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Índice

Introdução ..................................................................................................................................... 3
O Lazer........................................................................................................................................... 4
O Envelhecimento Populacional ................................................................................................... 4
Contextualização Teórica e Histórica ............................................................................................ 5
Tipos de instituições para idosos .................................................................................................. 5
Metodologias de Intervenção em Centros de Dia ........................................................................ 7
Animação Socioeducativa com Idosos .......................................................................................... 8
Conclusão ...................................................................................................................................... 9
Bibliografia .................................................................................................................................. 10
Anexos ......................................................................................................................................... 11
Anexo 1 - Guião de entrevista à Assistente Social do Centro Social e Paroquial de Santo
Varão ....................................................................................................................................... 11
Anexo 2 – Atividade “Sopa de letras” ..................................................................................... 13
Anexo 3 – Solução ................................................................................................................... 14
Introdução
No âmbito da unidade curricular Educação, Lazer e Animação nos Tempos Livres
foi-me proposto, no presente ano letivo, pela docente Luísa Almeida, a realização de um
trabalho sobre o lazer em Centros de Dia para idosos que se apresenta em duas partes.
A primeira parte centra-se na definição de lazer e no envelhecimento populacional,
enquanto que a segunda se centra numa breve contextualização das várias instituições
para idosos, nos objetivos do Centro de Dia, nas metodologias de intervenção e por fim,
no papel da animação em respostas sociais como esta.

Com o intuito de realizar este trabalho, decidi entrevistar a assistente social do


Centro Social e Paroquial de Santo Varão, Dra. Andreia Mendes, a quem agradeço a
disponibilidade dispensada, de modo a perceber qual seria a dinâmica utilizada num
caso concreto.
O Lazer
De acordo com a matéria lecionada, o lazer é o conjunto de ocupações que tem
como objetivo o descanso, o divertimento e o desenvolvimento pessoal. Consiste, assim,
na realização de atividades que geram prazer e autossatisfação, transmitindo,
consequentemente, bem-estar ao indivíduo.

O lazer pode ser diferenciado em dois tipos, ativo e passivo. O lazer ativo consiste
na participação integral do indivíduo que fosse capaz de fazer escolhas e ter sentido
crítico, enquanto que o lazer passivo implica o desperdício de energia criativa.

O Envelhecimento Populacional
Os fatores demográficos são de extrema importância, uma vez que caracterizam
parte do mundo. Segundo o relatório do "The World Population Prospects 2019", uma
em cada seis pessoas no mundo terá mais de 65 anos, até 2050, enquanto que em 2019
eram uma em cada onze, assim é visível que o aumento da população idosa não se trata
de um fenómeno recente e tem vindo a crescer do ponto de vista mundial. Este aumento
prende-se, essencialmente, com os avanços da tecnologia na área da saúde que trazem
novas formas de tratamento e prevenção de doenças.

O envelhecimento é um processo natural que varia de pessoa para pessoa e que


pode ser determinado por fatores internos, estilo de vida, características do meio
ambiente ou pela condição de saúde de cada um. Em Portugal, são consideradas pessoas
idosas aquelas que têm 65 anos ou mais, pois é a idade que está associada à reforma.

Assim, é possível verificar a existência de três tipos de envelhecimento: o


envelhecimento biológico, social e psicológico. O envelhecimento biológico é sinalizado
por um conjunto de mudanças físicas e orgânicas acumulando, de forma progressiva,
disfunções e diminuição da capacidade fisiológica. No envelhecimento social verificam-
se alterações nos papéis sociais, definidos pela sociedade. O envelhecimento psicológico
evidencia-se através da intelectualidade ou motivações, assim como nas alterações
comportamentais e emocionais.

O envelhecimento tanto pode ser analisado individualmente como de forma


demográfica. A primeira assenta na idade avançada do individuo, ou seja, no aumento
da esperança média de vida. Já a análise baseada na demografia diz respeito ao aumento
da proporção das pessoas idosas na população total, prejudicando a população jovem
ou da população em idade ativa.

Contextualização Teórica e Histórica


Atualmente, a sociedade dá mais importância aos jovens fazendo com que os
idosos sejam esquecidos ou abandonados, pois já não produzem e são vistos como uma
despesa. Estes fatores causam um sentimento de exclusão, stress e isolamento dos
idosos e, por consequência, maior solidão ou incapacidade motora ou até mesmo
incapacidade mental, por exemplo com as novas tecnologias.

Por isso, é bastante importante que a sociedade seja mais responsável


relativamente aos nossos idosos e crie meios para que possam desfrutar e desligarem-
se do negativismo que os assola.

O Estado tem desenvolvido algumas instituições de modo a apoiar os mais


velhos, passando por lares de idosos ou centros de dia.

Tipos de instituições para idosos


Segundo a Segurança Social existem sete tipos de respostas de apoio social, o
serviço de apoio domiciliário, o centro de convívio, o centro de dia, o centro de noite, o
acolhimento familiar, as estruturas residenciais e os centros de férias e lazer.

O apoio domiciliário consiste na prestação de cuidados e serviços a pessoas que


estejam no seu domicílio e em situação de dependência física ou psíquica que não
conseguem assegurar as necessidades básicas. Tem como objetivos melhorar a
qualidade de vida das pessoas e famílias, conciliar a vida familiar e profissional do
próprio agregado, manter o idoso no seu ambiente de modo a tornar tardia o recurso a
estruturas residenciais, promover estratégias de desenvolvimento da autonomia e
prestar cuidados e serviços mediante a necessidade do utente. No que toca a cuidados
e serviços deve disponibilizá-los todos os dias da semana, garantindo o apoio aos
sábados, domingos e feriados, fazer a higiene pessoal e habitacional, dar apoio nas
refeições, tratar da roupa de uso pessoal, facultar transportes quando necessário e
cuidar da imagem do utente.

Os centros de convívio funcionam como apoio a atividades sociais, recreativas e


culturais que são organizadas e dinamizadas com participação ativa dos idosos de uma
determinada comunidade. Tem como objetivos a prevenção da solidão, a participação
e a inclusão dos idosos na vida social local, promover as relações interpessoais,
principalmente, entre gerações, contribuir para retardar ao máximo o internamento em
instituições.

Segundo Luís Jacob os centros de dia surgiram no final dos anos 60 como
equipamento aberto, meio caminho entre o domicílio e o internamento, e ao mesmo
tempo, local de tratamento e prevenção (JACOB, 2013a). Para Sannino, os centros de
dia são considerados como uma opção que evita/atrasa o internamento e tem como
pincipal objetivo melhorar a qualidade de vida dos utentes. De acordo com Cid e Dapía
(2007) o centro de dia é um recurso diurno destinado a idosos que sofrem de alguma
deficiência psíquica ou física. Assim compilando as definições destes autores, o centro
de dia presta um conjunto de serviços que contribuem para a manutenção no seu meio
social e familiar para pessoas com 65 anos ou mais e tem como objetivos assegurar os
cuidados e serviços adequados às necessidades, prevenir situações de dependência e
promover autonomia e estratégias de desenvolvimento da autoestima, funcionalidade
e independência pessoal e social. Para estar pela ordem que colocas em cima

O centro de noite, tal como o nome indica, é um equipamento de acolhimento


noturno dirigido a idosos que por terem alguma situação de solidão, isolamento e
insegurança precisam de mais apoio durante a noite. Os sus objetivos são acolher
durante a noite pessoas com autonomia e assegurar o bem-estar e segurança do utente.

O acolhimento familiar, que tem como objetivos, acolher idosos que se


encontrem dependentes, vivam isolados e sem apoio familiar e garantir ambiente social,
familiar e afetivo que se identifiquem com a personalidade do idoso, consiste em
integrá-los em famílias capazes de lhes proporcionar um ambiente estável e seguro,
temporária ou permanentemente.
As estruturas residenciais destinam-se ao alojamento coletivo temporário ou
permanente para idosos. Proporcionar serviços permanentes e adequados, contribuir
para a estimulação de um processo de envelhecimento ativo, criar condições que
permitam incentivar a relação familiar e potenciar a integração são os objetivos desta
resposta social.

Por último, os centros de férias e lazer acabam por se destinar a todas as faixas
etárias e à família de modo a satisfazer as necessidades de lazer e quebrar a rotina.
Proporciona, essencialmente, estadias fora da rotina, contactos com comunidades ou
espaços diferentes e vivências em grupo, desenvolvendo o espírito de interajuda e
alguma capacidade menos apurada do idoso.

Metodologias de Intervenção em Centros de Dia


Tal como foi referido anteriormente, existem mudanças incontroláveis que estão
recorrentemente a suceder, que se devem ao envelhecimento e à perda ou mudança de
papéis sociais. Assim, as mudanças na vida do idoso preocupam a gerontologia uma vez
que é necessário promover o envelhecimento ativo de modo a proporcionar uma boa
qualidade de vida.

Deste modo, a metodologia de intervenção neste tipo de resposta social tem que
ter a preocupação de satisfazer as necessidades básicas dos idosos, estabelecendo
dinâmicas e promovendo atividades que fomentem o envelhecimento ativo e a
qualidade de vida. Por isso, a intervenção em idosos deve ter em consideração a
animação motora, cognitiva, expressão plástica, comunicação, desenvolvimento pessoal
e social, lúdica e comunitária. A animação motora tem como objetivo desenvolver a
componente física do idoso/utente, evitando a inatividade. A cognitiva pode acontecer
através da expressão plástica, por exemplo, fazendo com que partilhem histórias através
da arte.

Após isto, é possível perceber que o animador e a animação socioeducativa têm


um papel fundamental na gestão do ócio, lazer e tempos livres, uma vez que é das
competências do animador programar e desenvolver atividades que todos possam
realizar. No entanto, segundo Sequeira (2013), para que se possa estabelecer um plano
de intervenção é necessário conhecer bem a população, os seus desejos, interesses,
necessidades ou capacidades; conhecer a forma como os idosos interagem entre si e
como se comportam quando sozinhos; propor atividades adequadas às capacidades de
todos; aceitar as pessoas tal como são; dar confiança e permitir que todos se possam
expressar de forma livre, valorizando as capacidades de cada um; colocar de parte os
medos e receios, respeitando-os; criar um ambiente onde todos se possam movimentar
e sentir que podem participar em todas as atividades e criar rotinas para que aproveitem
o tempo de ócio.

Animação Socioeducativa com Idosos


A animação pode ser definida como sendo o ato de animar ou dar vida,
conjugando o falar, o olhar ou os movimentos. Não deve ser considerada um
passatempo de ocupação de tempo livre, mas sim uma fonte variada de estímulos.
Quando tem a participação voluntária gera-se um ambiente positivo e dinâmico,
cabendo ao animador proporcionar esses momentos.

Com o envelhecimento, o idoso altera os seus hábitos e rotinas e substitui-os por


ocupações e atividades mais básicas e de fácil desempenho.

Uma vez que esta população tem características muito específicas é necessário
estruturar e pensar cuidadosamente no tipo de animação a realizar num centro de dia.
A própria instituição é responsável pela autonomia do utente, pois é a principal ligação
entre o idoso e a animação ou animador socioeducativo, sendo o seu principal objetivo
fazer com que a pessoa se sinta livre e com vontade de viver e ser amado.

De forma conjunta com o idoso, o animador deve planear e executar projetos e


programas adaptados que devem estar ligados à experiência de vida, tradições e
património cultural pois faz o idoso vivenciar sensações de afetividade, estabilidade e
criação de valores. A animação permite reeducar o idoso e motivá-lo a fazer qualquer
tipo de atividade.
Conclusão
Com a realização deste trabalho foi-me possível perceber que, na sociedade
atual, os idosos estão um pouco esquecidos e não têm o devido valor. Pude desenvolver
o conhecimento a nível da sua contextualização histórica, quais os objetivos, não só dos
centros de dia como também de todas as outras instituições destinadas maiores de 65
anos.

Concluindo, este tema é bastante importante no nosso dia-a-dia e deve ser mais
discutido, de forma a que em Portugal seja melhorada a qualidade de vida dos nossos
idosos e dando mais importância às funções socioeducativas dos animadores, pois a
animação é parte crucial no meio destas instituições.
Bibliografia
Arrazola, F. L., Méndez, A. U., & Lezaun, J. (2003). Centros de día: atención e intervención
integral para personas mayores dependientes y con deterioro cognitivo

Cancela, Diana (2007). O processo de envelhecimento.

Carvalho, Eva Joana (2013). A animação sociocultural em contexto de centro de dia:


projeto de intervenção.

Correia, Ana Rita (2013). A animação sociocultural e o trabalho com idosos – uma
experiência num centro de dia.

Freire. Teresa. Ócio e tempo livre - perspetivar o lazer para o desenvolvimento.

Jacob, L. (2013a). Animação de Idosos 2ª Edição. Portugal: Mais Leituras. pág.13.

Osório, A. (2004). Animação sociocultural na terceira idade. PEREIRA, José Dantas Lima;
VIEITES, Manuel Francisco; LOPES, Marcelino de Sousa. A animação sociocultural
e os desafios do século XXI.

Sequeira, Sofia Alexandra (2013). Animar para melhor envelhecer, com satisfação.

World Health Organization, W. (2005). Envelhecimento ativo: uma política de saúde:


Organização Pan-Americana da Saúde.
Anexos
Anexo 1 - Guião de entrevista à Assistente Social do Centro Social e
Paroquial de Santo Varão
1. Trabalha há muito tempo em contextos de Centro de Dia?
R: Desde sempre, há cerca de 14 anos.

2. Têm muitos utentes inscritos?

R: Neste momento temos cerca de 36 utentes fruto do conjunto de três respostas sociais
– Centro de Dia, Centro de Convívio e Serviço de Apoio Domiciliário.

3. Qual é a razão máxima por estarem inscritos?

R: As principais razões prendem-se sobretudo com a forte necessidade de quebrar o


isolamento social, bem como, a satisfação das necessidades básicas, nomeadamente,
alimentação, higiene pessoal, higiene habitacional, lavandaria, entre outros,
contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos idosos e das suas famílias.

4. Têm alguma Animadora a trabalhar na instituição?


R: Não temos, mas sentimos essa necessidade.

5. Relativamente ao desenvolvimento cognitivo de cada utente, que atividades


costumam fazer?

R: Procuramos trabalhar as competências de cada utente, tendo em conta as suas


limitações e necessidades, ajustando as atividades. Fazemos desde o jogo do loto; jogo
da memória; provérbios; práticas desportivas; jogo da mímica; trabalhos manuais, entre
outros. Procuramos, essencialmente, chegar às pessoas utilizando uma pedagogia
social, interagindo com eles e respeitando sempre a sua identidade. No fundo é uma
ação social, cultural e educativa; temos essa preocupação.

6. Qual a importância da Animação Socioeducativa num Centro de Dia?


R: De extrema importância. Não só no Centro de Dia, mas em todas as respostas sociais.
Reforça e potencializa a criatividade e as realizações interpessoais. Fomenta a
participação, estimula as pessoas, favorece a evolução das mentalidades.
7. Quais as funções socioeducativas do Centro de Dia?

R: A instituição procura a integração/adaptação dos seus utentes, bem como, a sua


participação, promovendo a interação dos utentes assim como a comunidade. Temos
em conta os interesses físicos, sociais, intelectuais e artísticos para que todos se sintam
bem na sociedade.

8. Qual a vantagem da Animação para os idosos? Tem efeitos positivos?

R: Tem inúmeras vantagens. É uma prática extremamente necessária no combate ao


individualismo, procura a autogestão de grupo, incentiva à participação das pessoas em
áreas, sociais e educativa, respondendo assim, aos seus próprios interesses e
necessidades. Quanto aos aspetos positivos é conveniente frisar que as instituições
podem ser organizações com capacidade para envolver todos os atores sociais de um
espaço ou de um local. A animação permite promover a identidade comunitária,
nomeadamente o património cultural e natural.
Anexo 2 – Atividade “Sopa de letras”

Palavras a descobrir:

• Idosos;

• Envelhecer;

• Passivo;

• Ativo;

• Resposta Social;

• Centro de Dia;

• Ginástica.
Anexo 3 – Solução

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