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NOME: JULHA GABRIELA GOUVEIA DE BARROS RA :9800374

Um paciente procurou seu setor de fisioterapia com relato de enxaqueca. Há descrição


de uma sensação “dolorida”, e distribuição unilateral (parietal esquerdo). Não há
presença de “latejamento”. Ele afirmou que é totalmente sedentário, com elevada
atividade laboral diante do computador. Além disso, apresenta disfunção na mobilidade
da cervical alta e dor na mandíbula (região de masseter) ao acordar e durante a
mastigação.

1. Comente as patologias encontradas na paciente (sinais e sintomas, fisiopatologia


e avaliação fisioterapêutica.

SOBRE O CASO:

 Enxaqueca (sensação dolorida e distribuição unilateral, parietal esquerdo)


 Não há presença de latejamento
 Sedentário
 Atividade laboral diante do computador
 Disfunção na mobilidade de cervical alta
 Dor na mandíbula (masseter) ao acordar e mastigação.

PATOLOGIAS ENCONTRADAS:

CEFALEIA CERVICOGENENICA: SINAIS E SINTOMAS- enxaqueca, dor


unilateral associado a dor cervical, disfunção de mobilidade de cervical alta, comum em
pacientes com atividade laboral diante do computador.

FISIOPATOLOGIA: No pescoço, existe uma região denominada núcleo


trigeminocervical, responsável por receber fibras de nervos como o trigêmeo e os três
nervos espinhais cervicais superiores (C1. C2. C3). Uma inflamação em qualquer uma
dessas regiões provoca estímulos dolorosos que chegam até o referido núcleo por
neurotransmissão e é sentida em forma de dor na cabeça ou no rosto. Acredita-se,
portanto, que a cefaleia cervicogênica seja uma dor referida devido a irritação causada
por estruturas cervicais relacionadas aos nervos locais, o que chamamos *cefaleia
secundária".
Trauma cervical, movimentos bruscos do pescoço e da cabeça, distensão ou espasmos
crônicos dos músculos do couro cabeludo, pescoço ou ombro podem aumentar a
sensibilidade regional, sendo possíveis causas da cefaleia cervicogênica.

REFERENCIA:
DR. MATHEUS TRILICO (2021). CEFALEIA CERVICOGÊNICA- VOCÊ CONHECE ESSA DOR DE
CABEÇA? BLOG.MATHEUSTRILICONEUROLOGIA.

DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBIBULAR: SINAIS E SINTOMAS - dor e


fadiga em mm. Mastigatórios, cefaleias, dor na região de cervical, presença de ponto
gatilho, desvios e limitação dos movimentos e dor na ATM.

FISIOPATOLOGIA: Os diversos aspectos etiológicos da DTM são incertos. Além de


causas dentais e oclusais, existem os aspectos biopsicossocial e multifatorial, ilustrando
a interação complexa entre mecanismos biológicos (como exemplo, hormonal),
condições e traços psicológicos, condições ambientais, macro e micro traumas. Na dor
da musculatura mastigatória, a sobrecarga (hábitos parafuncionais, apertamento), micro
trauma ou inflamação local dos músculos promovem a liberação de neurotransmissores
que sensibiliza o sistema nervoso periférico e central.

REFERENCIA:
INTERNATIONAL ASSOCIATION FOR THE STUDY OF PAIN (2009). DOR NA DISFUNÇÃO
TEMPOROMANDIBULAR. APED

AVALIAÇÃO FISIOTERAPEUTICA

 Nível da dor + relato


 Edema
 Dor ao movimento
 ADM de ATM e cervical, mobilidade de mandíbula (régua, palpação,
goniômetro (cervical)).
 Sensibilidade
 Ponto gatilho
 Inspeção/ palpação da condição muscular
 Hipotrofia / hipertrofia
 Assimetrias
 Ruídos articulares (ATM)
 FM de ATM e cervical
 Testes de encurtamento de cervical e cintura escapular
 Controle neuromuscular
 Atividades ocupacional

2. Cite objetivos e condutas

OBJETIVOS:

1. Promover alivio álgico


2. Reduzir edema e inflamação
3. Remover pontos gatilho
4. Promover ganho de amplitude de movimento em cervical e articulação
temporomandibular
5. Reestabelecer sensibilidade
6. Aumentar FM
7. Aumentar o comprimento muscular
8. Propriocepção de cervical e atm.
9. Restabelecer atividades de vida diária.
CONDUTAS:

1. Massagem relaxante em toda região de coluna, massagem suboccipital, massagem


frontoccipital. Maitland de cervical grau 1 e 2 para alivio de dor e eletroterapia
(ultrassom) em região de pescoço e ombros.
2. Drenagem e Ultrassom
3. Palpação para encontrar os pontos, seguido de isquemia na região.
4. CERVICAL: Maitland de cervical grau 3 e 4 para ganho mobilidade - movimentos
de flexão, extensão, rotação e lateralizarão, PA central, deslizamento transverso -
latero lateral para C1, mobilidade de dura-máter e tração de cervical baixa e
principalmente alta.
ATM - Maitland PA de mandíbula, tração de atm e quadrado de atm, isquemia
posicional em temporal, masseter e supra iodes.
5. Exercícios táteis com diferentes texturas.
6. Exercícios resistido para membro superior e isquemia com isometria de ATM
7. Alongamento de todo o corpo, em especifico o alongamento de membros superiores,
isometria + alongamento de atm (temporal, masseter e supra iodes)
8. Exercícios com bola de diferentes tamanhos + exercícios de ATM
9. Treino para as atividades de vida diária.

3. Descreva como é realizada cada conduta listada (posicionamento do paciente,


descrição da manobra ou técnica, posicionamento das mãos, movimentos.)

1- ALIVIO ÁLGICO

MASSAGEM RELAXANTE – Paciente em DD, e o fisioterapeuta fará técnicas feitas


na massagem relaxante promovendo o relaxamento do paciente, da musculatura e
diminuindo a dor.
MASSAGEM FRONTOCCIPITAL – paciente em DV, o fisioterapeuta com as duas
mãos irá fazer o movimento como se estivesse lavando o cabelo do paciente,
movimento circular e em todas as direções, até soltar a musculatura.
MASSAGEM SUBOCCIPITAL – paciente em DV, a massagem será feita na base do
occipital com as duas mãos e será feito movimentos circulares e deslizamento, pressiona
o centro e trago para lateral, até soltar a musculatura.
MAITLAND DE CERVICAL GRAU 1 E 2 – paciente em DD, com a cabeça para fora
da maca o fisioterapeuta irá segurar a cabeça do paciente e fazer o movimento de flexão,
extensão, rotação e lateralizarão no grau 1 ou 2 para alivio álgico.
ULTRASSOM – paciente em DV e aplicar em região de ombros e em toda musculatura
das costas na frequência correta para o alivio de dor.

2- DRENAGEM E ULTRASSOM – drenagem: paciente em dv e aplicar técnicas da


drenagem linfática da face aos pés, promovendo redução de edema, relaxamento,
melhorando fluxo sanguíneo e do liquido intersticial.
ULTRASSOM- aplicar em região de ombros e em toda musculatura das costas,
frequência correta para redução de edema e aumento de fluxo sanguíneo.
3- PALPAÇÃO PARA ENCONTRAR OS PONTOS- paciente em DD ou sentado,
palpar a musculatura e observar se há presença de ponto gatilho, se houver, aplicar a
isquemia sobre o local, aplicando uma pressão sobre o ponto e libera-lo.

4- PROMOVER GANHO DE AMPLITUDE DE MOVIMENTO


CERVICAL:
MAITLAND de cervical grau 3 e 4 para ganho mobilidade - movimentos de flexão,
extensão, rotação e lateralizarão- paciente em DD, com a cabeça para fora da maca o
fisioterapeuta irá segurar a cabeça do paciente e fazer o movimento de flexão, extensão,
rotação e lateralizarão no grau 3 ou 4 para ganho de ADM.
PA CENTRAL - pa central paciente sentado ou em DV, o fisioterapeuta ira colocar os
dois polegares um sobre o outro nas vertebras, podendo descer até T4 ou mais e aplicar
uma pressão pulsada por 1 minuto. Como o caso da paciente é cefaleia cervicogênica,
posso manter apenas em c1 e c2.
DESLIZAMENTO TRASNVERSO - latero lateral para C1 – paciente sentado,
encontro processo mastoide, desço e vou encontrar processo transverso de C1, o
fisioterapeuta ira colocar os dois polegares um sobre o outro e aplicar a pressão pulsada
por um minuto.
MOBILIDADE DE DURA-MÁTER – paciente em DD, o fisioterapeuta vai passar um
dos braços por baixo da cabeça e o outro por de baixo dos joelhos do paciente, como se
fosse pega-lo no colo e vai fazer o movimento de “sanfona”, como se estivesse tentando
encostar a cabeça nos joelhos.
TRAÇÃO DE CERVICAL BAIXA E PRINCIPALMENTE ALTA- paciente DD e o
fisioterapeuta vai posicionar o antebraço em baixo do pescoço do paciente e vai virar o
braço, de forma que o punho fique virado para baixo fazendo a tração, para cervical alta
é feito o mesmo movimento porem o antebraço do fisioterapeuta fica posicionado na
base do occipital. 1min

ATM:
Maitland PA de mandíbula- paciente em DD, o fisioterapeuta com uma das mãos ira
posiciona-la sobre a cabeça do paciente, apenas para estabiliza-la e a outra irá na linha
da mandíbula e irá fazer o movimento póstero anterior.
TRAÇÃO DE ATM- paciente em DD o fisioterapeuta com os dois polegares ira
posiciona-los sobre os dentes inferior do paciente (os dois lados), e com os dois
indicadores vai segurar a mandibular para ter estabilidade para tracionar a mandíbula do
paciente, sentido aos pés. 1min
QUADRADO DE ATM: paciente em DD o fisioterapeuta com os dois polegares ira
posiciona-los sobre os dentes inferior do paciente (os dois lados), e com os dois
indicadores vai segurar a mandibular para ter estabilidade para tracionar a mandíbula do
paciente, sentido para baixo, meio e para cima.
ISQUEMIA POSICIONAL EM TEMPORAL, MASSETER E SUPRA IODES:
Paciente em DD, o fisioterapeuta com uma das mãos vai ser usado um dedo para fazer a
isquemia (pressão constante sobre o musculo) no masseter, supra ou temporal e a outra
mão vai abrir e fechar a boca do paciente, quando ele relatar onde menos dói, segura
posição e aperto com a outra mão que está na isquemia

5 –EXERCICIOS TÁTEIS: os exercícios que será feito no tópico 8 estimulam a


sensibilidade, pois os objetos utilizados possuem diferentes tamanhos e texturas.
6 – EXERCÍCIOS FORTALECIMENTO:

MEMBROS SUPERIORES: exemplos – fortalecer trapézio superior com o exercício de elevação


de escapulas, com um altere em cada mão o paciente irá fazer o movimento de subir e descer
as escapulas.

Fortalecer ATM- isquemia + isometria de (temporal, masseter e supra iodes)


Paciente em DD, o fisioterapeuta com uma das mãos vai ser usado um dedo para fazer a
isquemia (pressão constante sobre o musculo) e a outra mão vai impedir o movimento
isométrico que o paciente irá fazer- exemplo em temporal, paciente tenta abrir a boca e
o fisioterapeuta “impedir” esse movimento.

7- ALONGAMENTOS: ALONGAMENTO DE TODO O CORPO, EM ESPECIFICO O


ALONGAMENTO DE MEMBROS SUPERIORES - paciente em pé, sentado ou deitado, tudo
depende de qual musculatura quer atingir, o paciente pode fazer sozinho os
alongamentos básicos, de pescoço, braços/ombros, coluna, membros inferiores e se
necessário o fisioterapeuta pode ajudar ou intensificar esses alongamentos.
Exemplo de alongamento feito pelo fisioterapeuta - trapézio superior: Paciente em
decúbito dorsal fazendo uma leve flexão, inclinação para o lado oposto do musculo a ser
alongado. O terapeuta fica sentado à frente da ponta da maca para o lado da cabeça do
paciente, o terapeuta com irá colocar uma das mãos na base do crânio e a outra
estabilizando o ombro, alongando a musculatura
ALONGAMENTO DE ATM
Isometria + alongamento de ATM (temporal, masseter e supra iodes)
SUPRA IODES – com uma das mãos vai ser usado um dedo para fazer a isquemia
(pressão constante sobre o musculo) e a outra mão vai puxar a musculatura para o lado
oposto que está sendo alongado
MASSETER - com uma das mãos vai ser usado um dedo para fazer a isquemia (pressão
constante sobre o musculo) e a outra mão vai abrir a boca e alongar a musculatura
TEMPORAL - com uma das mãos vai ser usado um dedo para fazer a isquemia (pressão
constante sobre o musculo) e a outra mão vai abrir a boca e alongar a musculatura

OBS- todos os exercícios de alongamento devem durar em média de 30s a 1 minuto no


mínimo.

8- Exercícios com bola de diferentes tamanhos + exercícios de ATM

Paciente em DD, o fisioterapeuta irá colocar uma bola de borracha em baixo do


pescoço e ele fará movimento de lateralidade e na boca fazer movimentos para
frente e para trás com o uso do hiperboloide em conjunto, estimulando
propriocepção de cervical e ATM e como citado no tópico 5, também estimula
sensibilidade tátil.
Outro exemplo, paciente em DV com o nariz o paciente vai rodar uma bolinha
pequena ou uma bolinha de gude, estimulando cervical, se abrir um pouco a boca,
estimula também ATM.

9- Preparar o paciente para as atividades de vida diária, incentivando-o a fazer


exercícios, dar dicas de ergonomia para o ambiente de trabalho, fazer alongamentos,
para que as dores não retornem e esse paciente possa levar uma vida mais saudável e
melhor.

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