Você está na página 1de 15

FACULDADE DOM ALBERTO

TAMIRIS FRANCIELLE BATISTA MARTINS

“PREVALÊNCIA DE SINTOMAS DE ANSIEDADE EM IDOSOS NAS


INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA.”

DRACENA
2021
FACULDADE DOM ALBERTO

TAMIRIS FRANCIELLE BATISTA MARTINS

“PREVALÊNCIA DE SINTOMAS DE ANSIEDADE EM IDOSOS NAS


INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA.”

Trabalho de conclusão de curso apresentado


como requisito parcial à obtenção do título
especialista em Pós - graduação em Terapia
Cognitiva Comportamental.

DRACENA
2021
PREVALÊNCIA DE SINTOMAS DE ANSIEDADE EM IDOSOS NAS
INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA

1
Tamiris Francielle Batista Martins ,

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o
mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja
parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e
corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de
investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação
aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços). “Deixar
este texto no trabalho”.

RESUMO- O presente artigo aborda o tem o objetivo de verificar o domínio de ansiedade que
residem nas Instituições de Longa Permanência nos Idosos – ILPI. Foi necessário entender o
processo do envelhecimento. Envelhecer é um fenômeno do processo da vida, pois é marcado por
mudanças biopsicossociais, aspectos psicológicos e sociais do sujeito. Além disso, foi preciso buscar
o que as instituições de longa permanência proporcionavam aos idosos, como: acolhimento,
proteção-social- especial de alta complexidade e aos idosos em situação de abandono. A
metodologia trata-se uma pesquisa bibliográfica de caráter qualitativo sobre o tema pesquisado. O
resultado deste estudo demonstra a importância da ILPI na vida do idoso, mas também o seu lado
prejudicial para os idosos na questão do transtorno de ansiedade, pois podem ter graus mais
alterosos de sofrimento, capacidade funcional, piorando a qualidade de vida e a não buscar por
consultas médicas e, provavelmente, transportar maiores gastos as organizações de atendimentos
em saúde.
PALAVRAS-CHAVE: Envelhecimento. Instituições de Longa Permanência nos Idosos – ILPI.
Ansiedade .

1
Tamiris Francielle Batista Martins
1 INTRODUÇÃO

O envelhecimento é um processo natural, que se manifesta por meio do


declínio nas funções de vários órgãos, que ocorrem em característica do tempo. O
processo de envelhecer e a adaptação dependem da história anterior, das questões
socioeconômicas, da saúde física, das ideologias e cultura. Então, tudo depende da
forma como os idosos viveram sua vida antes de envelhecerem. Deste modo, o
envelhecimento precisa ser olhando como um processo gradual. Sabemos que, as
pessoas não se tornam idosas de um dia para outro.
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), as
pessoas vivem mais com a ajuda da medicina e da tecnologia, percebe-se que em
2020, a expectativa de vida era de 76,7 anos, mais que o dobro do que em 1900,
que era cerca de 35 anos. Desta forma, aumentou a expectativa e qualidade de vida
dos idosos, porém por um lado surgem alguns aspectos psicológicos e transtornos
no qual estão sendo mais comuns nesse grupo, como a ansiedade.
A Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI) é oferecida para
pessoas com 60 anos ou mais, de ambos os sexos, com diferentes necessidades e
graus de dependência, que não dispõem de condições para permanecerem na
família (SÃO PAULO, [20--], p. 1). Além disso, nas ILPI os idosos têm o serviço de
vínculos familiares que estão fragilizados ou em situações de negligência familiar,
também aqueles que possuem algum tipo de doença em que adquire ao longo dos
anos nas ILPI, por exemplo, a ansiedade. A ansiedade é caracterizada pela
inquietação que torna a pessoa tensa, irritável e assustada. Tem a sensação de
desconforto, apreensão experimentada pela antecipação, rela ou imaginária de
situação desagradável.
Ansiedade é normalmente um sinal de alerta as pessoas para o fato de que
algo não vai bem e, as prepara para enfrentarem o problema (ou os problemas),
colocando-as em sobreaviso. “Ansiedade se torna patológica ela afeta
negativamente a qualidade de vida, sendo fundamental compreender o transtorno,
entendendo que ele pode estar presente na vida do idoso, necessitando de
acompanhamento e tratamento adequados” (CLINICA PAULO CASALI, 2018, p. 1).
Desse modo, o objetivo central é verificar o domínio de ansiedade que
residem nas Instituições de Longa Permanência nos Idosos – ILPI.
A metodologia utilizada nesse trabalho foi de natureza qualitativa e
bibliográfica. Segundo Marconi e Lakatos (2004) qualitativa têm por objetivo analisar
e interpretar de forma detalhada o comportamento humano, ou seja, na maioria das
vezes, utiliza-se instrumentos de coleta não estruturados.
Segundo Gil (1999) a pesquisa caracterizou-se por um estudo exploratório,
sendo que a pesquisa exploratória é um trabalho que envolve o levantamento
bibliográfico. Desta forma, este tipo de estudo visa proporcionar um maior
conhecimento para o pesquisador acerca do assunto, visando proporcionar uma
visão geral de um determinado fato.

2 DESENVOLVIMENTO
CONCEITOS DE ENVELHECIMENTO

Envelhecer é um fenômeno do processo da vida, assim como, a infância, a


adolescência e a maturidade são marcadas por mudanças biopsicossociais
especificas, como: a diminuição da massa muscular, a perda da força muscular,
agilidade e equilíbrio. Além disso, o envelhecimento também envolve o aspecto
psicológico e social do sujeito.

O envelhecimento biológico é um processo natural, dinâmico, progressivo,


morfológico e fisiológico. As principais alterações biológicas causadas pelo
envelhecimento são: diminuição da massa muscular e da densidade óssea;
perda da força muscular; deficiência da agilidade da coordenação motora do
equilíbrio da mobilidade articular e das funções hepáticas e renal; maior
rigidez das cartilagens, dos tendões e dos ligamentos, redução da
capacidade termo reguladora, maior trabalho ventilatório aos esforços,
menor número e tamanho de neurônios, queda do tempo de reação e da
condução nervosa (NETTO, 1997, p. 47).

O envelhecimento é um fenômeno que deve ser pensado antes de tudo


como um fenômeno cultural, pois é vivido e pensado de várias formas em diferentes
sociedades. Envelhecer biologicamente é de fato natural e universal. Conforme
menciona Araldi (2008, p. 16) que o envelhecimento é um processo complexo:

Para entender o processo de envelhecimento é necessário ter uma


compreensão da totalidade e da complexidade do ser humano, pois cada
aspecto seja biológico, cultural ou social não estão desconectados. Desse
modo, entendem-se os ciclos pelo qual o ser humano perpassa na sua
existência.

Sendo assim, o envelhecimento é um processo da condição humana, não é


apenas um momento na vida do homem, ele acontece desde o momento em que
viemos para o mundo. Salgado (2007) menciona que o envelhecimento pode ser
também um fruto da sociedade na qual habitamos.
Costa (1998, p.26) define o “envelhecimento, processo evolutivo, um ato
contínuo, isto é, sem interrupção, que acontece a partir do nascimento do indivíduo
até o momento de sua morte [...] é o processo constante de transformação”. Desta
forma, o envelhecimento é algo natural de todo o ser humano, pois não depende da
vontade do sujeito, pois todo ser humano nasce, cresce, envelhece e morre, ou seja,
é um processo natural da vida.
Conforme mencionado anteriormente, é um processo da condição humana,
não é apenas um momento da vida do homem, ele acontece desde o momento em
que viemos para o mundo. Diferente do envelhecimento, a velhice que é o estado do
sujeito com idade avançada que sofre o processo do envelhecimento. Costa (1998,
p. 26) define que a “velhice é o estado de ser velho, o produto do envelhecimento, o
resultado do processo de envelhecer”.
O sinal da velhice aparece no corpo com as perdas psicomotoras, crises de
identidade, mudanças de papéis, aposentadoria, perdas diversas e diminuição dos
contatos sociais. Neri (2001, p. 69) confirma que “a velhice é a última fase do ciclo
vital e é delimitada por eventos de natureza múltipla, incluindo, por exemplo, perdas
psicomotoras, afastamento social, restrição em papéis sociais e especializações
cognitivas”.
Desta forma, podemos definir a velhice como parte do desenvolvimento do
homem, são os resultados ocorridos pelos sujeitos no processo de envelhecimento,
tanto físico, psicológico, cultural e/ou social. Segundo Beauvoir (1990, p. 20), “a
velhice não poderia ser compreendida senão em sua totalidade; ela não é somente
um fato biológico, mas também um fato cultural”.
Antigamente a velhice era um símbolo de respeito, ela representava
sabedoria aos mais novos, conforme Goldfarb (1997, p.11) menciona “nas
sociedades tradicionais a figura do velho representava a sabedoria, a paciência, e
transmitia os valores da ancestralidade: era ele quem detinha a memória coletiva”.
As pessoas velhas na antiga civilização eram veneradas e respeitadas.
A perda das capacidades orgânicas, vão tornando o idoso mais limitado e
dificultando sua convivência. O importante em todos os casos é a atenção dada ao
idoso, o respeito ao tratá-lo e a consideração de que ele é um membro importante
na sociedade. Conforme menciona Cavalcanti, (2012, p.10):

o idoso é a fonte de sabedoria mais próxima de qualquer ser humano, com


sua grande experiência de vida profissional, social, emocional, psicológica e
comportamental possibilita aos mais jovens oportunidades de
compartilhamento de saber com um nível considerável de qualidade de
informação.

População Brasileira Idosa

De acordo com os dados disponíveis no Instituto Brasileiro de Geografia e


Estatística (IBGE), os números de idosos irão chegar a 25,5% da população
brasileira até 2060. O Brasil é um país envelhecido, isso acontece porque as taxas
de natalidade e mortalidade estão reduzidas, trazendo mudanças nas estruturas
populacionais (BRASIL, 2018).
A tecnologia vem rompendo as barreiras, uma delas são as novas
descobertas de medicamentos, no qual prolongam a vida do ser humano, ou seja, o
uso da indústria farmacêutica por essa classe vem aumentando e proporcionando
controle das doenças (MELO, 2017; FLORES, BENVEGNÚ, 2008).
O Ministério da Saúde menciona que terá um aumento de 17,6 milhões de
idosos no crescimento populacional do Brasil, em um período de 50 anos, conforme
a figura 1:
Figura 1 - Envelhecimento da População Brasileira, por sexo, nos anos 2000, 2025
e 2050.

Fonte: BRASIL (apud ROCHA, 2014, p. 17).

Conforme já mencionado neste estudo, o envelhecimento é algo natural, que


pode gerar, por exemplo: doenças, acidentes e estresse emocional. Além das
mudanças cronológicas (naturais) e psíquicas que estão fazendo com que os idosos
enfrentem situações novas, como: aposentadoria precária, perdas de entes
queridos, perda social, autoestima e capacidade física. É importante mencionar que,
nessa fase da vida os idosos diminuem a autoestima, perdendo a vontade de viver,
pois envelhecer é uma questão de espírito.

Instituições de Longa Permanência para Idosos

O surgimento das instituições para idosos teve seu início no Cristianismo,


entre os anos de 520 e 590, pelo Papa Pelágio II, que transformou sua residência
em um hospital para pessoas idosas. Já na Idade Média, esse serviço era usado por
pessoas pobres, que viviam no hospital e eram consideradas caritativas - religiosas
ou leigas. Desta forma, as primeiras instituições tiveram o intuito de buscar a
salvação das almas, de separar os indivíduos que poderiam representar ameaças à
saúde da população na exclusão social.
No final do século XX, a denominação “asilo” passou a ser substituída por
“Instituição para Velhos”. Mesmo nos dias atuais, muitos fazem uso do termo “asilo”,
que é conhecida como uma instituição voltada ao abrigo de pessoas idosas, que
necessitem de um local para morar, alimentar-se e receber cuidados básicos.
Antigamente os termos utilizados para se referirem a esse lugar em que
abrigava pessoas idosas eram: casa de repouso, asilo, abrigo, e entre outros, sendo
que o termo a ser utilizado neste artigo é “ILPI” (Instituição de Longa Permanência
para Idosos),adotado pela (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia). De
acordo com a ANVISA, as ILPIs são instituições governamentais e não
governamentais destinadas a propiciar atenção integral em caráter residencial, com
condições de liberdade e dignidade, cujo público alvo são as pessoas acima de 60
anos.
As ILPI's são estabelecimentos para atendimento integral institucional, cujo
público alvo são as pessoas de 60 anos ou mais, dependentes ou
independentes, que não dispõem de condições para permanecer com a
família ou em seu domicílio. Essas instituições, conhecidas por
denominações diversas – abrigo, asilo, lar, casa de repouso, clínica
geriátrica e ancianato – devem proporcionar serviços na área social,
médica, de psicologia, de enfermagem, fisioterapia, terapia ocupacional,
odontologia, e em outras áreas, conforme necessidades desse segmento
etário (BORN; BOECHAT, 2006, p.1131-1141).

As ILPIs surgem como uma alternativa de espaço e cuidados específicos para


essas pessoas, que são mais dependentes de outras, frágeis e na maioria das vezes
são portadoras de doenças e debilitantes, que necessitam de cuidados
especializados.
Segundo HARTMANN (2012, p. 45) “os idosos institucionalizados
compreendem a transferência do lar para uma ILPI como desafio, pela radicalidade
da mudança a que são submetidos”.
As instituições de longa permanência são locais de acolhimento em regime
integral, previstas na proteção social-especial de alta complexidade, para atenderem
idosos em situação de abandono ou negligência, em caso de suspensão temporária
ou quebra de vínculo familiar e comunitário. As normas de funcionamento para as
Instituições de Longa Permanência para Idosos estão especificadas na:

• Resolução da Diretoria Colegiada - RDC Nº 283/2005 e na Resolução


RDC nº 94/2007.
Atos relacionados estão determinados na:

• Lei nº 6437, de 20 de agosto de 1977, que configura infrações à


legislação sanitária federal e estabelece as sanções respectivas.
• Lei nº 10741, de 01 de outubro de 2003, que dispõe sobre o Estatuto
do Idoso.

Nas ILPI é fundamental que o sujeito tenha garantia da autonomia, convívio


familiar, independência, desenvolvimento de oportunidades para o fortalecimento
e/ou restauração de vínculos familiares e a reinserção na família. Além disso, é
importante o acesso do idoso aos serviços disponíveis na rede de proteção social.

A Ansiedade em Pessoas Idosas

A fim de criar novas concepções na velhice, deve-se motivar de modo


essencial a prevenção, o cuidado e a atenção total em relação a saúde, sendo ela
psicológica ou até física. Desta forma, é fundamental entender que acerca da saúde
psicológica existem variados transtornos, entre estes diversos graus de ansiedade,
sendo uma circunstância demasiadamente preponderante em pessoas idosas.
A ansiedade é uma coisa habitual, em que faz parte da vida dos indivíduos,
sendo composta por uma sensação de ser útil, em que a pessoa fica em alerta sobre
os fatos perante ocasiões de conflitos. Porém, quando os níveis de ansiedade estão
elevados do controlável é capaz de provocar sensações enfadonhas, dentre elas:
dores no peito, inquietação, palpitações, agitação, desmaios e dentre outras
situações que intercedem na saúde física e psicológica do sujeito acometido e
principalmente pessoas idosas, ao encontrarem-se abatidos devido a idade, pendem
a amplificar tais indícios em que prejudicará a qualidade de vida destes.
Outrossim, a ansiedade é mais habitual, também, em pessoas do sexo
feminino ao se comparar com as do sexo masculino e, os indícios mais destacados
aparecem principalmente no início da fase adulta. As degenerações da ansiedade
na saúde se ressaltam por limitar as pessoas idosas na vida social, baixar a
emancipação e espontaneamente afetar de modo negativo à qualidade de vida.
É considerada o nono fator de incapacidade existente no mundo, os seus
específicos indícios estão relacionados as patologias psíquicas, em especial a
depressão, ocasionando um impacto fundamental na qualidade de vida do ser
humano e quando ligados a interdependência física, especificas de indivíduos com a
faixa etária de 60 anos ou mais, aumenta-se as restrições em realizar atividades
diárias e acometem as pessoas idosas a uma vida rotineira.
Conforme afirma Byrne (2002) são constantes indícios de ansiedade em
pessoas idosas e, na maior parte, a ansiedade vem ligada a transtornos de
depressão e patologias físicas. Contudo, existem poucos estudos acerca da
preponderância da ansiedade em indivíduos acima da faixa etária de 65 anos de
idade.
Existem sinais de que as patologias que existem em pessoas idosas, como as
cardiovasculares, hipertensão e infarto ou patologias de comprometimento
respiratório são capazes de atacar os níveis de ansiedade ou essa ser agravada por
diversas patologias.
A ansiedade está em torno de transtornos do temperamento, com
demonstrações afetuosas negativas ou impróprias em situações de veemência,
periodicidade e durabilidade. Em pessoas idosas está ligada a depressão,
debilidade, desnutrição, níveis baixos de autoestima, o que gera um sofrimento
mental. Portanto, essa patologia pode ocasionar grande preponderância de
patologias físicas, empenho psicológico e letalidade. Acomete milhões de indivíduos
independente de sexo, religião, etnia, cultura, educação e condições sociais,
possuindo grande predomínio em pessoas idosas. Esse transtorno além de ser
prejudicial a qualidade de vida, pode intensificar os perigos de aflição e inabilidade.
Em relação a ansiedade, como já mencionado, são frequentes indícios de
estresse, insônia, tristeza, nervosismo e dificuldades para se concentrar, bem como,
indícios físicos como tremores, taquicardia, tonturas, dores nos músculos,
formigamento e entre outros. De acordo com Dalgalarrondo (2000) para diagnosticar
a ansiedade é essencial observar a complexidade dos indícios sintomáticos e sua
repercussão na vida do sujeito.
A ansiedade acontece perante um conceito catastrófico de eventualidades,
aclamando que alguma coisa perigosa e ameaçadora pode ocorrer. Conforme
Skinner e Vaughan (1985), a ansiedade em pessoas idosas está associada aos
limites vivenciados na senilidade e, na maior parte, interpretados como
ameaçadores. Os indivíduos portadores de altos graus de ansiedade tendem a
antecipar sua incapacidade e suas competências intelectivas. Assim, essas
apreensões negativas intercedem na concentração, escrita de informações mentais,
bloqueando o entendimento e ponderação, o que nessa etapa da vida seria capaz
de diferenciar uma saúde psíquica ótima de uma acometida.
Desta forma, pessoas idosas que possuem ansiedade pendem a ter graus
mais alterosos de sofrimento, capacidade funcional, piorando a qualidade de vida e
a não buscar por consultas médicas e, provavelmente, transportar maiores gastos as
organizações de atendimentos em saúde. Indivíduos idosos que mostram
lamentações de memória pendem a apresentar mais sensações de ansiedade e
stress, sendo mediadas por variações psíquicas.

Transtorno de ansiedade gerando outras doenças


As ILPI podem expor os seus residentes aos riscos de pioras de suas
capacidades funcionais e cognitivas, elevando a prevalência do transtorno de
ansiedade entre os idosos institucionalizados. Estima-se que, 5% dos adultos com
mais de 65 anos sofram de transtorno de ansiedade.
Segundo o DSM-V (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais,
2014, p. 189) “os transtornos de ansiedade incluem características de medo e
ansiedade excessivos e perturbações comportamentais relacionados”.
Desta forma, a ansiedade é frequentemente associada a tensão muscular,
vigilância em preparação para o perigo futuro e comportamentos de cautela ou
esquiva. Os sujeitos com transtornos de ansiedade em geral superestimam o perigo
nas situações que temem ou evitam (DSM-V, 2014, p. 190).
De acordo com Clarck e Beck (2012), as ILPI possuem impactos negativos na
saúde mental, elevando a ansiedade, que é uma resposta emocional caracterizada
pela presença de um estado de apreensão antecipada diante do futuro,
desencadeando uma série de alterações fisiológicas, cognitivas e comportamentais,
gerando outras doenças como:

• Depressão: um transtorno psiquiátrico, que produz profundos prejuízos à


capacidade funcional e adaptativa de indivíduos em suas relações
interpessoais, podendo haver a presença de estados emocionais de tristeza,
apatia, isolamento, irritabilidade, fadiga, ruminações cognitivas, mudanças no
apetite e no sono, ideação suicida, dentre outros.
• Tensão Motora: incapacidade de relaxar, tremores.
• Hiperatividade autônoma: sudorese excessiva, palpitações, sensação de boca
seca, acesso de frio ou calor, poliúria (vontade de urinar além do normal) e/ou
diarreia.
• Sensação de ansiedade: preocupação constante ou pressentimento de que
algo ruim vai acontecer com amigos ou familiares.
• Vigilância ou estado permanente de atenção: insônia, nervosismos e/ou falta
de concentração.
• Demência: é uma deterioração mais grave das capacidades mentais, que
piora com o tempo. As pessoas com um envelhecimento normal podem
perder coisas ou esquecer detalhes, mas as que sofrem de demência podem
esquecer por completo alguns acontecimentos.

3 CONCLUSÃO

Essa é a parte final do artigo,em que se apresentam as conclusões


correspondentes aos objetivos e hipóteses levantadas. Por meio da análise
bibliográfica foi identificado: a importância do envelhecimento e suas causas, as
Instituições de Longa Permanência para Idosos e a ansiedade nesses sujeitos.
Foi possível perceber que,o envelhecimento é um processo dinâmico, de
transformações importantes nos aspectos morfofuncionais, biofisiológicos e
psicossociais. Sabemos que, a velhice tem suas limitações existentes, confirmando
que qualidade de vida para cada pessoa é diferente, conforme sua realidade, seus
modos de ver a vida e n acomunidade em que está inserido.
As ILPI possuem função de proteger, realizando as funções básica de guarda,
proteção, alimentação, abrigando as pessoas idosas que não tem capacidade de se
manter em e que não possuem apoio dos familiares, além disso, com o tempo o
transtorno de ansiedade aumenta, gerando outras doenças. A ansiedade acabou se
tornando uma patologia que acaba afetando negativamente a qualidade de vida, na
qual é fundamental entender que pode estar na vida de idoso e que precisa de
tratamentos adequados. Além disso, percebe-se que os idosos institucionalizados
acabam deixando tudo para trás, o que construiu para viver, vivendo uma nova vida,
na qual essa permanência acaba gerando novas doenças a partir da ansiedade,
como: depressão, cardíaca, tremores e demência.
4 REFERÊNCIAS

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual diagnóstico e estatístico de


transtornos mentais: DSM-5. Tradução: Maria Inês Corrêa Nascimento et al.;
revisão técnica: Aristides Volpato Cordioli. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.

ARALDI, M. A descoberta de projetos de vida: contribuição do projeto idoso


empreendedor no processo de envelhecimento. Trabalho de Conclusão de Curso
(Serviço Social), Universidade Federal De Santa Catarina, Florianópolis, 2008.

BEAUVOIR, S. A velhice. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990.

BORN, T.; BOECHAT, N. S. A qualidade dos cuidados ao idoso institucionalizado.


In: E. V. Freitas (Org.). Tratado de geriatria e gerontologia. 2. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan. 2006. p. 1131-41.

BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Número de idosos


cresce 18% em 5 anos e ultrapassa 30 milhões em 2017. Brasil: IBGE, 2018.
Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-
de-noticias/noticias/20980-numero-de-idosos-cresce-18-em-5-anos-e-ultrapassa-30-
milhoes-em-2017. Acesso em: 29 jan. 2021.

BYRNE, G. What happens to anxiety disorders in later life? Revista Brasileira de


Psiquiatria, v. 24, n. 1, p.74-80, 2002.

CAVALCANTI, A. C. T. Implantação do Núcleo Municipal de Apoio à Pessoa


Idosa. 2012. 40 f. Monografia (Especialização em Gestão de Sistemas e Serviços de
Saúde) –Fundação Oswaldo Cruz, Recife, 2012.

CLARK, D. A.; BECK, A.T. Terapia cognitiva para os transtornos de ansiedade.


Porto Alegre: Artmed, 2012.

CLINICA PAULO CASALI. Transtorno de Ansiedade em Idosos. São Paulo:


Clinica Paulo Casali, 2018. Disponível em: https://paulocasali.com.br/transtorno-de-
ansiedade-em-idosos/ Acesso em: 31 jun. 2021.

COSTA, E. M. S. Gerontograma: a velhice em cena – estudos clínicos e


psicodramáticos sobre o envelhecimento e a terceira idade. São Paulo: Agora, 1998.

DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais.


Porto Alegre, RS: Artes Médicas, 2020.

FLORES, V. B; BENVEGNÚ, L. A. Perfil de utilização de medicamentos em


idosos da zona urbana de Santa Rosa. Rio Grande do Sul, Brasil: Cad. Saúde
Pública , p 1439-1446, 2008.

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Altas, 2008.

GOLDFARB, D. C. Corpo, tempo e envelhecimento. 1997. Dissertação ( mestrado


de Psicologia Clínica da PUC-SP. São Paulo. Disponível em:
http://www.redpsicogerontologia.net/xxfiles/Livro%20em%20PDF.pdf. Acesso em: 3
jan. 2021.

HARTMANN J. A. S. Depressão em idosos institucionalizados. Tese de


doutorado - Centro de Ciências da Saúde. Universidade Federal de Pernambuco:
Pernambuco, 2012.

MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Metodologia Científica. São Paulo: Altas, 2004.

MELO, F. Envelhecer não é um fardo. Rio de Janeiro: Radis, 2017. v. 173.

NERI, A. L. Palavras chaves em gerontologia. Campinas: Alínea, 2001.

ROCHA, I. F. Políticas públicas para terceira idade [manuscrito]: uma análise


sobre a política do idoso no Brasil.2014. 32f. Monografia (Especialização em Gestão
Pública) –Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2014.

SALGADO, M. A. Os Grupos e a ação pedagógica do trabalho social com idosos.


Políticas públicas para a habitação do idoso. A Terceira Idade,São Paulo, v. 39,
2007.

SÃO PAULO. Prefeitura Municipal de São Paulo. Instituição delonga Permanência


para Idoso (ILPI). São Paulo: PMSP, [20--].

SKINNER, B. F.; VAUGHAN, M. E. Viva bem a velhice: aprendendo a programar


sua vida. São Paulo: Summus, 1985.

Você também pode gostar