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JOSINELIA SOARES

RESUMO: TENS, FES, LASER E ULTRASSON

TENS:

A estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS) é um procedimento


desenvolvido para aliviar a dor periférica por meio de impulsos não dolorosos ao
longo da pele. Essas descargas liberam analgésicos endógenos e diminuem o
desconforto do paciente.

As principais indicações do TENS são para o alívio das dores agudas e


crônicas. Todavia, alguns especialistas sustentam a teoria de que esse método
é mais eficaz para dores intermitentes, sugerindo outras ferramentas para a
eliminação de dores agudas. O TENS também é utilizado para dores
provenientes de grandes cirurgias, assim como em situações dolorosas advindas
de incisões pós-operatórias, situações que normalmente desencadeiam
processos inflamatórios exacerbados. Alguns estudos já mostraram benefícios
clínicos em pacientes com artrites, bursites, dores de origem neoplásica ou como
método alternativo para controle da dor em mulheres grávidas que necessitam
evitar analgésicos durante esse período.

Os tipos de TENS também são analisados conforme o efeito clínico


esperado. Assim sendo, para dores com liberação de agentes inflamatórios
recomenda-se a duração entre 15 a 30 minutos. Para dores mecânicas esse
intervalo é de 5 a 15 minutos e para sensação dolorosa de origem neurálgica
recomenda-se de 20 a 30 minutos. Ademais, o número de sessões é variável,
porém acredita-se que para avaliar a efetividade do tratamento para dores
crônicas, no mínimo 10 sessões são recomendadas.

TENS Convencional:

Esse tipo de TENS opera em frequência alta (80 a 100 Hz), intensidade
baixa e duração menor de 200 µs. Ele é indicado para dores agudas, pois se
baseia no manejo da dor estudado pela teoria do portão ou de controle da dor.
Devido a isso, os pacientes relatam analgesia rápida e pouco duradoura
mesmo com tempo de permanência da sessão entre 30 e 60 minutos. As
principais áreas de aplicação são as áreas dolorosas, nervos e dermatoma.

FES:

Estimulação Elétrica Funcional (FES)

A terapia por FES tem como definição clássica de acordo com Fitzgerald
(2003): terapia realizada no neurônio motor intacto para iniciar a contração de
músculos parcialmente paralisados, de modo a produzir movimento funcional.
Por esse conceito podemos subentender que sempre o paciente ou atleta deve
realizar ou ao menos tentar realizar o movimento associado ao equipamento e
não se submeter a uma simples terapia passiva.

Para que se entenda o mecanismo de ação exato do FES em nível motor,


temos que conhecer seus princípios físicos. O FES gera uma corrente elétrica
de baixa frequência, alternada ou bifásica, pulsada, simétrica com pulsos na
forma retangular, sendo considerada, portanto, despolarizada. O fato de se
apresentar com baixa frequência (1 a 100 Hz aproximadamente) faz com que
tenha uma alta resistência tecidual e pequena profundidade de penetração.

Um dos primeiros parâmetros a se regular em uma aplicação de FES é a


frequência. Nos equipamentos nacionais, consegue-se trabalhar em uma faixa
de 1 a 100 Hz, porem clinicamente é observada uma faixa mais restrita entre 30
e 80 Hz. Uma frequência mais baixa (30 a 50 Hz) tende a selecionar mais as
fibras tônicas ou vermelhas do tipo I, sendo que a frequência mais alta (50 a 80
Hz) pode selecionar mais fibras fásicas ou brancas do tipo IIb, apesar de ainda
persistir certa divergência na literatura. Outro parâmetro de grande importância
é a duração de pulso. Os aparelhos tradicionais permitem o ajuste entre 200 e
400 μs, quando se objetiva a contração muscular. Em um primeiro momento do
tratamento, pode-se optar por duração de pulso entre 200 a 300 μs, aumentando
para 300 a 400 μs em músculos que já passaram por um programa prévio de
fortalecimento. Em um segundo momento, pode-se utilizar esta duração de pulso
para selecionar tipos específicos de fibras. Fibras brancas ou do tipo II
apresentam menor limiar de excitação, sendo mais ativadas com duração de
pulso próxima a 200 μs e fibras vermelhas respondem melhor a excitação, com
duração próxima a 400 μs.

A relação entre o tempo de contração e o tempo de repouso (Ton x Toff)


em músculos mais fracos deve ficar em torno de 1:2 e, em músculos mais
próximos do normal, relação de 1:1. Um tempo de contração entre 10 e 15
segundos tem sido preferido pela maioria dos autores. Outra regra que tem sido
preconizada é um tempo total de tratamento com EENM entre 10 e 15 minutos,
podendo exceder os 20 minutos apenas em casos de atletas. Utilizando também
eletrodos de superfície, existem duas técnicas conhecidas de colocação dos
eletrodos. Em uma delas, chamada “mioenergética”, coloca-se um eletrodo no
inicio do ventre muscular e outro do mesmo canal mais distal, nesse mesmo
músculo. A outra técnica é chamada de “ponto motor”, colocando-se um eletrodo
no ponto motor de determinado músculo e o outro mais proximal,
preferencialmente no mesmo músculo.

Alguns aspectos importantes devem ser cuidadosamente avaliados no


momento da aplicação do equipamento de EENM como a provável lesão de pele,
o excesso de tecido adiposo, a alta fadigabilidade, os eletrodos desgastados,
entre outros. Outros casos deixam de serem apenas riscos relativos, tornando-
se contra-indicações absolutas como lesões musculares ou tendíneas recentes,
algumas distrofias musculares ou miopatias, fraturas instáveis, pacientes com
marca-passo cardíaco, infecções ou trombose venosa profunda.

ULTRASSON:

A terapia ultrassônica é uma excelente escolha para tratar distúrbios de


natureza muscular, bem como tratar cicatrizações de difícil controle, ajudar na
reconstituição dos tecidos articulares, entre outras indicações clínicas que estão
em fase de investigação.

O ultrassom diagnóstico se baseia nas vibrações mecânicas


proporcionadas pelas frequências superiores a 20.000 Hz, porém, para uso
terapêutico, o intervalo é entre 0,7 MHz e 3 MHz. Além disso, a efetividade da
técnica é influenciada pela característica do meio biológico e pela capacidade de
reflexão dessa energia nas interfaces dos tecidos.

LASER:

O fisioterapeuta, profissional com diversas potencialidades clínicas, deve


estar sempre à procura de novos desafios. Nesse sentido, entender a
complexidade dos distúrbios motores e articulares ou como conciliar as
atividades clínicas e gerenciais, são superações constantes na vida cotidiana.

Além disso, esse profissional deve se preocupar com a eficiência dos seus
equipamentos e saber qual é o momento oportuno de renová-los para atender a
uma demanda crescente por procedimentos clínicos melhores.

Também é imprescindível o investimento em estratégias de marketing


digital para consultório de fisioterapia a fim de melhorar a imagem da clínica e
atrair e fidelizar pacientes.

Nesse contexto, a oferta de serviços diferenciados, como a laserterapia,


pode atrair clientes novos ou fidelizar os antigos de forma a garantir
produtividade para as instituições e sustentabilidade financeira.

Devido a essa situação, a preocupação com o investimento em


estratégias clínicas diferenciadas para diminuir o desconforto durante a sessão
e aperfeiçoar a recuperação do paciente tem aumentado.

Como efeito dessa demanda, podemos citar tratamentos inovadores,


como a gameterapia, a hidroterapia, a eletroterapia e a laserterapia. Utilizado
em finalidades não médicas, o laser foi incorporado na prática clínica com
grandes vantagens.

O investimento em equipamentos de laserterapia poderá ser gradativo e


planejado para que não ocorram gastos desnecessários em um primeiro
momento. Isso porque essas tecnologias apresentam valores financeiros
elevados.
Também é aconselhável dedicar espaços exclusivos para essa atividade,
uma vez que a técnica demanda precisão durante a aplicação e um profissional
habilitado, fatores que são imprescindíveis para garantir a vida útil dos aparelhos.

Como existem diversas formas de aplicação da laserterapia, é


fundamental verificar quais atividades podem ser executadas pelo fisioterapeuta
e quais poderiam ser implantadas conforme o funcionamento da clínica.

A fisioterapia dermatofuncional é uma das áreas mais promissoras e com


mais demandas da aplicação de laser. Por isso, um espaço exclusivo para essa
atividade pode ser interessante, pois atenderá desde manchas na pele até o
tratamento de rejuvenescimento facial.

Os fisioterapeutas também estão autorizados a aplicar o laser terapêutico


no tratamento de condições artríticas de etiologias diferentes, de lesões de
tecidos moles e no alívio da dor, por ter uma importante propriedade analgésica.

É fundamental enfatizar que, na grande maioria, a aplicação de laser terá


um caráter adjuvante na terapia, sendo necessárias outras estratégias clínicas
de intervenção e avaliação da eficácia da técnica.

Além disso, é aconselhável fazer uma análise prévia do paciente, discutir


com outros profissionais que acompanham seu estado de saúde e iniciar os
procedimentos com cautela.

Os benefícios da fisioterapia podem ser alcançados com o uso da


laserterapia também para redução das limitações físicas e melhoria da qualidade
de vida do paciente, com ou sem a utilização de acessórios de suporte.

Além disso, alguns casos têm contraindicações clínicas expressas, como


a presença de massas tumorais e gestações que estejam no primeiro trimestre
(situação que pode afetar o desenvolvimento embrionário do feto), que devem
ser apresentadas ao paciente.

Tipos de laser na fisioterapia

Os tipos de laser utilizados na fisioterapia podem ser classificados


conforme a percepção do feixe e a forma de emissão. Os lasers HeNe e
ALGaInP são visíveis a olho nu, enquanto os AsGa e AsGaAL não operam na
luz visível.

Além disso, somente o AsGa opera na forma pulsada, devido às


características inerentes ao seu feixe. Confira, no quadro abaixo, as informações
sobre o comprimento de onda considerado ideal para cada um deles.

Tipo de Laser Comprimento de onda (intervalo) Potência

HeNe 628 nm 2 a 10 mW

AlGaInP 670 nm (630-685) 15 a 30 mW

AsGa 904 nm 15 a 30 mW

AsGaAl 830 (780-870) 30 mW

O laser de hélio e neônio (HeNe) tem a cor vermelha e consegue penetrar


de 10 a 15 mm na pele. Por isso, é empregado para o tratamento de lesões
superficiais, cicatrizes menos complexas, manchas na pele etc.

O de arseneto de gálio (AsGa) e o de gálio, alumínio e arseneto (GaAIA)


operam na região do infravermelho e são opções terapêuticas para tratamento
de lesões profundas.

Os lasers mencionados acima podem ser aplicados em regiões


específicas ou por método de varredura. Para a administração pontual, é
fundamental demarcar a região, definindo o diâmetro do ponto e a zona que será
atingida.

No método de varredura manual, os especialistas precisam demarcar o


diâmetro do ponto e o complemento da área que também receberá o laser, que
será em qualquer direção, desde que aborde uma zona de segurança e seja de
fácil aplicação no espaço afetado.

Além disso, o posicionamento do emissor influencia na efetividade da


aplicação, sendo recomendável 90 º em relação à superfície. Também deve-se
evitar direcionar o campo de visão para a terapia, para que não ocorra a reflexão.

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