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RESUMO: Este artigo objetiva discorrer acerca da arte como instrumento capaz de produzir
transformação e humanização. Entende-se que ela exerce o poder de transformar o indivíduo,
tornando-o crítico e consciente do seu papel social. Para tanto foi realizada uma pesquisa
bibliográfica de natureza básica, visto que o objetivo desse estudo foi aumentar os
conhecimentos e as reflexões sobre o tema em questão, pois se entende que esse assunto
deveria ser amplamente discutido em salas de aula do ensino superior e trabalhado pelos
educadores nos ensinos fundamental e médio. Espera-se com essas reflexões que alunos e
professores passem a olhar a arte como um fenômeno vital para a vida do ser humano devido
esse potencial transformador e humanizador. A abordagem do problema foi de ordem
qualitativa.
1INTRODUÇÃO
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Acadêmica do Curso de Artes da UNIVEL – Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel.
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Acadêmica do Curso de Artes da UNIVEL – Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel.
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Mestre em linguística. Professora do Curso de Artes da UNIVEL – Faculdade de Ciências Sociais
Aplicadas de Cascavel.
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2 DESENVOLVIMENTO
A arte é trabalho que precisa ser sentido, mentalizado, projetado e produzido, visando
uma necessidade do ser, e nesse trabalho, há valoração do ser, o qual desenvolve uma
consciência crítica. A valoração da vida se dá pelo processo de conscientização e pela
influência da visão cultural (OSTROWER,1978).
Ao buscarmos a compreensão do processo transformador, podemos perceber que o
fazer criativo transforma não só a arte criada, mas o seu criador, e isso se dá pela ação
simbólica e pelo legado que esse mesmo ser transformado e transformador contribui deixando
sua marca.
É possível reconhecer o mundo em que se vive por intermédio da arte, pois ela
possibilita fazer uma leitura desse mundo. E partindo da própria cultura do indivíduo, ela lhe
dá a oportunidade de participar na sua comunidade; da cultura local, fazendo uso de suas
habilidades, e participando das transformações locais (BASTOS, 2010). Nota-se que neste
ponto a arte começa a humanizar o homem, visto que por meio dela é possível antes de tudo
conscientizar.
Segundo Ostrower (1978, p.166), “ao exercer o seu potencial criador, trabalhando,
criando em todos os âmbitos do seu fazer, o homem configura a sua vida e lhe dá um
sentido.” Partindo dessa premissa entende-se que a arte tem poder de transformar o indivíduo,
visto que, ao desenvolver um gosto pela arte através da fruição, é possível que o mesmo,
possa teorizar, ou desenvolver o gosto pela busca do conhecimento teórico, e
consequentemente, descobrir um impulso criativo para produzir arte. E, quando busca, dá
sentido à vida, ele desenvolve seu potencial criador.
Compreende-se que Ostrower quer dizer que é o trabalho que dá sentido á vida, pelo
processo criativo; nota-se que, se todos os indivíduos tivessem oportunidade de estudar e
trabalhar encontrariam o caminho da realização e da produção criativa (OSTROWER, 1978).
Tendo em vista essas considerações vale destacar que a arte tem, portanto, um poder
humanizador.
Nesse sentido Soares (2007, p.4) confirma que:
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Neste ponto alguém poderia nos questionar: Como seria possível a humanização pela
arte, visto que somos todos humanos? Vale lembrar que, apesar de humanos, precisamos ser
educados em relação ao outro, em relação à sociedade, e a tudo que nos cerca, ou seja,
precisamos ser humanizados. Aí a arte exerce sua função social humanizadora, visto que dará
ao indivíduo a capacidade de sensibilizar-se.
Considerando que o homem passa a exprimir-se, e acaba revelando o mundo em que
vivem suas crenças, seus medos e desejos, a arte assume assim fundamental importância na
vida do ser humano, pois é por meio dela que o homem vai se exprimir e revelar suas
intenções.
Conforme Vygotsky apud Silva (2004, p.7):
Afirma que a arte sempre implica transformação, e enfatiza o seu sentido social ao
escrever que "A arte é o social em nós [...]; quando cada um de nós vivencia uma
obra de arte, converte-se em pessoal sem, com isso, deixar de continuar social". O
contato de cada indivíduo com uma música, um poema ou um quadro implica uma
apreciação que envolve aspectos cognitivos, afetivos e sociais a partir de seus
referenciais histórico-culturais. Para Bronowski (1983), a obra de arte só existe
quando a recriamos para nós. Pressupõe, assim, a participação ativa e efetiva do
sujeito no processo de fruição (VYGOTSKY apud SILVA, 2004, p.7).
A arte é frequente na nossa vida, fazendo parte da história de todos nós, desde os
primórdios da civilização vem nos mostrando e contando como era a vida há alguns anos, é
um processo que está sempre em construção e modificação, conforme ressalta Buoro (2003), a
arte “se faz presente, desde as primeiras manifestações de que se tem conhecimento, como
linguagem, produto da relação homem/mundo” (BUORO, 2003, p.20). Por meio da artes
expressa-se as relações do homem com o mundo revela-se a história.
De acordo com Lugão (2009 p.29-30):
A função social da arte fica nítida à medida que ela transforma e nos traz o
conhecimento do mundo, não um conhecimento abstrato, mas afetivo e real. [...] A
criação artística é a necessidade humana de perceber e entender a representação da
realidade humano-social, de expressar e objetivar significados e valores coletivos.
[...]Por meio da arte o sujeito torna-se consciente de sua existência social como fruto
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São os fatores que corroboram para o embrutecimento do ser humano, fato que se
torna mais visível em populações que vivem em situação de extrema pobreza ou
privada da garantia dos direitos básicos de saúde, lazer, moradia, alimentação e
educação (PARMIGIANI, 2011, p.3).
Peixoto (2003, p.41) esclarece que como esfera específica do humano, “a práxis é
atividade que, ao produzir e ser produzida no movimento histórico, expressa a totalidade do
homem e do mundo “da matéria e do espírito, de sujeito e objeto, do produto e da
produtividade” (KOSÍK, 1976, apud, PEIXOTO, 2003, p.41).
Um exemplo bem atual e que pode revelar a sensibilidade artística do homem frente ao
meio social é a reciclagem. Tantos materiais podem ser reutilizados e transformados
artísticamente e comercializado, gerando lucro ao seu criador e ao meio ambiente. Ou,
mesmo, as ONGs, com seus projetos transformadores, que recebem crianças, jovens e adultos,
os quais têm a possibilidade de participar e atuar nas manifestações artísticas, tais como:
teatro popular, sessão cinematográfica, bibliotecas públicas ambulantes, brinquedotecas, ou
mesmo, criando arte pelo fazer artístico, usando os recursos de sustentabilidade. Entendemos
que:
Conforme Peixoto (2001, p.106):
A arte pode humanizar no sentido em que também gera renda ao individuo, tirando-o
da marginalidade; inserindo-o ao contexto econômico e social. O homem produz arte e pode
utilizar-se dos lucros que ela gera, com a comercialização, através de feiras e exposições.
A arte humaniza também quando coloca o indivíduo em contato com o outro
indivíduo. Quando lhe mostra que o outro também pertence ao mundo. Através do
conhecimento das outras culturas pode-se aprender e respeitar os diferentes valores existentes
na sociedade em geral.
De acordo com Trojan (apud PEIXOTO, 2001, p. 109):
A arte, com a riqueza de sua simbologia, “possibilita ao ser humano uma forma de
suspensão da realidade, a partir da qual retorna ao dia-a-dia transformado e
enriquecido, ou seja, com a sua compreensão da realidade humana ampliada”. Isso
“faz com que o indivíduo singular se identifique com a humanidade em geral” e
possa se perceber “... particularmente mais humano ao mesmo tempo em que
compartilha esse significado e se sente parte da humanidade” (TROJAN, apud
PEIXOTO, 2001, p. 109).
Os seres humanos que não conhecem a arte têm o seu processo de aprendizado
restrito, passando despercebidos os conhecimentos de mundo que o estudo da arte propicia.
Conforme Vasquez (apud PEIXOTO, 2001, p.118):
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Tanto quanto outros conhecimentos, a arte exerce sua função, pois está atrelada às
outras áreas e tem o potencial para levar o indivíduo ao pensamento crítico e a percepção
estética, considerando, que também se desenvolve a sensibilidade, a percepção e a
imaginação, propiciando uma contemplação do processo que está implícito nos movimentos
artísticos.
Nota-se que a educação, o processo de ensino aprendizagem e a valorização do ensino
da arte serão de fundamental necessidade para a formação pessoal dos alunos. Viver e
aprender a realidade ajudará a torná-los mais humanos. Pois, o mundo que vivemos é tão
complexo, contudo, temos questões que nos acompanham e a Arte nos mostra e esclarece
fatos e nos faz sentir, ignorar, construir ou destruir a partir de um olhar de entendimento.
Por isso, a arte é a disciplina que promoverá um conhecimento verdadeiro do que é o
indivíduo. Oportunizando ao indivíduo perceber o mundo e fazer uma leitura do mesmo, a
partir de si mesmo, se construindo e reconstruindo e tornando-se participante da sua própria
cultura.
Tendo em vista essas reflexões, nota-se que um dos grandes desafios da valorização da
arte nas escolas e na sociedade é fazer com que ela passe a ser uma disciplina valorizada pela
sociedade.
Considerando que o homem por meio da arte consegue exprimir-se, e acaba revelando
o mundo em que vive suas crenças, seus medos e desejos, a arte assume assim fundamental
importância na vida do ser humano, pois é por meio dela que o homem vai revelar suas
intenções.
A arte é frequente na nossa vida, fazendo parte da história da humanidade, desde os
primórdios da civilização vem nos mostrando e contando como era a vida há alguns anos, é
um processo que está sempre em construção e modificação, conforme ressalta Buoro (2003), a
arte “se faz presente, desde as primeiras manifestações de que se tem conhecimento, como
linguagem, produto da relação homem/mundo” (BUORO, 2003, p.20).
Por meio da arte se expressa às relações do homem com o mundo, revela-se a história.
Por isso entendemos que a arte deve ser valorizada como instrumento capaz de revelar
a individualidade e o caráter social do homem. Ela é instrumento capaz de nos humanizar e
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nos transformar. Estudar a Arte de modo consciente em sala de aula é dar ao indivíduo a
capacidade de pensar e refletir sobre seu contexto, suas funções, suas capacidades.
Conforme o Parâmetro Curricular nacional destaca-se o papel do educador, como
segue abaixo:
É muito importante que o educador saiba o seu papel e que esteja em constante
atualização perante a escola e sociedade, o professor de arte deve trabalhar a
subjetividade do aluno no ensino da arte, estimulando-o à criação artística. Ensinar
arte em consonância com os modos de aprendizagem do aluno significa não isolar a
escola da informação social e, ao mesmo tempo, garantir ao aluno a liberdade de
imaginar e edificar propostas artísticas pessoais ou grupais. Nesse contexto, o aluno
aprende com prazer a investigar e compartilhar sua aprendizagem com colegas e
outras pessoas, ao relacionar o que aprende na escola com o que se passa na vida
social de sua comunidade e de outras. (PCN. MEC.GOV. BR, p.44).
Por tanto, tendo como ensino curricular obrigatório, a arte, nos diversos níveis da
educação básica, será possível fomentar o desenvolvimento cultural dos alunos.
4 METODOLOGIA
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Trata-se de uma pesquisa bibliográfica de natureza básica, visto que o objetivo desse
estudo foi aumentar os conhecimentos e as reflexões sobre o tema em questão. A abordagem
do problema foi de ordem qualitativa. Utilizamos, como principais fontes teóricas, livros e
artigos impressos e digitais.
Uma pesquisa bibliográfica configura-se como um processo sistemático de construção
do conhecimento que tem como metas principais gerar novos conhecimentos, e/ou corroborar
ou refutar algum conhecimento pré-existente. A pesquisa bibliográfica abrange
a leitura, análise e interpretação de documentos.
A pesquisa bibliográfica tem por objetivo conhecer as diferentes contribuições
científicas disponíveis sobre determinado tema. Ela dá suporte a todas as fases de qualquer
tipo de pesquisa, uma vez que auxilia na definição do problema, na determinação dos
objetivos, na construção de hipóteses, na fundamentação da justificativa da escolha do tema e
na elaboração do relatório final.
5 CONCLUSÕES
saíram das cavernas e dominaram seus medos, nos recriamos passamos a existir como
sociedade.
Nesse tempo presente, ainda urge sairmos da caverna, da indiferença e como
sociedade organizada lançarmos um olhar não ao nosso umbigo, e sim mais além, sentir que
há pessoas que precisam ser humanizadas. Entretanto, cabe a nós, professores de artes,
proporcionar o acesso à arte transformadora. Pois quando assim fazemos nos humanizamos
também, e desenvolvemos nosso trabalho que configura nossa vida e nos dá sentido para
viver.
REFERÊNCIAS
BASTOS; Flávia Maria cunha. O Perturbamento do Familiar: Uma proposta teórica para
Arte/Educação baseada na comunidade. BARBOSA; Ana Mae. Arte/Educação
Contemporânea: consonâncias internacionais. 3ª Ed. São Paulo: Cortez, 2010.
http://revistaartforumcultural.blogspot.com.br/2013/04/artigo-sobre-educacao-e-arte-por-
maria.html. Acesso em: 08 out 2013.
PEIXOTO; Maria Inês Hamann. Relações arte, artista e grande publico: a pratica estético-
educativa numa obra aberta. Campinas, 2001. Tese de Doutorado. Univ. Estadual de
Campinas.
PEIXOTO, Maria Inês Hamann. Arte e grande público: a distância a ser extinta. Campinas,
São Paulo, SP: Autores Associados, 2003. 102 p. Disponível em:
http://www2.pucpr.br/reol/index.php/DIALOGO?dd1=814&dd99=view
acesso em: 05 out 2013.
SILVA; Silvia Maria Cintra da. Algumas Reflexões Sobre a Arte e a Formação do
Psicólogo. Psicol. cienc. prof. v.24 n.4 Brasília dez. 2004. Disponível em:
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1414-98932004000400012&script=sci_arttext
acesso em: 05 out. 2013.