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MEMÓRIA DESCRITIVA DE HIDRÁULICA

INTRODUÇÃO

1.1 Generalidades

A presente memória descreve as redes hidráulicas do Armazém Intermediário de Medicamentos.

Foram concebidas redes com uma dimensão que permita um bom nível de conforto.

Esta Memória Descritiva inclui as seguintes redes hidráulicas:

· Rede de abastecimento de água potável;

· Rede de reaproveitamento de águas pluviais;

· Rede combate a incêndios;

· Rede de drenagem de águas residuais domésticas;

· Rede de drenagem de águas pluviais.

Os sistemas hidráulicos propostos neste projecto obedecem à regulamentação de sistemas prediais de


distribuição de água e drenagem de águas residuais e pluviais (RSPDADAR) em vigor no país, bem como a
normas técnicas seguidas em projectos similares.

Descrição Geral do Projecto

Os depósitos Intermédios de Medicamentos terão um edifício Central que será um depósito com
capacidade para 300, 600 ou 1.200 Paletes, rodeado por uma área de circulação de viaturas pesadas e
serviços de apoio.

As apoio serão contituidas por:

· Guarita;

· Posto de Transformação e Grupo Gerador;

· Área de Manutenção;

· Área de apoio a colaboradores externos (copa e balneários para motoristas);


· Depósito de água enterrado e outro elevado;

· Armazém de Produtos Tóxicos e Inflamáveis; e,

· Área de tratamento de lixos.

De acordo com o projecto de arquitectura o número máximo estimado de colaboradores para o


armazém de 1200 paletes é de 30 pessoas, valor considerado no dimensionamento dos sistemas
hidráulicos.

O edifício do Depósito de Medicamentos, de apoio a colaboradores externos, de Produtos Tóxicos e


Inflamáveis, Manutenção e Guarita, dispõem de casas de banho, que necessitarão de ser abastecidos
com água potável, para as pias e lavatórios, e com água pluvial para Mictórios.

REDE DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL E REAPROVEITAMENTO DE ÁGUAS PLUVIAS

Descrição geral das redes

As redes de água potável e de reaproveitamento de água pluvial são completamente independentes.

Devido ao facto do abastecimento de água em muitos pontos do país ser feito de forma intermitente e
com grande oscilação de pressão, optou-se por um sistema indirecto de abastecimento de água potável
com armazenamento de água obtida da rede pública ou do furo de água no reservatório inferior da torre
pressãocom capacidade para 78 m³ de água.

A partir do reservatório inferior a água será bombeada, através de um sistema compacto composto por
duasbombas centrífugas multicelulares verticais de funcionamento alternado, GRUNDFOS Hydro Multi-E
2 CRE3-5 (para um caudal, Q=4 m³/h e altura total de elevação, H=20 m) para um reservatório elevado
em betão armado, com capacidade de 10 m³ e uma altura, até a base do mesmo, de 13 m.

A tubagem de ligação das bombas de elevação de água ao reservatório superior, na ligação com o
reservatório inferior e na ligação entre bombas, até sair da casa das bombas da torre de pressão, será
em Ferro Galvanizado com um diâmetro de 2”.

A distribuição de água para o sistema de abastecimento de água do Depósito será a partir do


reservatório superior, descendo por uma baixada em Ferro Galvanizado de 4” de diâmetro ligada a
tubagem PP-R PN12ao nível do solo, cujos diâmetros estam indicados em desenhos da especialidade.
À entrada de cada compartimento e habitação a serem alimentados de água vinda da torre de pressão,
está prevista uma válvula de seccionamento (corte) de modo a permitir o seu isolamento em caso de
necessidade de manutenção.

Está previsto o fornecimento de água quente através de Termoacumuladores Eléctricos às casas de


banhos, pias e lavatorios com capacidade de 80 litros.

Caso se considere o furo de água como a fonte de água para o sistema de abastecimento de água
potável, dever-se-á avaliar a qualidade da água de modo a decidir-se o tipo de tratamento a submete-la,
por forma a torná-la potável.

Assim sendo, as águas Pluviais recolhidas na cobertura do Depósito de Medicamentos, serão


armazenadas num dos compartimentos do reservatório inferior da torre de pressão, cuja capacidade é
de 55 m³ de água pluvial, para que posteriormente se use a mesma no abastecimento de água aos
autoclismos de bacia de retrete, mictórios e bocas de rega e lavagens indicados em peças desenhadas.
Este sistema de reaproveitamento de águas pluviais terá um sistema compacto de pressurização
composto por duasbombas centrífugas multicelulares verticais de funcionamento alternado, GRUNDFOS
Hydro Multi-E 2 CRE 10-3 (para um caudal, Q=20 m³/h e altura total de elevação, H=25 m) que alimentará
directamente os pontos de consumo abrangidos pela rede de reaproveitamento de água pluvial.

Materiais

A ligação à rede pública de fornecimento de água será em tubagem PEAD PN10 de 50 mm de diâmetro,
com bóia mecânica do mesmo diâmetro que o da tubagem, a entrada do compartimento do reservatório
inferior da torre de pressão (ver desenhos da especialidade). Está prevista a colocação de contador de
água no ramal de ligação à rede pública, incluindo válvulas de seccionamento à montante e à jusante do
mesmo, instalados dentro dum armário junto ao muro de vedação.

Nas redes gerais e interna de distribuição de água aos edifícios do Depósito de Medicamentos e às
torneiras de jardim será usada a tubagem em Polipropileno Randómico da classe 12 (PP-R PN12), com
acessórios de ligação do mesmo material ou outro compatível, adequadamente aprovado. Para estes
materiais, nas zonas onde a tubagem estiver à vista, o espaçamento entre as abraçadeiras deverá
obedecer às recomendações do fabricante, não devendo exceder 80 cm para tubagens com diâmetros
até 40 mm e 150 cm para tubagens com diâmetros acima de 40 mm.

Todos os acessórios de ligação, válvulas e torneiras, deverão ser compatíveis com o material da tubagem
e a pressão de serviço da rede de distribuição de água, não devendo comprometer a potabilidade da
mesma.

Estes deverão ser de elevada qualidade, cuja aplicação será antecedida da aprovação da fiscalização e/ou
do dono da obra

REDE DE COMBATE À INCÊNDIOS

Descrição Geral da Rede

Trata-se de uma rede independente e autónoma de combate a incêndios do tipo armada/molhada,


constituída por bocas-de-incêndio armadas dispostas no perímetro do Depósito de Medicamentos cada
uma cobrindo um raio de acção de 30 m.

Em caso de combate a incêndios, a água será bombeada a partir do reservatório inferior de água da
torre de pressão de 78 m³ de capacidade útil, para as bocas-de-incêndio por meio de tubagem em aço
galvanizado de diferentes diâmetros.

Traçado e Instalação da Rede

A instalação da rede de incêndio deverá ser feita de acordo com as pecas desenhadas do projecto e
demais aspectos relativos aos fabricantes dos equipamentos, especificações técnicas gerais de
Engenharia civil e de acordo com as sugestões da fiscalização. A tubagem será instalada enterrada e no
tecto,fixa por braçadeiras com espaçamento adequado.

As bocas-de-incêndio foram posicionadas em locais de fácil acesso e visíveis nomeadamente nos


corredores próximo das escadas de acesso, cada uma cobrindo um raio de acção de 30 m (comprimento
das mangueiras).

Natureza dos materiais

As tubagens e todos os acessórios que constituem a rede de incêndio deverão ser em ferro galvanizado
FG.

A escolha destes materiais prende-se com o facto de serem materiais com disponibilidade no mercado
nacional e, não ser adequado o uso de tubagem plástica não enterrada, para o combate a incêndios.

Elementos acessórios da rede


Válvulas

Serão instaladas válvulas de seccionamento na tubagem de sucção das bombas, imediatamente a


jusante e

montante das bombas de incêndio e a montante das bocas-de-incêndio e em outros pontos estratégicos
na rede de incêndio.

As válvulas serão em ferro galvanizado ou outro material que reúna as necessárias condições de
utilização desde que previamente aprovado pela fiscalização.

Dever-se-á garantir o fácil acesso para manutenção e manuseio das válvulas. No pátio as mesmas
deverão ser instaladas em caixas de válvulas, munidas com todos os acessórios para o manuseio das
mesmas a partir do topo de acordo com as peças desenhadas do projecto.

Hidrantes

No pátio exterior do Depósito de Medicamentos deverão ser instalados hidrantes de coluna derrubáveis
em ferro fundido dúctil com 100 mm de diâmetro nominal e três saídas (100x65x50mm) de cor
vermelha.

Dimensionamento hidráulico

Rede de Distribuição

O dimensionamento hidráulico da rede de incêndio composta bocas-de-incêndio armadas foi efectuado


de acordo com os seguintes elementos:

· Caudais de cálculo;

· Velocidades entre 0,5 m/s e 2,0 m/s;

· Rugosidade do material;

· Pressão mínima nas bocas-de-incêndio: 250 kPa;

· Diâmetros mínimos dos ramais: 50 mm (2”);

· Bocas-de-incêndio de posicionamento hidraulicamente mais desfavorável.


Estacão de Bombagem (Reservatório e Bombas)

Foi estabelecido um volume do reservatório de incêndio de 78 m³. Este valor é superior ao necessário ao
combate com 2 bocas-de-incêndio durante 2 horas tendo em consideração que o mesmo reservatório é
usado para o abastecimento de água.

A estação de bombagem é o coração do sistema e será constituída por 2 bombas, sendo uma bomba
eléctrica e outra uma bomba Jockey.

As bombas devem ter accionamento directo e arranque automático. Deve existir a possibilidade de
arranque manual. Estando ligadas, as bombas devem funcionar continuamente até ordem de comando
manual de paragem.

Deve ser fornecido um quadro geral de sinalização com botões de comando, teste de lâmpadas pilotos
que indicam o estado de funcionamento e alarme, e mostradores tensão e correntes.

Será fornecido um equipamento de escorva automática para garantir que as bombas estejam com água
todo o tempo, com eliminação do ar existente no interior da bomba e da tubulação de sucção.

Qualquer queda de pressão no sistema que origine o arranque automático das bombas deve produzir
um sinal visual e audível de alarme em local apropriado das instalações.

Deverá estar previsto um sistema de válvulas que permita o teste de arranque automático das bombas
de forma periódica, para efeitos de manutenção.

Os manómetros a serem instalados no sistema de tubagem deverão indicar as pressões relevantes no


sistema.

As bombas de água serão instaladas dentro de uma casa de bombas construída para o efeito, sendo este
abrigo resistente ao fogo. O compartimento das bombas deve ser acessível de fora e deve ser de
dimensões tão pequenas quanto possível de modo a desencorajar a sua utilização para outros
propósitos.

A bomba eléctrica foi calculada por forma a garantir o caudal mínimo necessário ao funcionamento 2
Bocasde-incêndio simultaneamente e com pressões mínimas adequadas e estabelecidas.

REDE DE ESGOTOS
Concepção Geral

O objectivo fundamental da concepção e do dimensionamento desta rede é de recolher os esgotos dos


aparelhos sanitários do edifício e evacuá-los até ao ponto de descarga final (sem que coloque em perigo
a saúde dos utentes do local) também localizado no mesmo recinto. A drenagem desses esgotos será
feita de forma separativa, o que significa que as águas brancas serão encaminhadas directamente para o
dreno de infiltração e as águas negras, provenientes das descargas de sanitas, serão encaminhadas para
fossas sépticas e, após sofrerem um pré-tratamento, serão encaminhadas para o dreno de infiltração.

A condução das águas tanto para o dreno, assim como para as fossas sépticas será por tubagens em
uPVC intercaladas por caixas de visita. As caixas de visita serão em alvenaria de blocos de cimento e
areia, com dimensões internas mínimas de 50x50cm2, com profundidade mínima de 40 cm e, deverão
estar espaçadas a não mais de 15 m (de acordo com as peças desenhadas).

Todas as caixas de visita, para além de serem sifonadas, levarão tampas hidráulicas em betão,
apropriadas para sistemas de saneamento. No caso de caixas de águas negras estas deverão ser isoladas
mediante o enchimento entre cantoneiras com massa ou outro material isolante que não permita a
saída dos gases para o exterior destas.

Materiais

O material da tubagem a aplicar no projecto de drenagem de esgotos será o uPVC PN6, da Marley, DPI
ou MACNEIL, ou ainda de outro fabricante sendo da melhor qualidade e previamente aprovado pela
fiscalização, do seguinte tipo:

· tubagem homologada como cumprindo com a norma SABS 967 - para ser utilizada embutida nas
paredes ou à vista fixa por abraçadeiras;

· tubagem homologada como cumprindo com a norma SABS 791 ou 1601 - para ser utilizada

enterrada.

REDE DE DRENAGEM E ARMAZENAMENTO DE ÁGUAS PLUVIAIS

Concepção geral

No que diz respeito à drenagem de águas pluviais, o sistema projectado destina-se à recolha das águas
das chuvas que caem ao nível da cobertura do Depósito de Medicamentos, através de caleiras
rectangulares e sua condução até ao nível do pavimento, em caixas de inspecção, por tubos de queda
circulares. Grande parte dessas águas será conduzida por tubagem uPVC PN6 de diâmetros 160 e 200
mm, conformedesenhos em anexo, ligada a caixas de inspecção até um compartimento do reservatório
inferior da torre de pressão com capacidade para 55 m³ de água.

Nos edifícios da Guarita, de Manutenção e de Tratamento de Lixo, as águas pluviais serão descarregadas
directamente no passeio por tubagem de queda.

Materiais

Os tubos de queda e as caleiras a aplicar serão em chapa galvanizada. As caleiras serão quadrangulares
de 150 mm e 150 mm de secção (conforme as peças desenhadas), com espessura de 0,6 mm e os tubos
de queda serão circulares de 50 mm e 125 mm de diâmetro (conforme as peças desenhadas), com uma
espessura de 0,5 mm. Tanto as caleiras, assim como os tubos de queda e todos os seus acessórios serão
galvanizados a Z275 (Galvanização com 275 g/m2 de zinco).

Nas zonas de coberturas em lajes, onde se previu a recolha de águas pluviais, serão usados para a
recolha de águas pluviais, ralos ACO PASSAVANT, de acordo com as peças desenhadas e catálogo do
fabricante.

Também está prevista a colocação de ralos da ACO PASSAVANT em pavimentos internos do armazém
para a recolha de águas resultantes da lavagem dos mesmos.

Os colectores serão em uPVC PN6, similares aos especificados para a drenagem de esgotos.

Elementos de base para dimensionamento

Intensidade, duração e frequência

O período de retorno considerado no dimensionamento hidráulico de uma rede predial de drenagem


pluvial foi de 5 anos. Para uma duração de precipitação de 5 minutos, teremos uma intensidade de
precipitação de 400,65 mm/h (1,5 x 267,1 mm/h.

Dimensionamento hidráulico

Ramais de descarga

Diâmetro mínimo
O diâmetro nominal mínimo dos ramais de descarga de águas pluviais é de 50 mm.

Sequência de secções

A secção do ramal de descarga não pode diminuir no sentido do escoamento.

Dimensionamento hidráulico

No dimensionamento hidráulico dos ramais de descarga de águas pluviais teve-se em atenção:

a) Os caudais de cálculo;

b) As inclinações, que não devem ser inferiores a 5 mm/m;

c) A rugosidade do material.

Os ramais de descarga de águas pluviais foram dimensionados para escoamento a secção cheia.

Tubos de queda

Os caudais de cálculo de tubos de queda de águas pluviais devem ser o somatório dos caudais de cálculo
das caleiras e ramais de descarga que para eles descarregam.

Diâmetro mínimo

O diâmetro nominal dos tubos de queda de águas residuais, domésticas ou pluviais, não pode ser
inferior

ao maior dos diâmetros dos ramais a eles ligados, com um mínimo de 50 mm.

Dimensionamento hidráulico

No dimensionamento hidráulico dos tubos de queda de águas pluviais deve ter-se em atenção:

a) Os caudais de cálculo referidos no artigo anterior;

b) A altura de água acima de tubo de queda, ou seja a carga na coluna

Colectores prediais

Os caudais de cálculo dos colectores prediais de águas pluviais devem ser o somatório dos caudais de
cálculo de tubos de queda e ramais de descarga que lhes estão directamente ligados e, eventualmente,
de águas freáticas.

Diâmetro mínimo

O diâmetro nominal dos colectores prediais não pode ser inferior ao maior dos diâmetros das
canalizações a

eles ligadas, com um mínimo de 100 mm.

Sequência de secções

A secção do colector predial não pode diminuir no sentido do escoamento.

Dimensionamento hidráulico

No dimensionamento hidráulico dos colectores prediais de águas pluviais deve ter-se em atenção:

a) Os caudais de cálculo;

b) A inclinação, que deve situar-se entre 10 mm e 40 mm/m podendo baixar até 5 mm/m;

c) A rugosidade do material.

Acessórios

Ralos

Serão colocados nos locais nas caleiras de betão no topo dos tubos de queda.

Devem ter uma área útil igual ou superior a 1,5 vezes a área da secção daqueles tubos.

Os ralos podem ser de ferro fundido, latão ou outros materiais que reúnam as necessárias condições de
utilização.

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