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VOLUME 4
NUM CLIQUE...
A MULTIPLICIDADE
DE OLHARES! ___________________ 14
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A ARTE QUE
NOS TOCA
A arte é percebida de diferentes formas pelas pessoas que a observam ou a escutam, de modo
que a apreciação estética é única para cada indivíduo. Quando assistimos a um espetáculo de tea-
tro, podemos ser tocados pelo riso, pela tristeza, por outras sensações ou este pode até mesmo des-
pertar em nós desejos e sonhos. Mas nem sempre compreendemos aquilo que sentimos quando
estamos diante de um objeto artístico.
Neste capítulo, discutiremos a função social que o teatro exerce em diferentes contextos. Em
seguida, trabalharemos com a música, que descreve imagens e sentimentos que podem ser des-
pertados quando alguém escuta uma composição. Mas, afinal, é possível provocar sensações no
público por meio de sons e frases musicais?
e s p aço de diálogo
Leia o texto a seguir, extraído da peça de teatro A exceção e a regra, de Bertolt Brecht (1898-1956), e con-
verse com sua turma.
©Shutterstock/360b
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o s
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e
O bj Conhecer a palavra e o corpo na representação teatral.
Estudar sobre o teatro épico.
Compreender a função social do teatro.
Conhecer a construção da cena teatral.
Estudar sobre a música programática.
RO CESSOS riativos
1. Observe, na imagem ao lado, os gestos dos
2. Após a escrita do diálogo, experimente falar o seu texto para os demais colegas da sala, atribuindo a cada fala
diferentes intenções que você poderá demonstrar a partir da entonação vocal, da respiração e da pontuação.
2 Encaminhamento da atividade.
3
Relações entre a cena e o gênero teatral
Assim como em outras artes, o teatro explora determinadas temáticas
que, associadas à forma, vão compor a cena. produtor: no Brasil, é a pessoa que
cuida dos procedimentos para a realização
Existem várias maneiras de se estruturar uma cena. Elas variam de material do espetáculo, como os custos
acordo com os interesses e as necessidades dos envolvidos no processo, e toda a parte operacional da encenação
que são o ator, o produtor, o iluminador, o cenógrafo, o figurinista e o (contratação de pessoal artístico e técnico,
encenador. aquisição de material, etc.).
encenador: de acordo com Patrice Pavis
A cena é composta de acordo com a seleção de uma das diferen- (professor e estudioso do teatro), é a
tes formas (ou gêneros) teatrais ou da combinação de algumas dessas pessoa encarregada de montar uma peça,
formas, como: a comédia, a tragédia, o drama burguês, o melodrama, a assumindo a responsabilidade estética e
mímica, o teatro de revista, o teatro de rua, o teatro do absurdo, o kabuki, organizacional do espetáculo, escolhendo
entre outras. 3 Aprofundamento do conteúdo. os atores, interpretando o texto, utilizando
As formas (ou gêneros teatrais) apresentam características próprias, as responsabilidades cênicas à sua
disposição; é também chamado de
as quais determinam a composição de personagens, a construção da ce-
diretor.
nografia, a iluminação, o figurino e a sonoplastia, elementos que consti-
tuem um espetáculo de teatro.
A realidade ou a ficção são colocadas diante do espectador por meio da organização dos elementos da cena.
Por muito tempo, a cena teatral era apresentada ao público com o intuito de suscitar emoções e sentimen-
tos, provocando a identificação com o personagem e seu conflito. Pode-se dizer que o teatro clássico instiga as
emoções do público e conduz à ilusão, provocando a dúvida entre o que é arte e o que é vida real. Contudo, a
função do teatro não se limita apenas a iludir o espectador, mostrando-lhe somente as relações que os seres
humanos estabelecem entre si, mas também visa revelar os fatores que determinam essas relações.
©Shutterstock/Kobby dagan
©Jennifer Glass
A crítica social, sobretudo da desigualdade de classes,
era uma característica marcante na obra de Brecht.
arte 5
ROCESSOS riativos
1. Por meio de improvisações, represente diferentes papéis sociais (operário, professor, médico, banqueiro, etc.). Em seguida,
discuta com seus colegas sobre esses papéis desempenhados na vida real. Reflita sobre o que fizeram e registre abaixo sua
opinião a respeito dos motivos que levam as pessoas a se aproximarem umas das outras e a formarem grupos.
6 Encaminhamento da atividade.
O analfabeto político
O pior analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do
remédio depende das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política.
Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de
todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio dos exploradores do povo.
Privatizado
Privatizaram sua vida, seu trabalho, sua hora de amar e seu direito de pensar.
É da empresa privada o seu passo em frente, seu pão e seu salário.
E agora, não contente, querem privatizar o conhecimento, a sabedoria, o pensamento, que só à huma-
nidade pertence.
BRECHT, Bertolt. [Textos diversos]. In: CRUZ, Edwaldo. Redação oficial. Maceió: Edufal, 2008. p. 221.
Qual a sua opinião sobre o texto “O analfabeto político”, de Bertolt Brecht? Você concorda com o autor? Estabeleça
relações entre os textos e discuta com os colegas a atual situação social do país. 7 Sugestão de ampliação.
©Shutterstock/Naumova ekaterina
O dramaturgo e poeta alemão Bertolt Brecht
Em parceria com sua esposa e atriz Helene Weigel, Brecht fundou a companhia de teatro Berliner Ensemble,
em janeiro de 1949, na cidade de Berlim. Em 1954, o grupo de Brecht passou a ter sede fixa no Theater am
©Shutterstock/W. phokin
Schiffbauerdamm, permanecendo assim até hoje. Embora não tenha escrito nenhuma peça exclusivamente
para a companhia, Brecht remontou as peças O círculo do giz caucasiano, Vida de Galileu, Mãe coragem e A
mãe. Atualmente, a Berliner Ensemble está entre as companhias de teatro mais renomadas no mundo.
8 Encaminhamento do conteúdo.
arte 7
e s p aço de diálogo
A cena apresentada a seguir foi retirada da peça Terror e miséria no Terceiro Reich, de Bertolt Brecht. O autor
se utiliza da tragicomédia para apresentar os horrores do regime nazista durante a Segunda Guerra Mundial.
Aí vêm dois padeiros: trazem um saco de farinha de milho. É para fazerem pão. Os pobres-diabos assam
com milho, farinha e leis o pão que o diabo amassou.
No pátio de um campo de concentração, os detentos marcham em círculo. Cada vez que passam pela
parte da frente do pátio, dois deles trocam palavras em voz baixa.
PRIMEIRO – Você é novo aqui, não é? É padeiro?
SEGUNDO – Sou. Você também é?
PRIMEIRO – Por que foi preso?
SEGUNDO – Cuidado! (Dão outra volta) } corte
SEGUNDO – Eu não botava farinha de milho no pão de trigo. E você? Está aqui há muito tempo?
PRIMEIRO – Há dois anos.
SEGUNDO – Está aqui por quê?... Cuidado! (Dão outra volta) } corte
PRIMEIRO – Estou preso porque botava farinha de milho no pão de trigo. Naquele tempo, dois anos
atrás, isso era crime de falsificação de produtos alimentícios.
SEGUNDO – Cuidado, aí! (Continuam a volta e saem) } corte
6 Encaminhamento da atividade.
BRECHT, Bertold. Terror e miséria no Terceiro Reich. In: ______. Teatro completo. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1991. v. 5. p. 265-266.
©Fabio Fortes
Está chegando o grande dia! Como estão os preparativos para o evento comunitário Festa das
Artes? A data está definida com a direção da escola? Vocês já combinaram com as outras turmas como
será o uso dos ambientes? É importante saber se haverá locais exclusivos para exposições e outros para
apresentações. A organização dos espaços será feita por temas? Os convidados poderão circular livre-
p ç ou haverá uma ordem sugerida
mente entre todas os espaços g p essa circulação?
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A música descrevendo imagens: quadros de uma exposição
Quando estudamos o Romantismo na música, conhecemos o poema sinfônico. Trata-se de uma compo-
sição musical na qual se procura narrar uma história. Esse tipo de música, chamada de programática ou de
programa, pretende descrever cenas ou acontecimentos de forma instrumental. Vamos conhecer, agora, outro
exemplo de música programática.
Na segunda metade do século XIX, o russo Modest Mussorgsky escreveu uma obra com uma caracterís-
tica muito peculiar: em um primeiro momento, ele convida os ouvintes para um passeio musical em uma
exposição de cenas medievais. O cenário que procura descrever musicalmente é pouco convencional, pois se
trata das Catacumbas da cidade de Paris, as quais se tem acesso por meio de uma apertada escada em caracol
de 23 metros.
Passando por baixo de um portal de pedra, há uma mensagem não muito acolhedora: “Pare! Aqui é o im-
pério da morte!”. De qualquer forma, historicamente o local teve uma finalidade mais sanitária do que propria-
mente macabra. Nas galerias subterrâneas, muito abaixo dos túneis do metrô da capital francesa, os restos
mortais dos cemitérios da região central da cidade passaram a ser armazenados a partir do final do século XVIII.
Isso ocorreu para evitar a disseminação de doenças pela quantidade das ossadas ali presentes. Desde então, as
Catacumbas de Paris passaram a ser um ponto turístico bastante visitado na cidade.
11 Sugestão de atividades.
Trabalho do artista e arquiteto russo Viktor Hartmann
©Shutterstock/Bucchi francesco
©Shutterstock/Stas guk
As catacumbas estão localizadas
no 14.º arrondissement de Paris,
um tipo de parque isolado com
um percurso linear de
2 quilômetros no subsolo.
15 Sugestão de atividades.
arte 1 1
As imagens descritas pela música
Ao visitar uma exposição com obras de Hartmann, Mussorgsky decidiu escrever essa obra, intitulada Quadros
de uma exposição. Ainda assim, sua criatividade foi além da simples transformação das ilustrações em música,
uma vez que o compositor procurou descrever também o seu sentimento diante de cada figura ou persona-
gem a que se referia. Modest Mussorgsky é um dos mais importantes compositores russos do século XIX, sendo
considerado o mais nacionalista do “Grupo dos Cinco”, composto, além dele próprio, por Mily Balakirev, César
Cui, Alexander Borodin e Nikolai Rimsky-Korsakov. Esses compositores procuraram produzir música nacional
autêntica, isto é, distanciando-se das tradições eruditas italianas e austro-germânicas.
um pouquinho de brasil
O maestro e compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos tam-
c o n e x ões
Sinestesia é um termo formado
©Melissa McCracken
pelas palavras gregas para “união”
e “sensação”. Ela ocorre quando há
o encontro entre diferentes pla-
nos sensoriais, como o gosto com
o cheiro. Nas artes, isso é um estilo
ou figura de linguagem (como visto
nos poemas sinfônicos), mas existe
uma condição neurológica rara que
leva pessoas a, literalmente, enxer-
garem os sons.
A artista americana Melissa
McCracken é portadora de cromeste-
sia, que faz com que ela “ouça” cores.
Seu trabalho é focado na sua condi-
ção, e ela pinta telas retratando o que
enxerga quando ouve músicas. Pintura de Melissa McCracken inspirada pela música Karma Police, da banda Radiohead
b) Com a imagem selecionada, façam uma pesquisa sonora e musical para descrever a imagem de forma original. Para
isso, utilizem recursos, como instrumentos musicais comuns ou objetos variados que produzam sons interessantes,
trechos de outras gravações, músicas de telefone celular, etc. Componham um trecho musical e registrem no espaço
abaixo a sequência da entrada de cada elemento na música, como se fosse uma partitura.
arte 1 3
NUM CLIQUE...
A MULTIPLICIDADE
DE OLHARES!
e s p aço de diálogo
A fotografia está presente em muitos lugares. Onde você costuma ver fotografias? Converse com sua
turma a respeito disso.
1 Encaminhamento do tema da abertura do capítulo.
©Fotoarena/Magnum/Henri Cartier-Bresson
as fotografias exercem dife-
rentes funções, dependendo
do contexto em que estão
inseridas. Em um álbum de fa-
mília, registram o nascimento
de alguém, uma festividade
ou outro momento especial;
na propaganda, divulgam um
objeto e aguçam a atenção do
consumidor para algum pro-
duto ou serviço, acentuando
o desejo em adquiri-los; no
museu, revelam a expressão
de um artista. Imagem poética de
crianças brincando na CARTIER-BRESSON, Henri. Sevilha, Andaluzia, Espanha. 1933. 1 fotografia
década de 1930, antes da (ampliação) em prata/gelatina.
Guerra Civil Espanhola.
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o s
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e
O bj
Conhecer a fotografia.
Estudar sobre os elementos da linguagem fotográfica.
Compreender a fotografia na dança.
PESQUISA
Procure, em sua casa ou na casa de um familiar, registros fotográficos de gerações passadas – de seus
avós, pais ou outros parentes, e leve as fotos para a sala de aula. Siga as orientações do professor e
apresente-as aos seus colegas. 2 Encaminhamento da atividade.
Niépce utilizou uma placa de estanho coberta com betume e produziu uma câmara que exigia
cerca de oito horas de exposição à luz solar, invenção que batizou de heliografia. Morreu em 1839,
antes de vê-la aclamada.
Quem levou a fama durante muito tempo foi seu sócio Louis Jacques Mandé Daguerre, que, em
1835, substituiu a placa de estanho por uma de cobre coberta com prata polida. Ele denominou sua
máquina de daguerreótipo e o processo de daguerreotipia, para ter certeza de que a humanidade não
o esqueceria, como havia acontecido com Niépce.
ALENCAR, Valéria P. de. Fotografia – Como a técnica foi inventada. Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/
disciplinas/artes/fotografia-1-como-a-tecnica-foi-inventada.htm?next=0002H93U2N>. Acesso em: 5 mar. 2020.
15
c uriosidade
Hercule Florence foi um inventor, naturalista e desenhista francês radicado no Brasil que também teve sucesso
ao utilizar a luz para capturar imagens. Há registros de que ele, além de ter inventado a fotografia em solo brasi-
leiro em 1833 (alguns anos antes de Daguerre), também cunhou o termo “fotografia”. Porém, como a França era
então o centro do mundo ocidental, Niépce e Daguerre é que acabaram consagrados.
Ao saber que o daguerreótipo foi declarado domínio público pelo governo francês – o que viria a popularizar a
fotografia –, Florence declarou o seguinte:
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A fotografia é a maravilha do século. Eu também já havia estabelecido
om
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os fundamentos, previsto esta arte em sua plenitude. Realizei-a antes do
useu Paulista d
processo de Daguerre, mas trabalhei no exílio. Imprimi por meio do sol sete
anos antes de se falar em fotografia. Já tinha lhe dado esse nome, entretan-
to, a Daguerre todas as honras.
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MONTEIRO, Salvador; KAZ, Leonel (Org.). Expedição Langsdorff ao Brasil: 1821-1829 – io No
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Rugendas, Taunay, Florence. Rio de Janeiro: Alumbramento: Livroarte, 1998. p. 360. re b
Câmaras escuras para daguerreótipo, produzidas por Charles Chevalier, Smartphone com múltiplas funções
Museu de Artes e Ofícios, Paris
P E S Q UISA
Junte-se a dois colegas e pesquisem os equipamentos fotográficos mais importantes utilizados ao longo da
história da fotografia. Em seguida, organizem um painel cronológico. Discuta com a turma sobre as diferenças e
semelhanças das máquinas encontradas. 3 Encaminhamento da atividade.
©Shutterstock/Rostislav ageev
Grande
G d plano
l gerall Os tipos de planos são: Plano gerall
Pl
grande plano geral (GPG),
plano geral (PG),
plano médio (PM),
©Shutterstock/Southtownboy studio
primeiro plano (PP) e
©Shutterstock/Annatamila
Plano médio
Plano detalhe
Ilustrações: ©Shutterstock/13ree.design
Primeiro plano
arte 1 7
2. Foco
3. Movimento
Geralmente, o movimento se dá
pelo uso de efeitos técnicos e está
relacionado ao tempo de exposição
do objeto fotografado.
Ilustrações: ©Shutterstock/Voodoodot
O desfoque é utilizado, às
vezes, para transmitir a ideia de
movimento.
©Shutterstock/View apart
©Shutterstock/Topseller
4. Forma
Relaciona-se à
organização dos As linhas diagonais conferem
objetos no espaço. movimento e forma à imagem,
e a disposição dos elementos
revela a harmonia da
composição nessa fotografia de
São Francisco (EUA).
5. Ângulo
É criado pela posição da câmera.
©Shutterstock/Air images
©Shutterstock/Wavebreakmedia
©Shutterstock/Ruslana Iurchenko
18 8º. ano – volume 4
©Shutterstock/Cherylramalho
6. Cor
Refere-se a cada matiz observado na
imagem fotográfica.
7. Textura
Ilustrações: ©Shutterstock/13ree.design
©Shutterstock/Jantira namwong
8. Equilíbrio
Interação
A textura das raízes da árvore fornece contrabalançada
contraste em relação à superfície da água. dos componentes
visuais.
9. Distorções
Efeitos provocados por
O tempo de exposição à luz pode
reações químicas ou ópticas. criar distorções nas imagens.
©Shutterstock/Bosko markovic
10. Perspectiva
©Shutterstock/Olga gavrilova
Ilusão tridimensional que provoca a
sensação de profundidade.
11. Composição
É como os elementos estão
dispostos na fotografia. A composição e o equilíbrio
dado pela perspectiva atraem
o olhar do observador.
12. Iluminação
Diz respeito à relação entre
luz e sombra.
Luzes e sombras são
©Shutterstock/Pamas
elementos fundamentais na
fotografia.
arte 1 9
Nas fotografias feitas por artistas, esses elementos são explorados e utilizados intencionalmente. A fotografia
artística tem uma proposta estética e por isso vai além do mero registro. O fotógrafo artista interpreta a realida-
de, não sendo um simples copiador de cenas. Para se captar um momento único, são necessárias sensibilidade
e criatividade, pois a fotografia recria o mundo exterior de acordo com noções estéticas. A fotografia de arte
difere bastante daquela comumente utilizada para registrar um momento, um objeto, ou da fotografia com fins
documentais. Alguns outros gêneros encontrados na fotografia estão listados a seguir.
Foto amadora: é toda e qualquer foto que registra nosso cotidiano, sem ter a intenção de venda ou comércio
da imagem. Porém, algumas fotos amadoras podem se tornar jornalísticas, devido aos chamados “flagras de
imagens”. Isso ocorre com frequência atualmente, já que existem muitos recursos que ajudam a captar ima-
gens, como celulares, câmeras portáteis, etc.
Foto jornalística: tem a intenção de registrar fatos políticos, eventos importantes, solenidades, celebridades,
tragédias, etc. Muitas imagens de fotojornalistas chamam a atenção para acontecimentos importantes e para
problemas vividos pela humanidade e enfrentados pela natureza. No fotojornalismo, a foto deve “falar por si
mesma”, revelando a miséria, a fome, a violência, a poluição dos rios, o desmatamento e as queimadas, por
exemplo. As fotos jornalísticas causam impacto, pois não apenas registram um acontecimento, como denun-
ciam um universo de ações inerentes àquele fato.
Foto comercial: objetiva evidenciar as características de determinado produto para que, ao ser exposto, mos-
tre com veracidade os seus detalhes.
Foto publicitária: tem por objetivo induzir o espectador à compra de determinado produto ou serviço. Nem
sempre as fotos publicitárias evidenciam o real, pois têm por objetivo nutrir a “necessidade” de adquirir um
produto, levando as pessoas a comprá-lo.
Foto científica: evidencia características de estudos feitos por cientistas, biólogos, estudiosos das mais va-
riadas áreas do conhecimento. As fotos desse gênero ilustram textos de reportagens de divulgação científica.
Fotografia de natureza: as fotografias de natureza tiveram início com a encomenda de editoras, governos, his-
toriadores e sociedades científicas e geográficas, sendo os fotógrafos itinerantes responsáveis por satisfazer à
curiosidade do público em relação às terras estrangeiras ou desconhecidas, aos animais e às paisagens de difícil
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acesso, entre outros temas. O lançamento da tecnologia Kodak, na década de 1880, que prometia à população
facilidades para realizar as próprias fotos (bastava apertar o botão, que a empresa fazia o resto), assim como o
grande comércio de cartões-postais, também no final do século XIX, serviram para expandir amplamente esse
gênero. Atualmente, existem revistas especializadas em natureza que estão entre as principais divulgadoras
desse gênero de fotografia.
de olho na
tecnologia
©Wikimedia Commons/EHT Collaboration
OLIVEIRA, A. J. Cientistas divulgam primeira imagem de um buraco negro. Disponível em: <https://super.abril.com.br/ciencia/nasa-
divulga-primeira-imagem-de-um-buraco-negro/>. Acesso em: 28 jan. 2020.
sugere movimento.
arte 21
3. Faça uma janela em papel e escolha um objeto ou uma paisagem. Experimente exercitar o olhar para o enquadramento da
imagem escolhida. Depois de escolher o enquadramento, tire fotos e cole-as no espaço abaixo.
6 Encaminhamento da atividade.
arte 23
um pouquinho de brasil
A fotografia em O Grande Circo Místico
O Grande Circo
Místico é uma obra
de autoria dos músicos
Edu Lobo e Chico
Buarque, baseada num A obra O Grande Circo Místico
reuniu balé, ópera, circo, teatro,
poema de Jorge de música e poesia.
Lima. Originalmente
apresentada em 1983,
para o balé Teatro
Guaíra, de Curitiba (PR),
ela combina música,
balé, teatro, poesia
e circo, além de
apresentar figurino e
cenário específicos. A
obra conta a história
do amor entre um
aristocrata e uma
acrobata, que tem como
resultado a criação do
Grande Circo Knieps, na
Áustria.
©Tom Lisboa, 2002
Registro do espetáculo
O Grande Circo Místico,
fotografado por Tom
Lisboa, 2002
Fotografia de Tom
Lisboa para O Grande
Circo Místico. Uma
das características da
montagem de 2002
foram as acrobacias e
performances aéreas.
1. Ao observar as imagens, você consegue imaginar a continuidade dos movimentos? Quais seriam esses movimentos?
Pessoal.
2. Descreva os principais elementos que compõem o espetáculo, observados em cada uma das fotografias.
Sugestão de resposta: Iluminação, cenário, figurino.
3. Junte-se a um colega, escolha uma das fotografias, reproduza o movimento e crie uma continuidade para ele. Fotografem e
explorem os elementos da fotografia vistos até aqui. Vocês podem exibir as fotos em um mural na sala e também no evento
Festa das Artes.
arte 25
O que Aprendi
8 Encaminhamento da atividade.
Tomando como base os conhecimentos adquiridos neste capítulo, junte-se a um grupo de colegas para
realizar uma série de fotografias com base em uma única temática (moda, natureza, retrato, esporte, lazer, pai-
sagem, cidade, entre outros).
1. Primeiramente, realizem estudos sobre o tema escolhido, aplicando os elementos da linguagem fotográfica
para criar a série.
2. Ao escolherem o tema de interesse, pensem sobre o que ele significa e o que querem mostrar.
3. Com uma câmera fotográfica, olhem ao seu redor e escolham o que, entre tudo o que observaram, significa
algo especial ou compõe uma história que vale a pena contar.
4. Observem a luz, as sombras, as cores e o melhor enquadramento. Usem o zoom para aproximar ou tornar
mais distante o que quiserem fotografar.
5. Pratiquem as dicas que receberam tirando muitas fotos. Cada integrante do grupo deverá escolher uma de
que mais gostou. Depois disso, imprimam as fotos escolhidas.
6. Em seguida, tragam para a escola as fotos produzidas pelo grupo e apresentem-nas aos demais colegas.
Expliquem os motivos da escolha do objeto de interesse, que história quiseram contar e que cuidados to-
maram ao fazer a foto (luz, enquadramento, sol, sombras, distanciamento, foco, cores, fundo, etc.).
7. Realizem uma mostra virtual ou impressa (se preferirem, incluam outras fotos para a mostra).
©Shu
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Bang
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Capítulo 8 – página 23
As imagens a seguir são do fotógrafo Sebastião Salgado. Conheça um pouco do seu trabalho e escreva no
espaço para anotações o que descobrir sobre a vida e a obra dele.
©Sebastião Salgado
©Sebastião Salgado
©Wikimedia Commons/Ford Motor Company Collection, Gift of Ford Motor Company and John C. Waddell, 1987
©Wikimedia Commons/Patrons’ Permanent Fund