Você está na página 1de 27

.1.

Introdução

A saúde ambiental constitui a condição essencial para o desenvolvimento das comunidades de


um país. No entanto as condições ambientais de uma área podem influenciar no estado de saúde
da população trazendo como uma das consequências o aparecimento de vectores causadores de
doenças. Com efeito dos inúmeros problemas que afectam a sociedade moçambicana na área da
saúde, a malária é que aponta como umas das principais doenças, causando sofrimento de muitas
pessoas (Libinga, 2011).

Entretanto, a saúde está sempre ligada ao ambiente, pois é difícil apresentar um estado de saúde
favorável num contexto ambiental precário e desfavorável. Libinga (2011), aponta que as
condições precárias de habitação, a falta de condições e os meios para combate, a inobservância
dos princípios básicos de saneamento ambiental são a razão do aumento de casos de malária.
Além disso, Ribeiro e Rooke (2010), referem que os estudos do Banco Mundial (1993) estimam
que o meio ambiente inadequado é responsável por maior parte da ocorrência de doenças em
países em desenvolvimento.

Corroborando com a mesma afirmação, a Organização Mundial da Saúde-OMS (2009﴿,


considera que a malária é um dos grandes problemas de saúde pública nos países em vias de
desenvolvimento, e estima-se que 300 a 500 milhões de pessoas sejam infectadas a cada ano e
que nos países da África estão concentradas 90% dessas pessoas.
1.2.Formulação do Problema

A malária é uma doença que preocupa as autoridades de saúde e a população em geral. Existem
no Pais várias instituições e organizações engajadas na luta contra a doença, mas ela continua
sendo uma das doenças responsáveis por internamentos e mortes hospitalares (Libinga, 2011).

Segundo o relatório da Direcção Provincial de Saúde de Maputo (DPS﴿, no âmbito das


actividades desenvolvidas durante o ano 2016, a malária foi responsável por cerca de 44% de
todas as consultas nas unidades sanitárias da Província de Maputo, porém a cidade da Matola
esteve na lista dos locais com maiores casos notificados em toda a província, com 24,434 mil
casos notificados apôs o Distrito da Manhiça.

Há que referir que a transmissão da malária pode ser originada por vários factores dentre o
saneamento do meio aliado as atitudes negativas em prol do meio ambiente por parte da
população, porém o combate e prevenção desta são fortemente influenciados por aspectos
ligados aos conhecimentos e percepções sobre a doença, que por sua vez, condicionam atitudes e
práticas.

Onde Libinga (2011), sustenta que se tem posto em segundo plano a questão dos aspectos sociais
relacionados a malária, no entanto, são poucos os estudos realizados de forma a avaliar os
conhecimentos e atitudes das populações em relação a malária no pais, que possam ser de grande
importância na transmissão e controlo da doença. Assim torna-se necessário saber:

Qual é a percepção dos moradores do Bairro do Língamo sobre a influência do saneamento


ambiental na transmissão da malária?

1.3.Objectivos da pesquisa

Este estudo tem como objectivo geral:

• Analisar a percepção dos moradores do Bairro do Lingamo sobre a influência do saneamento


ambiental na transmissão da malária.
Para a concretização do objectivo geral, foram formulados os seguintes objectivos específicos:

• Descrever as condições ambientais e de saneamento existentes no Bairro do Lingamo.

• Identificar as estratégias usadas pelos moradores do Bairro do Lingamo para o combate a


malária.

• Identificar a percepção dos moradores do Bairro do Lingamo em relação ao saneamento


ambiental.

• Indicar a contribuição da educação ambiental no combate à malária no Bairro do Lingamo.

1.4. Perguntas da pesquisa Para se alcançar os objectivos do estudo, foram levantadas as


seguintes perguntas do estudo:

a) Que condições ambientais existem no Bairro do Lingamo?

b) Que estratégias são usadas pelos moradores do Bairro do Lingamo para o combate da malária?

C) Qual é a percepção dos moradores do Bairro do Língamo em relação ao saneamento


ambiental.

d) Como é que a educação ambiental pode contribuir na prevenção e combate à malária no


bairro do Lingamo

1.5. Justificava

O Bairro do Lingamo constitui um campo de interesse especial para o estudo, devido a vários
factores dentre os quais a localização geográfica que foi de fácil acesso, o deficiente sistema de
saneamento do meio, com habitações precárias aliadas a focos de águas estagnadas e capim por
volta das residências. Estas condições que são propícias param proliferação de vectores da
malária, e por este estar localizado em uma área com elevados casos de infecção por malária,
como referenciado pela (DPS, 2016), A prevenção e tratamento de doenças “malária” são
fortemente influenciados por aspectos ligados aos conhecimentos e percepções sobre a doença.
Arroz (2014), afirma que malária constitui uma das principais causas de problemas de saúde em
Moçambique. A pobreza, baixas condições de saneamento, habitações inadequadas contribuem
para o aumento da vulnerabilidade dos indivíduos à malária, e a maior parte da população
moçambicana vive em áreas de alto risco à infecção a por malária. Daí torna-se importante
conhecer a percepção dos residentes do Bairro do Lingamo, sobre a influência do saneamento
ambiental na transmissão da malária; para a posterior aplicação de medidas de reversão, pois
estas medidas podem estar para além da linguagem biomédica. Toda via são poucos estudos
realizados de forma avaliar os conhecimentos, atitudes e práticas das populações em relação a
malária em Moçambique.

Deste modo, espera-se que este trabalho poderá contribuir para desenvolvimento de acções
educativas nas comunidades de modo a incutir a mudança de atitudes, elevação da consciência
em prol do saneamento do meio ambiente e redução do peso da malária e consequentemente no
melhoramento da qualidade de vida nas comunidades.

E mais, poderá contribuir para a definição de estratégias de intervenção sócio ambiental por
parte de entidades competentes, o que pode resultar no desenvolvimento e melhoria do próprio
bairro e outros contextos similares.
Capitulo II: Revisão da Literatura

Neste capítulo são apresentados os Conceitos básicos que sustentam o estudo.

2.1 Ambiente e Saneamento do Meio

Ambiente é o meio em que o homem e outros seres vivem e interagem (luz, ar, terra, água,
ecossistemas, biodiversidade, material orgânico e condições socioculturais que afectam a vida
das comunidades (Manjate e Cossa, 2011).

O meio ambiente é usado para definir a relação entre os conjuntos sociais e naturais que
sustentam a existência da vida no planeta, sendo esta interacção indispensável para sobrevivência
dos seres neste meio (Kloetzel, 2004).

O mesmo autor Kloetzel (2004), ressalta que agir em prol do meio ambiente exige que cada
indivíduo saiba porque da importância das suas acções, desta forma este indivíduo agira com
consciência de que faz e não para o meio ambiente, e sim para o conjunto constitutivo do meio,
sendo este parte deste conjunto.

Estes conceito nos remetem a entender que o meio ambiente constitui parte integral do homem,
porem este por fazer parte deve cuidar do meio de uma forma harmónica e conscientemente
porque as boas ou mas acções que o ser humano praticar sobre este podem contribuir para
deterioração ou para boa qualidade do ambiente onde esta inserido e para a sua sobrevivência.

Saneamento do meio é o tratamento das condições do meio que nos rodeia e da nossa vida e
como podemos melhorar a nossa saúde, como podemos melhorar e conservar o nosso meio
ambiente, o que nos molesta e que prejudica a nossa saúde (MICOA, 2006).

Sanear: é tornar sadio, saudável, pode se concluir, que saneamento equivale a saúde. Entretanto a
saúde que o saneamento proporciona é diferente daquela que se procura nos hospitais
(Guimarães, Carvalho e Silva, 2007).

Saneamento Ambiental é o controlo de todos os factores do meio físico do Homem que exercem
ou podem exercer efeito deletério sobre o bem-estar físico, mental ou social dos indivíduos como
a poluição do ar pela emissão de gases, poluição do solo pelo lixo urbano, das águas lançadas e
da ocupação desordenada (Macamo, 2020).

Saneamento Ambiental é o conjunto de acções sócio económicas que tem por objectivo alcançar
a salubridade ambiental, por meio de colecta e disposição sanitária de resíduos sólidos,
promoção da disciplina sanitária de uso do solo, drenagem urbana, e controle de doenças
transmissíveis e demais serviços com finalidade de proteger e melhorar as condições de vida das
populações (FUNASA, 2007).

Os conceitos acima descritos divergem em alguns aspectos na sua formulação, mas os mesmos
nos remetem a mesma percepção. Pois o saneamento ambiental tem uma área de actuação muito
vasta, a inobservância destas medidas pode trazer consequência a saúde humana, porem são
muitas as doenças que podem surgir devido a carência desta medida. Toda via torna-se
necessário a mudança de atitude face a esta problemática, pois tomar-se em conta as medidas de
saneamento, pode se verificar uma significante redução de casos doentes por malária e outras
doenças causadas por esta.

O saneamento tem uma taxa de retorno de 900% pela via dos seus efeitos na redução das
principais doenças (Ex: malária, diarreias entre outras) que afectam os pobres e ainda que a
promoção da higiene é 3 vezes mais eficaz do que o investimento em saneamento de uma
maneira geral (Serra, Stefan e Durang, 2012).
Macamo ﴾2015﴿, realça que a área de saneamento tende a aumentar, principalmente devido à
necessidade de controlar a acção do homem face ao meio ambiente tendo em conta as suas
consequências na saúde.

Malária ou Paludismo: é uma doença febril causada por um parasita que não e visível ao olho nú
que entra no corpo através da picada do mosquito e se não tratada a tempo, pode levar a morte. A
malária é transmitida por mosquitos que proliferam em acúmulos de água nos ecossistemas
naturais ou em locais antropizados ou seja em locais com charcos e capim. Uma das formas de
controlar esta doença é através do controlo do (ambiente) saneamento ambiental (MISAU, 2007).
Pois estas medidas são eficazes na medida em que estas actividades promovem a saúde
preventiva, eliminam a chance de contágio por diversas moléstias, significa que onde há
saneamento são maiores as possibilidades de uma vida mais saudável.

Em Moçambique, os casos de malária se concentram nas regiões baixas, onde as condições


socioeconómicas da população local apresentam características marcantes com as habitações que
potencializam sua transmissão ( Libinga, 2011 ).

O aumento da proliferação da malária está directamente relacionado aos ambientes de alta


densidade populacional e de baixo poder aquisitivo, representado em moradias que estão
construídas em locais não apropriados para habitação onde quando chove o solo forma charcos
com muita facilidade, corroborando no contacto do homem com o vector (Libinga, 2011).

Seguindo a linhagem conceitual dos autores leva-nos a entender que a carência das medidas do
saneamento contribui para uma maior incidência de doenças. O saneamento ambiental possui
uma área de actuação muito vasta.

2.2. Estratégias e acções de combate à malária

Combater a malária não é uma tarefa fácil e não é somente das entidades de saúde, é uma tarefa
que exige a participação de todos para que, em conjunto se desenvolvam acções capazes de
controlar a doença. Com o objectivo de reduzir o peso da malária (MISAU, 2009) traçou
estratégias de prevenção, inseridas no Programa Nacional de Controlo da Malária.

Segundo MISAU (2009), as estratégias para o controle da malária em Moçambique incluem:


Promoção da saúde e mobilização comunitária, Controlo /Gestão vectorial integrada e protecção
pessoal Diagnóstico, manejo de casos e fornecimento de medicamentos.

2.2.1 Promoção da saúde e mobilização comunitária

É um processo de capacitação da comunidade, para actuar na melhoria de sua qualidade de vida


e de saúde, incluindo uma maior participação e controlo do processo.

Esta estratégia visa incrementar acções de sensibilização para a malária, utilização de


informação, educação e comunicação (IEC), incluindo abordagens participativas para elevar a
consciencialização e influenciar mudanças de atitudes, bem como mobilizar activamente as
comunidades a fim de se formarem parceiros envolvidos no controlo da malária. (MISAU-2009)

Esta estratégia pode propiciar a comunidade informações a respeito da malária, dos mosquitos
transmissores e das medidas de prevenção e controlo, pois é necessário que a comunidade além
das informações sobre a malária, tenha conhecimentos práticos para participar nas acções de
protecção e controle de vectores e, assim, reduzir o contacto homem/vector, por meio de medidas
simples de protecção individual e ou colectiva e medidas de ordenamento do meio.

2.2.3.Controlo integrado e protecção pessoal

O controlo e vectorial incorporam uma variedade de intervenções seleccionadas com base nos
factores locais que determinam a transmissão da doença, a sua vantagem está na flexibilidade de
combinar várias intervenções complementares ou aditivas, reduzindo deste modo o risco de
fracasso de utilização de uma única intervenção.

O controlo e gestão de vectores subdivide-se em Controlo Químico, Controlo Ambiental,


Controlo Biológico.

Controle Químico: É feito através de substâncias, químicas conhecidas por insecticidas ou


avicidas.

É empregue com o intuito de destruir os vectores. Os produtos empregados são tóxicos a saúde
humana e de animais, e podem desenvolver resistência ao vector e também pode contaminar o
lençol freático e diminuição da biodiversidade, porém é uma medida que necessita de uma
repetição periódica porque inclua pulverização entra domiciliária
(Pidom): é uma actividade geralmente realizada pelo pessoal da saúde, que consiste na aplicação
de insecticidas a superfícies internas estáveis das habitações, esta superfície que deve incluir a
todos os lugares potenciais onde repousam os vectores da malária. Um aspecto essencial desta
estratégia é que deve haver suficiente contacto entre o mosquito e o insecticida aplicado.
(MISAU-2009)

Ainda no controle químico para além do método da pidom temos o método do (Remilt) uso de
redes mosquiteiras tratadas com insecticida, eficaz e reduz a picada pelos mosquitos. Estas criam
uma barreira entre o indivíduo e o mosquito. As redes mosquiteiras impregnadas reduzem
episódios de malária em 48%, as redes mosquiteiras têm um potencial para ser eficaz sempre que
os criadores alvos estejam bem definidos.

Controlo Biológico: consiste em lançar no meio outros organismos, que são predadores dos
vectores ou que estabelecem competição com o vector. É uma técnica que ainda não esta em uso
em Moçambique (MISAU-2009).

Controle Ambiental: significa saneamento do meio, eliminação de criadores naturais, ou


artificiais, transitórios ou permanentes de tal modo a criar condições adversas ao
desenvolvimento do vector. Esta medida e eficaz e tem efeito de longo prazo. (MISAU2009). O
controlo ambiental é eficiente na medida em que o manejo adequado do meio ambiente pode
reduzir a propagação dos mosquitos, pode-se eliminar os criadores por meio de aterro, drenagem
ou limpeza de capim, medida eficaz e indiscutível e traz resultados permanentes para o controlo
da malária, por isso deve se dar ênfase á esta medida; Pois é de suma importância e deve ser
indicada e executada sempre que possível mediante a participação da comunidade.

Além de ser uma medida com efeito de longo prazo, traz muitos outros benefícios à saúde, ao
conforto da população e à actividade é económica, não causando impactos ambientais como o
químico. Por esta razão, controlo ambiental assegura a promoção e melhoria das condições
ambientais, pois deve-se por em prática a educação. Esta deve ser acompanhada de campanhas
educativas bem planejadas, porque caso a componente educativo não seja satisfatório, corre-se o
risco desta não se tornar eficiente. É através deste que se pode pôr em prática acções da educação
ambiental é a estratégia que mais se adequa ao nosso estudo.

2.3. Percepção Ambiental


A palavra percepção deriva do termo latina Perceptivo, que se significa "compreensão",
faculdade de perceber (Houaiss e Vilar, 2009). Este termo é definido, em linhas gerais, como o
acto ou efeito de perceber, combinação dos sentidos no reconhecimento de um objecto, recepção
de um estímulo, faculdade de conhecer independentemente dos sentidos, sensação e
compreensão intelectual (Macete, 2016).

Ainda no mesmo desenvolvimento o autor refere que as pessoas diferem em sua percepção, pois
a compreensão da experiência preceptiva é diferente de indivíduo no tempo e no espaço.
Acrescenta ainda que a motivação pessoal, as emoções, os valores, os objectivos, os interesses as
expectativas e outros estados mentais influenciam no que as pessoas percebem, a percepção pode
ser entendida como um processo muito mais subjectivo do que se crê usualmente, é a
representação a tomada de consciência das problemáticas ligadas ao ambiente, ou seja o acto de
perceber o ambiente que está inserido, aprendendo a proteger e cuidar do mesmo (Oliveira e
Corona, 2003).

Santos e Souza (2015), advogam que com a percepção ambiental se pode compreender melhor a
inter-relação entre o homem e o meio ambiente, suas expectativas, anseios, satisfações,
julgamentos e condutas perante o meio ambiente. Investiga a forma como o homem olha e
interpreta, convive e se adapta à realidade do meio em que vive, principalmente quando se trata
de ambientes instáveis e vulneráveis social e naturalmente (Silva e Bay, 2011).

Os autores ressaltam ainda que com a percepção ambiental aliada à educação ambiental, dotada
de conhecimentos, valores e acções que os sujeitos possuem frente ao meio ambiente, facilita na
elaboração de propostas, e estas podem atingir grande parte da sociedade, visando provocar
mudança mais efectiva que contribua para a sustentabilidade sócio- ambiental.

A percepção ambiental é a maneira consciente que o indivíduo analisa o meio ambiente e


aprende a cuida-lo e protege-lo. De acordo com Melazo ﴾2005﴿, cada um percebe e reage de
forma diferente as acções sobre o ambiente em que vive, tornando-se importante conhecer a
percepção, a qual ajuda a entender a inter-relação entre o homem e o ambiente. A capacidade de
perceber, conhecer, representar, pensar e se comunicar permite ao homem moldar os lugares e as
paisagens.
Por outras palavras pode dizer que percepção ambiental constitui um meio de compreender como
os sujeitos duma comunidade adquirem seus conceitos e valores bem como compreendem suas
acções e se sensibilizam com os problemas ambientais.

A percepção ambiental representa uma visão de cada indivíduo face ao meio ambiente. É desta
forma que percebemos que o indivíduo possui ou não a percepção do ambiente. Assim sendo a
percepção ambiental de uma comunidade pode constituir ferramenta essencial para compreensão
acerca de comportamentos vigentes e para o planeamento de acções que promovam a
sensibilização e o desenvolvimento de posturas éticas e responsáveis perante o meio ambiente
(Markzwisk, 2006).

Ainda o mesmo autor acrescenta que um estudo prévio da percepção sobre o meio ambiente de
comunidade leva a conhecer as características das pessoas, podendo ajudar no planeamento e no
desenvolvimento de programas definidos de acordo com o grupo alvo, seus valores, sua forma de
olhar, ver, interpretar e relacionar-se com o meio ambiente, dessa forma promover a participação
de todos num programa de educação ambiental eficaz.

2.4. Contribuição da educação ambiental para o combate à malária e promoção das condições
ambientais

O sector da saúde não pode, sozinho, melhorar a qualidade de vida das pessoas. Problemas
ligados ao saneamento, escolarização, saúde condições trabalho entre outros constituem grandes
dificuldades e só poderão encontrar soluções efectivas a partir de esforços de outros sectores da
sociedade.

Libinga (2011) refere que a malária é uma doença parasitária cujo controlo não depende somente
dos conhecimentos médicos, mas também das concepções populares sobre as causas e
prevenção. O mesmo autor acrescenta que a educação passa a ser repensada como um processo
capaz de desenvolver nas pessoas a consciência crítica das causas dos seus problemas e, ao
mesmo tempo, criar prontidão para actuar na mudança. Ela tem a capacidade de gerar
transformação de comportamentos das populações face a doenças como a malária.
De igual modo informações passadas através dos programas de saúde não chegam devidamente
às populações. Essa informação não gera automaticamente uma rápida mudança de
comportamento, talvez porque em alguns casos, a estratégia não se enquadre na realidade local.
Este tipo de atitude há vezes que promove informações reducionistas por alguns trabalhadores da
saúde, considerando as populações como ignorantes (Libinga, 2011).

Evidencia-se desta o papel da Educação Ambiental (EA). Esta que busca desenvolver uma
população consciente e preocupada com o meio ambiente, com problemas que lhe são
associados, visa transmitir conhecimentos, habilidades, atitudes, motivações e compromissos
para trabalhar, individual e colectivamente na busca de soluções para os problemas existentes
(Marcato, 2002). Já na óptica de Reis (2012), a EA constitui um processo de formação e
informação, orientado para o desenvolvimento da consciência crítica sobre questões ambientais e
de actividades que levam a participação das comunidades na preservação do equilíbrio
ambiental.

Um indivíduo ou grupos sociais dotados de conhecimentos sobre o meio ambiente podem


sensibilizar-se sobre o assunto podem mudar de atitude e actuar para a mudança. Pois nesta
educação se desenvolvem acções considerando o tipo de educação, o grupo alvo e a metodologia.

O tipo de EA proposta para intervenção sócio ambiental em comunidades será a não formal, esta
educação ambiental caracterizada por práticas educativas voltadas à consciencialização e
sensibilização da colectividade sobre as questões ambientais e a sua organização, enfatiza a
participação na defesa da qualidade de vida.

É desenvolvida de forma semiestruturada dentro e fora do sistema de ensino, através de


actividades como: palestras, seminários, acções de capacitação e demonstrativas, e as jornadas de
limpeza (MICOA, 2009)

Plano de intervenção: é um plano, projecto que tem como eixo central a intervenção, ou seja
actuação em alguma situação, problema considerado relevante; é um planeamento feito com
objectivo de transformar algo que constitui um problema numa dada comunidade ou região
(Thiollent, 2005). Este visa promover mudanças no comportamento do grupo, com objectivo de
transformar algo que constitui um problema na comunidade.
Assim o problema ambiental que merece a intervenção será a limpeza do bairro (vias publicas e
os domicílios) com vista a eliminação de focos de mosquitos (eliminação de charcos, capim,
recolha de resíduos sólidos﴿ que transmitem a malária e outras doenças características do meio
ambiente insalubre. As acções educativas no controlo da malária são de suma importância e
devem ser buscadas e valorizadas permanentemente. Devem ser inseridas em todas acções, de
modo a garantir a eficiência e eficácia das actividades desenvolvidas com a participação da
comunidade.

Participar significa envolver-se no processo, fazer parte do mesmo, ser um elemento integrante,
cuja premissa básica é que os indivíduos façam parte do processo, respeitando aquilo que é as
ideias do grupo. Esta metodologia deve ser vista como um processo de conscientização para um
processo de cidadania.

Capitulo III: Metodologia

Este capítulo descreve os procedimentos metodológicos aplicados para a realização da


pesquisa, nomeadamente, descrição do local de estudo, abordagem metodológica, amostragem,
instrumentos de recolha de dados, questões éticas e as limitações da pesquisa, discussão e
análise dos resultados.

3.1. Descrição do local de estudo

O estudo decorreu no Bairro do Lingamo no Município da Matola. Faz limite a NORTE com o
Bairro Trevo e Fomento, a SUL com o Baia de Maputo, a ESTE com o Bairro Luís Cabral,
OESTE com o Bairro Matola "C" e Matola Rio. O Bairro de Lingamo encontra-se ao longo da
Estrada Nacional N4, vulgo Witbank, marcando o início do Município da Matola, quase junto à
portagem de Maputo.

É composto por 7 quarteirões, com 4857 habitantes. Segundo Secretário do Bairro - Sr. Beni.
Este Bairro, nasceu da ocupação espontânea, o que fez com que este crescesse de forma
desorganizada e com problemas de saneamento do meio, embora o Bairro esteja localizado ao
longo da costa, esta situação cria sempre vários problemas ambientais. As casas estão
construídas de forma desordenadas com material local e outras de material convencional mas
com pouca qualidade; águas estagnadas, capim nos quintais e resíduos sólidos mal tratados,
situações propícias param eclosão de doenças de origem vectorial como a malária.

3.2. Abordagem metodológica

Para esta pesquisa foi usada a metodologia de carácter descritivo exploratória, porque esta
permitiu proporcionar maiores informações sobre à percepção que os moradores do Bairro do
Lingamo têm em relação ao saneamento ambiental na transmissão da malária. Acordo com Gil
(2014) a pesquisa exploratória visa proporcionar maior familiaridade com o problema, envolve o
uso de entrevistas com pessoas que vivem ou viveram o problema pesquisado.

Além disso a pesquisa é descritiva, que de acordo com Marconi e Lakatos (2009), visa descrever
as características de determinada população ou fenómenos ou o estabelecimento entre variáveis.
Richardson 1999,acrescenta que os estudos descritivos são realizados quando se deseja obter
melhor entendimento de diversos factores e elementos que influenciam sobre determinado
fenómeno. E dada a natureza da pesquisa, para o alcance dos objectivos aqui traçados usou-se a
método qualitativo.

Nesta metodologia a interpretação de fenómenos e atribuição de significados são a básicas para o


processo de pesquisa, porem busca se estudar aspectos da realidade que não podem ser
quantificados (Marconi e Lakatos, 2007).

3.1. Descrição do local de estudo

O estudo decorreu no Bairro do Lingamo no Município da Matola. Faz limite a NORTE com o
Bairro Trevo e Fomento, a SUL com o Baia de Maputo, a ESTE com o Bairro Luís Cabral,
OESTE com o Bairro Matola "C" e Matola Rio. O Bairro de Lingamo encontra-se ao longo da
Estrada Nacional N4, vulgo Witbank, marcando o início do Município da Matola, quase junto à
portagem de Maputo.

É composto por 7 quarteirões, com 4857 habitantes. Segundo Secretário do Bairro - Sr. Beni.
Este Bairro, nasceu da ocupação espontânea, o que fez com que este crescesse de forma
desorganizada e com problemas de saneamento do meio, embora o Bairro esteja localizado ao
longo da costa, esta situação cria sempre vários problemas ambientais. As casas estão
construídas de forma desordenadas com material local e outras de material convencional mas
com pouca qualidade; águas estagnadas, capim nos quintais e resíduos sólidos mal tratados,
situações propícias param eclosão de doenças de origem vectorial como a malária.

3.2. Abordagem metodológica

Para esta pesquisa foi usada a metodologia de carácter descritivo exploratória, porque esta
permitiu proporcionar maiores informações sobre à percepção que os moradores do Bairro do
Lingamo têm em relação ao saneamento ambiental na transmissão da malária. Acordo com Gil
(2014) a pesquisa exploratória visa proporcionar maior familiaridade com o problema, envolve o
uso de entrevistas com pessoas que vivem ou viveram o problema pesquisado.

Além disso a pesquisa é descritiva, que de acordo com Marconi e Lakatos (2009), visa descrever
as características de determinada população ou fenómenos ou o estabelecimento entre variáveis.
Richardson 1999,acrescenta que os estudos descritivos são realizados quando se deseja obter
melhor entendimento de diversos factores e elementos que influenciam sobre determinado
fenómeno. E dada a natureza da pesquisa, para o alcance dos objectivos aqui traçados usou-se a
método qualitativo.

Nesta metodologia a interpretação de fenómenos e atribuição de significados são a básicas para o


processo de pesquisa, porem busca se estudar aspectos da realidade que não podem ser
quantificados (Marconi e Lakatos, 2007).

3.3. População e amostra

O estudo foi direccionado a moradores de 3 quarteirões do Bairro do Lingamo, seleccionados


mediante a aplicação da amostragem não probabilística, segundo Gil (1991) esta depende
unicamente de critérios do pesquisador.

Tendo se entrevistados 18 indivíduos, mediante a idade e o tempo de residência, por se


considerar que estes conhecem os problemas do bairro e pudessem aceder a entrevista com
conhecimento e causa e que se podia trabalhar com maior facilidade no período de tempo
previsto para realização da entrevista. A amostra foi subdividida em dois extratactos
nomeadamente: 3 membros das estruturas locais e os restantes 15 indivíduos que não fazem parte
destes. Tomou-se em consideração o tempo de residência dos entrevistados tomando em conta
que, quanto mais tempos tiverem naquele meio social, maior informação possam possuir e que
seja importante para o estudo.

O critério da selecção da amostra foi por conveniência que segundo Mutimucuo (2008), visa
obter respostas de pessoas que estão disponíveis e dispostas a participar isto é sem usar nenhum
critério probabilístico.

3.4.Técnicas de recolha dos dados

Tomando em conta o tipo de estudo de carácter qualitativo, o método de recolha de dados foi
com base na observação Directa e entrevista.

Observação é uma técnica de colecta de dados para conseguir informações na obtenção de


determinados aspectos da realidade. Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em
examinar factos ou fenómenos que se deseja estudar. Possibilita um contacto estreito do
investigador com o fenómeno pesquisado (Marconi & Lakatos, 2007). Por meio da observação
verificou-se como os residentes tratam da higiene e limpeza das suas casas e o estado do bairro
em geral.

Para Naranjo & Ramos (2013), "entrevista é uma forma de se adquirir informação acerca do que
se investiga. Por um lado é uma técnica que pode ser aplicada a todo o tipo de pessoas, mesmo
quando tiverem algum tipo de limitação como é o caso de pessoas que não sabem ler e escrever,
das limitações físicas e orgânicas ou de crianças que possam ter alguma dificuldade que as
impossibilite de dar respostas escritas e outras.

A entrevista foi realizada com objectivo de perceber como os moradores olham as questões do
saneamento ambiental no Bairro. A mesma apresentou-se como uma forma de interacção social,
em que se procurou colher dados e os moradores se apresentaram a como fonte de informação, e
podendo ter as respostas na hora em que se realizava. Para assegurar os objectivos da pesquisa
entre o entrevistador e o entrevistado, optou-se pela entrevista observação Directa e entrevista

3.5. Plano de análise de dados


Segundo Andrade (2001), a análise de dados é uma actividade que consiste em transformar um
conjunto de dados com objectivo de poder verificá-los melhor, dando-lhes ao mesmo tempo uma
razão de ser e uma análise racional. O autor sugere três fases nomeadamente: (i) pré-análise, (ii)
exploração do material e (iii) tratamento dos resultados.

1. A pré-análise: nesta fase fez - se a organização do material obtido com o objectivo de torná-lo
operacional, sistematizando as ideias iniciais. Foi feita a descrição da amostra populacional e, de
seguida, a leitura das informações colectadas durante o trabalho de campo.

2. A exploração do material: nesta fase os registos obtidos por meio de entrevistas e fotografias
foram seleccionados minuciosamente para constarem do texto escrito tendo em conta os
objectivos estabelecidos para o trabalho. Foi nesta fase em que as respostas dadas pelos
entrevistados foram organizadas consoante as perguntas de pesquisa de modo a facilitar a análise
das mesmas.

3. Tratamento dos resultados e interpretação: Nesta etapa foi dedicada ao tratamento dos
resultados; Por fim foi, feita a análise reflexiva e crítica. Após organizar os dados por pergunta
de pesquisa, foi feita a leitura e interpretação dos resultados .

3.6. Questões éticas

Para a realização do estudo, foi feito um pedido de autorização a fim de recolher dados, por
meio de uma credencial fornecida pela Direcção da Faculdade De Educação (FACED),
submetida à Secretaria do Posto Administrativo do Distrito Municipal da Cidade da Matola, onde
foi autorizada a fazer o estudo no bairro em causa. De seguida, fez -se apresentação às estruturas
locais do bairro do Lingamo, estas, por sua vez autorizaram a proceder com à recolha de dados.
Por se tratar de um trabalho que envolve pessoas seus domicílios, trazendo o seu perfil de vida à
percepção de cada um, sobre aspectos que tocam a sensibilidade, os valores e a privacidade dos
entrevistados, os participantes foram informados sobre os objectivos da entrevista, garantindo o
anonimato, sigilo e confidencialidade de toda a informação fornecida.

Todas as informações obtidas durante o processo de entrevistas foram registadas no caderno de


notas e tiradas algumas fotografias com o consentimento dos entrevistados. Caso alguém não
estivesse disposto a participar ou a terminar a entrevista, era livre de se retirar sem nenhuma
penalização.

3.7. Constrangimento do estudo

O estudo realizado apresentou limitações na recolha de dados: sobretudo na parte da entrevista,


algumas pessoas que foram abordadas mostraram resistência em acederem à entrevista, alegando
falta de tempo, outras referiam o motivo de ser meio de semana, o que fez com que se alastrasse
os dias para o final de semana. Isso fez com que não se recolhesse os dados só no meio de
semana que eram os dias propostos pelo entrevistador.

Alguns residentes mostravam resistência em acederem a entrevista, proferindo palavras como:

Quem e essa? Cada um devia estar na sua casa. O presidente disse #FICAEMCASA#

“Desta vez quer nos escrever para que…” Esta situação fez com que se despendesse mais tempo
a explicar aos entrevistados que tratava-se de uma estudante que tinha a finalidade de obter
informações para fins académicos sem nenhuns fins lucrativos porem estas dificuldades não
impediram a realização da pesquisa, uma das condições encontradas pela entrevistadora foi saber
do entrevistado se podia recebe-lo em um outro hora ou dia para realização da entrevista.

3.8. Validade e fiabilidade

Para assegurar a validade do guião de entrevista, foram elaboradas questões respeitando o


protocolo de uma investigação qualitativa, composto por um conjunto de questões abertas e
fechadas, com um texto que apresenta os objectivos da entrevista, que foi lido ao entrevistado.
Para assegurar a fiabilidade, foi feito um pré-teste dos instrumentos de recolha de dados num
bairro que apresenta aproximadamente características similares, Bairro Luís Cabral.

Neste Bairro depara-se com situações similares às do Bairro do Lingamo, as condições em que
vivem, condições péssimas de saneamento capim nos quintais, águas estagnadas, a falta de
contentores para deposição de resíduos sólidos, tendo-se usado amostragem não probabilística
por conveniência.

Trabalhou-se nesse pré-teste com 10 residentes, tendo com este pré-teste se chegado à conclusão
que, de facto, a metodologia usada para a recolha dos dados é eficaz na medida em que foram
alcançados os objectivos traçados para o estudo. Terminado o trabalho de campo, fez-se o
agrupamento das respostas em função do número com mesmas características, tendo em conta a
questão formulada. Desta forma nas páginas que se seguem é apresentado o capítulo que versa
sobre a análise e discussão dos resultados.

Capítulo IV: Apresentação e discussão dos dados

Este capítulo é dedicado à apresentação e discussão dos resultados obtidos.

Durante um período de 2 dias, dedicou-se à recolha de dados que fossem de acordo com as
perguntas de pesquisa, recorrendo-se a um guião de entrevista com perguntas previamente
elaboradas. Conforme referenciado no ponto 3.3. As entrevistas decorreram em 3 quarteirões do
Bairro do Língamo, tendo sido dividida mostra em 2 extractos: autoridades locais e membros da
comunidade.

4.1. Condições ambientais do Bairro do Lingamo

A caracterização do meio ambiente pode ser uma ferramenta de extrema importância para
planejar a organização e a distribuição dos espaços urbanos que devem ser ocupados, auxiliando
de forma efectiva na prevenção de problemas ambientais e na redução de incidência de doenças.
Www.revistaea.org/artigo. A maioria dos problemas de saúde que afectam a população
actualmente está intrinsecamente relacionada ao meio ambiente.

Pela entrevista feita aos residentes, buscando compreender a respeito do meio ambiente as
respostas foram reveladas de diferentes, Como esta referenciado no extracto a baixo.

 "É tudo que nos rodeia e onde vivemos"


 " São as plantas, árvores, tudo que faz parte da natureza ”
 “Meio ambiente são as machambas, jardins”

E os restantes não conseguiram apresentar um afirmação clara do que e meio ambiente

 “Não sei exactamente o que e meio ambiente”


Quando questionados os participantes sobre a gestão dos resíduos sólidos no bairro, afirmaram
não existe sistema de recolha de resíduos sólidos, porém 10 inquiridos afirmaram que existe um
contentor para o depósito dos resíduos sólidos, e os restantes afirmaram reconhecer a existência
do contentor mas não recorrem ao mesmo para depositar os resíduos sólidos por se encontrar
muito distante das suas residências e sendo assim, deixam o lixo no quintal, segundo os
depoimentos:

 "Abro uma cova no quintal para deitar lixo "


 " Deixo o Lixo aqui no quintal para depois queimar "
 "Existe um contentor para depósito do lixo, mas esta na estrada principal, perto do
mercado e torna-se um pouco distante de alguns quarteirões, havendo residentes
principalmente nesses quarteirões que acumulam o lixo nas casas para depois irem
depositar. Mas não e fácil carregar muito lixo. "Lixo e lixo" acabam deixando assim
espalhado no quintal", Chefe do Quarteirão.

Adicionalmente um dos entrevistado afirmara que;

 “Na calada da noite no bairro há residentes que tiram o lixo acumulado nas suas casas e
vão depositar no meio do caminho". Chefe do Quarteirão.

Figura 1
4.2.Estratégias usadas param o combate à malária

Em busca de subsídios em relacionados às estratégias ou acções de combate à malária usadas


pelos moradores do Bairro do Lingamo, houve unanimidade na resposta sobre o uso das
estratégias do combate a malária. Importa salientar que ao longo das entrevistas, foram
mencionando algumas práticas isoladas de combate a malária, práticas que podem ser
consideradas estratégicas.10 (dez) entrevistados afirmaram usar redes mosquiteiras e os restantes
mencionaram o uso de outras práticas como o uso de repelentes, limpeza nas residências.

Quando questionados sobre a pulverização domiciliária, a maioria dos entrevistados


responderam passa muito tempo que as casas não são pulverizadas, e os mesmos apontam a
recusa alegando que a prática aumenta os mosquitos e outros insectos nas residências, os
restantes afirmaram que nunca foram pulverizadas. Como apontam os depoimentos a baixo:

 "A minha casa nunca foi pulverizada" Residente do quarteirão 52.


 "Nunca passaram as pessoas da saúde para pulverizar. Mas também não posso aceitar
porque dizem que traz baratas e nem mata mosquitos" Residente do quarteirão 53.
 " Há mais de 10 anos que o pessoal da saúde não pulveriza as residências aqui no Bairro,
em relação as redes mosquiteiras e difícil responder, porque sabe-se que cada um arranja
a rede a sua maneira neste bairro nunca houve distribuição de redes "Secretário do Bairro

4.3. Percepção dos moradores do Lingamo em relação ao saneamento ambiental.

Nas entrevistas feitas aos participantes do estudo sobre o seu entendimento e importância em
relação ao saneamento ambiental, houve diferentes respostas em relação ao questionamento.
Acrescentar que a minoria deu respostas.

 “Acho que se não cuidarmos das nossas casas, não varrer não limpar pode apanhar
doenças
 “Não sei nada sobre isso
 “Temos que cortar o capim no quintal para ficar bonito, e para não se desenvolverem os
mosquitos da malária".

Chefe do Quarteirão

 "O saneamento ambiental e importante, cada um de nos tem a responsabilidade de


cuidar da sua casa, fazer as limpezas em frente a sua casa ruas e tapar os charcos para
mantermos o bairro bonito e também evitar a propagação de mosquitos, para além da
malária a cólera”. Secretário do Bairro.

Conforme as respostas dadas pelos entrevistados pode-se perceber que eles tem percepção em
relação aos cuidados a ter com o meio ambiente, pois a maioria soube responder quais os
cuidados a ter de forma à evitar a proliferação de doenças. O que demonstra que nem todos os
moradores estão alheios dos problemas ambientais existentes no bairro que podem afectar a
saúde dos moradores. Entretanto, Faggionato (2007) salienta que por meio da percepção
ambiental pode-se atribuir valores diferenciados ao meio ambiente. Pode-se conhecer a cada um
dos grupos evolvidos percebem o meio ambiente, facilitando a realização de trabalhos com bases
locais, partindo da realidade do grupo alvo.

Desta forma tornasse necessário a criação de mecanismo de forma a por em prática actividades
de consciencialização ambiental no Bairro, fazer perceber os moradores que ao cuidar do meio
ambiente estão em busca de uma qualidade de vida melhor. Pois e evidente que com o fraco
conhecimento ambiental torna-se difícil tomar atitudes ambientalmente saudáveis uma forma de
evitar e proliferação de vectores causadores da malária.

4.4.Contributo da educação ambiental no combate à malária/promoção das condições ambientais

A educação ambiental pode ser considerada como chave para o sucesso da consciência e
importância do meio ambiente nas comunidades.

Os entrevistados quando questionados sobre as práticas ambientais desenvolvidas no bairro as


jornadas de limpeza o corte de capim, eliminação águas paradas com vista a eliminar os focos de
mosquitos, estes responderam nos seguintes termos:
 "Nos tempos passados quando chovesse nos reuníamos em quarteirões abrir caminhos
para conduzir as águas uma vês que este bairro fica alagado quando chove, mas há
residentes que não participavam, pois é uma pratica que já não e implementada" Chefe
do Quarteirão.
 "Todos os dias faço limpeza na minha casa e no meu quintal, procuro cortar o capim
quando existe"
 "Eu varro a minha casa e o meu quintal"

Este depoimento foi dado pela maioria dos entrevistados, a implementação estratégia de
intervenção sócio ambiental dando ênfase da Limpeza do bairro é possível por intermédio da
educação ambiental, objectivando sensibilizar os morredores a fazerem limpeza na via publica e
nas suas residências, cortando o capim que se encontra nas casas, recolha de resíduos,
eliminando charcos que constituem os maiores focos de propagação de mosquitos que
transmitem a malária neste Bairro.

Esta estratégia pode trazer um grande ganho por parte da comunidade, na melhoria da saúde das
pessoas, nas entidades de saúde pois ira diminuir o número de entradas de doentes por malária
nas unidades sanitárias, e melhoria para o próprio aspecto físico do bairro, porem o mesmo plano
pode ser condicionado por parte das estruturas, parceiros intervenientes pois estes são os actores
chave nesse processo. Pôs é visto que no panejamento e execução das actividades, é importante
que a comunidade seja envolvida desde o primeiro momento e que a participação seja valorizada.
CAPITULO V: Conclusões e Recomendações

5.1.Conclusão

Neste capítulo são apresentadas as conclusões do estudo, acompanhadas pelas respectivas


recomendações.

Os resultados do estudo Analise da Percepção dos Moradores do Bairro do Lingamo sobre a


Influência do Saneamento Ambiental na Transmissão da Malária permitiram concluir que os
moradores têm a percepção que a falta de cuidados com o meio ambiente pode trazer a
malaria,como outras doenças.

Relativamente a gestão dos resíduos sólidos foi possível perceber que estes não a fazem
correctamente. Pois afirmaram que existe um contentor no bairro, porem foi possível observar
resíduos espalhados em quintais e na via pública. Igualmente para a gestão das águas do uso
doméstico foi possível perceber que eles não dão o devido tratamento pois ter verificado em
algumas residências condutas de águas do uso doméstico para a via publica.
Em relação as acções, estratégias do combate a malária no bairro foi possível perceber que os
entrevistados sabem que para se prevenirem a malária devem usar alguma estratégia de
prevenção. Porem ter constatado que a maioria não abordou durante as entrevistas as práticas
ambientais saneamento do meio- eliminação das águas estagnadas, corte de capim que constitui
uma estratégia eficaz para eliminação de vectores causadores da malária. Pois se limitaram a
apenas a falar do uso das redes mosquiteiras e da pulverização domiciliária. Foi possível
observar focos de mosquitos no Bairro como as águas estagnadas em muitos locais no bairro.
Finalizando nem todos os entrevistados estão alheios do saneamento ambiental. A minoria é que
conseguiu fazer a relação do saneamento e a malária, aos cuidados a ter com o meio ambiente,
pois se limitaram em falar das redes mosquiteiras e da pulverização domiciliária como estratégia
de combate a malária, o que demonstra que tem uma deficiente percepção em relação a
saneamento ambiental e saúde, Malária. Desta forma, apela-a mais a necessidade de maior
abrangência comunitária, dando mais ênfase à educação ambiental, na luta contra a malária, os
cuidados a ter com o meio ambiente tendo em vista a maior eficácia das políticas traçadas no
sector da saúde com objectivo de reduzir o peso da malária.

6.Referências Bibliográficas

Arroz, J. (2014). Aumento de casos de malária em Moçambique.

Andrade, M, M. (2001). Introdução a metodologia do trabalho científico: elaboração de trabalho


de graduação.5ª ed. São Paulo: Atlas
Bay, M. C & Silva, V.P (2011), percepção ambiental de Moradores do bairro da liberdade de
Parnamirim / RN sobre esgotamento sanitário Artigo Científico. Holos. Ano-27. Vol.3

Funasa, (2007). Manual de Saneamento, Brasília. 3ª ed. rev

Gaspar, A. (1990). A educação Formal e a Educação Informal em Ciências Gil, C, A. (2014).


Métodos e técnicas de pesquisa social: Sao Paulo Atlas. Gil, C, A. (1999). Como elaborar
projectos de pesquisa: São Paulo Atlas. Houaiss,A,Vilar M, (2009).Dicionario Houaiss da lingua
portuguesa.1ª ed. Rio de Janeiro:objectiva Kloetzel, K. (2014).O que é meio ambiente. São Paulo
Brasilense.

Libinga, L, J (2011). Malária: Das representações sociais as lógicas terapêuticas nas zonas
urbanas.

Macamo, F, H. (2015) Estudo da Educação Ambiental nas famílias no Bairro do Aeroporto A

Manzini, E, J. (1995). Entrevista semi-estruturada: Analise de objetivos e de Roteiros

Melazo, G, C. (2005) Percepção ambiental e educação ambiental: uma reflexão sobre as relações
interpessoais e ambientais no espaço urbano. Olhares e trilhas. Vol VI

MISAU (2006-2009). PNCM - Documento Estratégico Para o Controlo Da Malária Em


Moçambique. Maputo

MICOA, (2009). Manual do educador ambiental. Maputo

MISAU (2007) PNCM Manual de formação dos agentes comunitários da saúde. Maputo

Manjate, E.S & Cossa, E.F. (2011) Glosário Maputo

Marcatto,C (2002) Educação Ambiental: Principios e conceitos : 3ª ed. São Paulo Malfaia,G. &
Rodrigues, A, S, L (2009), Percepção ambiental de Jovens adultos de uma escola Municipal de
ensino fundamental

Marczwski, M. (2006), avaliacão da percepção ambiental em uma população de estudantes do


ensino fundamental de uma escola municipal rural:um estudo de caso: Dissertação de
mestrado,unidade federal do Rio Grande do Sul: Instituto de Biociencias: Porto Alegre.
Macete, E. I.(2016). Análise da percepção dos trabalhadores do Hospital Central de Maputo
sobre a gestão de resíduos sólidos hospitalares. Maputo

Lakatos, E.M & Marconi, M. A (2007) Metodologia Científica. São Paulo: Atlas

Naranjo &Ramos,(2013). metodologia de investigação ciêntifica Oliveira, K. A & Corona, H. M.


P (2008). Percepção ambiental como ferramenta de propostas educativas e de políticas
ambientais.Revista Cientifica- ISSN-1984-2201

Santos, F. p & Souza, L.B. (2015). Estudo da percepção da qualidade ambiental por meio do
método fenomenológico.V.3

Serra,C.(2012﴿ Da problematica Ambiental a Mudanca,Rumo ao Mundo Melhor.Maputo

Serra ,C, M. Stefan, D & Durang, T. (2012). O meio ambiente em Moçambique Notas para
reflexão sobre a situação actual e os desafios para o futuro. `

Relatório do balanço trimestral do Plano Económico Social (2016). DPS Maputo

Reis, T,M. (2012). Metodologias aplicadas a educação Ambiental. 2ª ed. Curitiba Thiollent, M.
(2005) Metodologias da pesquisa acção. São Paulo 14ª edição Ribeiro, J.W. & Rooke, J. M.
(2010), Saneamento básico e sua relação com o meio ambiente e saúde pública. Revista
Académica. Brasil

Richardsons, R. J. (2009). Pesquisa Social.3ª ed: São Paulo

Pereira, Melo, Fernandes, 2012www.revista ea.org/artigo acedido em 08.12.2016 Fagionnato,S,


(2007) percepçao Ambiental .Disponivel em:<http/:educar .sc.usp.br/biologia/textos /m-a-txt-
html>.acesso em 23 Aug.2017

Você também pode gostar