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Introdução
Entretanto, a saúde está sempre ligada ao ambiente, pois é difícil apresentar um estado de saúde
favorável num contexto ambiental precário e desfavorável. Libinga (2011), aponta que as
condições precárias de habitação, a falta de condições e os meios para combate, a inobservância
dos princípios básicos de saneamento ambiental são a razão do aumento de casos de malária.
Além disso, Ribeiro e Rooke (2010), referem que os estudos do Banco Mundial (1993) estimam
que o meio ambiente inadequado é responsável por maior parte da ocorrência de doenças em
países em desenvolvimento.
A malária é uma doença que preocupa as autoridades de saúde e a população em geral. Existem
no Pais várias instituições e organizações engajadas na luta contra a doença, mas ela continua
sendo uma das doenças responsáveis por internamentos e mortes hospitalares (Libinga, 2011).
Há que referir que a transmissão da malária pode ser originada por vários factores dentre o
saneamento do meio aliado as atitudes negativas em prol do meio ambiente por parte da
população, porém o combate e prevenção desta são fortemente influenciados por aspectos
ligados aos conhecimentos e percepções sobre a doença, que por sua vez, condicionam atitudes e
práticas.
Onde Libinga (2011), sustenta que se tem posto em segundo plano a questão dos aspectos sociais
relacionados a malária, no entanto, são poucos os estudos realizados de forma a avaliar os
conhecimentos e atitudes das populações em relação a malária no pais, que possam ser de grande
importância na transmissão e controlo da doença. Assim torna-se necessário saber:
1.3.Objectivos da pesquisa
b) Que estratégias são usadas pelos moradores do Bairro do Lingamo para o combate da malária?
1.5. Justificava
O Bairro do Lingamo constitui um campo de interesse especial para o estudo, devido a vários
factores dentre os quais a localização geográfica que foi de fácil acesso, o deficiente sistema de
saneamento do meio, com habitações precárias aliadas a focos de águas estagnadas e capim por
volta das residências. Estas condições que são propícias param proliferação de vectores da
malária, e por este estar localizado em uma área com elevados casos de infecção por malária,
como referenciado pela (DPS, 2016), A prevenção e tratamento de doenças “malária” são
fortemente influenciados por aspectos ligados aos conhecimentos e percepções sobre a doença.
Arroz (2014), afirma que malária constitui uma das principais causas de problemas de saúde em
Moçambique. A pobreza, baixas condições de saneamento, habitações inadequadas contribuem
para o aumento da vulnerabilidade dos indivíduos à malária, e a maior parte da população
moçambicana vive em áreas de alto risco à infecção a por malária. Daí torna-se importante
conhecer a percepção dos residentes do Bairro do Lingamo, sobre a influência do saneamento
ambiental na transmissão da malária; para a posterior aplicação de medidas de reversão, pois
estas medidas podem estar para além da linguagem biomédica. Toda via são poucos estudos
realizados de forma avaliar os conhecimentos, atitudes e práticas das populações em relação a
malária em Moçambique.
Deste modo, espera-se que este trabalho poderá contribuir para desenvolvimento de acções
educativas nas comunidades de modo a incutir a mudança de atitudes, elevação da consciência
em prol do saneamento do meio ambiente e redução do peso da malária e consequentemente no
melhoramento da qualidade de vida nas comunidades.
E mais, poderá contribuir para a definição de estratégias de intervenção sócio ambiental por
parte de entidades competentes, o que pode resultar no desenvolvimento e melhoria do próprio
bairro e outros contextos similares.
Capitulo II: Revisão da Literatura
Ambiente é o meio em que o homem e outros seres vivem e interagem (luz, ar, terra, água,
ecossistemas, biodiversidade, material orgânico e condições socioculturais que afectam a vida
das comunidades (Manjate e Cossa, 2011).
O meio ambiente é usado para definir a relação entre os conjuntos sociais e naturais que
sustentam a existência da vida no planeta, sendo esta interacção indispensável para sobrevivência
dos seres neste meio (Kloetzel, 2004).
O mesmo autor Kloetzel (2004), ressalta que agir em prol do meio ambiente exige que cada
indivíduo saiba porque da importância das suas acções, desta forma este indivíduo agira com
consciência de que faz e não para o meio ambiente, e sim para o conjunto constitutivo do meio,
sendo este parte deste conjunto.
Estes conceito nos remetem a entender que o meio ambiente constitui parte integral do homem,
porem este por fazer parte deve cuidar do meio de uma forma harmónica e conscientemente
porque as boas ou mas acções que o ser humano praticar sobre este podem contribuir para
deterioração ou para boa qualidade do ambiente onde esta inserido e para a sua sobrevivência.
Saneamento do meio é o tratamento das condições do meio que nos rodeia e da nossa vida e
como podemos melhorar a nossa saúde, como podemos melhorar e conservar o nosso meio
ambiente, o que nos molesta e que prejudica a nossa saúde (MICOA, 2006).
Sanear: é tornar sadio, saudável, pode se concluir, que saneamento equivale a saúde. Entretanto a
saúde que o saneamento proporciona é diferente daquela que se procura nos hospitais
(Guimarães, Carvalho e Silva, 2007).
Saneamento Ambiental é o controlo de todos os factores do meio físico do Homem que exercem
ou podem exercer efeito deletério sobre o bem-estar físico, mental ou social dos indivíduos como
a poluição do ar pela emissão de gases, poluição do solo pelo lixo urbano, das águas lançadas e
da ocupação desordenada (Macamo, 2020).
Saneamento Ambiental é o conjunto de acções sócio económicas que tem por objectivo alcançar
a salubridade ambiental, por meio de colecta e disposição sanitária de resíduos sólidos,
promoção da disciplina sanitária de uso do solo, drenagem urbana, e controle de doenças
transmissíveis e demais serviços com finalidade de proteger e melhorar as condições de vida das
populações (FUNASA, 2007).
Os conceitos acima descritos divergem em alguns aspectos na sua formulação, mas os mesmos
nos remetem a mesma percepção. Pois o saneamento ambiental tem uma área de actuação muito
vasta, a inobservância destas medidas pode trazer consequência a saúde humana, porem são
muitas as doenças que podem surgir devido a carência desta medida. Toda via torna-se
necessário a mudança de atitude face a esta problemática, pois tomar-se em conta as medidas de
saneamento, pode se verificar uma significante redução de casos doentes por malária e outras
doenças causadas por esta.
O saneamento tem uma taxa de retorno de 900% pela via dos seus efeitos na redução das
principais doenças (Ex: malária, diarreias entre outras) que afectam os pobres e ainda que a
promoção da higiene é 3 vezes mais eficaz do que o investimento em saneamento de uma
maneira geral (Serra, Stefan e Durang, 2012).
Macamo ﴾2015﴿, realça que a área de saneamento tende a aumentar, principalmente devido à
necessidade de controlar a acção do homem face ao meio ambiente tendo em conta as suas
consequências na saúde.
Malária ou Paludismo: é uma doença febril causada por um parasita que não e visível ao olho nú
que entra no corpo através da picada do mosquito e se não tratada a tempo, pode levar a morte. A
malária é transmitida por mosquitos que proliferam em acúmulos de água nos ecossistemas
naturais ou em locais antropizados ou seja em locais com charcos e capim. Uma das formas de
controlar esta doença é através do controlo do (ambiente) saneamento ambiental (MISAU, 2007).
Pois estas medidas são eficazes na medida em que estas actividades promovem a saúde
preventiva, eliminam a chance de contágio por diversas moléstias, significa que onde há
saneamento são maiores as possibilidades de uma vida mais saudável.
Seguindo a linhagem conceitual dos autores leva-nos a entender que a carência das medidas do
saneamento contribui para uma maior incidência de doenças. O saneamento ambiental possui
uma área de actuação muito vasta.
Combater a malária não é uma tarefa fácil e não é somente das entidades de saúde, é uma tarefa
que exige a participação de todos para que, em conjunto se desenvolvam acções capazes de
controlar a doença. Com o objectivo de reduzir o peso da malária (MISAU, 2009) traçou
estratégias de prevenção, inseridas no Programa Nacional de Controlo da Malária.
Esta estratégia pode propiciar a comunidade informações a respeito da malária, dos mosquitos
transmissores e das medidas de prevenção e controlo, pois é necessário que a comunidade além
das informações sobre a malária, tenha conhecimentos práticos para participar nas acções de
protecção e controle de vectores e, assim, reduzir o contacto homem/vector, por meio de medidas
simples de protecção individual e ou colectiva e medidas de ordenamento do meio.
O controlo e vectorial incorporam uma variedade de intervenções seleccionadas com base nos
factores locais que determinam a transmissão da doença, a sua vantagem está na flexibilidade de
combinar várias intervenções complementares ou aditivas, reduzindo deste modo o risco de
fracasso de utilização de uma única intervenção.
É empregue com o intuito de destruir os vectores. Os produtos empregados são tóxicos a saúde
humana e de animais, e podem desenvolver resistência ao vector e também pode contaminar o
lençol freático e diminuição da biodiversidade, porém é uma medida que necessita de uma
repetição periódica porque inclua pulverização entra domiciliária
(Pidom): é uma actividade geralmente realizada pelo pessoal da saúde, que consiste na aplicação
de insecticidas a superfícies internas estáveis das habitações, esta superfície que deve incluir a
todos os lugares potenciais onde repousam os vectores da malária. Um aspecto essencial desta
estratégia é que deve haver suficiente contacto entre o mosquito e o insecticida aplicado.
(MISAU-2009)
Ainda no controle químico para além do método da pidom temos o método do (Remilt) uso de
redes mosquiteiras tratadas com insecticida, eficaz e reduz a picada pelos mosquitos. Estas criam
uma barreira entre o indivíduo e o mosquito. As redes mosquiteiras impregnadas reduzem
episódios de malária em 48%, as redes mosquiteiras têm um potencial para ser eficaz sempre que
os criadores alvos estejam bem definidos.
Controlo Biológico: consiste em lançar no meio outros organismos, que são predadores dos
vectores ou que estabelecem competição com o vector. É uma técnica que ainda não esta em uso
em Moçambique (MISAU-2009).
Além de ser uma medida com efeito de longo prazo, traz muitos outros benefícios à saúde, ao
conforto da população e à actividade é económica, não causando impactos ambientais como o
químico. Por esta razão, controlo ambiental assegura a promoção e melhoria das condições
ambientais, pois deve-se por em prática a educação. Esta deve ser acompanhada de campanhas
educativas bem planejadas, porque caso a componente educativo não seja satisfatório, corre-se o
risco desta não se tornar eficiente. É através deste que se pode pôr em prática acções da educação
ambiental é a estratégia que mais se adequa ao nosso estudo.
Ainda no mesmo desenvolvimento o autor refere que as pessoas diferem em sua percepção, pois
a compreensão da experiência preceptiva é diferente de indivíduo no tempo e no espaço.
Acrescenta ainda que a motivação pessoal, as emoções, os valores, os objectivos, os interesses as
expectativas e outros estados mentais influenciam no que as pessoas percebem, a percepção pode
ser entendida como um processo muito mais subjectivo do que se crê usualmente, é a
representação a tomada de consciência das problemáticas ligadas ao ambiente, ou seja o acto de
perceber o ambiente que está inserido, aprendendo a proteger e cuidar do mesmo (Oliveira e
Corona, 2003).
Santos e Souza (2015), advogam que com a percepção ambiental se pode compreender melhor a
inter-relação entre o homem e o meio ambiente, suas expectativas, anseios, satisfações,
julgamentos e condutas perante o meio ambiente. Investiga a forma como o homem olha e
interpreta, convive e se adapta à realidade do meio em que vive, principalmente quando se trata
de ambientes instáveis e vulneráveis social e naturalmente (Silva e Bay, 2011).
Os autores ressaltam ainda que com a percepção ambiental aliada à educação ambiental, dotada
de conhecimentos, valores e acções que os sujeitos possuem frente ao meio ambiente, facilita na
elaboração de propostas, e estas podem atingir grande parte da sociedade, visando provocar
mudança mais efectiva que contribua para a sustentabilidade sócio- ambiental.
A percepção ambiental representa uma visão de cada indivíduo face ao meio ambiente. É desta
forma que percebemos que o indivíduo possui ou não a percepção do ambiente. Assim sendo a
percepção ambiental de uma comunidade pode constituir ferramenta essencial para compreensão
acerca de comportamentos vigentes e para o planeamento de acções que promovam a
sensibilização e o desenvolvimento de posturas éticas e responsáveis perante o meio ambiente
(Markzwisk, 2006).
Ainda o mesmo autor acrescenta que um estudo prévio da percepção sobre o meio ambiente de
comunidade leva a conhecer as características das pessoas, podendo ajudar no planeamento e no
desenvolvimento de programas definidos de acordo com o grupo alvo, seus valores, sua forma de
olhar, ver, interpretar e relacionar-se com o meio ambiente, dessa forma promover a participação
de todos num programa de educação ambiental eficaz.
2.4. Contribuição da educação ambiental para o combate à malária e promoção das condições
ambientais
O sector da saúde não pode, sozinho, melhorar a qualidade de vida das pessoas. Problemas
ligados ao saneamento, escolarização, saúde condições trabalho entre outros constituem grandes
dificuldades e só poderão encontrar soluções efectivas a partir de esforços de outros sectores da
sociedade.
Libinga (2011) refere que a malária é uma doença parasitária cujo controlo não depende somente
dos conhecimentos médicos, mas também das concepções populares sobre as causas e
prevenção. O mesmo autor acrescenta que a educação passa a ser repensada como um processo
capaz de desenvolver nas pessoas a consciência crítica das causas dos seus problemas e, ao
mesmo tempo, criar prontidão para actuar na mudança. Ela tem a capacidade de gerar
transformação de comportamentos das populações face a doenças como a malária.
De igual modo informações passadas através dos programas de saúde não chegam devidamente
às populações. Essa informação não gera automaticamente uma rápida mudança de
comportamento, talvez porque em alguns casos, a estratégia não se enquadre na realidade local.
Este tipo de atitude há vezes que promove informações reducionistas por alguns trabalhadores da
saúde, considerando as populações como ignorantes (Libinga, 2011).
Evidencia-se desta o papel da Educação Ambiental (EA). Esta que busca desenvolver uma
população consciente e preocupada com o meio ambiente, com problemas que lhe são
associados, visa transmitir conhecimentos, habilidades, atitudes, motivações e compromissos
para trabalhar, individual e colectivamente na busca de soluções para os problemas existentes
(Marcato, 2002). Já na óptica de Reis (2012), a EA constitui um processo de formação e
informação, orientado para o desenvolvimento da consciência crítica sobre questões ambientais e
de actividades que levam a participação das comunidades na preservação do equilíbrio
ambiental.
O tipo de EA proposta para intervenção sócio ambiental em comunidades será a não formal, esta
educação ambiental caracterizada por práticas educativas voltadas à consciencialização e
sensibilização da colectividade sobre as questões ambientais e a sua organização, enfatiza a
participação na defesa da qualidade de vida.
Plano de intervenção: é um plano, projecto que tem como eixo central a intervenção, ou seja
actuação em alguma situação, problema considerado relevante; é um planeamento feito com
objectivo de transformar algo que constitui um problema numa dada comunidade ou região
(Thiollent, 2005). Este visa promover mudanças no comportamento do grupo, com objectivo de
transformar algo que constitui um problema na comunidade.
Assim o problema ambiental que merece a intervenção será a limpeza do bairro (vias publicas e
os domicílios) com vista a eliminação de focos de mosquitos (eliminação de charcos, capim,
recolha de resíduos sólidos﴿ que transmitem a malária e outras doenças características do meio
ambiente insalubre. As acções educativas no controlo da malária são de suma importância e
devem ser buscadas e valorizadas permanentemente. Devem ser inseridas em todas acções, de
modo a garantir a eficiência e eficácia das actividades desenvolvidas com a participação da
comunidade.
Participar significa envolver-se no processo, fazer parte do mesmo, ser um elemento integrante,
cuja premissa básica é que os indivíduos façam parte do processo, respeitando aquilo que é as
ideias do grupo. Esta metodologia deve ser vista como um processo de conscientização para um
processo de cidadania.
O estudo decorreu no Bairro do Lingamo no Município da Matola. Faz limite a NORTE com o
Bairro Trevo e Fomento, a SUL com o Baia de Maputo, a ESTE com o Bairro Luís Cabral,
OESTE com o Bairro Matola "C" e Matola Rio. O Bairro de Lingamo encontra-se ao longo da
Estrada Nacional N4, vulgo Witbank, marcando o início do Município da Matola, quase junto à
portagem de Maputo.
É composto por 7 quarteirões, com 4857 habitantes. Segundo Secretário do Bairro - Sr. Beni.
Este Bairro, nasceu da ocupação espontânea, o que fez com que este crescesse de forma
desorganizada e com problemas de saneamento do meio, embora o Bairro esteja localizado ao
longo da costa, esta situação cria sempre vários problemas ambientais. As casas estão
construídas de forma desordenadas com material local e outras de material convencional mas
com pouca qualidade; águas estagnadas, capim nos quintais e resíduos sólidos mal tratados,
situações propícias param eclosão de doenças de origem vectorial como a malária.
Para esta pesquisa foi usada a metodologia de carácter descritivo exploratória, porque esta
permitiu proporcionar maiores informações sobre à percepção que os moradores do Bairro do
Lingamo têm em relação ao saneamento ambiental na transmissão da malária. Acordo com Gil
(2014) a pesquisa exploratória visa proporcionar maior familiaridade com o problema, envolve o
uso de entrevistas com pessoas que vivem ou viveram o problema pesquisado.
Além disso a pesquisa é descritiva, que de acordo com Marconi e Lakatos (2009), visa descrever
as características de determinada população ou fenómenos ou o estabelecimento entre variáveis.
Richardson 1999,acrescenta que os estudos descritivos são realizados quando se deseja obter
melhor entendimento de diversos factores e elementos que influenciam sobre determinado
fenómeno. E dada a natureza da pesquisa, para o alcance dos objectivos aqui traçados usou-se a
método qualitativo.
O estudo decorreu no Bairro do Lingamo no Município da Matola. Faz limite a NORTE com o
Bairro Trevo e Fomento, a SUL com o Baia de Maputo, a ESTE com o Bairro Luís Cabral,
OESTE com o Bairro Matola "C" e Matola Rio. O Bairro de Lingamo encontra-se ao longo da
Estrada Nacional N4, vulgo Witbank, marcando o início do Município da Matola, quase junto à
portagem de Maputo.
É composto por 7 quarteirões, com 4857 habitantes. Segundo Secretário do Bairro - Sr. Beni.
Este Bairro, nasceu da ocupação espontânea, o que fez com que este crescesse de forma
desorganizada e com problemas de saneamento do meio, embora o Bairro esteja localizado ao
longo da costa, esta situação cria sempre vários problemas ambientais. As casas estão
construídas de forma desordenadas com material local e outras de material convencional mas
com pouca qualidade; águas estagnadas, capim nos quintais e resíduos sólidos mal tratados,
situações propícias param eclosão de doenças de origem vectorial como a malária.
Para esta pesquisa foi usada a metodologia de carácter descritivo exploratória, porque esta
permitiu proporcionar maiores informações sobre à percepção que os moradores do Bairro do
Lingamo têm em relação ao saneamento ambiental na transmissão da malária. Acordo com Gil
(2014) a pesquisa exploratória visa proporcionar maior familiaridade com o problema, envolve o
uso de entrevistas com pessoas que vivem ou viveram o problema pesquisado.
Além disso a pesquisa é descritiva, que de acordo com Marconi e Lakatos (2009), visa descrever
as características de determinada população ou fenómenos ou o estabelecimento entre variáveis.
Richardson 1999,acrescenta que os estudos descritivos são realizados quando se deseja obter
melhor entendimento de diversos factores e elementos que influenciam sobre determinado
fenómeno. E dada a natureza da pesquisa, para o alcance dos objectivos aqui traçados usou-se a
método qualitativo.
O critério da selecção da amostra foi por conveniência que segundo Mutimucuo (2008), visa
obter respostas de pessoas que estão disponíveis e dispostas a participar isto é sem usar nenhum
critério probabilístico.
Tomando em conta o tipo de estudo de carácter qualitativo, o método de recolha de dados foi
com base na observação Directa e entrevista.
Para Naranjo & Ramos (2013), "entrevista é uma forma de se adquirir informação acerca do que
se investiga. Por um lado é uma técnica que pode ser aplicada a todo o tipo de pessoas, mesmo
quando tiverem algum tipo de limitação como é o caso de pessoas que não sabem ler e escrever,
das limitações físicas e orgânicas ou de crianças que possam ter alguma dificuldade que as
impossibilite de dar respostas escritas e outras.
A entrevista foi realizada com objectivo de perceber como os moradores olham as questões do
saneamento ambiental no Bairro. A mesma apresentou-se como uma forma de interacção social,
em que se procurou colher dados e os moradores se apresentaram a como fonte de informação, e
podendo ter as respostas na hora em que se realizava. Para assegurar os objectivos da pesquisa
entre o entrevistador e o entrevistado, optou-se pela entrevista observação Directa e entrevista
1. A pré-análise: nesta fase fez - se a organização do material obtido com o objectivo de torná-lo
operacional, sistematizando as ideias iniciais. Foi feita a descrição da amostra populacional e, de
seguida, a leitura das informações colectadas durante o trabalho de campo.
2. A exploração do material: nesta fase os registos obtidos por meio de entrevistas e fotografias
foram seleccionados minuciosamente para constarem do texto escrito tendo em conta os
objectivos estabelecidos para o trabalho. Foi nesta fase em que as respostas dadas pelos
entrevistados foram organizadas consoante as perguntas de pesquisa de modo a facilitar a análise
das mesmas.
3. Tratamento dos resultados e interpretação: Nesta etapa foi dedicada ao tratamento dos
resultados; Por fim foi, feita a análise reflexiva e crítica. Após organizar os dados por pergunta
de pesquisa, foi feita a leitura e interpretação dos resultados .
Para a realização do estudo, foi feito um pedido de autorização a fim de recolher dados, por
meio de uma credencial fornecida pela Direcção da Faculdade De Educação (FACED),
submetida à Secretaria do Posto Administrativo do Distrito Municipal da Cidade da Matola, onde
foi autorizada a fazer o estudo no bairro em causa. De seguida, fez -se apresentação às estruturas
locais do bairro do Lingamo, estas, por sua vez autorizaram a proceder com à recolha de dados.
Por se tratar de um trabalho que envolve pessoas seus domicílios, trazendo o seu perfil de vida à
percepção de cada um, sobre aspectos que tocam a sensibilidade, os valores e a privacidade dos
entrevistados, os participantes foram informados sobre os objectivos da entrevista, garantindo o
anonimato, sigilo e confidencialidade de toda a informação fornecida.
Quem e essa? Cada um devia estar na sua casa. O presidente disse #FICAEMCASA#
“Desta vez quer nos escrever para que…” Esta situação fez com que se despendesse mais tempo
a explicar aos entrevistados que tratava-se de uma estudante que tinha a finalidade de obter
informações para fins académicos sem nenhuns fins lucrativos porem estas dificuldades não
impediram a realização da pesquisa, uma das condições encontradas pela entrevistadora foi saber
do entrevistado se podia recebe-lo em um outro hora ou dia para realização da entrevista.
Neste Bairro depara-se com situações similares às do Bairro do Lingamo, as condições em que
vivem, condições péssimas de saneamento capim nos quintais, águas estagnadas, a falta de
contentores para deposição de resíduos sólidos, tendo-se usado amostragem não probabilística
por conveniência.
Trabalhou-se nesse pré-teste com 10 residentes, tendo com este pré-teste se chegado à conclusão
que, de facto, a metodologia usada para a recolha dos dados é eficaz na medida em que foram
alcançados os objectivos traçados para o estudo. Terminado o trabalho de campo, fez-se o
agrupamento das respostas em função do número com mesmas características, tendo em conta a
questão formulada. Desta forma nas páginas que se seguem é apresentado o capítulo que versa
sobre a análise e discussão dos resultados.
Durante um período de 2 dias, dedicou-se à recolha de dados que fossem de acordo com as
perguntas de pesquisa, recorrendo-se a um guião de entrevista com perguntas previamente
elaboradas. Conforme referenciado no ponto 3.3. As entrevistas decorreram em 3 quarteirões do
Bairro do Língamo, tendo sido dividida mostra em 2 extractos: autoridades locais e membros da
comunidade.
A caracterização do meio ambiente pode ser uma ferramenta de extrema importância para
planejar a organização e a distribuição dos espaços urbanos que devem ser ocupados, auxiliando
de forma efectiva na prevenção de problemas ambientais e na redução de incidência de doenças.
Www.revistaea.org/artigo. A maioria dos problemas de saúde que afectam a população
actualmente está intrinsecamente relacionada ao meio ambiente.
Pela entrevista feita aos residentes, buscando compreender a respeito do meio ambiente as
respostas foram reveladas de diferentes, Como esta referenciado no extracto a baixo.
“Na calada da noite no bairro há residentes que tiram o lixo acumulado nas suas casas e
vão depositar no meio do caminho". Chefe do Quarteirão.
Figura 1
4.2.Estratégias usadas param o combate à malária
Nas entrevistas feitas aos participantes do estudo sobre o seu entendimento e importância em
relação ao saneamento ambiental, houve diferentes respostas em relação ao questionamento.
Acrescentar que a minoria deu respostas.
“Acho que se não cuidarmos das nossas casas, não varrer não limpar pode apanhar
doenças
“Não sei nada sobre isso
“Temos que cortar o capim no quintal para ficar bonito, e para não se desenvolverem os
mosquitos da malária".
Chefe do Quarteirão
Conforme as respostas dadas pelos entrevistados pode-se perceber que eles tem percepção em
relação aos cuidados a ter com o meio ambiente, pois a maioria soube responder quais os
cuidados a ter de forma à evitar a proliferação de doenças. O que demonstra que nem todos os
moradores estão alheios dos problemas ambientais existentes no bairro que podem afectar a
saúde dos moradores. Entretanto, Faggionato (2007) salienta que por meio da percepção
ambiental pode-se atribuir valores diferenciados ao meio ambiente. Pode-se conhecer a cada um
dos grupos evolvidos percebem o meio ambiente, facilitando a realização de trabalhos com bases
locais, partindo da realidade do grupo alvo.
Desta forma tornasse necessário a criação de mecanismo de forma a por em prática actividades
de consciencialização ambiental no Bairro, fazer perceber os moradores que ao cuidar do meio
ambiente estão em busca de uma qualidade de vida melhor. Pois e evidente que com o fraco
conhecimento ambiental torna-se difícil tomar atitudes ambientalmente saudáveis uma forma de
evitar e proliferação de vectores causadores da malária.
A educação ambiental pode ser considerada como chave para o sucesso da consciência e
importância do meio ambiente nas comunidades.
Este depoimento foi dado pela maioria dos entrevistados, a implementação estratégia de
intervenção sócio ambiental dando ênfase da Limpeza do bairro é possível por intermédio da
educação ambiental, objectivando sensibilizar os morredores a fazerem limpeza na via publica e
nas suas residências, cortando o capim que se encontra nas casas, recolha de resíduos,
eliminando charcos que constituem os maiores focos de propagação de mosquitos que
transmitem a malária neste Bairro.
Esta estratégia pode trazer um grande ganho por parte da comunidade, na melhoria da saúde das
pessoas, nas entidades de saúde pois ira diminuir o número de entradas de doentes por malária
nas unidades sanitárias, e melhoria para o próprio aspecto físico do bairro, porem o mesmo plano
pode ser condicionado por parte das estruturas, parceiros intervenientes pois estes são os actores
chave nesse processo. Pôs é visto que no panejamento e execução das actividades, é importante
que a comunidade seja envolvida desde o primeiro momento e que a participação seja valorizada.
CAPITULO V: Conclusões e Recomendações
5.1.Conclusão
Relativamente a gestão dos resíduos sólidos foi possível perceber que estes não a fazem
correctamente. Pois afirmaram que existe um contentor no bairro, porem foi possível observar
resíduos espalhados em quintais e na via pública. Igualmente para a gestão das águas do uso
doméstico foi possível perceber que eles não dão o devido tratamento pois ter verificado em
algumas residências condutas de águas do uso doméstico para a via publica.
Em relação as acções, estratégias do combate a malária no bairro foi possível perceber que os
entrevistados sabem que para se prevenirem a malária devem usar alguma estratégia de
prevenção. Porem ter constatado que a maioria não abordou durante as entrevistas as práticas
ambientais saneamento do meio- eliminação das águas estagnadas, corte de capim que constitui
uma estratégia eficaz para eliminação de vectores causadores da malária. Pois se limitaram a
apenas a falar do uso das redes mosquiteiras e da pulverização domiciliária. Foi possível
observar focos de mosquitos no Bairro como as águas estagnadas em muitos locais no bairro.
Finalizando nem todos os entrevistados estão alheios do saneamento ambiental. A minoria é que
conseguiu fazer a relação do saneamento e a malária, aos cuidados a ter com o meio ambiente,
pois se limitaram em falar das redes mosquiteiras e da pulverização domiciliária como estratégia
de combate a malária, o que demonstra que tem uma deficiente percepção em relação a
saneamento ambiental e saúde, Malária. Desta forma, apela-a mais a necessidade de maior
abrangência comunitária, dando mais ênfase à educação ambiental, na luta contra a malária, os
cuidados a ter com o meio ambiente tendo em vista a maior eficácia das políticas traçadas no
sector da saúde com objectivo de reduzir o peso da malária.
6.Referências Bibliográficas
Libinga, L, J (2011). Malária: Das representações sociais as lógicas terapêuticas nas zonas
urbanas.
Melazo, G, C. (2005) Percepção ambiental e educação ambiental: uma reflexão sobre as relações
interpessoais e ambientais no espaço urbano. Olhares e trilhas. Vol VI
MISAU (2007) PNCM Manual de formação dos agentes comunitários da saúde. Maputo
Marcatto,C (2002) Educação Ambiental: Principios e conceitos : 3ª ed. São Paulo Malfaia,G. &
Rodrigues, A, S, L (2009), Percepção ambiental de Jovens adultos de uma escola Municipal de
ensino fundamental
Lakatos, E.M & Marconi, M. A (2007) Metodologia Científica. São Paulo: Atlas
Santos, F. p & Souza, L.B. (2015). Estudo da percepção da qualidade ambiental por meio do
método fenomenológico.V.3
Serra ,C, M. Stefan, D & Durang, T. (2012). O meio ambiente em Moçambique Notas para
reflexão sobre a situação actual e os desafios para o futuro. `
Reis, T,M. (2012). Metodologias aplicadas a educação Ambiental. 2ª ed. Curitiba Thiollent, M.
(2005) Metodologias da pesquisa acção. São Paulo 14ª edição Ribeiro, J.W. & Rooke, J. M.
(2010), Saneamento básico e sua relação com o meio ambiente e saúde pública. Revista
Académica. Brasil