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SÍNDROME DO

TÚNEL CUBITAL
Alunas:
Bruna Resende
Fabiana dos Santos
Krisller Fernanda
Nathália Braus

Professora:
Christina Cepeda
Síndrome do Túnel Cubital
DEFINIÇÃO
O nervo ulnar é responsável pela inervação sensitiva da mão (5º
dedo até a metade medial do 4º dedo) e pela função motora
(flexor ulnar do carpo, flexor profundo dos dedos e intrínsecos da
mão).

Nervo Ulnar (ORSINI et al., 2009)


Síndrome do Túnel Cubital
DEFINIÇÃO

O nervo ulnar, em seu trajeto no membro superior, pode sofrer


compressão em vários níveis e o cotovelo é a sede mais freqüente,
recebendo a denominação de síndrome do túnel cubital. Essa é a
segunda neuropatia compressiva mais comum no membro
superior, após a síndrome do túnel do carpo.

(ORSINI et al., 2009)


Síndrome do Túnel Cubital
EPIDEMIOLOGIA

A STCu é 3 vezes mais freqüente em homens do que em mulheres,


e está intimamente relacionada a determinadas atividades
funcionais (trabalho, hobbies e prática desportiva). Desta
maneira, operários industriais, operadores de terminais
informatizados, telefonistas, motoristas de caminhão, violinistas,
pianistas, praticantes de atividade física como golfe e esportes
que necessitam de movimento de arremesso, estão entre o grupo
com maior probabilidade de desenvolvê-la.

(ORSINI et al., 2009)


Síndrome do Túnel Cubital
FISIOPATOLOGIA
Quando ocorre a flexão do cotovelo, ocorre o tensionamento da
origem do músculo flexor ulnar do carpo, gerando um
alongamento de aproximadamente 5mm a cada 45º de flexão,
enquanto o ligamento colateral medial projeta-se de forma
medial, reduzindo o túnel cubital.

Diversos fatores estão relacionados com a STCu: fatores


intrínsecos (relacionados a patologias sistêmicas) e as
extrínsecas (relacionadas ao excesso de estiramento, angulação
ou compressão direta)
(ALPFELBERG & LARSON, 1973)
Síndrome do Túnel Cubital
DIAGNÓSTICO
A compressão do NU pode associar-se a vários fatores, o que dificulta o processo
de investigação clínica.

A STCu deve ser criteriosamente avaliada para ser diferenciada de outras


patologias ocasionam parestesias e fraqueza muscular no território do NU:
compressão do NU no canal de Guyon, Síndrome de Esmagamento Duplo,
radiculopatias cervicais baixas, disfunções vertebrais articulares torácica alta,
lesão do disco vertebral cervical, costela cervical, síndrome do escaleno anterior,
doenças metabólicas (como o diabetes mellitus), neuropatia alcoólica e por
Hansen, entre outras. O diagnóstico é baseado na presença de achados clínicos
e estudo eletrofisiológico

(MATHIAS et al, 2015)


Síndrome do Túnel Cubital
DIAGNÓSTICO

(MATHIAS et al, 2015)


Síndrome do Túnel Cubital
EXAMES COMPLEMETARES:
Radiografia de cotovelo: importante para excluir deformidade, osteófitos que causem
compressão e instabilidade de corrente de trauma prévio.

Ultrassonografia: exame dinâmico, pode evidenciar compressão e subluxação do nervo


ulnar com a flexão do antebraço. Análise da área em cortes seccionais ultrassonográficos
é estatisticamente menor em paciente com compressão.

Eletroneuromiografia (ENMG): importante para confirmar o diagnóstico clinico e localizar o


ponto de compressão. Queda na velocidade de condução do nervo ulnar na região do
cotovelo abaixo de 50 m/s é diagnóstico. Pacientes com sintomas leves a moderados a
ENMG podem ser falso negativo, porém em paciente com sintomas graves, a ENMG pode
ser útil como ferramenta prognóstica da recuperação muscular e do nervo após o
tratamento.
(MATHIAS et al, 2015)
Síndrome do Túnel Cubital
TRATAMENTO

O que define a elegibilidade do tratamento (conservador ou


cirúrgico) é o grau da lesão nervosa apresentada:

Grau I: Pequena lesão (neuropatia sensitiva isolada)


Grau II: Lesão intermediária (neuropatia sensitiva e motora
sem atrofia muscular)
Grau III: Grande lesão (neuropatia sensitiva e motora com
atrofia muscular)
(MCGOWAN et al., 1950)
Síndrome do Túnel Cubital
TRATAMENTO CIRÚRGICO

Indicado para pacientes com lesões de grau II, III e I que não
obtiveram melhora com o tratamento conservador

A realização da cirurgia permite evitar a progressão da


lesão do nervo ulnar e piores resultados a longo prazo.

Neste cenário, existem diversas opções de intervenções


cirúrgicas;

(VIVEIROS et al, 2008)


Síndrome do Túnel Cubital
TRATAMENTO CIRÚRGICO

Neurólise do nervo ulnar (descompressão isolada): essa


técnica é destacada pela facilidade do procedimento, mas
pode ocorrer a não liberação completa do nervo.

Nos graus II e III acredita-se que a neurólise do ulnar seja a


alternativa que fornece os resultados mais promissores,
especialmente no estágio II, em que o paciente pode
recuperar total ou parcialmente sua perda sensorio-motora.

(VIVEIROS et al, 2008)


Síndrome do Túnel Cubital
TRATAMENTO CIRÚRGICO

(MATHIAS et al, 2015)


Síndrome do Túnel Cubital
TRATAMENTO CIRÚRGICO

Descompressão associada à transposição anterior do nervo


ulnar (submuscular, intramuscular ou subcutânea):
Proporciona o relaxamento neural, permitindo posicionar o
mesmo em um local protegido de traumatismo e livre de
aderências em todo o arco de movimento. Contudo,
apresenta um risco importante de isquemia nervosa, dada a
manipulação excessiva do nervo

(VIVEIROS et al, 2008)


Síndrome do Túnel Cubital
TRATAMENTO CIRÚRGICO

(MATHIAS et al, 2015)


Síndrome do Túnel Cubital
TRATAMENTO CIRÚRGICO

Epicondilectomia medial (também chamada de liberação


do túnel cubital): ressecção parcial do epicôndilo do
cotovelo afetado, permitindo o aumento do espaço para
livre movimentação do nervo. Entretando, é um
procedimento passivo de variadas complicações, tais como:
tendinopatia, luxação do nervo ulnar, perda de força de
flexão e pronação, contratura em flexão e instabilidade em
valgo.
(VIVEIROS et al, 2008)
Síndrome do Túnel Cubital
TRATAMENTO CONSERVADOR

Indicado para pacientes com lesão de I grau com


sintomatologia leve a moderada.

Ênfase ao uso de medicamentos analgésicos, anti-


inflamatórios não hormonais, mudança das atividades e
imobilização noturna com o cotovelo em flexão

(VIVEIROS et al, 2008)


Síndrome do Túnel Cubital
TRATAMENTO CONSERVADOR

Durante o tratamento fisioterapêutico, é fundamental a


avaliação do paciente, para indicar, principalmente, em que
fase de reparação tecidual se encontra (inflamatória,
proliferativa, fibroblástica e de remodelamento ou
maturação).
O paciente deve ser orientado a evitar determinados
movimentos (flexão excessiva do cotovelo), a frequência e
repetição, bem como a permanência do membro superior
em flexão .
(ORSINI et al., 2009)
Síndrome do Túnel Cubital
TRATAMENTO CONSERVADOR
O fisioterapeuta deve indicar também a utilização de órteses,
visando garantir a redução do estresse e a proteção do nervo
ulnar contra os agentes externos na fase inicial do
tratamento.

(ORSINI et al., 2009)


Síndrome do Túnel Cubital
TRATAMENTO CONSERVADOR
Para ação analgésica, um dos recursos a serem utilizados é o
ultrassom, que possui efeitos não térmicos que permitem o
aumento da microcirculação local, melhora da viscosidade
dos tecidos e do reparo cicatricial.

Utilização com baixa intensidade e frequência pode aumentar a


condução sensório-motora nervosa, permitindo – inclusive – a
aceleração do processo de recuperação do tecido nervoso;
Deve-se tomar cuidado com altas intensidades, pois podem
piorar o quadro inflamatório.
(ORSINI et al., 2009)
Síndrome do Túnel Cubital
TRATAMENTO CONSERVADOR

Outro recurso para analgesia é o laser de baixa intensidade,


com o objetivo de promover ações para o controle da dor e da
resposta inflamatória, uma vez que aumenta a microcirculação
local e o aumento na regeneração do tecido nervoso.

1MHz (Profundo) 830 ou 904nm


Parâmetros p/ Parâmetros
ultrassom: 0,3 a 0,5 W/cm²) 3 a 4 J/cm²
p/ laser:
Pulsado 1:1 (50%) Pulsado e pontual
Frequência: 100Hz Frequência: 150Hz
1 min. por cabeçote 15 min.
Síndrome do Túnel Cubital
TRATAMENTO CONSERVADOR

A aplicação de métodos que envolvam o alongamento passivo


associado a manipulação osteocinemática também são
indicados para melhorar a tensão biomecânica existente entre
os flexores do cotovelo e os pronadores:

Permitindo assim, maior congruência articular e estabilidade,


pois promovem a reaquisição da extensão do cotovelo. Os
alongamentos, objetivando os benefícios da deformação
plástica do tecido miotendinoso, necessitam de várias repetições
com duração entre 15 a 30 segundos de manutenção.
(ORSINI et al., 2009)
Síndrome do Túnel Cubital
TRATAMENTO CONSERVADOR
Fortalecimento muscular deve ser implementado de forma
gradual;

A aplicação de carga deve ser submáxima e com objetivos


específicos;

Visar: resistência muscular frente ao esforço repetitivo e


melhorar o desempenho da musculatura;

Reintegrar o controle neuromotor do nervo ulnar;


(ORSINI et al., 2009)
Síndrome do Túnel Cubital
TRATAMENTO CONSERVADOR

Aplicação de Kinesio Tape: incentivam a facilitação


neuromuscular proprioceptiva;

Mobilização neural - técnica de deslizamento neural:


- Bons resultados para a melhora da sintomatologia;
- Melhora do quadro álgico, parestesia/formigamento, melhora
da força e funcionalidade;
- Efeitos cumulativos de neutralização do impacto ao sistema
nervoso: reduz edema, regulação da pressão neural,
redireciona o fluxo axoplamático e dentre outros.
(ORSINI et al., 2009)
Síndrome do Túnel Cubital
TRATAMENTO CONSERVADOR

(ORSINI et al., 2009)


REFERÊNCIAS
MATHIAS et al. Compressão do nervo ulnar na região do cotovelo - síndrome do túnel cubital: revisão de
literatura. Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2015; 34(02): 128-133.

VIVEIROS et al. Tratamento da síndrome do túnel ulnar pela técnica da epicondilectomia parcial medial do
cotovelo. Revista Brasileira de Ortopedia, p. 490-6, 2008.

ORSINI et al. Neuropraxia do nervo ulnar por “aprisionamento” (tratamento clínico e reabilitativo):a propósito
de 2 casos. Revista de Fisioterapia, 2009. P. 266-271.

McGowan, A.J.: The results of transposition of the ulnar nerve for traumatic ulnar neuritis. J Bone Joint Surg.
32: 293-301; 1950.

Lima, Sara et al. Tratamento da síndrome do túnel cubital pela técnica de transposição anterior
subcutânea: será este método seguro e eficaz?. Revista Brasileira de Ortopedia [online]. 2012, v. 47, n. 6
[Acessado 31 Outubro 2023], pp. 748-753. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0102-36162012000600013>.
Epub 18 Fev 2013. ISSN 1982-4378. https://doi.org/10.1590/S0102-36162012000600013.

Apfelberg, D.B. & Larson, S.J.: Dynamic anatomy of the ulnar nerve at the elbow. Plast Reconstr Surg 51: 76-81,
1973
OBRIGADA!

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