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José Victor João Tomas

Estratégias de Minimização da Problemática do Saneamento do Meio. Estudo de Caso


Balneários da Cidade do Dondo

Licenciatura em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Comunitário

Universidade Licungo
Beira
2020
José Victor João Tomas

Estratégias de Minimização da Problemática do Saneamento do Meio. Estudo de Caso


Balneários da Cidade do Dondo

Licenciatura em Ensino de Biologia com Habilitação em Química

Projecto apresentada ao Departamento de


Ciências e Tecnologia, com o caracter avaliativo
da cadeira de MEIC.

Docente:

Universidade Licungo
Beira
2020
Índice
CAPITULO I: INTRODUÇÃO.......................................................................................................3
1.0 Introdução..................................................................................................................................3
1.1 Justificativa da escolha do tema........................................................................................................4
1.2 Problematização..................................................................................................................................4
1.3 Hipóteses..............................................................................................................................................5
1.4 Objectivos..................................................................................................................................6
1.4.1 Objectivo geral.................................................................................................................................6
1.4.2 Objectivos específicos.....................................................................................................................6
1.5 Enquadramento do tema............................................................................................................6
1.6 Delimitação do tema...........................................................................................................................6
1.7 Relevância do tema.............................................................................................................................6
1.7.1 Relevância social..............................................................................................................................7
1.8. Metodologia..............................................................................................................................7
1.8.1 Tipo de pesquisa...............................................................................................................................7
1.8.2 Métodos e Técnicas.........................................................................................................................8
1.8.2.4 Entrevista.......................................................................................................................................8
CAPITULO II ˗ FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................................10
2.1. Saneamento.............................................................................................................................10
2.2. Enquadramento Histórico do Saneamento e sua Relação com a Saúde.................................11
2.3. Saneamento em Moçambique.................................................................................................14
2.3.1. Intervenientes do Saneamento em Moçambique.................................................................16
2.3.2. Quadro legal do Saneamento em Moçambique...................................................................16
3.4. Abastecimento de água...........................................................................................................18
2.5. Doenças relacionadas com a falta de saneamento básico.......................................................19
2.6. Doenças relacionadas com a água...........................................................................................20
2.6. Doenças relacionadas com as fezes........................................................................................21
3.0 Resultados esperados...............................................................................................................23
Referencias Bibliográficas.............................................................................................................24
Apêndices..........................................................................................................................................i
3

CAPITULO I: INTRODUÇÃO
1.0 Introdução
O presente trabalho de pesquisa intitulado Estratégias de Minimização da Problemática do
Saneamento do Meio. Estudo de Caso Balneários da Cidade do Dondo, procura analisar os
factores que contribuem da problemática de falta de saneamento básico nos balneários Publico de
Dondo e posteriormente propor algumas soluções para minimizar a situação de saneamento do
meio neste balneário. Este balneário público serve para os peões assim como os comerciantes,
mas no estado em que se encontra actualmente constitui uma ameaça a saúde pública dos utentes
do mesmo. Sabe-se que a falta do saneamento básico nos balneários, pode levar ao surgimento de
algumas doenças nos utentes, como cólera, diarreias e mais.

Grande parte dos problemas sanitários que afectam a população mundial estão intrinsecamente
relacionados com o meio ambiente. E a ausência de serviços de saneamento básico,
principalmente em países do Terceiro Mundo, tem sido responsável por graves problemas de
saúde pública que reduzem a força de trabalho e causam a perda de muitas vidas humana. Um
exemplo disso é a diarreia que, com mais de quatro bilhões de casos por ano, é uma das doenças
que mais aflige a humanidade, já que causa 30% das mortes de crianças com menos de um ano
de idade (CARVALHO, GUIMARÃES e SILVA, 2007).

Nesse âmbito, a aproximação do sector saúde com o sector educação, por meio da educação
ambiental pode ser um caminho perspicaz no sentido de mobilizar os utentes dos balneários
públicos de modo a compreenderem o meio ambiente como sendo um dos factores que influencia
directamente na saúde da população. A partir dessa compreensão, podem ser pensadas
conjuntamente (autor e utentes dos balneários) acções capazes de melhorar as condições sanitárias
dos balneários.
4

Para combater os riscos provenientes de um ambiente contaminado por falta de saneamento


básico, faz-se necessário a elaboração deste trabalho na tentativa de propor almas soluções para
minimizar o problema em estudo.

1.1 Justificativa da escolha do tema


A escolha do tema partiu com a confrontação na realidade deparada quando o autor deste projecto
constantemente realiza os seus passeios na Cidade do Dondo, onde constatou que os balneários
públicos da zona do Dondo, não possuiem boas condições de saneamentos, com fezes e urinas
expostos dentro do balneário o que pode provocar algumas doenças para os utentes.

Este estudo é de extrema relevância, sendo que, contribuirá para melhorar a percepção dos
utentes da importância do saneamento do meio como elemento fundamental para a saúde pública,
assim como despertar cada vez mais a consciência da sociedade na necessidade de viver num
ambiente saudável que permita o alcance de melhores condições de vida e a preservação do meio
ambiente, sendo que para tal, é necessário que haja participação e colaboração entre a população
e as autoridades locais.

O saneamento do meio é um princípio que garante a conservação do ambiente e bem-estar da


população. Daí a motivação para tratar deste tema, a necessidade de melhorar as condições de
saneamento notáveis na área de estudo, sendo que este problema não só afecta este distrito.

Neste sentido, com o intuito de perceber quais os factores estão por detrás dessa problemática, e
propor soluções para minimização da problemática do saneamento publico, o autor viu a
necessidade de abordar em torno do presente tema.

1.2 Problematização
No Mundo, cerca de 884 milhões de pessoas não têm acesso adequado a água potável, e 2.6 mil
milhões não têm acesso ao saneamento (WHO e UNICEF, 2010). Estes números são
preocupantes, especialmente nos países em desenvolvimento, face à importância que o
saneamento apresenta para o desenvolvimento e bem-estar humano.

De acordo com CARVALHO et al (2007), a oferta do saneamento associa sistemas constituídos


por uma infra-estrutura física, educacional, legal, política e institucional, e a utilização do
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saneamento como instrumento de promoção da saúde pressupõe a superação dos entraves


tecnológicos, políticos e de gestão.

Hoje o uso de balneário, publico, na paragem de Dondo está sendo cada vez mais difícil por falta
de saneamento básico, acarretando grande riscos de saúde publica para os utentes na momento de
satisfação biológica nesse balneário, e também se verifica a falta de água no balneário o que
acarreta mais a situação de saneamento básico no balneário publico de Dondo, podendo assim
causar grande impacto na saúde dos utentes, visto que há presença de fezes expostos nas
sanitárias.

Estes factos induzem ao autor na necessidade de perceber mais sobre os cuidados com a saúde
dos utentes desta sanitária de dondo, o que se pode expressar na seguinte questão da pesquisa:

 Que estratégias podem ser usadas para minimizar a problemática do saneamento


básico nos balneários Públicos da cidade do Dondo?

1.3 Hipóteses

 Possivelmente fazendo cobrança de um valor simbólico aos utentes, para contratação de


mais agentes de limpeza dos balneários Públicos.
 Provavelmente a disponibilização de água corrente nos balneários.
 Se calhar fazer uma reabilitação da sanitária, visto que não se encontra em boas
condições.
 Se calhar educando os utentes sobre saneamento do meio pode contribuir para a sua
preservação.
 Possivelmente a disponibilização dos materiais de limpeza aos agentes responsáveis
pelos balneários, no sentido de garantir a limpeza e higiene dos sanitários.
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1.4 Objectivos
1.4.1 Objectivo geral

 Desenvolver as estratégias para minimizar a problemática do saneamento do meio na


cidade do Dondo.

1.4.2 Objectivos específicos


 Descrever as condições de saneamento do meio dos balneários da cidade do Dondo.
 Identificar os factores que contribuem para a problemática do saneamento do meio nos
balneários da cidade do Dondo.
 Propor algumas estratégias para minimizar a problemática do saneamento do meio nos
balneários da cidade do Dondo.

1.5 Enquadramento do tema


A presente pesquisa enquadra-se na Universidade Licungo curso de Gestao Ambiental e
Desenvolvimento Comunitário, na cadeira de Meic no âmbito avaliativo, também se enquadra na
climatologia, onde se faz a menção sobre a poluição do meio ambiente pelo homem e no ensino
geral enquadra-se na disciplina de Educação Moral e Cívica e Ciências Naturais quando se
aborda sobre saneamento básico.

1.6 Delimitação do tema


O objecto de estudo desta pesquisa são soluções para minimizar a problemática do saneamento
do meio nos balneários do Dondo, no período de 4 meses, começado em Junho do ano 2022 até
Setembro do ano 2022, que será o fim da pesquisa.

1.7 Relevância do tema


O tema em estudo por apresentar um problema vivido por muitos negociantes e passageiros
assim como publico em geral, sendo que a pesquisa desenvolvida apresenta bases em teóricas e
normativas de um trabalho científico, esta por isso mesmo, constitui um elemento de chamada de
atenção em torno deste problema para que se ultrapasse efectivamente, necessitara que se pense
em estratégias que visem resolver o problema, ou seja, o presente tema constitui uma base na
qual se pretende averiguar as reais motivações para a ocorrência deste problema na sanitária de
dondo e através destes resultados poder-se ter uma base para a resolução deste problema.
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1.7.1 Relevância social


Este estudo é de extrema relevância, sendo que, contribuirá para melhorar a percepção da
importância do saneamento do meio como elemento fundamental para a saúde pública, assim
como despertar cada vez mais na consciência da sociedade a necessidade de viver num ambiente
saudável que permita o alcance de melhores condições de vida e a preservação do meio ambiente,
sendo que para tal, é necessário que haja participação e colaboração entre a população e as
autoridades locais.

É pertinente esta pesquisa neste âmbito, pois este estudo é eficaz porque pode elencar uma série
de medidas que reduzem e controla os impactos na saúde dos negociantes e passageiros assim
como da população em geral que satisfazem as suas necessidade nessa sanitária de dondo
contribuindo assim no bem-estar da sociedade.

1.8. Metodologia
1.8.1 Tipo de pesquisa
1.8.1.1 Tipo de pesquisa quanto a abordagem
O tipo de pesquisa que o autor vai levar a cabo é qualitativa, na qual no entender de GERHADT,
et al (2009) define como sendo uma pesquisa que não se preocupa com a representatividade
numérica, mas, sim, com o aprofundamento da compreensão de um grupo social, de uma
organização, etc.

Neste contexto, interessa ao autor propor as estratégias para minimizar a problemática do


saneamento público na sanitária do Dondo, no sentido que não seja afectado a saúde pública.

1.8.1.2 Tipo de pesquisa quanto aos objectivos

Trata-se de uma pesquisa explicativa, pois baseia-se na busca de fundamentos que justifiquem as
motivações para que haja a problemática do saneamento do meio e posterior propor estratégias
para minimizar a situação dos sanitários do Dondo.

“A pesquisa explicativa tem como preocupação fundamental identificar factores que contribuem
ou agem como causa para a ocorrência de determinados fenómenos. É o tipo de pesquisa que
explica as razões ou os porquês das coisas”, (GALLIANO, 2011).
8

1.8.1.3 Universo
O autor tem como a população em estudo os negociantes e passageiros assim como os
responsáveis dos balneários públicos do Dondo, bem como o vereador do CMD.

1.8.1.3.1 Amostra

Para a selecção da amostra o autor vai usar o critério da amostragem não probabilística. Desta
feita o autor vai trabalhar com 75% dos negociantes e passageiros que forem encontrados no
local no dia de recolha de dados, os responsáveis dos balneários de Dondo e o vereador do CMD.

1.8.2 Métodos e Técnicas

1.8.2.1 Método de pesquisa bibliográfica


Com este método, o autor fara a leitura dos artigos e livros relacionadas com o tema em causa,
tornando-se assim o alicerce da fundamentação teórica. Neste método, os textos tornam-se fontes
dos tópicos a serem pesquisados.

1.8.2.3 Técnica de inquérito


O uso desta técnica permitira o autor colher informações para perceber de cada um sobre a
problemática do saneamento do meio nos balneários de Dondo, se tem conhecimento da
possibilidade de contrair doenças com a falta de saneamento dos sanitários, os cuidados que têm
tomado, estratégias de melhorias das condições dos sanitários. Para tal o autor fornecerá aos
inquiridos uma ficha de inquérito onde estão patente as questões elaboradas pelo autor a qual os
inquiridos poderão responderem. (Vide apêndice I).

1.8.2.4 Entrevista
Para a colecta de dados com os responsáveis dos balneários, o autor usara a entrevista de modo a
avaliar o nível de percepção que os responsáveis têm em relação ao impacto dessa problemática
nos balneários de Dondo, perante a saúde pública dos utentes da mesma. (Vide apêndice II e
III).
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CAPITULO II ˗ FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA


2.1. Saneamento
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), saneamento é o controle de todos os factores
do meio físico do homem, que exercem ou podem exercer efeitos nocivos sobre o bem estar
físico, mental e social. De outra forma, pode-se dizer que saneamento caracteriza o conjunto de
acções socioeconómicas que têm por objectivo alcançar Salubridade Ambiental.

A oferta do saneamento associa sistemas constituídos por uma infra-estrutura física e uma
estrutura educacional, legal e institucional, que abrange os seguintes serviços:

 Abastecimento de água às populações, com a qualidade compatível com a protecção de


sua saúde e em quantidade suficiente para a garantia de condições básicas de conforto;
 Colecta, tratamento e disposição ambientalmente adequada e sanitariamente segura de
águas residuárias (esgotos sanitários, resíduos líquidos industriais e agrícola;
 Acondicionamento, colecta, transporte e/ou destino final dos resíduos sólidos (incluindo
os Rejeito provenientes das actividades doméstica, comercial e de serviços, industrial e
pública);
 Colecta de águas pluviais e controle de empoçamentos e inundações;
 Controle de vectores de doenças transmissíveis (insectos, roedores, moluscos, etc.);
 Saneamento dos alimentos;
 Saneamento dos meios transportes;
 Saneamento e planejamento territorial;
 Saneamento da habitação, dos locais de trabalho, de educação e de recreação e dos
hospitais; e
 Controle da poluição ambiental – água, ar e solo, acústica e vis.

A primeira impressão que se tem ao falar de saneamento, é de ambiente saudável, que interfere
significativamente na qualidade de vida humana. Daí que segundo SOUZA (2015), a qualidade
ambiental deve ser reconhecida como elemento integrante do princípio da dignidade de pessoa
humana, sendo fundamental para o desenvolvimento do bem-estar.
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Segundo a OMS citado por CARVALHO et al (2007), saneamento é o controlo de todos os


factores do meio físico do homem, que exercem ou podem exercer efeitos nocivos sobre o bem-
estar físico, mental e social. De acordo com os autores, saneamento básico constitui um conjunto
de serviços, infra-estruturas e instalações operacionais de:

a) Abastecimento de água: constituído pelas actividades, infra-estruturas e instalações


necessárias ao abastecimento público de água potável, desde a captação até as ligações
residenciais e respectivos instrumentos de medição;
b) Esgotos sanitários: constituído pelas actividades, infra-estruturas e instalações
operacionais de colecta, transporte, tratamento e disposição final adequados dos esgotos
sanitários, desde as ligações residenciais até o seu lançamento final no meio ambiente;

c) Limpeza urbana e gestão de resíduos sólidos: conjunto de actividades, infra-estruturas e


instalações operacionais de colecta, transporte, tratamento e destino final do lixo
doméstico e do lixo originado da limpeza e vias pública e,

d) Sistemas de drenagem de águas pluviais.

De acordo com RIBEIRO e ROOK (2010), pode-se dizer que o saneamento caracteriza o conjunto
de acções sócio-económicas que tem por objectivo alcançar a salubridade ambiental.

Portanto os autores acima citados comungam nas ideias, sendo que estes, olham para o
saneamento como uma ferramenta indispensável para a promoção da saúde e bem-estar da
população, porém, para este trabalho destaca-se o conceito dado pela OMS, citado por
CARVALHO et al (2007), por ser mais claro no sentido de ver o serviço de saneamento como
aquele que visa controlar todos os factores do meio físico do homem que exerce ou pode exercer
efeitos nocivos sobre o bem-estar físico, mental e social. Isto significa que a ausência dos serviços
de saneamento numa determinada área, é motivo de contribuição para grandes problemas na vida
e saúde das pessoas, assim como do próprio ambiente.

2.3. Saneamento em Moçambique


Moçambique é uma das nações menos desenvolvidas do mundo, com mais de 50% da sua
população a viver em pobreza absoluta. A sua situação piorou ao longo das últimas três décadas,
11

essencialmente como resultado de uma destrutiva guerra civil que durou desde a independência
em 1975 até 1992.

A guerra destruiu a maior parte da infra-estrutura social e económica do país. Milhares de pessoas
morreram, 1.5 milhões tornaram-se refugiados e 3.5 milhões refugiados internamente,
principalmente para zonas suburbanas sem saneamento e com grande pobreza. A seca e os
factores económicos contribuíram também para os problemas de Moçambique. Contudo, mesmo
durante a guerra, o governo considerou o saneamento como uma prioridade e encorajou as
pessoas a construírem as suas próprias latrinas. Este facto causou um rápido aumento da cobertura
mas, na ausência de apoio técnico, a maior parte das pessoas construíram latrinas tradicionais sem
condições de saneamento e que corriam o risco de colapso (COLIN,2012).

A situação do saneamento básico em Moçambique, no geral é precária. O deficiente acesso à água


potável aliado a não observância das melhores práticas de higiene individual e colectiva, estão
entre as principais causas do aparecimento de doenças como diarreias, cólera, parasitoses
intestinais, bilharziose e até mesmo da malária que é a doença mais mortífera no país. No que diz
respeito ao abastecimento de água, o acesso da população a este serviço é reduzido e existem
grandes diferenças na cobertura entre as diferentes províncias. A média nacional remete a uma
população servida com água potável de 51% da população, dado que permite afirmar que perto da
metade da população não tem acesso a água potável e reside maioritariamente na área rural ou
peri - urbana e em outras áreas vulneráveis (WSP, 2010). Relativamente às condições sanitárias,
estima-se que em Moçambique, pouco mais de 45% da população tem acesso ao saneamento
adequado (DNA, 2007 citado por WSP, 2010). A mesma define saneamento adequado como
serviços de saneamento que podem variar desde uma latrina melhorada até a ligação de um
sistema de saneamento urbano.

O governo Moçambicano, tem tido iniciativas para melhorar as condições de saneamento do


meio. Entre os anos de 1985 e 1998 lançou-se em Moçambique o primeiro projecto voltado para a
salubridade ambiental. Trata-se do “Programa Nacional de Saneamento em Moçambique:
Pioneiro no Saneamento Suburbano” Uma parceria internacional com o objectivo de ajudar os
pobres a terem acesso contínuo a um abastecimento melhorado de água e serviços de saneamento.
O projecto produziu mais de 230.000 lajes para latrinas, beneficiando mais de 1.3 milhões de
pessoas num país a emergir após décadas de uma destrutiva guerra civil, conforme dito
12

anteriormente. Este trabalho ganhou reconhecimento internacional devido a duas razões


essenciais.

 Primeiro: Tratava-se de um programa pioneiro no saneamento peri-urbano de larga escala


e atingiu uma proporção significativa da população peri-urbana do país.
 Em segundo: porque a latrina de laje curva e a plataforma sua variante, eram
tecnicamente inovadoras e desde então foram largamente reproduzidas em todo o mundo.

Contudo as políticas nacionais de saneamento foram completamente mudadas durante finais da


década 90. E, as novas políticas não produziram de imediato dispositivos viáveis e o programa
nacional de saneamento entrou rapidamente em declínio (WSP, 2010). As experiências de
Moçambique poderão ajudar outros países a desenhar programas a uma escala semelhante, mas
com maior ênfase na promoção e menor dependência de subsídios financiados externamente.

No ano de 2008 lançou-se em Moçambique uma campanha de educação sanitária denominada,


“Campanha Nacional do Saneamento do Meio e de Promoção de Higiene”. A campanha teve
como objectivo contribuir para a mudança do comportamento dos cidadãos relativo a quatro
simples hábitos de higiene: uso correcto da latrina, lavagem das mãos com água limpa e sabão,
consumo de água limpa e tratada e deposição adequada dos resíduos sólidos (UNICEF, 2008).

2.3.1. Intervenientes do Saneamento em Moçambique


Para melhor entender-se o processo de saneamento em Moçambique, considera-se importante
salientar todos intervenientes que actuam para garantir o direito ao saneamento no país, nessa
vertente foi feita uma análise dos titulares de obrigações e direitos nessa temática.
 Titulares de obrigações
Os titulares de obrigações são principalmente os intervenientes estatais, isto é, os governos, mas
também intervenientes não estatais que incluem famílias, docentes, líderes religiosos, autoridades
tribais, empresas do sector privado, organizações sociais e qualquer outro interveniente com
compromissos, deveres e responsabilidades relativamente a algum titular do direito à água e
saneamento (ROMERO, 2013).

 Titulares de direitos (beneficiários)


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Os titulares de direitos são todas as pessoas sem diferenciação de sexo, idade, orientação sexual,
origem étnica, religião, estado civil ou económico ou qualquer outra condição (ROMERO etall
2013). Embora já tenha-se feito uma análise sobre os titulares de obrigações e de direitos
(beneficiários) em matéria de saneamento, achou-se pertinente salientar todos intervenientes a
nível macro e micro, que actuam para garantir o saneamento no país.

3.4. Abastecimento de água


De acordo com BARROS et al. (1995), o Sistema de Abastecimento de Água representa o
“conjunto de obras, equipamentos e serviços destinados ao abastecimento de água potável de uma
comunidade para fins de consumo doméstico, serviços públicos, consumo industrial e outros
usos”.
A água constitui elemento essencial à vida. O homem necessita de água de qualidade adequada e
em quantidade suficiente para atender a suas necessidades, para protecção de sua saúde e para
propiciar o desenvolvimento económico.
Para o abastecimento de água, a melhor saída é a solução colectiva, excepto no caso das
comunidades rurais que se encontram muito afastadas. As partes do Sistema Público de Água
são: captação; adução (transporte); tratamento; reservação (armazenamento) e distribuição
(LEAL, 2008).

Portanto, um sistema de abastecimento de água é composto pelas seguintes unidades:


 Manancial: fonte de onde se retira a água.
 Captação: conjunto de equipamentos e instalações utilizado para a tomada de água do
manancial.
 Adução: transporte da água do manancial para a estação de tratamento de água ou da
água tratada para a reservação.
 Tratamento: melhoria das características qualitativas da água, dos pontos de vista físico,
químico, bacteriológico e organolépticas, a fim de que se torne própria para o consumo. É
feito nas Estações de Tratamento de Água (ETA).
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2.5. Doenças relacionadas com a falta de saneamento básico


Os parasitas em geral possuem duas fases de vida: uma dentro do hospedeiro e outra no meio
ambiente. Enquanto estão no corpo do hospedeiro, eles possuem condições ideais para seu
desenvolvimento, como temperatura e humidade adequadas, além de dispor de alimento em
abundância.
Quando estão no meio ambiente, ao contrário, estão ameaçados e morrem com facilidade, devido
à luminosidade excessiva, à presença de oxigénio, de calor, e à falta de alimentos. O tempo que
esses microrganismos passam fora do hospedeiro deve ser suficiente apenas para que alcancem
novos organismos, continuando seu ciclo de vida.
Normalmente os parasitas são eliminados pelo portador junto com suas excretas, isto é, fezes,
urina e catarros, e então se misturam com os microrganismos que vivem livremente no solo, na
água e no ar.
A maior parte das doenças transmitidas para o homem é causada por microrganismos,
organismos de pequenas dimensões que não podem ser observados a olho nu.
Os principais grupos de microrganismos que podem provocar doenças no homem são:
 Os vírus (ex.: vírus da hepatite);
 As bactérias (ex.: vibrião colérico, que é o agente da cólera);
 Os protozoários (ex.: ameba);
 Os helmintos, que provocam as verminoses, podem ser microscópicos (ex.: filaria, que é o
agente da elefantíase), ou apresentarem maiores dimensões (ex.: a lombriga).

2.6. Doenças relacionadas com a água


Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), grande parte de todas as doenças que se
alastram nos países em desenvolvimento são provenientes da água de má qualidade. A água
contaminada pode prejudicar a saúde das pessoas, nas seguintes situações:
 Através da ingestão directa;
 NA ingestão de alimentos;
 Pelo seu uso na higiene pessoal e no lazer;
 Na agricultura;
 Na indústria.
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As doenças relacionadas com a água podem ser agrupadas conforme a Tabela 2, a seguir.
Tabela 2: Doenças relacionadas com água

2.6. Doenças relacionadas com as fezes


A presença de coliformes fecais é indicação de contaminação fecal. Quando se observa presença
de bactérias do grupo coliforme, considera-se a água como contaminada por fezes.
Estes coliformes também podem ser encontrados no solo, nos alimentos. Essas bactérias são
oriundas da presença de animais que utilizam o rio para dessedentação ou de esgotos sanitários
que são lançados directamente no rio, tornando a água imprópria para o consumo.

As doenças relacionadas com as fezes podem ser agrupadas conforme a Tabela 3 a seguir.
Figura 3: As doenças relacionadas com as fezes
16
17

3.0 Resultados esperados

Após a realização deste trabalho espera-se:


 Desenvolva-se as estratégias para minimizar a problemática do saneamento público na
sanitária da cidade do Dondo.
 Descreva-se saneamento público na sanitária da cidade do Dondo.
 Identifique-se as estratégias para minimizar a problemática do saneamento público na
sanitária da cidade do Dondo.
 Proponha-se algumas estratégias para minimizar a problemática do saneamento público
na sanitária da cidade do Dondo.
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4. Orçamento

Designação Quant. Pr. Unit Total (Mt)

Passagem 10 75 700

Caneta 2 15 30

Folha 1 Rasm 300 300

Impressão 5 800

Total 1830

5. Cronograma de actividades
19

Referencias Bibliográficas
1. BARROS, R. T. V. et al. Saneamento. Belo Horizonte: Escola de Engenharia da UFMG,
1995. (Manual de saneamento e protecção ambiental para os municípios – volume 2).
2. CARVALHO, D. D., GUIMARÃES, A. J. A.& SILVA, L. D. (2007). Saneamento
básico. Disponível em http://www. ufrrj.
br/institutos/it/deng/leonardo/downloads/APOSTILA/Apostila% 20IT, 201, 79.
3. CAVINATTO, V. M. Saneamento básico: fonte de saúde e bem-estar. São Paulo: Ed.
Moderna, 1992.
4. COLIN, J. (2012). Programa Nacional de Saneamento em Moçambique: Pioneiro no
Saneamento Suburbano.
5. GUTIERREZ, P. R. (2001). Development of the 25-list-item national eye institute visual
function questionnaire. Archives of ophthalmology, 119 (7), 1050-1058.
6. LAKATOS Eva Maria & MARCONI Marina Andrade, Fundamentos de Metodologia
científica 5a edição Revista e ampliada, São Paulo, Editora Atlas S.A- 1992.
7. LEAL, F. C. T. Juiz de Fora. 2008. Sistemas de saneamento ambiental. Faculdade de
Engenharia da UFJF. Departamento de Hidráulica e Saneamento. Curso de Especialização
em análise Ambiental. 4 ed. 2008. Notas de Aula.
8. NETTO, J. M., etall (1984). Cronologia do abastecimento de água (até 1970). Revista Dae
9. OMS e UNICEF. Informe sobre la evaluación mundial delabastecimiento de água en 2000
Portas, N. (1995). Sociedade e Território. Revista de Estudos Urbanos e Regionais. Os
Planos Directores como instrumentos de regulação (pp. 22-32).
10. ROMERO, E. L. (2013)., Guia para a incorporação do Enfoque baseado nos Direitos
humanos.
11. SOUZA, B. G. D. A. (2015). Qualidade microbiológica de água tratada para hemodiálise
e caracterização de bactérias patogénicas.
12. UNIFEC (2008). MOÇAMBIQUE, Água e Saneamento - Análise da Cobertura
Jornalística e Recomendações Para os Media, Maputo.
13. WHO e UNICEF (2010). Progress on sanitation and drinking-watér-World Health
Organization and UNICEF.
20

14. WSP (2010). Análise de Dados Estatísticos, financeiros e dos Intervenientes sobre o
Abastecimento de Água e Saneamento Rural, Maputo.
Apêndices
ii

APÊNDICE I: FICHA DE INQUÉRITO DIRIGIDO AOS COMERCIANTES E


PASSAGEIROS

Esta ficha contém 8 questões, com finalidades académicas. Marque com um X a opção que achares
correcta e argumente se o for pedido. Não coloque o seu nome na ficha.

DADOS PESSOAIS DOS INQUIRIDOS


1. Género:
Masculino Feminino

2. Idade:
<18 Anos 18 – 24 Anos 25 – 34 Anos 35 – 49 Anos > 50 Anos

3. Escolaridade:
Nível Primário Nível Secundário Nível Técnico Profissional Nível Superior

QUESTÕES

1. Alguma vez ouviu falar de saneamento público?


Sim ____ Nunca____

2. Usa a sanitária Publica do Dondo?


Sim_________ Não ______

3. Que avaliação faz em relação a saneamento do meio nesta sanitária?


Boa _____ Má ____ Razoável____

3.1 Se é Má, qual é a razão?


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_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________

4. Na sua opinião, quantas vezes por dia pode-se fazer a limpeza na sanitária?
Uma vez ____ Duas vezes _____ Três vezes ____ Varias vezes _______
iii

4.1. Justifique a sua resposta.


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_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________

5. Na sua opinião a falta de saneamento nesta sanitária interfere na saúde dos utentes?
Não interfere __ Interfere pouco__ Interfere moderadamente __ Interfere totalmente __

5.1. Se interfere qual (s) o (s) dano (s) causa (m)?


Cólera ____ Diarreia _____ Disenteria ____ Amibíase _____
Outros (quais) _________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________

5. Quais factores estão a contribuir para que haja falta de saneamento nessa sanitária?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
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6. Quais estratégia pode-se aplicar para minimizar a situação do saneamento da


sanitária do Dondo?
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___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

Obrigado pela colaboração!


iv

APÊNDICE II: FICHA DE ENTREVISTA AOS RESPONSÁVEIS DOS BALNEÁRIOS

Esta ficha contém 6 questões, com finalidades académicas. Marque com um X a opção que achares correcta
e argumente se o for pedido. Não coloque o seu nome na ficha.

DADOS PESSOAIS
1. Género:
Masculino Feminino

2. Idade:
<18 Anos 18 – 24 Anos 25 – 34 Anos 35 – 49 Anos > 50 Anos

3. Escolaridade:
Nível Primário Nível Secundário Nível Técnico Profissional Nível Superior

QUESTÕES
1. Qual é o requisito para usar esta sanitária?
a) Contribuição de um valor simbólico_____
b) Gratuitamente _______
2. Quantas vezes fazem a limpeza diariamente na sanitária?
a) Uma vez____
b) Duas vezes____
c) Três vezes____
d) Muitas vezes ____

3. Nesta sanitária existe uma instalação de fornecimento da água?


a) Sim ____
b) Não ____
c) Outras fontes _____
Quais fontes?
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4. Que avaliação fazes em relação a saneamento do meio neste balneário?


v

Boa _____ Má ____ Razoável____

a. Se é Má ou razoável, qual é a razão?


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5. Na sua opinião a falta de saneamento neste balneário interfere na saúde dos utentes?
Não interfere __ Interfere pouco__ Interfere moderadamente __ Interfere totalmente __

5.1. Justifique a resposta escolhida acima.


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5. Quais factores estão a contribuir para que haja falta de saneamento neste balneário?
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_____________________________________________________________________________
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6. Quais estratégias podem ser tomadas para minimizar a situação de saneamento do


balneário?
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Obrigado Pela Colaboração!


vi

APÊNDICE II: FICHA DE ENTREVISTA AO VEREADOR


1. Qual a principal função do CMD (Departamento de água e saneamento)?
2. Quais as actividades (detalhadamente), o CMD realiza para o saneamento do meio no balneário
de Dondo?
3. Existem actividades que são realizadas com a comunidade, virada a balneário de Dondo? Se sim,
como faz para envolve-las?
4. Existem medidas específicas para a comunidade seguir no sentido de evitar as deficientes
condições de falta de saneamento?
5. Qual o principal desafio que o CMD enfrenta quando se fala em saneamento do meio no
balneário de Dondo?
6. Como é que o CMD, descreve as condições ambientais (condições sanitárias) no balneário de
Dondo?
7. Existe programas de educação ambiental que o CMD desenvolveu/desenvolve voltada para a
sanitária de Dondo?

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