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Manual de Observação Psicomotora

Manual de Observação
Psicomotora

Aspecto somático, desvios posturais e controlo respiratório

Aspecto somático

- Ectomorfismo – caracterizado pela linearidade e magreza corporal, com tronco


reduzido e membros compridos
- Mesomorfismo – caracterizado pela estrutura muscular e atlética do corpo
- Endomorfismo – caracterizado pelo aspecto arredondado e amolecido do
corpo, geralmente gordos com o tronco extenso e os membros curtos

Desvios posturais – como lordoses , cifoses, escolioses, etc... , sinais de raquitismo,


distonias, hiperlaxidez tendinosa, pés planos, joelho recurvado, etc...

Controlo respiratório – verificar a amplitude torácica, coordenação toraco-abdominal,


ritmicidade respiratória, sinais de fatigabilidade ou manifestações asmáticas, etc...

- Inspiração e expiração – é sugerido à criança que realize 4 inspirações pu


expirações simples: uma pelo nariz, outra pela boca, uma rápida e outra lenta .
O procedimento envolve uma direcção verbal ou uma demonstração
A cotação deverá ser a seguinte :

4 – se a criança realizou as 4 inspirações ou expirações correcta e controladamente


3 – se a criança realizou as 4 inspirações ou expirações completas
2 – se a criança realizou as 4 inspirações ou expirações sem controlo e com fraca
amplitude ou com sinais de desatenção
1 – se a criança não realizou as 4 inspirações ou expirações ou se as realizou de forma
imcompleta e inadequada, sugerindo descontrolo tónico-respiratório

- Apneia – é sugerido à criança que se mantenha em bloqueio torácico durante o


máximo de tempo possível
A cotação deverá ser a seguinte :

4 – se a criança se mantém em bloqueio torácico durante o máximo de tempo possível


3 – se a criança se mantém entre 20 – 30 segundos sem sinais de fatigabilidade ou de
descontrolo
2 – se a criança se mantém entre 10 – 20 segundos com sinais evidentes de
fatigabilidade ou de descontrolo
1 – se a criança não ultrapassa os 10 segundos ou se não realiza a tarefa

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- Fatigabilidade – traduz a impressão geral que o observador retira durante a


aplicação do teste, traduzindo igualmente o grau de atenção e de motivação
mantido durante a sua realização
A cotação deverá ser a seguinte :

4 – se a criança não evidenciou nehum sinal de fadiga, mantendo-se motivada e tenta


durante todas as tarefas
3 – se a criança revelou alguns sinais de fadiga sem significado clínico
2 – se a criança revelou sinais de fadiga em várias tarefas, demonstrando destenção e
desmotivação
1 – se a criança resistiu ás tarefas, manifestando frequentes sinais de fatigabilidade e
de labilidade das funções de alerta e atenção

Tónus
1 – Extensibilidade

- Membros Inferiores (adutores) – a criança deve manter-se sentada no


colchão, com apoio póstero-lateral das mãos , afastando lateralmente as
pernas, estendidas o máximo possível. Deve ser analizada a amplitude do
afastamento de ambas as pernas e o grau de resistência por palpação
- Membros Inferiores (extensores) – a criança deve estar deitada dorsalmente
e deve elevar as pernas a té flectir as coxas sobre a bacia. Deve ser analisada
a amplitude da extensão das pernas e o grau de resistência
- Membros Inferiores (quadricípede) – a criança deve-se deitar ventralmente e
flicta as pernas até à vertical . O observador deve afastar lateralmente e
exteriormente ambos os pés, certificando-se a que altura se encontram os
bordos externos dos pés do solo e bem assim o afastamento máximo que
apresentam entre si e também a distância entre a linha média dos glúteos e
calcanhar de cada pé

A cotação deverá ser a seguinte :

4 – se a criança atinge um afastamento dos segmentos aproximadamente entre 140º -


180º nos adutores e nos extensores da coxa e uma afastamento dos calcanhares da
linha média dos glúteos superior a 20cm-25 cm nos quadrícepedes ; a resistência não
deve ser máxima, a palpação deve sugerir reserva de extensibilidade muscular e de
flexibilidade ligamentar
3 – se a criança atinge um afastamento entre 100º -140º nos adutores e nos extenso-
res da coxa e uma afastamento de 15cm-20 cm nos quadrícepedes ; a resistência é
máxima, não se identificando sinais tónicos disfuncionais
2 – se a criança atinge um afastamento entre 60º -100º nos adutores e nos extenso-res
da coxa e uma afastamento de 10cm-15 cm nos quadrícepedes ; a resistência é óbvia
e os sinais de contratibilidade e de esforço são visíveis; hiperextensibilidade nas
manobras efectuadas . Sinais disfuncionais óbvios
1 – se a criança revela valores inferiores aos anteriores com sinais óvios de tónus

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- Membros superiores (deltoides anteriores e peitorais) – a criança mantém-


se na posição de pé, com os braços pendentes e descontraídos . O observador
deve assistir na aproximação máxima dos cotovelos atrás das costas . Deve ser
medida a aproximação dos cotovelos
- Membros superiores (flexores do antebraço) – avalia o ângulo formado pelo
antebraço e pelo braço após extensão máxima do antebraço (ângulo posterior
do cotovelo)e a amplitude de supinação da mão, que deve ser assistida pelo
observador
- Membros superiores (extensores do punho) – inclui a lexão máxima do
punho . O observador deve assistir na flexão da mão, pressionando
suavemente o polegar. Deve verificar-se a distância do polegar à superfície
anterior do antebraço
A cotação deverá ser a seguinte :

4 – se a criança toca com os cotovelos na exploração dos deltóides e peitorais, se


realiza a extensão total do antebraço e a máxima supinação da mão nos flexores do
antebraço e se toca com o polegar na superfície anterior do antebraço nos extensores
do punho; a resistência atingida não deverá ser máxima e a mobilização deverá ser
flexível. Não devem haver sinais de esforço
3 – se a criança obtém a mesma realização anterior, mas com uma maior resistência e
uma mobilização mais assitida e forçada. Alguns sinais de esforço devem ser
reconhecidos
2 – se a criança não toca com os cotovelos nem com o polegar nas respectivas
explorações, acusando resistência e rigidez. Sinais frequentes de esforço; detectam-se
sinais de hiperextensibilidade. Sinais distónicos frequentes .
1 – se a criança revela sinais mais óbvios de resistência ou laxidez, com sinais claros
de alterações de tónus

2 – Passividade

- Membros Inferiores– a criança deve estar sentada numa cadeira, suficiente-


mente alta para que os pés fiquem sentados. Devem mobilizar-se as pernas no
sentido antero-posterior com apoio no terço inferior da perna de forma que a
articulação do pé fique livre. Deve mobilizar-se depois o pé, até provocar uma
rotação interna assistida e rápidamente interrompida . O observador deve estar
tento à amplitude, frequência de movimentos passivos, resistências ou rigidez ..
- Membros superiores – a criança deve manter-se de pé , com os braços
pendentes e descontraídos. Deve haver mobilização de todas as articulações,
balanços, oscilações . Em seguida mobilizar bruscamente as mãos e apreciar o
grau de libertação e abandono das extremidades . O observador deve estar
tento à amplitude, frequência de movimentos passivos, resistências ou rigidez ..

A cotação deverá ser a seguinte :

4 – se a criança apresenta nos membros e respectivas extremidades distais movimen-


tos passivos, sinérgicos, harmoniosos e de regular pendularidade; facilidades de
descontracção na musculatura proxima e distal e sensibilidade do peso; ausencia de
manisfestações emocionais

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3 – se a criança revela descontracção muscular e ligeira insensibilidade no peso dos


membros, provocando pequenos movimentos voluntários de oscilação; ligeiras
manifestações emocionais
2 – se a criança apresenta insensibilidade ao peso dos membros, não os descontrain-
do nem realizando os movimentos passivos. Sinais de movimentos involuntários nas
extremidadedes, detecção de movimentos coreiformes nas extremidades; frequentes
manifestações emocionais
1 – se a criança não realiza a prova ou se a realiza de uma forma incompleta e
inadequada; total insensibilidade ao pso dos membros e dificuldade na descontracção;
revela movimentos abruptos, irregulares, detecção de movimentos descoordenados;
presença exagerada de manifestações emocionais

3 – Paratonia - deve-se sugerir à criança que se descontraia ao máximo, à medida que o


observador vai adquirindo maior sensibilidade ao peso dos seus membros, mobilizando-
os passiva e calmamente. Deve-se verificar se a criança relaxa parcial ou totalmente os
membros e em seguida deixar cair os membros no colchão. Devem ser feitas nas várias
articulações .
A observação das paratonias está associada à observação da tonicidade em
repouso, bem como à lateralização, visto que os membros dominantes acusam menor
extensibilidade

A cotação deverá ser a seguinte :

4 – se a criança não revela tensões ou resistências em qualquer das articulações;


identificação de sinais de relaxamento e de autodescontracção perfeita, precisa e com
facilidade de controlo; ausência total de manifestações emocionais
3 – se a criança revela tensões ligeiras e resistências muito fracas em qq das manipu-
lações; identificação de sinais de relaxamento e de autodescontracção; ligeiras
manifestações emocionais
2 – se a criança revela tensões ,bloqueios e resistências moderadas e frequentes;
identificação óbvia de paratonias e de contacções proximais e distias; frequentes
manifestações emocionais
1 – se a criança revela tensões ,bloqueios e resistências muito fortes; identificação de
incapacidade e impulsividade de descontacções voluntária; manifestações emocionais
descontroladas, ausência de resposta, defesa táctil, manutenção de posições atípicas

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4 – Diadococinésias – a criança deve manter-se sentada, com os antebraços flectidos


sobre o braço, com os cotovelos em apoio em cima da mesa. É realizada a prova clás-
sica das marionetas – movimentos rápidos de pronação e supinação, simultâneos e alter-
nados em ambas as mãos. Deve ser feitos várias vezes com e sem apoio de cotovelos

A cotação deverá ser a seguinte :

4 – se a criança realiza os movimentos correctamente, com precisão e amplitude


adequada, de forma coordenada e harmoniosa; ausência de qq reacção tónico-
emocional
3 – se a criança realiza os movimentos com ligeiro desvio do eixo do antebraço e com
ligeiro afastamento do cotovelo, pode haver ligeiros movimentos em espelho, ligeiras
alterções de ritmo; algumas reacção tónico- emocionais
2 – se a criança realiza os movimentos descoordenadamente e dismetricamente,
desajeitadamente; nítidos movimentos em espelho, reacção tónico- emocionais que
interferem com a actividade
1 – se a criança não realiza os movimentos, movimentos associados involuntários bem
marcados e nítidos; perda de amplitude e ritmo, movimentos permanentes em espelho;
reacções tónico emocionais bem visíveis

5 – Sincinésias – a criança deve manter-se sentada, com ambasas mãos em cima da


mesa, realizando uma contracção máxima da mão dominante com uma bola de espuma
compacta de 5cm de diâmetro (bola de ténis) .

A cotação deverá ser a seguinte :

4 – se a criança realiza as tarefas sem qualquer vestígio de sincinésias bucais ou


contralaterais; movimento de contracção da mão perfeitamente isolado e controlado,
ausencia total de movimentos associados
3 – se a criança realiza as tarefas com sincinésias contralaterais pouco óbvias;
realização adequada e controlada, detecção de ligeiros movimentos ou contracções
tónico associadas
2 – se a criança realiza as tarefas com sincinésias contralaterais marcadas e bucais;
realização com sinais desviantes; presença de movimentos associados não inibidos
1 – se a criança realiza a tarefas com sincinésias evidentes; com flexão do cotovelo,
crispação dos dedos da mão contralateral, tensões tónico-faciais e sincinésias linguais;
movimentos associados difusos e reacções de sobressalto involuntárias; tremores

Equilibração

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Imobilidade – a criança deverá manter-se em posição estática de pé, durante 60


segundos com os olhos fechados e os braços pendentes ao lado do corpo, com apoio
palmar dos pés e dos dedos na face lateral da coxa, pés juntos, simétricos e paralelos

A cotação deverá ser a seguinte :

4 – se a criança se mantém imóvel durante os 60 segundos, evidenciando um controlo


postural perfeito, preciso e com disponibilidade e segurança gravitacional, nenhuns
sinais difusos devem ser identificados
3 – se a criança se mantém imóvel entre 45 e 60 segundos, evidenciando ligeiros
movimentos faciais, gesticulações, sorrisos, oscilações, rigidez corporal, tiques,
emotividade; realização completa, adequada e controlada
2 – se a criança se mantém imóvel entre 30 e 45 segundos, evidenciando sinais
disfuncionais vestibulares e cerebelosos, insegurança gravitacional
1 – se a criança se mantém imóvel menos de 30 segundos, com sinais disfuncionais
bem marcados, reequilibrações abruptas, quedas, hiperactividade estática;
insegurança gravitacional significativa

Equilibrio estático – no apoio rectilíneo , a criança deve colocar um pé no


prolongamento exacto do outro, estabelecendo o contacto do calcanhar de um pé com a
ponta do pé contrário, permenecendo assim durante 20 segundos

A cotação deverá ser a seguinte :

4 – se a criança se mantém em equilíbrio estático durante 20 segundos, sem abrir os


olhos revelando um controlo postural perfeito e preciso;

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3 – se a criança se mantém em equilíbrio estático entre15-20 segundos sem abrir os


olhos, revelando um controlo postural adequado; com pequenos ajustamentos
posturais e ligeiros movimentos faciais, gesticulações e oscilações
2 – se a criança se mantém em equilíbrio estático entre10-15 segundos sem abrir os
olhos, revelando dificuldades de controlo,disfunções vestibulares e movi.associados
1 – se a criança se mantém em equilíbrio menos de 10seg. sem abrir os olhos, ou se
não realiza tentativas; sinais disfuncionais, quedas, mov.de compensação

Equilibrio dinâmico –

- marcha controlada : a criança deverá evoluir no solo em cima de uma linha


recta com 3m de comprimento, de modo que um calcanhar de um pé toque na
ponta do pé contrário, permanecendo sempre com as mãos nos quadris

A cotação deverá ser a seguinte :

4 – se a criança realiza a marcha em perfeito controlo dinâmico, sem qualquer


reequilibração compensatória; realização perfeita
3 – se a criança realiza a marcha controlada com ocasionais e ligeiras reequilibrações,
com ligeiros sinais difusos, sem apresentar qq desvio
2 – se a criança realiza a marcha controlada com pausas frequentes, sinsinésias,
gesticulações e frequentes reajustes com as mãos nos quadris, sinais de insegurança
gravitacional
1 – se a criança não realiza a tarefa ou se a realiza de uma forma imcompleta e
imperfeita, com sinais disfuncionais óbvios

- evolução na trave : a criança deve realizar uma marcha normal em cima da


trave : para a frente, para tráz, para o lado direito, para o lado esquerdo

A cotação deverá ser a seguinte :

4 – se a criança realiza a tarefa, sem qualquer reequilibração, revelando um perfeito


controlo do equilíbrio dinâmico
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3 – se a criança realiza a tarefa, com ligeiras reequilibrações, mas sem sinais


disfuncionais
2 – se a criança realiza a tarefa, com pausas frequentes, reequilibrações e dismetrias,
sinais disfuncionais, 1-3 quedas
1 – se a criança não realiza a tarefa ou apresenta + de 3 quedas por percurso,
evidenciando sinais disfuncionais óbvios

- saltos com apoio unipedal – a criança deverá fazer a distância de 3 m em


saltos com apoio unipedal , registando o pé espontâneamente escolhido,
mantendo sempre as mãos nos quadris . deve fazer o mesmo trajecto com o pé
contrário

A cotação deverá ser a seguinte :

4 – se a criança realiza os saltos fácilmente, sem reequilibrios nem desvios de


direcção, evidenciando um controlo dinâmico perfeito, ritmico e preciso
3 – se a criança realiza os saltos com ligeiros reequilibrios e pequenos desvios de
direcção, sem mostrar sinais disfuncionais
2 – se a criança realiza os saltos com dismetrias, reequilibrações das mãos, desvios
direccionais, irregularidade rítmica, sinsinésias ...
1 – se a criança não completa os saltos na distância. Revelando insegurança
gravitacional, frequentes sinsinésias, reequilibrações bruscas rápidas e
descontroladas, excessivos movimentos associados, sinais disfuncionais

- saltos a pés juntos– a criança deverá fazer a distância de 3 m em saltos com


os dois pés , mantendo sempre as mãos nos quadris, para a frente , para tráz e
com os olhos fechados . Deve fazer o mesmo trajecto com o pé contrário

A cotação deverá ser a seguinte :

4 – se a criança realiza a tarefa sem abrir os olhos, revelando uma realização

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dinâmica, rítmica e perfeita


3 – se a criança realiza os saltos moderadamente , vigiados e controlados com sinais
de reequilibração
2 – se a criança fáz + de 2 m sem abrir os olhos, demonstrando paragens frequentes ,
hipercontrolo e rigidez postural; insegurança gravitacional
1 – se a criança não realiza a tarefa com os os olhos fechados, apresentando quedas,
reequilibrações bruscas e bizarras, gandes desvios direccionais, disfunções
vestibulares e cerebelosa

Lateralização

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Lateralização ocular – pede-se á criança para olhar primeiro através de um tubo ou


canudo de papel e depois através de um buraco feito no centro de uma folha de papel
normal . A criança espreita pelo buraco através do olho preferencial

(a apresentação do tubo deve ser feita na linha média . A mão que agarra no tubo
geralmente é a mão dominante)

Lateralização auditiva – pede-se á criança para primeiro auscutar um relógio de corda e


em seguida para simular o atendimento do telefone

Lateralização manual – as actividades precedentes já permitem com alguma segurança


detectá-la . Sugere-se á criança que simule escrever e depois que simule cortar um papel
com a tesoura

Lateralização pedal – pede-se á criança que primeiro dé um passo gigante, partindo da


posição de pés paralelos, e depois simule enfiar as calças, registando-se o primeiro pé de
enfiamento

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Noção de corpo

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1 ) Sentido cinestésico – pede-se á criança para se manter em pé, calma e tranquila,


com os olhos fechados. Deve pedira pra a criança nomear os vários pontos do corpo onde
esta foi tocada táctilmente

crianças com idades compreendidas entre 4 e 5 anos devem nomear os seguintes 8


pontos tácteis:
- nariz
- queixo
- olhos
- orelha
- ombro
- cotovelo
- mão
- pé

crianças com idades superiores aos 6 anos devem nomear os seguintes 16 pontos
tácteis:
- testa
- boca
- olho direito
- olho esquerdo
- pescoço
- ombro esquerdo
- cotovelo direito
- joelho esquerdo
- pé direito
- pé esquerdo
- mão esquerda
- polegar
- indicador
- médio
- anelar
- minimo
A cotação deverá ser a seguinte :

4 – se a criança nomeia correctamente todos os pontos tácteis da prova (8 ou 16)


sem evidenciar sinais difusos; realização perfeita , precisa e com facilidade de
controlo; segurança gravitacional
3 – se a criança nomeia correctamente 6 ou 12 pontos tácteis, evidenciando ligeiros
sinais difusos
2 – se a criança nomeia 4 a 8 dos pontos tácteis, evidenciando sinais difusos óbvios
(abre os olhos, verbaliza intensamente, tiques, gesticulações, instabilidade, defesa
táctil, disgnosia digital)
1 – se acriança nomeia apenas 1-2 ou 4-8 pontos tácteis, com sinais vestibulares
bem marcados a demonstrar sinais vestibulares bem marcados, deintegração
somatognósica, confusão cinestésica geral ou agnosia digital

2 ) Reconhecimento direita-esquerda – envolve da parte da criança . a resposta motora


a solicitações verbais apresentadas pelo observador

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- para crianças com idades compreendidas entre 4 e 5 anos as solicitações verbais


são as seguintes :
a ) mostra-me a tua mão direita
b ) mostra-me o teu olho esquerdo
c ) mostra-me o teu pé direito
d ) mostra-me a tua mão esquerda

- para crianças com idades superiores aos 6 anos as solicitações verbais são as
seguintes :
a ) mostra-me a tua mão direita
b ) mostra-me o teu olho esquerdo
c ) mostra-me o teu pé direito
d ) mostra-me a tua mão esquerda
e ) cruza a tua perna direita por cima do teu joelho esquerdo
f ) toca na tua orelha esquerda com a tua mão direita
g ) aponta o meu olho direito com a tua mão esquerda
h ) aponta a minha orelha esquerda com a tua mão direita

A cotação deverá ser a seguinte :

4 – se a criança realiza as 4 ou 8 tarefas de forma prefeita e precisa


3 – se a criança realiza 3 ou 6 das tarefas , evidenciando ligeiras hesitações e
confusões
2 – se a criança realiza 2 ou 4 das tarefas, revelando uma hesitação e uma confusão
permanentes
1 – se a criança não realiza as tarefas ou se realiza uma ou duas ao acaso ,
demonstrando marcada hesitação e confusão na identificação e localização das partes
do corpo

3 ) Auto-imagem – a criança, de olhos fechados, com os braços em extensão lateral, as


mãos flectidas e os respectivos indicadores estendidos, deve realizar um movimento lento
de flexão do braço até tocar com as pontas dos indicadores na ponta do nariz

( a tarefa deve ser realizada 4 x, duas com cada mão)

A cotação deverá ser a seguinte :

4 – se a criança toca 4 x exactamente na ponta do nariz


3 – se a criança falha 1 ou 2 x , mantendo um movimento adequado e controlado
2 – se a criança acerta 1 ou 2 x (em cima ou em baixo, à esquerda ou à direita) da
ponta do nariz, com movimentos dismétricos e pouco controlados
1 – se a criança não acerta ou acerta apenas 1 x na ponta do nariz com significativos
desvios, movimentos dismétricos e tremores

4 ) Imitação de gestos – sugere-se à criança que se mantenha de pé face ao observador


e que observa com muita atenção as quatro posturas e gestos (desenhos no espaço) que
ele vai realizar

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a) Para a criança entre 4-5 anos, os seguintes gestos bilateriais

b) Para a criança acima dos 6 anos, os seguintes gestos bilaterais

A cotação deverá ser a seguinte :

4 – se a criança reproduz com perfeição, precisão, acabamento , suavidade e


coordenação as 4 figuras espaciais
3 – se a criança reproduz 3 das 4 figuras com ligeiras dustorções da forma (imitação
aproximada)
2 – se a criança reproduz 2 das 4 figuras com distorções de forma, sinais de dismetria
(imitação distorcida)
1 – se a criança não reproduz nenhuma das figuras ou 1 das 4 com imitação distorcida
(inimitação)

4 ) Desenho do corpo – sugere-se à criança que desenhe o seu corpo (um boneco), o
melhor que sabe

A cotação deverá ser a seguinte :

4 – se a criança realiza um desenho gráficamente perfeito, proporcionado, rico em


pormenores, etaricamente dentro dos parâmetros da escala
3 – se a criança realiza um desenho completo, organizado, simétrico, com pormenores
facias e extremidades, podendo apresentar distorções mínimas
2 – se a criança realiza um desenho exageradamente pequeno ou grande, pouco
organizado em formas e proporções, com pobreza de pormenores
1 – se a criança não realiza o desenho, ou então realiza um desenho desintegrado e
fragmentado, sem vestígios de organização e práticamente irreconhecível

Noção de corpo

1 ) Organização – sugere-se à criança para andar normalmente de um ponto da sala a


outro na distância de 5 m, contando o nº de passos em voz alta. Uma vez realizado o
primeiro percurso, pede-se à criança para realizar o 2º percurso com mais um passo

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(crianças com idade pré-primária), ou mais 3 passos (crianças com idade primária),
utilizando para o cálculo o nº de passos dado inicialmente . Por último, solicita-se à
criança que realize o 3º percurso com menos 1 passo ou 3 passos, respectivamente ,
para a criança pré-primária e primária

A cotação deverá ser a seguinte :

4 – se a criança realiza a tarefa com um controlo correcto nos 3 percursos, com


contagem perfeita do nº passos e com preciso cálculo visuoespacial e ajustamento
inicial e final das passadas
3 – se a criança realiza os 3 percursos com ligeiro descontrolo final das passadas,
mantendo correcta a contagem e o cálculo
2 – se a criança realiza 2 dos 3 percursos com hesitação e confusão na contagem e no
cálculo, sinais de desorientação espacial e dismetria
1 – se a criança realiza 1 dos 2 percursos ou se não completa a tarefa, evidenciando
problemas de verbalização da acção, planificação visuo-espacial ....

2 ) Estruturação dinâmica – sugere-se à criança que observe atentamente durante 3,4


ou 5 segundos as fichas respectivas,k após os quais deverá reproduzir exactamente as
mesmas sequências com os fósforos, mantendo sempre a orientação da esquerda para a
direita

( deverá permitir-se fazer um ensaio com apenas dois fósforos para as crianças de
4 – 5 anos. Neste caso, apenas são consideradas as 3 primeiras tarefas; a tarefa de
ensaio , deve ser respeitada e considerada para cotação, não sendo exigivel a orientação
da esquerda para a direita )

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A cotação deverá ser a seguinte :

4 – se a criança em idade escolar realiza correctamente as 6 tarefas ou se a criança


em idade pré-primária realiza correctamente a ficha de ensaio mais as 3 primeiras
fichas
3 – se a criança em idade escolar realiza 4 das 6 tarefas ou se a criança em idade pré-
primária realiza correctamente a ficha de ensaio mais as 2 primeiras fichas
2 – se a criança em idade escolar realiza 3 das 6 tarefas ou se a criança em idade pré-
primária realiza correctamente a ficha de ensaio mais a 1 primeira ficha, revelando
dificuldades de memorização e sequenciação visuo-espacial
1 – se a criança em idade escolar realiza 2 das 6 tarefas ou se a criança em idade pré-
primária só realiza a ficha de ensaio, revelando dificuldades gnósicas e práxicas
significativas

3 ) Representação topográfica – o observador em conjunto com a criança realiza o


levantamento topográfico da sala, reproduzindo o mais exactamente possível as suas
proporções espaciais e localização correspondente do imobiliário, devidamente
identificado com os respectivos números. Em seguida deverá posicionar-se na sala e
posicionar também a criança, desenhando posteriormente , em termos de ensaio , um
trajecto com o lápis, solicitnado-lhe, em seguida, a sua realização motora

(esta actividade nnão é normalmente realizada em crianças em idade pré- primária)

A cotação deverá ser a seguinte :

4 – se a criança realiza a trajectória de forma perfeita e bem orientada


3 – se a criança realiza a trajectória adequadamente , com algumas hesitações,
interrupções e desorientações
2 – se a criança realiza a trajectória com frequentes hesitações, interrupções ou
desorientações, desproporções espaciais e direccionais óbvias
1 – se a criança não realiza a trajectória

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4 ) Estruturação ritmica – sugere-se à criança que ouça com muita atenção a sequência
de batimentos apresentada pelo observador, devendo em seguida sugerir-lhe que
reproduza correctamente a mesma estrutura e o mesmo nº de batimentos

(um ensaio deve ser tentado, podendo ser considerado como primeira estrutura
ritmica da ficha )

A cotação deverá ser a seguinte :

4 – se a criança reproduz exactamente todas as estruturas ritmicas e o nº de


batimentos preciso, revelando uma perfeita integração auditivo-motora
3 – se a criança reproduz 4 das 5 estruturas ritmicas com uma realização adequada
quanto à sequência e ao ritmo, embora com ligeira hesitações ou descontrolos
2 – se a criança reproduz 3 das 5 estruturas ritmicas, revelando irregularidades,
alterações de ordem e inversões, demonstrando dificuldades de integração ritmica
1 – se a criança reproduz 2 das 5 estruturas ou se é incapaz de as realizar , revelando
nítidas distorções perceptivo-auditivas

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Praxia global
1 ) Coordenação oculo-manual – sugere-se à criança (na posião de pé) que lance uma
bola de ténis para dentro de um cesto de papeis colocado em cima de uma cadeira a uma
distância de 1,5 metros para crianças em idade pré-primária e de 2,5m para crianças em
idade escolar

A cotação deverá ser a seguinte :

4 – se a criança enfiar 4 ou 3 dos 4 lançamentos, revelando perfeito planeamento


motor e preciso autocontrolo
3 – se a criança enfiar 2 dos 4 lançamentos, revelando adequado planeamento motor e
adequado controlo visuo-motor
2 – se a criança enfiar 1 dos 4 lançamentos, revelando dispraxias, distonias ...
1 – se a criança não enfia nenhum lançamento, revelando dispraxias, distonias,
disquinéticas, faltas de equilibrio, hesitações de dominância, desorientação espaço-
temporal, sincinésia, ....

2 ) Coordenação oculo-pedal – sugere-se à criança (na posião de pé) que chute uma
bola de ténis para passar entre as duas pernas da cadeira, a uma distância igual à da
situação anterior

A cotação a atribuir é semelhante à anterior

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3 ) Dismetria – este factor não constitui uma tarefa em si, mas resulta da observação das
duas tarefas anteriores

A cotação deverá ser a seguinte :

4 – se a criança realiza as 8 tarefas , com movimentos adequados em relação ao


objecto e à distância
3 – se a criança realiza as tarefas com ligeiras dismetrias
2 – se a criança realiza as tarefas com dismetrias, movimentos exagerados e
insuficientemente inibidos
1 – se a criança realiza as tarefas com dismetrias, evidenciando dispraxias

4 ) Dissociação – para avaliar este factor tem que se ter em consideração a seguinte
sequência:

1º Membros superiores
2º Membros inferiores
3º Coordenação entre membros superiores e inferiores

1º Membros superiores - sugere-se á criança (na posição de pé) que realize vários
batimentos das mãos, em cima de uma mesa, de acordo com a seguinte estrutura
sequencial:

 - 2 batimentos com a mão direita, seguidos de 2 batimentos com a mão esquerda


(2MD – 2ME)
 - 2 batimentos da mão direita, seguidos de 1 batimento com a mão esquerda (2MD –
1ME)
 - 1batimento com a mão direita, seguidos de 2 batimentos com a mão esquerda (1MD
– 2ME)
 - 2 batimentos com a mão direita, seguidos de 3 batimentos com a mão esquerda
(2MD – 3ME)

(todas as tarefa devem ser reproduzidassequencialmente 4 x seguidas)

2º Membros inferiores - sugere-se á criança (na posição de pé) que realize vários
batimentos dos pés, seguindo exactamente as mesmas estruturas indicads para os
membros superiores

3º Coordenação - sugere-se á criança (na posição de pé) que realize batimentos


das mãos em cima de uma mesa, seguidos dos batimentos dos pés

 - 1 batimento com a mão direita, seguidos de 2 batimentos com a mão esquerda,


seguido de 1 batimento do pé direito e de 2 batimentos do pé esquerdo (1MD –2ME-1PD-
2PE))

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Manual de Observação Psicomotora

 - 2 batimentos com a mão direita, seguidos de 1 batimento com a mão esquerda,


seguido de 1 batimento do pé direito e de 2 batimentos do pé esquerdo (2MD –1ME-1PD-
2PE))
 - 2 batimentos com a mão direita, seguidos de 3 batimentos com a mão esquerda,
seguido de 1 batimento do pé direito e de 2 batimentos do pé esquerdo (2MD –3ME-1PD-
2PE))
 - prova de agilidade –a criança deve saltitar, afastando e juntando as pernas, ao
mesmo tempo que deve realizar um batimento das palmas das mãos exactamente no
momento em que afasta as pernas, sem interromper a sequência do saltitar

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Manual de Observação Psicomotora

A cotação deverá ser a seguinte :

4 – se a criança realiza as 8 tarefas , com movimentos adequados em relação ao


objecto e à distância
3 – se a criança realiza as tarefas com ligeiras dismetrias
2 – se a criança realiza as tarefas com dismetrias, movimentos exagerados e
insuficientemente inibidos
1 – se a criança realiza as tarefas com dismetrias, evidenciando dispraxias de vária
índole

Praxia fina

1 ) Coordenação dinâmica manual – sugere-se à criança (na posião de sentada) para


compor e decompor uma pulseira de clips o mais depressa possível . A pulseira articulada
deve ser de 5 clips para crianças em idade pré-primária e de 10 clips para crianças de
idade escolar

( a criança pode fazer 2 ensaios prévios)

A cotação deverá ser a seguinte :

4 – se a criança compõe e decompõe a pulseira em menos de 3 minutos, revelando


perfeito planeamento, preciso auto-controlo visuo-motor e destreza manual
3 – se a criança compõe e decompõe a pulseira entre 2 e 3 minutos, revelando
adequado planeamento, adequado auto-controlo visuo-motor sem revelar sinais
diapáxicos
2 – se a criança compõe e decompõe a pulseira entre 3 e 5 minutos, revelando
dispráxias, dismetrias, disquinésias, distonias , para além de sinais de desatenção e
hesitação na lateralidade
1 – se a criança compõe e decompõe a pulseira em mais de 6 minutos, ou se não
realiza a tarefa, evidenciando sinais disfuncionais

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2 ) Tamborilar – o observador deve demonstrar à criança como é que os dedos devem


estar colocados, realizando círculos na transição dedo a dedo, desde o indicador até ao
mínimo, e em seguida na direcção inversa ( 2 3 4 5 e 5 4 3 2 ) . Sugere-se á criança que
imite os movimentos e que complete no mínimo 3 ensaios antes de se realizar a própria
tarefa . As duas mãos devem ser avaliadas, realizando cada uma 3 sequências separadas
e uma simultânea .

A cotação deverá ser a seguinte :

4 – se a criança realiza o tamborilar revelando perfeito planeamento motor, e sem


movimentos associados na mão contralateral
3 – se a criança realiza o tamborilar revelando adequado planeamento motor, com
ligeira hesitações na sequência, ligeiras tensões e dismetrias digitais, repetições e com
ligeiros movimentos contralaterias associados
2 – se a criança realiza o tamborilar com fraco planeamento motor, hesitações na
sequência, dismterias, repetições frequentes, sincinésias, evidenciando dispraxia fina
1 – se a criança não realiza a tarefa, revelando sinais disfuncionais de motricidade fina
associados a disgnosia digital e dispraxia fina

3 ) Velocidade - precisão – sugere-se à criança que realize o maior número de pntos e


de cruzes durante 30 segundos, tendo como referências espaciais os limites dos
quadrados do papel e a realização sequêncial da esquerda para a direita

A cotação dos pontos deverá ser a seguinte :

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4 – se a criança realiza mais de 50 pontos, revelando perfeito planeamento motor e


preciso autocontrolo
3 – se a criança realiza entre 30 e 50 pontos, revelando adequado planeamento motor
e ligeiras hesitações na sequênciação da tarefa
2 – se a criança realiza entre 20 e 30 pontos, revelando dismetrias, distonias,
disquinéticas e descontrolo tónico-emocional
1 – se a criança realiza menos de 15 pontos ou não completa a tarefa, revelando
deficiente preensão, rigidez, tremores e sinais dispráxicos óbvios

A cotação das cruzes deverá ser a seguinte :

4 – se a criança realiza mais de 20 cruzes


3 – se a criança realiza entre 20 e 15 cruzes
2 – se a criança realiza entre 15 e 10 cruzes
1 – se a criança realiza menos de 10 cruzes ou não completa a tarefa

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