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11/04/2023

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA


CAMPUS MARÍLIA
Departamento de Fisioterapia e Terapia Ocupacional
Disciplina: Fisioterapia em Ortopedia e Traumatologia

QUADRIL
Parte 3

Profa. Dra. Gisele G. Zanca

SÍNDROMES
DOLOROSAS DO
QUADRIL

Intra- Extra-
articulares articulares

Lábio Cartilagem
Tendões Bolsas
acetabular articular

SÍNDROME DO IMPACTO SÍNDROME DO


FEMOROACETABULAR TROCÂNTER MAIOR

Conjunto de sinais e sintomas


Não é possível atribuir a dor a estruturas específicas

Síndrome do Impacto Femoroacetabular

• Desordem clínica relacionada ao movimento do quadril com


uma tríade de sintomas, sinais clínicos e achados de imagem.
• Representa o contato prematuro entre o fêmur proximal e o
acetábulo.
Griffin et al. Br J Sports Med 2016

• Condição “intra-articular”
• Frequente causa de dor no quadril de
adultos jovens (18-50 anos)
• Dor crônica e prejuízos na função física

Kemp et al, Best Pract Res Clin Rheum 2019

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Lábio Acetabular

Síndrome do Impacto Femoroacetabular


• CAM: perda da
esfericidade da cabeça
do fêmur, com
achatamento ou
convexidade na junção
com o colo
• PINCER: cobertura
acetabular excessiva da
cabeça femoral
• MISTO: mais comum

“impacto” na posição de flexão + rotação medial do quadril

Lesão condral por contragolpe no rim acetabular posteroinferior em


morfologia pincer

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Síndrome do Impacto Femoroacetabular

Síndrome do Impacto Femoroacetabular

Síndrome do Impacto Femoroacetabular


Apresentação clínica
• Dor comumente na região anterior do quadril ou inguinal
• Dor relacionada a movimentos ou posições do quadril

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Síndrome do Impacto Femoroacetabular


Apresentação clínica

• Podem apresentar estalidos, travamento, rigidez, diminuição da


amplitude de movimento (ADM) ou sensação de falseio.

• Fraqueza dos músculos do quadril

• Diminuição de ADM de flexão, adução e rotação medial são


frequentemente reportadas (literatura conflitante)

Teste FADIR
• Flexão
• ADução
• Rotação Interna

Sensível, mas não específico.

Síndrome do Impacto Femoroacetabular


• REVISÃO SISTEMÁTICA: Tratamento cirúrgico não é superior
ao conservador para redução da incapacidade a curto prazo (6
semanas, qualidade moderada) e médio prazo (12 semanas,
qualidade baixa)
Bastos et al. Clin Rehabil. 2021

TRATAMENTO CONSERVADOR COMO PRIMEIRA LINHA

Serrão et al. In: Barbosa; Silva. Fisioterapia Traumato-Ortopédica, 2021.

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Síndrome do Impacto Femoroacetabular


• Educar o paciente em relação às estratégias de proteção
articular e às atividades que provocam os sintomas, que
devem ser evitadas
• Cuidado com efeito nocebo! → Atenção às explicações que
oferece ao paciente
• Se há dor ou alterações significativas no padrão de marcha →
dispositivos auxiliares podem ser utilizados

Serrão et al. In: Barbosa; Silva. Fisioterapia Traumato-Ortopédica, 2021.

Síndrome do Impacto Femoroacetabular

Foco nas principais alterações:

• Diminuição de força muscular no complexo do


quadril
• Diminuição de força de tronco bilateral (relação com
controle da pelve-acetábulo)
• Diminuição do equilíbrio unipodal
• Diminuição do desempenho em atividades
funcionais

Síndrome do Impacto Femoroacetabular

• restauração da ADM do quadril, respeitando-se a dor


do paciente durante e após os exercícios
• melhora do equilíbrio
• desempenho em tarefas funcionais
• marcha com uma biomecânica adequada
• Trabalhar outros fatores da cadeia cinética, como
limitação da amplitude de dorsiflexão do tornozelo.

Serrão et al. In: Barbosa; Silva. Fisioterapia Traumato-Ortopédica, 2021.

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Síndrome do Impacto Femoroacetabular


• Retreinamento dos músculos rotadores laterais profundos do quadril
(fornecer estabilidade dinâmica)
– Exemplo: rotação lateral isométrica resistida (com baixa resistência) na posição
de quatro apoios (flexão do quadril minimiza a ação do glúteo máximo)
– Progressão por aumento na flexão do quadril e diminuição no suporte (p. ex.,
elevando uma mão).

• Retreinamento do músculo glúteo máximo


– facilitação da pode ser iniciada com o paciente em decúbito ventral com
rotação lateral isométrica do quadril sob mínima resistência
– progressão de CCA para CCF e inclusão de exercícios que enfatizem a ativação
do músculo glúteo máximo em posições que simulem a demanda funcional

Serrão et al. In: Barbosa; Silva. Fisioterapia Traumato-Ortopédica, 2021.

Síndrome do Impacto Femoroacetabular


• Exercícios gerais de fortalecimento (para os demais músculos
do quadril) devem ser iniciados após o paciente ser capaz de
ativar e manter a ativação dos músculoschave (estabilizadores
profundos e glúteo máximo)

• Exercícios devem ser baseados nos achados da avaliação


clínica, enfatizando necessidades individuais

Serrão et al. In: Barbosa; Silva. Fisioterapia Traumato-Ortopédica, 2021.

Síndrome do Impacto Femoroacetabular

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Síndrome do Impacto Femoroacetabular

Síndrome do Impacto Femoroacetabular

Síndrome do Impacto Femoroacetabular

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Síndrome do trocânter maior

Síndrome do trocânter maior


• Dor lateral do quadril
• Tendinopatia de glúteo médio e
mínimo são as mais comuns
• Mais prevalente em mulheres acima
de 40 anos
• Mais comum em pessoas sedentárias
• Pode acometer atletas, especialmente
corredores
• Dor e Incapacidade moderada a grave
• Incapacidade e diminuição da
qualidade de vida pode ser similar à
de OA grave de quadril

Grimaldi et al. Sports Med, 2015

Síndrome do trocânter maior


• Dificuldade para dormir em
decúbito lateral, caminhar,
subir/descer escadas e ficar muito
tempo sentado

• Tempo prolongado com quadril >90º


de flexão
– Ex. viagem carro
– Tensão da banda iliotibial parece
contribuir para isso → relação
entre as fáscias desta e de glúteos

• Adução associada à flexão pode


piorar sintomas (compressão na
região do trocânter maior)

Grimaldi et al. Sports Med, 2015

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Síndrome do trocânter maior

Grimaldi et al. JOSPT, 2015

Questionário VISA-G Brasil

Síndrome do trocânter maior


Avaliação
Questionário VISA-G Brasil
Exemplos de questões

Paiva et al, Musculoskeletal Sci Practice. 2022

Síndrome do trocânter maior


Avaliação

Derotation test

• Rotação medial resistida a partir


de uma posição de flexão +
rotação lateral
• Positivo se reproduz sintomas na
região lateral do quadril

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Ações musculares no quadril

Neumann, 2002

Neumann, 2002

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Síndrome do trocânter maior


Avaliação
• Apoio unipodal por 30 s, sem usar padrões compesatórios de
tronco
• Positivo se reproduz sintomas

Síndrome do trocânter maior


Avaliação

• Dor na região de trocânter maior sem limitação para calçar


meias e sapatos (posição de FABER limitada) + dor à palpação
do trocânter maior
• Se há limitação de ADM, não é possível excluir desordem
articular

negativo

Palpação por
último

Fearon et al, BJSM, 2013

Síndrome do trocânter maior


Avaliação
• menor força de abdução do quadril bilateral
• queda pélvica e inclinação contralateral do tronco na fase de
apoio da marcha e de subida de degrau

Alisson et al, 2016

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Síndrome do trocânter maior


Avaliação

Síndrome do trocânter maior


Tratamento
• Uma injeção de corticosteroide
• “Wait and see”: explicação sobre a condição,
fatores de risco possíveis, aconselhamento
para manter atividades e afirmação que a
condição se resolve com o tempo
• Educação + exercícios (14 sessões durante 8
semanas)
– Educação sobre cuidados com o tendão e
carga progressiva
– Exercícios domiciliares para
fortalecimento de abdutores do quadril e
controle dinâmico da adução durante a
função (4-6 exercícios por dia)

Mellor et al, 2018, BJM

Síndrome do trocânter maior


Tratamento

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Respostas aos diferentes tipos de carga


nos tendões

Grimaldi et al. Sports Med, 2015

Síndrome do trocânter maior


Posições que aumentam a compressão nos tendões glúteos

Grimaldi et al. JOSPT, 2015

Síndrome do trocânter maior


Cuidado com exercícios de alongamento

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Síndrome do trocânter maior


Modificação de atividades para manejo de
sintomas, mas cuidado com efeito nocebo

Grimaldi et al. JOSPT, 2015

Síndrome do trocânter maior


Exercícios progressivos para abdutores

Grimaldi et al. JOSPT, 2015

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