O documento discute a promoção da saúde de idosos por meio de práticas corporais como o método Self-Healing, que envolve alongamentos, movimentos, respiração e automassagem. O método promove benefícios como diminuição de dores, melhora da disposição e aspectos físicos e emocionais. Entretanto, há pouca divulgação e investimento em práticas integrativas nos serviços de saúde.
O documento discute a promoção da saúde de idosos por meio de práticas corporais como o método Self-Healing, que envolve alongamentos, movimentos, respiração e automassagem. O método promove benefícios como diminuição de dores, melhora da disposição e aspectos físicos e emocionais. Entretanto, há pouca divulgação e investimento em práticas integrativas nos serviços de saúde.
O documento discute a promoção da saúde de idosos por meio de práticas corporais como o método Self-Healing, que envolve alongamentos, movimentos, respiração e automassagem. O método promove benefícios como diminuição de dores, melhora da disposição e aspectos físicos e emocionais. Entretanto, há pouca divulgação e investimento em práticas integrativas nos serviços de saúde.
Tema: Promoção à saúde com idosos a partir de práticas corporais.
INTRODUÇÃO:
A partir da Conferência de Alma Ata, em 1978, reconheceu-se a necessidade de
garantir um envelhecimento ativo para a população idosa, bem como garantir qualidade e manutenção de vida. Além disso, entende-se que o contexto desse idoso deve ser o mais favorável possível, para que o sujeito tenha preservada sua autonomia e independência física e emocional. Definiu-se na conferência alguns requisitos para garantir a saúde do idoso, como: educação e prevenção dos principais problemas de saúde; promoção de suprimentos e nutrição adequada; água potável e saneamento básico; imunização contra doenças infecciosas; prevenção e controle de doenças endêmicas; disponibilização de medicamentos essenciais e recursos sociais, como ações em universidades. A Carta de Ottawa, em 1986, definiu estratégias para garantia da promoção à saúde, as quais são: implementação de políticas públicas saudáveis; criação de ambientes favoráveis à saúde; reforço à ação comunitária; reorientação dos serviços; e desenvolvimento de habilidades pessoais. Esta carta foi e ainda é um norteador para a criação de políticas públicas pensadas à promoção da saúde, reconhecendo que outros setores da sociedade que não estejam diretamente ligados a saúde interferem em todo processo de qualidade de vida e também de adoecimento da população. As mudanças demográficas ocasionaram no aumento do índice populacional idoso, logo, houve aumento de necessidades específicas deste público, bem como o aumento das demandas aos serviços de saúde, porém a oferta desses programas e serviços não acompanharam o fluxo, gerando falta de acesso e negligencia. Culturalmente no Brasil prevalece um estigma em relação à população idosa, considerando-os incapazes, como se não tivesse autonomia de tomar decisões e viver plenamente. As perdas de papéis sociais comprometem significativamente a vida dessa população, tendo em vista que o processo de envelhecimento já é permeado por diversas perdas e fragilizações, e o rompimento com atividades significativas, por exemplo, pode gerar diversos problemas de saúde, assim como agravar questões de saúde já existentes. Em algumas culturas contra hegemônicas, a exemplo a comunidade indígena Yanomami, tem-se o entendimento de que os parentes mais velhos fazem parte de toda uma rede de ancestralidade; e quanto mais velho, mais sábio. Dessa forma, o respeito e a admiração a esses idosos são imprescindíveis para a comunidade. Cuidar da saúde dos mais velhos é primordial na cultura dos povos indígenas do Brasil, um contraponto interessante de se observar na cultura de nós, ‘’brancos’’. Quando se preserva pelo cuidado com os mais velhos, permitindo que o mesmo sempre exerça papel fundamental em sua vida, ou seja, exercendo autonomia e cidadania, o processo de envelhecimento ativo acontece, gerando mais qualidade de vida e bem-estar. A promoção à saúde reconhece os determinantes sociais como fatores que interferem no processo de saúde-doença, tendo em vista que a concepção de saúde não é apenas ausência de doença, mas sim condições de vida que favorecem (ou não) o desempenho desse sujeito, como direito à saneamento básico, educação, alimentação adequada, renda, lazer, acesso a bens e serviços (Nascimento, 2003). Além disso, a promoção de saúde conta não apenas com ações comunitárias e ações intersetoriais, mas também com a intervenção do Estado com a criação de políticas públicas que garantam os direitos ao idoso. Um grande avanço foi feito em 1994 com a criação da Política Nacional do Idoso, a partir da lei 8.842/94, com objetivo de ‘’assegurar os direitos sociais do idoso para se promover autonomia, integração e participação ativa na sociedade’’ (BRASIL, 2006) Três anos depois, a Conferência de Jacarta também foi de grande importância pois incluiu a população idosa ao grupo prioritário de investimentos na área de saúde. Isso se ocasionou devido às mudanças demográficas e epidemiológicas, como aumento exponencial de idosos em países em desenvolvimento, bem como doenças crônicas. Em 2003, com a criação do Estatuto do Idoso, o Estado é o principal responsável pela garantia da proteção à vida e à saúde por meio de políticas sociais que consigam garantir e favorecer um envelhecimento ativo da população. Já em 2006, criou-se a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, nº 2.528/06, surgindo devido ao Pacto pela Saúde (nº1.395/99), tendo como diretrizes recuperar, manter e promoves a autonomia e independência da pessoa idosa, por meio de medidas individuais e também coletivas, seguindo os princípios do SUS de integralidade, equidade e universalização nos serviços de saúde. A ação de promoção à saúde escolhida com a população idosa foram as práticas corporais, ministradas muitas vezes na Unidade Básica de Saúde (UBS), em especial o método Self-Healing. As atividades grupais possibilitam que o sujeito aja ativamente em sua mudança da vida, a partir do contato e troca com terceiros e conscientização de suas questões, além de ser um espaço de socialização, cuidado e compartilhamento. As propostas grupais, além de seres uma superação do modelo biomédico, favorecem para a identificação de demandas e promovem educação em saúde. O método criado por Meir Schneider, consiste em técnicas corporais que visam prevenção de doenças físicas, psíquicas, visuais, orgânicas, etc. São utilizados alongamentos, movimentos leves e sem esforços significativos, respiração, visualização e automassagem (SCHNEIDER, 1998). É considerado o método do movimento, pois a partir de movimentos sutis é possível promover o relaxamento da musculatura, aliviando desconfortos, por exemplo. Além disso, estimula atenção direcionada, estimula circulação sanguínea, promove alivio de dores e tensões, propicia percepção do movimento, diminuindo padrões que eram gatilhos para doenças já existentes ou aparecimento de outros quadros e gerando manutenção da capacidade funcional. O exercício da respiração está intimamente ligado à autopercepção, pois a partir da mesma identifica-se certas sensações que podem gerar tensões, ansiedades, dentre outras questões de saúde. A respiração associada aos movimentos, concomitantemente, proporciona uma percepção sinestésica, a partir da consciência do movimento por meio do direcionamento da respiração (SCHNEIDER, 2005). Já a automassagem aumenta a mobilidade articular e gera relaxamento da musculatura, além de possibilitar autoconhecimento sobre o próprio corpo do sujeito, a partir de experimentações físicas. A técnica da visualização consiste em um ato mental, ao visualizar os agrupamentos musculares exercitados, imaginando o movimento enquanto o executa, bem como também na respiração e no alongamento. O circuito neurológico mental percorre o mesmo circuito do ato físico, ou seja, quando se visualiza mentalmente a perna flexionando e se realiza o movimento de flexionar a perna, os mesmos neurônios são envolvidos. Dentre os benefícios do método de Self- Healing, destaca-se a diminuição de dores, aumento da disposição e melhora de aspectos físicos e emocionais de pessoas idosas. O método pode ser considerado uma Prática de Integrativa e Complementar de Saúde (PICS) pelo SUS, e as mesmas recebem pouco investimento, cerca de 0,008% de despesas de todo investimento repassado (DATASUS, 2022). Um ponto negativo deste método é a escassa divulgação e execução nas Unidades Básicas de Saúde e na comunidade, além do pouco investimento em práticas integrativas e complementares na Atenção Primária. Apesar disso, é incontestável sua eficácia e seus pontos positivos, entretanto, se houvesse divulgação mais ampla e acessível sobre o método seria possível atingir mais o público idoso.
REFERÊNCIAS:
Sícoli JL, Nascimento PR. Promoção da saúde: conceitos, princípios e
operacionalização.Interface -Comunic, Saúde, Educ, 2003, 7(12): 101-22. Organização das Nações Unidas. Assembléia Mundial sobre envelhecimento: Resolução 39/125. Viena: ONU; 1982. 12. Schneider M, Larkin MO, Schneider D. Manual de autocura: método self-healing. São Paulo: Triom; 1998 Brasil. Ministério da Saúde. Portaria n. 2.528, de 19 de Outubro de 2006 [acesso 10 de dezembro de 2022]. Política Nacional da Pessoa Idosa. Disponível em: http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/Port2006/GM/GM-2528.htm 4. Schneider M. Movimento para a autocura. São Paulo: Editora Cultrix; 2005