Você está na página 1de 2

O teatro, ao se aproximar do outro, estimula o processo de

emancipação, tendo em vista sua capacidade de romper com os processos


de alienação histórico-culturais.  Todo processo de emancipação parte da
ideia de consciência, sendo ela o ponto chave para desenvolver um
raciocínio libertário; consciência plena da opressão. 
A política educacional de Paulo Freire (data) se sustenta, no que o
autor Rancière (in: VERMEREN; CORNU, BENVENUTO, 2003, p. 199)
descreveu como Emancipação Social; a partir da conscientização do
indivíduo conjuntamente com o movimento coletivo e por meio de ações
atinge-se uma catarse social: libertação do sistema. Freire(não preciso de
referência aqui né?), entendendo a educação como meio de conscientização
política e social, superando as condições de opressão, condiz (não sei se é
essa a palavra) com a ideia do Teatro do Oprimido (BOAL….), tendo em vista
sua proposta de libertação da opressão utilizando a arte como recurso(meio)
transformador. A utilização dos recursos político-teatrais são capazes de
romper com a relação de exploração, incentivando a subjetividade daqueles
indivíduos oprimidos por alguma relação de poder. 
‘’O Teatro do Oprimido, em todas as suas formas, busca
sempre a transformação da sociedade no sentido da libertação
dos oprimidos. É ação em si mesmo, e é preparação para
ações futuras. ‘’Não basta interpretar a realidade: é necessário
transformá-la - disse Marx, com admirável simplicidade’’
(augusto boal, teatro do oprimido e outras poéticas políticas, p.
19 ARRUMAR REFERÊNCIA) 

O Teatro do Oprimido incorpora em si o mundo externo e a individualidade do


coletivo, trabalhando o Espaço Estético (BOAL, …… p31 ARRUMAR) como
um espelho de aumento que ‘’revela comportamentos dissimulados,
inconscientes ou ocultos’’, caminhando para  uma possível transformação
social que desague em uma sociedade sem opressão.
 A utilização do teatro como vínculo da reprodução de uma poética
proporciona não apenas consciência individual, sendo corporal e psíquica,
mas também uma consciência coletiva e suas possíveis ou concretas
consequências. A exemplo a relação entre um trabalhador terceirizado
oprimido que trabalha em condições insalubres e o opressor, chef, que não
tem interesse em melhorias de trabalho pois demandaria gasto de capital.
Com interferências práticas do método de BOAL (2013), o ator social -
trabalhador-, poderá, a partir de uma nova linguagem de expressão,
reconhecer sua condição de opressão e libertar-se, tornando-se em
transformador da ação dramática. 
O que a Poética do Oprimido propõe é a utilização da própria ação. Dessa
forma, o espectador assume o papel do personagem protagônico e transforma
a ação dramática, analisando-a e pensando em possíveis soluções. Essas
ações teatrais são trabalhadas na fala e no corpo, através do estímulo à
expressividade. 
‘’Penso que todos os grupos teatrais verdadeiramente
revolucionários devem transferir ao povo os meios de produção
teatral, para que o próprio povo os utilize, à sua maneira e para
seus fins. O teatro é uma arma e é o povo quem deve manejá-
la.’’ (BOAL, Augusto. Teatro do Oprimido e outras Poéticas
Políticas. p. 182)

O corpo é em primeiro lugar a base do desenvolvimento do ator, sendo parte


fundamental do vocabulário teatral, o qual necessita de estímulos, seja sons
ou movimentos. Para que os meios de produção do teatro sejam transferidos
para o povo, o ato de conhecimento e libertação devem antecede-los. A
prática de exercícios, processos, ensaios, experimentos e práticas são
fundamentais para esse amadurecimento artístico e libertário. 
O autor criou um esquema geral sobre a transição entre espectador e ator,
dividida em quatro partes: Conhecimento do Corpo, Tornar o Corpo
Expressivo, O Teatro como Linguagem e Teatro como Discurso.  Esses
processos só são possíveis com a estimulação dos artistas por meio das
práticas teatrais e exercícios de corpo, voz, interpretação, etc. 
 A dinâmica do Teatro-Fórum é desenvolver uma ambientalização teatral na
qual se tem um tema central, diria melhor, uma problemática, e esta é
levantada para discussão em formas cênicas, cabendo à interferências
internas de espectadores movimentar o andamento da discussão de acordo
com suas demandas, pensamentos, estratégias e desejos. O objetivo é
transformar o espectador no próprio protagonista. A  pulsão da transformação
está no inconsciente de cada ator social então presentes naquela realidade a
partir do momento em que se utiliza a palavra como recurso político. A palavra
não apenas dita, mas sentida. Como descreveu Augusto Boal: 
’’ o Teatro do Oprimido busca não apenas conhecer a realidade, mas a
transformá-la ao nosso feitio. Nós, os oprimidos.’’ (REFERÊNCIA)

Você também pode gostar