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PSICOLOGIA SOCIAL E COMUNITÁRIA: CLUBES E GRUPOS TERAPÊUTICOS

COMO PROPOSTA PARA O ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL

Amropali Pedrosa Mondal, Ananda Maria Cabral de Amorim


Arlyane Pimenta Carneiro Ferreira, Michella Rachelle da Silva Vasconcelos
Naiane dos Santos

1- Graduanda de Psicologia do Cesmac,


2- Psicóloga, Professora do Cesmac e Mestranda em Pesquisa em Saúde
3- Psicóloga, Pós-Doutora e Professora Titular do Cesmac

Resumo

Introdução: Os grupos de convivência demonstram um impacto positivo na saúde mental


dos idosos, reduzem a depressão, melhoram o humor, promovem otimismo e aumentam a
satisfação com a vida. Isso é particularmente significativo, dada a prevalência de problemas
de saúde mental na terceira idade. Esses grupos promovem ganhos psíquicos, físicos e
sociais, resultando em uma melhoria geral na qualidade de vida dos idosos. Além dos
benefícios psicológicos, as pessoas participantes também podem ter impactos positivos na
saúde física, reduzindo a percepção de dores e permitindo uma vida mais ativa. Método:
Assim, por meio de uma abordagem qualitativa, foram selecionados artigos para
fundamentação teórica deste estudo. Resultados: Os artigos apresentados enfatizam a
importância dos grupos de convivência na promoção da saúde e qualidade de vida dos
idosos. Eles destacam diversos aspectos cruciais, como a amplitude do conceito de saúde,
pois os artigos seguem a definição da OMS que considera a saúde como um completo bem-
estar físico, mental e social, não apenas a ausência de doença. Isso reflete a abordagem
holística que é necessária ao lidar com o envelhecimento. Os estudos destacam a importância
do envelhecimento ativo, que envolve a participação ativa em atividades sociais, culturais e
físicas. Isso é crucial para manter um equilíbrio entre autonomia e suporte social.
Conclusão: Portanto, a interação social e a participação em grupos contribuem para o
envolvimento dos idosos na comunidade, tornando-os mais ativos,
alegres e socializados. Isso ajuda a combater o isolamento social, promovendo saúde,
bem-estar, autonomia e resiliência para pessoas nessa faixa etária.

Palavras-chave: Grupos Terapêuticos; Saúde Mental; Bem-estar dos Idosos.

INTRODUÇÃO

A psicologia social e comunitária desempenha um papel importante na promoção


do envelhecimento saudável. O foco do projeto clubes e grupos terapêuticos que são
estratégias valiosas nesse contexto, proporcionam um ambiente onde os idosos podem se
conectar socialmente, construir relacionamentos significativos e diminuir o isolamento
social, que é um problema comum entre os idosos. Esses grupos oferecem oportunidades
para compartilhar experiências, preocupações e emoções, promovendo maior suporte
emocional entre os membros.
Grupos terapêuticos frequentemente incluem atividades específicas voltadas para a
saúde mental, como terapia de grupo, meditação, exercícios de relaxamento e outrastécnicas
terapêuticas. Esses grupos podem servir como fonte de educação e informação sobre
questões relacionadas ao envelhecimento saudável, cuidados com a saúde e estratégias de
enfrentamento. Essas abordagens podem ajudar também na prevenção e na gestão de
problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade, que podem ser mais prevalentes
em idosos.
Ao participar ativamente de grupos terapêuticos, os idosos podem se sentir mais
empoderados e capazes de tomar decisões sobre sua saúde e bem-estar. O objetivo desses
espaços é melhorar a qualidade de vida proporcionando-lhes um lugar onde possam se sentir
valorizados e apoiados. E esses grupos podem ser parte integrante de um sistema de cuidados
de saúde mais amplo, trabalhando em conjunto com profissionais de saúde para fornecer um
cuidado abrangente.
Os clubes e grupos desempenham um papel significativo na promoção do
envelhecimento saudável, oferecendo suporte social, emocional e diversos outros benefícios
aos idosos. Eles ajudam a criar um ambiente onde os idosos podem enriquecer suas vidas,
desenvolver relações positivas e enfrentar os desafios que podem surgir durante o processo
de envelhecimento.
1 METODOLOGIA

O projeto teve início com uma preparação teórica sólida, iniciando pelo exame da
literatura disponível e realizando uma análise preliminar do tema de pesquisa. Essa é uma
abordagem qualitativa, o que significa que visa descrever a complexidade de uma hipótese
ou problema, onde o objetivo é analisar, compreender e classificar os processos dinâmicos
experimentados por grupos sociais.
No decorrer do projeto, várias metodologias de análise e melhoria foram
apresentadas para melhorar a qualidade disponível. Além disso, procurou-se estabelecer
critérios para aplicar a qualidade na metodologia de análise de falhas e aprimoramento do
projeto.
O mesmo começou com uma base teórica e se concentrou em uma abordagem
qualitativa para analisar e compreender processos complexos. Também houve uma
exploração de metodologias para melhorar a qualidade e aplicar essas melhorias à análise de
falhas do projeto.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

O envelhecimento pode ser compreendido como um processo natural, de diminuição


progressiva da reserva funcional dos indivíduos – senescência – o que, em condições normais,
não costuma provocar qualquer problema. No entanto, em condições de sobrecarga como, por
exemplo, doenças, acidentes e estresse emocional, pode ocasionar uma condição patológica
que requeira assistência – senelidade. Cabe ressaltar que certas alterações decorrentes do
processo de senescência podem ter seus efeitos minimizados pela assimilação de um estilo de
vida mais ativo.
De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS):

"O envelhecimento é um processo sequencial, individual, acumulativo,


irreversível, universal, não patológico, de deterioração de um
organismo maduro, próprio a todos os mebros de uma espécie, de
maneira que o tempo o torne menos capaz de fazer frente ao estresse
do meio-ambiente e, portanto, aumente sua possibilidade de morte”.

Podemos dizer que longevidade é envelhecer com saúde e qualidade de vida. De acordo
com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE, 2019), a expectativa de vida do
brasileiro é de 76,6 anos, em média. Esse índice representa um aumento em relação aos anos
anteriores.
A concepção de um envelhecimento bem-sucedido considera a existência dos défcits
cognitivos e fisiológicos associados à idade que são geneticamente determinados, mas
pressup~e também que algumas condições podem ser modificadas (Kahn, 2002).
De acordo com Rowe e Kahn (1987), desvalorizar a heterogeneidade individual e
cultural implica reduzir a importância da interação dos fatores biopsicossociais no
envelhecimento, gerando o equívoco de que a alta frequência de condições específicas na
velhice representa a totalidade dos casos. Os autores propõe que as condições de
envelhecimento saudável, patológico e bem-sucedido sejam consideradas trajetórias em um
continuum que pode tender para o declínio ou para a reversão e minimização de perdas por
meio de intervenções.
Os idosos do Brasil referiram melhoria das condições de saúde (45,8%, n=120) e
aumento da socialização (45%,n=118) como principais benefícios. Verifica-se que um dos
motivos que os levaram a frequentar os grupos de convivência no Brasil é a melhoria da
qualidade de vida, nos aspectos referentes à saúde, buscando aumentar o período de vida
ativa, prevenindo perdas funcionais e recuperando capacidades.
Ter um grupo de referência propicia ao idoso um suporte emocional e motivação para
que este indivíduo tenha objetivos em sua vida e possa compartilhar alegrias, tristezas e
conhecimentos. Os contatos sociais permitem engajamento social, que também é uma forma
de vivenciar o desenvolvimento na idade adulta de maneira bem sucedida. O apoio social
deve ser compreendido como uma experiência pessoal e subjetiva que leva a um maior senso
de satisfação com a vida. Silva et al.22 sugerem que existe uma relação entre apoio social e
uma variedade de medidas dependentes: saúde, adaptação psicológica, percepção de bem
estar, redução do mal-estar, longevidade e mortalidade, satisfação com avida, entre outros.
Os idosos encontram nos grupos um espaço de possibilidades de partilhar as
experiências pessoais, suas incertezas e suas angústias, permitindo uma avaliação do seu
viver. Nesse convívio social surge a oportunidade de compartilhar aprendizagens e
vivências.
Para os idosos, participar não significa somente usufruir das atividades, mas também
trabalhar coletivamente, incluir-se nas discussões e proposições de alternativas, no
planejamento de ações, na concretização de planos, no controle e na avaliação das atividades.
O envolvimento comunitário pode ser um fator significativo para melhorar a percepção da
confiança pessoal e a satisfação em viver.
Diante desses fatores, percebe-se a importância que os grupos exercem na vida dessas
pessoas, pois ali o idoso tem a possibilidade de encontrar estímulo para uma vida social
sadia, desenvolver sua cultura e ter momentos de lazer. Melhoram-se, assim, sua
autoestima e sua aceitação na sociedade, pois é nesses locais que recebem lições de
cidadania, de participação e de como colaborar com o bem comum, aprendendo que para
exercê-las não há limite de idade.
De acordo com os resultados obtidos neste estudo, pôde-se perceber a importância
de os idosos participarem de centros/grupos de convivência, integrando-se a uma rede de
apoio. As mudanças, segundo os entrevistados, atingiram principalmente os fatores
relacionados com a questão da saúde. Muitos relataram que, antes de frequentar os grupos,
viviam com dores que os impediam de realizar atividades comuns da vida diária. Sendo
assim, as atividades proporcionadas pelos grupos auxiliaram muito para que os idosos deste
estudo pudessem obter um estilo de vida mais saudável e, consequentemente, melhorar sua
qualidade de vida.
Esse estudo ressalta a importância fundamental dos grupos de convivência para a
melhoria da saúde e qualidade de vida dos idosos, tanto no Brasil quanto na Espanha. Muitos
idosos relataram melhorias significativas em sua saúde após se juntarem a esses grupos. Isso
inclui uma redução das dores que antes limitavam suas atividades diárias, sugerindo que o
suporte social e as atividades oferecidas nesses grupos podem ter impactospositivos na saúde
física.
A autonomia do idoso é de extrema importância para o desenvolvimento de forma
saudável. Quanto mais for independente o idoso, melhor será a sua qualidade de vida.
Entretanto, vale ressaltar que, quando falamos sobre a autonomia, não estamos anulando a
relevância de um suporte social. No período do envelhecimento é crucial que a família, os
amigos e a sociedade estejam ao lado do idoso, oferecendo apoio e um suporte (FERREIRA
et al. 2012).
A socialização foi outro benefício destacado pelos idosos. Eles encontraram um
espaço onde puderam compartilhar experiências, alegrias e tristezas com seus pares. Esse
aumento na socialização contribui para combater o isolamento social, que é uma
preocupação significativa entre os idosos. Participar desses grupos não se limitou a usufruir
das atividades oferecidas, mas também envolveu um compromisso comunitário mais amplo.
Os idosos se envolveram em discussões, planejamento de ações e contribuíram para o
funcionamento dos grupos.
O estudo destaca a relação entre apoio social e bem-estar. O suporte emocional e o
senso de pertencimento proporcionados pelos grupos contribuíram para uma maior
satisfação com a vida entre os idosos. Os grupos proporcionaram um espaço para os idosos
compartilharem suas experiências pessoais, incertezas e angústias. Isso permitiu uma
avaliação mais profunda de suas próprias vidas e a oportunidade de aprender com os outros.
Além dos benefícios individuais, os grupos também ensinaram lições de cidadania e
participação ativa na comunidade. Os idosos aprenderam que a idade não é um limite para
exercer essas responsabilidades.

Os grupos de convivência desempenham um papel crucial na promoção da saúde e no


bem-estar dos idosos. Eles oferecem um ambiente onde os idosos podem encontrar apoio
social, compartilhar experiências e se envolver ativamente na comunidade. Esses resultados
destacam a importância de investir em programas e espaços que incentivem a participação
ativa dos idosos, promovendo um envelhecimento mais saudável e satisfatório.

3 A PARTICIPAÇÃO DE IDOSOS EM GRUPOS DE TERCEIRA IDADE E SUA


RELAÇÃO COM SATISFAÇÃO COM SUPORTE SOCIAL E OTIMISMO.

Nesta direção, é pertinente a compreensão do conceito de envelhecimento ativo,que


traduz um processo de otimização das oportunidades de saúde e que tem o objetivo de
melhorar a qualidade de vida do idoso. Nesta noção, o indivíduo percebe seu bem-estar
físico, mental e social, e torna-se um integrante participativo da comunidade em que está
inserido (OMS, 2015). Entender o idoso como um indivíduo capaz de manter-se ativo, social
e culturalmente envolvido, pressupõe o seu entendimento pelo paradigma da integralidade.
Aspectos físicos, psicológicos, emocionais, sociais, culturais e econômicos influenciam a
forma como idoso percebe e desenvolve sua velhice (GLIDDEN, R. F. et al, SÃO PAULO
2019).
O envolvimento do idoso com a família, amigos e com a comunidade, e a prática da
atividade física, são fatores capazes de retardar a perda de habilidades cognitivas. O nível de
escolaridade também representa um fator de proteção. Quanto mais engajado o sujeito
estiver em questões psicossociais, mais saudável será o seu envelhecimento e mais efetiva
será a prevenção de uma possível demência (ARGIMON & STEIN, 2005). Assim, a
participação dos idosos em programas sociais para um envelhecimento ativo é importante
para prevenir e retardar algumas doenças comuns da terceira idade (FERREIRA et al., 2012).
A autonomia do idoso também é fundamental para seu desenvolvimento saudável.
Quanto mais independente for o idoso, melhor será a sua qualidade de vida. Porém, essa
autonomia não significa ausência de suporte social. Na fase do envelhecimento é crucial que
a família, os amigos e a sociedade estejam ao lado do idoso e ofereçam apoio e suporte
(FERREIRA et al., 2012).
O ser humano é gregário e se desenvolve melhor em grupo. Contudo, com o passar
dos anos as interações sociais diminuem e, diante desta realidade, os centros de convivência,
ou grupos de terceira idade, apresentam-se como uma opção para a reconstrução da rede de
relacionamentos dos idosos (ZIMERMAN, 2000). Estes grupos realizam várias atividades,
dentre as quais pode-se destacar reuniões para autoconhecimento e palestras sobre saúde e
educação, festas em datas comemorativas e religiosas e passeios para diversas localidades
(CONSELHO FEDERAL DEPSICOLOGIA, 2008).
O otimismo influencia tanto a pessoa em si, como em seu comportamento frente a
várias circunstâncias. As principais características de uma pessoa otimista são: bom humor,
resiliência, popularidade, felicidade, esperança, perseverança e boas condições de saúde
física. A pessoa otimista promove um clima leve e agradável (OLIVEIRA, 2010; ARAÚJO
& SILVA, 2007).
Pesquisas têm mostrado importantes relações entre o otimismo e variáveis ligadas à
saúde física e mental. Por exemplo, níveis mais altos de otimismo associam-se a menores
sintomas de depressão (CALANDRI, GRAZIANO, BORGHI & BONINO, 2018), melhores
níveis de resiliência e menores de ansiedade (PRESA, 2014), menores níveis de estresse
frente aos eventos da vida e a melhores níveis de comportamentos saudáveis (RUTHIG,
HANSON, PEDERSEN, WEBER & CHIPPERFIELD, 2011).
A literatura também expressa o valor protetivo do otimismo em relação a aspectos
cognitivos. Em um estudo que tinha por objetivo examinar se o otimismo estava associado
com o prejuízo cognitivo incidente em adultos idosos, Gawronski, Kim, Langa & Kubzansky
(2016) verificaram que quando o nível de otimismo era moderado havia uma redução de
possíveis prejuízos cognitivos, enquanto em idosos com um nível de otimismo alto existia
uma baixíssima probabilidade de ocorrer prejuízo cognitivo.
Assim, os autores concluíram que o otimismo possuía um papel significativo na
conservação da função cognitiva. Oliveira (2010) estudou quatro tópicos importantes no
âmbito da Psicologia Positiva, felicidade, otimismo, esperança e perdão, e procurou situar
cada um deles dentro da bibliografia existente. Para isso, sua pesquisa foi feita com três
grupos de pessoas: jovens, adultos e idosos.
Esse estudo destaca bem a importância da participação engajada do idoso emgrupos
de terceira idade para promover um envelhecimento ativo e saudável. O envelhecimento
ativo é uma abordagem que busca otimizar as oportunidades de saúde e
qualidade de vida na terceira idade. Isso envolve a participação ativa em atividades sociais,
culturais e físicas, além de manter conexões com a comunidade.
O nível de escolaridade desempenha um papel importante no envelhecimento
saudável. Quanto mais engajada a pessoa estiver em questões psicossociais e culturais, maior
será a probabilidade de envelhecer com saúde e prevenir doenças relacionadas à idade. A
autonomia dos idosos é crucial para sua qualidade de vida, mas isso não significa ausência
de suporte social. É fundamental que a família, os amigos e a sociedade estejam presentes
para oferecer apoio e suporte emocional.
Os grupos de terceira idade oferecem uma oportunidade valiosa para os idosos
reconstruírem suas redes de relacionamentos. Esses grupos realizam diversas atividadesque
promovem o envolvimento social e o bem-estar dos participantes. Algo que pode ajudar
muito o idoso é ter otimismo para encarar os desafios dessa fase e ajudar a ter um
envelhecimento saudável. Afinal, o otimismo está associado a menores sintomas de
depressão, ansiedade e estresse, bem como a melhor função cognitiva em idosos.
6. *Pesquisa na Psicologia Positiva*: Este estudo explora diversos tópicos
relacionados à Psicologia Positiva, incluindo felicidade, otimismo, esperança e perdão, em
diferentes grupos etários. Os resultados destacam como esses aspectos psicológicos podem
influenciar o bem-estar dos indivíduos ao longo da vida.
A verdade é que o envelhecimento saudável vai além da mera ausência de doenças.
Ele envolve a participação ativa em grupos sociais, a promoção do otimismo e a busca por
um equilíbrio entre autonomia e suporte social. Esses fatores contribuem para uma melhor
qualidade de vida na terceira idade e são essenciais para um envelhecimento ativo e
satisfatório.

4 A IMPORTÂNCIA DE GRUPOS DE CONVIVÊNCIA PARA SAÚDE


BIOPSICOSSOCIAL DOS IDOSOS.

O envelhecimento da população mundial é um tema que tem alçado importante


destaque no cenário da pesquisa científica, dada à necessidade de buscar estratégias que
contribuam para melhorar a qualidade de vida biopsicossocial da pessoa idosa, que tem
alçado maior longevidade na contemporaneidade. No Brasil e no mundo os governantes
buscam estratégias que garantam mais vida aos longevos anos vividos. No Brasil, aumentou
o número de idosos e diminuiu o de crianças (IBGE, 2010), o país caminha para
ocupar o sexto lugar em número de idosos no mundo. Seguem esse avanço, desafios
importantes a serem superados, dentre eles, a melhora da qualidade de vida biopsicossocial
da pessoa idosa. Nesse sentido, propomos avaliar a contribuição dos grupos de convivência,
em que os idosos participam, para se conquistar melhor desempenho nas funções
psicológicas, físicas e sociais dos idosos. Pesquisas e trabalhos relevantes vêm sendo
desenvolvidos na busca de clarificar essa possibilidade elucidada acima (ARAÚJO,
J. A. T. et al., CAMPINA GRANDE 2015).
A seguir serão apresentados relatos de estudos que tocam, de alguma forma, na
significante contribuição dos grupos de convivência para a saúde biopsicossocial da pessoa
idosa. Entenda-se saúde, de acordo com o conceito da Organização Mundial de Saúde - OMS
(1948, p.65): “Saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas
ausência de doença” É este bem estar que busca-se alcançar através dos grupos de
convivência.
Silva (2014) implantou e implementou, durante nove anos (2005-2014), um trabalho
que tinha o objetivo de melhorar a qualidade de vida biopsicossocial dos idosos noEstado de
Pernambuco, contando com a participação de aproximadamente 60 mil idosos. Observou-se
que os idosos que apresentavam depressão melhoraram consideravelmente com o
acolhimento proporcionado por esse trabalho, constituído de um amplo grupo de
convivência denominado PROATI – Programa de Apoio a Terceira Idade, que abrange o
grande Recife, região metropolitana e interior do estado. Os idosos passaram a ser ativos,
mais alegres, socializados e literalmente voltaram a sorrir. Tiveram ganhos psíquicos,físicos
e sociais.
Yassuda e Silva (2010) fizeram um estudo sobre a “Participação em programas para
a terceira idade: impacto sobre a cognição, humor e satisfação com a vida”. O objetivo foi
investigar a relação entre a participação em programas da terceira idade e os possíveis
benefícios para o desempenho cognitivo, humor e satisfação com a vida. Vinte e nove idosos
que tinham iniciado participação em quatro centros de convivência foram submetidos a duas
avaliações: no início da participação e após seis meses de atividades no grupo. As avaliações
foram compostas pelas escalas: a Registry of Alzheimer Disease, Teste de Fluência Verbal
Categoria Animais, Escala de Depressão Geriátrica e Escala de Satisfação com a Vida. Os
resultados indicaram que a participação em programas sociais parece gerar benefícios:
aumento significativo no resgate das palavras do Consortium to Establish a Registry of
Alzheimer Disease e aumento, que se aproximou da significância
estatística, da fluência verbal e satisfação com a vida em relação ao envolvimento social.
Pontuam que os efeitos do engajamento da população idosa nesses programas devem ser
investigados.
Vieira et al. (2012), elaboraram uma pesquisa sobre “Representações sociais da
qualidade de vida na velhice”. Afirmam que é inegável o crescimento da população idosa
nas últimas décadas, e surge a necessidade urgente de proporcionar a esse grupo condições
biopsicossociais para uma qualidade de vida efetiva. Considerando esses aspectos, o estudo
desenvolvido por eles objetivou investigar a representação social da qualidade de vida
elaborada pelos idosos. A amostra foi constituída por 40 sujeitos, sendo 20 de instituiçãode
longa permanência (ILP) e 20 frequentadores de um grupo de convivência localizado na
cidade de João Pessoa – PB.
A importância dos grupos de convivência para a saúde biopsicossocial dos idosos é
um tema crucial, considerando o envelhecimento da população em todo o mundo e a busca
por estratégias que melhorem a qualidade de vida nessa fase da vida. O envelhecimento da
população é uma realidade em muitos países, incluindo o Brasil. Com o aumento da
expectativa de vida, é fundamental encontrar maneiras de garantir uma qualidade de vida
satisfatória para os idosos. A definição da Organização Mundial de Saúde (OMS) de saúde
como "completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença"
destaca a importância de considerar não apenas a saúde física, mas também a saúde mental
e social dos idosos.
Estudos, como o do Programa de Apoio à Terceira Idade (PROATI), mostram que a
participação ativa em grupos de convivência pode melhorar significativamente a qualidade
de vida dos idosos. Isso inclui melhorias na saúde mental, socialização e bem-estar geral.
Outro estudo destacou a relação entre a participação em programas para a terceira idade e
melhorias no desempenho cognitivo, humor e satisfação com a vida. Isso sugere que a
interação social e a participação ativa podem ter efeitos positivos na saúde mental dos idosos.
A pesquisa sobre as representações sociais da qualidade de vida na velhice destaca
a importância de oferecer condições biopsicossociais para uma qualidade de vida efetiva aos
idosos. Isso implica não apenas em cuidados médicos, mas também em oportunidades de
interação social e participação em grupos de convivência.
Os grupos de convivência desempenham um papel significativo na promoção da
saúde biopsicossocial dos idosos. Eles oferecem uma oportunidade valiosa para a
socialização, interação e melhoria do bem-estar mental e emocional. Considerando o
envelhecimento contínuo da população, investir em programas e espaços que promovam a
participação ativa dos idosos é essencial para garantir uma qualidade de vida satisfatória
nessa fase da vida.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No início desse projeto foram destacados pontos cruciais desses estudos,ressaltando


a importância fundamental dos grupos de convivência para a melhoria da saúde e qualidade
de vida dos idosos. Ressaltando, que a participação ativa nesses grupos ofereceuma gama de
benefícios, abrangendo aspectos físicos, mentais e sociais. Além disso, pode-se enfatizar
como o envelhecimento saudável vai além da simples ausência de doenças, enfocando o
bem-estar global dos idosos e de forma precisa e abrangente o papel da psicologia é
fundamental no contexto do envelhecimento da população. Afinal, a psicologia desempenha
um papel vital no apoio à saúde mental e ao bem-estar dos idosos.
Os exemplos de pesquisas e estudos apresentados ilustram como a interação social,
o apoio emocional e o envolvimento em atividades de grupo podem ter impactos profundos
na vida dos idosos. Essas conclusões são valiosas para orientar políticas públicas e práticas
de assistência aos idosos, destacando a necessidade de promover ativamente a participação
em grupos de convivência como uma estratégia eficaz para o envelhecimento saudável.
Essa síntese abrange com precisão os principais pontos desses estudos e reforça a
importância de investir em programas e espaços que incentivem os idosos a permanecerem
ativos, envolvidos e socialmente conectados para alcançar uma qualidade de vida satisfatória
na terceira idade. Isso contribui para um envelhecimento mais rico e pleno.

METODOLOGIA

O projeto foi executado com a formação teórica sobre o tema, iniciando-se por uma
pesquisa bibliográfica e análise preliminar sobre o tema a ser estudado. A pesquisa é de ordem
qualitativa, pois busca-se descrever a complexidade de uma hipótese ou problema, analisar,
compreender e classificar processos dinâmicos experimentados por grupos sociais. Foram
expostas algumas metodologias de análise e melhoria para a contribuição de qualidade
disponível, e buscou-se então os critérios de utilização da qualidade na metodologia de análise
de falhas e melhorias do projeto.
Figura 1:

Fluxograma ilustrativo do processo de busca e seleção dos artigos

Busca eletrônica inicial

6 artigos (resumos) identificados

Exclusão de artigos
repetidos

Exclusão de artigos
que não abordavam a
temática em estudo

4 artigos (resumos) selecionados

Exclusão de 2 artigo de
revisão de literatura

6 artigos avaliados

4 artigos incluídos no estudo


Tabela 2 – Identificação dos artigos selecionados

Autores Ano Título do Populaç Tipo do Impacto


Artigo ão de Estudo
Estudo

1. 2015 A importância Populaçã Pesquisa Analisar a importância


ARAÚJO, de grupos de o idosa Quantitativa dos grupos de
J. A. T. et convivência convivência para a
al.. para saúde saúde biopsicossocial
biopsicossocial da pessoa idosa.
dos idosos

2. 2019 A participação Populaçã Pesquisa Analisar a participação


GLIDDE de idosos em o idosa Quantitativa de idosos em grupos de
N, R. F. et grupos de terceira idade e sua
al terceira idade e relação com a
sua relação com satisfação com suporte
satisfação com social e otimismo.
suporte social e
otimismo

3. 2013 Grupos de Populaçã Pesquisa Conhecer a


WICHM convivência o idosa Quantitativa representação da
ANN, F. como suporte ao população idosa o grau
M. A. et al idoso na de satisfação, quanto
melhoria aos benefícios obtidos
da saúde. na melhoria da saúde,
Revista com convivência em
Brasileira de grupos.
Geriatria e
Gerontologia
4. 2007 Envelhecimento Populaçã Pesquisa Discutir o significado
bem-sucedido: o idosa Quantitativa do envelhecimento
uma meta no bem-sucedido,
curso da vida enfatizando que a
subjetividade do
conceito está
relacionada à
individualidade e às
diferenças
socioculturais.

CONCLUSÃO

Finalizamos o início desse projeto com a certeza de que conseguimos destacar pontos
cruciais desses estudos, ressaltando a importância fundamental dos grupos de convivência para
a melhoria da saúde e qualidade de vida dos idosos. Ressaltamos que a participação ativa nesses
grupos oferece uma gama de benefícios, abrangendo aspectos físicos, mentais e sociais. Além
disso, pudemos enfatizar como o envelhecimento saudável vai além da simples 12 ausência de
doenças, enfocando o bem-estar global dos idosos e de forma precisa e abrangente colocamos
o papel fundamental da psicologia no contexto do envelhecimento da população. Afinal, a
psicologia desempenha um papel vital no apoio à saúde mental e ao bem-estar dos idosos.

Os exemplos de pesquisas e estudos apresentados ilustram como a interação social, o


apoio emocional e o envolvimento em atividades de grupo podem ter impactos profundos na
vida dos idosos. Essas conclusões são valiosas para orientar políticas públicas e práticas de
assistência aos idosos, destacando a necessidade de promover ativamente a participação em
grupos de convivência como uma estratégia eficaz para o envelhecimento saudável.

Essa síntese abrange com precisão os principais pontos desses estudos e reforça a
importância de investir em programas e espaços que incentivem os idosos a permanecerem
ativos, envolvidos e socialmente conectados para alcançar uma qualidade de vida satisfatória
na terceira idade. Isso contribui para um envelhecimento mais rico e pleno

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, J. A. T. et al.. A importância de grupos de convivência para a saúde


biopsicossocial dos idosos. Anais IV CIEH. Campina Grande: Realize Editora, 2015.
Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/11943>. Acesso em:
15/09/2023

GLIDDEN, R. F. et al. A participação de idosos em grupos de terceira idade e sua relação


com satisfação com suporte social e otimismo. Boletim Academia Paulista de Psicologia,
São Paulo, Brasil - V. 39, n.97, p.261 - 275 261. Disponível
em:<http://pepsic.bvsalud.org/pdf/bapp/v39n97/a11v39n97.pdf>. Acesso em: 15/09/2023
WICHMANN, F. M. A. et al. Grupos de convivência como suporte ao idoso na melhoria da
saúde. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Rio de Janeiro, 2013; v. 16(4) p. 821-
832 Disponível
em:<https://www.scielo.br/j/rbgg/a/MZNRCXPFPPyrFLgqg8GRGZm/?format=pdf&lang

=pt> Acesso em: 15 set. 2023

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