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DOCENTES:

DR. RODRIGO FRAGOSO DE ANDRADE


DR.ª SIMONY LIRA DO NASCIMENTO

CÍNTIA MARIA CARDOSO


JENNI KESIA CARDOSO DE ALMEIDA
KELVY FREITAS SILVA
LETÍCIA MARIA CAVALCANTE CAMPOS
NICOLAS MILHOME DE LIMA
RAFAEL DE ANDRADE GOIS GONÇALVES

RESOLUÇÃO DE CASO CLÍNICO: CERVICOBRAQUIALGIA

Fortaleza
2020
 SITUAÇÃO PROBLEMA:
Uma mulher de 37 anos, mãe de dois filhos, instrumentadora cirúrgica, foi atendida
no ambulatório de fisioterapia com queixa de dor intensa e generalizada na região
cervical e trapézios com irradiação para o membro superior direito há 3 dias, que a
impede de realizar movimentos do pescoço e do braço direito (SIC). Relata dificuldade
em realizar suas atividades de trabalho visto que permanece muitas horas em pé, usando
os braços, além de relatar que seu trabalho exige muita atenção, o que a deixa tensa. A
saúde geral da paciente é boa. Não toma nenhuma medicação. Raios X da coluna
cervical e ombro não revelaram alterações significantes. Apresenta o diagnóstico de
Síndrome Dolorosa Miofascial no segmento cervical, e DORT em membro superior
direito. Segundo SIMONS & TRAVELL (2005), a síndrome de dor miofascial tem
componentes essenciais: ponto-gatilho, espasmo muscular segmentar, dor referida e o
envolvimento de partes moles. Sua dor cervicobraquial em seu pior momento é 8/10
pontos na escala numérica de dor (END) e em seu momento de maior alívio é 5/10
pontos. Ao exame físico apresenta dor a palpação do trapézio D com presença de ponto
gatilho neste músculo e escapulares. Também apresenta limitação de para amplitude
completa de todos os movimentos do pescoço bem como para abdução do ombro D
acima de 90 graus. Diante do quadro clínico apresentado o objetivo proposto pelo
fisioterapeuta foi 1- Reduzir quadro álgico e inativar os pontos gatilhos; 2- Melhorar e
manter ADM de pescoço e ombro; 3- Melhorar e promover posturas adequadas; 4-
Relaxamento global 5- Prevenir fatores reincidivantes. Como conduta inicial o
fisioterapeuta escolheu utilizar uma corrente analgésica, seguido de digito pressão e
fricção profunda e alongamento muscular.

 Por que esta paciente é candidata à estimulação elétrica?


A paciente apresenta dor a palpação, ou seja, o Fisioterapeuta não vai conseguir
fazer digito pressão nem fricção profunda, pois são técnicas que precisão de toque e
pressão. Dessa forma, a eletro estimulação para analgesia do local é a melhor opção,
para isso pode-se utilizar as correntes de baixa frequência, tal como TENS
convencional, que dentro da baixa frequência ele é um modo de TENS que possui
frequência mais alta, entre 100 e 250Hz. Possui largura de pulso mais baixa, que fica
por volta dos 45pps e baixa intensidade, que depende do limiar de dor do paciente. A
largura de pulso mais alta permite que a intensidade seja melhor, com o mesmo efeito,
mas com um desconforto menor para o paciente.
Modo de aplicação: colocaremos os eletrodos em formato de cruz, com a área
atingida estando no meio, fechando o circuito e analgesiando a região afetada. Deixar
agindo durante 20 ou 30min, com o modo VIF ativado para que não haja acomodação
do estímulo.
Ao final da eletroterapia, espera-se que o paciente esteja com a região que iremos
trabalhar analgesiada, para que possamos fazer as técnicas de manipulação.

 Quais as possibilidades de correntes analgésicas e de parâmetros indicados


neste caso?
TENS, tendo duas opções de módulos: Burst e convencional.
Optamos pelo convencional por ter estudos mais esclarecidos. Utilizaremos uma
frequência acima de 100Hz, mas não tão alta, largura de pulso por volta dos 40-50pps e
intensidade de acordo com o limiar de dor do paciente. Tempo de terapia entre 20 e
30min. Modo VIF on.

 Que outros agentes físicos podem ser úteis?


Há curto prazo utilizaremos o TENS convencional nos parâmetros citados acima.
Após a eletroterapia faremos a digito pressão no trapézio e nos escapulares seguido de
fricção profunda na região da escápula para soltar a escápula e diminuir a tensão.
Há médio prazo espera-se que os pontos gatilhos estejam inativados, sendo assim
possível fazer alongamentos na região para os músculos possivelmente encurtados,
associado ao uso de termoterapia com bolsas de água quente para remodelar os tecidos e
aumentar a amplitude de movimento (SIGNORI; VOLOSKI; KERKHOFF;
BRIGNONI et al., 2008).
Há longo prazo utilizaremos o FES com frequência entre 30 e 40Hz para contração
tetânica associado a sessões de RPG para adequação postural.
Após as etapas de tratamento, é necessário ações de prevenção para que a paciente
não volte a ter problemas, como incluir na rotina exercícios de alongamento e de
relaxamento dos músculos.

 Existe alguma contraindicação de recurso eletrotermofototerapeutico?

TENS: Dor não diagnosticada; marcapasso cardíaco; gestação (durante o 1º trimestre);


epilepsia; região dos olhos; seios carotídeos; sobre feridas; mucosas; pacientes não
colaborativos; tumores; trombose venosa profunda; alterações sensoriais.

Termoterapia: patologia inflamatória ou traumática aguda; hemorragias ou alterações de


coagulação; vasculopatia aterosclerótica; áreas isquêmicas; patologia cardiovascular
descompensada; patologia neoplásica ou infecciosa; lesões dermatológicas; alterações
da sensibilidade térmica; doentes sedados ou obnubilados; cartilagens de crescimento;
útero grávido e cicatrizes ou feridas abertas.

FES: marcapasso; sobre o coração; seio carotídeo; em caso de espasticidade, se houver


lesão no nervo periférico da região.
REFERÊNCIAS

KITCHEN, Sheyla. Eletroterapia: Prática Baseada em Evidências. 11. ed. [S. l.]:


Manole, 2003.

SIGNORI, L. U.; VOLOSKI, F. R. S.; KERKHOFF, A. C.; BRIGNONI, L. et al. Efeito de agentes
térmicos aplicados previamente a um programa de alongamentos na flexibilidade dos
músculos isquiotibiais encurtados. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 14, n. 4, p. 328-
331, 2008.

SOARES BRANCO, P.; MARTELO, D.; CONSTANTINO, H.; LOPES, M. et al. Agentes Físicos:
Crioterapia, Termoterapia, Diatermia e Electroterapia. Medesign–Edições e Design de
Comunicação, Lda 2005.

TAKATANI, F. K. G.; MEJIA, D. P. M. Eletroterapia para o alívio da cervicalgia: uma revisão da


literatura.

TRIBIOLI, Ricardo Alexandre. Análise crítica atual sobre a TENS envolvendo parâmetros de
estimulação para o controle da dor. Ribeirão Preto, 2003.

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