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estatísticos referentes ao quadro demográfico relativo à população idosa no Brasil, no que diz
respeito às causas e consequências que trouxeram esse novo cenário. Nesse sentido, a análise
se debruçou sobre algumas particularidades, como a incidência de moléstias que ocasionam
em maior grau os dados de morbimortalidade, a consequente necessidade de maiores
investimentos e o caráter de desafio relacionado às políticas públicas, numa conjunção de
fatores que contribuem para explicar a movimentação expressivas desses percentuais.
Diante disso, o estudo impactado por essas apurações levou em consideração as alternativas e
recursos de que se podem lançar mão para promover a conquista do envelhecimento ativo, no
sentido de que a longevidade represente um ganho no curso da longevidade, e não um ônus
ou sobrecarga para a sociedade e para os próprios indivíduos que estão envelhecendo.
Sob esse mote, com o enfoque epidemiológico, essa análise buscou apresentar contribuições
da psicologia frente à demanda de novas estratégias de intervenção voltadas para a população
mais velha, na apresentação de diretrizes e pressupostos que tendem a contribuir para a
promoção do envelhecimento sob as condições acima elencadas, contemplando, igualmente,
teorias do desenvolvimento ao longo da vida que embasa grande parte das pesquisas em
psicologia do envelhecimento.
Tais elementos que levam a essas iniciativas e seus consequentes e salutares resultados, foram
endossados pela Segunda Assembleia Mundial do Envelhecimento, promovida pela ONU, no
ano de 2003, em que foram aprovadas medidas para orientar políticas públicas voltadas a esse
tema, como o reforço da participação ativa dos idosos na sociedade, com o reconhecimento de
seu papel no desenvolvimento social, cultural, econômico e político, oferecendo-lhes
oportunidades de emprego, de moradias rurais, e pleno acesso ao conhecimento e à
capacitação. Reforçando, assim, a condição de importância dos idosos como agentes
efetivamente constitutivos da sociedade, na promoção do envelhecimento ativo e bem
sucedido, além da mudança da concepção global, com o reconhecimento de que o
envelhecimento populacional tende a representar um acúmulo dos recursos humanos, sociais
e econômicos, e não uma razão de esgotamento, destes.
Em termos de estratégia para aplicação, na prática, dentro da busca pela obtenção desses
resultados com a consequente consolidação dessas políticas públicas no seio da sociedade,
ganhou consistência o conceito de que é necessário garantir mudanças permanentes de
condições de vida, e não se prender às tentativas de mudanças de hábitos individuais. Assim,
se aplica efetivamente à saúde do idoso e inclui intervenções que visam a otimização das
potencialidades da população mais velha e focalizam na autoeficácia e no empoderamento.
Mais detidamente no trabalho e na contribuição prática que a psicologia pode e deve oferecer
a essa causa, foram enumerados os seguintes tópicos:
Esse plano será eficaz se suas estratégias atingirem todo o curso de vida dos
indivíduos, isto é, modificando o estilo de vida na infância e com projeção de
manutenção de hábitos saudáveis até a velhice, e, considerando, também, ainda
dentro de todas as análises levadas à efeito, as causas diagnósticas que levam a
esse estado de coisas: abuso físico emocional e sexual, negligência física e
emocional, ter testemunhando violência doméstica, crescer com um membro
familiar doente ou fazendo uso abusivo de substância, a perda de um dos pais ou
ter um membro da família encarcerado.
A psicologia pode oferecer significativo apoio às políticas de prevenção e controle
das DCNT, pois o campo de atuação desta profissão engloba uma diversificada
gama de técnicas voltadas para a promoção da saúde, para o diagnóstico precoce
e o tratamento de declínios físicos, emocionais e cognitivos.
Contudo, para que o conhecimento teórico e prático da psicologia resulte em
intervenções eficientes em saúde do idoso, é necessário garantir profissionais
qualificados e respaldados pelos novos paradigmas gerontológicos. Estes
profissionais podem auxiliar na implantação das poli ticas públicas pensando a
prevenção e a promoção da saúde bem além de simples técnicas de correção
comportamental e da transposição de serviços aos mais velhos baseados nas
estratégias utilizadas para os mais jovens.
Em síntese, como conclusão mais abrangente de todo esse estudo em si, é muito
importante considerar que um dos maiores desafios do crescimento da
psicogerontologia no Brasil é a execução de ações conduzidas por profissionais
capacitados para desenvolver intervenções que ofereçam subsídios e respostas às
necessidades resultantes das especificidades do envelhecimento.
Texto Base:
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/gerais/v8nspe/09.pdf