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SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO

DEFINIÇÃO No antebraço o nervo mediano


A síndrome do túnel do carpo é uma enerva TODOS os músculos FLEXORES e
combinação de sinais e sintomas PRONADORES, exceto o FLEXOR ULNAR
característicos da compressão do nervo DO CARPO e a PORÇÃO MEDIAl DO
mediano em nível de canal do carpo. O FLEXOR PROFUNDO DOS DEDOS.
canal do carpo é formado por rígidas e
estreitas estruturas, por onde passa o nervo
INERVAÇÃO DE NERVO MEDIANO
mediano, na altura do punho. Sendo assim
→ Pronador quadrado;
este local e vulnerável a compressão
→ Pronador redondo;
nervosa é a zona mais comum de lesão e
→ Flexor radial do carpo;
afecção deste nervo.
→ Flexor superficial dos dedos;
→ Porção radial (indicador e médio) do
flexor profundo dos dedos;
ANATOMIA
→ Flexor longo do polegar;
O túnel do carpo é formado pelos
→ Abdutor curto do polegar;
ossos do Trapézio, Escafóide, Ganchoso)
→ Porção superficial do flexor curto do
Hamato) e pisiforme na sala região dorsal,
polegar;
volarmente pelo retináculo dos flexores.
→ 1º e 2º lumbricais.
Através deste espaço passam 9 tendões
dos flexores (com suas bainhas) 4
superficiais, 4 profundos dos dedos e o
FISIOPATOLOGIA
tendão do flexor longo do polegar, o nervo
a diminuição do pequeno espaço
mediano.
existente no túnel do carpo, causa a
compressão do nervo mediano, que é a
estrutura mais sensível; a compressão do
OSSOS DO CARPO
nervo mediano está associada à
Distal PARESTESIA e à DOR na distribuição
Trapézio, Trapezóide, Capitato sensorial do nervo mediano, com a
(grande osso), Hamato (granuloso ou persistência da sintomatologia poderá
ganchoso ou uncinado). ocorrer degeneração e fibrose com bloqueio
completo e irreversível do nervo.
Proximal A compressão da vasculatura
RADIO ULNA perineural, leva a uma congestão venosa e
Escafóide (navicular), semilunar, posteriormente obstrução arterial, com isso
piramidal, pisiforme. as alterações metabólicas locais resultantes
O nervo mediano é a união das raízes levam a um atraso na condução nervosa,
ou nervos medial e lateral, plexo braquial, com sintomas de parestesia e dor.
orientadas nos respectivos fascículos Se a compressão persistir ocorrerá
´provenientes das fibras de C5 a T1. degeneração Walleriana e fibrose
O nervo mediano acompanha a intraneural. A dor em queimação,
artéria braquial, posteriormente a borda geralmente à noite, é uma tentativa de
medial do bíceps braquial, passa recomposição de nervo. Poderá ocorrer
posteriormente a aponeurose bicipital e desenervação e atrofia muscular, sendo o
fornece ramos para o pronador redondo e ABDUTOR CURTO DO POLEGAR o mais
para a articulação do cotovelo. Em seguida comprometido.
coloca-se posteriormente ao músculo flexor
superficial dos dedos, palmar longo e flexor ETIOLOGIA
radial do carpo. Causas não ocupacionais
Qualquer uma que reduza o tamanho referir-se a “formigamento” (hipoestesia)
do canal ou que aumente o volume do seu nas mãos à noite, sendo necessário
conteúdo. levantar-se para friccioná-la, consistindo
na braquialgia parestésica. Dor e
→ Traumas antigos e recentes, sequela de
sensação de desconforto podendo ir até
fratura distal do rádio (Colles),
o ombro. As hipotrofias são os casos mais
deslocamento dos ossos do carpo.
graves levando a atrofia tenar. Um dos
OBS.: o escafóide é o osso mais
primeiros sinais da alteração motora é a
frequentemente fraturado; o semilunar é o
lentidão dos movimentos tênares pela
osso mais frequentemente luxado
manhã, que pouco a pouco melhoram
→ Diabetes Mellitus; durante o dia.
→ Artrite reumatoide;
*A fraqueza ou atrofia dos músculos tênares
→ Gravidez;
ou lumbricais é chamado DEFORMIDADES
→ Engrossamento dos ligamentos
EM MÃO DE MACACO.
(retináculos);
*Às vezes há presença de sensibilidade e
→ Tumores;
temperatura (frio e calor), devido ao nervo
→ Edema no dorso da mão;
mediano ser um dos responsáveis pela
→ Depósito do ácido úrico etc.
inervação simpática da mão.
→ Músculos anormais;
→ Patologias vasculares.
EXAME FÍSICO
Causas de origem ocupacionais
Pode-se observar positividade dos
→ Movimentos repetitivos que levam a
seguintes testes:
tenossinovite crônica em nível de
→ Phalen ou Phalen invertido: Apóia os
flexores;
cotovelos a 90º, mão e punho em flexão,
→ Trabalho com exigência de extensão e
o fisioterapeuta força a extensão, ou
flexão do punho;
invertido, força em flexão.
→ Vibração, pinça (lumbricais). Desvio
→ Teste de digito-percussivo ou Tínel;
ulnar e radial do punho;
→ Sinal de Guilliart e Welson. É a aplicação
→ Compressão na base da mão com força
no membro superior de um manguito
associada;
pneumático. Normalmente ao fim de 50-
→ Punho flexionado por muito tempo.
60 segundos o paciente relatará
parestesia, na síndrome do túnel do
carpo a sensação é precoce;
QUADRO CLÍNICO → Hipotrofia tenar.
Sinais e sintomas
→ Após o trabalho manual intenso e
repetitivo; INVESTIGAÇÃO
→ Dor difusa, adormecimento e fadiga → Eletroneuromiografia – é usada para
muscular; localizar e diagnosticar as anomalias da
→ Alterações sensitivas, motoras ou tróficas condução nervosa para fins
limitadas a área do nervo mediano; diagnósticos.
→ Os traumas sensitivos são mais
Classificam-se em:
presentes em 86% dos casos e 40%
• Leve – alteração sensoriais somente;
alterações motoras;
• Moderada- alteração sensorial e
→ O adormecimento e a parestesia
motora;
geralmente se localizam na porção distal
do braço ou punho, irradiando-se para os • Grave – degeneração do nervo
dedos médios (indicador, médio {metade mediano.
radioulnar} e polegar). O dedo indicador é Existe uma elevada incidência de
o mais atingido. É comum o paciente anomalias sensitivas no paciente que
mesmo apresentando a clínica STC, a perda motora com atrofia do musculo
eletromiografia não acusa. abdutor curto do polegar, tempo de
condução neural alterado.
• Presença de um critério maior no
TRATAMENTO mínimo e um critério menor para a
• Conservador: sintomas há menos de um conformação do diagnóstico.
ano, não há atrofia, EMG – normal ou
pouca alteração.
• Cirúrgico: hipotrofia tenar, casos
resistentes ao tratamento conservador.
Eletromiografia severa com perda de
sensibilidade. Em casos de cirurgia,
deve-se iniciar 6 dias após com
fisioterapia;

TRATAMENTO CONSERVADOR
→ Imobilização do punho em posição
neutra permitindo a flexãp do punho-
melhora de 30% a 40%
→ Anti-inflamatório ou corticóide injetável;
→ Vitamina B6 (inicial de 200mg e doses
manutenciais 50-100mg);
→ Fisioterapia.
Fase aguda: repouso (tala) à noite, crio,
tens, laser, US (pulsátil) subaquático.
Fase subaguda: crio, infravermelho.,
parafina, laser, US(pulsátil ou
convencional), cinésio passiva, ativa ou
resistida, massagem

ORIENTAÇÃO
→ Se possível mudar de atividade;
→ Exercícios de alongamento para casa;
→ Alongar antes e depois das atividades;
→ Adequar melhor o ambiente de trabalho
(ergonomia).

CONFIRMAÇÃO DO DIAGNÓSTICO
Critério de BIRMINGHAN para o
diagnóstico da síndrome de túnel do carpo
(1997)

CRITÉRIO MAIOR
• Dor, parestesia ou alterações sensoriais
na distribuição do nervo mediano

CRITÉRIO MENORES
• Teste de Phalen +teste do Tínel,
exacerbação noturna dos sintomas,

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