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Resumo Prancha

COORDENAÇÃO E EQUILÍBRIO
Equilíbrio
● Sinônimo da estabilidade postural (termo genérico)
● capacidade de manter o centro de gravidade na base de suporte, seja em movimento ou condição
semi-estática (pois a posição estática não existe mesmo quando estamos parados temos as
perturbações internas, respiração, batimentos cardíacos, o corpo oscila mesmo quando está parado
aos olhos das outras pessoas)
● A base de suporte é baseada na área que fica abaixo dos pés.

Fatores que afetam o equilíbrio


Biomecânicos: alinhamento corporal (excessiva flexão de tronco tenho a projeção do centro de massa mais a
frente da minha base de suporte, situação mais instável) amplitude de movimento (encurtamento de tríceps
surral que pode provocar um posicionamento inadequado do centro de massa e provocar a diminuição da
prontidão da resposta do tornozelo quando tenho uma desestabilização), comprimento muscular, força e
potência muscular

Neurais: tônus (rigidez intŕinseca da musculatura + as contribuições neurais que estão promovendo um nível
mínimo de ativação da musculatura antigravitacional + própria musculatura antigravitacional), sistemas
sensoriais (sistema proprioceptivo, visual alteram o equilíbrio).
Sistemas visual, vestibular, somatossensorial são os principais que contribuem para o manejo equilíbrio da
pessoa.

Ambiental: ambiente previsível e não previsível (estou no laboratório, mesmo que esteja escuro sei onde
ficam as coisas), superfície de apoio, luminosidade, tarefas (aprendida, nova, simples, múltipla, falar no
celular enquanto ando isso pode diminuir meu equilíbrio)

Tipos de controle
● Estático - a tarefa é manter a posição;
● Dinâmico - tenho a movimentação ocorrendo
● Reacional - tenho uma perturbação externa que me faz ter uma reação postural automática

Princípios do controle postural


● Feedfoward ou ajustes antecipatórios: São dependentes de mecanismos aferentes vindo do sistemas
somatossensorial, vestibular e visual; Tenho uma perturbação que pode ser iniciada por fatores
internos (quando quero levantar de uma cadeira, faço ajustes no meu corpo que são antecipatórios,
ajusto todo o maquinário musculoesquelético para que quando eu levante não quase uma queda).

● Feedback ou estratégias reativas: Movimentação iniciada por fatores externos. Movimentação feita
depois que já recebi a desestabilização. A detecção do movimento da cabeça e da oscilação corporal
fornecem o feedback para as ações responsivas no SNC que vai acionar ações de respostas que são
as estratégias
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● Estratégias de tornozelo, quadril, passo.

Estratégias: conjunto de sinergias musculares pré programadas que são acionadas perante
perturbações/desestabilizado do equilíbrio e que tem o objetivo de manter a projeção do centro de massa
dentro da base de apoio

Estratégia do tornozelo: há uma oscilação de todos os segmentos corporais em cima do tornozelo.


Ela é mais facilmente evocada nas seguintes condições:
● superfície firme e ampla no chão
● velocidade de perturbação externa é baixa, ativo algumas sinergias musculares que me permitem que
eu me mantenham em pé
● Geralmente a sequência de perturbação ocorre de distal para proximal. Se a perturbação empurra a
pessoa para frente, eu ativo na sequência gastrocnêmio, isquios e paraespinais
● Se a perturbação empurra a pessoa para trás, ativo na sequência tibial anterior, quadríceps e
abdominais.

Estratégia do quadril:
● Vai ser evocada nas condições de: quando o deslocamento do centro de gravidade é alto e amplo
para desestabilizações maiores.
● Quando a posição do centro de gravidade está muito próximo do limite de estabilidade ela é facilmente
evocada
● Geralmente ocorre quando o tornozelo sofre uma rotação inesperada.
● A sinergia de ativação ocorre na sequência proximal-dist
● al. Se o corpo oscilar para frente, ativa músculos abdominais quadríceps. Se o corpo oscilar para
trás, ativo paraespinhais e isquios.

Estratégia do passo: ativo quando todas as outras estratégias já falharam e me resta dar um passo a
frente para ajustar o centro de massa dentro da base, pois ele já saiu da base
● Isso ocorre quando os deslocamento são muito amplos do centro de gravidade com sua projeção fora
da base de suporte
● Quando tenho uma superfície irregular (tropeços)

Outras estratégias
● estratégia de transferência de peso (similar a do quadril no plano médio lateral). Descarrego peso no
quadril direito ou esquerdo
● Estratégia de suspensão - promove o abaixamento da projeção do centro de gravidade o que acaba
deixando o corpo mais estável
● Estratégias combinadas

Do que depende a ativação de uma estratégia de equilíbrio?


● Da velocidade e intensidade da perturbação; das características da superfície de apoio; da magnitude
do deslocamento do centro de massa; da percepção da perturbação do equilíbrio que a pessoa tem da
postura inicial em que ela estava, e se ela tem alguma experiência anterior dessa situação de
desestabilização.

Mensuração do equilíbrio: estático (semi-estático) ou dinâmico (quando a pessoa esta andando, levantando
da cadeira).
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Técnicas de mensuração - laboratorial: consiste em ser colocada uma demanda no sistema ou seja, posso
dificultar a manutenção da posição ereta, sentada ou ajoelhada, desafiando a estabilidade postural. Para
fazer isso:
● Reduzir a base de apoio, fazendo desestabilização no sentido ântero-posterior, látero-lateral.
● Posso alterar o contato com o solo, gerando uma perturbação
● E mensurar a atividade muscular que está ocorrendo por meio da eletromiografia (EMG), ou o
deslocamento do segmento um em relação ao outro (cinemática), e as forças que estão sendo
geradas posso usar uma plataforma de força.

Testes clínicos:
● Escalas: berg, equilíbrio pediátrico, teste de tinetti, best-test.
● Testes clássicos: teste de romberg, time up and go (TUG)
● Testes instrumentalizados

Porque meu paciente tem déficits de equilíbrio? Pode ter lesão ou doença em estruturas de:
● Detecção das informações sensoriais. Os receptores (fuso, OTG, terminações nervosas livres,
receptores visuais) falham na transmissão das informações sensoriais.
Ex: doença articular degenerativa, polineuropatias, lesões ligamentares no joelho

● Processamento / integração sensorial. Pessoas que têm lesão nos núcleos da base, cerebelo. Ex:
TCE, tumores cerebelares.

● Dificuldade na geração de resposta motora, ou seja na contração da musculatura.


Ex: pode ocorrer quando tenho uma biomecânica desfavorável (pé equino) se não tenho mobilidade no
tornozelo não terei a estratégia do tornozelo quando precisar, adm restrita no tornozelo, uso de uma órtese,
dor, pois quando a pessoa tem dor há uma inibição da reação muscular, falha no recrutamento da
musculatura que vai segurar para que a pessoa não venha a cair

Como treinar o equilíbrio?


● Tenho que manipular o grau crescente de dificuldade;
● Manipular a ADM;
● Segurança para evitar acidentes;
● Considerar dados da avaliação do equilíbrio e características da doença de base.

Posso fazer um treino: estático, dinâmico, antecipatório, reativo.

Equipamentos
● Prancha de equilíbrio, traves de equilíbrio, bosu, espumas de densidades diferentes, bolas, rolos,
balancim, cama elástica, escada de equilíbrio.

Como treinar o equilíbrio?


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Treino estático?
● Lembrar que o paciente tem que manter a posição. Posso treiná-la com os olhos abertos,
fechados.
● Se ele tem um déficit proprioceptivo, com o aumento da contração muscular dos segmentos em que
ele está apoiado na superfície, ele terá uma maior aferentação proprioceptiva melhorando as
informações que estão subindo para o SNC.
● Esse aumento da contração, posso colocar uma carga para que haja o aumento da contração
muscular.

Treino estático
● Posso ir brincando, colocando o paciente em base larga, base estreita.
● Base estreita com o pé a frente, atrás.
● Mínimo apoio na parede, simulação de subir uma escada

Treino dinâmico
● A pessoa promove a movimentação, a tarefa aqui é mover-se na postura.
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Treino controle antecipatório do equilíbrio


● O terapeuta coloca uma perturbação (leve) e o paciente tem que contrapor essa reação.

Treino controle reativo do equilíbrio


● Ele não é rítmica porque senão o paciente pode fazer o controle antecipatório.

Coordenação
● Variáveis: ritmo, sinergias musculares, ou seja, ativar a musculatura certa, no tempo certo, na
sequência certa e na intensidade certa, direção correta, controle motor.
● “Capacidade de realizar movimentos uniformes, precisos e controlados”, ou é uma” sequência e
sincronização apropriadas de atividade muscular sinérgica e recíproca”.
● Posso ter pacientes que têm déficit de equilíbrio e coordenação.

Coordenação motora grossa


● Recrutamento de grupos musculares grandes. Ex: pular, chutar, subir, correr, descer escadas, rebater
algo (aqui tenho coordenação óculo-manual, pois com a visão detecto a distância que a bola está,
prever as posições da bola no espaço ao longo do tempo, já que a bola vai esta em movimento
comandar os movimentos da mão para que a pessoa consiga acertar a bola, além de ter equilíbrio,
pois a pessoa vai abrir a base apoio, e fazer a transferência de peso, da perna de trás para perna da
frente, pois a projeção do centro de massa dele vai se deslocar quando ele acertar a bola).
● Essa coordenação pode ser treinada em adultos e crianças com exercícios sistemáticos e repetidos
incansavelmente. Ou atividades físicas repetidas.
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Coordenação motora fina:


● Recrutamento de pequenos grupos musculares. Ex. são os movimentos da mão, como desenhar,
pintar, manusear pequenos objetos com movimentos precisos, delicados, digitar no pc, manusear o
celular, tocar um instrumento - aqui já entra a questão cognitiva.
● Na criança posso utilizar os dedoches quando quero estimular a movimentação seletiva dos dedos.

Testes
➔ Temos testes para pontuar a coordenação da pessoa. Como caixa com alguns pinos ou testes dos
nove buracos. Aqui eu cronômetro o tempo gasto pelo paciente para colocar todos os pinos e depois
tirá-los.
➔ Posso avaliar fazendo as oponenlências do polegar e os outros dedos. É clássico para coordenação
motora.
➔ Teste index index - o paciente vai abrir os braços e vai encontrar os dois dedos indicadores na frente.
Então nota se a direção, trajetória que o paciente esta fazendo é ok, se ele erra o alvo final ou não.
➔ Tenho que observar as habilidades funcionais que o paciente executa, ou seja, fechar e abrir porta,
geladeira, amarrar algo, colocar roupa, usar ferramentas
➔ Avaliei e notei que o paciente tem alteração de coordenação, posso optar por fazer treino de
coordenação com ou sem demanda de equilíbrio. O paciente está fazendo o treino dos nove buracos
sentado, com os antebraços apoiados, logo a demanda postural dele é pequena. Porém se eu
colocá-lo em pé ou sobre apoio unipodal será que ele terá o mesmo desempenho.
➔ De início, posso começar a trabalhar com o paciente sentado, com os pés no chão, com altura correta,
apoio de antebraço, onde a demanda de equilíbrio é baixa.

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