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AVE

Síndrome de rápido desenvolvimento, com sinais clínicos de perturbação focal ou global da


função cerebral, com +de 24hrs de duração, podendo levar ao óbito de suposta origem
vascular. (OMS)

Revisão anatômica: vascularização


Artéria carótida interna: Porção anterior do cérebro;(origina):

● Artéria cerebral anterior;


● Artéria cerebral média;

Artéria vertebral: Porção posterior do cérebro;(origina):

● Artéria cerebral posterior;


● Artéria basilar;
● Artéria cerebelar...

Subtipos de AVC
● Isquêmico (80% dos casos);
● Hemorrágico (20% dos casos).

AVE Isquêmico
Sintomas duram +de 24hrs , pessoa ainda tem consciência (hemorragica não)

● Trombótico:
○ Formação de coágulo de sangue na parede do vaso;
● Embólico:
○ Os trombos podem se deslocqr até um local majs distal sob a forma de um
embolo intra-arterial
○ Local de predileção para o deslocamento de êmbolos é a carotida
interna→cerebral média.
● Ataque isquêmico transitório
○ Interrupção temporária do suprimento sanguíneo para o cérebro;
○ Sintomas não permanecem por mais de 24hrs;
○ Após termino do ataque não há evidencia de dano cerebral residual e nem de
disfunção neurologicamente permanente;

AVE Hemorrágico
É o extravasamento de sangue no encéfalo decorrente do rompimento de um aneurisma
ou do rompimento de uma arteríola.
As hemorragias intracranianas mais comuns que causam o AVE são:

● Má formação arteriovenosa;
● Hipertensão grave;
● Aneurisma sacular.

Aneurisma: É a dilatação de uma artéria por causa de um defeito na sua parede.


(Aneurisma sacular, é o mais comum. Também temos o aneurisma fQuusiforme).

Fatores de Risco
Não modificáveis:

● Hereditariedade;
● Fatores raciais;
● 1,2homens/1 mulher;
● Incidência dobra/ 10 anos.

Modificáveis:

● Hipertensão arterial;
● Tabagismo;
● Sedentarismo;
● Dislipidemia;
● Diabetes;
● Abuso de álcool;
● Obesidade;
● Contraceptivos hormonais.

Quadro Clínico
(Sinais e sintomas, de comprometimento/lesão na área...)
Motor:
(AVE Piramidal - Síndrome Piramidal)
Tônus:↑
● Hipotonia pode ser observada imediatamente após o AVE.Geralmente tem curta
duração, persistindo por dias ou semanas(entre outros casos, a hipotonia
permanece se a lesão for diretamente no córtex motor);
● A espasticidade/hipertonia elastica, progressivamente substitui a hipertonia
observada imediatamente após AVE, ela ocorre em 90% dos casos e acontece no
lado oposto ao da lesão cerebral. Na síndrome piramidal, ela ocorre
predominantemente nos músculos antigravitacionais.

Força:↓
Plegia(ausência de movimento) progredindo para paresia(fraqueza muscular).
Presença de sinais piramidais:

● Sinal de canivete;
● Sinal de babinski;
● Clônus patológico.
Reflexo:↑
Reflexos posturais anormais.

(AVE Cerebelar - Síndrome cerebelar)


Tônus:↓
Força:↓
Reflexo:↓

Sensitivo:
Déficit da sensibilidade.

Perceptivo:
Alterações de imagem corporal, esquema corporal e relações espaciais.

Deglutição:
Disfagia (dificuldade para mastigar e engolir).

Linguagem:
(presente no hemisfério esquerdo, se destro):

● Afasia de Broca: Dificuldade na expressão da fala;


● Afasia de Wernicke: Dificuldade na compreensão da fala

Cognitivo:
Alterações na atenção, memória, organização e planejamento das ações e raciocínio;

Humor:
Depressão e ansiedade;

Visual:
Visão dupla (diplopia), diminuição do campo visual (hemianopsia) e dos movimentos oculares.

Quadro Clínico - Marcha ceifante


(paciente com AVE)

● Paciente apresenta, principalmente, fraqueza de flexores de quadril e


dorsiflexores(antiG).
● É caracterizada por alterações na fase de balanço e apoio devido principalmente a
flexão dorsal do tornozelo e extensão do quadril insuficiente, impedindo o
posicionamento adequado do pé e quadril, alterando assim toda a dinâmica da
marcha.
● A espasticidade dos músculos flexores plantares faz com que o paciente apoie o
antepé em inversão que pode ocasionar pé equinovaro e, consequentemente,
dificuldade para flexão dorsal do tornozelo.
● Durante a fase de balanço, ocorre abdução exagerada do membro parético.
Recuperação pós-AVE
Neuroplasticidade:

● O próprio processo de neuroplasticidade cerebral acontece após a lesão no AVE


fazendo com que o indivíduo comece a recuperar a função motora.

Três estágios principais:

1. Fase aguda; (Hipotonia, paralisia e plegia).


2. Fase subaguda; (Espasticidade e fraqueza muscular).
3. Fase crônica (a partir dos 6 meses).

● 3 Primeiros Meses: Recuperação mais rápida, se tiver um bom prognóstico.


● 6 Primeiros Meses: Continua a obter ganhos funcionais, em ritmo mais lento.
○ A maioria dos movimentos voluntários se recuperam nos primeiros 6 meses.
● Linguagem, equilíbrio e habilidades funcionais podem continuar melhorando até dois
anos.

Avaliação do AVE
(exame físico)

● Tônus (observação, palpação e movimentação passiva) - classificar com a escala de


Ashworth;
● Força muscular (teste e graduação através da escala de força MRC);
● Trofismo (observação, palpação e perimetria);
● Sensibilidade superficial e profunda (testes de sensibilidade);
● ADM (passiva e ativa - goniometria);
● Reflexos superficiais e profundos(uso do martelo de reflexo);
● Capacidade funcional, linguagem, marcha, gnosia, entre outros;
● Equilíbrio;
● Marcha.
○ Dissociação de cinturas
○ Comprimento da passada
● Mudanças posturais
Tratamento
Recuperação funcional (neurológica).

Devemos ter como base do tratamento os ...


Princípios (5P´s):

● Prevenção;
● Predição;
● Plasticidade;
● Participação;
● Personalizado.

Na recuperação funcional precisamos Focar:

● Aprendizado e controle motor;


● Treino de tarefa orientada / desenvolvimento da habilidade;
● Prática intensiva;
● Princípio da especificidade (as ações para serem aprendidas são praticadas,
repetitivamente, em uma variedade de tarefas e ambientes).

Tratamento pode ser dividido em duas fases:


Fase hospitalar --- Fase de recuperação

Fase de Recuperação
Tratamento
Paciente consciente

● Recomenda-se que os pacientes realizem (se capazes de tolerar a intensidade dos


exercícios) → programa com frequência de 5 dias/semana e duração de 45 minutos.
● Caso o paciente necessite de um programa menos intensivo, recomenda-se 1 hora
de terapia, 2 ou 3 vezes por semana.
● A dosimetria é de acordo com a tolerância do paciente.
● Deve-se monitorar a pressão arterial e frequência cardíaca antes e após a sessão
terapêutica.
● As posturas (sentada e em pé) são prioridades durante o tratamento.As outras
posturas são introduzidas, posteriormente, conforme a evolução do paciente e para
complementar o tratamento fisioterapêutico.
● A postura em pé deve ser introduzida tão logo for possível, de acordo com a
evolução do paciente;
● Recuperar o movimento das articulações distais é difícil,isso não significa que isso
não deve ser trabalhado... Mas, o prognostico dessa questão deve ser conservador.

Tópicos:

1. Estratégias para melhorar a função motora;


○ Exercício de ADM:
■ Execício passivo→Exercício ativo-assistido→Exercício resistido
■ Músculos das principais funções(importante de serem trabalhar):
■ Levantadores da cintura escapular, flexores/abdutores e
rotadores externos de ombro para o alcance;
■ Extensores de punho e dedos, abdutores e oponente do
polegar para pegar e largar objetos;
■ Extensores do quadril/joelho para o apoio em pé;
■ Flexores de quadril e dorsiflexores para auxiliar na fase de
balanço da marcha (exercício de tríplice flexão).
○ Descarga de peso(Membro superior, articulação de ombro e membro
inferior):
■ Descarga de peso no membro superior também auxilia diminuir e/ou
prevenir o encurtamento de flexores de punho e dedos.
○ Método - FNP:
■ Para manter a ADM e aumentar a força de membro superior, membro
inferior, escápula e pelve, pode-se realizar o método FNP.
■ FNP em pelve auxilia a dissociação de cinturas escapular e pélvica e,
consequentemente, melhora a marcha e o rolar.
2. Estratégias para aumentar a força muscular;
○ Exercícios resistidos (intensificar em lado hemiparético):Progredir
gradativamente, respeitando o limite de tolerância do paciente.
○Pode-se fazer uso de thera-band, halteres, caneleiras e FNP.
○Deve-se monitorar a fadiga através de respostas do paciente. Em pacientes
de risco, aferir pressão arterial (PA) e frequência cardíaca (FC)., (60 a 80%
da FC Max.)
3. Estratégias para melhorar a locomoção;
○ Conforme o paciente consciente ganha força de membro inferior é possível colocá-lo
na posição ortostática, voluntariamente. Ele pode necessitar de auxílio do terapeuta
ou de barra paralela. Em seguida, deve-se estimular treino das fases da marcha
(apoio e balanço).
○ Treino de marcha:
■ Uso de barra paralela;
■ Treinar as fases da marcha e iniciar a deambulação;
■ Acrescentar exercício de fortalecimento de quadríceps e de tríplice
flexão de membro inferior.
■Indica-se , quando necessário, o uso de recurso auxiliar de marcha
(órtese AFO, por exemplo).
■ Marcha não é só andar o circuito, é cruzar passo andar pro lado,
andar na rua andar para trás, Treinar os diferentes formas de marcha:
■ Marcha para frente;
■ Marcha para trás;
■ Marcha para o lado.
4. Estratégias para melhorar o controle postural e mobilidade funcional;
○ Focar na simetria de corpo do paciente.
■ Treino de levantar da posição sentada;
■ Exercícios de ponte;
■ Treino das mudanças posturais.
5. Estratégias para melhorar o equilíbrio;
○ Equilíbrio de tronco: Sentado em superfície estável, progredindo para superfície
instável (ex: bola terapêutica).
○ Treino de equilíbrio na postura em pé com deslocamento do peso corporal
ântero-posterior e látero-lateral em superfície estável, progredindo para
superfície instável.
6. Estratégias para melhorar a funcionalidade(membro inferior);
○ Treino de descer e subir degrau
■ Exercícios de descer e subir degrau favorece a melhora da
capacidade funcional e auxilia no ganho do equilíbrio corporal 5.
■ Treinar subir e descer com um pé em cada degrau e com auxílio do
corrimão (ajuda fortalecer os extensores de quadril e joelho).
7. Estratégias para melhorar a mobilidade e a capacidade cardiopulmonar;
○ Exercício aeróbio com cicloergômetro ou bicicleta ergométrica ou esteira
ergométrica.
○ Estabelecer o tempo de acordo com a tolerância do paciente. Porém é
importante ter em mente que o tempo minimo é de 10' , para efeitos
fisiológicos.
○ Importante para neuroplasticidade e favorece a liberação de fator
neurotrófico BDNF e a melhora da capacidade funcional de MMII.
○ DEVE-SE monitorar a pressão arterial (PA), frequência cardíaca (FC) e a
fadiga muscular.
8. Estratégias para melhorar a função manual e de membro superior;
○ Exercícios manuais de alcance, preensão ,palmar -por exemplo-, e manipulação
com o membro superior acometido.
○ Exercícios de flexão/extensão de cotovelo, abdução e adução horizontal do
ombro.
○ Órteses de posicionamento (indicado usar na fase crônica para ajudar a
prevenir encurtamento muscular de flexores de punho e dedos da mão).
Também pode ser usada em MI. Também indicada nos períodos de repouso,
pois não deve limitar a função motora do paciente.
■ Objetivos:
■ Estabilizar a articulação;
■ Compensar fraquezas musculares;
■ Prevenir a instalação ou o agravamento de deformidades
articulares;
■Manter a ADM;
■Reduzir a dor;
■Diminuir parcialmente a sobrecarga em um determinado
segmento corporal.
○ Terapia por contenção do movimento → Restringe o membro sadio e
estimula o membro acometido com exercícios de membro superior e
manuais.(protocolos de intervenção). Util para tratar o desuso aprendido(
presente em pct´s crônicos e sub-agudos).
9. Tratar a espasticidade.
○ Terapia do Espelho (TE)

■ Coloca-se a caixa na frente do pct em sua linha média. O pct é


instruído a colocar o MS não parético em frente ao espelho e o MS
parético dentro da caixa.
■ O pct deve se instruído a realizar os movimentos com seu MS não
parético e tentar replicar os mesmos movimentos com o seu MS
parético (não importando se está executando o movimento da forma
correta); porém, durante a execução do movimento, o pct deve
somente observar o MS não parético através do espelho. Os
movimentos devem ser repetitivos, pois estudos envolvendo
exercícios repetitivos mostraram-se eficazes e devem sempre iniciar
com atos motores simples.
○ Realizar o alongamento estático sustentado em músculos espásticos,
preferencialmente, no inícios da sessão terapêutica. Respeitar o limite de
tolerância do paciente.
○ Exercícios de descarga de peso para MS e MI acometidos;
○ Alongamento de rotadores de tronco para diminuir a espasticidade do
mesmo.
● É possível modular a espasticidade, com exercícios de descarga de peso

Síndrome do ombro doloroso no AVE


"Ombro congelado";
Decorrente da falta de movimentação da articulação do ombro (fase crônica)
Características:

● Dor;
● Restrição funcional e articular;
● Pode causar subluxação.

Tratamento
(Fase crônica)

● Eletroterapia;
● Tipoia de ombro estabilizadora ( em casos graves);
● Exercícios resistidos de ombro - manguito rotador.

Imagética motora: ver o movimento sendo feito


Pratica mental: imaginar o movimento

Alongamento em pcts neurologicos tempo minimo 1 a 5 minutos

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