governante era Getúlio Vargas, considerado
construtor do moderno Estado Brasileiro; transformou a economia agroexportadora para
industrializada, criou instituições que contribuíram para o desenvolvimento econômico e social do
país, a Consolidação das Leis do Trabalho, o salário mínimo, criação do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), as companhias Vale do Rio Doce, Siderúrgica
Nacional e Petrobrás (SAVIANI FILHO, 2013, p. 856).
25
8
Período conhecido como Ditadura Militar, onde o golpe militar interrompeu a frágil democracia do
país, levando à introdução do capitalismo, crescimento econômico baseado nas importações de
tecnologia dos países capitalistas centrais, deixando o país na posição de dependência; fortes
repressões, censura, torturas e assassinatos a quem era contrário a este regime (BARROS, 2008).
26
9
Neste ponto não se entra no mérito da alteração da Lei n. 9.394/96 pela Lei n. 13.415/17, que
estabelece as diretrizes e bases da educação nacional (BRASIL, 2017). Disponível em
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13415.htm>, acesso em 10 jan 2018.
27
10
Os dados disponíveis no site da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica
estão atualizados até abril de 2018. Disponível em <http://redefederal.mec.gov.br/expansao-da-rede-
federal., acesso em 21 jul. 2018.
28
espécies vivas por ser uma atividade consciente que se transforma em produtos
com uma função definida pelas práticas sociais.
Na antiguidade, o trabalho era comunitário, dividido entre o grupo de
indivíduos que viviam no mesmo local (homens iam à caça, mulheres cozinhavam,
faziam fogo, cuidavam das crianças, por exemplo); no momento em que a sociedade
se dividiu em classes (senhor-escravo, feudo-servo, capitalista-trabalhador), o
trabalho não era mais um espaço social, passando a ser mera mercadoria que
poderia ser comprada ou tomada (RIBEIRO, 2009, p. 49).
De acordo com Manacorda (2010, p. 199-200) foi nos séculos depois do ano
1000 em que surgem as comunas e corporações de artes e ofícios, portanto, os
primeiros passos para o desenvolvimento de uma burguesia urbana, onde diversas
são as normas que regulam as relações entre os trabalhadores (mestres, sócios,
assalariados, aprendizes, etc). Coloca que as relações entre aprendizes e mestres
(magistri e discipuli) expressam uma ação educativa: visam aquisição do
conhecimento e habilidades da profissão, mas sem a separação do “trabalhar” e do
“aprender”; são a mesma coisa, pois os aprendizes não aprendem em lugar
separado dos mestres – não é uma escola do trabalho, pois o trabalho se faz na
própria escola, acrescentando-se somente os aspectos intelectuais.
A necessidade de juntar a educação com o trabalho aparece quando a grande
indústria explora o trabalho infantil em grande escala; essa necessidade aparece
pela primeira vez no século XVII, segundo o escritor inglês John Bellers
(KRUPSKAYA, 2017, p. 35).
Com o advento da Revolução Industrial, Manacorda (2010, p. 328) cita que o
aprendizado artesanal como forma de instrução chega ao seu fim, e em seu lugar
nenhum tipo de aprendizagem é proposta, o conhecimento que os trabalhadores
tinham anteriormente de nada serve para o trabalho fabril. Conforme os processos
produtivos e instrumentos fabris são substituídos com mais rapidez através da
evolução da ciência e tecnologia, surge o problema das massas operárias pela sua
não especialização nos novos processos, então estes devem buscar seu
aperfeiçoamento e ajustamento às novas tecnologias, formando assim um exército
de reserva e não sendo necessário à burguesia o treinamento de novas massas
operárias. Mas antes de se chegar nessa situação os proprietários da indústria
foram obrigados a analisar e controlar o problema de instrução desses
trabalhadores.
31
12
Relativo à ontologia, que é “teoria ou ramo da filosofia cujo objeto é o estudo dos seres em geral, o
estudo das propriedades mais gerais comum a todos os seres; estudo ou conhecimento dos seres e
dos objetos enquanto eles mesmos, em oposição ao estudo de suas aparências e atributos”. Fonte:
Dicionário Michaelis, disponível em <michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-
brasileiro/ontologia/>. Acesso em 05 mai. 2018.
32
Zanella (2003, p. 139) concorda com Gramsci (1991) quando o pensador diz
que um dos principais princípios educativos do trabalho é o “trabalho concreto
industrial”, e que é no interior desse trabalho, por mais fragilizado, flexível, com
menos qualificação que ele seja, ele ainda é a base da formação dos novos
intelectuais da classe-que-vive-do-trabalho; o trabalho concreto é sobretudo o
primeiro princípio educativo do ensino, e o trabalho industrial (mesmo no sistema
capitalista) é princípio educativo porque materializa de forma concreta as ciências e
também oportuniza o conhecimento de outras formas de trabalho.
Não é possível esquecer que o trabalho na sociedade se faz dentro do
sistema capitalista, trazendo outros significados para ele. O capitalismo funciona
pela dominação de uma classe por outra, os detentores dos meios de produção e os
trabalhadores; nessa relação o trabalho significa sofrimento, único meio em que a
classe desfavorecida consegue obter sua fonte de renda (CIAVATTA, 2017). A
autora coloca que as palavras trabalho, Arbeit (alemão), ponos (grego), labor
(inglês), travail (francês) possuem a mesma raiz de fadiga, pena, sofrimento,
pobreza - palavras que se materializam na sociedade dividida em classes. Com
todas as dificuldades que o capitalismo trazia e traz para o trabalho e aos
trabalhadores, como conceber o mesmo como princípio educativo? Ciavatta (2017)
faz esse questionamento.
A função civilizadora do capital na visão de Marx (1987), conforme comenta
Manacorda (2010, p. 359), é vista como uma pedagogia social do capital, pois a
ação histórica desenvolvida por ele para “domar” o operário e disciplinar seu
trabalho, também o é para educar o sobretrabalho: o tempo excedente necessário
para que o trabalhador tenha sua vida particular é na sociedade capitalista destinado
ao aumento do capital, seja fazendo trabalhos excedentes, ou investindo no seu
aperfeiçoamento intelectual para melhor se adequar ao mercado de trabalho, ou
ainda comprando as mercadorias que muitas vezes ele mesmo produz.
Marx (1987) assume as conquistas que o capital trouxe no campo educativo,
tais como laicidade, universalidade, gratuidade, renovação cultural, intelectualidade,
civismo, entre outros; mas ele acrescenta uma forte crítica à burguesia por não
33
O autor trata que, para acontecer esse tipo de ensino, depende muito do que
se espera da educação e do modelo de desenvolvimento do país; nos países
subdesenvolvidos como o Brasil, faz-se muita ciência e pouca tecnologia (essa se
34
Neste capítulo vamos analisar nas leis disponíveis (no âmbito da educação
brasileira, do ensino médio, da educação profissional e tecnológica) os princípios e
concepções nas quais elas se fundamentam, sem a pretensão de alcançar todas as
leis, decretos, pareceres e resoluções disponíveis e nem esgotar o assunto.
Mas o que se entende por princípios e concepções? Segundo o dicionário
Michaelis (2018) podemos entender por princípios.13
Momento em que uma coisa, ação, processo etc. passa a existir; começo,
[...] Causa primeira de alguma coisa a qual contém e faz compreender suas
propriedades essenciais ou características; razão; [...] Conjunto de
proposições fundamentais e diretivas que servem de base e das quais todo
desenvolvimento posterior deve ser subordinado; [...] Regra ou norma de
ação e conduta moral; [...] Proposição lógica, formada por um conjunto de
verdades fundamentais, sobre a qual se apoia todo raciocínio.
13
Ciavatta afirma que princípios são leis ou fundamentos gerais de uma determinada qualidade,
lógica, dos quais derivam questões mais específicas. Diicionário da Educação Profissional em Saúde.
Lista de Verbetes. Disponível em
<http://www.sites.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/trapriedu.html>. Acesso em 12 jan. 2019.
36
14
Decretos são atos de natureza administrativa cuja a competência é privativa do presidente da
República, no caso do Brasil. Podem ser singulares ou regulamentares, no caso dos decretos citados
são regulamentares - feitos para executar normas instituídas por leis ordinárias. Existe também o
Decreto Legislativo, que regula matérias exclusivas do Congresso Nacional. Senado Federal.
Glossário Legislativo. Disponível em <https://www12.senado.leg.br/noticias/glossario-legislativo>.
Acesso em 12 jan. 2019.
37
a criação da LDB, tendo em vista seu artigo 22, uma das finalidades da educação
básica se torna o aprimoramento da pessoa humana. Desta forma, o foco não
poderia mais ser o mercado de trabalho, mas sim o indivíduo e seu projeto de vida
(consoantes com o projeto coletivo da sociedade) (RAMOS, 2004, p. 38-39).
Doze anos após a criação da LDB, criou-se a Lei nº. 11.892 de 29 de
dezembro de 2008 - que Institui a Rede Federal de Educação Profissional, Científica
e Tecnológica, cria os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia – que
marca o surgimento dos IFs, que são definidos em seu artigo 2 como:
15
Pensadores da educação brasileira viram como um retrocesso a publicação do Decreto nº.
2.208/1997, que era tido como o avanço da política neoliberal no campo educacional,
reestabelecendo a dualidade do ensino geral e profissional. Ferreti e Kuenzer (1999) foram alguns
dos críticos dessa reforma, pois afirmaram que o decreto não reconhecia a educação básica como
importante para a formação do trabalhador cidadão, e reforçava a ideia de ruptura entre o ensino
acadêmico e o tecnológico, separando dirigentes dos trabalhadores, reforçando a dualidade de
classes sociais no Brasil.
16
O Decreto nº. 5.154/2004 revoga o nº. 2.208/1997, trazendo novamente a educação profissional
integrada ao ensino médio, mantendo a forma subsequente e concomitante. Ele traz a educação com
uma perspectiva de integração entre ciência e tecnologia, sendo contrário à dualidade legal e social,
concebe o conhecimento nas múltiplas dimensões: trabalho, ciência, cultura e tecnologia, uma
formação humana. O período era de desenvolvimento econômico e social na lógica da divisão
internacional do trabalho, mas objetiva a reconstrução dos princípios basilares da educação
profissional. Visto como um avanço no meio de tantos retrocessos no campo educacional.
(CIAVATTA; FRIGOTTO; RAMOS, 2005).
40
Pacheco (2011, p. 7-8) cita que, na criação dos IFs, após 20 anos de políticas
privatistas, recusou-se a submissão da educação à lógica do capital e a formar
consumidores em vez de cidadãos, transformando o currículo em instrumento de
treinamentos e habilidades para o mercado capitalista.17 Da mesma forma o autor
coloca que o aprendizado se dá nas diversas relações sociais, isto é, em espaços
não formais,18 então todos aqueles que interagem com a educação são educadores:
professores, técnicos, diretores, funcionários em geral. Esta categoria de
trabalhadores deve também estar ciente do seu papel dentro dessas instituições.
É proposta dos IFs reunir a formação acadêmica e a preparação para o
trabalho, em seu sentido ontológico e histórico e colocar em discussão os princípios
das tecnologias a ele interligadas, propondo uma formação contextualizada, com
conhecimentos, princípios e valores que intensificam a ação humana na busca de
17
Aqui se traz o significado de currículo como temas relativos aos conhecimentos escolares, aos
procedimentos pedagógicos, às relações sociais, aos valores seguidos pela escola, às identidades
dos estudantes. BRASIL, s.d. Disponível em <http://escoladegestores.mec.gov.br/site/3-
sala_fundamentos_direito_educacao/curriculoinstrumento_u2_pg2.htm>. Acesso em 30 jul. 2018.
18
Espaços não-formais são os espaços onde compartilham-se experiências, em ações coletivas e
cotidianas. A escola somente não dá conta de todas as informações e conhecimentos que se têm
disponíveis, sendo eles informacionais, científicos, acadêmicos. Necessita-se de espaços não formais
e informais para dar o suporte nas diversas áreas de nossa vida, complementando o que nos é
disponibilizado no ensino formal. O objetivo do estudo não-formal é proporcionar conhecimento sobre
o mundo que envolve os indivíduos e suas relações sociais, trabalha com a subjetividade dos
envolvidos e ajuda na construção de sua identidade (GOHN, 2014).
42
caminhos mais dignos e justos de vida. Um dos objetivos basilares dos IFs é
“derrubar as barreiras entre ensino técnico e o científico, articulando trabalho,
ciência e cultura na perspectiva da emancipação humana”, com uma orientação
pedagógica que busque a formação profissional abrangente, menos para os ofícios
e mais para a compreensão e atuação no mundo do trabalho e nas relações sociais,
e isso vale também para o ensino superior (PACHECO, 2010, p. 13-14).
Com a criação da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica, o
que se pensava era uma educação vinculada a um projeto democrático de
sociedade, que se comprometesse com a inclusão e emancipação das minorias da
sociedade; o objetivo não era apenas encontrar formas de diminuir a exclusão e
desigualdade sociais e o preconceito, mas sim, por uma educação humanista, tentar
a transformação do educando em sujeito da história, para que ele seja um cidadão
consciente, organizado, mobilizado e emancipado. A proposta dos IFs também traz
a concepção de ensino médio integrado na perspectiva politécnica, que forme
cidadãos para o mundo do trabalho - e não para o mercado – em que ele possa
exercer qualquer atividade, desde o nível técnico até sua formação, na área em que
ele quiser (formar-se técnico, bacharel, licenciado, vendedor, gestor, empreendedor,
etc.) (PACHECO, 2015, p. 10-11).
Pacheco (2010, p. 13) afirma que nos IFs a formação humana e cidadã vem
antes da simples qualificação para o trabalho, tendo em vista oferecer aos
profissionais formados a capacidade de manterem-se em desenvolvimento.
Desenvolvimento esse que pode ser propiciado por meio da verticalização desde a
educação básica até o ensino superior, organizando os conteúdos curriculares de
forma que se tenha um diálogo entre as formações e permitindo que docentes atuem
nos diversos níveis de ensino e que discentes compartilhem os diversos espaços de
aprendizagem, onde então possam decidir e desenhar suas trajetórias de formação
que podem ir do curso técnico ao doutorado.
Outro princípio dos IFs em sua atuação educacional é a prevalência do bem
social sobre os demais interesses; com isso seu papel na sociedade se torna
importante, não apenas na derrubada das barreiras entre o ensino científico e o
técnico, mas também articulando ciência, tecnologia, trabalho e cultura, com vistas à
emancipação humana e fortalecimento dos trabalhadores em busca de uma nova
realidade social (PACHECO, 2010, p. 16; 2011, p. 15).
43
19
Observa-se através da história da educação no mundo, que apenas os filhos das classes
dominantes tinham acesso a ela, desde Aristóteles, onde quem estudava eram os cidadãos
dirigentes(excluindo-se homens pobres, escravos e mulheres), até o ponto onde foi necessário para a
sociedade industrial que os trabalhadores tivessem algum conhecimento sobre escrita e leitura, de
modo a atender às demandas da manufatura e industrialização crescente. Com esse crescimento da
indústria e da tecnologia cresce também a busca por profissionais qualificados (qualificação aqui no
sentido de aptos para o trabalho manual e poucas vezes intelectual). Atualmente as competências
tomam importância na busca de um trabalho (competências de saber-ser, de saber-fazer, enfrentar
os problemas não programados no dia a dia, entre outros) (RAMOS, 2011.).
46
20
PDI é um documento síntese onde se encontram as diretrizes gerais, entre outras ações, que
buscam o cumprimento das missões e visões dos institutos federais de educação (IFC, 2014, p. 10).
O Decreto nº. 5.773/2006, artigo 16, dispõe sobre os elementos que o PDI deverá conter.
47
21
Entende-se aqui práxis como atividade humana consciente, o fazer sabendo os fundamentos que o
baseiam (SOBRAL; MORAES; JIMENEZ, 2010).
49
Gramsci sobre a escola unitária remete aos princípios e concepções dos IFs. Mas
esta educação depende também do modelo de sociedade que tais instituições estão
inseridas, como se dão os relacionamentos deste com as esferas governamentais e
sociais, se estão sendo cumpridas as prerrogativas (repasse de recursos,
financiamento, servidores com carreira estruturada, controle social, etc.) para que os
institutos consigam manter-se em bom funcionamento.
Chagas (2013, p. 41) comenta que a escola unitária defendida por Gramsci
está essencialmente amparada pelos ideais do trabalho, cultura e educação, que só
podem ser revertidos em prol dos trabalhadores superando-se a lógica burguesa.
Gramsci afirmava que para contrapor a escola burguesa, que dominava a Itália de
sua época, era urgente a criação de uma escola unitária:
A crise terá uma solução que, racionalmente, deveria seguir esta linha:
escola única inicial de cultura geral, humanista, formativa, que equilibre
equanimemente o desenvolvimento da capacidade de trabalhar
manualmente (tecnicamente, industrialmente) e o desenvolvimento das
capacidades de trabalho intelectual. Deste tipo de escola única, através de
repetidas experiências de orientação profissional, passar-se-á a uma das
escolas especializadas ou ao trabalho produtivo. (GRAMSCI, 1982, p. 118).
Zanella (2003, p. 186) afirma que o objetivo da escola unitária, a escola das
classes populares, é oferecer ao aluno uma formação técnico-política,23 que
capacite-o para o efetivo exercício da cidadania: a verdadeira escola democrática,
que qualifica o operário manual assim como o educa para a cidadania, ou seja, uma
educação política.
Outro conceito presente nos documentos dos IFs é a educação politécnica.
Rodrigues (2017) afirma que existe um consenso entre os pesquisadores da área
trabalho e educação, que o conceito de educação politécnica pode ser um sinônimo
de concepção marxista de educação. O próprio Marx afirma que “a combinação
entre trabalho produtivo, educação intelectual, exercícios corporais e formação
politécnica elevará a classe operária acima dos níveis da classe burguesa e
aristocrática”.
Garcia (2013, p. 54), cita o Decreto que permitiu a volta do ensino médio
integrado ao técnico como uma chance de se iniciar a politecnia nas escolas, tão
discutida pelos educadores e relegada pelos legisladores, na época de construção
da LDB:
23
Aqui Zanella (2003, p. 186) coloca que seria a formação politécnica, trazendo o conceito de
Kuenzer (2005, p. 89).
54
24
Conceito usado na pedagogia das competências; é a capacidade de um indivíduo manter-se
empregado, ou as competências que ele consegue parar ser empregável, visão individualista de que
a culpa por do desemprego fique com o indivíduo, e não com as relações de trabalho precarizadas e
capitalistas (FRIGOTTO; CIAVATTA, 2010, p. 24).
56
25
Tradição socialista como “tradição cultural socialista”, e não socialismo real, cita Saviani (2007, p.
153).
58
26
O campus inaugurou em maio de 2016, em agosto do mesmo ano iniciaram 5 turmas de curso
subsequente, em março de 2017 um curso superior e 3 cursos técnicos integrados ao ensino médio.
Atualmente, são 10 turmas em curso, entre cursos integrados e graduação. O campus completou em
2018 dois anos de atuação. Fonte <http://saobentodosul.ifc.edu.br/conheca-o-campus/contatos/>,
acesso em 15 jul. 2018.
62
Tabela 3 – Resposta dos pesquisados sobre seu conhecimento dos princípios e concepções dos IFs
Respostas Participantes
Sim 14 (8,64%)
Não 112 (69,13%)
Mais ou menos 36 (22,22%)
Fonte: Elaborado pela autora (2018).
Tabela 4 – Resposta dos pesquisados sobre seu conhecimento sobre educação unitária, politécnica
ou tecnológica
Respostas Participantes
Sim 1 (0,62 %)
Não 161 (99,38%)
FONTE: Elaborado pela autora (2018)
Não sei se, com a pergunta, está entendendo as três concepções enquanto
sinônimos, mas acredito que a linguagem produz, portanto, compreendo
que são distintas. Educação unitária enquanto educação integral do sujeito?
(SERVIDOR 5).
entre “conseguir um emprego” e/ou “ter meu próprio negócio” e/ou “ingressar na
faculdade”, além de obter mais conhecimentos, fazer especialização, mestrado e
doutorado, e ainda alguns alunos “não sabia” o que queriam sobre o seu futuro.
Nota-se uma preocupação dos alunos de entrar em uma universidade e/ou
conseguir um emprego. A pergunta 5, questionava se o IFC - Campus São Bento do
Sul atende suas expectativas como aluno (formação, disciplinas, formas de
avaliação, preparação para o trabalho, entre outros), dos 152 pesquisados, 120
alunos (74,07%) responderam que “sim”, alguns comentaram sobre os docentes e
técnicos bem qualificados, sobre as aulas, preparação para o trabalho; 4 alunos
(2,46%) responderam que “não”, sem mais comentários; 5 alunos (3,08%) não
responderam e; 23 alunos (14,19%) responderam que “sim, com ressalvas”, falando
sobre a infraestrutura incompleta (laboratórios), mas entendem que é um campus
novo, em construção; no que tange sobre as avaliações, estas não deveriam ser
tanto pelo quantitativo, mas sim pelo real aprendizado; as avaliações deveriam ser
mais divididas no trimestre, bem como a falta de integração das disciplinas; sobre a
falta de disciplinas ligadas à preparação para o trabalho, pois os docentes estão
mais focados em suas áreas de formação. No geral entende-se que os alunos
pesquisados têm suas expectativas atendidas pelo instituto.
Sobre as respostas dos servidores para as perguntas 4 e 5 temos: “Você
acha que o IFC - Campus São Bento do Sul ensina de forma para que o aluno entre
no ensino superior ou para inserção no mundo do trabalho?” (pergunta 4). Em
resposta foi obtido 1 “não” (10%), 1 “talvez” (10%) e os demais, 80%, responderam
que “sim e/ou ambos”, que o IFC - Campus São Bento do Sul forma para sequência
no ensino superior e para inserção no mundo do trabalho também. Um servidor
coloca que a formação também se preocupa com o ensino da pesquisa e extensão,
e outro coloca a formação humana e integral como ponto trabalhado no IFC -
Campus São Bento do Sul, porém constantemente as disciplinas das áreas técnicas
sobressaem as disciplinas das demais áreas. A pergunta 5, questiona se eles acham
que o campus usa de metodologias de ensino para criar alunos críticos e com visão
ampliada sobre a sociedade, e não apenas visando sua inserção no mundo do
trabalho. Para 8 deles, a resposta foi “sim”, pontuando que as metodologias
dependem do professor e que desenvolvem a criticidade nos estudantes e que a
metodologia se faz nas duas opções (mundo do trabalho e formação crítica), destes
participantes, um comenta que se tem muito o que avançar, e outro fala que, apesar
66
do foco dos Institutos Federais na sociedade, o docente tem liberdade para escolher
a metodologia que prefere, portanto não se sabe se ela cumpre com os objetivos ou
diverge dos princípios da instituição. Dois deles fizeram críticas, afirmando que a
técnica é privilegiada no ensino e que falta integração entre as disciplinas, e isso
faria com que os alunos tivessem essa formação crítica. Finalizando com os dois
últimos participantes, 1 respondeu que “talvez”, e 1 fala que “não”, que não se sabe
se as cobranças sobre os alunos focam para uma carreira acadêmica ou inserção no
mundo do trabalho.
O que se percebe com estas respostas? Que ainda é muito enraizado o
ensino para prosseguimento no nível superior, bem como a preparação para o
trabalho – sendo imperativo na vida humana conseguir uma forma de sobrevivência.
É o que se percebe na visão de futuro dos alunos. Já para os trabalhadores da
educação, parece que a visão é a mesma: ensinar os estudantes a parte técnica, de
forma que os preparem para a busca do emprego, ou de sua autonomia financeira.
Não se percebe a preocupação com a formação humana, cultural, para a vida social.
Aqui se mostra a urgência da elucidação dos conceitos da EPT, pois a formação
omnilateral sim, prepararia o aluno para a vida em seus diversos sentidos, e não
somente em trabalhador alienado.
Com essa amostra, conseguimos verificar que a maioria não conhece os
fundamentos que embasam os Institutos Federais, bem como desconhecem os
conceitos em que se pautam (ou deveriam) as ações dos IFs, constituindo-se em
uma lacuna para a criação de produtos que permitam a transmissão desses
conhecimentos.
3 PRODUTO EDUCACIONAL
Para Luyten (2011, p. 6), as imagens das HQ apoiam seu texto e trazem aos
leitores pistas contextuais sobre o significado das palavras, e atuam como uma
espécie de andaime no conhecimento do mesmo. Lovreto (2011, p. 15) cita que a
linguagem das histórias em quadrinhos vai mais além, pode tomar diversos
caminhos que não a venda em bancas, como por exemplo: quadrinhos de
informação empresarial, para serviços públicos, jornalísticos, paradidáticos,
terapêuticos, entre outros.
68
4 VALIDAÇÃO
e tecnológica? Explique.
Explique.
3. O que você achou da HQ? Contribuiu para que você entendesse mais
4.1 DESCRIÇÃO
Docentes 2
Técnicos Administrativos 10
Alunos ensino superior 1
Alunos ensino médio 108
Quantidade
Participante
Masculino % Feminino %
Servidor 4 33,33 8 66,67
Aluno 37 34,25 72 65,74
Fonte: Elaborado pela autora (2019).
Quantidade de respostas
Participante
Sim Mais ou menos Não
Servidor 12 0 0
Aluno 89 15 5
Total 101 15 5
Fonte: Elaborado pela autora (2019).
Sim, ficou claro! De uma maneira descontraída, por meio de uma HQ, foram
citados os princípios e concepções que, em meio ao diálogo dos
personagens, os mesmos foram esmiuçados/explicados, fazendo menção à
72
Sim, a ideia dos IFs não é apenas nos inserir no mercado de trabalho mas
também nos formar como pessoas diferentes, que não só trabalham pelo
salário mas também para fazer alguma diferença na sociedade (ALUNO
15);
Não muito, pois os textos ficaram longos e um pouco confuso (ALUNO 54).
Quantidade de respostas
Participante
Sim Mais ou menos Não Sem resposta
Servidor 11 1 0 0
Aluno 41 40 25 3
Total 52 41 25 3
Unitária ficou claro, mas quanto a politécnica e tecnológica não foi possível
compreender direito (ALUNO 95).
O que achou da HQ? Contribuiu para que você entendesse mais sobre os Ifs? Sugestões ou
críticas.
Quantidade de respostas
Participante
Mais ou menos/Não
Ótima/Muito boa Sim, contribuiu Sem resposta
gostei
Servidor 9 3 0 0
Aluno 61 38 5 5
Total 70 41 5 5
A HQ é ótima, com certeza ela pode auxiliar os servidores e alunos dos IFs
a tomarem conhecimento dos princípios e concepções. Realmente os
documentos que tratam desses assuntos e são citados na hq tornam-se
cansativos e massantes para quem quer ter uma ideia geral sobre esses
tópicos. Quando ingressei no IFC precisei realizar um curso de recepção
docente, onde os documentos citados na HQ foram de certa forma
"despejados" para que o leitor fizesse a leitura integral. Acredito que seja
76
Acho que ficou bem feito, mas os textos ficaram muito extensos e monótono
pra ler tudo (ALUNO 28);
Achei interessante e divertida mas algumas coisas não ficaram claras como
outras, mas aprendi e comecei a ver de outra forma (ALUNO 37);
Gostei bastante da história em quadrinhos e acho que ela é algo muito útil
como forma de divulgação do IF (ALUNO 57);
A história ficou muito boa, porém acredito que ela possui uma linguagem
muito técnica que pode ser difícil de compreender para algumas pessoas.
Contudo, ficou um trabalho criativo e bem feito (ALUNO 61);
4.2 AVALIAÇÃO
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
804-pceb011-12-pdf&category_slug=maio-2012-pdf&Itemid=30192>. Acesso em 08
ago. 2018.
CALDAS, L.; PACHECO, E.; REZENDE, C.; VIDOR, A. Institutos Federais: Lei nº
11.892 de 29/12/2008 - Comentários e reflexões. In: PACHECO, E. Institutos
Federais: Uma revolução na educação profissional e tecnológica. São Paulo:
Editora Moderna, 2011. p. 47-113.
GUIMARÃES, P. LDB: Proposta apresentada pelo MEC. In: GARCIA, W.; CUNHA,
C. (orgs). Politecnia no Ensino Médio. Cadernos SENEB 5. Brasília: Cortez
Editora, 1991.
HAGE, J. A nova LDB. In: GARCIA, W.; CUNHA, C. (orgs.). Politecnia no ensino
médio. Cadernos SENEB 5. Brasília: Cortez Editora, 1991.
______. História da Educação: da antiguidade aos nossos dias. 13ª edição. São
Paulo: Cortez, 2010.
Escolas Industriais e
Técnicas transformam-se
1959 em autarquias intituladas
de Escolas Técnicas
Federais.
Lei n. 4.024 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação
1961
Brasileira.
Lei n. 5.692 – Lei da Reforma de Ensino de 1º e 2º graus,
1971
torna obrigatória a profissionalização no 2º grau.
Parecer n. 45, regulamenta a composição dos currículos com
1972 um núcleo comum da educação básica e disciplinas de
formação específica.
1975, Parecer n. 76, Lei n. 7.044, tornam facultativa a
1982 obrigatoriedade da profissionalização no 2º grau.
Lei n. 6.545, transforma as Escolas Técnicas Federais do
Centros Federais de
1978 Paraná, Minas Gerais e Rio de Janeiro em Centros Federais
Educação Tecnológica
de Educação Tecnológica.
Lei n. 8.948, institui o Sistema Nacional de Educação
Tecnológica, que transformaria de forma gradativa as
1994
Escolas Técnicas Federais e Escolas Agrotécnicas Federais
em Centros Federais de Educação Federais.
Lei n. 9.394, nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação
1996
Brasileira.
Decreto n. 2.208, separa a educação básica e profissional,
1997 deixando legais somente a forma concomitante e
subsequente.
Decreto n. 5.154, mantém a oferta de educação profissional
2004 nas formas concomitante e subsequente, e libera também a
forma integrada de educação básica.
Lei n. 11.195, institui a política de expansão da Rede Federal
2005 de Educação Profissional e Tecnológica (inicialmente com 64
unidades).
Segunda fase da expansão da Rede Federal de Educação
2007
Profissional e Tecnológica (354 unidades).
Lei n. 11.892, institui a Rede Federal de Educação
2008 Profissional, Científica e Tecnológica, cria os Institutos
Federais de Educação Ciência e Tecnologia.