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TEATRO E A ESCOLA: funções, importâncias e práticas

Resumo do Livro
Estudo a respeito das práticas teatrais e suas aplicabilidades no ambiente escolar

Introdução
Teatro é uma arte híbrida, pois envolvendo literatura e encenação se associa à história
do homem assim como o da comunicação humana. Desde a Antiguidade Clássica, até os dias
atuais. Mesmo em tempos tecnológicos, o teatro continua encantando, graças à sua maneira
única de ensinar, seja informal ou cultural.
O professor ao utilizar dessa ferramenta, deve tomar cuidado para não a transformar
em instrumento de opressão e inibição já que:
A arte é libertária e o teatro é, sem dúvida, das Artes,
expressão libertária por excelência. A possibilidade de “re-viver”
sentimentos e situações sem barreiras de tempo e espaço, de
presenciar fatos de verdade ocorridos ou apenas existentes no
imaginário do autor, possibilita resgate do indivíduo e da sociedade
NAZARETH (2009).
Dessa forma, devem estar bem estabelecidos os princípios que regem a prática teatral.
Foram feitas essas perguntas: O que é uma peça de teatro; como é a linguagem desse tipo de
texto; qual a função do teatro na escola; que elementos compõem esse tipo de técnica; enfim,
como avaliar esse tipo de prática.
E para respondê-las serão utilizados os seguintes autores: Olga Reverbel (1993), Paulo Coelho
(1978), Sábato Magaldi (1976), Massaud Moisés (1987) e José Antonio Dominguez (1978) .
1. A definição e a história em favor da função e da importância do uso
do teatro na escola
Para que se responda a importância e a função do teatro na escola, abordaremos o que
é teatro e sua evolução no decorrer dos tempos.
A definição do teatro e sua trajetória justifica a importância da sua função na escola.
O teatro, etimologicamente, é de origem grega,
nasceu no século V a.C., como culto ao deus Dionísio.
Significava lugar onde as peças eram encenadas e apreciadas
pelo público. A primeira ideia que se teve do teatro é que ele
era um edifício, constituído de um palco, lugar destinado à
apresentação das mais diversas peças e para uma plateia.
Posteriormente, o teatro passou a designar não só o espaço
físico, mas também a arte da interpretação.
A tríade essencial do espetáculo teatral é: “ator, texto e público”, enquanto
espetáculo, existe apenas “quando o público vê .” (MAGALDI, 1986).

Ator

Texto Público
Então o ator é essencial, o “centro das atenções”, podendo haver exceções,
como no teatro com bonecos, etc. É imprescindível a voz para dar “vida” ao
espetáculo.
Sobre o texto, precisa prender a atenção do público. A criatividade é intrínseca
à todo ser humano (COELHO, 1978) e é fundamental na criação de personagens e
inseridos nos mais diversos conflitos e situações.
No caso dos autores, especialmente aqueles ligados à
literatura direcionada para o público infanto-juvenil, essa
criatividade deve ser coerente e trabalhada, tendo por base
alguns princípios distintos: o produtivo, o expressivo, o
inventivo, o inovativo, e, por fim, o emergente.
O texto teatral é classificado, tradicionalmente, em dois gêneros:
tragédia: narrar acontecimentos que levam a uma fatalidade. Provoca o efeito da
catarse.
comédia: o efeito do riso às custas da ridicularizarão dos personagens. Provoca
reflexão; é contra a alienação.
No decorrer dos séculos, essa classificação rígida de gêneros
ganha novas nuances e, como ocorre de modo geral com a arte literária,
hibridiza-se. Como exemplo, citamos William Shakespeare (1564 –
1616) que conseguiu ir além desses dois tipos de gêneros. O grande
autor promoveu uma mistura, aproximando-os de uma perspectiva um
pouco mais cotidiana, nomeando o novo texto de drama.
A História também pode servir de aparato de compreensão sobre importância e função
do teatro como ferramenta para o educador. Tudo, no âmbito teatral, é bastante significativo
em relação ao tempo/espaço que a peça é representada, até mesmo na mudança da quantidade
de personagens, ou a mudança do próprio espaço cênico, etc.
No teatro grego, conforme cita REVERBEL (1993), a máscara era utilizada como
forma de concretizar a separação ator/personagem.
Apenas mais tarde, na cultura ocidental, é que se percebe a interação íntima entre o
ator e sua personagem.
Além do mais, a máscara e demais adereços de figurino eram
usados para que os personagens pudessem ser construídos segundo o
enredo, uma vez que só havia homens envolvidos na atuação.
período expansionista (séculos XV e XVI) a ação do teatro foi nitidamente
pedagógica, em virtude de sua utilidade nas missões jesuíticas. O Auto de São Lourenço, do
Padre José de Anchieta
O teatro ganha status de espetáculo após a elite frequenta-los após uma farta ceia
(pois era uma diversão).
Como fruto da Revolução Industrial o teatro passou a ser utilizado no formato
audiovisual, como por exemplo: Sai de Baixo – Rede Globo.

2. Função e prática do teatro na escola


Além de ensinar, a escola deve viabilizar formas de acesso ao lazer, à cultura, entre
outros, afim de integrar o aluno à sociedade de forma afetiva.
Nesse sentido, o teatro tem papel importante pois auxilia no desenvolvimento da
criança como um todo, despertando gosto pela leitura, promovendo socialização e
melhorando a aprendizagem, além de fazer refletir pois possui caráter lúdico e
constitui-se como forma de lazer.
O teatro pode ser trabalhado de muitas formas, mas o banalizam quando o usam
somente em datas comemorativas, sem fim pedagógico. Contra essa banalização ,
foram destacado duas formas de fazer teatro na escola:
1. o teatro não deve ser realizado no formato de espetáculos, para formar
atores profissionais, e sim “[...] desenvolver capacidades de expressão –
relacionamento, espontaneidade, imaginação, observação e percepção, as
quais são próprias do ser humano, mas necessitam ser estimuladas e
desenvolvidas. As atividades dramáticas (mímicas, jograis, improviso,
recriação etc.), nessa perspectiva, são um valioso instrumento para o
professor.”
2. Trabalhar no formato de espetáculos mas motivando o aluno, causando
efeitos positivos, sem privar sua liberdade artística. Causas do teatro
trabalhado dessa forma: espontaneidade, aceitação de regras, criatividade,
auto-conhecimento, senso crítico, raciocínio lógico, intuição, conhecimento
do grupo e de si próprio e do conhecimento do ambiente.
Para isso o professor deve ter o papel de mediador, e resolver os problemas
na medida em que aparecem caso eles não saibam superá-los.
O professor no uso das formas de se usar o teatro na escola, deve ser feito com
cuidado e bom senso, em sua aplicação e em sua avaliação.

Os jogos de RPG como proposta didático-pedagógica para o público da


modernidade
semelhanças RPG e Teatro:
atores / jogadores recebem um guia / roteiro, tendo marcadas suas falas, sua
personalidade, gestos, etc;
o ator / jogador interpreta de acordo com o roteiro escolhido pelo mestre / narrador;
possibilidades infinitas de encenação.
Apesar da crítica que se faz ao jogo, pela possível agressividade que se pode ter ao
jogar, ainda assim o aspecto criativo estimulado, até mesmo pela facilidade de interpretar os
papéis, causa reações positivas.
Tipos básicos de RPG: live action tabuleiro, de cartas, de vídeo games.
A questão espacial e temporal, nesse recurso, não tem limites.
O imaginário criativo é despertado em todas as idades pelo fascínio e
envolvimento nas aventuras narradas. Isso faz com que as capacidades
encenativas impulsione as mais diversas leituras.
Esta modalidade de jogo pode ser proposta dentro das escolas como
recurso didático e estimulativo, desde que se escolha um tema e se construa um
roteiro adequado para isso. O jogo/encenação seria melhor aproveitado
principalmente pelo público adolescente, já que este tipo de clientela possui um
contato maior com este tipo de prática e, de modo geral, sente-se desistimulado
pela rotina escolar.
Considerações finais
O teatro na escola é acima de tudo um instrumento de aprendizagem. Não tem objetivo
de formar artistas, nem de , obrigatoriamente, fazer espetáculos, mas que saiba resolver
conflitos relacionados ao ambiente escolar e, por conseqüência, ao social.
Em algumas escolas, é exigido que o professor que irá trabalhar isso, seja formação na
área de atuação, direito assegurado pelas LDBs. Além disso os PCNs norteiam esse trabalho
com arte, em geral, e garante as atividades culturais nas escolas.
Mesmo assim, ainda existem os questionamentos sobre o uso do teatro como
ferramenta nas escolas, levando em conta sua valorização.
Por fim, fica como máxima de aplicação dessa técnica a
consonância entre os dois autores citados, Reverbel e Dominguez, de
que o mais importante não é o resultado, mas sim o processo de
construção do espetáculo, mesmo que este seja apenas uma
“brincadeira” de sala de aula.

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