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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

ISLENNY PINTO DOS ANJOS

CONTEÚDO, METODOLOGIA, E PRÁTICA DE ENSINO DA ARTE

O TEATRO NA EDUCAÇÃO: O ensino-aprendizado da linguagem teatral.

SÃO GONÇALO

2023
INTRODUÇÃO

O presente texto irá caracterizar a linguagem teatral, explicitar suas contribuições para a
educação e o processo de ensino aprendizagem e formação integral dos indivíduos.
Apresentará as diretrizes legais contidas no documento PCNArte (Parâmetros
curriculares Nacionais). E por fim, uma proposta teórica e metodológica de intervenção
para contribuir o uso do teatro no contexto escolar e provar que a educação e a teatro
são um elo possível.
1- Linguagem Teatral

A linguagem teatral pode ser conceituada como uma forma de comunicação de


cunho artístico, afinal, a arte é utilizada desde os primórdios do mundo como
fonte de comunicação e interação entre os indivíduos e seus pares.
A linguagem teatral não está estritamente ligada aos textos teatrais apenas, ela
também está ligada ao corpo e o movimentos, sendo assim, é notável que a
linguagem teatral promove ao indivíduo autoconhecimento referente ao seu
corpo e o espaço que o mesmo ocupa no mundo.
A educação utiliza a linguagem teatral como ferramenta metodológica para
romper a metodologia tradicional do ensino bancário que enxerga o educando
como recebedor de depósitos atribuídos pelos detentores do saber, o educador. A
arte surgiu no contexto escola para romper essa lógica, trazendo manifestações
artísticas, como o teatro, como instrumento para romper a abordagem
metodológica tradicional e promover ao educando a oportunidade de se
manifestar artisticamente, e por meio do autoconhecimento fruto da linguagem
teatral, expor suas inquietudes, aflições, e contribuindo para a construção de um
espaço escolar acolhedor, um espaço de fala e escuta atenta.

2- A contribuição do Teatro para o educando

Como visto anteriormente, o Teatro oferece contribuições significativas para o


processo de ensino e aprendizagem do educando, a inserção do teatro no
contexto escolar nunca teve o objetivo de formar grandes artistas mas sim de
promover aproximação entre o educando e a arte, pois a mesma oferta benefícios
como o autoconhecimento, o ato de aguçar a criatividade, e aflorar a
potencialidade das suas crianças.
Reverbel (1979, p.20) discorre sobre o teatro na educação e afirma que o seu
papel pode ser caracterizado como “favorecer a auto-expressão, oferecendo
meios para que, gradativamente, se desenvolvam a espontaneidade, a
imaginação, a percepção, a observação e, conseqüentemente, a criatividade’’.
A inserção das artes cênicas no contexto escolar pode trazer ao educando o
questionamento sobre o contexto social vigente, cabe ao educador fazer essa
mediação entre o questionamento e o educando, tornando a prática eficaz na
formação de indivíduos críticos.
A compreensão crítica sobre a realidade a qual estão inseridos age como
impulsionador para transformação da mesma, criticando os meios
massificadores presentes na sociedade capitalista e nadando contracorrente,
deixando de ser apenas objeto refém da alienação e se tornando protagonista da
sua própria vida, sem um papel social “pré-definido” pela elite.
Segundo, Santana (2010, p.47) “O teatro, quando introduzido nos planos e
estratégias dos educadores, pode ser uma via para se despertar sentimentos e
valores fundamentais para a sustentação das boas relações entre as pessoas que
estão convivendo diariamente na escola, bem como na família e na comunidade
em que estão inseridos”. Dessa forma, é notável que o teatro no contexto escolar
passa a ser visto como indispensável para o desenvolvimento integral dos
educandos.

3- Oficina de iniciação teatral

A proposta será realizada com alunos do 2° ano do Ensino Fundamental que


durante a aula de produção textual demonstrou grande interesse no livro “O
menino que não queria ser príncipe e outras histórias encantadas” de Georgina
Martins. Sendo assim, foi pensado em um projeto de Oficina de Teatro que seria
construído em 1 mês, sendo, 2 dias da semanas dedicados para produção dos
materiais e ensaios.
O livro em questão é um conto sobre um menino que apesar de ter recebido o
privilégio de ser um príncipe não queria de jeito nenhum assumir um posto, e
uma princesa que tem a cor da noite. Ou seja, um conto de fadas nada tradicional
mas que assim como os outros termina com um belo final feliz.
A turma possuía 20 alunos, então foram divididos em 4 grupos de 5 integrantes,
o primeiro grupo foi responsável por desenvolver o cenário da peça, o segundo
grupo foi responsável pela montagem dos figurinos juntamente com a
professora, o terceiro e quarto grupo ficaram responsáveis pela divulgação do
evento para a escola –seria um evento aberto para todas as turmas assistirem,
pois seria realizado na quadra da escola-, e pela atuação, e por fim a professora
seria responsável pela criação do roteiro que teria participação direta de toda
turma.
Durante a apresentação a docente irá observar seguintes aspectos para
construção de uma avaliação coerente: Como os alunos interagem e reagem
trabalhando em equipe? Diante do surgimento de problemas, eles buscam
soluções com independência ou recorrem diretamente à professora?
Este projeto foi pensado para desenvolver habilidades como a criatividade, a
comunicação, o trabalho em equipe, a improvisação, memorização de textos, e
principalmente a interpretação de textos, ou seja uma imersão inicial no mundo
do teatro.
A avaliação será de acordo com a participação individual do aluno durante o
projeto
4- Parâmetros Curriculares Nacionais- Arte e Oficina Teatral

O projeto anteriormente apresentado foi pautado nas orientações estabelecidas


pelos parâmetros curriculares nacionais de artes, que compreendem o teatro
como construção coletiva, o projeto da oficina de teatro foi uma construção
coletiva entre os alunos do 2° do Ensino Fundamental e ofertado para toda
comunidade escolar.
As seguintes orientações apresentadas são as consideradas no documento para
aplicação de projetos de teatro no contexto escolar:
“• Reconhecimento e integração com os colegas na
elaboração de cenas e na improvisação teatral.
• Reconhecimento e exploração do espaço de
encenação com os outros participantes do jogo
teatral.
• Interação ator-espectador na criação dramatizada.
• Observação, apreciação e análise dos trabalhos
em teatro realizados pelos outros grupos.
• Compreensão dos significados expressivos
corporais, textuais, visuais, sonoros da criação
teatral.
• Criação de textos e encenação com o grupo.”
(BRASIL, 1997)
Diante das orientações apresentadas anteriormente, é notável que o projeto
proposto segue atentamente todas as orientações estabelecidas pelo documento.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases Nacional. Lei nº 9.394/96, de 20 de
dezembro de 1996.
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília. 1997.
CAMARGO SAMPAIO, J.C. Teatralidades: da imagem ao sujeito biopolítico.
Palmas: UFT/EDUFT, 2014.
INSTITUTO Arte na Escola. Referenciais Curriculares em Arte. São Paulo, v.
49, fevereiro 2008, p. 4-5.

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