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PATOLOGIAS DAS MÃOS – HB (VITOR BIDU DE SOUZA – MED XIV)

 O 1º compartimento extensor do punho encontra-se sobre


o processo estiloide radial e consiste em um túnel
osteofibroso de cerca de 2 cm de extensão longitudinal.
 Seu teto é formado pelo ligamento transverso carpal dorsal,
e seu assoalho consiste em um sulco esculpido no processo
estiloide radial.
 Contém os tendões abdutor longo e extensor curto do
polegar, que são acometidos, juntamente com sua
membrana sinovial, na doença.

 A tenossinovite é atribuída a atividades que exigem abdução


repetitiva do polegar, associada a desvio ulnar simultâneo
do punho >>> gera fricção dos tendões no ligamento
transverso dorsal do punho, com subsequente edema e/ou
estreitamento do túnel osteofibroso.

 Tendões anômalos e variações anatômicas nos tendões ou


em seus envoltórios podem contribuir para o surgimento
da doença, justificando a má resposta ao tratamento não
cirúrgico em alguns pacientes.
TENOSSINOVITE DE QUERVAIN

Processo inflamatório que acomete a sinóvia e os tendões


ABDUTOR LONGO E EXTENSOR CURTO DO POLEGAR, dentro do
1º compartimento extensor do punho.

 Mais mulheres, entre a 5ª e 6ª décadas de vida (50-60).


 A ocorrência em mulheres é 6 vezes maior que nos
homens.
 Acomete com frequência mulheres gestantes e
durante o período de amamentação.

ETIOPATOGENIA DIAGNÓSTICO

 Histórico clínico e exame físico do paciente. O paciente


queixa-se de dor e edema na borda radial do punho, com
início há semanas ou meses. A dor é agravada com
movimentos do polegar e com o desvio ulnar do punho.

 Dor durante a manobra de desvio ulnar do punho forçado,


com o polegar empalmado, sugere diagnóstico de
tenossinovite de De Quervain (TESTE DE FINKELSTEIN: DEVE-
SE EMPALMAR O POLEGAR; FECHAR OS DEDOS SOBRE ELE;
E ATIVAMENTE FAZER O DESVIO ULNAR DO PUNHO.)

 PSEUDOGATILHO DO POLEGAR (polegar pode ficar breve e


levemente “travado”) pode ser verificado ao exame físico e
sugere a presença de túnel osteofibroso duplicado no 1º
compartimento (variação anatômica).

 Diagnóstico: USG ou RNM do punho (não é obrigatório).


PATOLOGIAS DAS MÃOS – HB (VITOR BIDU DE SOUZA – MED XIV)

TRATAMENTO

Em casos agudos  Tt não cirúrgico, com imobilização


temporária do punho e polegar e terapia de mão.

Utiliza-se órtese antebraquiopalmar para polegar (com tala),


posicionando-se o punho em discreta extensão e o polegar em
abdução (recidiva dos sintomas após curto período de remoção
delas)

Infiltração com corticosteroide  sucesso entre 50 e 80% após


2 infiltrações. Casos agudos respondem melhor ao tratamento
com infiltração e, em diabéticos, baixo índice de sucesso.
COMPLICAÇÕES
Na doença de De Quervain na gestante ou em mulheres na fase
Lesões iatrogênicas dos nervos sensitivos radiais devem ser
de lactação, o tratamento não cirúrgico é extremamente
reparadas se diagnosticadas precocemente ou durante o ato
efetivo, e a tenossinovite tende a regredir após o período de
cirúrgico. Quando diagnosticadas tardiamente, realizar
lactação.
tratamento dos sintomas de neuroma, sem necessidade de
reparo tardio do nervo se não houver déficits sensitivos
TÉCNICA DE INFILTRAÇÃO COM CORTICOSTEROIDE importantes.
Para determinar o correto local,
solicita-se ao paciente que realize Permanência dos sintomas após o tratamento cirúrgico deve ser
discretas abdução e extensão do investigada para verificar outras doenças locais associadas
polegar (EPB) facilitando a palpação (rizartrose, instabilidade cárpica, síndrome de intersecção).
de todo o trajeto dos tendões do 1º
Se não forem encontradas descrições cirúrgicas que evidenciem
compartimento extensor. Localiza-se
a correta identificação dos tendões e dos compartimentos, deve
um ponto, no trajeto desses tendões,
ser cogitada a revisão cirúrgica.
que fica a 1 cm proximalmente ao
estiloide radial, que corresponde à TENOSSINOVITE ESTENOSANTE (DEDO EM GATILHO)
topografia do túnel osteofibroso do 1º
compartimento (local correto para infiltração). Doença inflamatória da
bainha dos tendões de
Realize-se então antissepsia local com solução alcoólica ou caráter estenosante >>>
solução iodada. 2 mL de solução, sendo 1 mL de lidocaína sem causa bloqueio da
vasoconstritor e 1 mL de corticosteroide. extensão ativa.

Corticosteroide: betametasona, dexametasona e triancinolona. Sinal de travamento ou


ressalto, durante a flexo-
COMPLICAÇÕES DO PROCEDIMENTO DE INFILTRAÇÃO:
extensão de um
despigmentação da pele local, atrofia subcutânea, necrose
quirodáctilo.
gordurosa e, se realizado de modo repetitivo, enfraquecimento
dos tendões. Uma das causas mais
comuns de dor e limitação
TRATAMENTO CIRÚRGICO funcional nas mãos.

SINTOMAS: dor à flexo-extensão, travamento ou ressalto do


dedo), mas a apresentação clínica pode variar desde um dedo
com sintomas dolorosos e raros episódios de travamento até
um dedo bloqueado em flexão.
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DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS: luxação interfalangeana, doença IIIB: inabilidade de fletir ativamente o dedo.
de Dupuytren, distonia, rigidez articular ou corpos estranhos
intra-articulares. Grau IV: contratura. Travamento demonstrável ao exame, com
contratura em flexão fixa da articulação interfalangiana
EPIDEMIOLOGIA proximal.

Mulheres adultas, entre a 4ª e 5ª décadas de vida, com uma


frequência que varia de 2 a 6 vezes maior que nos homens.

O envolvimento de múltiplos dedos não é incomum, sendo os


dedos mais afetados o polegar, seguido pelo anelar, dedo
médio, dedo mínimo e dedo indicador.

O dedo em gatilho pode ser observado em associação às


doenças: diabetes, gota, doenças renais, tireoidopatias, ARe
outras doenças reumatológicas.

ETIOPATOGENIA

TRATAMENTO

NÃO CIRÚRGICO
 Injeções locais de corticosteroides
O fenômeno de ressalto ou travamento ocorre em razão de um  Terapia de mão e uso de órteses, com alto índice de
atrito mecânico que ocorre entre o tendão flexor e a polia A1, sucesso.
que normalmente encontra-se espessada.
Em virtude do risco de complicações associadas ao tratamento
Causa do espessamento da polia A1: carga angular provocada cirúrgico (distrofia simpaticorreflexa, infecção, rigidez, lesão de
pelo tendão flexor na porção distal dessa polia durante o nervo digital, dor incisional, deformidade em flexão e
movimento natural de preensão palmar e flexão digital, recorrência), existe a tendência a optar pelo tratamento
quando realizado de modo repetitivo e crônico. conservador.

Histologicamente, ocorre metaplasia fibrocartilaginosa na polia Em pct não diabéticos, com acometimento de um único dedo e
e na superfície do tendão flexor acometido. Ocorrem sintomatologia recente, a infiltração local com corticosteroide
proliferação de condrócitos e presença de colágeno tipo III na apresenta alto índice de sucesso e baixas complicações.
polia A1.
Elevações temporárias nos níveis de glicose séricos e urinários
CLASSIFICAÇÃO são esperadas após procedimento de infiltração com
corticosteroide em pacientes diabéticos, e estes devem ser
Classificação modificada comunicados sobre a possibilidade de ocorrência.
por Green D.P., em 1997.

Grau I: pré-gatilho. Dor e


relato de travamento ou
ressalto, porém não demonstrável durante exame físico. Dor à
palpação da polia A1.

Grau II: ativo. Travamento ou ressalto demonstrável ao exame


físico. O paciente é capaz de estender o dedo ativamente.

Grau III: passivo. Travamento ou ressalto demonstrável ao


exame físico. SINDROMES COMPRESSIVAS DOS MEMBROS
SUPERIORES
IIIA: o paciente necessita de extensão passiva do dedo.
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NERVO MEDIANO

O túnel do carpo é uma estrutura inelástica localizada no


punho anterior, que contém os tendões flexores superficiais e
profundos dos dedos longos, o flexor longo do polegar e o nervo
mediano. Sua borda anterior é composta pelo ligamento carpal
transverso, seu assoalho, pelos ossos do carpo, seu limite
SINDROME TÚNEL DO CARPO – MED 12 medial é determinado pelo trapézio, pelo escafoide e pelo flexor
A síndrome do túnel do carpo, denominação dada à radial do carpo, enquanto sua borda lateral é composta pelo
compressão do nervo mediano ao nível do punho, é a gancho do hamato, pelo piramidal e pelo pisiforme.
neuropatia compressiva mais comum do membro superior. +
QUEIXA PRINCIPAL
frequente em mulheres, acometimento bilateral em 50% e
apresenta maior incidência entre as 4ª e 6ª décadas de vida. Parestesia dos dedos radiais da mão apenas da ponta dos
dedos, principalmente, à noite (compressão natural do túnel
É a síndrome compressiva periférica mais comum, afetando
devido à posição em que o paciente dorme, respondendo bem
entre 0,1% e 10% da população.
ao uso de órteses). Cronicamente, pode levar a perda de força
de preensão da mão e atrofia do compartimento tenar.

EXAME FÍSICO

TESTE DE PHALEN: oposição do dorso das mãos, o que leva à


compressão do túnel do carpo. A posição deve ser sustentada
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por um minuto; se houver reprodução dos sintomas O tratamento cirúrgico é indicado apenas para casos
(formigamento, em especial da ponta dos dedos e palma), o refratários após três meses de tratamento conservador. É feito
teste é positivo. pela liberação cirúrgica do túnel do carpo, o que pode ser
realizado por via aberta ou artroscopia. Quando tem tem sinal
TESTE DE PHALEN INVERTIDO: é igual ao Phalen tradicional, grave de compressão.
mas feito com a oposição das palmas (posição de prece). O
tempo para os sintomas, porém, é de dois minutos. SÍNDROME DO PRONADOR

TESTE DE DURKAN: (compressão manual direta sobre o nervo


mediano no punho, deve levar aos sintomas em 30 segundos.)
positivos caso sintomas de parestesia ou dor.

TESTE DE TINEL: É feito por meio da percussão do nervo


examinado –deve-se reproduzir uma sensação de choque ao
longo do seu trajeto.

DIAGNÓSTICO

A eletroneuromiografia permanece como o exame mais


utilizado para evidenciar objetivamente a síndrome. 10 a 15%
dos pacientes com sintomas compatíveis e eletroneuromiografia
negativa apresentam melhora dos sintomas após tratamento
cirúrgico.

A clínica permanece soberana para a caracterização de doença,


e um teste eletrodiagnóstico negativo não deve ser encarado
categoricamente como ausência da condição.

TRATAMENTO
Sintomas ocasionados pelo comprometimento do nervo mediano
Causas sistêmicas devem ser identificadas e tratadas (p.ex.,
na altura do cotovelo, ou seja, quando passa entre as duas porções
controle da glicemia).
do músculo pronador redondo e abaixo do arco fibroso do
O tratamento conservador é reservado para os casos mais músculo flexor superficial dos dedos. Ou seja, compressão do
leves, sem atrofia tênar ou comprometimento importante de nervo mediano entre as cabeças do pronador redondo ou na borda
sensibilidade: proximal do flexor superficial dos dedos.

 Uso de órteses
 AINH
 Injeção de corticosteroides no canal carpal
 Uso oral de vitamina B6
 USG e alterações posturais e de hábitos.

O tratamento clínico é feito por meio de: órtese rígida para uso QUADRO CLÍNICO
noturno (quando a parestesia é noturna) e fisioterapia. O uso A história clínica ocupacional revela episódio de esforço
de órteses, mantendo o punho imobilizado em posição neutra, é muscular intenso ou de utilização do antebraço em
eficaz nos estágios iniciais, e muitos pacientes apresentam supinação/pronação ou extensão/flexão.
remissão dos sintomas após o tratamento.
Dor difusa no antebraço, em especial na superfície volar
Anti-inflamatórios podem ajudar, assim como a vitamina B proximal, que aumenta durante esforços estáticos ou
(qualquer compressão ou lesão neurológica periférica). movimento repetitivo. Piora com o aumento de pressão sobre o
nervo. Pode ser acompanhada de hipoestesia no território do
Doenças associadas devem ser tratadas e atividades causais
nervo mediano (palma da mão, sendo confundida clinicamente
(como costura ou atividades de escritório), evitadas.
com síndrome do túnel do carpo).
A injeção de corticoides é uma opção, tendo efeito transeunte
(passageiro), sendo mais interessante para diagnósticos A força de preensão e pinça está diminuída, e o paciente
diferenciais, quando o exame clínico e a eletroneuromiografia apresenta dificuldade para escrever.
são duvidosos.
Compressão do cotovelo e 1/3 proximal do antebraço.
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Queixas motoras: diminuição de força do FLP, FDP (2 e 3) e PQ. Caracteristicamente o paciente é incapaz de realizar o sinal de
Não há perda sensitiva/DD com mononeurites e Parkinson “OK” (sinal de O de Bunnel).

EXAME FÍSICO SINAL DE KILOH-NEVIN: teste simples para o NIA; solicita-se que
o paciente faça um “OK”, ou a mesma posição da pinça. Na
 Flexão do cotovelo contra resistência entre 120 e 160°. compressão do NIA, o paciente não é capaz de fazer um círculo
 Pronação do antebraço e flexão do punho contra resistência. (não consegue opor as polpas digitais do polegar e indicador),
 Digito percussão positiva na região do músculo pronador gerando um sinal positivo.
redondo.
 Digito percussão negativa no túnel do carpo.
 Sinais de Phalen e Phalen invertido negativos.

EXAMES COMPLEMENTARES

 ENMG (baixa acurácia): deve ser dinâmica, com o paciente


forçando a musculatura do antebraço durante o exame.
 Radiografia de cotovelo.
 Exames laboratoriais.
SINAL DE BENEDICTION: o oposto do sinal de Froment; indica
TRATAMENTO CONSERVADOR compressão do NIA. Pede-se que o paciente segure uma folha
de papel fazendo o movimento de pinça; ao se puxar o papel, o
 É indicado quando os sintomas estão presentes há menos de
paciente recorre à adução do polegar (já que o ulnar está
um ano de seu começo.
preservado)
 Inicia com imobilização, AINEs, corticoide injetável em
casos selecionados e fisioterapia. A vitamina B6 é útil em
alguns.
 Nas situações em que a origem ocupacional está
estabelecida, é fundamental manter o paciente em repouso
ou afastado de suas atividades, além de ser realocado para
outras tarefas no retorno ao trabalho. A nova atividade não
deve exigir movimentos bruscos de pronação e extensão de
antebraço.

TRATAMENTO CIRÚRGICO O achado de diminuição na velocidade de condução nos


estudos eletrodiagnósticos confirma o diagnóstico.
Quando o tratamento conservador não é suficiente para
proporcionar alívio duradouro. O tratamento também consiste de imobilização, uso de anti-
inflamatórios e exploração cirúrgica se necessário.
SÍNDROME DO INTERÓSSEO ANTERIOR (NIA)

É uma ocorrência rara, de menos de 1% de todas as neuropatias


da extremidade superior, e consiste na compressão específica
do nervo interósseo anterior, causando paralisia do flexor
longo do polegar e do flexor profundo do indicador e médio;
além de queixas de dor no antebraço proximal.

Diferentemente das outras neuropatias compressivas do nervo


mediano, não há alteração específica da sensibilidade.

NERVO ULNAR/RADIAL - MEDIANO


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Motora (maioria dos casos), sensitivo-motora (um terço dos


casos) ou só sensitiva.

Dor ‐ moderada e persistente na região hipotenar,


acompanhada por leve parestesia irradiada para o bordo ulnar
da mão, para os dois lados do dedo mínimo e para lado radial
do anular, e fraqueza e/ou atrofia dos interósseos. Pode haver
paresia dos mm inervados pelo nervo cubital e hipotrofia da
mão, com exceção da região tenar.

Radiculopatias cervicais, síndrome do desfiladeiro torácico e


síndrome do túnel cubital devem ser excluídas no diagnóstico
diferencial.

Uma vez fechado o diagnóstico, deve-se buscar as causas


SÍNDROME DO CANAL DE GUYON (TÚNEL ULNAR)
anatômicas para a compressão do nervo.
O túnel ulnar (canal de Guyon) mede cerca de 4 cm, começando
A compressão no canal de Guyon trará sintomas somente no
na borda proximal do ligamento carpal volar, que é contínuo
punho, afetando a musculatura intrínseca da mão e gerando
com a fáscia antebraquial. O ligamento carpal volar estende-se
atrofia e parestesia da região hipotenar.
do flexor ulnar do carpo até o ligamento carpal tranverso.
Continua-se, então, com o arco fibroso da musculatura ATENÇÃO: Perde-se a capacidade de extensão dos dedos
hipotênar. ulnares – mas não dos dedos radiais.
Isso leva a uma posição em flexão dos
REVISANDO ANATOMIA quarto e quinto dedos.
A mão possui 10 compartimentos. O mais importante é lembrar
os compartimentos tenar, composto pelos músculos que
movem o polegar (Abdutor curto, Flexor curto e Oponente -
AFO), e hipotenar, composto pelos músculos relacionados ao
quinto dedo (Abdutor curto, Flexor curto e Oponente – AFO).

TESTE DE EGAWA: extensão e adução e abdução do terceiro


dedo da mão. Na lesão deste nervo, não se consegue fazer
adução e abdução.

A compressão do nervo ulnar no punho é menos frequente


que no cotovelo.

A síndrome do canal de Guyon é


muito menos frequente do que a
síndrome do túnel do carpo.
CAUSAS: traumatismos (fraturas do
hamato, do piramidal ou da base do TESTE DE FROMENT: Solicita-se que o paciente segure uma
quarto e do quinto metacarpais; folha de papel por meio da adução do polegar; na fraqueza
traumatismo da artéria ulnar, com deste músculo, inervado pelo ulnar, o paciente faz a flexão da
consequente trombose, chamada falange do polegar.
“síndrome do martelo hipotenar”),
tumores (lipofibroma, cisto sinovial) ou variações anatômicas
(músculos anormais).

QUADRO CLÍNICO
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Realiza-se o acesso em linha quebrada (Brunner), com o cuidado


de preservar o ramo cutâneo palmar do ulnar. Quaisquer causas
de compressão identificáveis são resolvidas (exérese de
tumores, correção de aneurisma de aa ulnar), e o túnel ulnar é
liberado.

SÍNDROME DO TÚNEL CUBITAL

A compressão do nervo ulnar no cotovelo é a segunda


TESTE TINEL: É feito por meio da percussão do nervo neuropatia compressiva mais comum no membro superior.
examinado –deve-se reproduzir uma sensação de choque ao
Existem diversos pontos críticos de provável compressão do
longo do seu trajeto (serve para avaliar síndrome túnel do carpo
nervo ulnar ao redor do cotovelo (de proximal a distal):

 O ponto em que o nervo ulnar atravessa o septo


intermuscular medial.
 Arcada de Struthers (banda miofascial composta de
fibras musculares da cabeça medial do tríceps).
 Fáscia de Osbourne e epicôndilo medial.
 Aponeurose dos flexores/pronador.
tbm).
A etiologia da compressão do nervo é idiopática em até 50%
Contudo, essa síndrome produz uma deformidade clássica: a
dos pacientes.
MÃO DO PAPA, MÃO EM GARRA OU MÃO DA PARTEIRA.

CAUSAS: traumas repetitivos, as fraturas do cotovelo, as


doenças sistêmicas (diabetes melito, hanseníase, artrite
Na palma da mão, logo após o canal de Guyon, o nervo ulnar reumatoide) e as calcificações heterotópicas.
se divide em ramo sensitivo, que inerva os dois lados do dedo
mínimo e o lado ulnar do anular, e ramo motor, mais profundo, CLÍNICA: parestesia no território do nervo ulnar (dedos anular e
que inerva os músculos abdutor, flexor curto e oponente do mínimo), que, em geral, pioram com a flexão do cotovelo e
dedo mínimo, os músculos interósseos, o terceiro e o quarto durante a noite.
músculos lumbricais e, em sua parte terminal, os músculos
adutor e parte do flexor curto do polegar. O paciente pode queixar-se de acordar em razão de
formigamento da mão. A presença de parestesia no dorso da
EXAMES mão (ramo cutâneo dorsal) ajuda no diagnóstico diferencial
com a compressão do nervo ulnar ao nível do punho (canal de
 TC pode confirmar a fratura do gancho do hamato; Guyon), visto que ela está ausente nesse caso.
 RNM ou a angiografia podem confirmar a trombose ou
o pseudoaneurisma da artéria ulnar. Fraqueza muscular normalmente é tardia, e pode manifestar-se
 Exames mais simples, como USG, pode confirmar o inicialmente como inabilidade de adução do dedo mínimo (sinal
diagnóstico de cisto sinovial ou lipoma. de Wartenberg).

SINAIS DE GRAVIDADE DA DOENÇA  atrofia da musculatura


O tratamento conservador é reservado para casos com intrínseca da mão, com garra dos dedos anular e mínimo, e
sintomatologia leve ou para os quais não há causa anatômica perda da força de pinça, caracterizados pelos sinais de Froment
identificável (flexão da articulação interfalangiana do polegar tentando
compensar a perda de força do músculo adutor do polegar).
ATENÇÃO! O tratamento da síndrome do canal de Guyon é
cirúrgico, na maioria das vezes, e o ideal é que a cirurgia seja Casos mais avançados cursam com atrofia da musculatura
feita antes que alterações. Faz a descompressão do canal de intrínseca da mão. A musculatura extrínseca é menos afetada,
Guyon. em virtude da posição mais profunda dos fascículos que a
inervam em relação aos fascículos para a musculatura
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intrínseca, mais superficiais.  5 e 6 apresentam discriminação de dois pontos anormal,


enquanto pacientes com escore acima de 7 (máximo de
10) mostram atrofia muscular.

Tratamento conservador - casos iniciais e mais leves.

 Atividades que reproduzem os sintomas de parestesia,


SINAIS CLÍNICOS: dor à palpação ou subluxação do nervo ulnar
como flexão repetida do cotovelo ou pressão direta sobre
do cotovelo, ou sinal de Tinel na topografia do nervo no
a região do epicôndilo medial, devem ser evitadas.
cotovelo (percussão do nervo examinado –deve-se reproduzir
 Recomendado o uso de AINEs, analgésicos, vitamina B e
uma sensação de choque ao longo do seu trajeto. Reprodução
fisioterapia para o tratamento da neurite instalada.
dos sintomas no cotovelo – alto indício.
 As órteses devem imobilizar o cotovelo em flexão de 45 a
70º, sendo importante também a imobilização do punho,
para neutralizar a ação do flexor ulnar do carpo.
 O uso de injeção de corticosteroides  pouco efetiva.

A cirurgia a ser realizada é objeto de maior controvérsia,


variando desde uma simples descompressão do nervo ulnar
(+simples e rápida), passando por epicondilectomia medial, até
transposições anteriores do nervo, subcutâneas ou
submusculares.

Cervicopatias, síndrome do desfiladeiro torácico e compressão A incisão cirúrgica é comum a todas as técnicas, e é posicionada
do nervo ulnar no punho são os diagnósticos diferenciais. entre o epicôndilo medial e o olécrano, com extensão de cerca
de 10 cm tanto proximal quanto distalmente.
DIAGNÓSTICO: eletroneuromiografia, embora a clínica
permaneça soberana. Os testes eletrodiagnósticos mais úteis As transposições anteriores subcutâneas ou submusculares
em situações em que o local de compressão é incerto ou em quando existem alterações anatômicas no cotovelo, ou em
casos de suspeita de polineuropatias ou doenças casos avançados. A primeira é menos agressiva, deixando,
desmielinizantes. porém, o nervo ulnar em posição mais superficial, mais
suscetível a trauma acidental. A segunda é mais agressiva, com
recuperação mais lenta, mas que mantém o nervo em posição
mais protegida.

NERVO RADIAL

Dellon desenvolveu uma escala de gravidade numérica


baseada na sintomatologia do paciente.
 1 e 2 incluem pacientes com parestesia intermitente e
fraqueza leve observada durante testes de pinça e grip.
 3 e 4 incluem alterações da sensibilidade vibratória e
fraqueza moderada.
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Deve-se realizar o diagnóstico diferencial com a tenossinovite


de primeiro compartimento extensor (de Quervain), embora as
duas condições possam estar presentes simultaneamente.

O sinal de Tinel frequentemente está presente no trajeto do


nervo. Sinal de finkelstein pode ser positivo também

O tratamento clínico é sempre realizado com medidas como


descanso, retirada de elementos compressivos (como pulseiras
e relógios) e uso de anti-inflamatórios. A utilização de
corticosteroides é controversa. A cirurgia está reservada para
casos de falha no tratamento clínico ou em casos pós-trauma
em que a presença de cicatriz é considerada fator causa

SÍNDROME DE WARTENBERG (COMPRESSÃO RAMO


SENSTIVO RADIAL)

O ramo sensitivo radial origina-se na bifurcação do nervo radial


em ramo sensitivo e ramo interósseo posterior.

Ele se dirige distalmente sob o músculo braquiorradial e, a cerca


de 9 cm do estiloide radial, superficializa-se, tornando-se uma
estrutura subcutânea.

SÍNDROME DO NERVO INTERÓSSEO POSTERIOR

O nervo interósseo posterior é um ramo do nervo radial, e


inerva o extensor próprio do índice (indicador), o extensor
próprio do mínimo, o extensor ulnar do carpo, o abdutor longo
do polegar, o extensor curto do polegar e o extensor comum
dos dedos.

Em geral, a compressão do nervo se dá na borda proximal do


O ramo sensitivo radial pode ser comprimido em qualquer supinador, em uma área denominada arcada de Frohse.
região de sua trajetória, sendo mais comum na borda posterior
do braquiorradial, quando ocorre sua mudança de estrutura Outros sítios potenciais de compressão: bandas fibrosas dos
profunda para subcutânea. músculos braquial e braquirradial; arcada de Henry (conjunto de
ramos recorrentes da artéria radial que se originam ao nível do
Os pacientes queixam-se de dor ou disestesias no dorso radial nervo interósseo posterior); borda proximal do músculo
da mão, com irradiação para o polegar e o dedo indicador. extensor radial curto do carpo; e borda distal do músculo
supinador.
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Geralmente, os pacientes apresentam-se com dor à palpação


sobre a massa muscular extensora e com fraqueza e/ou
paralisia muscular de graus variados.

A compressão provocada por tumores, principalmente


lipomas, é causa conhecida de paralisia do nervo interósseo
posterior. Outras: cistos sinoviais com origem na articulação
radioulnar proximal, pannus reumatoide, artrite séptica do
cotovelo e vasculites.

CLÍNICA

Envolve dor profunda na face posterior do antebraço, iniciando


no terço proximal. Não há alteração de sensibilidade.

Nos casos graves, existe comprometimento motor (força


diminuída ou ausente dos extensores comum dos dedos e longo
do polegar). A dor aumenta com esforços e movimentos de
flexão/extensão e pronação/supinação. Sensação de fadiga.

No exame físico, observa-se palpação dolorosa na região


posterior do antebraço na porção do músculo supinador. Não
existe déficit sensorial, mas há diminuição de força de preensão
e desconforto aos esforços. Associa-se, principalmente, a movimentos repetitivos de
pronossupinação. É também conhecida como síndrome do
O diagnóstico diferencial deve ser feito com a epicondilite supinador.
lateral do cotovelo e a rotura de tendões extensores pode
mimetizar o quadro clínico, devendo ser considerada como Síndrome rara  dor na região posterolateral do antebraço,
diagnóstico diferencial. sendo mais distal que o epicôndilo lateral – e, portanto,
diagnóstico diferencial da epicondilite lateral.
DIAGNÓSTICO
Como o NIP é um nervo motor, não há alteração sensitiva.
Estudos eletrodiagnósticos.
Além da dor, há perda de força de extensão dos dedos nas
TRATAMENTO metacarpofalangeanas e punho, o que é raro na prática clínica.

O tratamento consiste em AINEs, corticoide de depósito (com O diagnóstico é feito, clinicamente, pelo teste de Maudsley.
preferência para o sistêmico) e fisioterapia especializada. Pode ser confirmado por uma eletroneuromiografia, embora
esta não seja, como na síndrome do túnel do carpo, essencial.
O tratamento clínico deve ser sempre tentado, com medidas
posturais como evitar extensão do cotovelo, pronação do Teste de Maudsley: Com o cotovelo estendido, pede-se que o
paciente faça a extensão contra resistência do dedo médio do
antebraço e flexão do punho por tempo prolongado.
lado afetado. Isso deve provocar dor na região posterolateral do
antebraço, distal ao epicôndilo lateral (diferenciando, assim, da
Caso não haja melhora em um período de três meses, a
epicondilite lateral).
exploração cirúrgica com descompressão do nervo interósseo
posterior está indicada.

SÍNDROME DO TÚNEL RADIAL PROXIMAL

Trata-se da compressão do nervo interósseo posterior (NIP) no


túnel radial. Ele pode ser comprimido pelas seguintes
estruturas:

 Origem o extensor radial curto do carpo;


 Adesões ao longo da cabeça do rádio;
O principal diagnóstico diferencial é a epicondilite lateral, em
 Arcada de Frohse; que o teste de Cozen é positivo e o de Maudsley, negativo.
 Músculo supinador;
 Arcada arterial.
PATOLOGIAS DAS MÃOS – HB (VITOR BIDU DE SOUZA – MED XIV)

Pacientes com tal síndrome apresentam dor na região proximal


e lateral do antebraço, que deve ser diferenciada da
epicondilite lateral. Na verdade, sua existência como entidade
clínica ainda é controversa, visto que é exclusivamente clínica, TUMOR DE CÉLULAS GIGANTES
sem achados de imagem ou em exames eletrodiagnósticos
importantes.  O tumor de células gigantes tem comportamento
obscuro, podendo apresentar transformação maligna.
Tipicamente, a dor da epicondilite lateral localiza-se na região  Sua localização na mão propriamente dita é rara; no
da inserção do extensor radial curto do carpo, enquanto a dor carpo é muito mais rara.
da síndrome do túnel radial localiza-se de 3 a 4 cm distal ao  É no terço distal do rádio que ele aparece com mais
epicôndilo lateral, na região do túnel radial. frequência no membro superior.
 O tumor origina-se na epífise e, mais tarde, invade a
O uso de corticosteroides no alívio dos sintomas tem grande metáfise.
relevância como teste terapêutico, em razão da inexistência de  Incide mais no sexo feminino, com maior ocorrência
exames para diagnóstico dessa condição. entre os 20 e 50 anos.
O tratamento clínico é sempre tentado, com medidas posturais No aspecto clínico, a dor é a principal queixa do paciente,
evitando longos períodos de extensão do cotovelo, pronação do enquanto o aumento de volume nem sempre está presente.
antebraço e flexão do punho. Caso não haja melhora após o Pode haver dor aguda em decorrência de fratura patológica.
tratamento clínico, a liberação cirúrgica do túnel radial deve ser Ainda que não exista imagem radiográfica ‐ patognomônica,
considerada. muitos elementos são sugestivos da lesão:

 Imagem lítica, radiotransparente, de contorno bem-


definido.
 Localização na epífise, invadindo a metáfise,
crescimento lateral abordando a cortical, que se torna
afinada.
 Não calcificação interna, e o aspecto de bolha de sabão
sugere recidiva.

Vários procedimentos já foram propostos para o tratamento


desse tumor, desde curetagem, seguida de enxerto, ressecção
simples e com enxertia, até amputação e radioterapia. Esse
último procedimento já foi abandonado, enquanto as
curetagens e as ressecções simples ou com enxerto estão
reservadas às lesões pequenas e pouco destrutivas. O terço
distal da ulna, quando amputado, pode ser substituído pela
fíbula proximal. No raio X, é uma lesão lítica, arredondada, com
margens escleróticas.

LESÕES TUMORAIS E PSEUDO-TUMORAIS


PATOLOGIAS DAS MÃOS – HB (VITOR BIDU DE SOUZA – MED XIV)

ocasionando erosão óssea, mas quase nunca compressão


nervosa.

Nas radiografias, pode ser visto como nódulo com densidade de


partes moles ou erosão óssea adjagcente. É o tumor de partes
moles mais comum na mão.

O tratamento indicado é a ressecção marginal. A recidiva é


comum, variando de 5 a 50%, mas é tratada pela ressecção
marginal da recidiva com sucesso. Remoção cirúrgica 
ressecar parte da bainha e, em certos casos, da cápsula
articular, para evitar remoção incompleta e recidiva, que não é
rara.

Não há risco de transformação maligna da lesão.

ENCONDROMA

É o tumor ósseo cartilaginoso mais comum na mão,


respondendo por 90% dos tumores ósseos da mão.

TCG BAINHA DE TENDÃO (TENOSSINOVITE Segundo tumor ósseo benigno mais frequente, o encondroma é
VILONODULAR PIGMENTADA) um tumor caracterizado pela presença de cartilagem dentro da

É o segundo tumor mais frequente da mão.

Apresenta sinonímia muito ‐ extensa, mas a denominação de


Jaffe, tenossinovite vilonodular pigmentada e tumor de células
gigantes de bainha de tendão são as expressões mais utilizadas.

A prevalência no sexo feminino é de 3:1, com maior incidência


entre os 20 e 50 anos, apresentando localização pre‐
dominantemente palmar, embora também possa ocorrer na
face dorsal.

A etiologia é muito discutida, daí o fato de tão ampla sinonímia.


No entanto, apesar de ainda obscura, a hipótese mais aceita é a
de tratar-se de lesão reativa.

Pode ser dividido em forma nodular e difusa. A forma nodular é


cavidade medular, geralmente de ossos longos.
mais comum na mão, com clínica na forma de um nódulo duro e
indolor, de crescimento lento. Sua etiologia é indefinida, mas acredita-se que seja um erro na
ossificação endocondral.
 A dor pode ocorrer em 20% dos casos.
 As lesões pequenas são arredondadas e não aderidas A localização mais comum é na falange proximal, seguida do
aos tecidos profundos. metacarpo e da falange média. Raramente acomete ossos do
 As lesões maiores são lobuladas. carpo. A maior parte das lesões é única e acomete pacientes
 Pode acometer a articulação, acarretando erosões das entre 10 e 40 anos de idade (20 aos 50 outra referência), sem
superfícies articulares. predileção por sexo, com aumento de volume localizado,
 Pode ocorrer sintomas de compressão nervosa pela podendo ser doloroso ou ser diagnosticado após fratura
compressão de nervos adjacentes. Sua localização patológica pós-trauma.
mais comum é na face volar da mão, mas não é
incomum na face dorsal.

O crescimento é lento, e o indivíduo não se queixa de dor, que


pode estar presente quando o crescimento é rápido.

A consistência é firme, podendo ser móvel no sentido lateral e


sempre imóvel no sentido longitudinal. O comportamento
biológico varia de indolente a invasivo localmente, às vezes
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Sua incidência real, assim como no osteocondroma, é difícil de


ser mensurada pela pouca sintomatologia que a lesão causa.

o encondroma acomete com frequência os ossos das mãos e


dos pés, seguidos de úmero, fêmur e tíbia, em incidência
decrescente.

O aspecto macroscópico do encondroma é de um material


esbranquiçado e azulado, de consistência firme. Como na
maioria dos casos operados, a ressecção é intralesional;
raramente se vê um encondroma inteiro na macroscopia.

No aspecto clínico, o encondroma pode apresentar aumento de


volume, mas o mais comum é o tumor ser descoberto devido à
dor, resultante de fratura patológica, ou ser achado
radiográfico casual.
CISTO SINOVIAL DO PUNHO
Na radiografia, nota-se área lítica excêntrica na região Mesmo em
metafisodiafisária, cortical abaulada e afinada, com pequenos
pontos de calcificação no interior. Inicialmente, o contorno
ósseo é normal, mas progressivamente ocorre diminuição da
espessura da cortical e abaulamento do contorno ósseo. A
localização metafisária é comum, mas, nas situações mais
avançadas, pode atingir toda a extensão do osso. Normalmente
o aspecto radiográfico leva à suspeita de encondroma, sem a
necessidade de outros exames complementares. porcentagem variável de série para série, é o mais frequente
dos tumores nesse segmento do corpo, podendo estar
ATENÇÃO! A evolução clássica do encondroma é o crescimento
presente em qualquer articulação e/ou tendão, apesar das
lento da lesão, que é benigna. Contudo, às vezes, o encondroma
localizações mais comuns serem no punho dorsal, no punho
pode apresentar degeneração maligna e, nesses casos, a dor
volar e na bainha dos flexores.
está sempre presente. Há aumento brusco de tamanho e, nas
radiografias, pode haver destruição cortical e Pode ocorrer em qualquer década da vida e sexo, sendo, no
comprometimento de partes moles. entanto, mais frequente entre a segunda e a quarta décadas e
em mulheres.
O tratamento de escolha deve ser a curetagem e o enxerto
ósseo. Na presença de fratura, recomenda-se aguardar sua A etiologia do cisto sinovial, a despeito das várias hipóteses,
consolidação, para, em seguida, fazer a intervenção cirúrgica continua obscura e desconhecida. Entre as muitas explicações
indicada. A recidiva ocorre nos casos em que a curetagem não existentes para a origem dessa tumoração, as mais consideradas
foi completa. Nessas situações, devido ao maior risco de são degeneração mucoide, tecidos periarticulares
malignização, a lesão é ressecada mais uma vez e exige-se embrionários e, até mesmo, esforço e traumatismo.
estudo anatomopatológico.
A

maioria dos cistos sinoviais é assintomática, mas alguns


pacientes referem dor, sobretudo quando realizam esforços ou
movimentos de repetição. Pode ter ocorrência súbita ou
evoluir aos poucos, ao longo de meses, podendo aumentar ou
diminuir de volume, ou mesmo permanecer inalterado por
tempo indefinido.

De forma arredondada, costuma ter consistência firme, mas


pode ser mole e flutuante, dependendo do seu conteúdo. Com
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adesão profunda, mas móvel sob a pele, apesar de não ser


comum, pode, algumas vezes, causar compressão vascular e/ou
nervosa, conforme já verificado em âmbito clínico e cirúrgico e
como atesta a literatura.

O tratamento do cisto sinovial por método não cirúrgico foi


descrito há muito tempo, e diversas são as técnicas ‐ (punção e
infiltração, destruição por pressão, transfixação). No entanto,
todas elas têm mais valor histórico do que resolutivo, uma vez
que o alívio é apenas por um período variável de tempo.

O tratamento cirúrgico, por sua vez, embora apresente alta


taxa de recidiva (20%), é o mais efetivo e está indicado para os
pacientes que se queixam de dor persistente. A conduta
adotada nos casos clinicamente silenciosos é de mover o
paciente da ideia de cirurgia, explicando tratar-se de uma lesão
benigna, cujo tratamento não assegura solução definitiva.

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