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GESTÃO DE
RESÍDUOS
SÓLIDOS
Série meio ambiente
GESTÃO DE
RESÍDUOS
SÓLIDOS
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Conselho Nacional
GESTÃO DE
RESÍDUOS
SÓLIDOS
© 2017. SENAI – Departamento Nacional
A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, me-
cânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização,
por escrito, do SENAI.
Esta publicação foi elaborada pela equipe da Área de Meio Ambiente em parceria com a
equipe de Inovação e Tecnologias Educacionais do SENAI da Bahia, com a coordenação do
SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por todos os Departamentos Regionais
do SENAI nos cursos presenciais e a distância.
FICHA CATALOGRÁFICA
S491g
ISBN 978-855050274-8
CDU: 628.4
SENAI Sede
Serviço Nacional de Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto
Aprendizagem Industrial Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317-9001
Departamento Nacional Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
Lista de ilustrações
Figura 1 - Exemplos de resíduos sólidos...................................................................................................................18
Figura 2 - Resíduos de serviços de saúde.................................................................................................................21
Figura 3 - Resíduos da construção civil.....................................................................................................................22
Figura 4 - Contaminação ambiental devido à disposição inadequada de resíduos sólidos..................25
Figura 5 - Exemplos de equipamentos de proteção individual.......................................................................26
Figura 6 - Simbologia e cor para resíduos perigosos...........................................................................................27
Figura 7 - Estrutura química de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs).....................................30
Figura 8 - Leptospira, bactéria causadora da leptospirose................................................................................32
Figura 9 - Amostragem em monte ou pilha de resíduos....................................................................................36
Figura 10 - Esquema para interpretação e classificação de resíduos sólidos..............................................39
Figura 11 - Simbologia de resíduos radioativos.....................................................................................................40
Figura 12 - Rio Subaé, contaminado por chumbo em Santo Amaro da Purificação................................42
Figura 13 - Resíduos industriais acondicionados..................................................................................................44
Figura 14 - Logística reversa de embalagens..........................................................................................................51
Figura 15 - Quatro grandes eixos que compõem a Política Nacional de Resíduos Sólidos...................54
Figura 16 - Principais institutos criados pelo Decreto nº 7.404/2010............................................................56
Figura 17 - Composição do Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos...........56
Figura 18 - Direção da ordem de prioridade nas ações de manejo dos resíduos sólidos industriais.57
Figura 19 - Composição do comitê orientador para a implementação de sistemas de logística re-
versa........................................................................................................................................................................................59
Figura 20 - Embalagens de agrotóxicos devolvidas pelos agricultores ao fabricante.............................60
Figura 21 - Princípio dos três Rs...................................................................................................................................67
Figura 22 - Paletes inutilizados após o uso..............................................................................................................69
Figura 23 - Paletes reutilizados como mobília........................................................................................................69
Figura 24 - Ciclo da reciclagem do alumínio...........................................................................................................70
Figura 25 - Países líderes em produção e consumo de alumínio....................................................................71
Figura 26 - Cores-padrão para a coleta seletiva segundo a Resolução do Conama n° 275/2001........72
Figura 27 - Códigos de identificação de plásticos presentes em embalagens de produtos industri-
alizados..................................................................................................................................................................................74
Figura 28 - Resíduos eletrônicos..................................................................................................................................76
Figura 29 - Alumínio, papel, plástico e vidro, respectivamente.......................................................................80
Figura 30 - Evolução da reciclagem de latas de alumínio no Brasil e em outros países (1991 a 2009)...
81
Figura 31 - Evolução do consumo aparente de papéis recicláveis e aparas e taxas de recuperação
de papéis recicláveis.........................................................................................................................................................81
Figura 32 - Evolução do consumo de plásticos reciclados.................................................................................82
Figura 33 - Evolução dos índices de reciclagem de vidro...................................................................................82
Figura 34 - Embalagens de agrotóxicos....................................................................................................................83
Figura 35 - Baterias em um dispositivo eletrônico................................................................................................84
Figura 36 - Lâmpada de mercúrio, 125 watts..........................................................................................................87
Figura 37 - Lubrificação de motor...............................................................................................................................88
Figura 38 - Pneu.................................................................................................................................................................91
Figura 39 - Centrífuga......................................................................................................................................................97
Figura 40 - Filtro-prensa..................................................................................................................................................97
Figura 41 - Leito de secagem........................................................................................................................................98
Figura 42 - Lodo seco por sistema de leito de secagem.....................................................................................98
Figura 43 - Sistema de landfarming – perspectiva superior........................................................................... 102
Figura 44 - Sistema de landfarming........................................................................................................................ 102
Figura 45 - Típico fluxo do processo de incineração......................................................................................... 106
Figura 46 - Esquema do processo de pirólise...................................................................................................... 107
Figura 47 - Processo de plasma................................................................................................................................. 109
Figura 48 - Material vítreo formado por plasma................................................................................................. 110
Figura 49 - Processo de produção do cimento.................................................................................................... 116
Figura 50 - Exemplos de resíduos de setores industriais que podem ser incorporados na produção
do cimento........................................................................................................................................................................ 117
Figura 51 - Esquema simplificado do processo de compostagem.............................................................. 118
Figura 52 - A) Formato de leiras B) Formato de pilhas...................................................................................... 119
Figura 53 - Amostragem do composto orgânico pronto................................................................................ 120
Figura 54 - Desenho esquemático de um digestor de lodo........................................................................... 123
Figura 55 - Esquema simplificado do processo de E/S..................................................................................... 124
Figura 56 - Aterro sanitário......................................................................................................................................... 129
Figura 57 - Disposição irregular de resíduos em lixão...................................................................................... 132
Figura 58 - Esquema de drenagens de percolados em aterros industriais............................................... 134
Figura 59 - Planos de resíduos sólidos exigidos pela Lei nº 12.305/2010.................................................. 142
Figura 60 - Quadro-resumo do sistema declaratório das indústrias........................................................... 147
Figura 61 - Representação do código de cores para os diferentes tipos deresíduos............................ 148
Figura 62 - Incompatibilidade dos resíduos sólidos.......................................................................................... 149
2 Fundamentos...................................................................................................................................................................17
2.1 Conceitos.........................................................................................................................................................17
2.2 Tipos..................................................................................................................................................................19
2.2.1 Segundo à origem.....................................................................................................................19
2.2.2 Periculosidade.............................................................................................................................23
2.3 Processo de geração....................................................................................................................................23
2.4 Principais poluentes....................................................................................................................................24
5 Princípios da gestão.......................................................................................................................................................67
5.1 Não geração...................................................................................................................................................68
5.2 Redução...........................................................................................................................................................68
5.3 Reutilização....................................................................................................................................................68
5.4 Reciclagem.....................................................................................................................................................70
5.5 Tratamento de resíduos sólidos..............................................................................................................77
5.6 Disposição final ambientalmente adequada.....................................................................................79
Referências......................................................................................................................................................................... 155
Índice................................................................................................................................................................................... 167
Introdução
Prezado aluno,
É com grande satisfação que o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) traz o
livro didático Gestão de Resíduos Sólidos.
Este livro tem como objetivo levar o aluno a desenvolver capacidades técnicas, sociais,
organizativas e metodológicas para a elaboração e implementação de plano de gestão dos
resíduos sólidos.
Nos capítulos a seguir, desenvolveremos conhecimentos sobre resíduos sólidos, o suporte
Legal que regulamenta essa área e suas tecnologias de tratamento.
Você vai se deparar com assuntos que ressaltam a importância de realizar a gestão de resí-
duos sólidos, considerando os aspectos técnicos, econômicos e legais.
Por fim, esta unidade curricular servirá para despertar suas capacidades sociais, organizati-
vas, metodológicas e técnicas.
Você verá as definições, características, classificação e os principais poluentes dos resí-
duos sólidos, como também as definições. Saberá sobre o Suporte Legal (Política Nacional de
Resíduos Sólidos; resoluções do CONAMA; não geração, redução, reutilização, reciclagem e
destinação adequada), assim como as Tecnologias de Disposição final (Aterro industrial; Aterro
sanitário e Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos) e as Tecnologias de Reaproveitamento
(coprocessamento; geração de energia; Incorporação em novos processos; compostagem e
outros). Conhecerá também as Tecnologias de tratamento dos resíduos sólidos (Secagem de
desidratação de lodo; Solidificação e estabilização; Sistema de Landfarming; Biolavagem; Tér-
micos: incineração, pirólise, plasma, neutralização e flotação).
Por fim, os estudos desta unidade curricular lhe permitirão desenvolver:
GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
14
CAPACIDADES técnicas
2.1 Conceitos
Historicamente, no Brasil, todo material descartado após uma atividade humana era cha-
mado de lixo. A palavra lixo deriva do latim lix: cinza. Nos dicionários, é comum a definição
de lixo como algo inútil e sem valor. Considerando que a maioria dos materiais descartados
diariamente pela sociedade pode ser reutilizada ou reciclada, pode-se dizer que praticamente
não existe lixo.
O termo resíduo sólido, também originado do latim residuum, a sobra de qualquer substân-
cia que foi utilizada, tem sido adotado em substituição à palavra lixo. Segundo Fiorillo (2009),
“seu estudo permite constatar que a palavra resíduo possui um sentido mais amplo e apre-
senta-se como um termo mais técnico.
Com a publicação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), por meio da Lei nº
12.305/10, o conceito de resíduos sólidos é definido como:
A esse conceito está atrelado o princípio de que o resíduo sólido reutilizável e reciclável é
um bem econômico e de valor social, importante para a geração de trabalho e renda para os
catadores de material reciclável, os quais, por sua vez, são importantes agentes ambientais.
Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) não apresenta o termo lixo, e sim rejeito. No
artigo 3º inciso XV, rejeitos são definidos como resíduos sólidos que, depois de esgotadas
todas as possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis
e economicamente viáveis, não apresentam outra possibilidade que não a disposição final
ambientalmente adequada. Assim, rejeitos representam sobras que, pelo menos por enquanto,
não podem ser aproveitadas.
GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
18
Dessa forma, no exercício profissional, os termos populares relacionados à temática resíduos sólidos
devem ser substituídos pelos termos técnicos definidos por lei, com destaque para o uso de resíduo sólido,
que tem valor econômico e deve ser reutilizado ou reciclado; e rejeitos, para os quais, atualmente, não
há tecnologia adequada ao seu aproveitamento, devendo, portanto, ser dispostos adequadamente em
aterros.
A ABNT NBR 10004:2004, norma brasileira publicada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT), classifica os resíduos sólidos quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública,
a fim de que possam ser gerenciados adequadamente (ABNT, 2004a). A ABNT NBR 10004:2004 aplica a
seguinte definição para resíduos sólidos:
São considerados resíduos sólidos os resíduos nos estados sólido e semissólido, que
resultam de atividades da comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar,
comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nessa definição os lodos
provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e
instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particulari-
dades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água,
ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor
tecnologia disponível (ABNT, 2004a).
Essa definição leva a entender que o cenário de resíduos não é somente composto por materiais sólidos
e, sim por uma variedade de determinados líquidos ou semissólidos que são gerados em diversas fontes.
2.2 Tipos
Os tipos de resíduo sólido, segundo a PNRS (BRASIL, 2010b), podem ser classificados conforme sua ori-
gem (artigo 13 da Lei 12.305/2010) em:
a) Resíduos domiciliares: os originários de atividades domésticas em residências urbanas;
b) Resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição, limpeza de logradouros e vias públicas e
outros serviços de limpeza urbana;
c) Resíduos sólidos urbanos: os resíduos domiciliares e os resíduos de limpeza urbana;
d) Resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços: os gerados nessas ativida-
des, a exceção dos resíduos de limpeza urbana, resíduos dos serviços públicos de saneamento básico,
resíduos de serviços de saúde, resíduos da construção civil e resíduos de serviços de transportes;
e) Resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os gerados nessas atividades, excetuados
os resíduos sólidos urbanos;
f) Resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações industriais;
g) Resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, conforme definido em regula-
mento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA)
e do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS);
h) Resíduos de serviços de transportes: os originários de portos, aeroportos, terminais alfandegários,
rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira;
i) Resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração ou beneficiamento de miné-
rios;
j) Resíduos da construção civil: gerados na construção;
k) Resíduos radioativos: gerados em usinas nucleares.
Você sabia que a Política Nacional de Resíduos Sólidos não se aplica aos
CURIOSIDADES rejeitos radioativos, que por suas características são regulados por legis-
lação específica (BRASIL, 2010b)?
GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
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SAIBA Saiba mais sobre a situação atual da gestão dos resíduos sólidos (urbanos, industriais,
de saúde, etc.) no Brasil, no portal do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada
MAIS (Ipea). Localize o item publicações – relatórios de pesquisa.
Você já aprendeu que a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), em seu artigo 13, classifica os resí-
duos sólidos quanto à origem. Agora, aprofundaremos o estudo dos resíduos que se enquadram em cada
uma dessas classes de resíduos sólidos:
a) Resíduos domiciliares e resíduos de limpeza urbana
De acordo com o artigo 13 da PNRS, os resíduos domiciliares são aqueles originários de atividades
domésticas em residências urbanas. Os resíduos de limpeza urbana são os originários da varrição, limpeza
de logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana. Essas duas classes de resíduos juntas
compõem a classe de resíduos sólidos urbanos (RSU);
b) Resíduos sólidos urbanos
Os resíduos sólidos urbanos (resíduos domiciliares e de varrição pública) podem ser classificados tam-
bém quanto à sua composição, em orgânicos ou inorgânicos. Os resíduos sólidos urbanos de natureza
orgânica são de origem animal ou vegetal (folhas, grama, animais mortos, esterco, papel, madeira, restos
de alimentos, etc.). Esse resíduo pode ser considerado poluente devido à decomposição desses produtos.
O armazenamento ou destino inadequado desses resíduos favorece o desenvolvimento de organismos
indesejados (fungos, ratos, bactérias, baratas e moscas, entre outros), que podem causar doenças ou trans-
miti-las.
Os resíduos sólidos urbanos de natureza inorgânica representam todo o material que não provém de
origem biológica ou que foi produzido através de meios urbanos, como vidros, plásticos e borrachas, entre
outros, que podemos chamar de resíduo seco (sem umidade). Esses resíduos, jogados diretamente em um
local impróprio, sem tratamento prévio, demoram muito tempo para serem decompostos. Uma das alter-
nativas para solucionar esse problema é reciclá-los ou reaproveitá-los;
c) Resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços
O artigo 13 da PNRS determina que os resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de
serviços são os resíduos gerados nessas atividades e não incluem os resíduos de limpeza urbana, de sane-
amento, de saúde, da construção civil e de transporte. Nessa classificação estão inclusos, por exemplo, as
caixas de papelão utilizadas para embalar eletrodomésticos;
d) Resíduos dos serviços públicos de saneamento básico
Os resíduos dos serviços públicos de saneamento básico, por sua vez, são os resíduos gerados nessas
atividades, incluindo os resíduos de sistemas de tratamento de esgoto. Mas não estão inclusos nessa cate-
goria os resíduos sólidos urbanos. O lodo seco proveniente do tratamento de esgotos em uma estação de
tratamento de esgoto (ETE) é um exemplo dessa classe de resíduos sólidos;
2 Fundamentos
21
e) Resíduos industriais
Os resíduos industriais são aqueles gerados nos processos produtivos e instalações industriais (con-
forme o artigo 13 da PNRS). Compreendem uma grande variedade de temas interligados, tais como as
da logística reversa (retorno ao fabricante do produto inutilizado, para que seja realizada a destinação
ambientalmente adequada), da coleta seletiva, da atuação dos catadores de materiais reutilizáveis e reci-
cláveis, da compostagem (produção de comporto orgânico ou húmus a partir da decomposição biológica
de compostos orgânicos) e da recuperação energética, entre outros. Referem-se a questões que apre-
sentam maior impacto nas relações entre os órgãos ambientais e os geradores de resíduos industriais, a
exemplo daqueles resíduos gerados nos processos produtivos e instalações industriais. Entre os resíduos
industriais, inclui-se também grande quantidade de material perigoso, que necessita de tratamento espe-
cial devido ao seu alto potencial de impacto ambiental e à saúde (BRASIL, 2011);
f) Resíduos de serviço de saúde
Segundo o artigo 13 da PNRS, os resíduos de serviços de saúde são os gerados nos serviços de saúde,
definidos em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sistema Nacional de Meio
Ambiente (SISNAMA) e do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS).
Os resíduos de serviço de saúde (RSS) são resíduos especiais, que, por suas características, necessi-
tam de processos diferenciados em seu manejo, armazenamento e acondicionamento, devido ao caráter
infectante de alguns de seus componentes, a grande heterogeneidade, a presença de materiais perfuro-
cortantes e substâncias tóxicas inflamáveis e radioativas de baixa quantidade, exigindo ou não tratamento
prévio à sua disposição final;
g) Resíduos agrossilvopastoris
Os resíduos agrossilvopastoris são os gerados nas atividades agropecuárias e silviculturais, incluídos
os relacionados a insumos utilizados nessas atividades. Resíduos da agricultura, como palhada e capina;
resíduos da agroindústria associada, incluindo sobras de vegetais processados, são exemplos de resíduos
agrossilvopastoris;
h) Resíduos de serviços de transporte e resíduos de mineração
GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
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SAIBA Para complementar os estudos sobre resíduos de serviços de saúde, leia: BRASIL.
Saúde ambiental e gestão de resíduos de serviços de saúde. Brasília: Ministério da
MAIS Saúde, 2002.
2.2.2 Periculosidade
A PNRS em seu artigo 13 classifica os resíduos também quanto à sua periculosidade, ou seja, quanto ao
perigo ao ambiente e à saúde humana. Nesse contexto, os resíduos podem ser: Perigoso ou Não Perigoso,
sendo que os perigosos são aqueles que possuem ao menos uma das seguintes características:
a) Inflamabilidade: facilidade de queimar ou entrar em ignição, causando fogo ou combustão;
b) Corrosividade: capacidade de destruir ou danificar superfícies com as quais esteja em contato,
incluindo tecidos vivos;
c) Toxicidade: capacidade de produzir um efeito nocivo quando interage com um organismo vivo;
d) Patogenicidade: capacidade de o agente infeccioso causar doenças;
e) Carcinogenicidade: processo envolvendo mutações que alteram a expressão de genes e está asso-
ciado ao desenvolvimento de câncer;
f) Teratogenicidade: capacidade de induzir malformações no feto;
g) Mutagenicidade: capacidade de induzir ou aumentar a frequência de mutações genéticas em um
organismo.
Segundo a ABNT NBR 10004:2004, a classificação de resíduos envolve a identificação do processo ou
atividade que lhes deu origem, de seus constituintes e características e a sua comparação com a listagem
de resíduos e substâncias que podem causar impacto à saúde e ao meio ambiente. Os resíduos sólidos são
classificados em perigosos e não perigosos, sendo estes últimos subdivididos em inertes e não inertes.
Os resíduos perigosos são classificados pelas suas características de inflamabilidade, corrosividade,
reatividade, patogenicidade e toxicidade (resíduo perigoso classe I). Caso o resíduo não apresente essas
características, o mesmo se enquadra na categoria de resíduo não perigoso classe II. Os resíduos classe
II podem ser classificados como não inertes (classe II A), caso possuam constituintes facilmente solubili-
záveis, sejam combustíveis e/ou biodegradáveis, ou inertes (classe II B), caso não possuam nenhuma das
características citadas para IIA.
Para entender de onde vêm os resíduos, é importante saber como se iniciam os processos através dos
quais eles são gerados. Tudo começa com a extração da matéria-prima diretamente do ambiente natural
em que ela se encontra. A etapa seguinte é transportar a matéria-prima até a indústria, onde os processos
industriais a transformarão em produtos para uso do consumidor final ou produtos que podem ser apli-
cados a outros sistemas produtivos. Dependendo da característica desses processos, além dos produtos
finais, pode-se ainda ter a geração de produtos secundários geralmente denominados de subprodutos ou
mesmo de resíduos. Da mesma forma, o consumo humano gera grandes quantidades de resíduos, os quais
são descartados como resíduos sólidos domiciliares.
Atualmente, o Brasil produz, a cada ano, cerca de 86 milhões de toneladas de resíduos sólidos industriais.
Destes, 3,76 milhões de toneladas são resíduos industriais perigosos, conforme panorama da Associação
GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
24
Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE). As indústrias do ramo químico,
por sua vez, apresentam uma geração de 355 mil t/ano, o que equivale a 14% da geração de resíduos
sólidos industriais. A geração de resíduos perigosos nessas empresas apresenta uma relação de 2,5 kg/t
de produto final produzidos. Já os resíduos urbanos possuem uma geração na ordem 182.700 t/dia de
milhões de toneladas por ano (ABRELPE, 2010). Veremos a seguir um estudo de caso preocupante sobre a
imprecisão dos dados de geração de resíduos sólidos em nosso país.
CASOS E RELATOS
A poluição ambiental tornou-se, em poucas décadas, um problema que pode ameaçar o futuro da vida
na Terra. A natureza e a extensão da contaminação (física, química ou biológica) representam riscos não só
à saúde pública, como também à integridade e à sobrevivência dos ecossistemas existentes. Dessa forma,
2 Fundamentos
25
a problemática dos resíduos está diretamente relacionada ao consumo, ou seja, se o consumo aumenta, a
geração de resíduos também aumenta.
Anualmente, são desenvolvidas e introduzidas no mercado milhares de novas substâncias químicas e
apenas uma pequena fração dessas substâncias é testada para avaliar sua toxicidade, acrescentando difi-
culdades à gestão dos riscos da permanência desses produtos no ambiente.
A intensidade dos problemas criados pelas substâncias tóxicas é grande e global. Devido a grande quan-
tidade de substâncias tóxicas existentes, desconhecem-se os impactos da maioria desses tóxicos. Também
há um desconhecimento em relação às consequências da interação de diferentes substâncias tóxicas, que
podem resultar em: efeitos sinérgicos (quando, ao interagirem, os efeitos maléficos individuais de cada
tóxico são amplificados), aditivos (quando, ao interagirem, os efeitos maléficos individuais de cada tóxico
são somados) e antagônicos (quando, ao interagirem, os efeitos maléficos individuais de cada tóxico são
reduzidos).
A disposição inadequada de resíduos sólidos industriais apresenta-se como um dos problemas mais
críticos da atualidade, uma vez que originou um passivo ambiental de solos e águas contaminados.
A figura a seguir apresenta os riscos de lixiviação1 e de contaminação do solo e de águas subterrâneas.
Além disso, vapores podem contaminar o ar e, consequentemente, a saúde humana.
FIQUE Acidentes de trabalho com resíduos químicos podem causar intoxicação por inalação
de substâncias tóxicas, queimaduras químicas e até mesmo levar a óbito. Por isso,
ALERTA utilize equipamentos de proteção, incluindo máscaras, luvas, botas e aventais.
2 Recalcitrantes: compostos recalcitrantes são aqueles que não são biodegradáveis por micro-organismos normalmente
presentes em sistemas convencionais de tratamento biológico.
2 Fundamentos
27
Os resíduos industriais são representados por resíduos de processo, resíduos de operações de controle
de poluição ou descontaminação resultantes de atividades de remediação de solo contaminado, resíduos
da purificação de matérias-primas e de produtos, cinzas, lodos, óleos, resíduos alcalinos ou ácidos, plás-
ticos, papel, madeira, fibras, borracha, metal, escórias, vidros e cerâmicas. Entre os resíduos industriais,
inclui-se grande quantidade de material perigoso (em torno de 40%), que necessita de tratamento especial
devido ao seu alto potencial de impacto ambiental e à saúde (IPEA, 2012b).
CASOS E RELATOS
Substância Uso
Os metais são outros importantes poluentes químicos que, quando presentes nos resíduos, podem ofe-
recer riscos à saúde e ao meio ambiente. Entre os principais, podemos destacar o cobre (Cu), chumbo (Pb),
mercúrio (Hg), cádmio (Cd), níquel (Ni), zinco (Zn), arsênio (Ar) selênio (Se) e cromo (Cr). Esses elementos
podem causar toxicidade, mutagenicidade (mutações genéticas), carcinogenicidade (causar câncer) ou
teratogeniciade (danos no desenvolvimento de embriões ou fetos) (BAIRD, 2002; MANAHAN,2005).
Outros riscos associados à saúde pública estão atrelados à presença de organismos oriundos dos lixões
ou outros locais de disposição inadequada de resíduos. Esses locais oferecem principalmente alimento e
abrigo, ou seja, condições favoráveis à proliferação de doenças.
Acurio et al (1997) apontaram oito principais problemas de saúde associados às substâncias presen-
tes nos locais de disposição inadequadas de resíduos: anomalias imunológicas, câncer, danos ao aparelho
reprodutor e defeitos de nascença, doenças respiratórias e pulmonares, deficiências hepáticas, problemas
neurológicos e problemas epidemiológicos.
Segundo os autores, o que mais preocupa as comunidades afetadas pela disposição inadequada dos
resíduos são os problemas epidemiológicos. O quadro a seguir mostra os principais vetores relacionados
aos resíduos sólidos e as principais doenças causadas pelos mesmos.
MODO DE
VETORES DOENÇAS
TRANSMISSÃO
Mordida, pulga e
Rato Tifo, peste bubônica e leptospirose.
urina
Mosca doméstica e
Contato das patas Febre tifoide, verminose e gastroenterite.
varejeira
Urubus, gaivotas,
Patas, piolho Pestes e toxoplasmose.
pombos
A disposição inadequada dos resíduos pode favorecer a acumulação da água da chuva, que, consequen-
temente, contribui para a proliferação de mosquitos como o Aedes aegypti, mosquito vetor da dengue,
GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
32
que se desenvolve em água parada. Em caso de enchentes, os micro-organismos presentes nos resíduos
– como a bactéria Leptospira, que é causadora da leptospirose –, são carregados pelas águas e expõem a
população a riscos de doença. Portanto, a qualidade da saúde pública também está diretamente ligada à
disposição e ao tratamento dos resíduos sólidos.
SAIBA Para aprofundar os conhecimentos a respeito dos poluentes e riscos, leia os capítulos
MAIS 6 e 7 do livro: BAIRD, Colin. Química ambiental. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2002.
2 Fundamentos
33
RECAPITULANDO
Neste capítulo, aprendemos a diferença entre resíduo, rejeito e lixo; que no Brasil existe uma lei
específica para tratar da questão dos resíduos sólidos, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).
Compreendemos também que essa lei classifica os resíduos, de acordo com a sua origem, em vários
tipos (resíduos urbanos, industriais, de saúde, etc.).
Estudamos sobre os problemas relacionados às substâncias tóxicas presentes nos resíduos e enten-
demos o conceito de resíduos perigosos. Vimos também que os poluentes presentes nos resíduos
envolvem não apenas substâncias químicas (hidrocarbonetos, metais etc.), mas também micro-
organismos patogênicos. As consequências da exposição do homem, de outros seres vivos e do
ambiente a esses poluentes foram também apresentadas, e incluem efeitos mutagênicos, carcino-
gênicos, teratogênicos, a contaminação da água e do solo. Além disso, aprendemos que existe uma
fragilidade na geração das informações sobre a situação da gestão dos resíduos sólidos industriais
no Brasil. É válido ressaltar que os conteúdos aqui apresentados são de grande importância para
você, no que se refere ao desenvolvimento de suas habilidades para a atuação profissional como
técnico da área ambiental.
Caracterização dos resíduos sólidos
Os resíduos sólidos são compostos por substâncias e materiais muito variados, o que torna
o gerenciamento dos resíduos sólidos uma atividade complexa. Para contribuir com a gestão
dos resíduos, é importante que eles sejam caracterizados e classificados previamente. É a par-
tir da caracterização e da classificação que o planejamento de etapas como coleta, manejo,
estocagem, transporte, tratamento e aproveitamento de resíduos pode ser realizado adequa-
damente. Com o conhecimento das características dos resíduos, é possível avaliar o potencial
para o seu aproveitamento econômico, permitindo uma gestão apropriada, de baixo impacto
ambiental e evitando danos à saúde pública, que frequentemente estão relacionados às emis-
sões líquidas e atmosféricas de substâncias e gases tóxicos provenientes de resíduos sólidos.
A caracterização de resíduos sólidos consiste em determinar suas principais características
físicas, químicas e microbiológicas, de forma qualitativa e/ou quantitativa. A caracterização dos
resíduos sólidos envolve uma descrição detalhada da procedência do resíduo, da matéria-prima
(por exemplo, cobre, zinco e carvão), da atividade industrial que deu origem ao resíduo, do
constituinte principal do resíduo e do próprio resíduo, indicando o seu estado físico, seu
aspecto geral, a cor e o odor, entre outras informações.
O local de coleta da amostra deve ser definido previamente. As amostras podem ser simples ou com-
postas, mas o prazo de validade das amostras deve ser respeitado. É importante registrar informações, tais
como a data e hora da coleta, a identificação da amostra, informações das condições ambientais durante
a coleta, informações sobre a preservação das amostras, condições ambientais no campo, data e hora do
recebimento das amostras.
Os resultados das análises devem ser comparados aos padrões existentes. Os métodos de análise ado-
tados devem ser reconhecidos e o limite de detecção (menor valor detectado através da técnica de análise)
de quantificação (menor valor que pode ser quantificado a partir do método utilizado) do método deve ser
considerado. Informações a exemplo do laboratório escolhido para a realização das análises devem cons-
tar no laudo das análises. É mais confiável contratar laboratórios acreditados pelo INMETRO, que adotem
parâmetros determinados segundo a ABNT NBR ISO/IEC 17025:2005.
Verifique um exemplo de caracterização de resíduo sólido: resíduo oriundo do leito de secagem do sis-
tema de tratamento de neutralização e precipitação de efluentes da unidade de decapagem ácida e chapas
de cobre de uma unidade industrial. Resíduo pastoso, de cor marrom, odor metálico, resíduo homogêneo.
Para planejar a caracterização dos resíduos sólidos, devem ser consideradas as NBRs 10004:2004,
10005:2004 e 10006:2004 e, no caso dos resíduos sólidos industriais, deve ser observada a Resolução do
Conama nº 313/2002 – Inventário de resíduos, que obriga os estados a realizarem os inventários dos seus
resíduos.
Os resultados da caracterização dos resíduos permitirão a classificação dos resíduos, viabilizando uma
gestão adequada.
3.1 Amostragem
Uma das etapas mais importantes para classificar um resíduo é a amostragem. Não adianta ter equipa-
mentos modernos e especialistas renomados, uma vez que a amostragem não seja representativa. Imagine
um resíduo estocado em tambor de 200 l e nele existir duas fases (pastosa e líquida). Nesse caso, deve-se
homogeneizar ou amostrar em cada fase. A figura a seguir mostra um exemplo de amostragem em um
monte ou pilha.
Para uma correta amostragem de resíduos, os seguintes itens devem ser considerados:
a) Seleção do amostrador;
b) Seleção do recipiente;
c) Precauções nos usos do amostrador e recipiente: evitar contaminação da amostra e do usuário; pre-
ver destinação adequada;
d) Definição do ponto de amostragem;
e) Número e volume da amostra;
f) Identificação e ficha de coleta.
SAIBA Faça uma leitura da norma ABNT NBR 10007:2004, que evidencia os principais tipos
MAIS de amostragem e cuidados para uma avaliação correta.
3.2.1 Periculosidades
No Brasil, os resíduos sólidos existentes podem ser classificados em: resíduos perigosos – classe 1, não
perigosos – classe II, onde este pode ser classificado em II A – não inerte e II – B inerte, ABNT NBR 10004:2004.
De acordo com a ABNT NBR 10004, a classificação de resíduos sólidos envolve a identificação do processo
ou atividade que os originou, de seus constituintes e características e a comparação desses constituintes
com listagens de resíduos e substâncias cujo impacto à saúde e ao meio ambiente é conhecido.
O conjunto de normas ABNT NBR 10004, 10005 e 10006 se constitui em uma ferramenta significativa
para classificar os resíduos industriais visando o gerenciamento dos mesmos. As normas atualmente revi-
sadas são:
GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
38
Estudamos anteriormente a classificação dos resíduos sólidos segundo sua periculosidade, de acordo
com a PNRS (BRASIL, 2010b). Esse conhecimento foi importante para que você compreendesse a relação
entre os principais poluentes encontrados dos resíduos sólidos e o tipo de perigo associado. Agora, apro-
fundaremos um pouco mais a explicação dos conceitos de cada tipo de resíduo perigoso.
Você sabia que a PNRS não se aplica aos resíduos radioativos, que são
resíduos especiais e regidos por legislação específica? Compete à Comis-
CURIOSIDADES são Nacional de Energia Nuclear (CNEM) controlar e fiscalizar o uso de
energia nuclear no Brasil (Lei nº 12.305/2010).
GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
40
Os resíduos perigosos (classe I) são aqueles que podem acarretar, em função de suas propriedades físi-
cas, químicas e infectocontagiosas, risco à saúde pública, provocando mortalidade, incidência de doenças
ou acentuando seus índices e riscos ao meio ambiente quando manuseados ou dispostos de forma inade-
quada, ou serem inflamáveis, corrosivos, reativos, tóxicos e/ou patogênicos (IPEA, 2012b).
Os resíduos perigosos inflamáveis são aqueles que apresentam baixo ponto de fulgor na fase líquida e
são capazes de produzir fogo por fricção, por absorção de umidade ou alterações químicas espontâneas.
Os resíduos corrosivos, por sua vez, apresentam pH muito baixo ou muito alto. Os resíduos reativos são
instáveis, reagem com a água, formando misturas explosivas e geram gases danosos (IPEA, 2012b).
Os resíduos tóxicos são caracterizados como tal através do ensaio de lixiviação e apresentam toxicidade
avaliada por meio da concentração, natureza, potencial de bioacumulação, persistência, efeito nocivo tera-
togênico, mutagênico, carcinogênico ou ecotóxico.
Os resíduos patogênicos contêm ou podem conter organismos patogênicos, proteínas virais, DNA ou
RNA recombinantes, organismos geneticamente modificados, plasmídios, cloroplastos, mitocôndrias ou
toxinas capazes de produzir doenças (IPEA, 2012b).
Agora, vamos verificar um caso verídico de contaminação ambiental por resíduos perigosos, decor-
rente de deficiências no gerenciamento dos resíduos realizado pela indústria geradora.
CASOS E RELATOS
Caso o resíduo não apresente essas características descritas anteriormente, o mesmo se enquadra na
categoria de resíduo não perigoso (classe II). Os resíduos não perigosos classe II podem ser classificados
como não inertes (classe II A), caso possuam propriedades como biodegradabilidade, combustibilidade ou
solubilidade em água, ou inertes (classe II B), caso não possuam. Os resíduos inertes (classe II B) são aqueles
que, em contato com água em temperatura ambiente, conforme a NBR 10006 (solubilização), não tenham
nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de
água, a exceção de cor, turbidez, dureza e sabor (ABNT, 2004c).
O Anexo A da norma apresenta resíduos de processos industriais comuns, de fontes não específicas
(código F), por ocorrerem em vários setores da indústria (como solventes e resíduos contendo dioxinas),
enquanto o Anexo B apresenta resíduos de fontes industriais específicas (código K), como resíduos do
processo de fabricação de pigmentos inorgânicos, de produtos químicos orgânicos. O Anexo C abrange
substâncias potencialmente prejudiciais ao homem. A presença dessas substâncias nos resíduos listados
nos anexos A e B os classificam como “perigosos”. No Anexo D, são listadas as substâncias agudamente
tóxicas (código P); no Anexo E, as tóxicas (código P), e no Anexo F, as substâncias presentes no extrato
obtido no ensaio de lixiviação, em concentrações superiores às especificadas, tornando o resíduo “peri-
goso” (código D). No anexo H estão os códigos para resíduos não perigosos.
A norma ABNT NBR 10005:2004, que trata da lixiviação de resíduos, fixa as condições exigíveis para a
obtenção do extrato lixiviado de resíduos sólidos, visando diferenciar os resíduos classificados como classe
I – perigosos e de classe II – não perigosos.
Os ensaios de lixiviação (ABNT NBR 10005:2004) são utilizados para determinar ou avaliar a estabilidade
química dos resíduos tratados quando em contato com soluções aquosas que podem ser encontradas em
um aterro, permitindo assim verificar o grau de imobilização dos contaminantes. Quando excedido o limite
3 Caracterização dos resíduos sólidos
43
de concentração no extrato da lixiviação, o resíduo é classificado como perigoso (Anexo F) e, quando não
excedido o limite de solubilização, como inerte (Anexo G) (ABNT, 2004b).
A norma ABNT NBR 10006:2004, de solubilização de resíduos, esclarece como obter extrato solubilizado
de resíduos sólidos, visando à diferenciação dos resíduos classificados nas classes de não inertes (classe
II-A) ou inertes (classe II-B).
A norma ABNT NBR 10007:2004, de amostragem de resíduos, define as condições de amostragem,
preservação, estocagem de amostras de resíduos sólidos, pré-caracterização do resíduo, plano de amos-
tragem e precauções de segurança (ABNT, 2004d).
FIQUE A ABNT NBR 10004:2004 classifica os resíduos sólidos, de acordo com a sua pericu-
ALERTA losidade, em dois grupos – perigosos e não perigosos.
SAIBA Para melhor compreender a metodologia de classificação dos resíduos sólidos, leia as
normas ABNT NBR 10004:2004, ABNT NBR 10005:2004 e ABNT NBR 10006:2004. NBR
MAIS 10004:2004, 10005:2004 e 10006:2004.
Vale ressaltar que as normas de classificação anteriormente estudadas, ABNT NBRs 10004, 10005, 10006
e 10007, foram revisadas em 2004. Para resíduos industriais, a Resolução do Conama nº 313/2002, ainda
vigente, não está de acordo com a nomenclatura da ABNT NBR 10004:2004. Anteriormente, com a ABNT
NBR 10004:1987, era utilizada a classificação dos resíduos como classe I (perigosos), classe II (não inertes) e
classe III (inertes). Em 2004, a nomenclatura de classificação foi mudada para resíduos classe I (perigosos) e
classe II (não perigosos) – classe II-A (não inertes) e classe II-B (inertes). Observe que deve ser seguida a
classificação mais atual, de 2004.
GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
44
A classificação dos resíduos de serviços de saúde, por exemplo, objetiva destacar a composição desses
resíduos conforme suas características biológicas, físicas, químicas, estado da matéria e origem, para o
seu manejo seguro, como mostra o quadro a seguir. A classificação adotada é baseada na Resolução do
Conama nº 358/2005.
Quadro 3 - Classificação dos resíduos de serviço de saúde segundo a Resolução do Conama nº 358/2005
Fonte: BRASIL, 2005b.
GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
46
Os resíduos da construção civil, por sua vez, podem ser classificados em classe A, B, C e D, como mostra
o quadro a seguir.
Grupo Resíduos
São os resíduos recicláveis para outras destinações, como metais, vidros, papel e
B
embalagem, entre outros.
Quadro 4 - Classificação dos resíduos da construção civil segundo a Resolução do Conama nº 307/2002 e suas alterações pelas
Resoluções 348/04 e 431/11
Fonte: BRASIL, 2002a.
Embora não seja uma classificação definida em normas ou por lei, os resíduos são comumente classifi-
cados pelo tipo, em resíduo não reciclável e resíduo reciclável.
RECAPITULANDO
Estudamos que a geração de resíduos ocorre em todos os setores, como comércio, indús-
tria, serviços e domicílios. Aprendemos também que as características dos resíduos gerados
em cada setor são específicas. Na indústria, por exemplo, o emprego de materiais perigosos
nos processos produtivos pode gerar resíduos com características perigosas.
Agora, aprofundaremos nossos conhecimentos sobre a legislação ambiental brasileira
que trata dos resíduos sólidos. O Brasil possui uma legislação ambiental sólida e abrangente,
contudo, a maior dificuldade reside na sua aplicação prática, devido as deficiências ainda exis-
tentes na estrutura de fiscalização, no quadro de funcionários e na infraestrutura dos órgãos
ambientais.
De acordo com o artigo 225 da Constituição Federal, a proteção ambiental é um direito
e uma obrigação de todos (BRASIL, 1988). Isso demonstra a natureza pública desse bem e o
princípio de prevalência do interesse público sobre o privado, cabendo ao poder público e
à coletividade assegurarem a efetividade do direito ao meio ambiente sadio e equilibrado. O
artigo 225, parágrafo 3º, determina que “as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio
ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, às sanções penais e administrati-
vas, independente da obrigação de reparar os danos causados”.
Existem resoluções do Conselho Nacional de meio Ambiente (Conama) e leis brasileiras que
foram desenvolvidas para reduzir os problemas ambientais causados pelos resíduos sólidos. A
Lei nº 9.605/98, conhecida como Lei de Crimes Ambientais, determina, em seu artigo 56, que:
do meio ambiente. O princípio da educação ambiental está previsto, ainda, na Agenda 21 e na Lei 9.795, de
27/4/1999, que institui a Política Nacional de Educação Ambiental (BRASIL, 1999a).
A educação ambiental é um instrumento indispensável à mudança de cultura na gestão de resíduos
sólidos no país. Deve haver investimentos tanto na modalidade formal – salas de aula, de escolas etc. –
como informal, em associações de moradores, nas comunidades, etc. Isso porque as crianças e jovens estão
recebendo valiosas informações no ambiente escolar relacionadas aos cuidados que devem ser tomados
em relação aos resíduos (as informações fornecidas sobre a separação dos resíduos e a coleta seletiva são
um exemplo), mas o poder de decisão, como o de ser a favor da segregação dos resíduos em casa, é dos
adultos, que muitas vezes têm hábitos tradicionais e ultrapassados de lidar com os resíduos sólidos.
Controlar a poluição tem sido preocupação constante do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(Conama), órgão que compõe o Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), o que resultou na elabora-
ção e publicação de várias resoluções referentes à destinação ambientalmente correta de resíduos, como
é o caso dos pneus, pilhas e baterias, antecipando mecanismos como a logística reversa, posteriormente
consolidados na Lei Federal nº 12.305, de 2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).
CASOS E RELATOS
Antes mesmo da publicação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), resoluções do Conama já
definiram obrigações do setor empresarial quanto aos bens de consumo usados e descartados (BRASIL,
2012). No quadro a seguir, você pode verificar algumas resoluções do Conama relacionadas a resíduos
sólidos.
4 Suporte legal e normativo
53
Resolução do
Sobre o que dispõe
Conama
Resolução nº
Dispõe sobre o Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais.
313/2002
Resolução nº Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de
358/2005 saúde e dá outras providências.
No Brasil, o principal suporte legal ao tema dos resíduos sólidos é a Política Nacional de Resíduos Sólidos
(PNRS). A PNRS será aplicada em consonância com as normas do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama),
do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuá-
ria (Suasa) e do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Sinmetro), bem como
com as leis nº 11.445/07 (saneamento básico) (BRASIL, 2007b), nº 9.974/00 (embalagens e agrotóxicos) (BRASIL,
2000b) e nº 9.966/00 (poluição causada por óleo e outras substâncias nocivas lançadas em águas sob jurisdição
nacional) (BRASIL, 2000a). Na figura a seguir são apresentados os quatro eixos que compõem a PNRS.
Figura 15 - Quatro grandes eixos que compõem a Política Nacional de Resíduos Sólidos
Fonte: SENAI DR BA, 2013.
4 Suporte legal e normativo
55
Embora a PNRS encarregue os municípios e o Distrito Federal da gestão integrada dos resíduos sóli-
dos3 gerados nos respectivos territórios, nos termos do artigo 10, compartilham da responsabilidade pelo
ciclo de vida do produto os fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e consumidores. Dessa
forma, cabe a todos exercer esforços voltados à não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento
de resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.
Na figura a seguir é apresentada a ordem de prioridade nas ações de manejo de resíduos sólidos.
As setas na figura apontam para a ordem de prioridade prevista na PNRS. Dessa forma, a situação mais
desejada encontra-se no topo da figura, a “não geração” de resíduos. Todos os esforços devem ser empre-
endidos para a “não geração” de resíduos sólidos, mas, nos casos em que, por dificuldades técnicas ou
econômicas, ainda não for possível evitar a geração de resíduos, deve-se focar na “redução” da geração
de resíduos sólidos e assim por diante, até chegar na disposição final ambientalmente adequada, que é a
última alternativa a ser adotada. Vale ressaltar que essa alternativa deve ser adotada somente para rejeitos
e não para resíduos; e que a disposição final ambientalmente adequada pressupõe a disposição em aterros
e não em lixões.
Figura 18 - Direção da ordem de prioridade nas ações de manejo dos resíduos sólidos industriais
Fonte: SENAI DR BA, 2013.
Para tratar da implantação dos sistemas de logística reversa, o Decreto nº 7.404/2010, que regulamenta
a PNRS, criou o Comitê Orientador da Logística Reversa envolvendo vários ministérios, sendo que os res-
pectivos ministros de Estado têm assento no comitê (BRASIL, 2010b). Veja a seguir o conceito de logística
reversa, segundo a PNRS:
3 Gestão integrada dos resíduos sólidos: conjunto de ações voltadas para a busca de soluções para os resíduos sólidos, de
forma a considerar as dimensões política, econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do
desenvolvimento sustentável (BRASIL, 2010b).
GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
58
Você sabia que a logística reversa presente na PNRS, que prevê respon-
CURIOSIDADES sabilidades do gerador pós-consumo, encontrou resistência do setor
industrial, prorrogando a aprovação da lei?
4 Desoneração tributária: redução da carga tributária, com consequente renúncia de arrecadação por parte do governo.
4 Suporte legal e normativo
59
No que se refere à logística reversa, a PNRS determina, em seu artigo 33, que são obrigados a estruturar
e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor,
de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, os fabri-
cantes, importadores, distribuidores e comerciantes de (BRASIL, 2010b):
a) Agrotóxicos;
b) Pilhas e baterias;
c) Pneus;
d) Óleos lubrificantes;
e) Lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista;
f) Produtos eletroeletrônicos e seus componentes.
SAIBA Aprenda mais sobre a maneira adequada de se desfazer das embalagens de agrotóxi-
cos acessando a página do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias
MAIS (inpEV) na internet.
A logística reversa é obrigatória para essas seis cadeias, mas com possibilidades de expansão para
outros segmentos a partir dos acordos setoriais, uma vez que a logística reversa pode abranger todo o
setor produtivo de todas as atividades industriais. O acordo setorial é tema muito recente e complexo,
precisando ser bem discutido por todos os elos da cadeia de comércio, uma vez que não existe nenhum
acordo setorial sobre leis envolvendo resíduos sólidos em vigor no mundo. No Brasil, todos os sistemas de
logística reversa serão implementados e operacionalizados por meio de acordos setoriais, regulamentos
ou termos de compromisso, que deverão observar exigências legais, regulamentares, as normas do Sis-
nama, da SNVS, da Suasa e outras.
Os acordos setoriais são atos de natureza contratual, firmados entre o poder público e os fabricantes,
importadores, distribuidores ou comerciantes, visando a implantação da responsabilidade compartilhada
pelo ciclo de vida do produto (BRASIL, 2010b). Os acordos poderão ser iniciados por demanda espontânea,
a partir da elaboração de proposta de logística reversa pelo setor privado (fabricantes, importadores, dis-
tribuidores ou comerciantes).
4 Suporte legal e normativo
61
As propostas aprovadas serão regulamentadas via decreto e será firmado um termo de compromisso
entre os envolvidos (ex.: poder público, fabricante, importador, distribuidor e comerciante), sendo que a
condição para que isso se concretize é a inexistência de acordos setoriais na mesma área de abrangência.
É importante salientar que é necessária a homologação por órgão do Sisnama e que compromissos ou
metas mais exigentes do que os previstos na lei e na regulamentação poderão ser firmados (COSTA, 2012).
A logística reversa de produtos e embalagens com maior grau e extensão de impacto à saúde pública e
ao meio ambiente será priorizada. O comitê orientador é responsável pela avaliação dos acordos setoriais
em até cinco anos da entrada em vigor dos referidos acordos.
Podem participar da elaboração do acordo setorial representantes do poder público, dos fabricantes,
dos importadores, dos comerciantes, dos distribuidores dos produtos e embalagens, das cooperativas
ou outras formas de associações de catadores de materiais recicláveis ou reutilizáveis, das indústrias e
entidades dedicadas à reutilização, ao tratamento e à reciclagem e das entidades de representação dos
consumidores; entre outros.
Os termos de compromisso são celebrados entre o poder público e os fabricantes, importadores, distri-
buidores ou comerciantes nas situações em que não houver acordo setorial ou regulamento específico na
mesma área de abrangência, ou então para fixar compromissos mais exigentes (COSTA, 2012).
Entre os desafios para a implantação do sistema de logística reversa está a identificação dos sistemas
que estão operando de maneira incompleta para através do diálogo buscar a implementação total da
logística reversa com base em negócios estruturados que já estão em funcionamento. O compartilha-
mento dos custos é outra questão de difícil discussão, mas, sob esse aspecto, a disposição de negociar em
busca de soluções coletivas torna-se imprescindível (COSTA, 2012). Um exemplo prático disso é a questão
das embalagens, que demanda propostas de soluções conjuntas de logística reversa que compreendam
diferentes materiais ou sistemas individuais para cada tipo de material.
É importante considerar que, nos sistemas de logística reversa, a parceria com municípios é importante,
mas que os sistemas de logística que envolvem o setor produtivo poderão ser relativamente indepen-
dentes dos sistemas de coleta e tratamento de resíduo urbano (COSTA, 2012). Nesse quesito, os modelos
adotados em outros países podem ser utilizados como parâmetros de comparação, no entanto, as propos-
tas baseadas em modelos internacionais devem levar em consideração principalmente a realidade social
e os limites territoriais brasileiros.
GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
62
A responsabilidade pela estruturação e implementação dos sistemas de logística reversa é dos fabri-
cantes, importadores, distribuidores e comerciantes dos produtos que os colocar no mercado interno. Eles
poderão adotar procedimentos de compra de produtos ou embalagens usadas e instituir postos de entrega
dos resíduos reutilizáveis e recicláveis. Mas a regulamentação responsabiliza todos os envolvidos no ciclo
de vida do produto, inclusive, os consumidores, com a denominação de responsabilidade compartilhada
(BRASIL, 2010b). O princípio da responsabilidade compartilhada previsto na lei implica responsabilidades
vinculadas entre todos os envolvidos no ciclo de vida do produto, mas especifica a responsabilidade de
cada um:
a) Os consumidores deverão efetuar a devolução dos resíduos após o uso do produto, por meio dos
postos de coleta disponibilizados pelo fabricante, dos comerciantes ou dos distribuidores dos produ-
tos e das embalagens;
b) Os comerciantes e distribuidores deverão efetuar a devolução aos fabricantes ou aos importadores
dos produtos e embalagens que foram reunidos ou devolvidos;
c) Os fabricantes e os importadores darão destinação ambientalmente adequada aos produtos e às
embalagens reunidos ou devolvidos, sendo o rejeito encaminhado para a disposição final ambiental-
mente adequada na forma estabelecida pelo órgão competente do Sisnama e, se houver, pelo plano
municipal de gestão integrada de resíduos sólidos (COSTA, 2012).
De acordo com a Secretária de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente,
seis pontos da regulamentação têm merecido mais atenção e podem ser objeto de outro decreto:
a) Acordos setoriais e logística reversa (para estabelecer critérios mínimos dos acordos, seus componen-
tes, metas e descrição de cadeia produtiva);
b) Plano nacional (para nortear a elaboração dos planos estaduais, municipais e intermunicipais);
c) Plano de gerenciamento (restrito à indústria, ao comércio, ao distribuidor e importador);
d) Resíduos perigosos;
e) Instrumentos econômicos (que está sendo trabalhado pelo Ministério da Fazenda);
f) Sistema de informações.
4 Suporte legal e normativo
63
CASOS E RELATOS
RECAPITULANDO
Neste capítulo observamos que existem resoluções do Conama e leis ambientais para disciplinar
a gestão dos resíduos sólidos no Brasil. Aprendemos que a Política Nacional de Resíduos Sólidos
(PNRS), Lei nº 12.305/2010, é a mais importante lei sobre o tema no país. Tratamos sobre a existência
de outras leis, como a do saneamento básico, de crimes ambientais e de educação ambiental, que
também estão relacionadas com a gestão dos resíduos sólidos.
Conhecemos os conceitos de logística reversa, responsabilidade compartilhada, acordos setoriais e
termos de compromisso instituídos pela PNRS e vimos, em linhas gerais, o Decreto nº 7.404/2010,
que regulamentou a Lei nº 12.305/2010.
Outro aspecto estudado foi a ordem de prioridade nas ações de manejo de resíduos sólidos estabele-
cida pela PNRS, que começa com a “não geração” e termina com a “disposição final” ambientalmente
adequada de rejeitos em aterros.
Estudamos a estrutura do Comitê Orientador para a Implementação de Sistemas de Logística
Reversa, que conta com a participação de vários ministros de Estado. Também foram apresentadas
as seis cadeias de produtos industrializados, que preveem, de acordo com a PNRS, que produtos e
embalagens devem, obrigatoriamente, retornar ao fabricante depois de utilizados pelo consumidor,
através de sistemas de logística reversa, para que seja dada a destinação ambientalmente adequada.
4 Suporte legal e normativo
65
Princípios da gestão
A PNRS apresenta, no artigo 7 (BRASIL, 2010b), os objetivos da política e, no inciso II, define-
-se como objetivos: não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos
sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. A seguir, esses
objetivos serão descritos.
A PNRS diferencia gerenciamento de resíduos sólidos de gestão integrada de resíduos sóli-
dos. Segundo a lei, gerenciamento de resíduos sólidos é o conjunto de ações exercidas, direta
ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final
ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada
dos rejeitos; enquanto a gestão integrada de resíduos sólidos é o conjunto de ações voltadas
para a busca de soluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões política,
econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do desenvolvi-
mento sustentável. Veremos a seguir uma descrição de cada princípio a ser considerado na
gestão dos resíduos sólidos.
GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
68
5.2 Redução
Reduzir a geração de resíduos, consumir menos e melhor, significa racionalizar o uso de materiais no
cotidiano da indústria. Isso exige medidas para rever os processos de fornecimento de insumos, métodos
de fabricação e expedição de produtos, além de investimento em educação e treinamento de funcionários.
Racionalizar pressupõe a mudança de comportamento, com o corte de desperdício causado pela desinfor-
mação e atitudes negligentes.
Um bom começo é diminuir o consumo de produtos e o desperdício de materiais, utilizando apenas
o necessário, ou simplesmente modificando os nossos comportamentos ao comprar qualquer produto.
Exemplo: adotar caneca ao invés de copo descartável. Consequentemente, ao reduzir a quantidade de
resíduos produzidos, evita-se o descarte de embalagens. A seguir estão algumas orientações para reduzir
o volume dos nossos resíduos:
a) Escolher produtos que têm uma duração de vida maior (e não só com uma única utilização);
b) Preferir produtos pouco embalados ou a granel;
c) Evitar os aparelhos que necessitam pilhas ou escolher pilhas recarregáveis;
d) Adaptar as suas compras às necessidades (para evitar jogar coisas fora);
e) Escolher produtos mais concentrados ou compactos;
f) Sempre que possível, evitar as embalagens e escolher materiais recicláveis.
5.3 Reutilização
Consiste em utilizar novamente os produtos ou resíduos antes de descartá-los, na mesma função ori-
ginal ou criando novas formas de utilização. É uma atitude racional para o gerenciamento dos resíduos
que não puderam ser eliminados na fonte. É utilizar de novo, dar uma nova utilidade a materiais que mui-
tas vezes consideramos inúteis. Como sabemos, há objetos que são concebidos para serem usados várias
vezes e há outros em que a imaginação ajuda a potenciar uma nova ou mais duradoura utilização. Exem-
plo: reúso de garrafa PET para acondicionar outros produtos. Para Valerio, Silva e Cohen (2008), “como
exemplo de reutilização, teríamos a volta das embalagens reutilizáveis, como as garrafas de vidro, venda
de sachês para recarga e o uso de sacolas de pano para fazer compras”. Esse pequeno número de medidas
diminui os custos com matérias-primas para as empresas e, ao mesmo tempo, a quantidade de resíduos
5 Princípios da gestão
69
sólidos produzidos pela população. Observe, nas figuras a seguir, materiais inutilizados que foram reutili-
zados na produção de móveis.
5.4 Reciclagem
A expressão reciclagem vem do inglês recyclere = repetir, e cycle = ciclo. A expressão “reciclagem”
ganhou destaque no final da década de 1980, quando foi destacado que fontes de matérias-primas como
o petróleo não são renováveis e estavam se esgotando. Além disso, percebeu-se que a poluição do meio
ambiente estava crescente e que havia falta de espaço para a disposição de resíduos e outros dejetos na
natureza.
A reciclagem consiste em fazer os resíduos ou produtos usados voltarem ao ciclo de produção industrial,
agrícola ou artesanal. Reprocessados, os materiais ou resíduos retornam às fábricas como matéria-prima,
em vez de serem despejados em aterros sanitários. O sucesso da reciclagem depende de uma série de
procedimentos internos, como segregar os resíduos na fonte de geração em função de suas característi-
cas, para evitar os custos futuros de separação e melhorar as características finais do produto reciclado. Na
figura a seguir podemos analisar o ciclo de reciclagem do alumínio.
Entre os materiais que possuem maior potencial para reprocessamento estão os papéis e papelões,
vidros, metais e plásticos.
Verifique a relação entre produção e consumo nos diversos países na figura a seguir.
A PNRS preconiza que a coleta seletiva deve ser realizada prioritariamente por cooperativas de catado-
res, abrindo oportunidades infinitas de negócios sustentáveis. Dessa forma, inicia-se uma era de inovações
sem precedentes, com aumento de renda e trabalho para os catadores e lucros para os empreendedores,
através da reinserção dos resíduos em uma nova cadeia de valor e de reengenharia do processo produtivo
(IPEA, 2012c). O desempenho da reciclagem de alumínio no Brasil, que ganha disparado dos índices de paí-
ses mais desenvolvidos, deve-se ao papel do catador de material reciclável que atua nas ruas e em eventos,
tais como shows artísticos.
As empresas podem estabelecer contratos, convênios ou outros instrumentos de colaboração para
políticas públicas voltadas à criação e desenvolvimento de cooperativas ou outras formas de associação
de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis.
Assim como em relação aos resíduos sólidos urbanos (RSU), os processos de reciclagem dos resíduos
sólidos industriais (RSI) também demandam o cumprimento de etapas para a implementação de um pro-
grama de coleta seletiva, que incluem:
a) A segregação dos materiais – etapa que requer ênfase em treinamento e conscientização da mão de
obra;
b) A valoração dos materiais – etapa que consiste no melhoramento da qualidade do resíduo para faci-
litar o seu transporte e manuseio (exemplo: moagem, para sucata metálica e alumínio; uso de prensa
enfardadeira, para garrafas e frascos de vidro; uso de moinho triturador);
c) A destinação dos materiais.
Para materiais secos recicláveis, existe uma padronização para a identificação por cores nos recipientes
coletores, conforme a Resolução do Conama n° 275/2001. Verifique na figura a seguir.
d) Garrafas inteiras;
e) Vidro claro, escuro e misto;
f) Metal ferroso (latas, chaparias, etc.);
g) Metal não ferroso (alumínio, cobre, chumbo, antimônio);
h) Solventes orgânicos;
i) Catalisadores de síntese química;
j) Carvão ativado;
k) Óleos lubrificantes;
l) Metais de pilhas e baterias;
m) Mercúrio de lâmpadas fluorescentes;
n) Metais de resíduos eletroeletrônicos;
o) Purificação da glicerina de origem do biodiesel.
Na figura a seguir são apresentados os diferentes códigos de identificação de plásticos, presentes
em produtos como tubos de canalização usados em construções e embalagens plásticas de diferentes
produtos. Cada código representa um tipo diferente de polímero, composto químico de elevada massa
molecular resultante de reações químicas de polimerização. Com base em suas propriedades químicas,
principalmente densidade, diferentes polímeros são utilizados na produção de plásticos para diferentes
usos. Verifique as fórmulas químicas dos polímeros, seus respectivos códigos de identificação presentes
nos produtos e os principais usos atribuídos a cada tipo.
GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
74
Como sabemos, o plástico é um material de grande potencial para a reciclagem, ainda que para mui-
tos usos do plástico (ex.: sacolas plásticas para embalar compras) o ideal seria não utilizá-los, evitando a
geração de resíduos. Outros produtos que são até muito mais valorizados para a reciclagem são os resí-
duos eletroeletrônicos. A reciclagem desses equipamentos retira materiais tóxicos do ambiente, permite
o aproveitamento de metais nobres e emprega pessoas. A seguir, leia o “Casos e relatos” sobre resíduos
eletroeletrônicos.
5 Princípios da gestão
75
CASOS E RELATOS
Na figura a seguir, observe resíduos eletrônicos sendo preparados para a reciclagem, note que eles
não estão sendo armazenados adequadamente, pois estão ao ar livre. Esses resíduos contêm materiais
valiosos, a exemplo do aço inoxidável, do alumínio, do ouro e da prata. O conteúdo médio de materiais
recuperados é o seguinte: metais (50%), plástico (30%), vidro (10%) e outros materiais (10%).
De acordo com a PNRS, a reciclagem não é considerada um tipo de tratamento, mas sim uma etapa na
gestão/gerenciamento dos resíduos sólidos (artigo 9 da Lei 12.305/2010) (BRASIL, 2010b). O tratamento
de resíduos sólidos inclui processos como o tratamento térmico, a incorporação de resíduos a produtos
como o cimento, através da tecnologia de coprocessamento, e procedimentos como o encapsulamento
de resíduos, que estudaremos mais detalhadamente em outro capítulo.
O tratamento térmico de resíduos inclui a incineração (combustão em presença de oxigênio), a gasei-
ficação (combustão parcial com deficiência de oxigênio) e a pirólise (combustão em baixa concentração
de oxigênio), que visam à redução do volume de resíduos a serem encaminhados para a disposição final
(IPEA, 2012b; TOCCHETTO, 2012).
A recuperação de resíduos tem como objetivo recuperar frações ou algumas substâncias que possam ser
aproveitadas no processo produtivo. Os metais constituem bons exemplos de recuperação a partir de seus
resíduos. Outra possibilidade é de recuperar a energia calorífica contida em um resíduo, transformando-
-o em eletricidade ou vapor. Há também a possibilidade da transformação de resíduos em combustíveis.
No “Casos e relatos” apresentado a seguir é abordada uma técnica de aproveitamento dos resíduos para a
produção de combustíveis.
CASOS E RELATOS
Quadro 6 - Indicadores da Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos para o setor de tratamento
Fonte: ABETRE, 2007.
5 Princípios da gestão
79
Na última posição na ordem de prioridade da gestão de resíduos sólidos, segundo a Política Nacional
de Resíduos Sólidos (PNRS), está a disposição final dos resíduos sólidos. Isso significa que esforços devem
ser empreendidos para que sejam adotadas, sempre que possível, as práticas de gestão estudadas ante-
riormente (não geração, reutilização, etc.).
A PNRS diferencia disposição final ambientalmente adequada de destinação final ambientalmente
adequada. A disposição final ambientalmente adequada consiste na distribuição ordenada de rejeitos em
aterros, observando normas operacionais específicas, de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e
à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos; enquanto a destinação final ambientalmente
adequada é a destinação de resíduos que inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recupera-
ção e o aproveitamento energético ou outras destinações. Dessa forma, a destinação final ambientalmente
adequada engloba princípios de gestão de resíduos sólidos prioritários em relação à disposição final
ambientalmente adequada em aterros.
Em relação aos aterros para a disposição final de resíduos, os aterros industriais requerem projeto e
execução elaborados em razão dos tipos de materiais que receberão, especialmente quando se trata de
resíduos perigosos. Os resíduos destinados aos aterros devem possuir no máximo 70% de umidade, ser
estáveis, pouco solúveis e não voláteis (IPEA, 2012b).
Várias normas técnicas estão disponíveis para dar suporte à construção e manutenção de aterros indus-
triais e gerenciamento de resíduos. A norma ABNT NBR 10157:1987 estabelece os critérios técnicos para
construção de aterro para resíduos perigosos. Entretanto, nos aterros e valas não há eliminação do passivo,
apenas o seu controle, de maneira que a vida útil de um aterro deve ser prolongada através de outras solu-
ções (não geração, reutilização e reciclagem) que minimizem os resíduos (IPEA, 2012b).
Os quatro setores industriais que abrigam as principais atividades de reciclagem pós-consumo no país
são alumínio, papel, plástico e vidro. Em relação ao alumínio, os dados da Associação Brasileira de Alumínio
(ABAL) mostram que o Brasil é campeão em reciclagem de latas de alumínio, superando os índices alcança-
dos por países mais desenvolvidos, atingindo 98,2% de reciclagem em 2009 (ABRELPE, 2010).
Segundo a Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), o consumo aparente de papéis reci-
cláveis cresceu de 2001 a 2006 em aproximadamente mil toneladas. O consumo de aparas praticamente
dobrou em uma década, variando de pouco mais de 2 mil toneladas em 1998 para quase 4 mil toneladas
em 2008, mantendo-se o mesmo índice em 2009. A taxa de recuperação de papéis recicláveis teve o seu
auge em 2005, quando alcançou aproximadamente 45%. Em 2009, a taxa foi de 45% (ABRELPE, 2010).
Quanto aos plásticos, o polietileno tereftalato (PET) está no topo da lista de plásticos reciclados, segundo
o Instituto Sócio Ambiental dos Plásticos (Plastivida). Em segundo lugar estão os poliestirenos de baixa
densidade (PEBD/PELBD), seguidos pelo polipropileno. Ressalta-se o expressivo crescimento do consumo
de PEBD/PELBD, de 2004 a 2007. O poliestireno (PS) e o policloreto de vinila (PVC) são os tipos de plástico
menos consumidos no país (ABRELPE, 2010).
Em relação à reciclagem de vidro no país, dados da Associação Brasileira da Indústria de Vidro (Abivi-
dro) indicam o seu crescimento entre os anos de 2000 e 2003, uma estabilização de 2003 a 2005 e uma
retomada do crescimento entre 2005 e 2007. Entre 2007 e 2009 não houve alteração no percentual de
reciclagem de vidro no Brasil, permanecendo em 47% (ABRELPE, 2010).
Os resultados apontam oportunidades para o investimento em logística reversa nos segmentos de
papel, plástico e vidro, com vistas ao alcance de índices mais elevados de reciclagem, à semelhança do que
ocorre com as latas de alumínio.
5 Princípios da gestão
81
SAIBA Consulte informações sobre os preços de mercado dos diferentes materiais no portal
MAIS da organização Compromisso Empresarial para a Reciclagem (Cempre).
Figura 30 - Evolução da reciclagem de latas de alumínio no Brasil e em outros países (1991 a 2009)
Fonte: ABRELPE, 2010.
Figura 31 - Evolução do consumo aparente de papéis recicláveis e aparas e taxas de recuperação de papéis recicláveis
Fonte: ABRELPE, 2010.
GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
82
O Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV) é uma entidade sem fins lucra-
tivos, criada em 2001 pela indústria fabricante de agrotóxicos para realizar a destinação final adequada
das embalagens vazias no Brasil. O inpEV cumpre os requisitos da Lei nº 9.974/00 (BRASIL, 2000b), que
determina a responsabilidade compartilhada pela destinação das embalagens entre agricultores, canais
de distribuição e indústria fabricante, com apoio do poder público.
O inpEV integra sete entidades e 84 empresas fabricantes associadas, o que corresponde a 100% dos
fabricantes de agrotóxicos. Distribuidores, posto de revenda e cooperativas totalizam mais de 3.500 unida-
des que fornecem agrotóxicos para cerca de cinco milhões de propriedades rurais em todo o país. São 412
unidades de recebimento no país, geridas pelo inpEV em parceria com 267 associações de distribuidores e
cooperativas (WERNEK, 2010). Desde o início da criação do instituto, até o final de 2009, foram destinadas
adequadamente 136 mil toneladas de embalagens vazias de defensivos agrícolas, número que cresceu a
cada ano e chegou a 28,8 mil toneladas em 2009. A obtenção desses resultados foi possível devido a uma
série de fatores, que vão desde os esforços pela educação, conscientização e responsabilidade de todos
os envolvidos no assunto até a implantação de uma ampla rede de coleta de embalagens, que ao final
daquele ano já somava 412 unidades de recebimento (113 centrais e 299 postos) estrategicamente locali-
zadas nas principais regiões agrícolas do país (INPEV, 2009).
O comparativo do volume de destinação correta das embalagens plásticas comercializadas em diferen-
tes países, realizado em 2009, indica que o Brasil é uma referência mundial nessa área, com 94% de êxito
no retorno de embalagens e sua destinação final, superando percentuais alcançados por países como Ale-
manha, Canadá, Estados Unidos e França (WERNEK, 2010).
Após a aplicação do produto (agrotóxico), o agricultor obriga-se a realizar a tríplice lavagem e a devo-
lução das embalagens vazias ao local indicado na nota fiscal, que corresponde a uma das unidades de
recebimento mantidas pelo fabricante ou setor de comercialização responsável pela destinação final
ambientalmente adequada. Os fardos de embalagens vazias são transportados às unidades responsáveis
pela moagem e extrusão das embalagens, que são transformadas em resina pós-consumo (RPC). Essa
GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
84
resina e o polietileno de alta densidade (PEAD) entram no processo de sopro e são transformados em
bombonas plásticas triex (Ecoplástica Triex), fechando o ciclo (INPEV, 2009).
O índice de embalagens destinadas para reciclagem chegou a 92,45% das 28.771 toneladas devolvidas.
Esse volume é dirigido a uma rede de reciclagem formada por dez empresas localizadas nos estados de
São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Minas Gerais e Paraná. As embalagens laváveis e que foram correta-
mente lavadas se transformam em 17 produtos reciclados – conduítes corrugados, tampas de embalagens
de defensivos agrícolas, embalagens para óleo lubrificante, barricas plásticas para incineração, tubos
para esgoto, dutos corrugados e cruzetas de poste de transmissão de energia, entre outros. A Ecoplástica
Triex é a mais nova integrante desse portfólio de materiais. Produzida pela Campo Limpo, a embalagem
é fabricada para o envase do próprio defensivo agrícola, permitindo o fechamento do ciclo da gestão das
embalagens pós-consumo dentro da própria indústria fabricante, que também é acionista da empresa.
As embalagens vazias não laváveis e as que não foram corretamente lavadas têm como fim a incineração
(INPEV, 2009).
O inPEV, em parceria com o Ministério da Agricultura e o governo federal, promove campanhas de
educação ambiental para que agricultores e comunidades rurais conheçam a lei e para alertar sobre a
importância da devolução das embalagens. Além disso, também promove comemorações pelo Dia Nacio-
nal do Campo Limpo (18 de agosto), com alcance de mais de 500 mil pessoas, desde 2005. O projeto Ciclo
de Vida das Embalagens já atingiu 1,2 mil escolas de ensino fundamental (WERNEK, 2010).
Grupo 3: Equipamentos eletroeletrônicos, pilhas e baterias
Tendo em vista discutir assuntos relevantes da Política Nacional de Resíduos Sólidos para o setor e
objetivando a elaboração de um modelo de acordo setorial dentro do setor eletroeletrônico, a área de
responsabilidade socioambiental da ABINEE tem realizado reuniões desde agosto de 2010, congregando
as associadas de todos os grupos setoriais.
Quanto às pilhas e baterias, no Brasil esses produtos necessitaram de modificação para não conter mais
mercúrio. As pilhas devem ser recolhidas para ter o destino correto, mas as baterias importadas ainda con-
têm o metal. Aproximadamente 33% das pilhas entram no Brasil com 80 miligramas de mercúrio, o que,
de acordo com as normas nacionais, é ilegal, sinalizando a necessidade de investimentos na fiscalização
para evitar a entrada no país de importados ilegais e sobre o comércio interno de produtos ilegais, sob a
responsabilidade da Polícia Federal e Receita Federal.
Os fabricantes filiados à ABINEE iniciaram, em novembro de 2010, o recebimento das pilhas devolvidas
pelo comércio, em pontos fixados em todas as capitais do país. De acordo com a associação, as indefinições
da Resolução do Conama nº 401/2008 (que determinou nova redução nos limites de mercúrio, cádmio e
chumbo permitidos na composição de pilhas e baterias) (BRASIL, 2008) e da Instrução Normativa nº 3 do
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que instituiu procedi-
mentos complementares relativos ao controle, fiscalização, laudos físico-químicos e análises necessários
ao cumprimento da Resolução nº 401 (IBAMA, 2010), levaram o setor a concluir pela extensão do programa
a todos os tipos de pilhas: primárias e recarregáveis.
No caso específico das pilhas órfãs ou das chamadas talibãs, não há como evitar o recebimento, con-
tudo, segundo a ABINEE, o setor não dará a destinação final, mas as armazenará e depois de seis meses
de início do projeto, em encontro com representantes do Ministério do Meio Ambiente e da Polícia Fede-
ral, serão definidas as ações a serem tomadas. O setor iniciou acordos setoriais com redes varejistas para
aumentar a capilaridade dos pontos de coleta (todos serão informados antes da implementação do pro-
grama) e se comprometeu a destinar 100% das pilhas retornadas (ABINEE, 2010).
Em vários pontos do Brasil surgem iniciativas para a implementação da logística reversa para o recolhi-
mento do resíduo eletrônico e eletrodoméstico. Embora a indústria ainda visualize a logística reversa como
um custo, está descobrindo caminhos para assegurar o descarte adequado de resíduos eletroeletrônicos.
Entretanto, as iniciativas de muitas dessas empresas consistem no repasse do ônus da logística
reversa ao consumidor, de certa forma violando o pressuposto da responsabilidade compartilhada
previsto na PNRS. Em São Paulo, redes de varejo estão passando a oferecer a seus clientes a possibili-
dade de “comprar” o descarte futuro de produtos eletrônicos. O serviço varia de aproximadamente
R$ 7, no caso do descarte de um celular, a cerca de R$ 130, para a retirada de uma geladeira da residência
do consumidor (O ESTADO DE SÃO PAULO, 2010).
Algumas indústrias estão buscando parcerias com empresas especializadas em gestão da coleta, manejo
de resíduos e reciclagem dos componentes. Através da homepage da empresa, tanto consumidores como
empresas podem se cadastrar, adquirir o descarte dos equipamentos que já não são úteis e agendar a
coleta dos aparelhos em sua casa. Além da retirada em domicílio, empresas prestadoras de serviços nessa
área se responsabilizam pelas etapas seguintes de desmontagem e reciclagem dos componentes. É impor-
tante ressaltar que o compromisso das indústrias com a logística reversa inclui responsabilidade em dispor
pontos de coleta, em providenciar o tratamento e o aproveitamento de resíduos, o que é possível por meio
GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
86
da organização do setor para promover a gestão conjunta de resíduos, diminuindo os custos do processo
e reduzindo o repasse das despesas ao consumidor.
Essa recomendação é válida sobretudo devido ao valor dos resíduos eletroeletrônicos e a possibilidade
da geração de oportunidades de negócios para o fabricante, o comerciante e outros intermediários da
cadeia. Um exemplo é o da Ceva Logistics, empresa especializada no recolhimento dos equipamentos
nas empresas e reciclagem dos componentes, que fechou contratos com grandes fabricantes de compu-
tadores. Mensalmente, são recolhidos 5 mil equipamentos de informática, especialmente computadores
e impressoras. Em um galpão localizado em Jundiaí, a empresa faz a desmontagem dos aparelhos, sendo
que muitos são recondicionados, voltam ao mercado e outros são encaminhados para a etapa final de
reciclagem, que é realizada nos Estados Unidos, onde os metais nobres, como ouro e prata, são separados
e reaproveitados. Em 2010, mais de 13 milhões de computadores foram comercializados no Brasil. Consi-
derando que a sua vida útil varia de 5 a 8 anos, tem-se uma dimensão da quantidade de resíduos que serão
gerados nos próximos anos (O ESTADO DE SÃO PAULO, 2010).
Outro exemplo vem de uma indústria de grande porte, fabricante de eletrodomésticos, que criou uma
divisão em sua fábrica em Joinville (Santa Catarina) para desmontar refrigeradores e aparelhos de purifi-
cação de água. Embora ainda não haja um sistema de recolhimento de geladeiras antigas nas residências
dos consumidores, os equipamentos antigos chegam à divisão via concessionárias de energia elétrica que
possuem programas de troca de equipamentos antigos. O fabricante estima que desde 2005 já foram recu-
perados em torno de 3 mil toneladas de componentes, como aço, plástico e gases de refrigeração.
As lâmpadas podem ser produzidas com mercúrio (fluorescentes tubulares, fluorescentes compactas,
indução magnética, vapor de mercúrio, luz mista, vapor de sódio, vapor metálico) e sem mercúrio (incan-
descentes halógenas, Dicroicas, LEDs, OLEDs). As principais vantagens das lâmpadas contendo mercúrio
em relação às incandescentes incluem a eficiência luminosa (de quatro a cinco vezes superior), vida útil
mais longa (de três a 15 vezes); redução de consumo de energia (70% a 80%), menor geração de resíduos
e menor consumo de recursos naturais para a geração de energia elétrica.
Embora os projetos sejam de concepção e implantação complexa, devendo envolver todos os partici-
pantes, de fabricantes e importadores até consumidores, as empresas vêm investindo continuamente em
novas tecnologias para redução do mercúrio em suas lâmpadas, em atendimento às imposições legais (em
1985, as lâmpadas continham quase 50 mg de Hg e, em 2009, menos de 5 mg) (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA
DA INDÚSTRIA DE ILUMINAÇÃO, 2010).
O segmento aponta que a eficácia do sistema de logística reversa no setor requer, entre outros aspec-
tos:
a) A atribuição de responsabilidades específicas a fabricantes, importadores, distribuidores e comer-
ciantes;
b) A regulamentação do processo de destinação de lâmpadas mercuriais, com base em estudos técni-
cos, logísticos e econômicos;
c) A criação de entidade dedicada à implementação e gestão do processo de destinação final de lâm-
padas.
GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
88
ção de 60% do óleo lubrificante produzido no Brasil, enquanto 20% são distribuídos em tambores e 20% a
granel (SINDICOM, 2010).
Quanto aos canais de venda de lubrificantes embalados, 33% são comercializados em postos de com-
bustível, 28% em oficinas mecânicas, 11% em lojas de autopeças, 11% em centros de troca de óleo, 9%
em concessionárias, 4% em centros automotivos, 2% em hipermercados e 2% em outras revendas. Entre
as embalagens plásticas pós-consumo geradas no Brasil, embalagens de lubrificantes correspondem a
2%, enquanto embalagens de refrigerantes correspondem a 40%, de higiene, 30%, de cosméticos, 20%, e
outros, 8% (SINDICOM, 2010).
Quanto à logística reversa de embalagens de lubrificantes, o Programa Jogue Limpo adota o conceito
de responsabilidade compartilhada, previsto na Política Nacional de Resíduos Sólidos, através da adoção
da logística reversa de embalagens plásticas de óleo lubrificante utilizadas. Há uma resolução em ela-
boração para tratamento das embalagens plásticas de lubrificantes e houve uma sugestão do grupo de
trabalho do Conama para um acordo setorial do segmento que viabilize um programa no Brasil, a exemplo
do programa do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV) (SINDICOM, 2010).
O setor aponta a importância do alinhamento das leis estaduais e municipais com as premissas da
nova resolução do Conama para o tratamento de embalagens plásticas de lubrificantes e a participação
do Sindicom, da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis),
da Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente (Abema) e da Associação Nacional de
Órgãos Municipais de Meio Ambiente (Anamma) em ações em prol da implantação de procedimentos
estaduais únicos (SINDICOM, 2010).
A evolução do Programa Jogue Limpo, iniciado no Rio Grande do Sul, seguido do Paraná, aponta esses
estados como importantes polos de reciclagem de embalagens plásticas de lubrificantes. Em 2010, o Rio
Grande do Sul reciclou mais de 13 milhões de embalagens, enquanto o Paraná reciclou sete milhões. Em
2010, o programa agregou os estados de Santa Catarina e Rio de Janeiro, além do município de São Paulo.
Em 2010, o estado do Rio de Janeiro reciclou dois milhões de embalagens de lubrificantes, enquanto os
estados de Santa Catarina e o município de São Paulo reciclaram um milhão cada um, totalizando cerca de
24 milhões de embalagens recicladas no âmbito do programa (PROGRAMA JOGUE LIMPO, 2010).
Para o sucesso desse programa, a responsabilidade compartilhada envolve toda uma cadeia de agentes
que tem participação fundamental para o êxito do sistema de logística reversa. As embalagens plásticas
são devolvidas pelos consumidores aos canais de revenda, às centrais de recebimento ou aos caminhões
especializados que visitam de forma programada pontos pré-cadastrados.
O Programa Jogue Limpo conta com uma frota de caminhões que possuem dois sistemas de controle:
(1) prevenção, acidentes e vazamentos e (2) pesagem eletrônica para a transmissão automática de dados
coletados no posto móvel, via satélite, para o site do programa. No ato da pesagem é emitido um compro-
vante, que poderá ser exigido pelo órgão ambiental por ocasião do processo de licenciamento. Os sacos de
embalagens plásticas de lubrificantes disponibilizados são eletronicamente pesados e os dados resultan-
tes transferidos automaticamente para o site. O tráfego dos caminhões é monitorado por um sistema GPS
para a identificação em tempo real da sua localização e por GPRS para a transmissão dos dados e outras
informações de controle para o site do programa. Em situações de emergência, o sistema também permite
GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
90
Paraná 18,7
Total 87,7
Figura 38 - Pneu
Fonte: WIKIMEDIA COMMONS, 2004.
RECAPITULANDO
Neste capítulo, compreendemos que a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) estabelece a
ordem de prioridade das ações de gestão dos resíduos sólidos: a não geração, a redução, a reuti-
lização, a reciclagem, o tratamento e a disposição final ambientalmente correta. A reciclagem, ao
contrário do que muitos pensam, não é considerada pela lei um tratamento para os resíduos, cujas
principais tecnologias existentes você estudará no próximo capítulo.
Aprendemos também os conceitos de cada princípio de gestão e gerenciamento de resíduos abran-
gidos pela PNRS. Além disso, percebemos a importância da coleta seletiva, conhecemos o código
de cores que deve estar presente nos recipientes de resíduos e vimos a relevância do trabalho dos
catadores de material reciclável. O conhecimento sobre a gestão dos resíduos é de fundamental
importância a sua atuação profissional na área ambiental.
Tivemos a oportunidade também de conhecer a situação atual dos resíduos sólidos oriundos de
diferentes setores industriais (produção de alumínio, papel, plástico, vidro), incluindo os setores
para os quais a logística reversa é obrigatória (embalagens de agrotóxicos, pilhas e baterias, pneus e
pneumáticos, lâmpadas a base de mercúrio, aparelhos eletroeletrônicos, óleos lubrificantes). Todos
esses conteúdos farão parte da sua atuação na área ambiental e é importante que você estude e se
aproprie desses conhecimentos.
5 Princípios da gestão
93
Tecnologias de tratamento de
resíduos sólidos
A escolha do tipo de tratamento dos resíduos sólidos depende das características e com-
posição do resíduo a ser tratado, ou seja, de posse dessas informações é que se pode escolher
a melhor forma de tratar ou aproveitar os resíduos, levando em consideração os custos da
tecnologia empregada e a eficiência do processo.
Tratar um resíduo significa transformá-lo de tal maneira que se possa reutilizá-lo ou dispô-lo
em condições mais seguras e ambientalmente aceitáveis (VALLE, 2002). As principais formas
de tratamento são:
a) Conversão dos constituintes tóxicos em formas menos perigosas ou insolúveis;
b) Alteração da estrutura química, facilitando sua incorporação ao ambiente;
c) Destruição dos compostos tóxicos;
d) Separação das frações tóxicas, reduzindo volume e periculosidade (TOCCHETTO, 2005).
Os diferentes tratamentos aplicados aos resíduos sólidos podem ocorrer a partir de reações
químicas, físicas, biológicas e/ou térmicas. Os processos de tratamento de resíduos, indepen-
dentemente do tipo de reação envolvida, são realizados na unidade de tratamento. No Brasil,
resíduos sólidos urbanos não costumam ser tratados, mas destinados a aterros sanitários, ou
pior, dispostos em lixões. Os municípios, através das prefeituras, são os responsáveis pela
gestão dos resíduos, podendo realizá-la com pessoal e estrutura próprios ou terceirizar o ser-
viço. Entretanto, existem muitas iniciativas, notadamente programas de coleta seletiva, que
favorecem a gestão dos resíduos, viabilizando a realização do tratamento dos resíduos. Uma
alternativa para o tratamento da fração orgânica é o processo biológico da compostagem,
que estudaremos neste capítulo. No caso dos municípios que contam com o tratamento do
esgoto, o lodo gerado (que é considerado resíduo sólido) é tratado na estação de tratamento
de esgoto (ETE).
No caso dos resíduos industriais, a indústria é responsável pelo tratamento dos resíduos
que gera e, para tanto, nas suas instalações pode haver uma unidade de coprocessamento,
um incinerador, uma estação de tratamento de efluentes (ETE) que, além do efluente, também
tratará o lodo, entre outras estruturas de tratamento, dependendo do tipo de resíduo gerado.
Assim como para o tratamento de resíduos sólidos urbanos, o tratamento dos resíduos sólidos
industriais também pode ser terceirizado pela indústria. No país existem várias empresas espe-
cializadas no tratamento de resíduos industriais e são representados pela Associação Brasileira
de Empresas de Tratamento de Resíduos (Abetre). A seguir, estudaremos algumas tecnologias
de tratamento de resíduos, subdividindo-se em tratamento físico, químico, biológico e térmico
(ou físico-químico).
GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
96
Os tratamentos físicos são normalmente parte integrante de qualquer processo de tratamento de resí-
duos. Os tratamentos físicos não alteram a natureza química dos produtos tratados, podendo originar
efluentes suscetíveis de serem posteriormente tratados por outras técnicas ou então permitirem inerti-
zar os resíduos. Existem, contudo, algumas técnicas de processamento físico que eliminam a toxicidade
potencial dos resíduos, ou então que os tornam inertes (FORMOSINHO et al, 2000). O tratamento físico de
resíduos sólidos inclui operações de filtração, adsorção, absorção.
5 Unidades de decantação: unidades nas quais a parte sólida e mais densa do lodo decantará e será removida do fundo do
tanque.
6 Produtos químicos floculantes: produtos químicos adicionados para formar flocos, os quais são mais facilmente removidos.
6 Tecnologias de tratamento de resíduos sólidos
97
Figura 39 - Centrífuga
Fonte: WIKIMEDIA COMMONS, 2010a.
Figura 40 - Filtro-prensa
Fonte: WIKIMEDIA COMMONS, 2010c.
b) Leito de secagem: os leitos de secagem são superfícies nas quais o lodo, com umidade ainda
elevada, é disposto para que seja seco. Em condições ideais, podem igualar-se aos resultados dos filtros-
-prensa, porém são muito vulneráveis às variações climáticas, pois a perda de água ocorre por percolação7
e evaporação, além de requerer um tempo que pode chegar de 20 a 40 dias para atingir o percentual de
umidade desejado.
Outras técnicas físicas podem ser aplicadas em função das características dos resíduos. Como exemplo
temos a estabilização/solidificação (inertização), que veremos a seguir.
6 Tecnologias de tratamento de resíduos sólidos
99
O tratamento químico visa a remover elementos dissolvidos ou soluções coloidais através da utilização
de substâncias químicas, através de processos de neutralização e oxidação/redução, conforme descrito a
seguir.
6.2.1 Neutralização
Esse processo consiste na neutralização de resíduos ácidos por bases ou o inverso. Resíduos básicos
podem ser neutralizados com ácidos, tornando-os resíduos menos agressivos, assim como resíduos ácidos
podem ser neutralizados com bases. Podemos citar como exemplo:
6.2.2 Oxidação/redução
Consiste no uso de oxidantes ou redutores químicos para alterar as características dos poluentes em
compostos mais estáveis e menos tóxicos. É um exemplo dessa técnica a oxidação de matéria orgânica na
presença de oxigênio, formando água mais gás carbônico. A oxidação alcalina do cianeto com hipoclorito
para gás nitrogênio e, ainda, a redução do Cr6+ altamente tóxica para forma menos tóxica de Cr3+ pode ser
visualizada na reação a seguir.
O cromo na forma hexavalente é solúvel em pH ácido ou alcalino. Para que ocorra a sua remoção é
necessário que o mesmo seja reduzido para a forma de cromo trivalente e precipitado como hidróxido. No
caso do íon cromato, o Cr6+ é reduzido para o estado de oxidação de Cr3+ pela ação do dióxido de enxofre
ou compostos derivados (bissulfitos). A redução do cromo ocorre em pH ácido, inferior a 2,5. A velocidade
da reação diminui rapidamente se o pH for superior a 3,5, estando as reações apresentadas a seguir (GIOR-
DANO, 2004):
6 Tecnologias de tratamento de resíduos sólidos
101
O processo de landfarming é uma tecnologia utilizada para a remediação biológica de solos contami-
nados, lodos ou material com as mesmas características, cuja ação dos micro-organismos gera materiais
inócuos8 para o ambiente ou subprodutos estabilizados que não representam risco ao meio ambiente
(TOCCHETTO, 2005, p.80).
Os constituintes do resíduo a ser tratado são biodegradados, transformados e imobilizados pela ativi-
dade microbiana aeróbia do solo, reduzindo, assim, os riscos de contaminação ambiental.
As propriedades físicas e químicas do resíduo interferem no processo de tratamento. Derivados de
petróleo, como óleo diesel e óleos combustíveis tipo 2 e 4; alguns pesticidas; borras oleosas; conservante
de madeira; creosoto e resíduos de coque (que são oriundos de processos industriais) também são ade-
quados para esse tipo de tratamento.
Essa tecnologia é muito aplicada para tratamentos de borras de petróleo. Veja na figura a seguir.
A biolavagem é uma tecnologia na qual se usa água e lodo ativado para lavagem de resíduos sólidos
perigosos. Essa técnica tem como objetivo principal a transferência do contaminante da fase sólida para a
fase líquida.
Os métodos de lavagem biológica podem processar uma faixa abrangente de poluentes orgânicos,
como aromáticos e solventes. O processo é conduzido em uma fase líquida densa e depende de processos
mecânicos para separar as partículas que contêm os contaminantes e que são absorvidas por partículas
finas e o carbono orgânico em lugar das partículas com granulometria elevada.
O número de lavagens pode variar de acordo com as características do resíduo. Nesse processo, podem
ser utilizados aditivos de transferência dos contaminantes da fase sólida para a fase líquida, como surfac-
tantes.
Os efluentes líquidos resultantes do processo são encaminhados para estação de tratamento de efluen-
tes. Por outro lado, os resíduos sólidos biolavados são encaminhados para os aterros industriais, depois
da confirmação da análise de laboratório (CETREL, 2012). Essa técnica é muito utilizada para transformar
resíduos classe I – perigosos em resíduos classe II – não perigosos.
Os tratamentos físico-químicos são os processos térmicos que incluem a incineração e a pirólise. Tratam-
-se de processos que, através de temperaturas elevadas, transformam as características físicas e químicas
do resíduo. Esses tratamentos têm como objetivos destruir os componentes orgânicos e reduzir o volume
de resíduos a dispor (TOCCHETTO, 2012).
Nos processos térmicos, os resíduos orgânicos são mineralizados de forma quase instantânea, mas os
metais presentes no resíduo permanecerão nas cinzas e nos efluentes líquidos, sendo que alguns podem
volatilizar10 (PINTO, 2005).
Um dos meios mais efetivos de lidar com muitos resíduos de modo a reduzir seu potencial perigoso
e convertê-los em uma forma de energia é a incineração. Matérias ou substâncias que sejam inservíveis
ou não passíveis de aproveitamento econômico resultante de atividades de origem industrial, urbana, de
serviços de saúde e agrícola podem ser incinerados.
Os tratamentos térmicos consistem em (TOCCHETTO, 2005):
a) Conversão dos constituintes tóxicos em formas menos perigosas ou insolúveis;
b) Alteração da estrutura química, facilitando sua incorporação ao ambiente;
c) Destruição dos compostos tóxicos, inertizados na forma de cinzas;
d) Separação de frações tóxicas, reduzindo volume e periculosidade;
e) Geração de energia, considerando os resíduos como combustíveis.
CASOS E RELATOS
A incineração é um método de tratamento térmico que se utiliza da decomposição térmica a uma tem-
peratura superior a 1200 ºC na presença de oxigênio, alterando a natureza física, química e biológica dos
resíduos tratados. No processo, ocorre a oxidação dos compostos orgânicos por combustão controlada até
produtos simples, mineralizados, como CO2 e água.
O ideal é que a incineração promova o aproveitamento da energia proveniente da queima de materiais
de alto poder calorífico. Algumas parcelas de resíduos constituídas por matéria orgânica podem ser quei-
madas para recuperação de energia, na forma de vapor ou calor para processos industriais. Materiais com
alto teor de umidade limitam a quantidade de energia, que pode ser reaproveitada de um determinado
resíduo. Como regra geral, qualquer resíduo com poder calorífico maior que 4000 kCal/kg pode ser utili-
zado para recuperação de energia.
Assim, apesar dessas vantagens, em usinas de incineração são gerados contaminantes atmosféricos
que incluem gases ácidos, SOx, NOx, metais pesados, além de dioxinas e furanos. Os gases resultantes do
processo são lavados para evitar emissões atmosféricas e rapidamente resfriados, evitando a formação
de compostos cancerígenos, a exemplo de dioxinas e furanos. Equipamentos para o abatimento de par-
ticulados também são acoplados ao sistema de tratamento. Os equipamentos de controle de poluição
atmosférica apresentam limitações na remoção de metais, sobretudo mercúrio, cádmio e chumbo. O con-
trole da emissão de metais pode ser realizado através da injeção de carvão ativado em pó no fluxo gasoso,
que passará por um lavador de gases e por filtro de manga (TOCCHETTO, 2012).
De modo geral, o processo de incineração é um conjunto de cinco sistemas:
a) Preparação do resíduo para queima;
b) Combustão do resíduo;
c) Tratamento dos gases de saída;
d) Tratamento dos efluentes líquidos;
e) Acondicionamento e deposição de resíduos sólidos gerados no processo de queima e nos equipa-
mentos de controle da contaminação do ar.
GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
106
A pirólise é utilizada para provocar a decomposição térmica de materiais contendo carbono na ausência
de oxigênio (ou baixa concentração de oxigênio). A madeira, resíduos agrícolas, pneus, lodos de petróleo,
resíduos biomédicos, resíduos sólidos municipais etc., se decompõem, dando origem a três fases: uma
sólida, o carvão vegetal; outra gasosa, como N2, H2, CH4, CO e CO2, e, finalmente, uma líquida, comumente
designada de fração pirolenhosa (extrato ou bio-óleo). A proporção relativa das fases varia como função da
temperatura, do processo e do tipo de equipamento empregado.
A pirólise corresponde à decomposição térmica de matéria orgânica, em baixa concentração de oxigê-
nio, resultando em carvão vegetal (fase sólida); gases e extrato ou bio-óleo. Os gases podem ser utilizados
como fonte de energia, com rendimento variando de 5% a 20% em peso.
A principal diferença entre pirólise e incineração é que a pirólise ocorre na ausência de oxigênio ou
baixa concentração de oxigênio, enquanto a incineração ocorre sempre na presença de oxigênio.
Analise a figura a seguir, que apresenta o processo de pirólise.
FIQUE A pirólise produz substâncias tóxicas persistentes, como dioxinas e furanos. Por isso,
ALERTA evite doenças seguindo as normas de segurança no seu exercício laboral.
GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
108
A técnica de coprocessamento pode ser compreendida como uma técnica de tratamento de resí-
duos via destruição térmica, visto que alguns resíduos podem ser queimados em fornos de cimenteiras
substituindo o consumo de combustíveis. O coprocessamento também pode ser aplicado em fornos side-
rúrgicos, caldeiras e fornos industriais, desde que compatibilizados ao tipo de resíduo a ser queimado
(TOCCHETTO, 2005). Os equipamentos de proteção de emissões atmosféricas, a exemplo de precipitadores
eletrostáticos, são utilizados para evitar a dispersão de poeiras contaminadas que retornam ao processo
após serem retidas.
Além de ser considerado uma técnica de tratamento térmico, é visto como um subprocesso dos pro-
cessos de produção de cimento, que envolve o aproveitamento de resíduos os quais podem substituir
matérias-primas ou combustíveis, como carvão ou óleo combustível, necessários para alimentação do
forno da cimenteira (aproveitamento do conteúdo energético do resíduo), podendo ser utilizado também
em caldeiras e demais fornos industriais (TOCCHETTO, 2005).
Mais informações sobre o coprocessamento serão apresentadas no Capítulo 9, que trata sobre os meca-
nismos de reaproveitamento de resíduos.
CASOS E RELATOS
Além do coprocessamento, outra técnica relevante para nosso aprendizado sobre as tecnologias térmi-
cas é o plasma, que veremos a seguir.
6 Tecnologias de tratamento de resíduos sólidos
109
O plasma é uma tecnologia avançada que consiste em um gás ionizado pelo arco elétrico de uma tocha
e que responde a campos elétricos e magnéticos.
Pode-se entendê-lo como sendo um gás a altas temperaturas, maiores que 10.000
o
C, podendo atingir até cerca de 50.000 oC, gerado pelo uso de eletricidade, normal-
mente pelo emprego de um arco elétrico. O aquecimento de um gás a tempera-
turas elevadas provoca mudanças significativas nas suas propriedades. A cerca de
2000 ºC, as moléculas começam a se dissociar em estado atômico. A 3000 ºC, os átomos
são ionizados pela perda de parte dos elétrons. Esse gás ionizado é chamado de plasma,
conhecido como o quarto estado da matéria (TOCCHETTO, 2005, p.77).
Agora, observe na figura a seguir um exemplo de material produzido por essa técnica.
É importante realizar o tratamento adequado para cada tipo de resíduo, utilizando as tecnologias que
melhor se aplicam as suas especificidades. Em atendimento à PNRS, os profissionais envolvidos na gestão
de resíduos sólidos de uma indústria ou organização devem empreender todos os esforços necessários
para priorizar, na seguinte ordem: a não geração, a reutilização, a reciclagem e o tratamento de resíduos, e
a disposição final ambientalmente adequada de rejeitos.
RECAPITULANDO
Como pudemos observar, existem diversas tecnologias de tratamento de resíduos sólidos. Neste
capítulo, estudamos as principais tecnologias disponíveis e utilizadas para esse fim. Aprendemos
que existem tecnologias de tratamento físico, químico, biológico e térmico. Identificamos cada
tecnologia e analisamos o seu funcionamento nos processos de secagem de lodo, na estabiliza-
ção de resíduos (processos físicos), na neutralização e oxirredução de resíduos (processos químicos),
landfarming e biolavagem (processos biológicos), na incineração, pirólise, plasma e coprocessamento
(processos térmicos). Técnicas essas aplicadas para cada tipo de resíduo gerado, considerando suas
especificidades.
No próximo capítulo, estudaremos as tecnologias de reaproveitamento e veremos que o coproces-
samento estudado neste capítulo é um importante mecanismo de aproveitamento de resíduos. Essa
abordagem é de grande relevância para sua formação como técnico na área ambiental.
6 Tecnologias de tratamento de resíduos sólidos
111
Tecnologias de reaproveitamento
A recuperação de resíduos tem como objetivo recuperar frações ou algumas substâncias que possam ser
aproveitadas no processo produtivo. Os metais constituem bons exemplos de recuperação a partir de seus
resíduos. Outra possibilidade é de recuperar a energia calorífica contida em um resíduo, transformando-
-o em eletricidade ou vapor. Há também a possibilidade da transformação de resíduos em combustíveis.
No “Casos e relatos” apresentado a seguir é abordada uma técnica de aproveitamento dos resíduos para a
produção de combustíveis.
Nesse contexto, o reaproveitamento de resíduos pode ser avaliado frente a alguns cenários. Podemos
destacar três grandes tendências que se despontam para o reaproveitamento de resíduos:
a) O aproveitamento energético dos resíduos;
b) O aproveitamento de resíduos como agregados para construção civil;
c) O aproveitamento de resíduos como fertilizante em solos.
7.1 Coprocessamento
Como vimos anteriormente, a técnica do coprocessamento pode ser usada como tratamento térmico
de resíduos sólidos, uma vez que os mesmos podem ser queimados como combustíveis para fornos de
determinadas atividades industriais, tais como em cimenteiras, siderurgia, caldeiras, dentre outros. Nesse
caso, além do tratamento do resíduo, ocorre também o seu aproveitamento como combustível de outras
tecnologias de tratamento térmico que apenas tratam os resíduos. Além dessa aplicação como combustí-
vel, nesse processo pode ser feito o aproveitamento do resíduo como matéria-prima.
Essa técnica é utilizada no Brasil desde o início da década de 1990, embora outros países já desenvol-
vam há mais tempo. O coprocessamento foi regulamentado, em nível nacional, pela Resolução do Conama
nº 316, de 2002. Um exemplo de resíduo que pode ser coprocessado nos fornos de cimenteiras como com-
bustível é o pneu inservível, substituindo o consumo de combustíveis convencionais e deixando de ocupar
espaço nos aterros sanitários.
11 Clinquerização: principal etapa de fabricação do cimento, quando reações físicas e químicas ocorrem durante o período de
cozedura, ocorrendo a formação do clínquer.
12 Blend: é a preparação dos resíduos, que envolve a sua trituração e a sua mistura, para que se obtenham propriedades similares
às dos combustíveis, antes do uso dos resíduos como combustível, no coprocessamento.
GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
116
d) Resíduos domiciliares;
e) Pesticidas;
f) Explosivos.
O coprocessamento reúne os benefícios econômicos e ambientais descritos a seguir:
a) Eliminação definitiva, técnica e ambientalmente segura dos resíduos;
b) Substituição de recursos energéticos não-renováveis por fontes alternativas de energia;
c) Preservação de jazidas13, já que parte dos resíduos substitui a matéria-prima;
d) Contribuição à saúde pública pela destruição total dos resíduos e no combate a focos de doença,
como aos mosquitos da dengue hospedados nos pneus velhos e em outros resíduos (ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND, 2012).
A figura a seguir ilustra o processo de produção de cimento por meio da técnica de coprocessamento.
à estrutura cristalina do clínquer. É necessário realizar o controle das emissões atmosféricas de acordo com
a Resolução do Conama nº 264/99 (VOTORANTIM, 2012).
Observe, agora, que a figura a seguir demonstra os tipos de resíduos que podem ser utilizados para a
produção de cimento.
Figura 50 - Exemplos de resíduos de setores industriais que podem ser incorporados na produção do cimento
Fonte: SENAI DR BA, 2013.
7.2 Compostagem
a) O composto orgânico produzido pela compostagem do resíduo domiciliar tem como principais
características a presença de húmus e nutrientes minerais. Sua qualidade depende da maior ou menor
quantidade destes elementos;
15 Lodo: originado em estação de tratamento de esgoto sanitário, que passou por tratamento biológico para redução de
organismos patogênicos, pode ser utilizado diretamente em solos agrícolas como fertilizante.
16 Recondicionador: insumo utilizado na agricultura, como fertilizante do solo.
7 Tecnologias de reaproveitamento
119
b) O húmus torna o solo poroso, permitindo a aeração das raízes, retenção de água e dos nutrientes.
Os nutrientes minerais podem chegar a 6% em peso do composto e incluem o nitrogênio, fósforo,
potássio, cálcio, magnésio e ferro, que são absorvidos pelas raízes das plantas.
A seguir são apresentadas a principal lei e instruções normativas que estabelecem limites de qualidade
para compostos orgânicos e produtos similares:
a) Lei nº 6.894/80, alterada pela Lei nº 6.934/81, que dispõe sobre a inspeção e a fiscalização da produção
e do comércio de fertilizantes, corretivos, inoculantes, estimulantes ou biofertilizantes destinados à
agricultura (e o Decreto-Lei nº 86.955/82, que a regulamenta);
b) Instrução Normativa MAPA n° 10/2004, aprova as disposições sobre a classificação e os registros
de estabelecimentos e produtos, as exigências e critérios para embalagem, rotulagem, propaganda e
para prestação de serviço, bem como os procedimentos a serem adotados na inspeção e fiscalização
da produção, importação, exportação e comércio de fertilizantes, corretivos, inoculantes e biofertili-
zantes, destinados à agricultura;
c) Fertilizantes orgânicos IN SDA nº 25/2009, especifica fertilizantes orgânicos e estabelece especifica-
ções, garantias, tolerâncias e registro dos fertilizantes orgânicos simples, compostos, organominerais
e biofertilizantes destinados à agricultura;
d) Limites para contaminantes IN SDA nº 27/2006, estabelece concentrações máximas admitidas
para agentes fitotóxicos, patogênicos ao homem, animais e plantas, metais pesados tóxicos, pragas e
ervas daninhas fertilizantes, corretivos, inoculantes e biofertilizantes.
Poderemos observar, na figura a seguir, a montagem de um cilindro simples de compostagem na zona
rural.
Os três tipos mais comuns de sistema de compostagem utilizados são (ANDREOLI; LARA; FERNANDES,
2001):
a) Pilha estática: consiste de uma grade de aeração ou tubos de exaustão sobre a qual a mistura de
lodo e o agente de suporte são colocados;
b) Pilhas reviradas: a aeração do composto, necessária à decomposição biológica, é realizada manual-
mente, através do reviramento da pilha de compostagem, com enxada ou outro instrumento;
c) Sistemas fechados ou biodigestores: nesse caso, a decomposição biológica da matéria orgânica
ocorre dentro de um contêiner (processo anaeróbio).
7 Tecnologias de reaproveitamento
121
CASOS E RELATOS
Atualmente, o reaproveitamento de resíduos urbanos e industriais (lodos) em solos é uma técnica que
vem crescendo, especialmente pelo uso de lodos oriundos de estação de tratamento de esgoto domésticos
em solos agrícolas e florestais. O lodo contém nutrientes como nitrogênio (N) e fósforo (P). Micronutrientes
como boro (B), manganês (Mn), cobre (Cu), molibdênio (Mo), zinco (Zn) e outros de diversas origens têm
sido investigados quanto ao seu aproveitamento para a produção de fertilizantes, como agente restaura-
dor de áreas degradadas e substrato para atividade microbiana na biorremediação de solos contaminados
com diesel (ROSA, E. V. C., 2004; ROSA, E. V.C. et al, 2007).
Para a aplicação de lodos de sistemas de tratamento de esgotos na agricultura, é necessário que essa
atividade seja regulamentada, de modo que se fixem as condições e restrições para que os lodos possam
ser aplicados de forma segura para a população e o meio ambiente. Para uso agrícola, devem ser leva-
dos em consideração os aspectos referentes à qualidade dos lodos, principalmente quanto aos metais,
compostos orgânicos, organismos patogênicos e atração de vetores, a exemplo de mosquitos, baratas e
ratos. Além disso, devem também ser considerados os seguintes aspectos: condições do solo para uso do
biossólido, características das áreas para aplicação do lodo, taxa de aplicação do lodo e culturas agrícolas
recomendadas.
GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
122
Os objetivos dos processos de estabilização do lodo são: eliminar os inconvenientes de odor, redu-
zir a presença de organismos patogênicos, reduzir ou eliminar o potencial de putrefação17. Para isso,
são empregados processos químicos, físicos e biológicos, que utilizam vários mecanismos de ate-
nuação (BETTIOL; CAMARGO, 2000). Os métodos mais utilizados de estabilização são: digestão
anaeróbica18, compostagem e alcalinização19. Exemplos de lodos com potencial de usos são: lodos urba-
nos, lodos de indústrias de alimentos, lodos de indústria de papel e celulose etc. Ressalta-se que, para usar
essa técnica, deve-se ter autorização do órgão ambiental ou seguir as normas pertinentes de aplicação ao
solo.
A geração de energia a partir de resíduos pode ser obtida através da queima de resíduos com alto poder
calorífico, em que se pode gerar energia térmica. Outra forma importante para geração de energia é a
partir da biodegradação de resíduos. Os resíduos ricos em matéria orgânica biodegradável podem produ-
zir gás metano (CH4) através de uma digestão anaeróbica. O gás gerado pode ser captado e aproveitado,
através de um biodigestor, gerando energia térmica ou elétrica.
Agrega-se muito a essa tecnologia os projetos de MDL (mecanismo de desenvolvimento limpo), onde
é feita a captura de gases do efeito estufa e sua transformação em energia, proporcionando um ganho de
“créditos de carbono”.
O biodigestor é fechado para impedir a entrada de oxigênio. Dessa forma, a degradação biológica da
matéria orgânica será realizada por microrganismos anaeróbios, com a consequente produção do gás
metano, que pode ser aproveitado como fonte de energia.
17 Putrefação: decomposição de substâncias ou compostos orgânicos.
18 Digestão anaeróbica: processo de decomposição biológica da matéria orgânica, na ausência de oxigênio.
19 Alcalinização: processo de elevação do pH (potencial Hidrogeniônico) de uma solução.
7 Tecnologias de reaproveitamento
123
A seguir, analisaremos a seção de “Casos e relatos” que retrata o comércio de carbono instaurado pelo
mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL) resultante do Protocolo de Kyoto. Essa discussão gira em
torno do polêmico debate acerca da redução das emissões de poluentes atmosféricos. O MDL foi criado
com a intenção de viabilizar o cumprimento das metas estabelecidas pelo referido protocolo, através de
transações mercadológicas que envolvem a compra e a venda de créditos de carbono. De maneira simplifi-
cada, o MDL funciona da seguinte forma: geradores de emissões atmosféricas que não conseguem reduzir
suas emissões aos níveis requeridos pelo protocolo podem adquirir créditos daqueles que conseguiram
atingir e ainda têm uma reserva de créditos.
GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
124
CASOS E RELATOS
O aproveitamento de resíduos na construção civil tem sido uma alternativa crescente no campo da
reciclagem e na produção de novos materiais.
processos cerâmicos
RECAPITULANDO
Neste capítulo, estudamos diferentes opções para o reaproveitamento de resíduos, incluindo a incor-
poração de resíduos para a fabricação de cimento (técnica de coprocessamento) e para a produção
de outros materiais para a construção civil, a exemplo dos processos relacionados ao cimento e as
cerâmicas. Analisamos o reaproveitamento dos biossólidos a partir dos resíduos urbanos e indus-
triais (lodos), conhecemos as tecnologias para o aproveitamento energético de resíduos e vimos o
aproveitamento de resíduos orgânicos na produção de adubo ou húmus através da compostagem.
Com base nesses conhecimentos você é capaz de entender a aplicação de tecnologias de reapro-
veitamento e valorização de resíduos, bem como seus aspectos técnicos, econômicos e sociais,
elementos que certamente serão úteis para sua formação e atuação profissional.
Tecnologias de disposição final
De acordo com o artigo 3, inciso VIII da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), dis-
posição final ambientalmente adequada é a distribuição ordenada de rejeitos em aterros,
observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública
e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos.
A disposição final ambientalmente adequada deve ser realizada quando esgotadas outras
possiblidades de destinação. O artigo 7 da PNRS deixa claro que, antes da disposição final
ambientalmente adequada, devem ser adotadas as medidas necessárias para priorizar a não
geração de resíduos, sua redução, reutilização, reciclagem e o seu tratamento, nessa ordem.
Existem aterros sanitários que são para destinos de resíduos urbanos e aterros industriais
voltados para resíduos das indústrias. Veremos com maior profundidade cada um deles a
seguir.
GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
128
Os aterros sanitários são construídos com base em um projeto de engenharia, que envolve a prepara-
ção do terreno com a impermeabilização do solo e o selamento da base com argila e mantas de PVC. A
operação dos aterros sanitários envolve a disposição e a cobertura diária dos rejeitos, evitando a prolifera-
ção de vetores, o mau cheiro e a poluição visual. Os aterros sanitários contam com um sistema de captação
de chorume através de drenos, para encaminhamento desse líquido à bacia de acumulação e posterior
tratamento em estação de tratamento, evitando a contaminação do lençol freático e do solo.
Nesse sistema de disposição dos resíduos sólidos, não há catadores em atividade no terreno e a quan-
tidade de resíduos que entra é controlada. Os aterros sanitários também contam com um sistema de
captação e armazenamento ou queima do gás metano, resultante da decomposição da matéria orgânica.
Ao final da vida útil do aterro sanitário, a empresa que o opera é responsável por efetuar um plano de recu-
peração da área, a ser executado após o encerramento do aterro.
O aterro sanitário tem como um dos subprodutos a emissão de gases provenientes da decomposição
do material orgânico. Os principais constituintes são o gás dióxido de carbono e o gás metano, sendo este
último um combustível. Atualmente, esses têm sido capturados, gerando energia. Além disso, muitos pro-
jetos têm se enquadrado como projetos de mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL), em acordo ao
Protocolo de Kyoto.
A figura a seguir apresenta de forma simplificada um aterro sanitário em suas diferentes etapas, desde
quando o aterro está sendo preparado para o recebimento dos rejeitos (após o preparo do terreno, cober-
tura com manta impermeabilizadora e instalação de estrutura de captação do chorume e captação do gás
metano), passando pela etapa de execução do aterro (quando os rejeitos são recebidos e devidamente
cobertos), até chegar à fase de conclusão do aterro, que envolve projeto de recuperação da área degra-
dada (no exemplo, com cobertura do talude e reflorestamento).
No exemplo da figura anterior, o gás metano é queimado em “flares” (queimadores), mas uma solução
ainda mais adequada, do ponto de vista ambiental, seria o seu aproveitamento para a geração de ener-
gia, que poderia ser utilizada no próprio aterro. O chorume é direcionado para ser tratado em estação de
tratamento. As águas superficiais decorrentes das chuvas, por sua vez, devem ser drenadas devidamente,
para evitar que o seu escoamento cause deslizamentos de terra e outros problemas operacionais ao aterro.
No aterro sanitário ocorre o tratamento dos resíduos orgânicos através da decomposição pelas bacté-
rias anaeróbias. De modo geral, as medidas de controle para prevenir a poluição em um aterro sanitário
são:
a) Solo impermeabilizado para evitar a contaminação do solo e do lençol freático;
b) Rejeito compactado (cerca de 1 m de espessura – valor depende do tipo de compactação) por máqui-
nas;
c) Camada de terra (30 cm, aproximadamente) cobrindo o resíduo compactado, para evitar a prolifera-
ção de ratos e insetos;
d) Por meio das canaletas (“drenos de chorume” apresentados na figura), o chorume líquido escuro e
malcheiroso (decorrente da decomposição da matéria orgânica) – escoa para lagoas impermeabiliza-
das, construídas para esse fim;
e) O chorume é tratado nas estações de tratamento para atender aos padrões ambientais de lança-
mento dos corpos hídricos;
f) O gás metano produzido pela decomposição anaeróbia é conduzido através das tubulações verticais
que transportam o gás até a extremidade superior, onde o gás é queimado.
Alguns anos após o encerramento do aterro sanitário, o terreno pode ser aterrado e recuperado como
área de lazer, porém, não pode ser usado para construções, já que não há resistência mecânica do terreno
que abriga os resíduos depositados, o que poderia levar ao desmoronamento das estruturas construídas.
SAIBA Consulte o Guia para Elaboração de Projetos de Aterros Sanitários para Resíduos Só-
lidos Urbanos, elaborado pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agro-
MAIS nomia (Crea) do Paraná e conheça esse assunto com maior profundidade.
8 Tecnologias de disposição final
131
CASOS E RELATOS
O aterro controlado é uma categoria intermediária entre lixão e aterro sanitário. Diferencia-se do lixão
porque os resíduos são cobertos com uma camada de terra, argila, grama ou material afim. Embora não
seja uma solução adequada, reduz o mau cheiro e o impacto visual do depósito a céu aberto. É irregular
porque não há impermeabilização do solo, não há tratamento do chorume ou do biogás, além de outros
aspectos técnicos.
SAIBA Saiba mais sobre a situação dos catadores de material reciclável no Brasil consultando
MAIS o Diagnóstico sobre Catadores de Resíduos Sólidos, disponível no portal do IPEA.
8 Tecnologias de disposição final
133
Aterro industrial é uma técnica de disposição final de resíduos sólidos perigosos ou não perigosos que
utiliza princípios específicos de engenharia para seu seguro confinamento, sem causar danos ou riscos à
saúde pública e à segurança, e que evita a contaminação de águas superficiais, pluviais e subterrâneas,
minimizando os impactos ambientais (ABRELPE, 2007). A construção desse tipo de aterro necessita de libe-
ração de órgão responsável e possui critérios específicos de engenharia somente para resíduos especiais e
liberação de órgão responsável (IPEA, 2012b).
Os resíduos dispostos em aterro devem ser tanto quanto possíveis secos (70% – teor máximo de umi-
dade), estáveis, pouco solúveis e não voláteis. Não devem ser dispostos nos aterros industriais: ácidos,
bases fortes, compostos orgânicos muito solúveis e voláteis, materiais inflamáveis, explosivos e resíduos
radioativos. Entretanto, com o emprego de técnicas especiais de estabilização, encapsulamento e soli-
dificação/vitrificação, é possível dispor muitos desses materiais depois de passarem por processos de
tratamento que os tornam insolúveis e estáveis (IPEA, 2012b).
Ácidos, bases fortes, materiais inflamáveis, explosivos e resíduos radioativos não po-
FIQUE dem ser dispostos em aterros industriais, a menos que sejam empregadas técnicas
ALERTA especiais de pré-tratamento, a exemplo de estabilização, encapsulamento, solidifi-
cação e vitrificação. (Fonte: IPEA, 2012b).
A disposição de resíduos industriais pode ser realizada em bombonas, “berços” de argila ou outros
materiais, e o monitoramento deve ser permanente, a fim de prevenir a possibilidade de contaminação do
solo e das águas subterrâneas, e o material lixiviado20 emitido pelo aterro industrial deve ser reduzido ao
mínimo. Os cuidados incluem a seleção criteriosa da área, os sistemas de impermeabilização, o tratamento
do percolado21, de drenagem de águas pluviais, de gases, de cobertura, de detecção de vazamentos, de
monitoramento dos aquíferos e das águas superficiais e o plano de fechamento do aterro22.
Várias normas técnicas estão disponíveis para dar suporte à construção e manutenção de aterros indus-
triais e gerenciamento de resíduos. A Resolução do Conama nº 404 (BRASIL, 2008b) estabelece critérios
para o licenciamento de aterros sanitários de pequeno porte de resíduos urbanos e a norma ABNT NBR
10157:1987 estabelece os critérios técnicos para construção de aterro para resíduos perigosos.
A ABNT NBR 10157, sobre aterros de resíduos perigosos – critérios para projeto, construção e operação,
estabelece exigências relativas à localização, segregação, análise de resíduos, monitoramento, inspeção,
fechamento de instalação e treinamento de pessoal. A figura a seguir apresenta de forma simplificada os
compartimentos de um aterro industrial.
20 Material lixiviado: resultado do processo de extração de substância presente em um sólido através da sua dissolução em um
líquido.
21 Percolado: líquido resultante da passagem da água das chuvas por um meio poroso em combinação com a matéria orgânica
decomposta e que escorre de aterros sanitários.
22 Plano de fechamento do aterro: plano no qual é descrito o programa de monitoramento e controle geotécnico e ambiental
do aterro, os procedimentos para a sua manutenção até que o terreno esteja estabilizado e o planejamento da recuperação
ambiental e eventual aproveitamento da área.
GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
134
Como vimos na figura anterior, os dois exemplos de aterros com sistema duplo de geomembranas
diferenciam-se pela existência de um liner a mais (liner inferior) na figura de cima. Os liners são barreiras
impermeáveis utilizadas em aterros sanitários para impedir ou diminuir o fluxo de resíduos líquidos gera-
dos protegendo, dessa forma, o meio ambiente. Diversas formas de barreiras impermeáveis são utilizadas
nos liners, incluindo solos com baixa condutividade hidráulica, solos compactados, materiais sintéticos
como geomembranas, geotêxteis, geocompostos argilosos e/ou uma combinação de todos esses (LODI;
BOENO; ZORNBEG, 2009).
Um problema importante a ser considerado no projeto de aterros industriais é a determinação da loca-
lização dos poços de monitoramento. Primeiramente, determina-se o sentido do escoamento do fluxo do
lençol freático, instalando no mínimo quatro poços, um a montante (antes) do deposito de resíduos e três
a jusante (após), conforme determina a norma ABNT NBR 10157:1987.
Geralmente, um único poço a montante, bem posicionado, é suficiente para cumprir sua finalidade,
contanto que não haja possibilidade de exposição do fluxo da possível pluma23 gerada pelo escoamento
do percolado. Esses poços devem ser posicionados transversalmente ao fluxo subterrâneo, distribuindo-
23 Pluma: emissão contínua de poluentes no subsolo a partir de uma fonte pontual, cuja expansão é influenciada pelo fluxo da
água subterrânea, pela permeabilidade do solo e pelos contaminantes presentes.
8 Tecnologias de disposição final
135
-se ao longo da largura da possível pluma e próximos a área de disposição, para facilitar a identificação
da pluma, no caso do lixiviado atingir o lençol freático (COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO
AMBIENTAL - CETESB, 1988).
Os poços devem ter diâmetro suficiente para a coleta das amostras (no mínimo 10 cm), de modo a
permitir a entrada do amostrador. Os poços de monitoramento são constituídos das seguintes partes:
revestimento interno, filtro, pré-filtro, proteção sanitária, tampão, selo, preenchimento e guias centraliza-
doras.
a) Impermeabilização do aterro: deve ser construída uma camada impermeabilizante com espessura
e resistência suficiente para evitar rupturas e infiltrações. Normalmente, utiliza-se uma manta de plástico
resistente (geralmente o polietileno de alta densidade – PEAD), além da camada de argila compactada,
para garantir maior estanqueidade. Após essa camada, deve haver um sistema de detecção de vazamento
de percolado;
b) Drenagem para coleta do líquido percolado: essa drenagem deve ser construída de material qui-
micamente resistente ao resíduo e ao chorume.
c) Sistema de tratamento do líquido percolado: esse sistema deve ser projetado, construído e ope-
rado de forma que seus efluentes atendam aos padrões de qualidade para lançamento em corpo d’água
receptor, ou mesmo para o seu reúso.
d) Segurança do aterro: o aterro deve ser operado de forma a minimizar a possibilidade de fogo,
explosão ou derramamento de resíduos perigosos no ar, água superficial e solo. Deverão ser adotados pro-
cedimentos para garantir a segregação de resíduos, que possam reagir ao se misturar, provocando efeitos
indesejáveis, como o fogo e a liberação de gases tóxicos. A disposição de resíduos perigosos em aterros
vem encontrando cada vez mais restrições, tanto pela pressão da comunidade como por razões técnicas,
já que a tecnologia empregada não assegura proteção a longo prazo.
É importante ressaltar que em aterros não há eliminação do passivo ambiental, apenas o seu controle.
Para prolongar a vida útil de um aterro, devem ser encontradas soluções de redução da geração dos resí-
duos.
Iniciativas que visam a geração de energia através dos resíduos já ocorrem no Brasil. Verifique no “Casos
e relatos” apresentado a seguir.
GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
136
CASOS E RELATOS
O Casos e Relatos apresentado demonstra que já existe, no Brasil, iniciativa de gestão dos resíduos
que envolve o seu aproveitamento como fonte de energia. Mas é importante reforçar que o aproveita-
mento energético deve ser adotado somente depois de exauridas as alternativas mais adequadas, como
reaproveitamento e reciclagem. De todo modo, o tratamento térmico com aproveitamento energético dos
resíduos é uma solução melhor do que a disposição final.
8 Tecnologias de disposição final
137
RECAPITULANDO
Em 23 de dezembro de 2010, a PNRS (Lei nº 12.305/2010) (BRASIL, 2010b) foi regulamentada pelo
Decreto nº 7.404, que prevê regras para a criação do Plano Nacional de Resíduos Sólidos em até 180 dias,
após da publicação do decreto (BRASIL, 2010a).
Assim, o PNRS foi elaborado pela União, sob a coordenação do Ministério do Meio Ambiente, e subme-
tido à consulta pública. Os procedimentos para a elaboração desse plano envolveram:
a) A formulação e divulgação da proposta preliminar;
b) A submissão da proposta à consulta pública;
c) A realização de audiências públicas em cada região do país e uma audiência de âmbito nacional;
d) A apresentação de proposta do plano complementada pelas contribuições advindas da consulta e
audiências públicas.
Esse plano vem sendo apreciado pelos Conselhos Nacionais de Meio Ambiente, das Cidades, de Recur-
sos Hídricos, de Saúde e de Política Agrícola. Após essa etapa, o Ministério do Meio Ambiente encaminhará
à Presidência da República proposta de decreto para aprovação do referido plano.
Na esfera estadual, cabe aos Estados promover a integração da organização, do planejamento e da
execução das funções públicas de interesse comum, relacionadas à gestão dos resíduos sólidos nas regiões
metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, nos termos da lei complementar estadual pre-
vista no parágrafo 3º do artigo 25 da Constituição Federal, além de apoiar e priorizar as iniciativas dos
municípios. Para tanto, prevê-se a elaboração e implementação dos planos estaduais e municipais para o
gerenciamento de resíduos sólidos (BRASIL, 2010b).
9 Plano de gerenciamento de resíduos sólidos (PGRS)
141
Os planos estaduais devem abranger todo o território do respectivo estado. Os planos regionais de resí-
duos sólidos, ou microrregionais, são direcionados às regiões metropolitanas ou aglomerações urbanas.
Nesse contexto, deverão participar, obrigatoriamente, todos os municípios que integram a respectiva área
de abrangência (BRASIL, 2010b).
Os municípios com população inferior a 20 mil habitantes poderão adotar planos simplificados, con-
tendo diagnóstico da situação dos resíduos sólidos gerados no território, cujo conteúdo deve informar
(BRASIL, 2010b):
a) A indicação da origem, volume e massa, a caracterização dos resíduos e as formas de destinação e
disposição final adotadas;
b) A identificação das áreas favoráveis para disposição final ambientalmente adequada de rejeitos e o
zoneamento ambiental24;
c) A identificação da possibilidade de implantação de soluções consorciadas ou compartilhadas com
outros municípios;
d) A identificação dos resíduos e geradores sujeitos ao plano de gerenciamento ou ao sistema de logís-
tica reversa;
e) Os procedimentos operacionais e especificações a serem adotadas nos serviços públicos de limpeza
urbana e de manejo de resíduos sólidos;
f) As regras para transporte e outras etapas do gerenciamento de resíduos;
g) A definição de responsabilidades quanto a sua implementação;
h) Os programas e ações de educação ambiental e para a participação de cooperativas de catadores de
materiais recicláveis;
i) O sistema de cálculo dos custos de prestação dos serviços públicos de limpeza urbana, manejo e
forma de cobrança desses serviços;
j) As metas de coleta seletiva e reciclagem;
k) As formas e limites de participação do poder público local na coleta seletiva e na logística reversa e de
outras ações relativas à responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;
l) A identificação de áreas de disposição inadequada e áreas contaminadas e medidas saneadoras;
m) A periodicidade de sua revisão.
Os municípios que optarem por soluções consorciadas intermunicipais para gestão dos resíduos sóli-
dos estão dispensados da elaboração do plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos, desde
que o plano intermunicipal atenda ao conteúdo mínimo previsto no artigo 19 da Lei nº 12.305/2010 (BRA-
SIL, 2010b). Verifique, na figura seguinte, os planos de gestão existentes.
24 Zoneamento ambiental: instrumento de planejamento do uso do solo, que consiste na delimitação de zonas, de acordo com
as suas características, visando o seu uso sustentável.
GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
142
SAIBA Para aprender mais sobre consórcios públicos, consulte a Lei n° 11.107/15.
MAIS
Na perspectiva de aprofundarmos nossos estudos, veremos, em seguida, a seção “Casos e Relatos”, que
discutirá o aspecto legal sobre os planos municipais e estaduais de resíduos sólidos.
9 Plano de gerenciamento de resíduos sólidos (PGRS)
143
CASOS E RELATOS
Você sabia que no Brasil, há entre 400 mil e 600 mil catadores de material
CURIOSIDADES reciclável, dos quais apenas 10% estão organizados em cooperativas? Sua
renda mensal varia entre R$ 400 e R$ 520 (Fonte: IPEA, 2012c).
Depois de termos estudado os planos de resíduos sólidos de competência do setor público, vamos
conhecer os pressupostos para a elaboração dos planos de resíduos sólidos de competência do setor pri-
vado. É importante salientar que aqueles segmentos empresariais geradores de resíduos sólidos que são
obrigados por lei a elaborar o PGRS, conforme vimos no início deste capítulo, devem considerar, na elabo-
ração dos seus PGRS, o disposto nos planos estaduais e municipais.
GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
144
Conforme vimos no início deste capítulo, o artigo 20 da Lei nº 12.305/2010, que instituiu a PNRS, define
quais são os geradores de resíduos sólidos que estão sujeitos à elaboração do PGRS. Entre os segmentos
obrigados a elaborar o PGRS estão a indústria, os hospitais e clínicas, as construtoras, etc.
É importante considerar que o PGRS é parte integrante do processo de licenciamento ambiental do
empreendimento ou atividade pelo órgão ambiental competente. No caso de empreendimentos e ativi-
dades não sujeitos a licenciamento ambiental, a aprovação do plano de gerenciamento de resíduos sólidos
cabe à autoridade municipal (BRASIL, 2010b).
O PGRS deve conter a descrição do empreendimento ou atividade; o diagnóstico dos resíduos sólidos
gerados, contendo a origem, o volume e a caracterização dos resíduos, além dos passivos ambientais a
estes relacionados; os responsáveis por cada etapa do gerenciamento de resíduos sólidos; a definição dos
procedimentos operacionais de cada etapa; a identificação das soluções consorciadas ou compartilhadas
com outros geradores; as ações preventivas e corretivas a serem executadas em situações de gerencia-
mento incorreto ou acidentes; as metas e procedimentos relacionados à minimização da geração de
resíduos sólidos e à reutilização e reciclagem; medidas saneadoras dos passivos ambientais relacionados
aos resíduos sólidos; além da periodicidade de sua revisão, considerando-se o prazo de vigência da respec-
tiva licença de operação do empreendimento ou atividade (BRASIL, 2010a).
Na seção “Casos e Relatos” apresentada a seguir, conheceremos o resumo da gestão de resíduos sólidos
realizada por uma concessionária de ferrovias que atua no Brasil.
9 Plano de gerenciamento de resíduos sólidos (PGRS)
145
CASOS E RELATOS
Em seu artigo 22, a Lei nº 12.305/2010, sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos, exige um res-
ponsável técnico devidamente habilitado para a elaboração, implementação, operacionalização e
monitoramento de todas as etapas do plano de gerenciamento de resíduos sólidos industriais (BRA-
SIL, 2010b).
O PGRS, que poderia se configurar em um fator complicador para as pequenas e microempresas (devido
aos custos de contratação de profissional para elaborá-lo, dos custos de treinamento dos empregados
para implementá-lo, etc.) é dispensável para empresas que gerem apenas resíduos domiciliares e pode
ser elaborado de maneira coletiva por micro e pequenas empresas da mesma área de abrangência, com
redução de custos e simplificação do projeto. Assim, soluções coletivas poderão ser criadas para Arranjos
Produtivos Locais (APL), o que dependerá da aprovação pelos órgãos ambientais estaduais. Contudo, isso
não se aplica a empresas geradoras de resíduos perigosos. O PGRS, sempre que possível, deverá prever a
participação de cooperativas de catadores de materiais recicláveis, conforme preconiza a PNRS.
GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
146
Além dos PGRS, que integram os processos de licenciamento ambiental dos empreendimentos e ativi-
dades potencialmente poluidoras, informações sobre resíduos sólidos também devem ser cedidas pelas
indústrias para subsidiar a elaboração dos inventários estaduais de resíduos sólidos, de acordo com a
Resolução do Conama nº 313/2002 (BRASIL, 2002c), que define o conjunto de informações que devem ser
declaradas pelas indústrias sobre geração, características, armazenamento, transporte, tratamento, reu-
tilização, reciclagem, recuperação e disposição final de resíduos sólidos industriais. Os dados devem ser
declarados pelas indústrias, respeitando-se os códigos presentes nos anexos da Resolução do Conama
nº 313/2002, seja para a classificação dos resíduos sólidos não perigosos e perigosos, como também os
códigos de reutilização, reciclagem, recuperação e disposição final. Para tanto, é necessário que a indústria
especifique corretamente a que classe o resíduo pertence.
De acordo com o artigo 4 da Resolução do Conama nº 313/02, os seguintes setores industriais deveriam
apresentar ao órgão estadual de meio ambiente, no máximo um ano após a publicação dessa resolução,
informações sobre geração, características, armazenamento, transporte e destinação de seus resíduos sóli-
dos:
a) Indústrias de preparação de couros e fabricação de artefatos de couro;
b) Fabricação de coque;
c) Refino de petróleo;
d) Elaboração de combustíveis nucleares e produção de álcool;
e) Fabricação de produtos químicos;
f) Metalurgia básica;
g) Fabricação de produtos de metal;
h) Fabricação de máquinas e equipamentos;
i) Máquinas para escritório e equipamentos de informática;
j) Fabricação e montagem de veículos automotores, reboques e carrocerias;
k) Fabricação de outros equipamentos de transporte (BRASIL, 2002c; IPEA, 2012b).
As indústrias devem declarar todos os resíduos que gerenciam, desde os resíduos sólidos que rece-
bem de outras empresas (se for o caso), incluindo também os estoques de resíduos que mantêm em seus
pátios ou unidades, os resíduos que são reaproveitados ou reciclados na própria indústria e aqueles que
são encaminhados para tratamento fora da indústria ou para a disposição final. Na figura a seguir, observe
o resumo do sistema declaratório de resíduos que o setor produtivo deve preencher e informar ao órgão
ambiental estadual.
9 Plano de gerenciamento de resíduos sólidos (PGRS)
147
Segundo a Resolução do Conama nº 313/02, os inventários estaduais devem ser elaborados pelos
órgãos ambientais, consolidando as informações resultantes do sistema declaratório das indústrias. Essa
resolução também define que as empresas não sujeitas ao sistema declaratório devem estabelecer uma
metodologia padronizada para quantificação e declaração dos diversos tipos de resíduos que gera (BRA-
SIL, 2002c).
Dessa forma, a implantação dos PGRS e o sistema declaratório de resíduos sólidos industriais que ali-
menta os inventários estaduais podem contribuir para a inovação e aplicação da produção mais limpa,
logística reversa e de recuperação energética dos resíduos como solução tecnológica. Se por um lado a lei
da PNRS pressiona o setor produtivo para o melhor gerenciamento dos seus resíduos sólidos, por outro,
proporciona meios para a realização da análise do ciclo de vida dos produtos, para a melhoria da eficiência
no uso de materiais, para a valorização dos resíduos e geração de negócios, entre outras mudanças que
favorecem o setor empresarial.
As etapas do gerenciamento de resíduos incluem identificação, inventário, amostragem ABNT NBR
10007:2044, classificação ABNT NBR 10004:2004, a segregação, o acondicionamento, o manuseio, o
armazenamento, o transporte, além da busca de alternativas de destinação, tratamento, reutilização,
reprocessamento, reciclagem e disposição e a valoração dos resíduos sólidos. A seguir são apresentados
os itens que compõem o escopo básico de um plano de gerenciamento de resíduos sólidos (PGRS):
classificação
A classificação dos resíduos sólidos deve ser realizada de acordo com a norma da ABNT NBR 10004:2004,
a qual determina o procedimento para definir se o resíduo é perigoso (classe I) ou não perigoso (classe II,
podendo ser II A – não inerte ou II B – inerte).
GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
148
segregação
Essa etapa consiste na separação e triagem dos resíduos, segundo suas características, para evitar o
risco de contaminação por outros materiais. A segregação dos resíduos evita a mistura de resíduos sólidos
com características incompatíveis, prevenindo riscos ambientais e ocupacionais.
A segregação deve ser iniciada no momento da geração do resíduo, evitando, dessa forma, a mistura de
resíduos perigosos e não perigosos, e viabilizando o reaproveitamento, reúso, recuperação, reciclagem e/
ou tratamento de acordo com a classificação obtida pelo resíduo.
A combinação de resíduos tóxicos, além de provocar danos ao meio ambiente e à saúde humana,
aumenta o volume de resíduos sólidos a ser tratado, ou disposto, acarretando um maior custo com o
tratamento ou disposição e aumentando o risco operacional. Em se tratando da incompatibilidade dos
resíduos, a figura a seguir ilustra os tipos de reações que podem ocorrer a partir da mistura de alguns dos
resíduos comumente gerados em indústrias.
9 Plano de gerenciamento de resíduos sólidos (PGRS)
149
A figura anterior representa as possíveis consequências da mistura de resíduos (ex.: geração de calor,
geração de gás tóxico ou gás inflamável) com base na composição desses resíduos. De acordo com a figura,
é possível verificar, por exemplo, que a combinação de compostos orgânicos halogenados (número 4) com
ácidos minerais oxidantes (número 1) pode gerar calor, fogo e gases tóxicos. Metais tóxicos (número 6),
quando entram em contato com água ou soluções aquosas (número 11), podem ocasionar a solubilização
de toxinas.
Uma das principais ferramentas utilizadas nos planos de gerenciamento de resíduos sólidos para a
segregação baseia-se na coleta seletiva. No caso de empresas e indústrias, a separação dos resíduos é
realizada pelos próprios empregados, o que contribui para agilizar o processo. Os recipientes para o rece-
bimento de diferentes tipos de resíduos segregados são identificados por cores para facilitar a participação
dos empregados na segregação dos resíduos.
acondicionamento
É o processo de “embalar” os resíduos de forma adequada, através do uso de tambores e caixas, entre
outros recipientes. A escolha da maneira mais adequada de acondicionar os resíduos sólidos depende das
características do resíduo.
No quadro a seguir, verifique alguns exemplos do acondicionamento adequado de determinados resí-
duos.
Resíduo Acondicionamento
FIQUE Ao armazenar resíduos em sacos plásticos, preencha-os até 2/3 de sua capacidade
volumétrica e feche-o, retirando o excesso de ar de seu interior, tomando o cuidado
ALERTA de não inalar ou se expor ao fluxo de ar produzido. (Fonte: FONSECA, 2009).
identificação
A identificação dos resíduos serve para garantir a segregação realizada nos locais de geração e deve ser
visualizada nas embalagens, contêineres, nos locais de armazenamento e nos veículos de coleta interna e
externa.
É uma etapa extremamente importante para minimizar ou até eliminar os riscos ocupacionais e ambien-
tais. Algumas empresas adotam fichas-padrão de identificação de resíduos, onde constam os dados do
gerador e as características qualitativas e quantitativas do resíduo.
Com a identificação correta dos resíduos, todas as etapas do gerenciamento são garantidas, como o
manuseio, que tem seus riscos reduzidos quando a identificação é bem realizada.
9 Plano de gerenciamento de resíduos sólidos (PGRS)
151
FIQUE O manuseio de resíduos sólidos, sobretudo os perigosos, deve ser realizado median-
te a utilização de equipamentos de proteção individual (EPIs) corretamente, de forma
ALERTA a evitar o contato direto com resíduo e possíveis acidentes.
armazenamento
Duas situações são identificadas dentro de uma indústria no que diz respeito ao transporte, tendo em
vista o porte, o tamanho das instalações e o risco que os resíduos representam: o transporte interno e o
transporte externo.
a) Transporte interno: trata-se do transporte realizado no interior da empresa, compreendendo o des-
locamento da fonte geradora à área de armazenamento, da área de armazenamento à saída da empresa,
ou mesmo da fonte geradora direto para a saída da empresa.
Algumas indústrias têm planos de movimentação e transporte de resíduos, efetuados por elas mesmas,
através de formulários que acompanham os resíduos, ou até mesmo softwares que auxiliam no controle de
gestão e acompanhamento desse processo.
b) Transporte externo: consiste no transporte do resíduo fora da área da empresa, sendo o desloca-
mento entre a empresa e a área de armazenamento externa, da área de armazenamento externa para a
área de disposição final, ou mesmo da empresa direto para a área de disposição final.
GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
152
Em todos os casos, devem ser adotados os procedimentos de segurança para o transporte de cargas
perigosas. Para o transporte de resíduos perigosos (classe I), é necessária autorização do órgão ambiental,
denominada Autorização Para o Transporte de Resíduos Perigosos – ATRP.
A ATRP pode ser emitida para um volume total de resíduos a ser gerado durante um ano e, a cada trans-
porte desse resíduo, o volume vai sendo abatido do valor autorizado. Esse documento ajuda no controle
da prevenção contra acidentes ambientais, conferindo as responsabilidades do transporte dos resíduos ao
gerador, ou seja, a indústria é responsável pelos resíduos gerados por ela e também pelo seu transporte.
FIQUE Respeite as resoluções e NBRs sobre o transporte de resíduos perigosos para evitar
acidentes. Os riscos de acidentes com resíduos perigosos são altos porque a carga
ALERTA está sujeita a situações que escapam do controle do motorista.
educação ambiental
A Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA) (BRASIL, 1999a) estabelece como objetivos funda-
mentais da educação ambiental “o desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente
em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos,
sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos”. O entendimento da necessidade da gestão integrada
dos resíduos sólidos propiciou a formulação da pedagogia dos três Rs, que inspira, técnica e pedagogica-
mente, os meios de enfrentamento da questão dos resíduos. Apesar de ser um tema complexo, muitos
programas de educação ambiental são implementados de modo reducionista, já que, em função da
reciclagem, desenvolvem apenas a coleta seletiva de resíduos, em prejuízo de uma reflexão crítica e abran-
gente a respeito dos valores culturais da sociedade de consumo, do consumismo, do industrialismo, do
modo de produção capitalista e dos aspectos políticos e econômicos da questão dos resíduos (IPEA, 2012a;
LAYARGUES, 2002).
Todos os PGRS devem contemplar um programa de educação ambiental para disseminar boas práticas
ambientais relacionadas aos três Rs (reduzir, reutilizar e reciclar). Dessa forma, ações de capacitação para
a equipe da limpeza, assim como para os colaboradores das empresas, é de fundamental importância. No
programa de educação ambiental, devem ser incluídos também os visitantes, aos quais pode ser fornecido
um folder do programa sinalizando os principais aspectos do PGRS a serem observados durante a perma-
nência na empresa. Campanhas para estimular a redução da geração de resíduos devem ser realizadas
periodicamente, assim como a divulgação do quantitativo mensal de resíduos encaminhados para a reci-
clagem. Não há limites quanto ao escopo do programa de educação ambiental. No entanto, deve ser feito
de acordo com as particularidades da empresa onde esteja atuando.
9 Plano de gerenciamento de resíduos sólidos (PGRS)
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SAIBA Leia as normas técnicas: ABNT NBR 12235:1992, ABNT NBR 11174:1990 e ABNT
MAIS NBR 7500:2017.
O adequado gerenciamento de resíduos sólidos nas cidades não pode prescindir de um profundo
debate com participação da população brasileira sobre a questão do consumo, dos produtos gerados para
se deteriorar rapidamente impulsionando a circulação mais rápida da moeda e da geração de quantidades
cada vez maiores de resíduos sólidos.
Nas empresas, o PGRS precisa ser conhecido por todos e utilizado de forma dinâmica, sendo revisado e
melhorado periodicamente, como forma de alcançar a melhoria contínua na gestão.
RECAPITULANDO
Neste capítulo, estudamos quais são as ações estabelecidas por lei relacionadas aos planos de resí-
duos sólidos de competência dos setores públicos e privado. Identificamos que, entre os planos de
resíduos sólidos exigidos pela Lei nº 12.305/2010, estão os planos de gerenciamento de resíduos
sólidos (PGRS).
Conhecemos as etapas do escopo básico de um PGRS, que incluem: classificação, segregação, acon-
dicionamento, identificação, armazenamento e transporte de resíduos. Agora sabemos quais são
as principais etapas da implementação de um PGRS e desenvolvemos uma visão global das fases
envolvidas na gestão de resíduos sólidos.
Utilize esses conhecimentos no seu exercício profissional, na tomada de decisões para a resolução
de problemas relacionados a resíduos sólidos, sempre respeitando os procedimentos técnicos e a
legislação específica.
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o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a
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Minicurrículo dos autores
Edson Valmir Cordova da Rosa
Edson Valmir Cordova da Rosa é bacharel e licenciado em Química pela Universidade Federal
de Santa Catarina (UFSC). Possui mestrado em Química com ênfase físico-química ambiental e
bioensaios pela UFSC (1999) e doutorou-se em Química, com ênfase em Química Ambiental e Eco-
toxicologia, também pela UFSC (2004), ambos desenvolvidos em parceria com a agência alemã GTZ
e a FATMA-SC. Fez pós-doutorado na modalidade prodoc no Centro de Tecnologia Industrial Pedro
Ribeiro, Área de Meio Ambiente, SENAI CETIND-BA (2009). É revisor de periódicos: Water, Air and Soil
Pollution, Environmental Monitoring and Assessment e Periódico: Journal of Environmental Science
and Health. Part A, Toxic Hazardous Substa. Atualmente, é professor nos cursos de graduação,
pós-graduação e pesquisador do SENAI-BA. Desenvolve trabalhos em química ambiental e enge-
nharia ambiental, atuando principalmente nos seguintes temas: estudo da qualidade das águas,
solo, ar, resíduos industriais, remediação ambiental, oxidação avançada para tratamento de matri-
zes ambientais, avaliação e tratamento da poluição ambiental antropogênica, toxi/ecotoxicologia
aplicada e produção mais limpa.
A
Alcalinização 122
Aspergidos 101
B
Blend 115
C
Clinquerização 115
Compostos húmicos 117
D
Desoneração tributária 58
Digestão anaeróbica 122
G
Gestão integrada dos resíduos sólidos 57
I
Inócuo 101
J
Jazidas 116
L
Lixiviação 25
Lodo 118
M
Material lixiviado 133
P
Percolação 97
Percolado 133
Plano de fechamento do aterro 133
Pluma 134
Produtos químicos floculantes 96
Putrefação 122
R
Recalcitrantes 26
U
Unidades de decantação 96
V
Volatilizar 103
Z
Zoneamento ambiental 141
SENAI – Departamento Nacional
Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP
Marcelle Minho
Coordenação Educacional
André Luiz Lima da Costa
Igor Nogueira Oliveira Dantas
Coordenação de Produção
FabriCO
Revisão Ortográfica e Gramatical
Daiane Amancio
Regiani Coser Cravo
Revisão Ortográfica e Gramatical
Daiane Amancio
Regiani Coser Cravo
Revisão de Diagramação e Padronização
i-Comunicação
Projeto Gráfico