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Mini Manual Salva Vidas dos

Ensinos Clínicos
Processo de Enfermagem
- Avaliação Inicial (análise documental, entrevista, observação e exame físico: Inspeção, palpação,
precursão e auscultação);
- Diagnóstico;
- Planeamento;
- Implementação;
- Avaliação;

CIPE
Diagnósticos e resultados de enfermagem:
- Incluir um termo do eixo do foco;
- Incluir um termo do eixo do juízo;
- Incluir termos adicionais dos eixos do foco, juízo ou de outros eixos.

Intervenções de enfermagem:
- Incluir um termo do eixo da ação;
- Incluir pelo menos um termo alvo (pode ser um termo de qualquer eixo exceto do eixo do juízo);
- Incluir termos adicionais dos eixos da ação ou de qualquer outro eixo.

Tipos de Lixo
- Grupo I: Resíduos equiparados a urbanos; Resíduos Não perigosos – saco preto
- Grupo II: Resíduos hospitalares não perigosos;
- Grupo III: Resíduos hospitalares de risco biológico  Risco biológico – saco branco
- Grupo IV: Resíduos hospitalares específicos  Risco biológico – saco vermelho ou rosa

5 momentos da higiene das mãos


- Antes o contato com o utente;
- Antes de procedimentos assépticos;
- Após risco de exposição a fluidos orgânicos;
- Após o contacto com o utente;
- Após contacto com o ambiente envolvente do utente;

Sistema Musculosquelético
Movimentos:
- Flexão: diminuição do ângulo;
- Extensão: aumento dos ângulos;
- Dorsiflexão ou flexão do tornozelo, No pé
- Flexão plantar ou extensão do tornozelo;
- Hiperextensão, extensão e flexão; Na cabeça
- Abdução (afasta da linha média) e adução (aproxima da linha média);
- Rotação lateral, externa, medial ou interna e circundação; movimentos de circundação
- Pronação (palma baixo) e supinação (palma cima); só no pulso
- Elevação e depressão;
No ombro e na mandíbula
- Projeção e retração;
- Didução ou movimento de lateralidade  na boca
- Inversão (aproxima da linha média) e eversão (afasta da linha média);

Outros conceitos:
- Atrofia. Massa muscular está reduzida. Tem menos capacidade de contrabilidade;
- Atonia: ausência de movimento, ausência de tónus muscular;
- Hipotonia: diminuição de tonicidade, mas consegue fazer movimento;
- Hipertonia: aumento do músculo, associado a um exagero do relaxamento do outro músculo;
- Tonicidade: capacidade de contabilidade;
- Contratura: estado permanente de contrabilidade muscular;
- Paralisia: total, facial e da orofaringe;
- Hemiplegia: esq. ou dir. Não realização de movimento e sensação à direita ou esquerda;
- Paraplegia: não realização de movimento, sensação da cintura para baixo.

Posicionamentos
Objetivos:
- Estimular o padrão respiratório, de mobilidade e de eliminação;
- Prevenir complicações circulatórias e musculosqueléticas;
- Mobilizar as secreções brônquicas;
- Manter a amplitude e movimento articular;
- Manter a integridade da pele;
- Prevenir contraturas;
- Providenciar o conforto e bem-estar;
- Permitir adequada estimulação motora e sensorial;
- Promover o autocuidado.

✓ Decúbito dorsal:
- Utente no centro da cama com a coluna alinhada;
- Proteger proeminências ósseas com material de prevenção de upp;
- Almofadas baixas na cabeça, cintura escapular, antebraço e mão, zona poplítea e aquiliana;
- Membros superiores em ligeira abdução do ombro e em flexão do cotovelo;
- Ter atenção ao pé equino, aliviando a roupa da cama na zona dos pés.

✓ Decúbito Lateral:
- Utente deve estar em dorsal do lado oposto ao decúbito a executar;
- Almofada normal: junto ao m.i. ao lado para o qual se vai virar o utente e m.s do lado oposto;
- Fletir os m.i. e m.s do lado oposto ao decúbito e m.i. oposto com almofada na articulação joelho;
- Fletir ligeiramente o m.i. e o m.s do lado do decúbito;
- Cabeça na almofada à altura do ombro;
- Ver o alinhamento corporal e ter atenção ao pé equino.

✓ Decúbito Semi-dorsal:
- Utente deve estar em dorsal do lado oposto ao decúbito a executar;
- Almofada em cunha (de preferência, se não normal) ao longo do tronco;
- Almofada normal no m.i. oposto ao decúbito e em flexão, e m.s. oposto em abdução e flexão;
- M.i. lado apoiado em ligeira flexão e rotação externa da coxofemoral;
- M.s. do lado do decúbito com ombro em ligeira flexão e antebraço em supinação e flexão ligeira;
- Dedos das mãos devem estar em abdução e a mão em extensão. Usar ligaduras, p.e.;
- Ver alinhamento corporal e ter atenção ao pé equino.

✓ Decúbito Ventral:
- Utente em dorsal perto do enfermeiro;
- Almofadas: abdómen, e m.i. Não colocar nas cristas ilíacas;
- M.s. longo do corpo e m.i. em ligeira abdução. Cabeça lateralizada;
- M.s. para onde a cabeça está lateralizada, em abdução e antebraço em flexão a 90º;
- M. s. oposto em abdução e rotação interna, antebraço e mão em extensão;
- Ver alinhamento corporal e ter atenção ao pé equino.

✓ Decúbito Semi-ventral:
- Almofada: cabeça, ao longo do tronco na parte da frente, no m.i. oposto semi-fletido;
- M.i. lado apoiado em flexão e m.s em hiperextensão do braço e abdução do ombro;
- Ver alinhamento corporal e ter atenção ao pé equino.

Padrão de Higiene (com ajuda total)


Problemas mais comuns:
- Pele: acne, eritema, dermatite de contacto;
- Cabelo e couro cabeludo: caspa, alopécia (sem cabelo em diversas partes) e pediculose(piolhos);
- Cavidade Oral: cáries, periodontite, halitose, estomatite e gengivite;
- Pés e unhas: Calosidades, unhas córneas (garra), encravadas, paroníquia (inflamação), cheiro;

Objetivos:
- Cuidar da higiene individual;
- Estimular a função respiratória, circulatória, de mobilidade e de eliminação;
- Manter a integridade da pele;
- Promover o autocuidado;
- Instruir para o autocuidado de higiene pessoal;

Material:
- Roupa para substituir a cama e do utente;
- Toalhas, manápulas ou toalhete, luvas normais e avental;
- Sabão líquido com emoliente e dermoprotetor e substância hidratante;
- Recipiente com água quente;
- Tesouras, bacias, arrastadeira, objetos de uso individual e carrinho da roupa suja.

Procedimento:
- Providenciar arrastadeira, se necessário;
- Tirar a roupa da cama e deixar o utente tapado com o lençol de cima;
- Lavar cabelo, se necessário;
- Lavar boca tendo atenção às próteses, retirando-as e utente em semi-fowler (< 45º);
- Lavar face; olhos do canto externo para o interno; limpar orelhas com compressa e água;
- Retirar a almofada e colocar a cama na horizontal; tirar camisa (sujos) e cobrir com lençol;
- Lavar m.s., a começar no mais afastado, da parte distal para a proximal, em mov. circulares;
- Se for para lavar as mãos em separado com bacia e cortar unhas é este o momento;
- Lavar tórax e abdómen tendo atenção às pregas e mamas em mulheres;
- Lavar m.i., começar do mais afastado, da parte distal para a proximal, em mov. circulares;
- Se for para lavar os pés em separado com bacia e cortar unhas é este o momento;
- Lavar dorso e nádegas, colocando o utente lateralizado. Primeiro dorso, depois nádegas;
- Lavar genitais, usando a técnica da tenda e colocar toalha debaixo da cama. Trocar manápula;
Nos homens: lavar do meato até à glande. Se possível lavar o ânus.
Nas mulheres: lava-se as coxas, grandes e pequenos lábios e meato. Se possível lavar o ânus;

Preparação da cama:
- Retira- se a colcha e faz-se três dobras no sentido da largura, depois coloca-se em 1º lugar;
- A seguir o de cima, dobrar em harmónio e depois ao meio. O 2º a ser colocado na cadeira;
- O resguardo, dobrar ao meio só;
- O de baixo, dobrar no sentido do comprimento duas vezes e só depois ao meio;

Sinais Vitais e outros valores importantes


Quando avaliar?
- Admissão no serviço de saúde;
- No hospital, por prescrição médica;
- Antes e após procedimentos cirúrgicos ou de diagnóstico invasivo;
- Antes, durante e após transfusão de produtos sanguíneos;
- Sempre que o estado geral do utente se altera (SOS);
- Antes e após intervenções que influenciam os S.V, ex: administração de alguns medicamentos;
- Sempre que o utente refere sinais e sintomas indeterminados.

Temperatura (caneta azul)


- Axilar: 36ºc a 37ºc;
- Oral: 36,5ºc e 37ºc;
- Retal: 37ºc a 38ºc;

Hipertermia: >38ºc, sudorese, rubor, pele quente, diaforese (transpiração a nível da face);
Hipotermia:<36ºc, pele fria, alteração no estado de consciência, bradicardia;
Hiperpirexia: quando a temperatura se encontra no limite dos 40ºC.

Pulso (caneta vermelha)


- Recém-nascido: 120/140 pulsações/min;
- Criança: 75/100 pulsações/min;
- Adolescente: 60/90 pulsações/min;
- Adulto: 60/100 pulsações/min.

- Frequência: taquicardico, normocardico, bradicárdico.


- Ritmo: rítmico ou arrítmico;
- Amplitude: ausente, filiforme, normal ou cheio.

Tensão Arterial (caneta verde)


- Ótima: sistólica <120 e diastólica < a 80 mmHg;
- Normal: sistólica 120-129 e diastólica 80-84 mmhg;
- Normal alta: sistólica 130-139 e diastólica 85-89 mmHg;
- Hipertensão estádio 1: sistólica 140-159 e diastólica 90-99 mmHg;

Respiração (caneta preta)


- Frequência: normal- 12 a 20 ciclos/min; taquipneia (>35), bradipneia (<10), apneia(>15s s/) ;
- Ritmo: irregular ou regular;
- Amplitude: profunda, superficial e normal;
- Tipo: torácica, abdominal ou mista.

Glicemia:
- Normal: <110 mg/dl e >70mg7dl (jejum); <140mg/dl (2h após ingestão de glicose)
- Anomalia da glicemia de jejum (AGJ): ≥110<126mg/dl (jejum);
- Tolerância à glicose diminuída (TDG): >100 <126mg/dl (jejum); >140 a <200mg/dl (2h após
ingestão de glicose);
- Diabetes: ≥ 126 mg/dl (jejum); ≥200 (2h após ingestão de glicose);

Só existe glicosúria a partir de uma concentração >180mg/dl, de glicose no sangue.

Oxigenação
Oximetria de pulso: Sp 02- 95% a 100% (saturação de oxigénio no sangue);
Gasometria arterial: Ph 7,35 a 7,45. PaO2 – 80 a 100 mmHg; PaCO2- 35 a 45 mmHg.

Alterações do padrão respiratório: Volume:


Movimentos do tórax: a) hiperventilação:>f. respiratória e tempo
- Tiragem intercostal; b)hipoventilação:<f. respiratória e tempo
- Tiragem supraesternal; a)< CO2
- Tiragem infraesternal; b)>CO2
- Tiragem supraclavicular;
Expetoração:
- Purulenta;
- Mucopurulenta;
- Purulenta-hemoptóica;
- Serosa;
A tosse pode ser: seca ou não produtiva, produtiva ou rouca.

!!!FiO2 (fração de ar inspirado) no ar ambiente:21%

Oxigenoterapia
É a administração de oxigénio numa concentração maior que a encontrada na atmosfera. Muito
usada para correções de hipoxia e melhorar oxigenação tecidular. Em geral, quando se faz O2, é
colocado um reservatório fechado, com água bidestilada, para humidificar o O2, que por si só é
seco. Para baixos fluxos, isto é para concentrações de O2 inferiores a 40% e de curta duração,
normalmente não se humidifica, mas é possível.

Máscaras
simples facial (é uma que tem furos):
- Fluxo de O2 entre os 5 a 10 litros (concentração até 50%);
- Permite a inspiração do ar ambiente;
- É indicada para paciente conscientes e não tolerada por crianças, dispneicos e ansiosos;

com reservatório:
- As válvulas unidirecionais permitem que o ar exalado escape e não deixa entrar ar ambiente;
- O utente inala 100% do oxigénio que é fornecido;

de venturi:
- O fluxo de O2 entre os 5 e os 15 litros (24% a 50%);
- São ideias para pacientes com DPOC por regular o O2:
- Oferece a concentração exata de oxigénio;

Catéter nasal ou cânula:


- Quando não se precisa de fornecer uma concentração elevada de O2- 2 a 6 litros (inferior a 40%).

Objetivos:
- Humidificar as vias aéreas;
- Facilitar a remoção de secreções;
- Administrar terapêutica na árvore brônquica;

Material:
- Nebulizador/ rampa de ar ou oxigénio;
- Copo de nebulização e mascara facial ou bucal;
- Tubo de ligação ao debitómetro, lenços, recipiente de sujos;
- Terapêutica prescrita (se necessário);
Procedimento:
- Ter os lenços de papel e os sacos dos sujos perto do utente;
- Posicionar o utente em semi-fowler ou sentado;
- Preparar o nebulizador com a medicação, se prescrito ou com o soro fisiológico a 0,9% (simples);
- Aplicar a máscara e dizer ao utente para fazer inspirações amplas;
- Controlar o FiO2, se necessário;
- Ver se no caso de se ter usado medicação esta fez efeito;

Aspiração de secreções
Objetivos:
- Manter a permeabilidade das vias aéreas;
- Prevenir a estase (estado no qual o fluxo normal de um líquido corporal pára) de secreções;
- Providenciar ventilação adequada;
Material:
- Aspirador ligado a uma fonte de vácuo;
- Sondas aspiração;
- Máscara e avental de proteção para o enfermeiro;
- Luvas e compressas esterilizadas e avental;
- Dispositivo em Y;
- Cápsula esterilizada e soro fisiológico;

Procedimento:
- Em utentes conscientes, posicionar em fowler, utentes inconscientes em decúbito lateral;
- Colocar o avental e a máscara;
- Abrir a cápsula, mantendo esterilizada e colocar lá, sem tocar em nada o NaCl a 0,9%;
- Abrir o involucro da sonda, mas não a exteriorizar; Abrir o pacote de compressas;
- Ver se há o tubo de ligar a máquina de vácuo ao dispositivo em Y;
- O dispositivo em Y é para ser colocado uma parte na sonda e outra no tubo do vácuo;
- O vácuo deve estar entre os 110 e os 150 mmHg, mais pode magoar as mucosas;
- Inserir a sonda, depois de a passar pelo soro fisiológico e a testar, sem tapar o buraco;
- Depois de estar na oro ou nasofaringe aspirar, tapando o buraco e não ultrapassando os 15s;
- Estando suja a sonda passa-se por soro fisiológico e limpa- se com compressa esterilizada;
- Repete-se o processo;
- No fim a sonda vai para o lixo – risco biológico.
!!! Nota: o soro fisiológico utilizado deve ser só para aquele utente e deve ser identificado com o
seu nome, cama, e o objetivo do soro, isto é, para quê que está a ser utilizado.

Padrão Alimentar
Índice de massa corporal: Perimetro abdominal:
- < 18,5 baixo peso; - risco aumentado: se >/igual
- 18,5 a 24,9 peso normal; Homem: a 94 cm
- 25 a 29,9 sobrepeso; Mulher: a 80 cm
- >30 obesidade;
Tipos de sonda:
- Silicone, poliuretano, PVC. Calibre de 8 a 16 em adultos. 90cm gastro e 125 cm duodenal.

Objetivos:
- Aliviar náuseas e vómitos;
- Diminuir a distensão abdominal;
- Preparar o utente para exames de diagnóstico,
- Administrar medicação ou alimentação entérica;
- Remover substancias toxicas ou sangue do estomago;
- Aspirar suco gástrico para análise;

Material:
- Sonda gástrica de tipo e calibre adequados à situação clinica;
- Lubrificante hidrossolúvel, resguardo descartável, luvas e tina riniforme;
- Palhinha e copo de água ou compressas molhadas;
- Tampa para tapar a sonda e pinça- clamp;
- Seringa grande para a alimentação,
- Adesivo para prender a sonda ao nariz;
- Estetoscópio e recipiente de sujos;

Procedimento:
- Posicionar o utente em semi-fowler ou sentado, mas de preferência o primeiro;
- Ver qual a narina mais permeável e ter a taça riniforme à mão em caso de vómito;
- Colocar resguardo sobre o toráx e depois calçar luvas;
- Medir a sonda com a ponta que vai para o estômago do nariz, lóbulo da orelha e apêndice xifoide;
- Aplicar lubrificante e proceder à inserção em movimentos circulares;
- Colocar a cabeça em flexão até a sonda passar a orofaringe, depois voltar ao normal;
- Clampar e só desclampar no passo seguinte;
- Quando chegar ao estômago, injetar 15 a 20cc de ar e auscultar, depois retirar este ar;
- Depois de confirmar colocar a tampa e fixar a sonda com o adesivo.

Eliminação Intestinal
Caracteristicas das fezes- escalas de Bristol:
- Tipo 1: pedaços separados duros como amendoim pessoas com obstipação;
- Tipo 2: forma de salchicha, mas segmentado pessoas com obstipação;
- Tipo 3: forma de salchicha, mas com fendas na superfície  normal;
- Tipo 4: forma de salchicha com, em cone, lisa e mole normal;
- Tipo 5: pedaços moles, mas contornos nítidos normal;
- Tipo 6: pedaços areados, contornos esmagados diarreia;
- Tipo 7: aquoso sem pedações sólidos.

Problemas mais comuns:


- Obstipação;
- Impactação- Fecalomas;
- Incontinência fecal;
- Flatulência;
- Hemorroidas;
- Derivações intestinais ostomias;

Objetivos:
- Promover a eliminação de fezes;
- Preparar o intestino para exames complementares de diagnostico ou intervenções cirúrgicas;

Avaliação Física do abdómen:


Material:
- Irrigador, tubuladura;
- Sonda retal da medida adequada;
- Lubrificante;
- Solução prescrita água, soro fisiológico, ou solução hipertónica de baixo volume;
- Luvas, compressas, avental, resguardo para a zona nadegueira;
- Arrastadeira e papel higiénico;
- Suporte para suspender o irrigador a 30/40 cm da cama;
- Recipiente para sujos.
- Material de higiene para lavar a zona nadegueira e ânus depois da dejeção;

Procedimento:
- Posicionar o utente em semi-ventral esquerdo, expondo a região anal;
- Colocar o resguardo e colocar à nossa beira a arrastadeira;
- Preparar o irrigador com a solução e calçar as luvas e o avental;
- Colocar a sonda rectal na tubuladura e remover o ar do sistema. Aplicar lubrificante na sonda;
- Inserir a sonda cerca de 5 a 10 cm e pedir ao utente.
- Imobilizar e abrir a torneira da sonda;
- No fim pedir ao utente para aguentar cerca de 10 a 15 mina solução e dar arrastadeira no fim;
Este procedimento deve demorar 10 a 15 min a ser efetuado. O clister repete-se no max. 3 vezes.
!!! NOTA: este procedimento pode também ser feito com um sistema de soros e NaCl a 0,9%.
Depois deve-se proceder aos cuidados de higiene na área genital e anal.

Eliminação Vesical
Problemas comuns e perturbações de micção:
- Retenção urinária;
- Infeção urinária ou cistite;
- Incontinência urinária (funcional, de esforço, de urgência, reflexa, total);
✓ Incontinência funcional: contrações vesicais suficientemente fortes para provocar perda
de urina antes de atingir o receptáculo apropriado (sanita);
✓ Incontinência de urgência: perda involuntária de urina logo após uma forte sensação de
urgência para esvaziar a bexiga;
✓ Incontinência de esforço ou stress: perda involuntária de pequenas quantidades de urina
ou gotejamento de urina que ocorre em relação ao aumento da pressão abdominal,
associada ao espirro, riso, levantar pesos, saltar, correr ou fazer exercício;
✓ Incontinência reflexa: perda involuntária de urina em intervalos relativamente previsíveis
ao atingir um volume específico na bexiga;
✓ Incontinência total: incontinência urinária.

Conceitos:
- Disúria: micção dolorosa ou difícil;
- Poliúria: urinar grandes quantidades de urina;
- Oligúria: diminuição do débito urinário em relação aos líquidos ingeridos;
- Nictúria ou noctúria: micção particularmente excessiva à noite;
- Gotejamento: fuga de urina apesar do controlo voluntário da micção;
- Hematuria: presença de sangue na urina;
- Retenção: acumulação de urina na bexiga, com incapacidade da bexiga para esvaziar;
- Urina residual: volume de urina que fica na bexiga após urinar;
- Polaquiúria: micções mais frequentes, mas com volumes muito mais reduzidos;
- Anúria: não urinar (< a 100ml/dia);

Tipos de algália:
- Folley latéx – 10 a 15 dias; para esvaziar a bexiga, avaliação do volume residual, monitorização
do débito urinário, exames auxiliares de diagnóstico, cirurgia, controlo da incontinência
- Folley de revestimento de silicone- 28 a 30 dias;
- Folley silicone – 3 em 3 meses;monitorizar débito urinário

Usa- se água bidestilada no balão, por causa da cristalização;


Calibre: mulher- 14, 16, 18 CH e homem- 18, 20 e 22 CH.

Objetivos:
- Esvaziar a bexiga quando há retenção urinária e insucesso de outras intervenções;
- Descomprimir a bexiga por causa de determinadas intervenções cirúrgicas;
- Monitorizar o débito urinário;
- Executar irrigações da bexiga ou instilações de medicamentos;
- Facilitar a obtenção de amostras assépticas de urina;
- Monitorizar o volume residual de urina na bexiga;

Material:
- Tabuleiro esterilizado com cápsula, compressas, campo cirúrgico com óculo e tina riniforme,
- Resguardo para colocar debaixo da zona nadegueira;
- Dois pares de luvas esterilizadas e um avental;
- Seringa e ampolas de água bidestilada para colocar no balão;
- Algália indicada;
- Lubrificante hidrossolúvel;
- Saco coletor de urina;
- Saco coletor de sujos.
- Soro fisiológico;

Procedimento:
- Colocar o utente em dorsal, expondo só a parte genital. Mulher com a técnica da tenda;
- Preparar a seringa com o soro necessário para o balão;
- Colocar o resguardo e abrir na cama do utente o tabuleiro, tendo atenção á assepsia;
- Colocar o soro fisiológico na cápsula com as compressas;
- Calçar luvas e proceder à lavagem dos genitais;
- Tirar as luvas e abrir o material para dentro do tabuleiro;
- Calçar outras luvas e proceder à remoção do involucro interior da algália;
- Conectar a algália ao saco coletor de urina, lubrificar e algaliar com movimentos circulares;
- Encher o balão com a água bidestilada;
- Colocar o saco no suporte indicado e na cama, depois de retirar as luvas;

Processo Tegumentar
Conceitos:
- Hirsutismo: muito pelo que cresce onde há pelo;
- Alopécia: não ter pelo onde era suposto ter pelo;
- Paroníquia: inflamação da pele na base da unha, ou à beira da parte ungueal;
- Onicólise: deslocamento total ou parcial da unha do leito ungueal;
- Hiperqueratose: espessamento da unha;
- Leuconíquia: Unhas esbranquiçadas aproximando-se da cor da lúnula da unha;
- Destruição e deformidades: Unha frágil e quebradiça principalmente na borda livre;
- Onicomicose: infeção causada por fungos;
- Coloníquia: unha em colher;

Edemas (Sinal de Godet):


2mm- grau ligeiro,
4mm- grau moderado;
6mm- grau acentuado;
8mm- grau muito acentuado;

Feridas:
- Classificação: evolução: aguda ou crónica;
causa: cirúrgica ou traumática
integridade da pele e mucosas: aberta ou fechada;
presença de microrganismos: limpa, contaminada ou infetada;
- Equimose: infiltração de sangue nos tecidos com 2 a 3 cm de diâmetro.
- Hematoma: concentração e acumulação de sangue retido dentro dos tecidos, pele ou órgãos,
associadas a traumatismos ou hemóstase incompleta após intervenção cirúrgica, massa palpável,
dor ao toque, pele dolorosa com coloração azul, esverdeada ou amarela.
- Celulite: infeção disseminada das camadas mais profundas da pele e algumas vezes, atinge os
tecidos localizados abaixo deles. Frequentemente, a celulite ocorre como consequência de uma
infeção estreptocócica ou estafilocócica.
UPP:

Escala de Braden:
Itens a avaliar:
- Perceção sensorial 1 a 4;
- Mobilidade 1 a 4;
- Atividade 1 a 4;
- Fricção e forças de deslizamento 1 a 3;
- Nutrição 1 a 4;
- Humidade  1 a 4.

Utente com alto risco: menor ou igual a 16 pontos;


Utente com baixo risco: maior ou igual a 17 pontos.

Cicatrização das feridas agudas (fases): hemóstaseinflamatóriaproliferativaremodelação


Fase de hemóstase (imediatamente)
- Controle da hemorragia, através da contração dos vasos sanguíneos;
- Chagada das células sanguíneas, como plaquetas e leucócitos, e respetivos mediadores;
- Tampão plaquetário (pequenas hemorragias) e coágulo sanguíneo (grandes hemorragias);
- Fibrinólise (processo fisiológico complexo que consiste na desagregação e dissolução progressiva dos
coágulos sanguíneos do nosso organismo. É um processo normal que se desenvolve através da
degradação e dissolução da fibrina sob a ação da fibrinolisina, uma enzima.)

Fase inflamatória (até ao 3ºdia):


- Neutrófilos invadem a área, iniciam a limpeza e destruição de bactérias e corpos estranhos;
- Monócitos diferenciam-se em macrófagos, que fazem a fagocitose;
- Vasodilatação dos vasos sanguíneos e aumento da permeabilidade dos capilares sanguíneos;
- Coagulação de líquidos nos espaços intersticiais e migração de granulócitos e monócitos;
- Edema tecidular: rubor, calor, edema e dor sinais de Celsius

Fase proliferativa (3º ao 21º dia):


- Formação de tecido de granulação e da angiogénese, contração (miofibroblastos) e epitelização.

Fase de remodelação(após o 21º dia a 1 ano):


- Remodelação do colagénio que forma a cicatriz e aumento da resistência à tracção;
- Recuperação da resistência até 80% e diminuição da espessura dacicatriz.

Cicatrização (Tipos):
- 1º intenção: superfície de tecido está ou foi aproximada, com pontos, por exemplo.
- 2º intenção: união indireta dos rebordos, requerem a regeneração de grande parte dos tecidos.
- 3º intenção (ou encerramento primário retardado): combinação dos dois tipos. Inicialmente é deixada
aberta e quando há tecido de granulação, os bordos são aproximados com suturas.

Ligaduras de suporte e proteção


Uma ligadura é uma porção de tecido aplicado com fins terapêuticos sobre determinada região do
corpo. Tem como objetivos:
- Fixar pensos e proteger ferida de contaminação;
- Efetuar hemóstase e impedir a formação de hematomas e reduzir ou prevenir edemas;
- Manter medicação tópica.

Ligadura de Algodão: vários tamanhos (5, 10, 15 e 20 cm).


É utilizada para proteger da pressão que possa ser exercida numa determinada área (almofadar
e proteger as prominências ósseas antes da colocação de aparelhos gessados para imobilização
de fraturas);

Ligadura de Gaze: vários tamanhos (5, 10, 15 e 20 cm).


Permite a circulação do ar, prevenindo a maceração da pele. Utilizada para proteger pensos e
sustentar talas gesadas;

Ligadura Elástica: vários tamanhos (5, 10, 15 e 20 cm) e c/ diferente elasticidade/compressão.


Permite a compressão e é utilizada para assegurar a imobilização articular facilitando alguma
mobilização, embora mínima, e como ligadura de contenção nos membros inferiores. As de maior
compressão também possibilitam a moldagem do coto e a utilização em terapia de compressão;

Ligadura Elástica Adesiva: medida standardizada (10 cm).


É usada, na imobilização de articulações de curta duração (1/2 semanas). Permite alguma
mobilidade e funciona, basicamente, como tratamento antiálgico;

Ligadura de Gesso: feita de gaze e gesso com vários tamanhos.


Quando mergulhada em água, é facilmente moldável ao corpo. É utilizada para imobilização.

Material Termo moldável: feita de fibras sintéticas que, através do calor (mergulhar em água
quente) se trona moldável. Permite a imobilização e é menos pesada que a de gesso;

Métodos de aplicação:
- Circular: a ligadura dá uma volta ao local onde vai ser aplicada, sobrepondo-se a segunda com
a primeira volta. Utilizada para iniciar e terminar a ligadura.

- Espiral: a ligadura ascende pela parte do corpo


em cada volta, isto é, cada volta cobre metade ou
um terço da volta anterior. Utilizada em pequenos
segmentos para a contenção, a imobilização ou a
sustentação da região a tratar, em partes
cilíndricas do corpo, como o pulso ou parte
superior do braço.

- Espiral invertida: faz-se uma torção (inversão) da ligadura a metade de cada volta. Utilizada para
cobrir partes do corpo em forma de cone, como o antebraço, coxa.

- Espiga: inicia-se seguindo uma posição oblíqua e uma orientação em “8”, sempre com uma
distância de sobreposição igual em cerca de metade da passagem anterior. Utilizada para
imobilizar ou segurar um penso numa área pequena do corpo e em regiões onde é pretendido
aumentar a compressão e sustentabilidade.
- Leque ou em Oito: inicia-se no centro da articulação e cada volta cruza a anterior, formando um
leque (as voltas sobrepõem-se de uma forma oblíqua, sendo que cada volta cruza a anterior
formando um oito). Utilizam-se para imobilizar articulações e para dar continuidade à execução
de uma ligadura (passar de um segmento para outro).

- Recorrente: a ligadura dá duas voltas circulares à volta da zona proximal do corpo, seguida de
um desvio com um ângulo de 90º, até encontrar a circular do outro lado da zona onde está a ser
aplicada a ligadura e volta novamente ao ponto onde se fez o desvio. Utilizada para moldar ou
segurar pensos num coto e segurar pensos na cabeça. Por vezes também é utilizada nos dedos.
Medicação
- Semivida sérica: tempo que a excreção leva a fazer baixar, em metade a concentração sérica
do medicamento;
- Plateu terapêutico: concentração sérica de um medicamento obtida e mantida após a
administração de doses fixas regulares. Este é o motivo para se tomar um medicamento de x em
x horas, para que a dose do medicamento no organismo não baixe;

Medidas do sistema métrico e conversão para sistema doméstico:


1ml15 gotas
2,5ml1 colher de café
5ml1 colher de chá
10ml1 colher de sobremesa
15ml1 colher de sopa

Prescrição deve ter:


- O nome completo da pessoa a quem se destina a medicação (sem isto não se administra);
- A data e hora da prescrição;
- O nome do medicamento a ser administrado, a dose a administrar e a via de administração;
- A hora e a frequência de administração;
- A assinatura da pessoa que prescreveu.

Cartões:
- Branco: oral;
- Azul: retal;
- Verde: intramuscular;
- Vermelho: endovenosa;
- Amarelo: subcutânea;
- Rosa: outras vias;
Colocar em cada cartão o nome do utente, cama, quarto, o medicamento, a dose e o horário.

Cinco certos:
-Medicamento certo,
-Dose certa;
-Utente certo;
-Via certa;
-Hora certa;

Fórmulas Administração Via EV


1ml20 gotas60 microgotas
1ml/hora1 gota3 microgotas
Volume mínimo de administração venosa10 ml

Fórmula de Gotas por Minuto


Fórmula de Microgotas

Fórmula de ml/hora

Vias de administração:
Via oral ou per os:
- Medicação que possa danificar ou descolorar o esmalte dos dentes, como ácidos, deve ser
diluída e administrada por uma palhinha procedendo-se de seguida à lavagem dos dentes;
- Possibilidade do medicamento irritar a mucosa gástrica, então administrar com alimentação ou
após refeição;
- Se o efeito pretendido for sobre a mucosa gástrica, administra-se antes da refeição e não se dilui;
- Se o medicamento tiver um sabor desagradável, administrar com chá ou sumo.

Objetivos:
- Promover autonomia no regime terapêutico;
- Administrar tratamento farmacológico não invasivo;
- Facilitar a continuidade da terapêutica no domicílio;

Procedimento:
- Verificar a prescrição e comparar c/ a folha de registo de terapêutica e verificar c/ o medicamento;
- Executar os 5 certos;
- Lavar as mãos;
- Posicionar o utente em semi-fowler ou sentado;
- Administrar a medicação com líquidos;
- Registar.

Via sub-lingual:
- Não sofre o efeito de 1º passagem, porque o sistema venoso central da boca drena na veia cava
superior;
- Não sofre a ação das enzimas digestivas;

Procedimento (não está no manual de procedimentos):


- Verificar a prescrição e comparar c/ a folha de registo de terapêutica e verificar c/ o medicamento;
- Executar os 5 certos;
- Lavar as mãos;
- Colocar o comprimido debaixo da língua e dizer ao utente para não engolir o medicamento;
- Registar.
Via retal:
- Tem um menor metabolismo hepático do que por via oral (cerca de 50% do medicamento
absorvido no reto passa pelo fígado antes de entrarem na circulação sistémica);

Objetivos:
- Obter efeito terapêutico local e sistémico através da via retal.

Procedimento:
- Verificar a prescrição e comparar c/ a folha de registo de terapêutica e verificar c/ o medicamento;
- Executar os 5 certos;
- Lavar as mãos;
- Posicionar o utente em decúbito lateral esquerdo, com a perna fletida, de modo a expor a região
anal;
- Lavar e secar a região anal, se necessário;
- Aplicar lubrificante na extremidade do supositório e no dedo indicador da mão dominante ou na
extremidade da cânula da embalagem do medicamento;
- Instruir o cliente para inspirar profundamente;
-Depois de administrado, instruir o utente a manter-se na mesma posição cerca de 5 minutos;
- Registar.

Via cutânea:
Objetivos:
- Promover a hidratação da pele;
- Proteger a superfície cutânea;
- Obter efeito terapêutico sistémico por via transdérmica.

Loções: substâncias líquidas, utilizadas para proteger, suavizar, aliviar o prurido.


Pomadas: preparações c/ um veículo gorduroso (ex: vaselina) que derretem à temp. do organismo;
Cremes: mais fluidos que as pomadas;

Procedimento (loções, pomadas, cremes):


- Verificar a prescrição e comparar c/ a folha de registo de terapêutica e verificar c/ o medicamento;
- Executar os 5 certos;
- Lavar as mãos;
- Posicionar o utente de modo a que exponha a área pretendida;
- Colocar luvas não esterilizadas, para prevenir a absorção do medicamento por nós. Colocar luvas
esterilizadas, para prevenir infeções em zonas com solução de continuidade;
- Aplicar um pouco de medicamento na palma da mão e esfregar uma mão na outra;
- Aplicar o medicamento de acordo com as instruções, utilizando movimentos suaves;
- Cobrir a região se indicado;
- Registar.

Procedimento (sprays):
- Verificar a prescrição e comparar c/ a folha de registo de terapêutica e verificar c/ o medicamento;
- Executar os 5 certos;
- Lavar as mãos;
- Colocar luvas não esterilizadas, para prevenir a absorção do medicamento por nós. Colocar luvas
esterilizadas, para prevenir infeções em zonas com solução de continuidade;

- Posicionar o utente c/ a cabeça não direcionada para o vaporizador;


- Proteger a boca e nariz do utente c/ uma compressa e solicitar-lhe que expire durante a aplicação,
quando o spray é aplicado na face;
- Aplicar o spray diretamente na pele;
- Registar.

Procedimento (aplicação transdérmica):  sistémico e não local


- Verificar a prescrição e comparar c/ a folha de registo de terapêutica e verificar c/ o medicamento;
- Executar os 5 certos;
- Lavar as mãos;
- Colocar luvas não esterilizadas, para prevenir a absorção do medicamento por nós. Colocar luvas
esterilizadas, para prevenir infeções em zonas com solução de continuidade;
- Fazer tricotomia do local da aplicação, se necessário. A pele não deve ter sinais, creme;
- Aplicar o disco evitando tocar na zona impregnada com o medicamento;
- Registar.

Via nasal:
Objetivos:
- Aliviar o desconforto e a congestão nasal;
- Obter efeito terapêutico por via nasal;

Procedimento:
- Verificar a prescrição e comparar c/ a folha de registo de terapêutica e verificar c/ o medicamento;
- Executar os 5 certos;
- Lavar as mãos;
- Aconselhar o utente a limpar o nariz, se não houver contraindicações;
- Posicionar o utente em hiperextensão;
- Instruir o utente a respirar pela boca;
- Calçar luvas e aplicar o medicamento;
- Manter o utente na mesma posição cerca de 5 minutos; e providenciar um lenço, se necessário;
- Registar.

Via ocular:
Se o utente tiver uma conjuntivite ou outra doença infeciosa, coloca-se a terapêutica nos 2 olhos.

Objetivos:
- Obter efeito terapêutico por via oftálmica;
- Tratar lesões nos olhos;
- Manter a lubrificação da córnea e da conjuntiva;
- Facilitar a realização de exames auxiliares de diagnósticos;
- Induzir a anestesia local dos olhos.

Procedimento:
- Verificar a prescrição e comparar c/ a folha de registo de terapêutica e verificar c/ o medicamento;
- Executar os 5 certos;
- Lavar as mãos;
- Posicionar o utente, com a cabeça em ligeira hiperextensão e rotação para o lado do olho que
está a ser tratado;
- Lavar o olho se necessário;
- Instruir o utente a olhar para cima;
- Calçar luvas, se necessário e aplicar o medicamento;
- Registar.

Via auricular:
- A medicação deve estar à temperatura ambiente, por causa do risco de vertigens ou náuseas;
- Utilizar soluções esterilizadas;
- Administrar o medicamento com um intervalo de tempo de cerca de minutos, entre cada ouvido,
quando a aplicação for bilateral;

Objetivos:
- Obter efeito terapêutico por via auricular;
- Limpar o canal auditivo externo;

Procedimento:
- Verificar a prescrição e comparar c/ a folha de registo de terapêutica e verificar c/ o medicamento;
- Executar os 5 certos;
- Lavar as mãos;
- Aconselhar o utente a limpar o nariz, se não houver contraindicações;
- Posicionar o utente em hiperextensão;
- Instruir o utente a respirar pela boca;
- Calçar luvas e aplicar o medicamento;
- Manter o utente na mesma posição cerca de 5 minutos;
- Registar.

Via vaginal:
Objetivos:
- Obter efeito terapêutico por via vaginal;

Procedimento:
- Verificar a prescrição e comparar c/ a folha de registo de terapêutica e verificar c/ o medicamento;
- Executar os 5 certos;
- Lavar as mãos;
- Posicionar o utente em decúbito dorsal com os membros inferiores em abdução e flexão e os pés
apoiados na base da cama, expondo a região perianal;
- Calçar luvas;
- Lavar e secar órgãos genitais;
- Administrar o medicamento de acordo com a forma de apresentação. No caso de ser
administrado com aplicador inseri-lo cerca de 5 a 7 cm na vagina, pressionando o êmbolo;
- Manter o utente na posição dorsal, cerca de 10 minutos;
- Registar.
Diferente tipo de agulhas:

Via subcutânea: (Região deltóidea)


- Usa-se agulhas 25G ou 26G, num ângulo de 45º;
- Locais: 1/3 médio da face externa braço,1/3 médio da face antero-lateral da coxa; parede
abdominal a nível inferior da região umbilical; 1/3 superior do tórax posterior (na região escapular);
porção ventral ou dorsal da região glútea;

Nas injeções subcutâneas devemos fazer uma prega cutânea para que a pele fique o mais
afastada do músculo. Não devemos fazer prega em pessoas obesas, pois têm presente tecido
cutâneo suficiente, e neste caso a angulação pode ser de 90º, sem se correr o risco de atingir o
músculo. Numa pessoa muito magra, pode-se ter que diminuir o ângulo e fazer menos de 45º.

Objetivo: administrar medicamentos por via parentérica em que se pretende absorção mais lenta.
Procedimento:
- Verificar a prescrição e comparar c/ a folha de registo de terapêutica e verificar c/ o medicamento;
- Executar os 5 certos;
- Lavar as mãos;
- Posicionar o utente de acordo com o local da injeção;
- Calçar luvas e confirmar outra vez a dose a administrar;
- Desinfetar o local (segundo novas orientações este passo não é preciso);
- Executar prega cutânea;
- Inserir agulha, desfazer a prega e administrar a medicação lentamente;
- Remover a agulha, fazendo pressão com uma compressa no local da picada;
- Registar.

Via intramuscular: (Região ventroglútea; pequeno e médio glúteo, aguenta até 4ml)
- Usam- se agulhas 21G ou 23 G;
- Locais:quadrante superior externo da região dorsoglútea; 1/3 médio da face antero-lateral da
coxa; face externa do 1/3 superior do braço;

A região dorsoglútea (grande glúteo), hoje em dia não é muito aconselhado quando existe região
ventroglútea (pequeno e médio glúteo), onde há menos probabilidade de acertar em vasos. Em
pessoas muito obesas, estes locais não são os preferíveis, mas sim a IM no vasto lateral (ou seja,
na parte da frente da coxa). A ventroglútea é melhor para pessoas que estejam acamadas e com
fraldas.

Objetivos:
- Administrar medicamentos por via parentérica em que se pretende absorção mais rápida doq eu
pela via subcutânea;
- Administrar medicamentos que são irritantes para o tecido celular subcutâneo ou que são
neutralizados no trato gastrointestinal;

Procedimento:
- Verificar a prescrição e comparar c/ a folha de registo de terapêutica e verificar c/ o medicamento;
- Executar os 5 certos;
- Lavar as mãos;
- Posicionar o utente tendo em conta o local selecionado para a punção;
- Calçar luvas, confirmar outra vez a dose a administrar e desinfetar o local;
- Inserir a agulha a 90º com pele, aspirar ligeiramente e injetar o medicamento devagar;
- Remover a agulha e fazer pressão com uma compressa no local de inserção;
- Registar.

Potenciais complicações das IM e SC:


✓ Abcesso, necrose, lesão no nervo, hemorragia intramuscular, dor alergia;
✓ Fibrose (formação ou desenvolvimento de tecido conjuntivo, neste caso num
tecido, como parte de um processo de cicatrização);
✓ Contração muscular (que pode partir a agulha);
✓ Lipodistrofia (acontece em SC quando há uma acumulação de medicação num
determinado local. Para prevenir isto, vai-se rodando o sitio de administração em utentes
que se auto-administram);

Via Endovenosa ou intravenosa:


Indica quando:
- Se deseja que o medicamento alcance rapidamente um nível terapêutico no plasma;
- Há risco de vida para o utente;
- A situação clínica do utente exige restrição hídrica;
- Na administração de medicamentos que precipitam em contato com o solvente;
Pode-se administrar em:
- Injeção por bólus/pequena quantidade de medicamento, no máx. até 15ml (idealmente 1ml/min);
Parar a medicação, avaliar SV e avisar médico, se o utente referir calafrios, náuseas, dor
localizada, sensação de queimadura ou prurido
- Perfusão controlada de fluidos ou infusão de curta duração, se 25ml a 100ml ou medicamentos
diluídos e perfundidos em intervalos maiores (ex: 30 a 60 min), ou administração de medicamentos
estáveis em solução por um período limitado (ex: antibióticos).
- Perfusão de grandes quantidades de fluidos (ex :um frasco de soro) ou Fluidoterapia: tem o
objetivo de corrigir ou prevenir perturbações hidroelectrolíticas.
Existem soluções: isotónicas (a mesma osmolaridade)reposição do volume extracelular;
Hipotónicas (<250mOsm/l)hidratação celular e redução do nível sérico;
Hipertónicas (>=375mOsm/l)reposição de electrólitos;
Objetivos:
- Permitir a absorção rápida do medicamento;
- Aplicar medicamentos a clientes impossibilitados de utilizar outra via;
- Administrar doses elevadas de medicamentos/soros;
- Manter/restabelecer o equilíbrio hidro-electrolítico;
- Colheita de sangue;
- Exames de diagnóstico ex: contrastes;

Orientações:
- Monitorizar: sinais vitais, estado da pele e mucosas, débito urinário, peso, ocorrência de sede,
estado de consciência, tónus muscular e valores laboratoriais sempre que está a ser administrada
terapia com fluidos ou eletrólitos;
- Executar com técnica assética;
- Trocar o cateter, sistema de perfusão, torneiras e prolongamentos de acordo com as orientações
do serviço;
- Proteger com penso estéril o local de inserção do cateter, para prevenir contaminação,
- Verificar a compatibilidade dos medicamentos, não administrar em simultâneo medicação
incompatível;
- Evitar administrar substâncias quimicamente irritantes através dos cateteres periféricos;
- Verificar o local de inserção do cateter e a permeabilidade do mesmo e do sistema de perfusão,
antes de qualquer administração;
- Aplicar prolongamentos venosos com o comprimento suficiente para a mobilização do utente,
mas o mais curto possível;
- Aplicar torneira de três vias ou obturador para cateter sempre que sejam previsíveis
administrações subsequentes;

Procedimento (não foi retirado do manual de procedimentos):


- Verificar a prescrição e comparar c/ a folha de registo de terapêutica e verificar c/ o medicamento;
- Executar os 5 certos;
- Lavar as mãos;
- Posicionar o utente de acordo com o local da injeção;
- Calçar luvas e confirmar outra vez a dose a administrar;
- Aplicar um resguardo sob o membro do cliente e expor a área de administração;
- Garrotar o local a ser puncionado (em adultos: a aproximadamente 5 a 10 cm do local da
punção venosa), a fim de propiciar a dilatação da veia;
- Desinfetar o local;
- Tracionar a pele para baixo, com o polegar, abaixo do local a ser puncionado;
- Introduzir o cateter venoso na pele, com o bisel voltado para cima, c/ um ângulo de 30º a 45º;
- Depois de introduzido na pele, direcionar o cateter e introduzir na veia;
- Puxar ligeiramente a agulha do cateter para trás e observar o refluxo sanguíneo, no interior;
- Colocar o mandril totalmente na veia;
- Soltar o garrote;

Para infusão continua de solução (Soro):


a)Antes da punção, conectar o sistema de soros ao frasco de solução e retirar o ar do sistema;
b)Conectar o sistema ao cateter venoso;
c)Iniciar a perfusão, no tempo e à velocidade recomendados;

Para administração de medicamentos em bólus:


a)Conectar a seringa que contém o medicamento ao cateter venoso;.
b)Iniciar a perfusão, no tempo e à velocidade recomendados.

- Observar se há sinais de infiltração, extravasamento do líquido perfundido ou hematoma no


local da punção, além de queixas de dor ou desconforto;
- Fixar o dispositivo com penso próprio ou segundo indicações do serviço;
- Orientar o utente sobre os cuidados a ter na manutenção do cateter;
- Descarte o material perfuro cortante para um recipiente adequado;
- Retirar luvas e higienizar as mãos;
- Registar;

Potenciais complicações da IV:


✓ Hematoma (quando existe um deve-se elevar o membro para maximizar o retorno
venoso);
✓ Flebite (inflamação interna da veia); provoca sinais de inflamação;
✓ Flebite bacteriana (é mais fácil de evoluir para uma septicémia. É uma situação grave);
✓ Tromboflebite (é uma inflamação de uma ou mais veias causada por um coágulo
sanguíneo, que tem sinais/sintomas parecidos com a flebite, mas é mais sistémica.
Pode-se dar conta quando a perfusão se torna mais lenta);
✓ Infiltração (a pele fica mais fria, edemaciada, pálida. Pode não levar a necrose.
≠Extravasamento, em que a seguir há necrose, p.e. com substâncias hipertónicas.
✓ Embolia (complicação que decorre quando um êmbolo se desprende da veia. O próprio
cateter, se estiver partido pode funcionar com um êmbolo);
✓ Choque anafilático;
✓ Septicémia;

Locais de administração IV:

Membro Superior: Membro inferior:


Veia braquial Veia safena interna
Veia cefálica Veia plexo venoso central
Veia basílica
Veia mediana braquial
Veias superficiais dorsais
Veias metacárpicas
Tipos de abocate:

- Abocate 14 e 16 (Adolescentes e Adultos): cirurgias importantes, sempre que perfunde grandes


quantidades de líquidos. Inserção mais dolorosa exige veia de maior calibre;
- Abocate 18 (Crianças mais velhas, adolescentes e adultos): administrar sangue, hemoderivados
e outras infusões viscosas. Inserção mais dolorosa exige de maior calibre;
- Abocate 20 (Crianças, adolescentes e adultos): adequado para a maioria das infusões venosas
de sangue e outras infusões venosas (hemoderivados);
- Abocate 22 (Bebês, crianças, adolescentes e adultos -em especial, idosos): adequado para a
maioria das perfusões. É mais fácil de inserir em veias pequenas e frágeis, deve ser mantida a
uma velocidade de perfusão menor. Inserção difícil, no caso de pele resistente;
- Abocate 24 (RN’s, bebês, crianças, adolescentes e adultos -em especial, idosos): adequado
para a maioria das perfusões, mas a velocidade de perfusão deve ser menor. É ideal para veias
muito estreitas, por exemplo, pequenas veias digitais ou veias internas do antebraço em idosos.

Butterflys: mais utilizado para perfusões


venosas que deverão permanecer menos
tempo, pois com este tipo de dispositivo a
agulha permanece dentro da veia e por ser
rígida, caso o paciente movimente o local da
inserção, pode lesionar a veia, causando
infiltração com edema, o que leva a
necessidade da realização de outra punção
num outro lugar. Estes dispositivos são
numerados em números ímpares do 19 (agulha
maior e mais calibrosa) ao 27 (agulha menor e
menos calibrosa).
Patologias
Cardiologia
Exame físico na doença cardiovascular, ter em atenção:
✓ Pulsos, pressão arterial, cianose, dedos em baqueta de tambor, unhas em vidro de
relógio, edemas nos m.i., ascite, hepatomegalia (aumento do tamanho do fígado) e
esplenomegalia (aumento do tamanho do baço).

Estenose aórtica (valvulopatia-doença da válvula aórtica): obstrução do débito de saída


do sangue do ventrículo esquerdo para a aorta.
Causas: endocardite infeciosa, reumáticas, congénitas, calcificantes (degenerativas);
Manifestações clínicas: angina de peito, sincope, insuficiência cardíaca, morte súbita;
Achados físicos: pulso carotídeo fraco e com atraso, sopro cardíaco, hipertrofia do VE;

Regurgitação aórtica (valvulopatia-doença da válvula aórtica): fluxo de sangue da aorta


para o ventrículo esquerdo, que ocorre durante a diástole, devido a incompetência da válvula
aórtica.
Causas: endocardite infeciosa, disfunção de prótese valvular (alguém que já teve estenose e a
válvula foi trocada, mas não funciona bem);
Manifestações clínicas: dispneia de esforço, ortopneia (deitado e c/falta de ar), dispneia
paroxística noturna (acordar c/ falta de ar várias vezes por noite);
Achados físicos: hipertrofia do ventrículo esquerdo;

Estenose mitral (valvulopatia-doença da válvula mitral): obstrução do fluxo sanguíneo


entre a AE e o VE, provocada pelo funcionamento anormal da válvula mitral.
Causas: endocardite infeciosa, cardite reumática, congénitas;
Manifestações clínicas: dispneia de esforço, ortopneia, dispneia paroxística noturna, palpitações;
Achados físicos: hipertrofia da aurícula esquerda, sopro cardíaco;

Regurgitação mitral (valvulopatia-doença da válvula mitral): inversão anormal do fluxo


sanguíneo do VE para a AE, devido a anomalia do aparelho mitral.
Causas: prolapso da válvula mitral, valvulite reumática, endocardite infeciosa;
Manifestações clínicas: fadiga, dispneia de esforço;
Achados físicos: hipertrofia da AE, hipertrofia do VE, sopro cardíaco;

Estenose tricúspide (valvulopatia-doença da válvula tricúspide): obstrução do fluxo


diastólico através da válvula, durante o enchimento do VE.
Causas: endocardite infeciosa, febre reumática;
Manifestações clínicas: dispneia, fadiga, pulsações nas veias do pescoço (ingurgitamento das
veias jugulares);
Achados físicos: hipertrofia da aurícula esquerda, sopro cardíaco;

Regurgitação tricúspide (valvulopatia-doença da válvula tricúspide): quando a válvula


tricúspide permite a entrada de sangue na AD, durante a contração ventricular direita.
Causas: insuficiência VE, hipertensão pulmonar, endocardite infeciosa;
Manifestações clínicas: dispneia, ortopneia, edema periférico;
Achados físicos: hipertrofia da AD, hipertrofia do VD, sopro cardíaco;

Estenose pulmonar (valvulopatia-doença da válvula pulmonar): obstrução do fluxo de


sangue aos pulmões.
Causas: endocardite infeciosa, congénita, tumores;
Manifestações clínicas: dispneia de esforço, palpitações, sincope;
Achados físicos: hipertrofia do VE, hipertrofia pulmonar, sopro cardíaco;

Regurgitação pulmonar (valvulopatia-doença da válvula pulmonar): ocorre habitualmente,


na sequência de uma cirurgia cardíaca prévia, numa lesão a pulmonar.
Causas: endocardite infeciosa, hipertensão pulmonar, febre reumática;
Manifestações clínicas: polipneia em repouso, fadiga, sincope;
Achados físicos: hipertrofia do VD, hipertensão pulmonar, sopro cardíaco;

Endocardite infeciosa: ocorre no endocárdio. É uma doença causada pela infeção


microbiana do revestimento endotelial do coração. A lesão característica é uma vegetação
(agregado de plaquetas com fibrose) que se desenvolve habitualmente numa válvula cardíaca.
Causas: estreptococos, estafilococos, fungos;
Manifestações clínicas: febre, anemia, sopro cardíaco, arrepios, mialgias, dedos em baqueta de
tambor, suores noturnos, fadiga, cefaleias, esplenomegalia;

Angina de peito: é uma síndrome clinica que consiste em desconforto ou dor no tórax, com
um carácter recorrente, associada a isquemia miocárdica, mas sem necrose do miocárdio.
Causas: aterosclerose das coronárias, anomalias congénitas das artérias coronárias, espasmos
das artérias coronárias, vasculite coronária, estenose aórtica, miocardiopatia hipertrófica;
Manifestações clínicas: dor no peito que dura entre 10 a 15 minutos, normalmente;

Enfarte agudo do miocárdio ou EAM: consiste no desenvolvimento agudo ou súbito de uma


área localizada ou circunscrita de necrose miocárdica, devido a isquemia grave, secundária a um
fluxo sanguíneo ou a u uma oxigenação inadequada.
Causas: trombose coronária, normalmente por consequência de placas de ateroma;
Manifestações clínicas: desconforto torácico persistente, duração de dor no peito superior a 15
minutos, a dor irradia com frequência para o braço esquerdo, ombro esquerdo, pescoço e
mandíbula, também do lado esquerdo, dispneia, náuseas, vómitos, diaforese;
Diagnóstico: sintomas, ECG, enzimas MNM (marcadores de necrose do miocárdio, ex: troponina
I e T);

Insuficiência cardíaca: consiste numa síndrome que resulta de uma lesão miocárdica que
determina uma redução significativa da função ventricular esquerda, quer seja por sobrecarga
persistente (hipertensão arterial) ou por perda do miocárdio (EAM ou miocardite).
Causas: hipertensão arterial, EAM ou miocardite;
Manifestações clínicas: hipotensão, confusão mental, isquemia intestina, insuficiência renal,
perfusão tecidual deficiente, edema pulmonar, dispneia paroxística noturna, ortopneia, congestão
hepática, ascite e edema;

Choque: consiste situação de hipoperfusão tecidular, em que o aporte sanguíneo e de


oxigénio não é suficiente para nutrir convenientemente as células e remover os catabolitos. Se
esta insuficiência circulatória aguda se mantiver, vai originar isquemia tecidular, pondo em risco
a vida do utente.
✓ Fisiopatologia do choque hipovolémico: uma hemorragia abundante reduz a volémia
circulante, comprometendo a adequada chegada de sangue ao coração. A tentativa de
compensação levará a um aumento da frequência cardíaca, procurando assegurar a
perfusão periférica.
Causas: hemorragias, queimaduras, desidratação;

✓ Fisiopatologia do choque cardiogénico: um EAM ou uma miocardite grave, originam


uma deficiente contração do miocárdio, Apesar de haver uma volémia correta, o músculo
cardíaco está impossibilitado de cumprir a sua função de bomba, complementando o
débito cardíaco.
Causas: EAM, cardiomiopatia dilatada, regurgitação mitral, defeito do septo ventricular,
aneurisma ventricular;

✓ Fisiopatologia do choque obstrutivo: a existência de um obstáculo á ejeção do


sangue, implica um esforço suplementar para o esvaziamento ventricular, levando a um
volume de ejeção reduzido.
Causas: tamponamento pericárdico, pericardite constritiva, tromboembolismo pulmonar,
hipertensão grave, coartação (aperto) da aorta;

✓ Fisiopatologia do choque distributivo: resistências vasculares periféricas- a


resistências encontrada pelo sangue para percorrer o sistema vascular, varia em razão
direta ao comprimento dos vasos e com a viscosidade do próprio sangue e em razão
inversa com o diâmetro dos vasos.
Causas: sépsis, reação anafilática, traumatismo vertebro-medular;

Manifestações clinicas: taquicardia, hipotensão (PAS<60mmHg), pulsos periféricos finos,


extremidades frias, sudação, taquipneia, oligúria/anúria, alteração do estado de consciência.

Neurologia
Alguns conceitos:
- Anosmia (não cheirar);
- Hiposmia (diminui a capacidade de cheirar);
- Hemianopsia (só vê metade do campo visual, ou esq. ou dir. acontece em utentes c/ AVC);
- Diplopia (ver duas imagens);
- Nistagmo (o olho treme verticalmente ou horizontalmente);
- Miose (pupila mais pequena que o habitual);
- Midríase (pupila dilatada);
- Isocóricas (pupilas iguais);
- Anisocóricas (pupilas diferentes uma da outra);
- Apneustia (pausas inspiratórias e expiratórias prolongadas);
- Respiração atáxica (padrão irregular, movimentos profundos e superficiais ao acaso, com
períodos irregulares de apneia);

Níveis de consciência: Confusoletárgicoobnibuladoestuporosocoma


Confuso: desorientado no espaço, perda de compreensão;
Letárgico: sonolento, necessita estímulos ligeiros, para iniciar resposta;
Obnibulado: responder lentamente à estimulação externa. Estímulos repetidos para manter a
atenção;
Estuporoso: resposta mínima a estímulos vigorosos.

Exame neurológico: consiste numa sequência de testes que exploram todas as funções
neurológicas, onde se deve ter em conta a idade e outras especificidades do indivíduo.
- Exame do estado mental:
✓ Atenção e concentração (ex: através do teste dos 7 seriados, ou seja contar de 7 em 7);
✓ Orientação (no tempo, espaço);
✓ Linguagem (compreensão, nomeação de objetos, repetição e leitura);
✓ Memória;
✓ Capacidades cognitivas (cálculos, geração de palavras, capacidades verbais – soletrar);

-Exame da estática e da marcha:


✓ Observar o utente a sentar-se e a dirigir-se para o consultório;
✓ Estática (ou seja, se parado, o utente tem equilíbrio ou não);
✓ Examinar o padrão de marcha do utente;

-Exame da coluna cervical e lombar:


✓ Testar com o utente de pé, a flexão, extensão, rotação e inclinação lateral da cabeça;
✓ Testar os mesmos movimentos nas ancas;
✓ Palpação e percussão da coluna;

-Exame dos nervos cranianos;


-Exame motor:
✓ Massa muscular;
✓ Tónus muscular;
✓ Força (ex: pedir para apertar a mão);
✓ Coordenação dos movimentos (ir c/ o dedo até à ponta do nariz c/ olhos fechados);
✓ Movimentos finos;

-Exame da sensibilidade;
-Exame dos reflexos.

Acidente vascular cerebral (AVC): é uma síndrome caracterizada pelo início agudo de um
défice neurológico que persiste durante pelo menos 24 horas. Traduz um envolvimento focal do
sistema nervoso central e é o resultado de uma alteração da circulação cerebral.
Fatores de risco: HTA, tabagismo, consumo excessivo de álcool, diabetes, hipercolesterolemia,
acidentes isquémicos transitórios (AIT), estenose carotídea.
Causas: tromboses ou embolias (isquémicos), hemorragias (hemorrágicos);
Manifestações clínicas: parésia, afasia, distúrbios visuais, cefaleias, convulsões,
hemiparesia/hemiplegia, perdas sensitivas (parestesias), alterações da linguagem/fala;
Diagnósticos de Enfermagem (exemplos):
✓ Risco de lesão devido às deficiências neurológicas;
✓ Mobilidade física prejudicada devida às deficiências motoras;
✓ Processos mentais alterados, devido à lesão cerebral;
✓ Comunicação verbal prejudicada devida à lesão cerebral;
✓ Deficiência nos Autocuidados devida à hemiparesia/paralisia;
✓ Nutrição alterada: menor do que as exigências corporais, devida ao distúrbio da auto-
alimentação, mastigação, deglutição;
✓ Diurese alterada devida à deficiência motora/sensitiva;
✓ Processo familiar alterado devido à doença catastrófica, sequelas cognitivas,
comportamentais do AVC e por apresentar-se como um problema para a família;

Traumatismos cranioencefálicos (TCE): podem ser:


-Lesões ósseas;
-Lesões meningo-cerebrais;
-Hemorragias extraparenquimatosas: (não atingem massa encefálica)
✓ Hematomas extradurais (acima da dura máter);
✓ Hematomas subdurais agudos (entra a dura máter e a aracnóideia);
✓ Hemorragias subaracnóideias (por baixo da aracnóideia);
-Lesões intraparenquimatosas: (atingem massa encefálica)
✓ Hematomas intracerebrais;
✓ Contusões cerebrais;
✓ Concussão cerebral
✓ Lesão axonal difusa (perda de neurónios)
Causas: acidentes de trânsito, acidentes de trabalho,
NESTES CASOS VER ESCALA DE COMA DE GLASGOW!!

Diagnósticos de enfermagem (exemplos):


✓ Processo do sistema respiratório, comprometido;
✓ Temperatura corporal, comprometida;
✓ Processo do sistema circulatório, comprometido;
✓ Controlo do equilíbrio hidroelectrolitico;

Doença de Alzheimer (não é dos meus apontamentos): distúrbio degenerativo


caracterizado pela demência com prejuízo progressivo da memória, função cognitiva, linguagem,
julgamento e capacidade de autocuidado.
Manifestações clínicas:
✓ Estágio I – memória fraca a curto prazo, memória remota ligeiramente prejudicada,
habilidades visuoespaciais prejudicadas, leve distúrbio da linguagem, indiferença,
irritabilidade ocasional.
✓ Estágio II – acentuado distúrbio da memória, desorientação espacial, afasia fluente,
incapacidade de realizar cálculos, indiferença, irritabilidade, apraxia, alucinações,
inquietude, andar de um lado para outro.
✓ Estágio III – pouca função cognitiva, rigidez das extremidades e postura de flexão,
incontinências urinária e fecal.

Complicações: infeções respiratórias e urinárias; lesões devido a alucinações, confusão e falta


de compreensão; subnutrição devido à falta de atenção às refeições, fome ou falta de
capacidade para preparar refeições;

Diagnósticos de Enfermagem (exemplos):


✓ Processos mentais modificados devidos às alterações fisiológicas da doença;
✓ Risco de lesão devido à falta de capacidade cognitiva;
✓ Interação social prejudicada devida à diminuição da capacidade de compreender o
ambiente;
✓ Distúrbio do padrão de sono, secundário ao processo da doença;
✓ Nutrição alterada, devida à perda de memória e modificação da capacidade de
planeamento;

Doença de Parkinson (não é dos meus apontamentos): é uma doença neurológica


progressiva que afeta os centros cerebrais responsáveis pelo controle e regulação do
movimento. É a massa nigra do cérebro quesofre alterações.
Manifestações clínicas: bradicinesia (movimentos mais lentos); perda dos movimentos
espontâneos; tremor em repouso; rigidez no desempenho de todos os movimentos; postura
inclinada para a frente, fáceis inexpressivos, fala lenta e arrastada;
Complicações: demência; lesão por queda.
Diagnósticos de Enfermagem (exemplos):
✓ Posição corporal alterada devido à rigidez e tremor;
✓ Ingestão nutricional alterada, devido às dificuldades motoras com alimentação,
mastigação e deglutição,
✓ Obstipação devida à imobilidade e à ingestão nutricional deficiente;
✓ Incontinência fecal;
✓ Discurso lentificado devido ao comprometimento dos músculos faciais;
✓ Espasticidade devida às alterações motoras;
✓ Precaução de segurança: Traumatismos;
✓ Risco de infeção urinária;
✓ Autocuidado comprometido;

Meningites (não é dos meus apontamentos): é a inflamação das meninges ou membranas


de revestimento do cérebro e medula espinhal.
Manifestações clínicas: cefaleias; dor nas costas; erupção petequiana ou purpúrica com
meningite meningocócica; febre e leucocitose; alterações no estado mental do paciente;
fotofobia, rigidez da nuca;
Complicações: convulsões; síndrome de secreção inadequada de hormona antidiurética.

Diagnósticos de Enfermagem (exemplos):


✓ Hipertermia;
✓ Consciência alterada;
✓ Precaução de segurança: cefaleias;
✓ Eliminação alterada;
✓ Ambiente limitado;

Paramiloidose (não é dos meus apontamentos): doença associada a uma mutação no


gene da transtirretina (esta é a causa da presença no sangue de uma proteína anormal que se
deposita entre as células dos vários tecidos e órgãos sob circunstâncias clínicas variadas).
Manifestações clínicas: alterações da sensibilidade (ex: parestesias); alterações musculares e
da mobilidade; alterações dos reflexos; alterações tróficas, alterações gastrintestinais; alterações
oculares; alterações cardiovasculares, alterações renais.
Complicações: comprometimento da mobilidade, morte.

Diagnósticos de Enfermagem (exemplos):


✓ Função cardíaca alterada;
✓ Eructação;
✓ Vómitos;
✓ Incontinência fecal;
✓ Risco de infeção urinária;
✓ Risco de maceração da pele,
✓ Atividade motora comprometida;
✓ Precaução de segurança: traumatismos, queimaduras;

Epilepsia (não é dos meus apontamentos): resulta de distúrbios nas células do cérebro que
produzem descargas elétricas anormais, recidivantes, não-controladas.
Manifestações clínicas: relacionadas com a área do cérebro envolvida na atividade convulsiva.
Pode variar desde sensações anormais isoladas, atividade motora aberrante,
consciência/personalidade alterada até a perda da consciência e movimentos convulsivos.
Distúrbios da consciência; distúrbios do tónus muscular e movimento; distúrbios do
comportamento, humor, sensação ou perceção; distúrbios das funções autónomas.
Complicações: estado epiléptico; lesões devidas às quedas.

Diagnósticos de Enfermagem (exemplos):


Alteração da perfusão do tecido cerebral devida à atividade convulsiva;
Convulsão em grau;
Risco de lesão devido à atividade convulsiva;
Limpeza das vias aéreas ineficaz;
Incapacidade de adaptação individual devida às consequências psicossociais e económicas da
epilepsia;

Esclerose múltipla (não é dos meus apontamentos): é uma doença crónica do SNC
caracterizada pela ocorrência de pequenas placas de desmielinização da substância branca do
nervo ótico, cérebro e medula espinhal.
Manifestações clínicas: as lesões podem ocorrer em qualquer parte dentro da substância branca
do SNC. Os sintomas refletem a localização da área de desmielinização.
✓ Fadiga e fraqueza;
✓ Reflexos anormais – ausentes ou exagerados;
✓ Distúrbios visuais – visão prejudicada e dupla, nistagmos;
✓ Disfunção motora – fraqueza, tremores, falta de coordenação;
✓ Distúrbios sensitivos – parestesias, sensibilidade profunda prejudicada, prejuízo do
sentido vibratório e de posição;
✓ Distúrbio da fala – arrastada e interrompida (disartria);
✓ Disfunção urinária – frequência e urgência miccional, retenção, incontinência;
✓ Síndromes neurocomportamentais., depressão, distúrbio cognitivo, labilidade emocional;

Complicações: disfunção respiratória; infeções (bexiga, vias respiratórias, sépsis);complicações


por imobilidade.

Diagnósticos de Enfermagem (exemplos):


✓ Atividade motora comprometida devido à fraqueza muscular, espasticidade e falta de
coordenação;
✓ Obstipação;
✓ Incontinência fecal;
✓ Risco de infeção urinária;
✓ Urgência urinária;
✓ Retenção urinária;
✓ Ingestão nutricional alterada;

Aumento da pressão intracraniana (PIC):


Manifestações clínicas precoces:
✓ Diminuição de nível de consciência (sonolência);
✓ Cefaleias (> intensidade com tosse e esforço);
✓ Alterações pupilares (midríase e contração lenta);
✓ Perturbações visuais (ex: diplopia);
✓ Ptose;
✓ Défices motores e sensoriais contra laterais;
Manifestações clínicas tardias:
✓ Agravamento da diminuição do nível de consciência;
✓ Alterações dos SV (aumento TA sistólica e amplitude do pulso; diminuição TA diastólica;
pulsos fracos);
✓ Disritmias respiratórias;
✓ Febre;
✓ Vómitos;

Endocrinologia
Diabetes mellitus (não é dos meus apontamentos): é um distúrbio metabólico
caracterizado por hiperglicemia e decorre da produção, secreção ou utilização deficientes de
insulina.
Manifestações clínicas: hiperglicemia; alteração na resposta tecidual;
Complicações:
-Agudas
✓ A hipoglicemia é o resultado do desequilíbrio entre alimentos, atividade e
insulina/hipoglicemiante oral;
✓ A cetoacidose diabética é vista principalmente na diabetes insulinodependente, em
momentos de deficiência grave de insulina ou de enfermidades que determinam
hiperglicemia grave, cetonúria, desidratação e acidose;
- Crónicas
✓ Doença vascular cerebral;
✓ Coronariopatia;
✓ Doença vascular periférica;
✓ Retinopatia;
✓ Nefropatia;
✓ Gastroparésia;
✓ Diarreia;
✓ Impotência/disfunção sexual;
✓ Hipotensão ortostática;

Diagnósticos de Enfermagem:
✓ Alteração da nutrição (superior às necessidades do organismo) devida à ingestão
superior aos gastos com a atividade;
✓ Medo de injetar insulina;
✓ Risco de lesão (hipoglicemia) devido aos efeitos da insulina e da incapacidade de se
alimentar;
✓ Intolerância à atividade devida ao precário controle da glicemia;
✓ Déficit de conhecimento sobre o uso de hipoglicemizantes orais;
✓ Risco de alteração da integridade tecidual devido à diminuição da sensibilidade e da
circulação para as extremidades inferiores;
✓ Deficiência em lidar com a doença crónica e com o esquema complexo de
autotratamento;

Reumatologia
Artrite reumatoide (não é dos meus apontamentos): é uma expressão genérica usada para
descrever o que pode ser um grupo heterogéneo de doenças inflamatórias afectando as
articulações e outros sistemas do organismo.
Manifestações clínicas:
- Artrite (artrite bilateral, simétrica afecta qualquer articulação diartródica, porém mais
frequentemente as mãos, os punhos, os joelhos e os pés);
- Manifestações cutâneas (nódulos reumatóides – os cotovelos, occipício, sacro; alterações
vasculíticas – lesões acastanhadas nos dedos ou nas pregas ungueais);
- Manifestações cardíacas (pericardite aguda; insuficiência valvular; arterite coronariana);
- Manifestações pulmonares (doença pulmonar assintomática; derrame pleural; fibrose
intersticial; obstrução laríngea decorrente do comprometimento da articulação cricoaritenóide –
rara.)
- Manifestações neurológicas (síndrome do túnel cárpico; compressão de radículas nervosas
medulares);
- Manifestações sistémicas (febre, fadiga, perda ponderal)

Complicações: perda da função articular em decorrência de aderências ósseas e lesão de


estruturas de sustentação; anemia da doença crónica.

Diagnósticos de Enfermagem:
✓ Dor crónica devido ao processo patológico;
✓ Deficiência de mobilidade física devida à dor e à pequena motilidade articular;
✓ Deficiência no autocuidado devida às limitações secundárias à doença;
✓ Superação individual ineficaz relacionada com a dor, as limitações físicas e a
cronicidade da AR;
Artrite úrica – gota (não é dos meus apontamentos): distúrbio do metabolismo das purinas
caracterizado por níveis elevados do ácido úrico e deposição de urato (geralmente na forma de
cristais) nas articulações e outros tecidos.
Manifestações clínicas:
- Artrite Gotosa Aguda
✓ Geralmente afeta uma articulação – com frequência, a primeira articulação
metatarsofalangiana é chamada podagra;
✓ Outras articulações podem ser afetadas, tais como tornozelo, társicas, joelho; as
extremidades superiores são menos atingidas;
✓ Dor, calor, hiperemia e edema do tecido adjacente à articulação comprometida;
✓ Pode ocorrer febre;
✓ Início súbito dos sintomas; a intensidade é grave;
✓ A duração dos sintomas é autolimitada; dura de 3 a 10 dias sem tratamento;
- Gota Tofosa Crónica
✓ Ocorre quando a gota aguda é tratada de maneira inadequada ou não é tratada;
✓ Caracteriza-se pelo aparecimento de tofos ou depósitos de ácido úrico em e ao redor de
articulações, cartilagem e tecidos moles;
✓ A artrite é de natureza mais crónica, com as crises isoladas sendo menos comuns;
✓ A artrite pode determinar erosões ósseas e deformidades subsequentes que podem
lembrar a AR;
-Doença Renal
✓ Causada pela hiperuricemia (elevação persistente do ácido úrico no sangue);
✓ Os cálculos renais são compostos de ácido úrico;
✓ Depósito de ácido úrico no tecido renal;

Complicações: cálculo renal de ácido úrico; nefropatia do urato; artrite erosiva, deformante;

Diagnósticos de Enfermagem (exemplos):


✓ Dor relacionada com a artrite aguda;
✓ Mobilidade física deficiente devida à artrite;

Artrose (não é dos meus apontamentos): doença reumática mais frequente. Tem tendência
a aumentar devido ao aumento da esperança de vida.
Manifestações clínicas:
✓ Afeta uma articulação (geralmente);
✓ Dor que aumenta com o movimento;
✓ Rigidez da articulação (matinal ou após períodos de imobilidade);
✓ Crepitação;
✓ Instabilidade articular;
✓ Atrofia muscular;

Complicações: intolerância à atividade.


Diagnósticos de Enfermagem (exemplos):
✓ Dor óssea;
✓ Rigidez articular;
✓ Déficit de conhecimentos;

Osteoporose (não é dos meus apontamentos): é uma condição na qual a matriz óssea é
perdida, enfraquecendo dessa forma os ossos e tornando-os mais suscetíveis às fraturas.
Manifestações clínicas:
✓ Assintomática até aos estágios mais avançados;
✓ A fratura após um pequeno traumatismo pode constituir a primeira indicação. As fraturas
mais frequentes associadas com a osteoporose incluem as fraturas do rádio distal, dos
corpos vertebrais, do úmero proximal, e do fémur proximal (quadril);
✓ Podem existir queixas vagas relacionadas com o processo de envelhecimento (rigidez,
dor, fraqueza);
✓ Pode ser observada uma deficiência de estrogénio.

Complicações: fraturas.

Diagnósticos de Enfermagem:
✓ Dor crónica devida às fraturas por compressão vertebral nos estágios subsequentes da
osteoporose.

Espondilite anquilosante (não é dos meus apontamentos): Grupo de doenças de etiologia


desconhecida que atinge primariamente o esqueleto axial. Caracteriza-se por fibrose, ossificação
e neoformação óssea. Atinge preferencialmente os adultos jovens do sexo masculino.
Manifestações clínicas:
✓ Dor surda de início insidioso, na coluna lombar e nádegas;
✓ Rigidez após repouso;
✓ Dor torácica tipo pleurítica;
✓ Alterações da postura (postura espondilítica);
✓ Conjuntivites;
✓ Fibrose pulmonar

Complicações: perda de mobilidade, principalmente a nível da coluna; fraturas com traumatismos


mínimos; incapacidade ocorre em cerca de 20% dos casos;

Diagnósticos de Enfermagem (exemplos):


✓ Dor;
✓ Rigidez articular;
✓ Risco de fraturas;
✓ Mobilidade comprometida;
✓ Posição corporal alterada;
Nefrologia
Litíase do trato urinário (não é dos meus apontamentos): patologia que resulta da
associação de vários fatores que podem estar presentes em simultâneo (genéticos, metabólicos,
familiares, infeciosos, individuais ou ambientais). É a formação de cristalóides que são
excretados na urina.
Manifestações clínicas:
✓ Dor forte tipo cólica, na região lombar com ou sem irradiação para o trajeto dos ureteres,
bexiga ou genitália externa – migração dos cálculos;
✓ Distúrbios gastrointestinais como náuseas, vómitos e diarreia;
✓ Hematúria macroscópica;

Complicações: infeções urinárias.

Diagnósticos de Enfermagem (exemplos):


✓ Dor devido à presença de cálculos nos rins e nos ureteres;
✓ Náuseas, vómitos e diarreia;
✓ Volume de líquidos diminuído.

Insuficiência renal aguda (não é dos meus apontamentos): é uma síndrome de origem
variável que leva a um súbito declínio da função renal. É frequentemente associada com um
aumento nas concentrações séricas de ureia (azotemia) e creatinina, oligúria (menos de 500 mL
de urina/24h), hipercalemia e retenção de sódio.
Manifestações clínicas:
✓ Pré-renal – turgor cutâneo diminuído, ressecamento das mucosas, perda de peso,
hipotensão, oligúria ou anúria;
✓ Pós-renal – dificuldade na micção; alterações no jacto urinário,
✓ Intra-renal – febre, erupção cutânea,edema;
✓ Alterações no volume urinário e concentrações séricas de BUN, creatinina, ácido úrico,
potássio etc., conforme descrito anteriormente.

Complicações: infeção; arritmias devidas à hipercalemia, anomalias em eletrólitos (sódio,


potássio, ácido úrico, cálcio, fósforo), sangramento gastrintestinal devido à ulcera de stress,
insuficiência de múltiplos órgãos sistémicos.

Diagnósticos de Enfermagem (exemplos):


✓ Excesso de Volume de Líquido, devido à diminuição do índice de filtração glomerular e
retenção de sódio;
✓ Risco de Infeção, devido às alterações no sistema imunológico e defesas do hospedeiro;
✓ Nutrição Alterada (Inferior às Exigências Corporais), devida ao estado catabólico,
anorexia e subnutrição associada com insuficiência renal aguda;
✓ Risco de Lesão, devido ao sangramento gastrintestinal;
✓ Processos Mentais Alterados, devidos aos efeitos de toxinas urémicas sobre o sistema
nervoso central (SNC).
Insuficiência renal crónica (não é dos meus apontamentos): é um agravamento
progressivo da função renal, que termina fatalmente em uremia (um excesso de ureia e outros
produtos de desgaste nitrogenados no sangue) e suas complicações, a menos que sejam
realizados a diálise e um transplante renal.
Manifestações clínicas:
✓ Gastrintestinais – anorexia, náuseas, vómitos, soluços, ulceração do tubo gastrintestinal
e hemorragia;
✓ Cardiovasculares – alterações hipercalémicas no ECG, hipertensão, pericardite, derrame
pericárdico, tamponamento pericárdico;
✓ Respiratórias – edema pulmonar, derrames pleurais, atrito pleural;
✓ Neuromusculares – fadiga, distúrbios do sono, cefaleia, letargia, irritabilidade muscular,
neuropatia periférica, convulsões, coma;
✓ Metabólicas e endócrinas – intolerância à glicose, hiperlipidemia, distúrbios das
hormonas sexuais produzindo diminuição da líbido, impotência, amenorreia;
✓ Os distúrbios ácido-básicos, hidrícos, electrolíticos – geralmente retenção de sais e
água, mas pode ser por perda de sódio com desidratação, acidose, hipocalemia,
hipermagnesemia, hipocalcemia;
✓ Dermatológicas – palidez, hiperpigmentação, prurido, equimose, congelamento urémico;
✓ Anomalias esqueléticas – osteodistrofia renal levando à osteomalacia;
✓ Hematológicas – anemia, defeitos na qualidade das plaquetas, tendências aumentadas
de sangramento;
✓ Funções psicossociais – alterações da personalidade e do comportamento, alterações
dos processos cognitivos.

Complicações: morte

Diagnósticos de Enfermagem (exemplos):


✓ Excesso de volume de líquido, devido ao processo patológico;
✓ Nutrição alterada (inferior às exigências corporais), devida a anorexia, náuseas, vómitos
e dieta restritiva;
✓ Integridade cutânea prejudicada, devida ao congelamento urémico e alterações nas
glândulas oleosas e sudoríparas;
✓ Constipação devida à restrição de líquidos e ingestão de agentes fixadores de fosfato;
✓ Risco de lesão enquanto está a andar, devido ao potencial de fraturas e caibras
musculares, relacionado à deficiência de cálcio;
✓ Não-aceitação do esquema terapêutico, devida às restrições impostas pela IRC e seu
tratamento.

Infeção do trato urinário: é definida como a presença de bactérias em qualquer lugar entre o
córtex renal e o meato uretral. Levando-se em conta que o mais das vezes é difícil determinar a
localização exata da infeção, o termo ITU é usado para explicar a presença de microrganismos
em qualquer lugar dentro do trato urinário.
Manifestações clínicas: febre; anorexia e mal-estar geral; frequência urinária -urgência, disúria,
gotejamento; enurese diurna ou noturna; odor fétido ou mudança no aspeto da urina; dor
abdominal ou suprapúbica; hipersensibilidade sobre um ou ambos os rins; irritabilidade; vómitos

Complicações: existe certa tendência para a infeção recorrente; as crianças com lesões
obstrutivas do trato urinário e aquelas com refluxo vesico ureteral grave correm alto risco de
sofrer dano do rim.

Diagnósticos de Enfermagem (exemplos):


✓ Eliminação urinária alterada devida à infeção;
✓ Dor devida às alterações inflamatórias e à febre;
✓ Distúrbio de autoestima devido à exposição e manipulação do trato geniturinário;
APÓSITOS
Manual de intervenções

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