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1.1. Mecanismo de Funcionamento das Hormonas.....................................................................9
1.2. Tiróide................................................................................................................................. 10
1.2.1. Causas de hipopituitarismo:.........................................................................................10
2. DOENÇAS ASSOCIADAS A CADA HORMONA INDIVIDUAL:..............................................10
2.1. Prolactina (PRL)................................................................................................................. 10
2.2. Hormona do crescimento (GH)...........................................................................................11
2.3. Gonadotropinas (FSH e LH)...............................................................................................11
2.4. Tirotropina (TSH)................................................................................................................ 11
2.4.1. Hipotiroidismo.............................................................................................................. 13
2.4.2. Hipertiroidismo (tireotoxicose)......................................................................................14
2.5. Paratormona (PTH)............................................................................................................ 14
2.5.1. Hipoparatiroidismo.......................................................................................................14
2.5.2. Hiperparatiroidismo......................................................................................................15
2.6. Corticotrofina (ACTH)......................................................................................................... 16
2.6.1. Hipofunção supra-renal................................................................................................18
2.6.1.1. Doença de Addison...................................................................................................18
2.6.2. Hiperfunção supra-renal...............................................................................................19
2.6.2.1. Síndrome de Cushing................................................................................................19
3. DIABETES MELLITUS – PROF JOÃO FARIA.......................................................................20
3.1. Evolução no tempo............................................................................................................. 20
3.2. Definição............................................................................................................................. 21
3.3. Glucose.............................................................................................................................. 21
3.4. Insulina............................................................................................................................... 21
3.5. Fisiopatologia..................................................................................................................... 21
3.5.1. Resistência à insulina..................................................................................................23
3.6. Grupos de risco:................................................................................................................. 23
3.7. Consequências da deficiência de insulina:.........................................................................23
3.8. Classificação...................................................................................................................... 24
3.8.1. Diabetes Mellitus tipo 1:...............................................................................................24
3.8.2. Diabetes Mellitus tipo 2................................................................................................24
3.8.3. Diabetes Gestacional:..................................................................................................25
3.8.4. Outros tipos de DM:.....................................................................................................25
3.9. Fisiologia do pâncreas........................................................................................................25
3.9.1. Hormonas pancreáticas...............................................................................................26
3.10. Sintomatologia................................................................................................................ 26
3.11. Tratamento...................................................................................................................... 26
3.12. Avaliação diagnóstica da diabetes..................................................................................27
3.13. Aspectos a atender na diabetes......................................................................................27
Adriana Neves
3.13.1. Alimentação (racional e equilibrada)..........................................................................28
3.13.2. Exercício Físico:.........................................................................................................29
3.14. Terapêutica..................................................................................................................... 29
3.14.1. Antidiabéticos Orais:..................................................................................................29
3.14.2. Insulina:...................................................................................................................... 30
3.14.2.1. Insulina de acção rápida:........................................................................................30
3.14.2.2. Insulina de acção intermédia:..................................................................................31
3.14.2.3. Combinação de duas insulinas:...............................................................................31
3.14.3. Conservação da insulina:...........................................................................................31
3.14.4. Esquema da insulina, depende:.................................................................................31
3.14.5. Instrumentos de administração de insulina:...............................................................32
3.14.6. Local da injecção:......................................................................................................32
3.14.7. Técnica da injecção:..................................................................................................32
3.15. Auto-vigilância na diabetes.............................................................................................32
3.15.1. Aspectos a ter em conta na auto – vigilância:............................................................33
3.15.2. Teste da glicemia capilar:...........................................................................................33
3.15.3. Teste de glicosúria e cetonúria...................................................................................34
3.15.3.1. Técnica do teste de glicosúria e cetonúria:.............................................................34
3.15.3.2. Desvantagens na auto – vigilância:.........................................................................34
3.16. Complicações da DM......................................................................................................34
3.16.1. Hipoglicemia:.............................................................................................................. 34
3.16.1.1. Glucagon:................................................................................................................ 36
3.16.2. Hiperglicemia............................................................................................................. 36
3.16.3. Cetoacidose............................................................................................................... 36
3.16.4. Coma diabético hiperosmolar:....................................................................................37
3.16.5. Retinopatia diabética (vascular).................................................................................37
3.16.6. Doença coronária, cerebrovascular e vascular periférica...........................................37
3.16.7. Nefropatia diabética:..................................................................................................38
3.16.8. Neuropatia periférica (frequentes quadros depressivos).........................................38
3.16.9. Neuropatia autónoma:................................................................................................38
3.16.10. Pé diabético:............................................................................................................ 39
3.16.11. Pé diabético neuropático:.........................................................................................40
3.16.12. Pé diabético arteriopático – isquémico:....................................................................40
3.17. Intervenção terapêutica:..................................................................................................41
3.18. Intervenção de enfermagem...........................................................................................41
3.18.1. Prevenção primária:...................................................................................................41
3.18.1.1. Diagnósticos de enfermagem possíveis:.................................................................42
3.18.1.2. Intervenções de Enfermagem:................................................................................42
3.18.2. Prevenção secundária e terciária...............................................................................42
Adriana Neves
3.18.2.1. Diagnósticos de enfermagem possíveis:.................................................................42
3.18.2.2. Intervenções de Enfermagem:................................................................................43
3.19. 9 Regras básicas que um diabético deve respeitar:........................................................43
3.20. Familiares dos diabéticos não insulino- dependentes.....................................................44
4. ANATOMO-FISIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTIVO – prof. Salete......................................44
4.1. Prevenção primária da patologia digestiva.........................................................................44
4.2. Semiologia vs foco de enfermagem – CIPE, versão 1........................................................45
4.3. Diagnóstico precoce da patologia digestiva - sinais e sintomas..........................................46
4.4. História clínica de enfermagem..........................................................................................47
5. EXAMES AUXILIARES DE DIAGNÓSTICO - Específicos para Patologia do Foro Digestivo.49
5.1. Testes Laboratoriais........................................................................................................... 49
5.2. Colangiografia:................................................................................................................... 49
5.3. Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica (CPRE):..............................................49
5.3.1. Complicações Potenciais Após Exame:.......................................................................49
5.3.2. Intervenções de Enfermagem Antes do Exame...........................................................50
5.3.3. Intervenções de Enfermagem Após o Exame..............................................................50
5.4. Colangiografia por Ressonância Magnética Nuclear (CRM):..............................................50
5.5. Colangiografia Transhepática Percutânea..........................................................................50
5.6. Biopsia Hepática:................................................................................................................ 51
5.6.1. Complicações Potenciais:............................................................................................51
5.6.2. Intervenções de Enfermagem Antes do Exame...........................................................51
5.6.3. Intervenções de Enfermagem Após Exame.................................................................51
5.7. Paracentese:...................................................................................................................... 52
5.7.1. Indicações:................................................................................................................... 52
5.7.2. Permite:........................................................................................................................ 52
5.7.3. Procedimento:.............................................................................................................. 52
5.7.4. Intervenções de Enfermagem Antes do Exame:..........................................................52
5.7.5. Intervenções de Enfermagem Após o Exame:.............................................................53
5.8. Electromanometria:............................................................................................................. 53
5.9. Angiografia hepática........................................................................................................... 53
5.10. Cintilografia..................................................................................................................... 53
5.11. Endoscopias................................................................................................................... 53
5.12. Ecografias....................................................................................................................... 53
5.13. TAC................................................................................................................................. 53
5.14. RMN................................................................................................................................ 53
5.15. RX abdominal.................................................................................................................. 53
6. HEMORRAGIA DIGESTIVA (HD)..........................................................................................53
6.1. Definição:............................................................................................................................ 53
6.2. CLASSIFICAÇÃO – quanto a(o):........................................................................................53
Adriana Neves
6.3. Sinais e sintomas de hemorragia digestiva.........................................................................55
6.4. Etiologia da hemorragia digestiva.......................................................................................56
6.5. Diagnóstico da hemorragia digestiva..................................................................................56
6.6. Tratamento da hemorragia digestiva aguda alta e baixa....................................................57
6.7. Intervenções de enfermagem ao cliente com HDA (aguda) alta ou baixa...........................57
7. HEMORRAGIA GASTRINTESTINAL CRÓNICA - Etiologia Obscura...................................58
7.1. Manifestações Clínicas:......................................................................................................58
7.2. Principais Causas HD Crónica Oculta: sobrepõe-se a outro tipo de hemorragias..............59
7.3. Tratamento da Hemorragia Gastrointestinal Crónica..........................................................59
7.4. Intervenções de enfermagem.............................................................................................59
8. DISTÚRBIOS ESOFÁGICOS.................................................................................................59
8.1. Sintomas mais frequentes:.................................................................................................60
9. DOENÇA POR REFLUXO GASTRO-ESOFÁGICO (RGE)....................................................60
9.1. Sintomas:............................................................................................................................ 61
9.1.1. Típicos:........................................................................................................................ 61
9.1.2. Atípicos:....................................................................................................................... 61
9.2. Factores de risco:............................................................................................................... 62
9.3. Factores iatrogénicos (decorrentes do tratamento ou intervenção médica):.......................62
9.4. Complicações:.................................................................................................................... 63
9.5. Tratamento:........................................................................................................................ 63
9.5.1. Objectivos do Tratamento:...........................................................................................63
9.6. Intervenções de enfermagem:............................................................................................65
10. HÉRNIA DO HIATO............................................................................................................... 65
10.1. Classificação:.................................................................................................................. 65
10.2. Factores de risco:............................................................................................................ 66
10.3. Sinais e sintomas:........................................................................................................... 66
10.4. Tratamento:..................................................................................................................... 66
11. GASTROSTOMIA/JEJUNOSTOMIA – OSTOMIAS DE ALIMENTAÇÃO...............................66
11.1. Definição:........................................................................................................................ 66
11.2. Objectivo:........................................................................................................................ 66
11.3. Preparação:.................................................................................................................... 67
11.4. Intervenções de enfermagem..........................................................................................67
12. GASTRITE............................................................................................................................. 68
12.1. Classificação – quanto a(o):............................................................................................68
12.2. Etiologia.......................................................................................................................... 68
12.3. Gastrites agudas (erosiva/hemorrágica ou corrosiva).....................................................69
12.4. Sintomatologia................................................................................................................ 70
12.5. Gastrite crónica............................................................................................................... 70
12.5.1. Factores de agravamento:.........................................................................................71
Adriana Neves
12.5.2. Sintomatologia:.......................................................................................................... 71
12.5.3. Diagnóstico................................................................................................................ 72
12.5.4. Tratamento (depende muito da etiologia):.................................................................72
12.5.5. Alterações comportamentais......................................................................................72
13. ÚLCERA PÉPTICA................................................................................................................ 73
13.1. Etiologia.......................................................................................................................... 73
13.2. Epidemiologia e factores de risco....................................................................................74
13.3. Sintomatologia................................................................................................................ 74
13.4. Diagnóstico:.................................................................................................................... 74
13.5. Tratamento...................................................................................................................... 75
13.5.1. Objectivos do Tratamento Médico:.............................................................................75
13.5.2. EPS e Alteração de Comportamentos:.......................................................................75
13.5.3. Tratamento Farmacológico........................................................................................76
13.5.3.1. Complicações.......................................................................................................... 76
13.5.4. Tratamento Cirúrgico..................................................................................................76
13.5.4.1. Complicações da cirurgia gástrica...........................................................................77
13.6. Planeamento de cuidados para o cliente submetido a cirurgia gástrica..........................78
13.7. Sinais de Dumping.......................................................................................................... 80
13.7.1. Intervenções de Enfermagem na Prevenção do Dumping.........................................81
14. OBSTRUÇÃO INTESTINAL...................................................................................................82
14.1. Classificação:.................................................................................................................. 82
14.1.1. Obstrução Não Mecânica: relacionada com a peristaltase......................................82
14.1.1.1. Causas.................................................................................................................... 82
14.1.1.2. Semiologia.............................................................................................................. 83
14.1.1.3. Tratamento.............................................................................................................. 83
14.1.1.4. Intervenções de Enfermagem.................................................................................83
14.1.2. Obstrução Mecânica: atinge o lúmen intestinal........................................................83
14.1.2.1. Fisiopatologia.......................................................................................................... 84
14.1.2.2. Manifestações Clínicas:..........................................................................................84
14.1.2.3. Causas.................................................................................................................... 84
15. DOENÇAS INFLAMATÓRIAS CRÓNICAS............................................................................85
15.1. Etiologia.......................................................................................................................... 85
15.2. Epidemiologia.................................................................................................................. 85
15.3. Fisiopatologia.................................................................................................................. 86
15.3.1. Colite Ulcerosa:.......................................................................................................... 86
15.3.2. Doença de Cronh:......................................................................................................86
15.4. Complicações intestinais.................................................................................................86
15.4.1. Colite Ulcerosa:.......................................................................................................... 86
15.4.2. Doença de Cronh:......................................................................................................86
Adriana Neves
15.5. Complicações sistémicas................................................................................................86
15.5.1. Colite Ulcerosa........................................................................................................... 87
15.5.2. Doença de Cronh.......................................................................................................87
15.6. Manifestações clínicas....................................................................................................87
15.7. Exames auxiliares de diagnóstico...................................................................................88
15.8. Factores de exacerbação das crises...............................................................................88
15.9. Prognóstico..................................................................................................................... 88
15.10. Tratamento...................................................................................................................... 89
15.10.1. Objectivos:............................................................................................................... 89
15.10.2. Terapêutica utilizada (prescrita individualmente consoante o estado do doente):...89
15.11. Intervenções de enfermagem..........................................................................................90
16. DOENÇA DIVERTICULAR DO CÓLON (DDC): DIVERTICULOSE.......................................91
16.1. Epidemiologia.................................................................................................................. 91
16.2. Etiologia.......................................................................................................................... 91
16.3. Manifestações clínicas....................................................................................................92
16.4. Doença diverticular do cólon complicada – diverticulite..................................................92
16.4.1. Sintomatologia:.......................................................................................................... 92
16.4.2. Sinais de complicações:.............................................................................................92
16.4.3. Diagnóstico................................................................................................................ 93
16.4.4. Tratamento................................................................................................................. 93
16.4.4.1. Tratamento cirúrgico...............................................................................................93
16.4.5. Intervenções de enfermagem.....................................................................................94
17. TUMORES DO INTESTINO...................................................................................................94
17.1. Factores de Risco........................................................................................................... 95
17.2. Manifestações Clínicas:..................................................................................................95
17.3. Intervenções de Enfermagem.........................................................................................95
17.4. Cirurgia intestinal:........................................................................................................... 95
17.5. Intervenções de enfermagem para um doente submetido a cirurgia intestinal................96
18. PATOLOGIA HEPÁTICA........................................................................................................98
18.1. Avaliação inicial do doente com patologia hepática:.......................................................98
18.2. Exames auxiliares de diagnóstico em patologia hepática e das vias biliares..................99
18.3. Síndrome ictérica............................................................................................................ 99
18.3.1. Causas de Icterícia Não Colestática........................................................................101
18.3.2. Causas de Colestase Intra-hepática........................................................................101
18.3.3. Causas de Colestase Extra-hepática.......................................................................101
18.4. Manifestações clínicas (a sintomatologia depende da causa subjacente):....................102
18.5. Evolução/prognóstico (depende da patologia de base).................................................102
18.6. Diagnóstico................................................................................................................... 103
18.7. Tratamento (direccionado para a patologia de base)....................................................103
Adriana Neves
18.8. Hepatite......................................................................................................................... 103
18.8.1. Etiologia................................................................................................................... 103
18.8.2. Hepatite tóxica......................................................................................................... 103
18.8.3. Hepatite viral............................................................................................................ 104
18.8.3.1. Hepatite A............................................................................................................. 104
18.8.3.2. Hepatite B............................................................................................................. 104
18.8.3.3. Hepatite C............................................................................................................. 104
18.8.3.4. Hepatite D............................................................................................................. 105
18.8.3.5. Hepatite E............................................................................................................. 105
18.8.4. Manifestações clínicas:............................................................................................105
18.8.5. Prognóstico:............................................................................................................. 106
18.8.6. Tratamento médico da hepatite aguda.....................................................................107
18.8.7. Tratamento médico da hepatite fulminante / crónica................................................107
18.8.8. Profilaxia:................................................................................................................. 108
18.8.9. Prevenção e medidas gerais:...................................................................................108
18.9. Cirrose hepática............................................................................................................ 109
18.9.1. Classificação (de acordo com a etiologia)................................................................109
18.9.2. Fisiopatologia........................................................................................................... 110
18.9.3. Principais alterações................................................................................................110
18.9.4. Sinais e sintomas.....................................................................................................111
18.9.5. Complicações / evolução da cirrose.........................................................................112
18.9.6. Diagnóstico.............................................................................................................. 112
18.9.7. Tratamento............................................................................................................... 112
18.9.8. Intervenções de enfermagem e EPS:.......................................................................113
18.9.8.1. Preparação da alta (EPS ao doente e à família)...................................................113
18.10. Ascite............................................................................................................................ 113
18.11. Varizes esofágicas........................................................................................................114
18.11.1. Tratamento............................................................................................................. 115
18.12. Gastropatia hipertensiva portal.....................................................................................115
18.13. Encefalopatia hepática..................................................................................................115
18.13.1. Factores Precipitantes............................................................................................115
18.13.2. Evolução Clínica (grau 1 a 5):................................................................................116
18.13.3. Tratamento (resolvendo a causa o coma reverte rapidamente).............................116
18.14. Síndrome hepatopulmonar............................................................................................116
18.15. Síndrome hepatorrenal.................................................................................................117
19. PATOLOGIA DAS VIAS BILIARES......................................................................................117
19.1. Litíase biliar................................................................................................................... 117
19.1.1. Evolução.................................................................................................................. 118
19.1.2. Factores de risco......................................................................................................118
Adriana Neves
19.2. Colelitíase Crónica........................................................................................................118
19.2.1. Manifestações clínicas.............................................................................................119
19.3. Colecistite Aguda.......................................................................................................... 119
19.3.1. Manifestações Clínicas............................................................................................119
19.4. Tratamento da litíase biliar............................................................................................119
19.5. Intervenções de enfermagem........................................................................................120
20. PANCREATITE AGUDA.......................................................................................................121
20.1. Etiologia/factores predisponentes.................................................................................122
20.2. Manifestações clínicas..................................................................................................122
20.3. Diagnóstico................................................................................................................... 122
20.4. Complicações:............................................................................................................... 123
20.5. Tratamento.................................................................................................................... 124
20.6. Intervenções de enfermagem........................................................................................124
21. PANCREATITE CRÓNICA...................................................................................................125
21.1. Classificação................................................................................................................. 125
21.2. Semiologia.................................................................................................................... 126
21.3. Complicações:............................................................................................................... 126
21.4. Tratamento.................................................................................................................... 126
22. ALIMENTAÇÃO ARTIFICIAL:PARENTÉRICA E ENTÉRICA...............................................127
22.1. Riscos inerentes à desnutrição.....................................................................................127
22.2. Avaliação do estado nutricional.....................................................................................127
22.2.1. História Clínica de Enfermagem...............................................................................127
22.2.2. Exame Físico........................................................................................................... 127
22.3. Situações de alto risco de alteração nutricional............................................................128
22.4. Nutrição entérica (NE)...................................................................................................128
22.4.1. Indicações:............................................................................................................... 128
22.4.2. Contra-indicações:...................................................................................................129
22.4.3. Classificação da nutrição entérica............................................................................129
22.4.4. Vantagens da nutrição entérica................................................................................129
22.4.5. Administração.......................................................................................................... 129
22.4.6. Complicações da nutrição entérica..........................................................................129
22.4.7. Cuidados de enfermagem........................................................................................130
22.5. ALIMENTAÇÃO PARENTÉRICA - Aporte nutricional por via I.V. Periférica ou Central 131
22.5.1. Indicações................................................................................................................ 131
22.5.2. Classificação............................................................................................................ 131
22.5.3. Tipos de soluções....................................................................................................132
22.5.4. Cuidados de enfermagem........................................................................................133
Adriana Neves
1. ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA ENDÓCRINO – Prof Humberto
O Sistema Endócrino integra funções orgânicas, pela síntese e libertação de hormonas.
Adriana Neves
1.1. Mecanismo de Funcionamento das Hormonas
A produção hormonal está sob controlo da retroalimentação (feedback negativo) das glândulas-
alvo, isto é, os níveis hormonais sanguíneos aumentam quando as glândulas-alvo falham.
Num sistema de feedback negativo, a glândula responde ao nível baixo d hormona com a
libertação de hormona suplementar. À medida que o nível regressa à normalidade, a libertação da
hormona é inibida.
A hipófise (ou glândula pituitária) está sob controlo de mediadores químicos (releasing factor)
sintetizados no hipotálamo. O hipotálamo regula o funcionamento da hipófise anterior, ao sintetizar e
segregar hormonas libertadoras ou inibidoras para o portal hipotalâmico-hipofisário de irrigação sanguínea.
Estas hormonas são libertadas na hipófise anterior e estimulam ou inibem a libertação de hormonas
adequadas.
As patologias da hipófise anterior podem causar efeitos de massa (sintomas – alargamento da
célula turca, aumento da pressão intracraneana e defeitos/alterações no campo visual), hipopituitarismo ou
doenças atribuídas a excesso ou défice de hormonas.
1.2. Tiróide
1.2.1. Causas de hipopituitarismo:
Deficiências isoladas de hormonas;
Tumores (adenomas hipofisários, craneofaringeomas, meningeoma - tumor com origem em
elementos celulares das meninges);
Doenças inflamatórias (tuberculose, sarcoidose – doença auto-imune e idiopática que afecta
os pulmões);
Doenças vasculares (aneurisma da carótida);
Situações traumáticas (cirurgias, radioterapia);
Causas idiopáticas.
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Adriana Neves
O excesso de Prolactina (hiperprolactinémia) tem várias causas e pode originar galactorreia
(excesso de secreção de leite materno), oligomenorreia (pouca abundância de fluxo mentrual)/amenorreia
(ausência de fluxo menstrual) e infertilidade, nas mulheres. Nos homens, pode originar impotência e
infertilidade (a ginecomastia e a galactorreia são raras).
O hipotálamo produz a hormona de libertação da tirotropina (TRH), que por sua vez estimula a
libertação da hormona tiroestimulante (TSH), pela adeno-hipófise.
A TSH produzida é lançada na circulação e liga-se a receptores existentes na glândula tiroideia,
onde controla a produção e a libertação de T3 e T4.
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Parte da T3 é segregada pela tiróide, no entanto, a maioria é produzida por um processo de
desiodação da T4 nos tecidos periféricos.
A T3 e a T4 ligam-se a proteínas transportadoras na circulação – globulina de ligação da tiróide
(TBG), albumina e pré-albumina de ligação da tiróide (TBPA).
A TBG e TBPA armazenam a T3 e T4, sendo que o resto entra em circulação no sangue.
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A deficiência de secreção de hormonas tiroideias pode ser devida à insuficiência da tiróide
(Hipotiroidismo Primário) ou a doenças hipofisárias/hipotalâmicas (Hipotiroidismo Secundário).
2.4.1. Hipotiroidismo
Quadro Clínico: pele seca, fadiga crónica, alopécia, voz rouca, aumento de peso, intolerância ao
frio, obstipação, rigidez, espasmos musculares, depressão, parestesias, bradicardia, hipotensão,
alterações da circulação coronária (+ lenta).
Diagnóstico: a diminuição dos níveis séricos de T4 é comum a todas as formas de hipotiroidismo;
os níveis séricos de TSH estão aumentados no hipotiroidismo primário e normais ou baixos no
hipotiroidismo secundário.
NOTA: O tratamento faz-se com medicamentos que permitam o bloqueio da síntese de hormonas.
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A PTH exerce a sua acção a 3 níveis: osso – estimula a osteólise (retira cálcio ao osso), originando
a libertação do cálcio para o sangue; rim – aumenta a reabsorção tubular de cálcio e diminui a do fósforo;
intestino – aumenta a reabsorção intestinal do cálcio.
A calcitonina é produzida por células da tiroideia, das paratiroideias e do timo; actua
principalmente ao nível do osso, estimulando a formação óssea e aumentando a incorporação de cálcio no
osso.
A vitamina D actua ao nível do osso, aumentando a fixação do cálcio e facilitando a acção da PTH
sobre o osso.
NOTA: Quando o cálcio aumenta no osso, este diminui em circulação no sangue.
2.5.1. Hipoparatiroidismo
Etiologia idiopática ou de causa adquirida – intervenções cirúrgicas; infecções; acidentes
vasculares.
Os achados fisiopatológicos + importantes são: diminuição da secreção tubular distal de fosfatos;
aumento da fosfatémia; diminuição da calcémia.
Clinicamente, manifesta-se por tetania – contractura das mãos, parestesias, convulsões tónico-
clónicas, disartria, dores musculares.
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2.5.2. Hiperparatiroidismo
Do ponto de vista patogénico, há 2 tipos: primário (lesão da própria glândula) e secundário
(alterações do metabolismo fosfo-cálcio).
Os achados fisiopatológicos são ao nível do rim (melhora a reabsorção do cálcio do filtrado
glomerular) e do osso há aumento da reabsorção tubular de cálcio e diminuição da reabsorção de fosfatos
(hipercalcémia e hipofosfatémia).
Clinicamente manifesta-se por: sintomas renais (litíase); sintomas ósseos (dores ósseas; fracturas;
tumefacções); sintomas gastrointestinais – por acção da vitamina D (náuseas; vómitos; obstipação; úlcera
gastroduodenal); sintomas neuro-musculares (astenia; hipotonia).
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2.6. Corticotrofina (ACTH)
As glândulas supra-renais situam-se no pólo superior de cada rim e são constituídas por 2
regiões independentes – córtex e medula.
No córtex supra-renal distinguem-se 3 camadas: zona glomerular, zona fascicular e zona reticular;
cada uma tem a seu cargo a produção de determinadas hormonas.
CRF (hipotálamo)
ACTH (hipófise)
Mineralocorticóides
Glucocorticóides
(supra-renais) Corticosteróides
Androgéneos
NOTA: nas mulheres a testosterona existe em baixas quantidades, já nos homens esta é produzida
nos testículos e não nas supra-renais.
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Na medula supra-renal ocorre a secreção de catecolaminas (adrenalina e noradrenalina), sendo
que as 2 têm acção hipertensora.
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As manifestações clínicas consistem em astenia acentuada, emagrecimento progressivo,
perturbações digestivas, hipotensão arterial e hiperpigmentação melânica da pele (melanodermia –
excesso de melanina na pele).
O tratamento consiste na administração de hidrocortisona em doses elevadas.
NOTA: A terapêutica prolongada por + de 3 semanas com doses altas de corticosteróides provoca
complicações, podendo originar excesso de peso, fácies cushingóide (“cara bolachuda”), hipertensão,
diabetes mellitus, osteoporose, sendo que o desmame tem que ser progressivo.
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cutâneas de cor púrpura (região abdominal) e sinais de virilização (calvície temporal, engrossamento da
voz, diminuição do tecido mamário, aumento de massa muscular, perda de contornos femininos e aumento
do clitoris).
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1921 - Frederick Banting e Charles Best, conseguiram um preparado que continha insulina e que
após injecção num cão diabético corrigiu rapidamente a hiperglicemia; na mesma altura Paulesco chega á
mesma conclusão
1926 - Ernesto Roma, português, funda em Lisboa a primeira associação de diabéticos no mundo
(Associação protectora dos diabéticos pobres, hoje Associação protectora de diabeticos de Portugal)
Ernesto Roma introduz o termo Educação Terapêutica
3.2. Definição
Doença heterogénea quer na sua predisposição genética quer na sua exposição clínica. Constitui
uma síndrome caracterizada por uma deficiente produção, relativa ou absoluta de insulina a que se podem
associar vários graus de insulino-resistentes resultanto uma hiperglicemia crónica e alterações do
metabolismo lipídico e proteico. É o nome atribuído a um conjunto de situações resultantes do organismo
não ser capaz de manter a glicemia (nível de glucose no sangue) dentro dos limites normais. É uma
doença crónica, incurável mas que pode ser tratado por forma a garantir a qualidade de vida das pessoas .
A diabetes mellitus corresponde a um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por
hiperglicemia, resultante de deficiências ao nível da secreção e/ou da acção da insulina. As complicações
da diabetes a longo prazo incluem: retinopatia com potencial evolução para a cegueira; nefropatia (doença
renal) passível de conduzir a insuficiência renal; neuropatia periférica com risco de úlceras ao nível dos
pés, amputações e lesões articulares; lesão do sistema nervoso vegetativo, causadora de sintomas ao
nível gastrointestinal, cardiovascular e génito-urinário, e disfunção sexual (AmericanDiabetes Association,
2005)
3.3. Glucose
Açúcar que provém da alimentação que nós ingerimos – circula no sangue e é usado pelo
organismo na produção de energia, particularmente pelo cérebro. A glicemia é mantida entre as refeições
devido à libertação da glucose armazenada no fígado. É a principal fonte de energia para todas as células
3.4. Insulina
É a hormona pancreática (produzida pelas células β dos ilhéus de Langerhans) responsável pelo
transporte de glucose do sangue para o interior das células.
3.5. Fisiopatologia
A diabetes é um distúrbio do metabolismo dos carbohidratos, caracterizado por níveis elevados de
açúcar no sangue (hiperglicemia) e pela presença de açúcar na urina (glicosúria). Na diabetes tipo 1
(insulino dependente), as células beta (secretoras de insulina) do pâncreas, são destruídas. A destruição
pode ser causada pelo sistema imune do organismo, que por um factor genético o sistema imunológico
não reconhece a presença dessas células e vão causando a sua destruição, levando a uma deficiência
quase total de insulina, onde geralmente é necessário injecções diárias dessas substâncias.
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O pâncreas é uma glândula anexa ao sistema digestivo, situada junto à parede posterior do
abdómen e se estende desde o baço até o duodeno. Além de produzir a insulina e o glicogénio, secreta
enzimas pancreáticas. Possui uma cauda próxima ao baço, um corpo e a cabeça que é envolvida pelo C
duodenal. A Insulina é secretada pelas células e sua regulação é baseada na glicose.
1.ocorre o transporte de glicose para dentro da célula ;
2. metabolismo da glicose ocorre dentro da célula ;
3. ATP (energia) fecha canais de potássio;
4. despolarização das células;
5. abertura dos canais de cálcio voltagem dependentes;
6.entrada de cálcio e aumento da insulina.
O Glucagon é secretado pelas células nas ilhotas de Langerhans no pâncreas.Tem acção
fisiológica de regulação da secreção, ou seja, coordenada para aumentar a concentração de glicose no
sangue.
O QUE É DIABETES? A Diabetes mellitus é caracterizada por uma elevação no nível de glicose no
sangue. Normalmente há uma cera quantidade de glicose circulando no sangue que resulta dos alimentos
ingeridos e da formação de glicose pelo fígado. A diabetes é uma doença em que há aumento da glicemia
(açúcar no sangue), ocorre porque o pâncreas não produz insulina suficiente ou porque a insulina não age
bem no organismo.
COMO SE DESENVOLVE O DIABETES? Quando nos alimentamos, o pâncreas liberta uma
quantidade maior de insulina para permitir que a glicose que consumimos durante a refeição sirva como
fonte de energia para o organismo, mantendo os níveis de açúcar no sangue normais. A insulina é uma
hormona que age transportando a glicose do sangue para dentro da célula, para servir de fonte de
energia. Trata-se de uma hormona essencial para a sobrevivência.
DIABETES MELLITUS -TIPO 1 caracterizado pela destruição das células pancreáticas produtoras
de insulina, levando geralmente a deficiência absoluta de insulina. Embora os fatores que levam á
destruição destas células não sejam totalmente compreendidos, em geral se aceita a suscetibilidade
genética como
DIABETES MELLITUS TIPO 2 Sabe-se que a diabetes tipo 2 possui um factor hereditário maior
que no tipo 1, além disso, há uma relação com a obesidade e o sedentarismo. Os dois principais
problemas relacionados com a insulina na diabetes tipo 2 são a resistência á insulina e a secreção de
insulina comprometida. A resistência á insulina refere-se à redução da sensibilidade tecidual da mesma.
Normalmente a insulina liga-se a receptores especiais nas superfícies celulares e inicia uma série de
reacções envolvidas no metabolismo da glicose. Na diabetes do tipo 2, essas reacções intracelulares
estão diminuídas, tornando assim, a insulina menos efectiva na estimulação da captação da glicose pelos
tecidos e na regulação da liberação da glicose pelo fígado. Para superar a resistência á insulina e evitar o
acúmulo de glicose no sangue, maiores quantidades de insulina devem ser secretadas para manter normal
o nível de glicose ou ligeiramente elevado. Entretanto quando as células não podem lidar com a maior
demanda por insulina, o nível de glicose se eleva, desenvolvendo-se a diabetes tipo 2. Este tipo de
diabetes ocorre mais frequentemente em pessoas com mais de 30 anos de idade que são obesas, embora
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sua incidência esteja aumentando nos adultos jovens. Como ele está associado a uma intolerância à
glicose progressiva e lenta, o inicio deste tipo de diabetes pode passar desapercebido por muitos anos.
Para a maioria doa pacientes (75%), a diabetes tipo 2 é detectado por acaso em exames laboratoriais
rotineiros ou exames oftalmológicos.
O valor normal da glicémia é de 4 a 7 milimoles por litro ou 100ml. Quando a glicémia ultrapassa 10
milimoles por litro, a glucose aparece na urina. Quando a glicémia atinge valores excessivamente altos
pode provocar perda de consciência e morte
Os diabéticos que não produzem insulina tem de tomar insulina em injecções. Em contrapartida, a
maioria dos diabéticos que ainda produzem alguma insulina podem ser tratados com dieta ou dieta mais
antidiabéticos orais que aumentam a eficiência da insulina.
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3.7. Consequências da deficiência de insulina:
Glicogenólise
Gluconeogénese
Fígado
Perda proteica
Cetogénese
Captação de glicose
Glicogenólise libertando piruvato e lactato
Captação da glicose
Lipólise
Tecido adiposo
Lipogénese
3.8. Classificação
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3.8.1. Diabetes Mellitus tipo 1:
Há a destruição das células β do pâncreas devido à interacção de factores genéticos, imunológicos,
hereditários e ambientais, por isso ocorre, geralmente, a carência absoluta da secreção de insulina. O DM
tipo I padece de insulinopenia absoluta.
10 a 20% dos casos; Jovens (< 30 anos)
Idiopática
Auto- imune
A forma de apresentação aguda é a ais frequente, principalmente em crianças. Nos adultos pode
ter uma evolução lenta, podendo persistir secreção residual de insulina durante alguns anos – LADA.
Ocorre em qualquer idade, mas com mais frequência na infância e adolescência. (Pathos: Set. 2001)
Segundo Baski 1992, quando não há insulina a gordura que está armazanada é convetida em
ácidos gordos que vão ser transformados em corpos cetónicos pelo fígado para pordução de energia. As
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cetonas acumulam-se no sangue e são excretadas pelos rins e pulmões interferindo nos mecanismos
ácido base. O pH do sangue desce e o doente desenvolve uma acidose metabólica. As proteínas, devido à
falta de insulina, são também metabolizadas em aminoácidos, transportadas para o fígado a fim de serem
convertidos em açúcar contribuindo ainda mais para a hiperglicemia. Os rins, para serem capazes de
eliminar a glicose, eliminam o seu excesso originando glicosúria, que resulta da diurese osmótica e perda
de líquidos e electrólitos.
Na diabetes tipo II, em que há resistência à insulina circulante, a secreção de insulina está
presente, contudo, ela não é utilizada porque não há receptores de insulina suficientes nas células para a
sua utilização.
Células -
Endóc glucagon
rino
Pân Células -
cre insulina
as Exócrino -
suco
Células -
pancreático
somatostat
ina
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3.9.1. Hormonas pancreáticas
• Aumenta
Músculo captação glicose
esquelétic • Aumenta síntese
• Aumenta a síntese glicogénio
Insu o Aumentade glicogénio
Fíg •produção utilização glicose para
energia(glicolise)
lina • Aumenta
ado • Aumenta captação de glicose
captação de certos
• Aumenta a síntese glicogénio
Gluc
• Aumenta degradação
ago de glicogénio em
Fíg
n glicose (glicogenólise)
ad • Aumenta libertação de glicose para o
o sangue
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3.11. Tratamento
O tratamento da DM inclui sempre dieta e exercício físico. O plano dietético do diabético consiste
numa dieta normal modificada ligeiramente, restringindo os hidratos de carbono simples e reduzindo a
quantidade de calorias fornecidas pelas proteínas e gorduras
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Informação (direitos, deveres, recursos disponíveis, legislação, associações)
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3.13.2.Exercício Físico:
Importante 30 a 60 min de exercício por dia. O mais recomendado é: andar ou natação.
Objectivos do exercício físico:
Ajudar a manter ou diminuir peso corporal
Aumenta a captação da glicose pelas células (músculos) sem ser necessária a insulina
Aumenta a eficiência da insulina
Ajudar a diminuir TA
Ajudar a diminuir níveis de colesterol (LDL, HDL)
3.14. Terapêutica
3.14.1.Antidiabéticos Orais:
Biguanidas: a metformina (Risidon; Stagid; etc) é uma biguanida. Reduz a hiperglicemia
sem aumentar a produção de insulina e sem provocar hipoglicemia. Tem indicação
prioritária na redução de insulino – resistência, sobretudo ao nível hepático. Interfere no
metabolismo lipídico.
Sulfonilureias: aumentam a capacidade das células dos ilhéus segregarem insulina e
aumentam a sensibilidade, à insulina, dos tecidos extra – pancreáticos. O principal risco
desta terapêutico é o risco de hipoglicemia.
Outros: troglitazona; acarbose
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3.14.2.Insulina:
(produzidas pela engenharia genética)
Objectivos:
Obter o controlo metabólico o mais próximo possível do natural
Evitar a experiência e o risco da hipoglicemia
Acção da insulina:
A insulina é uma hormona produzida pelas células β, localizadas nos ilhéus de Langerhans no
pâncreas, e é a única capaz de diminuir os níveis de glicose no sangue. A insulina liga-se aos receptores
de insulina, na superfície dos tecidos insulino – sensíveis (músculos – esqueléticos, hepáticos e adiposos),
e permite à glicose passar da corrente sanguínea para dentro da célula.
As células β dos ilhéus regulam minuto a minuto a libertação de insulina
A absorção subcutânea de insulina é lenta e está sujeita a factores psicológicos e externos
Deve ser adaptado a cada indivíduo e apoiada pela educação do doente (alimentação,
exercício e auto-vigilância)
O valor normal da glicemia é de 4 a 7 milimoles por litro. Quando este valor ultrapassa os 10
milimoles / L, a glucose aparece na urina. Quando os níveis de glicemia são muito elevados podem
provocar a perda de consciência ou mesmo a morte.
Na insulina actrapid há um frasco de 10 ml que tem que ser preparado para as seringas de insulina
que têm 100 unidades. 1 unidade = 10 ml
A insulina também pode ser administrada através de canetas, neste caso NOVOPEN 1,5 (com 1,5
unidades)
1
a via SC é a mais utilizada. EV no caso de emergências.
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3.14.2.2. Insulina de acção intermédia:
3.14.3.Conservação da insulina:
Conservar no frigorífico ou no local mais fresco possível
Um frasco aberto pode manter-se cerca de 6 semanas à temperatura ambiente
Manter as recargas das canetas que estão a ser utilizadas à tº ambiente
Manter a insulina afastada da luz directa do sol
Nunca conservar a insulina no congelador (em viagens de avião levá-la na cabine)
Afastar a insulina das fontes de calor
Horas de agitação constante podem precipitar a insulina (neste caso não usar)
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Das condições de saúde
Da capacidade do doente
Pode ser:
Simplificado: 1 a 2 injecções/dia, evitando tanto quando possível as complicações
aguda
Mais complexo: 2 a 4 injecções/dia, quando à necessidade de um controlo mais
rígido dos valores de glicemia
3.14.6.Local da injecção:
Parede abdominal (local de absorção mais rápida)
Face frontal da coxa
Face externa e superior do braço
A rotação do local de injecção deve ser feita de 8 em 8 dias. Dentro do mesmo local em diferentes
locais. Exemplo: 8 dias no braço, 8 dias na coxa, etc… nos 8 dias do braço é dada em diferentes locais do
braço.
Esta rotação do local diminui o risco de cicatrizes e lipodistrofias.
3.14.7.Técnica da injecção:
Preparar seringa com dose prescrita (unidades) respeitando regras de asséptica
Preparar “caneta” com dose prescrita (unidades)
Desinfectar o local
Injectar no tecido subcutâneo profundo, numa larga prega de pele com um ângulo de 45º
ou, se a espessura da camada subcutânea for maior que o comprimento da agulha, com um
ângulo de 90º
Retirar a agulha com um gesto rápido comprimindo o local com algodão mas sem massajar
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A explicação da importância de obter um bom controlo da glicemia e o poder de adaptar a sua
terapêutica, ou seja o “auto – controlo”, aos problemas do dia a dia, dão ao diabético a noção de
independência pessoal, “sentindo-se igual”, fazendo tudo o que os outros fazem.
A vigilância do equilíbrio glicemico permanente, permite a regulação dinâmica da terapêutica.
Na DM 1 a vigilância da glicemia tem que ser mais apertada.
Inclui:
Monitorização da glicemia
Registos de dados
Interpretação dos dados
Objectivos:
O doente aplique as técnicas de auto – vigilância e utilize os resultados para reajustar o
tratamento
O doente identifique e trate convenientemente as suas descompensações (hiper e
hipoglicemias) prevenindo assim complicações mais graves
Num controlo da glicemia a longo prazo pode optar-se pela análise da hemoglobina glicosada, a
qual reflecte o controlo glicémico dos últimos 3 meses e não é afectada pelas variantes da hemoglobina.
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Constitui assim uma medida objectiva de controlo que não é influenciada pela idade, sexo, duração da
diabetes ou níveis muito elevados de glicose no sangue.
No que diz respeito ao controlo da glicemia através da urina, este é já um método
desactualizado que não permite saber os níveis actuais da glicose, fornece apenas dados retrospectivos.
O controlo cetónico através da urina deve ser realizado em indivíduos com DM 1 durante os
surtos e sempre que os resultados do controlo da glicemia no domicílio sejam superiores a 300 mg /dl.
Mergulha-se uma tira na urina (o tempo de imersão da tira depende do fabricante), se a tira se
apresentar numa cor bege o resultado é negativo. À medida que os níveis de cetona aumentam a tira vai
apresentando colorações de roxo em tons cada vez mais escuros.
3.16. Complicações da DM
Agudas: hipoglicemia; cetoacidose diabética; coma hiperosmolar
Tardias: infecciosas; vasculares (retinopatia, nefropatia, doença coronária, cerebrovascular,
vascular periférica); neuropáticas (neuropatia periférica e autónoma)
É muito importante a prevenção, detecção e tratamento.
3.16.1.Hipoglicemia:
(95% ligeiras; 20% necessitam de assistência)
Concentração sanguínea da glicose abaixo dos 65 mg/dl
Hipoglicemias graves podem provocar lesões neurológicas
Valores hipoglicémicos prolongados podem provocar a morte
Efeito negativo no trabalho e vida privada
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Factores que aumentam o risco de hipoglicemia:
Omissão de refeições
Refeição mais ligeira do que o habitual
Erros no doseamento e/ou administração de insulina
Aumento da actividade física
Regime e tratamento não adequado
Tratamento com β bloqueadores
Consumo de álcool
Avaliação diagnóstica:
Resultado obtido após auto – vigilância
Sinais e sintomas em hipoglicemias leves ou moderadas: suores frios, tremores, fome,
nervosismo, astenia, palpitações, formigueiros
Sinais e sintomas em hipoglicemias muito graves: dores de cabeça, alteração da fala,
do comportamento e dão visão, convulsões e perda de consciência receorrer a familiares
ou profissionais
Tratamento:
Leves e moderadas:
Avaliar níveis da glicemia capilar
Comer imediatamente
Ingerir 10 a 20 g de glicose(2 carteiras de açúcar diluído em água; 1 copo de refresco
açucarado; um copo de leite ou três bolachas)
Se necessário repetir ingestão de glicose após 15’
Seguidamente providenciar uma refeição ligeira com HC de absorção lenta
Na h. moderada bastam 2 a 3 comprimidos de glicose, 2 torroes de açúcar ou 1 copo
de fruta açucarado
Não se devem usar concentrados de sumo de frutos de baixas calorias visto não
conterem açúcar suficiente
Agudas – Muito graves:
Se consciente: procedimento anterior
Se inconsciente: encaminhar para um serviço de urgência (administrar 20 a 30 ml de
glicose a 30 ou 50% IV, ou Glucagon 1 mg IM)
Seguidamente providenciar uma refeição ligeira com HC de absorção lenta (quando
recuperar consciência)
Interpretar a causa que esteve na origem do episódio
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3.16.1.1. Glucagon:
Hormona produzida pelo pâncreas tendo como principal propriedade aumentar os níveis de glicose
no sangue, utilizando os depósitos de glicose que existem no fígado.
Admisnistração de glucagon:
Existem seringas pré – carregadas com água para injectável e um frasco de glucagon em pó
Quando o diabético está inconsciente devido a episódio hipoglicémico
Pode ser administrado por um familiar, amigo ou profissional instruído para tal
Após diluir o pó na solução líquida
Administra-se por via SC ou IM ou mesmo IV
Repetir se a situação de inconsciência se mantiver após 10 min da administração da 1ª fase
Mesmo se existe dúvida de se tratar de um episódio hipoglicémico
3.16.2.Hiperglicemia
Taxa elevada de açúcar no sangue
Pode desenvolver-se quando:
Há irregularidades na medicação com antidiabéticos orais
Há irregularidades na ingestão de alimentos ou dieta mal controlada
Há um estado de stress nervoso
O doente é sujeito a uma intervenção cirúrgica
Manifestações clínicas:
Eliminação aumentada de urina
Sede
Dores de cabeça
Dores de estômago
Azia
Dificuldades de respiração
Prurido da pele
Infecções de pele
Tonturas
3.16.3.Cetoacidose
Diminuição de glicose nas células (falta de energia) organismo utiliza as reservas: 1º lípidos
(corpos cetónicos), 2º proteínas
Se hipoglicemia: cetonúria sem glicosúria
Se hiperglicemia: cetonúria com glicosúria
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3.16.4.Coma diabético hiperosmolar:
Caracterizado por hiperglicemias de 600 mg/dl
Mais frequente em doente não insulinodependente
Associado a insuficiência renal
Diurese é inibida
Não há presença de cetose
para compensar a hiperosmolaridade
Perda de líquido extra – celular (hipóxia dos tecidos e choque)
Perda de líquido intra – celular (disfunção do SNC – neurónios)
Aconselhável:
Consultas anuais em oftalmologia com medição da acuidade visual e exame fundo do olho
Controlar lesão arterial
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Diminuir consumo de gorduras saturadas e sal
Exercício físico regular
Deixar de fumar
Controlo analítico periódico (função hepática, colesterol, triglicéridos)
3.16.7.Nefropatia diabética:
Está presente em 25% dos diabéticos com diagnósticos de doença com mais de 15 anos, onde
20% irão desenvolver insuficiência renal diabética. Estudos populacionais indicam prevalência de 5 a 10%
de nefropatia no momento de diagnóstico da diabetes.
O estado inicial da diabetes é caracterizado por uma hipertrofia glomerular sem repercussões
clínicas seguido do surgimento de pequeno aumento da TA. Alguns factores contribuem para a progressão
da doença renal, como: tabagismo; dislipidemia, alta taxa de excreção de albumina; pobre controlo
glicémico.
Existe uma forte associação entre nefropatia diabética e lesão em outros órgãos pela diabetes.
Aconselhável:
Controlar tensão arterial
deixar de fumar
Diminuir consumo de sal e proteínas de origem animal
Controlar proteinúria (combour-test) e em análises periódicas
Manifestações clínicas:
Perda de sensibilidade
Formigueiro
Dor nas extremidades
Aconselhável:
Cuidado diário com os pés
Uso de calçado apropriado
Cuidado com aquecedores e outras fontes de calor
Poderão ser prescritos analgésicos e/ou antidepressivos
3.16.9.Neuropatia autónoma:
(alterações lentas e progressivas e podem ocorrer apenas uma disfunção ou todas elas)
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Manifestações clínicas:
Paralisia gástrica (náuseas, vómitos, desconforto abdominal, obstipação)
Disfunção sexual
Retenção ou incontinência urinária
Sudação diminuída
Aconselhável:
Ter hábitos de alimentação saudável
Poderá ser prescrita medicação
Apoio de profissionais como psiquiatra, andrologista, urologista, genecologista, …
3.16.10. Pé diabético:
As pessoas com diabetes são mais susceptíveis a infecções. A eficácia da pele, como primeira
linha de defesa, está diminuída. A DM não controlada leva à perda de deposição de gordura sob a pele,
perda de glicogénio e catabolismo das proteínas. A perda de proteínas pode interferir negativamente na
resposta inflamatória e na cura de feridas, e prejudicar a função dos leucócitos, a migração destes para o
local de infecção, a fagocitose e destruição de bactérias afecta tudo o que está implicado na capacidade
do organismo em se defender. A circulação local diminuída pode também retardar a cura. A pele deve
manter-se elástica e o mais possível isenta de microrganismos patogénicos. Isto é especialmente verdade
em zonas de humidade quente, que favorecem o desenvolvimento dos microrganismos debaixo das
mamas, virilhas, axilas e entre os dedos dos pés.
Assim, é de maior importância que as pessoas diabéticas pratiquem medidas de higiene no sentido
de prevenção de infecções, dando especial atenção aos pés.
O pé diabético ocorre devido a alterações macrovasculares e microvasculares (isquémia dos
tecidos e alteração da pele ulcerações e infecções) e devido à neuropatia (alterações nos ossos, pés
deformados, que afectam o modo de andar e a distribuição da pressão infecção).
A ulceração neuropática e a subsequente amputação são as principais complicações da diabetes
Manifestações clínicas:
Diminuição da sensibilidade
Diminuição da perfusão sanguínea
Aumento da probabilidade de infecções
Traumatismo ulceração gangrena (seca ou húmida) amputação
Ocorre gangrena seca quando a morte dos tecidos não está associado a alterações inflamatórias.
A zona deve manter-se seca para evitar gangrena húmida. A gangrena húmida está associada à
inflamação, podendo ocorrer septicemia e choque.
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As lesões do pé diabético surgem da insensibilidade provocada pela neuropatia sensitivomotora
e/ou da isquémia provocada pela aterosclerose das artérias do membro inferior. O atingimento preferencial
de uma destas duas estruturas, nervos ou vasos, irá condicionar o aparecimento de um Pé neuropático
(70%) ou de um Pé neuroisquémico (30%).
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Cortar as unhas direitas e não rentes
Observar os pés diariamente (utilizar um espelho ou ser um familiar a observar)
Quando detectar alguma ferida, calosidade, inchaço, inflamação ou alteração da cor
contactar equipa de saúde
Objectivos:
Ajudar o diabético a seleccionar objectivos do autocontrolo;
Ajudar o diabético a ajustar a sua dieta e actividade física;
Ajudar o diabético a tomar de forma adequada a medicação
3.18.1.Prevenção primária:
(medidas de promoção da saúde dirigidas a grupos onde a doença se pode apresentar em estado
de latência ou potencialidade):
Obesos
Idosos
Antecedentes familiares de diabetes mellitus
Mulheres que tenham dado à luz R.N. com mais de 4 Kg de peso
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3.18.1.1. Diagnósticos de enfermagem possíveis:
Conhecimento: deficiente (alimentação racional, exercício físico, estilos de vida …)
Excesso de peso: sim
Obesidade: sim
Ingestão de alimentos: aumentada
Exercício físico: deficiente
Alimentação
EDUCA
Exercício físico Terapêutica
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3.18.2.2. Intervenções de Enfermagem:
Vigiar presença de comprometimento visual
Vigiar presença de comprometimento neurovascular
Inspeccionar pés do doente
Pesar o doente
Monitorizar glicemia capilar, glicosúria, cetonúria, proteinúria
Monitorizar tensão arterial
Vigiar sinais de hipo/hiperglicemia
Apoiar/encorajar o doente (social, psicologicamente)
Motivar para adesão regime terapêutico
Motivar para a auto-vigilância (glicemia capilar, glicosúria e cetonúria)
Motivar/Facilitar envolvimento família
Ensinar sobre regime alimentar
Ensinar sobre exercício físico
Ensinar formas de equilibrar dieta, exercício e terapêutica
Ensinar sobre regime terapêutico (objectivo, tipo de medicamentos, modo de acção, efeitos
e modo de conservação)
Instruir sobre técnica de preparação e administração de insulina
Treinar auto-injecção de insulina
Instruir sobre técnicas de auto-vigilância
Treinar técnicas de auto-vigilância
Ensinar sobre precaução de segurança: hipo/hiperglicemia (interpretar resultados da auto-
vigilância, agir de acordo com resultados, actuar em casos de hipoglicemia)
Informar sobre recursos da comunidade
Orientar para vigilância de saúde periódica (consultas anuais em oftalmologia, controlo
analítico periódico)
Ensinar sobre malefícios do tabaco
Ensinar cuidados diários com os pés
Aconselhar para trazer sempre consigo H.C. de acção rápida e cartão de identificação
Referir para outros profissionais
Ensinar prestador de cuidados/família sobre: patologia diabética
Instruir e treinar prestador de cuidados/família sobre administração de insulina, vigilância de
glicemia capilar, glicosúria, cetonúria e observação do pé
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5- Nunca tome outros medicamentos sem indicação médica
6- Fuma? Seja sensato e evite o tabaco
7- Tenha uma vida calma com sono tranquilo
8- Evite feridas especialmente nos pés
9- Sempre que seja obrigado a mudar os seus hábitos alimentares ou a sua vida informe
Para que o doente se assegure do bom êxito do tratamento deve fazer o controlo da diabetes
Teste de urina
Teste de glucose no sangue
Peso
A parte superior do sistema GI é constituída pelas estruturas que ajudam a ingestão e a digestão
de alimentos. Estas incluem a boca, o esófago, o estômago, o duodeno, e os órgãos relacionados com o
sistema biliar e o pâncreas exócrino.
O tracto GI inferior é constituído pelo intestino delgado, intestino grosso e ânus.
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Ensinar hábitos de higiene alimentar (conservação, preparação, confecção).
Os vómitos podem surgir relacionados com vários aspectos, em várias quantidades e considerando
o estado geral da pessoa, podem torná-la + vulnerável. Podem dever-se a causas intra-abdominais
(processos inflamatórios obstrutivos, isquémicos ou por perfuração de uma víscera) ou não directamente
relacionados.
[Hematemese] (na CIPE não existe o termo) / perda sanguínea ou hemorragia – vómito
com sangue digerido, podendo ser de grandes quantidades e as características do sangue
ser sangue escuro, vivo, vivo borra de café (porque esteve retido bastante tempo no
estômago e sob acção enzimática), isto é, depende da quantidade e da velocidade de
sangramento
Dispepsia – é uma síndrome relacionada com mal-estar durante a digestão. Corresponde a
digestão difícil, enfartamento, mal-estar pós-prandial, sensação de azia.
[Pirose] – Azia ou sensação de queimadura localizada na zona epigástrica, podendo ter
sentido ascendente ou acompanhada de ascensão de liquido à boca.
Flatulência
Obstipação (relembrar factores de risco – alimentação pobre em fibras; imobilidade;
medicação; patologias associadas)
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Diarreia (risco desequilíbrios electrólitos e desidratação). Pode ter subjacente várias
patologias, aumentando o risco de maceração cutânea, de dor, desconforto, isolamento
pessoal, úlceras de pressão.
Incontinência intestinal (ulceração; maceração cutânea; desconforto; dor; pode alterar a
intenção com os outros)
[Alteração de hábitos de eliminação intestinal]
[Alteração das Características das fezes] – valorizar as características das fezes, de
forma a prevenir complicações. Podem ser:
Acólicas – cinza pálido ou cor de argila, sugerem obstrução biliar
Menelas – tipo borra de café ou de alcatrão – presença de sangue digerido
Com fragmentos de alimentos não digeridos (má absorção a nível do tubo intestinal)
Hematoquesia – dejecções de sangue vivo e coágulos
Raiadas de sangue vivo (relacionadas com hemorragia ou fissura a nível do canal
anal)
Esteatorreicas (fezes com gordura) – cinzentas com brilho prateado, espumosas e
com cheiro fétido
Dor: A dor abdominal pode ser visceral (transmite-se pelos receptores do SNA localizados
nas paredes da vísceras e surge em situações de distensão das vísceras, isquemia ou
contracções musculares intensas; espasmos musculares. É uma dor vaga, intensa e a área
não é facilmente localizada; sendo muitas vezes referida como dor penetrante e surda);
cólica (é uma manifestação da dor visceral; correspondendo a uma dor surda, intensa, mas
cuja intensidade vai variando); parietal (tem origem nos receptores do peritoneu e que é
localizada em quadrantes abdominais. É uma dor aguda, referida como pontada) e dor
referida. Deve avaliar-se a dor relativamente a:
Factores que desencadeiam a dor
Posição anti-álgica (posição que o doente adopta para aliviar dor) Qual?
Relação com movimento
Relação com refeições
Se perturba o sono?
Se está relacionada com a eliminação intestinal?
Se é aliviada com o vómito?
[Disfagia]/Deglutir comprometido – dificuldade em deglutir
[Anorexia]/Apetite comprometido – apetite diminuído. Não é especifica da patologia
digestiva.
Odinofagia – dor ao deglutir que pode ser sentida na região retro-esternal e cervical.
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Valorizar sintomatologias de alerta;
Pirose quando persiste e é acompanhada de outras patologias;
Hematemeses – situação de emergência;
Entrevista para recolha de informação (HCE), pois uma boa história clínica permite uma boa
avaliação;
Próteses podem causar úlceras por causa da prótese.
Se o doente perdeu peso, tentar saber a causa.
Alimentos preferidos e não consumidos (por causa da religião, porque não gosta, etc)
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Início, caracterização, localização
Factores que desencadeiam ou agravam a sintomatologia
Impacto na pessoa (AVD, em actividades dia-a-dia e no bem-estar, …)
Padrão de eliminação intestinal:
Padrão normal – frequência e características
Modificação do padrão normal
HCL – Avaliação Física
Pesar e medir doente – IMC;
Avaliar/observar o doente a nível geral (SV, estado da pele, observar abdómen, …)
NOTA: A auscultação é realizada antes da precursão e da palpação, dado que estas 2 últimas
podem alterar a frequência e a intensidade dos ruídos intestinais.
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NOTA: Nunca se deve fazer na admissão do doente, porque expõem muito o doente; devendo ser
planeada para quando se encontrar mais à vontade.
5.2. Colangiografia:
Exame radiológico que tem grandes variações e que permite o estudo as vias biliares e
pancreáticas, para demonstrar a presença de cálculos, estenoses ou tumores. Pode ser
realizado por:
Via Endoscópica
Via percutânea
RMN
Intra-operatória
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5.3.2. Intervenções de Enfermagem Antes do Exame
Planear pausa alimentar de 8horas;
Explicar procedimento ao utente e família;
Cateterizar veia periférica do antebraço esquerdo ou mão esquerda (para administração de
fluidoterapia e antibioterapia);
Referir que a injecção do meio de contraste pode provocar dor transitória ou uma sensação
de pressao ou de plenitude epigástrica;
Requer consentimento informado
NOTA: Protocolos de preparação devem ser consultados previamente (porque, por exemplo, pode
ser necessário cateterizar do lado direito)
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Usada quando há obstruções biliares (drenagem percutâneas, dilatar estenoses).
Permite tratar obstruções biliares (drenagens percutâneas, dilatar estenoses)
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5.7. Paracentese:
extracção de líquido ascítico (amarelo citrino, transparente ou ligeiramente turvo) da
cavidade peritoneal.
5.7.1. Indicações:
Ascite de origem cardíaca
Ascite de origem cirrótica
Ascite de origem cancerosa
5.7.2. Permite:
Análise laboratorial do produto (histológica, cultural, bioquímica)
Proceder à descompressão diafragmática (que o volume de ascite pode provocar –
aumento do líquido abdominal)
5.7.3. Procedimento:
Posicionamento do doente: decúbito dorsal com ligeira inclinação esquerda ou sentado.
Local: zona média da linha imaginária entre o umbigo e a espinha ilíaca, antero superior
esquerda (evita perfuração do fígado e bexiga)
Material: compressas esterilizadas; desinfectante cutâneo (iodopovidona dérmica); cateter
venoso periférico de grande calibre (ch16); lidocaína para infiltração; 1 agulha SC para
infiltrar o anestésico e seringa de 5 ml; 1 agulha EV para aspiração de lidocaína da ampola;
1 seringa de 20 ml para colheita de amostra para análise; 1 saco colector; 1 sistema de
soro; frascos para colheita de amostras conforme critério do clínico; luvas esterilizadas e
luvas de protecção.
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5.7.5. Intervenções de Enfermagem Após o Exame:
Executar penso compressivo (após remoção de cateter);
Monitorizar SV;
Monitorizar drenagem;
Vigiar estado geral do cliente (sinais de choque hipovolémico; peritonite; hemorragia ou
coma hepático);
Posicionar confortavelmente (lado oposto ao da punção);
Proporcionar repouso;
Vigiar penso (e executá-lo em SOS – risco de hemorragia elevado);
Registar procedimento: quantidade, características, envio de amostras para análise,
reacção do doente;
Identificar as amostras e ordenar o seu envio ao laboratório.
5.8. Electromanometria:
permite medir as contracções exercidas pela contracção de um órgão tubular
5.9. Angiografia hepática
estudo da irrigação do sistema hepático
5.10. Cintilografia
permite estudar a progressão ao longo do tubo GI e a excreção biliar
5.11. Endoscopias
5.12. Ecografias
5.13. TAC
5.14. RMN
5.15. RX abdominal
6.1. Definição:
Sangramento proveniente do aparelho digestivo.
Síndrome secundária a múltiplas situações patológicas, acontecendo como complicação de
uma patologia de base (diagnosticada ou não) ou como sinal.
Pode pôr em risco a vida do doente e requer intervenção imediata
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Crónica: o risco de vida não é tão evidente, mas a patologia de base pode ser +
grave;
Aguda: hemorragia em maior quantidade e + grave, pois rapidamente o doente pode
entrar em choque hipovolémico, pondo em risco a sua vida. Pode surgir em qualquer
altura e ter diversas causas etiológicas (80% espontâneas e 10% são letais).
NOTA: Não existe correlação directa entre a gravidade da patologia de base e a gravidade/tipo de
hemorragia.
Quantidade:
Estimativa feita e relacionada com alterações hemodinâmicas, consciência geral (estado mental),
sudurese, integridade da pele e valores bioquímicos/analíticos (nível de hemoglobina – H<13 e M>12 e
hematócrito – H<14 2 M<16)
Discreta: perda sanguínea reduzida (não ultrapassa os 100 cm3 de sangue). Não há
repercussões hemodinâmicas.
Moderada: perda sanguínea discreta (entre 1000 a 2000 cm 3 de sangue). Apresenta
TA sistólica acima de 90 mmhg (repercussões hemodinâmicas, mas não muito
significativas) e frequência cardíaca abaixo de 100 bpm
Maciça: perda sanguínea elevada/considerável (> 2000 cm3 de sangue). TA sistólica
abaixo de 90 mmhg (repercussões hemodinâmicas moderadas a graves) e frequência
cardíaca acima de 100 bpm (doente com taquicardia)
NOTA: A quantidade de sangue perdido relaciona-se com a gravidade da patologia de base.
1 unidade de sangue eleva 1g/dl de hemoglobina e 3% de hematócrito.
A HD exterioriza-se por:
Hematemese: vómitos de sangue em que consoante a sua proveniência pode ter coloração
diferente (o sangue do estômago é + escuro tipo borra de café, pois é submetido à acção do
suco gástrico e o do esófago tem cor + viva, pois não tem acção do suco gástrico). Podem
ser acompanhados de náuseas se ocorrer ao nível do estômago e duodeno, já ao nível do
esófago não são acompanhados por náuseas. Só acontece em HDA.
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Melena: dejecções de sangue digerido por acção das enzimas digestivas (moles, escuras –
tipo alcatrão, pastosas, viscosas), que começando no intestino alteram o trânsito intestinal.
Pode ser avermelhada se o sangramento for muito abundante e rápido e não houver tempo
da acção enzimática. Só acontece em HDA.
Hematoquesia: eliminação de sangue vermelho vivo (+ brilhante que na melena) e pode ter
coágulos. Só acontece em HDB, sobretudo no cólon.
Rectorragia: sangue + vivo que na hematoquesia, e, consoante a quantidade de
sangramento, pode apresentar coágulos. Só acontece em HDB, devido a lesões ao nível
ano-rectal.
NOTA: A cor das fezes só se altera se o sangramento for > 150 ml.
Mucosas descoradas
Fadiga
Dispneia (por pequenos esforços devido à anemia que se instala)
Hematemese
Melena
Hematoquesia
Hipotensão
Taquicardia
Pele fria e húmida (com sudurese difusa e quase viscosa que adere à pele– pré-choque)
Sonolência
Confusão mental
Oligúria/anúria (quando o quadro é + grave e o choque hipovolémico pode ocorrer
rapidamente)
CHOQUE Hipovolémico
NOTA: As queixas de mal-estar não são referidas, pois os doentes sentem-se aparentemente bem,
daí não poderem ser considerados sinais.
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Quanto + o doente sangrar, + rapidamente se instalam as manifestações clínicas.
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Monitorizar e avaliar estado de consciência;
Avaliar temperatura e estado de sudurese da pele;
Verificar presença de sinais de coagulapatia visíveis
Colheitas de sangue fazem-se logo de início para saber se será necessário sangue, de acordo com
o valor obtido – repor líquidos perdidos.
Objectivo Terapêutico:
Cateterizar 2 veias periféricas (cateter de grande calibre ch16 e ch18, para reposição da
volémia; para a reposição de grandes quantidades de líquidos e uma grande velocidade)
(SF – soro fisiológico; Lactato de Ringer; Hemacel; GR) – a quantidade é decidida pelo
médico. Assim sendo, através deste procedimento é possível repor líquidos, através da
perfusão de grandes quantidades e rápida de fluidos, de forma a estabilizar o doente.
Monitorização contínua de SV (TA, P, Tax, R) devido a alterações hemodinâmicas
Entubar com sonda nasogástrica (de Levan de grande calibre) (permite recolher dados e
drenagem de coágulos que por vezes se formam). Vai permitir muito rapidamente verificar
se é HDA ou HDB. A avaliação da drenagem deve ser feita sistematicamente, quanto à
quantidade drenada e as suas características. Se a HDA não drena é porque a sonda está
mal posicionada ou obstruída no corpo.
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NOTA: Sonda de Fauchet – por via oral de maior calibre e a ponta é cortada.
Sonda Sengstaken – Blackemore – sonda constituída por duplo lúmen, em que um deles é
insuflado e faz pressão directa nas paredes do esófago e estômago (ajuda a fazer hemostase por
compressão directa).
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Anemia Ferropriva (perda de peso).
8. DISTÚRBIOS ESOFÁGICOS
Obstrutivos (mecânicos):
Diminuição do lúmen esofágico (estenose: diminuição do lúmen de um vaso que
diminui o seu calibre – ex: uma queimadura do esófago pode deixar tecido fibroso
que provoca estenose);
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Obstrução do lúmen (por factores extrínsecos como massas tumorais e queimaduras
que podem provocar compressão e diminuição do lúmen);
Compressão extrínseca ou das paredes esofágicas (ex: tumor da tiróide)
Síndrome que inclui todos os sintomas e formas de dano tecidual secundários ao refluxo do
conteúdo gástrico para o esófago.
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Incompetência do Esfíncter do Esófago Inferior (EEI) (diminuição da pressão do esfíncter
para fechar completamente e, mesmo após deglutição encerramento incompleto ou
abertura inadequada e frequente não relacionada com a deglutição);
Desequilíbrios entre os factores agressivos e defensivos da mucosa (clearância esofágica –
mecanismo de defesa e de equilíbrio do pH da mucosa. O esófago produzirá bicabornato e
muco e aumento dos movimentos peristálticos para proteger a mucosa e anular o pH ácido
proveniente do estômago)
9.1. Sintomas:
9.1.1. Típicos:
Pirose – sentida na região retroesternal no sentido ascendente, podendo atingir a região
cervical ou a face (sintoma + importante – referida como sensação de queimadura ou ardor
devido ao refluxo crónico)
Regurgitação ácida (sobe à boca líquido ácido que provoca ardor e sensação de “queimar”,
sentido na boca o sabor do liquido regurgitado). A sintomatologia pode se despoletados ou
agravada devido a:
Refeições copiosas ou com ingestão excessiva (condimentadas pesadas e com
gorduras)
Álcool
Determinados alimentos (que produzem maior acidez – café, chocolate, gorduras,
condimentados)
Esforço físico – sinal do laço (quando o doente baixa o tronco, sente acidez + intensa,
pois o líquido gástrico vem à boca).
Posição de deitado – sinal do travesseiro (regurgitação de suco gástrico visível no
travesseiro, devido ao decúbito permitir a drenagem do suco gástrico, por o EE não
fechar correctamente).
9.1.2. Atípicos:
Dor torácica – D.D. (diafragma diferencial) com dor pré-cordial.
Tosse Crónica (+ intensa e irritativa à noite)
Rouquidão
Pneumonia por aspiração
Hipersalivação (como defesa para neutralizar ácido e repor a entrada sucessiva de pH no
esófago)
Soluços
Anemia (decorrente de hemorragia oculta quando se instala esofagite - + frequente nas
pessoas idosas)
Estes sintomas podem ainda ser acompanhados por outros de cariz inespecífico:
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Má digestão ou dispepsia
Plenitude pós-prandial (“enfartamento”)
Náuseas
Dor epigástrica (epigastralgia)
A disfagia é um sintoma tardio (quando surge já estão instaladas complicações e alterações
graves ao nível das paredes esofágicas)
NOTA: Na gravidez (3 1os meses) há maior quantidade de progesterona que relaxa os esfíncteres.
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9.4. Complicações:
Esofagite (+ frequente): pode dar origem a HDA discreta e em pouca quantidade
Estenose esofágica: estreitamento gradual do lúmen esofágico. É + comum em idosos,
fumadores e consumidores de álcool. Ulceração do tecido fibroso origina diminuição do
lúmen.
Hemorragia é rara pode no entanto aparecer perda sanguínea (hematemese ou melenas)
e anemia por carência de ferro (perda de sangue oculto nas fezes).
Perfuração: é muito rara, mas pode ocorrer quando existe úlcera péptica do esófago.
Esófago de Barret – metaplasia associada ao RGE. Apresenta risco de cancro do esófago
(alteração histológica do revestimento esófagico – alteração de células normais para células
anormais).
Complicações pulmonares (pneumonia de aspiração, bronquiectasias, bronquite crónica).
Há aspiração de conteúdo gástrico para a árvore traqueobrônquica (quanto maior o refluxo,
maior a gravidade).
9.5. Tratamento:
Medidas terapêuticas/medicamentosas;
Medidas comportamentais
Adesão do cliente ao tratamento
Cirurgia (em casos + resistentes)
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Evitar e eliminar alimentos gordurosos, chocolate, álcool, café em excesso e outros
que o paciente sinta como desencadeantes ou agravantes da patologia
Alertar o doente para o risco da auto-medicação e os medicamentos que provocam
esofagite especialmente AAS e AINE’s.
Evitar fumar e reduzir ou eliminar o tabaco (nicotina provoca uma rápida e
significativa descida da pressão EEI)
Vestuário (pode contribuir para o aumento da pressão intra-abdominal, cintos
apertados ou roupas apertadas a nível abdominal, agrava a sintomatologia),
devendo-se ensinar o doente a evitar roupas apertadas a nível abdominal.
Evitar esforços e flexões do tronco após a refeição.
Evitar sinal do laço
Ensinar o doente a baixar-se correctamente (mantendo o tronco erecto e flectindo as
pernas) ou a levantar pesos;
Evitar a ingestão abundante de líquidos durante as refeições e restringir bebidas ao
deitar (especialmente leite que aumenta a secreção ácida);
Manutenção do peso e estimular à perda de peso caso seja obeso
NOTA: As medidas comportamentais podem ser de difícil adesão, podendo ser coadjuvadas com
anti-ácidos.
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Tratamento Cirúrgico – cirurgia anti-refluxo, por via clássica ou laparoscopia, de forma a
provocar um aperto e maior pressão ao nível do EEI. Está indicada em casos muito severos
e resistentes ao tratamento.
10.1. Classificação:
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Junção Esofagogástrica ou Hérnia Deslizante (90% dos casos): o esófago distal, a junção
gástrica e uma parte do estômago deslocam-se para “dentro” do tórax.
Hérnia Paraesofágica: a junção gástrica mantém-se fixada abaixo do diafragma, contudo o
fundo gástrico e parte da grande curvatura desliza para o tórax junto ao esófago.
NOTA: Os sintomas podem ser aliviados com medidas farmacológicas, através de protectores de
mucosa ou anti-ácidos.
10.4. Tratamento:
Médico – sintomático (muito associado ao RGE)
Cirúrgico (último recurso) – incisão cirúrgica por via abdominal ou torácica:
Aperto da hérnia;
Abordagem digestiva alta;
Risco de complicações respiratórias.
Medidas Comportamentais:
Promover a alteração dos hábitos;
Promover a adesão à terapia.
11.1. Definição:
Introdução percutânea de uma sonda para assegurar aporte nutricional no lúmen gástrico
(gastrostomia) ou no jejuno (jejunostomia). Utilizada sempre que há comprometimento das zonas acima
desta localização.
Pode ser colocada por via clássica (cirurgia) ou por via endoscópica (menos invasiva e requer
apenas analgesia e sedação)
11.2. Objectivo:
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Assegurar o aporte nutricional a pessoas que não o podem fazer por via oral, durante um período
alargado de tempo.
11.3. Preparação:
Informação ao utente/família;
Estudo de coagulação;
Jejum;
Acesso venoso com fluidoterapia.
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Executar adequada fixação do penso e sonda;
Após cicatrização (10 a 15 dias), o doente deve ser ensinado/estimulado a lavar o
local da sonda com água tépida e sabão e secar bem (prevenindo maceração). A
partir desta altura pode tomar duche, ainda que não deva pressionar nem fazer
movimentos bruscos (pois a sonda está fixa com o balão) ou provocar tracção da
sonda.
12. GASTRITE
Processo inflamatório da mucosa gástrica, corrente da falência da barreira protectora do estômago
(produzida pelo muco segregado pelas células epiteliais do estômago e que tem como objectivo proteger
da acção do ácido clorídrico e evitar lesões – regenera-se de 3 em 3 dias).
É uma situação curável, mas que pode originar formas crónicas, o que apresenta risco de cancro
do estômago.
12.2. Etiologia
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Helicobacter Pylori (+ frequente). É uma bactéria que coloniza o estômago (bactéria ácido-
resistente) e cuja sintomatologia é inespecífica. Não se sabe muito acerca da sua
transmissão, mas suspeita-se que seja por via oral ou fecal.
Ingestão de agentes irritantes:
Inflamação
Lesão superficial com erosões ou úlceras.
Toda a mucosa gástrica, o fundo ou o antro.
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Infecção libertação de histamina vasoconstrição da produção de suco gástrico
(histamina)
12.4. Sintomatologia
(pode não existir até se ,manifestar uma HDA) - varia conforme a etiologia:
Sensação de mal-estar epigástrico (síndrome de dispepsia – pirose, sensação de
enfartamento ou dificuldade de digestão) – quanto + cedo diagnosticada e diminuído o
agente irritante melhor.
Dor epigástrica – agravada pela ingestão de alimentos (1 a 3 horas depois)
Náuseas
Vómitos (não aliviam a dor)
Perda de apetite
Eructações
Enfartamento pós-prandial
NOTA: Dispepsia funcional ( não há lesão orgânica que justifiquem os sintomas. – sintomatologia >
4 semanas sem lesão) Gastrite (apesar de poderem ter os mesmos sintomas).
A dispepsia não apresenta lesão, mas a gastrite manifesta lesão.
Gastrite Crónica Atrófica – situação em que se verifica atrofia das glândulas gástricas e
adelgaçamento da mucosa gástrica, com produção de secreção gástrica abaixo do normal,
consoante a sua localização (região do estômago proximal – há hipocloridria, se for no antro
- há uma hipercloridria). Consequentemente há falta de produção de factor intrínseco, o que
compromete a absorção de Vitamina B12 (necessária para a síntese de DNA e só é
absorvida no estômago – caso não seja pode ser administrada por via intramuscular)
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induzindo o aparecimento de Anemia Perniciosa (resulta da carência de vitamina B12 e
pode causar alterações neurológicas – desregularão dos movimentos…).
12.5.1.Factores de agravamento:
NOTA: para evitar a HDA devem ser prescritos, associado aos AINE’s, protectores gástricos ou
prostaglandinas sintéticas
Factores Endógenos:
Idade (com a idade aumenta a quantidade de Helicobacter pylori no estômago)
Genéticos
Imunológicos
Refluxo duodenogástrico (entrada do conteúdo duodenal para o estômago, lesando a
mucosa)
Gastrectomia parcial
Outras doenças
12.5.2.Sintomatologia:
Podem ser assintomáticas
Os sintomas podem ser inespecíficos:
Dor epigástrica, tipo opressivo que se agrava com a ingestão de alimentos
Distensão abdominal, eructações e flatulência
Anorexia e perda de peso
Intolerância a determinados alimentos (fruta – sobretudo as + ácidas, gorduras, leite)
Ardor epigástrico – pirose (localizada na região epigástrica e não é acompanhada por
regurgitação).
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Anemia ferroprivica (falta de ferro por sangramento lento e oculto) ou Anemia
perniciosa (falta de factor intrínseco)
Inicialmente períodos prolongados de náuseas, vómitos e intolerância alimentar selectiva
12.5.3.Diagnóstico
História Clínica (incidir snos hábitos alimentares: tabaco, álcool, medicação prescrita;
patologias associadas – pois existem doenças que podem provocar gastrite).
Endoscopia Digestiva Alta com biopsia (para permitir despistar a presença de bactérias e
outras lesões suspeitas)
Exames Analíticos (pesquisa de sangue oculto nas fezes) e Exames Complementares de
Diagnóstico (consoante o estado do doente).
Estes doentes só são sujeitos a internamento se a gastrite provocar HDA e náuseas ou vómitos
muito acentuados (que nos idosos provocam desidratação). Por isso a gastrite não implica tratamento, só
em caso de complicação.
12.5.5.Alterações comportamentais
Tanto serve para prevenir como devem estar associados as abordagens medicamentosas.
Identificação dos factores de risco;
Negociação e estabelecimento dos objectivos;
Praticar exercício físico e ter um estilo de vida saudável é fundamental;
Eliminar alimentos irritantes (muito quentes/frios, condimentados, ácidos, fritos, gorduras) –
reformulação do plano alimentar;
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Adriana Neves
Efectuar refeições fraccionadas e regulares, e atender à disciplina dos momentos de
refeição;
Comer moderadamente e com calma, mastigando bem os alimentos (tirar prazer da
refeição);
Diminuir/eliminar tabaco, álcool e café, negociando a sua ingestão;
Promover/Manter higiene pessoal adequada
Evitar fármacos irritantes (anti-inflamatórios, aspirinas e outras drogas sabidas lesar/irritar o
revestimento do estômago), sobretudo em pessoas com factores de risco.
Alertar para os riscos da auto-medicação
Desenvolver hábitos de sono regular ou disciplina de repouso, essencial para a manutenção
da saúde e do aparelho digestivo;
Evitar/reconhecer causas de stress evitável e aprender a geri-lo.
Manter higiene pessoal adequada
Ulceração da mucosa gastrointestinal que pode atingir a sua estrutura + profunda – muscular e
visceral, podendo evoluir para ruptura de víscera oca e provocar peritonite.
Enquanto na gastrite o processo inflamatório está localizado apenas no estômago, nesta situação
vai para além da mucosa, atingindo os vários folhetos e camadas.
13.1. Etiologia
Pode ser agravada pelos estilos de vida, mas a sua principal causa é a Helicobacter Pylori
(infecção)
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Adriana Neves
13.2. Epidemiologia e factores de risco
AINE’S
Mulheres
Maiores de 60 anos
Terapia prolongada
Terapêutica combinada com corticosteroídes.
Tabagismo (2x mais)
Idade
UD – 25 / 55 anos
UG – 40 / 70 anos
Sexo
UD ligeiramente superior em mulheres
UG proporção homem: mulher semelhante
Factores genéticos
13.3. Sintomatologia
Dor ou sensação de queimadura (principal sintoma) - localizada a nível epigástrico,
sentida antes da refeição e é aliviada pela ingestão de alimentos (é uma dor temporária
porque cerca de 2 a 3horas depois de comer a dor agrava-se). Surge também no período
nocturno (das 0 às 3h da manhã), em que ocorre pico de acção gástrica, devido ao
esvaziamento gástrico e ausência de barreira protectora. A pressão externa alivia a dor.
Dispepsia (na presença/ausência de dor)
Pirose (30 minutos após a refeição. Está + localizada na região epigástrica, podendo ser
associada ao esforço ou sentida mesmo na posição erecta, pois não tem relação com a
gravidade)
Refluxo gastroesofágico
Náuseas
Vómitos (forma de alivio da dor pelo esvaziamento do estômago pela presença de HCl)
Hipersalivação (para diminuição da acidez);
Sangue oculto nas fezes (anemia)
Hemorragia aguda (internamento urgente)
Perfuração (dor súbita intensa na região epigástrica ou irradiada para as costas nas
situações em que ocorre a nível duodenal)
13.4. Diagnóstico:
História Clínica
EDA com biopsia (para despiste da HP e de células malignas, por apresentar risco de
carcinoma gástrico) se UG
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Adriana Neves
Análise serológica para pesquisa de HP (ELISA) e pesquisa de anticorpos HP (depende
da fase de tratamento da HP, porque os anticorpos matêm-se elevados por 1ano após a
erradicação da bactéria).
As úlceras duodenais são sempre benignas e, por isso, não requerem biopsia.
13.5. Tratamento
Médico (alívio dos sintomas – fármacos anti-secretores e promotores da cicatrização da
ulcera e prevenção da recidiva)
Cirúrgico
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Adriana Neves
13.5.3.Tratamento Farmacológico
(de acordo com o estado geral e necessidades de cada doente):
Antiácidos (provocam um alívio da dor imediato e pirose - devem ser tomados em SOS de
acordo com a sintomatologia);
Protectores da mucosa gástrica (promovem o revestimento e protecção da mucosa
(tomar 15 a 20 minutos antes da refeição)
Inibidores da bomba de protões (IBP) (+ potentes) Anti-secretores que
Antagonistas dos receptores H2 da Histamina promovem uma melhor
cicatrização e são utilizados na
fase de protecção e
manutenção da mucosa
gástrica. Diminuem a produção
de HCl e o risco de
agravamento das lesões.
Antibioterapia (utilizada quando a úlcera é provocada por Helicobacter pylori, é feita uma
associação aos anti-secretores)
13.5.3.1. Complicações
Hemorragia Digestiva Alta (15 a 20%) (complicações + frequentes)
Perfuração de víscera oca (10% - este risco aumenta com a idade)
Obstrução Pilórica (pode ocorrer nos doentes que sofreram várias recidivas de úlcera, por
formação de tecido cicatricial - que é menos elástico -, por edema ou distorção da região
pilórica - reacção inflamatória à úlcera. Os doentes apresentam vómitos alimentares, não
toleram nenhuma ingestão oral, têm enfartamento e dor)
13.5.4.Tratamento Cirúrgico
Recidivante;
Pessoas com + de 60 anos;
Casos que não respondam ao tratamento médico;
Obstrução pilórica;
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HDA (quando não se consegue controlar pelas vias conservadoras);
Perfuração.
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Retenção Gástrica: provocada por edema do local da anastomose (que ainda não
regrediu na altura em que é iniciada a alimentação) ou por fístula da anastomose
(trajecto anormal que permite a comunicação entre 2 estruturas que não devem
comunicar entre si). A regurgitação é o principal sinal e náuseas e vómitos os
principais sintomas. Deve-se fazer vigilância da ingestão alimentar.
Síndrome de esvaziamento rápido ou de Dumping: surge principalmente na
gastrojejunostomia, pois não existe o piloro para controlar o esvaziamento gástrico. A
entrada rápida de alimentos hipertónicos directamente no duodeno (sem 1º sofrer
desdobramento e diluição no estômago) causa distensão, estimula a motilidade e
provoca uma intensa sensação de plenitude, desconforto e diarreia. O risco surge
quando o doente inicia alimentação oral e é desencadeado 10-30 minutos após as
refeições, podendo originar desidratação, desnutrição.
Pancreatite e Fístula Pancreática (muito difícil de curar).
Tardias
Anemia: deficiente absorção de ferro, devido ao rápido esvaziamento gástrico
(anemia ferropriva) ou à falta de factor intrínseco (anemia permiciosa). Estes doentes
(com resseção do estômago) têm que tomar vitamina B12 mensalmente por via
intramuscular;
Gastrite de refluxo: por alongamento do piloro e maior risco de refulxo gástrico e
substâncias pancreáticas;
Esofagite de refluxo (sobretudo gastrectomias totais e + alargadas);
Síndroma da Ansa Cega e de Malabsorção – surgem em consequência da
diminuição da secreção de ácidos (mal absorção das gorduras) e enzimas
pancreáticas e ao aumento da motilidade gastrointestinal, o que impede a adequada
mistura do quimo com as secreções biliares e pancreáticas. Sobretudo nas
jejunostomias ou gastrectomias totais quando o Síndrome de Dumping não é
controlado.
Pré-operatório:
Apoiar e preparar psicologicamente o indivíduo e família para cirurgia
Informar acerca dos diferentes procedimentos e dos seus objectivos
Iniciar protocolo de preparação para cirurgia gástrica
Administrar terapêutica prescrita
Estas medidas têm como principal objectivo diminuir risco de complicações.
Preparação Física
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Entubar com sonda nasogástrica – esvaziamento gástrico/lavagem gástrica se não
houver perfuração e conforme critério médico (várias horas antes da cirurgia);
Executar preparação cólica/intestinal conforme protocolo (Selg R – se não houver ou
forem detectados sinais de obstrução pilórica – enema de limpeza a nível intestinal).
Aquando da administração de SelgR, o doente deve ser vigiado quanto ao
aparecimento de vómito (beber Selg de 15 em 15 minutos), enfartamento e
desconforto abdominal;
Ensinar/treinar exercícios respiratórios, tosse profunda com protecção abdominal;
Ensinar/treinar e estimular exercícios de mobilização precoce;
Executar procedimento relativo a pedidos analíticos e a reserva de sangue para peri-
operatório. Colher amostras de sangue para compatibilidade e verificar no dia da
cirurgia.
Inserir cateter urinário (algaliar doente);
Cateterização veia periférica e iniciar fluidoterapia, conforme protocolo ou prescrito
pelo médico;
Planear e cumprir a restante indicação e executar preparação física “universal” –
planear jejum; tricotomia; banho geral; avaliação e registo do peso e de SV.
Os doentes que tiverem uma dieta oral prescrita, se for sólida deve ser alterada para
líquida sem resíduos.
Administração antibioterapia para diminuir flora intestinal ou antibioterapia para
lavagem.
Pós-operatório
Monitorizar funções vitais: SV, respiração e eliminação, de acordo com o estado do
doente e tipo de intervenção cirúrgica, e estar atento a sinais de possíveis
complicações;
Avaliar e tratar dor
Vigiar sinais de complicações precoces inerentes ao período de cirurgia dada a
técnica anestésica e a técnica cirúrgica;
Monitorizar drenagem gástrica (nas 1as 24horas é normal serem drenagens hemáticas
escuras e não vivas, pois irá indicar hemorragia das anastomoses; sendo também
anormal não haver drenagem) e diurese (entubados para drenagem) e
descompressão sob as anastomoses. Aquando da mobilização ter cuidado com a
localização das anastomoses, pois pode lesá-las.
Promover conforto (não há contra-indicações para os posicionamentos, sendo que
semi-fowler e fowler permitem um aumento da expansão torácica)
Estimular/assistir mobilização precoce (posição semi-fowler permite uma maior
expansão pulmonar e evita a pressão na área submetida a cirurgia. Mobilização da
área operada e das pernas, sendo esta importante para diminuir acidentes
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Adriana Neves
tromboembólicos – administração de heparina de baixo peso molecular associada.
Estimular o doente e família a passear até ao corredor, a fazer exercício com os pés
e pernas)
Assistir/estimular levante e deambulação
Estimular/supervisionar cuidados de protecção da incisão nos esforços e tosse
(estimular mecanismo da tosse eficaz e respiração profunda, protegendo a ferida
cirúrgica fazendo pressão, por exemplo, com uma almofada para evitar dor);
Executar penso conforme protocolos do serviço e de acordo com a necessidade –
nas 1as horas pode haver sangramento da linha de sutura, devendo fazer-se penso
compressivo e, caso a hemorragia não seda, notificar o médico. Consoante o
protocolo do serviço o penso do dreno é feito em dias alternados;
Avaliar reinício da alimentação oral - vai progredindo de líquida para dieta cada vez
mais consistente. Antes de o doente iniciar a alimentação deve-se ensinar acerca de
cuidados alimentares e dar a conhecer os sinais de Dumping. A dieta é fraccionada
em pequenas refeições que vai progredindo, vigiando a tolerância dos alimentos e
fazendo o ensino sobre horários e quantidades. Estes doentes devem ingerir pouca
quantidade de alimentos várias vezes até progredir para 6 refeições/dia normais.
Supervisionar jejum e refeições quando prescritas;
Manter e promover nutrição adequada;
Pesar o doente;
Ensinar cuidados dietéticos ao doente/família no domicílio;
Orientar para regresso a casa e consulta de vigilância.
Sensação de enfartamento
Fraqueza/sonolência Entrada de conteúdo hipertónico na
Tontura, sudurese e palidez ansa jejunal vai estimular o desvio de
Cefaleia líquido do espaço extracelular, para
Calor diluição e, em simultâneo, rápida
Cólica abdominal distensão do segmento jejunal.
(frequentemente súbita com urgência em ir ao WC)
Diarreia
Hipoglicemia: 2-3h após a refeição (metabolização rápida, o pico mantém-se muito tempo
no sangue).
Entrada de conteúdo rico em HC provoca rápido aumento da glicemia que é compensado com o
aumento da secreção de insulina
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Adriana Neves
13.7.1.Intervenções de Enfermagem na Prevenção do Dumping
NOTA: O leite é um estimulador de secreção gástrica (ácido). Alimentação deve ser rica em
legumes, sendo que inicialmente a fruta deve ser cozida ou assada e depois vai progredindo para uma
dieta normal/equilibrada.
Não deve ingerir alimentos muito ricos em gorduras, alimentos condimentados e ácidos de forma
continuada e permanentemente.
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Adriana Neves
Orientar para a administração de vitamina B12 mensal – gastrectomia (principalmente
os doentes com gastectomia total, sendo que os com gastrectomia parcial podem
precisar ou não)
Referenciar o doente ao Centro de Saúde da área através da alta de Enfermagem e
transmitir informação ao CS acerca de todas as complicações, situação e cuidados
necessários à ferida, cuidados alimentares, ensino ao doente e em relação às áreas
em que é necessário reforço.
Informar o doente a família.
Sinais de alerta para ida ao CS: drenagem da ferida cirúrgica, febre, tosse persistente.
IMPORTANTE: Atenção ao facto de os cuidados aos doentes com patologia do esófago e gástricos
são contrários.
É causada por qualquer factor que estreite a passagem intestinal ou que interfira com o
peristaltismo normal do intestino.
14.1. Classificação:
14.1.1.Obstrução Não Mecânica: relacionada com a peristaltase
O íleo paralítico é normal nas 1 as 6 horas do pós-operatório, sendo que quando ultrapassa as 36
horas torna-se patológico.
14.1.1.1. Causas
Lesão neurológica
Obstrução intestinal mecânica (corpo estranho)
Peritonite
Traumatismo abdominal
Cirurgia abdominal
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Adriana Neves
14.1.1.2. Semiologia
Timpanismo
Distensão abdominal
Dor intensa (em cólica) (quanto maior o adinamismo intestinal)
Ausência ou diminuição do ruído intestinal
Vómitos frequentes (por intolerância alimentar)
14.1.1.3. Tratamento
Dieta nula
Entubação naso-gástrica em drenagem contínua (para descomprimir o estômago e aliviar
as náuseas)
Descompressão da distensão abdominal com introdução de sonda rectal ligada ao saco
colector
Administração hidroelectrolítica (soros) por via parental/endovenosa (fluidoterapia)
Cirurgia se indicada para tratamento da causa (preparar doente para a cirurgia e entrada no
BO)
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Adriana Neves
Deve-se à presença de corpos estranhos no intestino, ocorrendo uma incapacidade intestinal de
progressão do conteúdo fecal para expulsão, por obstrução do lúmen a nível intra-luminal ou mural que
comprime as paredes intestinais. Qualquer segmento do intestino pode ser afectado e a obstrução pode
ser total ou parcial (suboclusão intestinal)
14.1.2.1. Fisiopatologia
A obstrução provoca uma distensão intestinal (as ansas intestinais dilatam e ocorre uma
acumulação de conteúdo fecal acima da obstrução). Consequentemente, ocorre uma diminuição da
absorção de líquidos e sais minerais, que irá levar a um edema do segmento afectado e progressivo e ao
comprometimento do suprimento sanguíneo. Devido ao deficiente aporte sanguíneo, os tecidos entrem em
isquémia e, posteriormente, em necrose. Esta situação, em casos mais extremos, pode levar a uma
perfuração dos tecidos adjacentes, conduzindo a uma peritonite.
14.1.2.3. Causas
Neoplasias (+ frequentes no cólon)
Aderências intestinais: consistem na formação/deposição de fibrina entre as ansas
intestinais, alterando a posição anatómica das ansas e fazendo com que estas adiram pelos
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Adriana Neves
cordões de fibrina, distorçam-se e formem uma torção. Podem manifestar-se a partir do 4º
dia do pós-operatório em cirurgia abdominal ou pélvica ou muitos anos depois. O tratamento
é cirúrgico: quando não há comprometimento da função circulatória, dos vasos sanguíneos,
realiza-se uma viscerólise (consiste na libertação da ansa das aderências de fibrina) e
quando existe comprometimento da função circulatória é necessário realizar uma
interectomia com anastemose
Hérnias (são muito frequentes no intestino delgado)
Volvo intestinal: consiste numa ansa que torce sobre si mesma (pelo menos em 180º),
levando a um edema e à necrose tecidular. É necessário realizar uma interectomia com
anastemose)
As doenças inflamatórias crónicas são a Doença de Cronh (DC) e a Colite Ulcerosa (CU).
Apresentam muitas características em comum e como tal requerem um cuidadoso diagnóstico
diferencial.
Caracterizam-se por períodos de exacerbação e remissão.
O prognóstico é imprevisível (cada doente responde de uma forma diferente)
15.1. Etiologia
A causa é desconhecida. Os 3 factores predisponentes são:
Genéticos (os gémeos monozigóticos têm maior probabilidade de ambos terem a doença –
50%. Existe cerca de 5-10% de probabilidade de doença entre descendentes ou irmãos
com a doença)
Imunológicos (desregulação imunitária)
Ambientais:
Alimentares (dieta hipercalórica e baixa em fibras);
Stress;
Agentes infecciosos
15.2. Epidemiologia
Mais frequentes na Europa Ocidental e EUA.
Maior incidência na raça branca
Predisposição familiar
CU é 2 vezes mais frequente mas a DC tem vindo a aumentar
Acometem ambos os sexos:
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CU mulheres 15-35 anos, os homens 15-35 e 60-70 anos
DC - entre os 20 e os 50 anos com maior incidência em mulheres jovens
15.3. Fisiopatologia
15.3.1.Colite Ulcerosa:
Área afectada: pode atingir o cólon esquerdo (colite esquerda), o sigmóide (sigmoidite), o
recto (proctite) ou pode atingir outros segmentos do cólon até ao íleo ou todo o cólon
(pancolite). A colite ulcerosa nunca atinge estruturas acima do íleo.
Inflamação: a camada mucosa apresenta pontos hemorrágicos, está ulcerada e sangrante,
edematosa e espessa.
Extensão das lesões: é difusa e contígua.
15.3.2.Doença de Cronh:
Área afectada: pode atingir o íleon (ileíte ou enterite) - é muito frequente; o cólon direito
(colite direita) ou ambos (ileocolite). Pode atingir qualquer segmento do tubo
gastrointestinal.
Inflamação: transmural (afecta várias camadas da parede intestinal) e é + profunda
Extensão das lesões: apresenta uma distribuição segmentar, surgem áreas inflamadas
intercaladas com áreas de tecido normal sem qualquer lesão. Este aspecto é designado
“pedras da calçada”
15.4.1.Colite Ulcerosa:
Pseudopólipos (pólipos inflamatórios resultantes da formação de tecido cicatricial)
Hemorróidas
Hemorragia
Magacólon (diminuição dos movimentos peristálticos, que leva a uma acumulação de fezes,
o que pode levar a um rompimento do cólon)
15.4.2.Doença de Cronh:
Úlcera e perfuração intestinal (pode levar a uma peritonite)
Fístulas (intestino, vagina, bexiga)
Doença perineal (fístulas e fissuras na região perineal)
Estenoses
Abcessos
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Adriana Neves
15.5.1.Colite Ulcerosa
Anemia (devido à deficiente ingestão de ferro e às hemorragias frequentes)
Artrite (quadro reversível, tumefacção de 2 a 3articulações, o quadro regride quando a fase
aguda regride)
Doença hepática
Irite (inflamação da íris); conjuntivite (problemas oftalmológicos, inflamação das estruturas
dos olhos)
Estomatite
Eritema nodoso (nódulos dolorosos que surgem na face anterior dos membros inferiores)
Piodermia gangrenosa (úlceras necróticas e infectadas na pele)
Tromboembolismo
15.5.2.Doença de Cronh
Mal absorção das gorduras e vitaminas lipossulúveis
Estomatite
Artrite (quadro reversível, tumefacção de 2 a 3 articulações, o quadro regride quando a fase
aguda regride)
Doença hepatobiliar (cirrose, litíase biliar, colangite esclerosante primária)
Irite; conjuntivite (problemas oftalmológicos, inflamação das estruturas dos olhos)
Litíase renal
Uropatia obstrutiva
Tromboembolismo
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Adriana Neves
Anorexia, mal-estar e astenia por inflamação crónica
Perda de peso por má absorção, anorexia, vómitos
Febre e leucocitose
Anemia por deficiência de ferro, má absorção de gorduras e vitaminas lipossolúveis
(DC) e hemorragia
Estes sintomas podem manifestar-se numa crise +/- intensa, consoante cada doente.
15.9. Prognóstico
É imprevisível
Períodos de exacerbação e de remissão
Ambas as doenças são um factor de risco para o cancro intestinal
88
Adriana Neves
15.10. Tratamento
15.10.1. Objectivos:
Eliminação de sintomas
Manutenção de bem-estar geral
Prevenção de sequelas
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Adriana Neves
Estes doentes devem ser seguidos por um especialista experiente, porque o prognóstico e a
evolução da abordagem terapêutica destes doentes estão em constante alteração.
90
Adriana Neves
Manutenção da saúde:
Ensinar sinais e sintomas de agravamento/complicação da doença
Estimular cumprimento de plano terapêutico e consultas de rotina
Informação clara e objectiva acerca da doença e terapêutica. Numa fase
inicial enfatizar o papel da importância da terapêutica para o controlo da
doença e QV. Incentivar à adesão da terapêutica e referir que e esta não
pode ser abandonada.
Criar uma relação empática que promova a adesão aos cuidados
terapêuticos.
Os doentes devem ser seguidos nos cuidados de Gastrologia e
posteriormente nos CSPrimários para a manutenção da doença.
16.1. Epidemiologia
Mais comum em países desenvolvidos.
A incidência aumenta com a idade - 1/3 das pessoas mais de 65 anos
Predomínio para o sexo feminino
16.2. Etiologia
A etiologia é desconhecida mas apontam-se diversas possibilidades:
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Adriana Neves
Decorrente do processo normal do envelhecimento (que torna + flácida toda a musculatura
a partir dos 60 anos)
Distúrbios da musculatura do cólon
Distúrbios da função motora do cólon
Obstipação crónica por dieta com baixo teor de fibras
16.4.1.Sintomatologia:
Dor constante localizada na fossa ilíaca esquerda (podem ser referidas outras regiões), com
duração de vários dias.
Febre
Sinais de peritonite
Hematoquesia ou melenas
• ITU de repetição
• Pneumatúria Fistula
• Fezes na urina
• Eliminação de fezes via vaginal
16.4.2.Sinais de complicações:
Abcessos
Fístulas (pneumatúria – eliminação de gases pela uretra; fezes na urina; eliminação de
fezes pela vagina – fístula entre a vagina e o intestino)
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Adriana Neves
Perfuração
Peritonite (é uma consequência da perfuração)
Estenose intestinal (por fibrose)
Suboclusão ou oclusão intestinal
Hemorragia
16.4.3.Diagnóstico
História Clínica
Rx simples do abdómen para despiste de perfuração ou obstrução
Colonoscopia (é necessário excluir sinais de perfuração antes da realização deste exame)
Clister opaco (este exame esta contra-indicado se houver suspeita de perfuração, pelo que
nos casos agudos é utilizado contraste hidrossolúvel)
16.4.4.Tratamento
Dirigido às complicações:
Antibioterapia (normalmente, 2 antibióticos de acção intestinal)
Repouso gastrointestinal (pausa alimentar)
Reposição parenteral de líquidos (pausa alimentar)
Cirúrgico (em caso de perfuração ou hemorragia)
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Adriana Neves
Doença de Crohn – Resolução de complicações como fístulas, estenoses.
16.4.5.Intervenções de enfermagem
Os cuidados de enfermagem centram-se no conforto do doente (posição de conforto,
melhorar ambiente, etc.);
Ensinar ao doente a importância do repouso físico e do repouso intestinal;
Monitorizar equilíbrio hidroelectrolítico;
Avaliar a dor;
Observar sinais de complicações;
Motivar ingestão hídrica (2500 a 3000 ml/dia);
Motivar ingestão de alimentos ricos em fibras (frutos, vegetais e cereais integrais);
Desaconselhar a ingestão de alimentos como nozes e sementes (porque podem ficar
retidos nos devertículos propiciando uma inflamação);
Informar o doente que deve evitar exercícios que aumentem a pressão intra-abdominal;
Aconselhar perda de peso (se necessário) para reduzir a pressão intra-abdominal;
Informar a família/prestador de cuidados sobre cuidados dietéticos
EPS ao doente com doença inflamatória intestinal
Dieta Hiperproteíca, hipercalórica adequada à idade
Suplementos vitamínicos conforme prescrito
Evitar alimentos flatulentos e que estimulem a actividade intestinal: leite, álcool, fruta
com casca, vegetais crus, bebidas com cafeína, gorduras, leguminosas.
Programar ingestão de líquidos para manter débito urinário de pelo menos 1500
ml/dia
Controle da tensão emocional com exercícios respiratórios e actividades relaxantes
Padrão de sono regular e programação de períodos de descanso
Planeamento de actividades diárias por forma a evitar gasto desnecessário de
energia
Actividades sociais e desenvolvimento de actividades de lazer
Ensinar sinais e sintomas de agravamento/complicação da doença
Estimular cumprimento de plano terapêutico e consultas de rotina
Tumores Benignos
Pólipos: ocorrem devido ao crescimento tecidular para dentro do lúmen intestinal.
São os tumores + frequentes no intestino, principalmente no cólon. Têm grande
capacidade de recorrência, pelo que devem ser ressecados e analisados. A vigilância
endoscópica é importante.
94
Adriana Neves
Os pólipos podem ser:
Simples ou múltiplos
Pedunculados (base em forma de pé) ou sésseis (base ampla)
Hiperplásicos ou neoplásicos (adenomatosos ou adenomas polipóides – têm maior
possibilidade de se tornarem malignos)
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Adriana Neves
rectal suficiente para fazer a anastomose. Nestas situações, após a intervenção é normal o
doente apresentar incontinência fecal, mas trata-se de uma situação reversível.
Resseção (ou amputação) abdomino-perineal do recto: resseção alargada do cólon
sigmóide, recto e ânus. É realizada uma abordagem abdominal em simultâneo com uma
abordagem perineal, para excisão do coto rectossigmóide e do ânus. São colocados drenos
red-y-vac na cavidade pélvica e na cavidade abdominal. Esta intervenção determina uma
colostomia definitiva. Está indicada em situações de neoplasia e doenças inflamatórias do
cólon sigmóide, recto e ânus.
Resseção de Hartmann: resseção intestinal do segmento do cólon afectado e
exteriorização do topo distal do segmento sadio do cólon para construção do estoma, sem
resseção do cólon distal. Pode ser utilizada para uma abordagem paliativa ou em casos de
doenças inflamatórias intestinais, pois permite reconstruir o trânsito intestinal.
Pós-operatório:
Monitorizar das funções vitais, sobretudo nas 1as horas com maior frequência e
depois adaptar à dinâmica e necessidades do doente;
Monitorizar e avaliar as drenagens (quantidade e características);
96
Adriana Neves
Características das fezes da colostomia: nas 1as horas drena um líquido sero-hemático, não sendo
normal drenar sangue vivo, mas pode drenar muco. Se for uma colostomia descompressiva é normal
drenar fezes. A partir do 4º dia iniciam-se os movimentos intestinais e o trânsito intestinal é retomado. Esta
é a fase + difícil para o doente aceitar.
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Adriana Neves
Saber que informação sobre a cirurgia/ostomia a pessoa e a família já têm e dar
continuidade em equipa
Explicar o que se vai passar no pré e pós-operatório
Mostrar e familiarizar a pessoa com os dispositivos para ostomia
Fornecer o manual para ostomizados logo que o doente/família se mostrem
preparados
Dar a conhecer a existência da Associação de Ostomizados e do enfermeiro
estomaterapeuta
Disponibilizar tempo e criar relação empática para que a pessoa e a família
verbalizem os medos, angústias, dúvidas. Responder de forma clara às perguntas
Encorajar a pessoa reforçando a ideia de que a autonomia é possível
Envolver o cliente e a família em todo o processo
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Estado de consciência, percepção, memória;
Presença de edemas (ascite) e localização (membros inferiores e flancos).
Abdómen: medir perímetro abdominal; auscultar ruídos intestinais; palpar e percutir
Para diagnosticar ascite – distensão abdominal por presença de líquido na cavidade
peritoneal, proveniente do espaço intersticial. Pele abdominal brilhante e flancos
protuberantes. Apresenta som maciço à precursão e formação de onda líquida por
deslocação do líquido.
Pele e mucosas: cor/coloração; estado de hidratação; alterações vasculares (cabeça
de medusa – dilatação das veias; presença de aranhas vasculares); petéquias,
hematomas e equimoses por alteração da circulação.
Recto – hemorróides (características dos doentes com cirrose)
Avaliar/monotorizar sinais vitais
Avaliar existência de alterações ortostáticas (fazem alterar os SV, sobretudo a
respiração - dispneia ou dificuldade respiratória em pé que melhora quando se deita –
platipneia)
Observação dos caracteres secundários (o homem apresenta ginecomastia –
desenvolvimento mamário e atrofia dos testículos e em ambos os sexos alteração na
distribuição dos pêlos)
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Adriana Neves
Existe excesso de bilirrubina em circulação pelo que começa a ser depositada ao nível da pele,
mucosas, outros tecidos e fluidos como a urina, o que lhes confere coloração amarela.
A fixação de bilirrubina na pele pode provocar prurido intenso e a pele torna-se seca.
Valores normais de bilirrubina sérica total: 0,5-1mg/dl.
Manifestação clínica quando os valores séricos de bilirrubina excedem 2,5 mg/dl (no adulto).
Pode ter subjacente 3 causas (que se associam a diferentes patologias):
OBSTRUTIVA ou
Colestática
(+ frequente):
HEMÓLISE REDUÇÃO DO
TRANSPORTE DE
Congénita Adquirida Outras BILIRRUBINA
Microes Dr Insuficiê
ferocitose oga; ncia cardíaca
hereditária; He congestiva;
Eliptocit patopatia Choque;
ose; crónica; Hipóxia;
H
Estoma Inf Desidrat
ematomas
tocitose ecção; ação;
hereditária; Do Hipoalb
Anemia enças do uminémia.
falciforme; colagéneo;
Talasse Idi
mia; opática.
Alteraç
ões enzimáticas.
Congénitas Adquiridas
Adriana Neves
Atresia Coledoc esclerosante; pâncreas, vesícula
(colestase) olitíase; Estenos biliar, papila
das vias Litíase e biliar; duodenal, ductos
biliares biliar. Pancrea biliares;
tite crónica; Metástase
Cistos s.
do colédoco.
Dor: muito rara na colestase intra-hepática, sendo que quando existe é “surda” em peso
constante (extremamente forte). Comum na colestase extra-hepática, tipo cólica, localizada
geralmente no hipocôndrio direito, pode irradiar para o dorso, ombro direito e epigastro.
Quando associada a febre e calafrio caracteriza a tríade de Charcot, indicativa de colangite
esclerosante.
Vesícula palpável (sinal de Courvoisier-Terrier) – obstrução mecânica (cálculos ou
neoplasia) do canal cístico ou colédoco – colestase extra-hepática.
Esplenomegalia: aumento do volume do Baço. Se a causa for doença colestática crónica
(cirrose, colangite esclerosante, hipertensão portal) ou cancro do Pâncreas.
Nas colestases crónicas ocorre mal-absorção das vitaminas A, D, E e K levando a deficits
nutricionais, osteoporose, e agravamento das alterações da coagulação e
hipoprotrombinemia.
Esteatorreia (patologia colestática).
102
Adriana Neves
O desenvolvimento de insuficiência hepática é insidioso, ocorrendo cerca de 3-5 anos após o início
da icterícia, caracterizando-se por ascite, icterícia cada vez + acentuada, edema dos membros inferiores e
hipoalbuminémia.
A intensidade do prurido vai aumentando, interferindo com o bem-estar (conforto, sono) e
aumentando o risco de infecção cutânea secundária.
As alterações da coagulação vão-se agravando, pelo que os doentes com patologia colestática
dependentes da administração de vitamina K, para prevenção de hemorragia.
Na fase terminal ocorre encefalopatia hepática.
18.6. Diagnóstico
Exames laboratoriais
Ecografia
TAC
Colangiografia por ressonância nuclear magnética (CRM)
CPRE
Objectivo: diagnostica a causa, isto é, a patologia de base.
18.8. Hepatite
Doença difusa necro-inflamatória do fígado, em geral com evolução e duração de 6 meses
Caracteriza-se por comprometimento panlobular (apenas 1lobo hepático e não todo o
fígado), necroses focais e infiltrado inflamatório. Em casos graves caracteriza-se por
necrose multilobular.
À excepção da hepatite A (curável/benigna), as outras podem evoluir para a cronicidade.
18.8.1.Etiologia
Vírus: hepatite viral (+ frequente)
Tóxicos: hepatite tóxica
18.8.2.Hepatite tóxica
Agentes Tóxicos:
Fármacos: alguns antibióticos (ex: hepatotóxicos (Paracetamol), anticonvulsivos,
anticoncepcionais orais, gases anestésicos)
Álcool: provoca hepatite alcoólica
Toxinas industriais: derivados de petróleo e tintas
103
Adriana Neves
Venenos: cogumelos venenosos
18.8.3.Hepatite viral
Aguda e hepatite fulminante (alta taxa de mortalidade)
Crónica – risco elevado de Cirrose e de Hepatocarcinoma
18.8.3.1. Hepatite A
Transmissão oral – fecal
Período de incubação de 14 a 50 dias
Virémia não ultrapassa os 7 dias
Transmissão parenteral é rara
Bom prognóstico e recuperação da função hepática (não evolui para hepatite crónica)
Não deixa sequelas
Ao fim de restabelecida pode voltar à vida normal
Consegue imunidade (há vacinação)
18.8.3.2. Hepatite B
Transmitido pelo sangue, relações sexuais, agulhas contaminadas e verticalmente (mãe-
filho na altura do parto)
Período de incubação de 14 a 180 dias
Pode evoluir para forma crónica (2% dos casos)
O vírus HBV é oncogénico – risco elevado de hepatocarcinoma e cirrose
Portadores assintomáticos transmitem vírus
Predispõem a infecção de HVD (agente Delta)
Prevenção: estilos de vida e vacinação
18.8.3.3. Hepatite C
Período de incubação de 15 a 180 dias
Contágio por via parenteral (sangue e material corto-perfurante infectado) e casos raros via
sexual
Actualmente é o responsável pelas hepatites pós-transfusinais
Alto risco de cronicidade (50 a 80%)
104
Adriana Neves
HVC é um vírus oncogénico – risco de hepatocarcinoma e cirrose
18.8.3.4. Hepatite D
Vírus HVD ou agente Delta
Incubação de 20 a 45 dias
Depende do vírus B para a sua replicação (surge em pessoas infectadas com VHB)
Transmissão por via parenteral.
Risco de hepatocarcinoma e cirrose.
Infecta pessoas com hepatite B
+ frequente em toxicodependentes
18.8.3.5. Hepatite E
Vírus HVE
Infecção não é comum em países desenvolvidos
Transmissão e etiologia idêntica ao vírus HVA (oral-fecal)
O período de incubação é em média de 40 dias
Não evolui para cronicidade.
Recupera completamente a sua função.
18.8.4.Manifestações clínicas:
Mal-estar geral
Náuseas
Diarreia (A)
Fadiga
Febre (A)
Artralgias (B, D)
Anorexia (qualquer hepatite)
Vómitos (B, D) e A (menos intensos)
Urina escura (C, D)
Icterícia
Sensibilidade no QSDireito
Rash cutâneo (hepatite tóxica)
Alterações neurológicas pioram prognóstico (B, C e D)
105
Adriana Neves
As MC podem agrupar-se e desenvolver-se em 4 fases:
Incubação: período assintomático (varia com o tipo de vírus)
Fase pré-icterícia ou prodrómica: cerca de 1 semana na A, na B ultrapassa por vezes as
4 semanas. Início agudo na A e nas restantes + insidioso.
Sintomas Iniciais:
Fraqueza, fadiga e indisposição geral
Dores musculares e artralgias
Febre, com ou sem sintomatologia respiratória
Cefaleias
Náuseas e vómitos
Anorexia
Desconforto ou dor “tipo moedeira” no QSDtº
Aumento dos nódulos linfáticos
Fase da icterícia: início da icterícia, apogeu em 2 semanas e pode prolongar-se de 4 a 6
semanas
Alguns sintomas na fase anterior podem desaparecer; 2/3 dos doentes podem estar
assintomáticos ou com sintomas tipo sindroma gripal
Alguns sintomas agravam-se:
Anorexia
Vómitos
Dispepsia
Fraqueza e fadiga
Indisposição
Agrava-se o mal-estar no QSDtº
O Exame Físico revela:
Hepatomegalia
Esplenomegalia
Icterícia
Analiticamente: elevação das aminotransferases (AST e ALT)
Fase Pós-icterícia ou Convalescença: inicia-se com o desaparecimento da icterícia e
diminuição ou cessação dos sintomas.
A recuperação completa faz-se normalmente em 4 semanas, mas o cansaço pode
persistir por um período variável, podendo permanecer vários meses após uma
hepatite grave
18.8.5.Prognóstico:
Hepatite Crónica: agressão hepatocelular que se manifesta por aumento dos níveis séricos
de aminotransferases que persistem por + de 6 meses. A evolução pode ser assintomática
106
Adriana Neves
ou existirem sintomas inespecíficos: dor abdominal, anorexia e fadiga. Pode evoluir para
cirrose hepática e carcinoma hepatocelular.
Hepatite Crónica Recidivante: reaparecimento de sintomas e sinais – reactivação da
doença após recuperação de um episódio agudo.
Hepatite Persistente Crónica: evolução benigna em que todos os sinais e sintomas se
resolvem nos limites de tempo normais. O doente pode estar assintomático apesar de ainda
apresentar pequenas alterações ao nível das transaminases séricas. Geralmente não
progride para a disfunção hepática e recupera totalmente.
107
Adriana Neves
18.8.7.Tratamento médico da hepatite fulminante / crónica
18.8.8.Profilaxia:
Hepatite A:
Antes da exposição com administração de imunoglobulina 0,02 ml / kg /peso
Após a exposição (contacto com pessoas portadoras), nas 2 semanas após o
contacto
Hepatite B:
A vacina específica (imunidade durante 20 anos) e globulina imunológica (confere
protecção imediata de +/- 3 meses).
A vacina é usada na profilaxia de pré ou pós-exposição. É altamente imunogénica
induzindo uma resposta anti-HBA, em 95% dos adultos saudáveis depois das 3 doses
programadas – 1ª dose; 2ª dose – 1 mês após a 1ª; 3 ª dose – 6 meses após a 1ª.
108
Adriana Neves
Cuidados adequados na manipulação de objectos corto-perfurantes, contaminados
com fluidos orgânicos;
Sexo seguro/uso de preservativo;
Prevenção/combate à toxicodependência ou medidas que evitem (re)infecção destas
pessoas.
Hepatite Declarada
Aos anteriores acrescentar:
Isolamento do doente apenas durante o período de contágio;
Uso de máscara, bata e luvas de protecção no contacto com o doente (uso de técnica
asséptica médica para profissionais e visitas no período de contágio);
Precauções na destruição de restos alimentares, que não devem ser guardados nem
aproveitados (casos de hepatite A)
As roupas e louças utilizadas devem ser isoladas e sujeitas a lavagem e desinfecção
adequadas;
Tentar saber fonte de infecção para evitar contágio
É administrada Ig a todas as pessoas que estiveram em
contacto com a fonte infecciosa e/ou que tiveram contacto intimo com
pessoas infectadas
109
Adriana Neves
18.9.1.Classificação (de acordo com a etiologia)
Designação Etiologia
Cirrose de Laennec ou cirrose
Doença hepática alcoólica
alcoólica
Necrose maciça por hepatotoxinas,
Cirrose pós necrótica vírus e hepatite viral crónica. Hepatite auto-
imune.
Secundária a obstrução dos ductos
biliares intra-hepáticos ou do canal biliar
Cirrose biliar
comum. Colangite esclerosante primária.
Atresia biliar.
Cirrose cardíaca Insuficiência cardíaca congestiva direita.
Secundária a doença metabólica –
Cirrose metabólica não específica
Hemacromatose, Doença de Wilson.
Secundária a outras patologias Vasculares – Síndrome de Budd-Chiari.
Criptogénica Causa indeterminada
18.9.2.Fisiopatologia
A exposição a um factor etiológico que provoca uma agressão persistente e continuada, que origina
uma reacção hepática com resposta inflamatória persistente. Esta inflamação quando prolongada provoca
um depósito de gordura nos hepatócitos (fase de esteatóse). Se o factor causal for removido é resolvida a
situação, mas senão provoca necrose dos hepatócitos, havendo formação de tecido fibroso. Há redução
da massa de hepatócitos e a estrutura do fígado é alterada drasticamente, havendo a passagem de
hepatomegalia para hepatotrofia. Tudo isto provoca obstruções a nível corto-hepático, levando ao
comprometimento das funções hepáticas
18.9.3.Principais alterações
Drenagem gastrointestinal
Metabolismo energético
Desintoxicação de substaâcias exógenas e endógenas – alterações neurológicas
Armazenamento de vitaminas e minerais
Metabolismo da bilirrubina
Síntese de sais biliares, bile e excreção da bile
Mecanismos de defesa – depressão do sistema retículo-endotelial susceptibilidade a
infecções
Deficiente produção de factores de coagulação – risco de sangramento / hemorragia
110
Adriana Neves
Hipertensão portal : origina um aumento da pressão venosa portal por obstrução da
corrente sanguínea no sistema portal – o que resulta em problemas fisiopatológicos
adicionais:
Retenção de líquidos (o aumento do nível de aldosterona provoca retenção de Na e
de água, o que origina ascite e edemas)
Esplenomegalia – trombocitopenia, anemia
Hemostase vascular
Desenvolvimento de circulação colateral
18.9.4.Sinais e sintomas
3/4 do fígado podem ser destruídos antes de haver alteração da função fisiológica, ou seja, sem
sintomatologia
Fases da cirrose: Compensada (sem sintomas) e Descompensada (com sintomas)
Fadiga (1º sintoma)
Náuseas e Vómitos (fases + avançadas)
Anorexia
Indigestão
Flatulência
Obstipação ou diarreia
Perda de peso – que pode estar camuflada com a retenção de líquidos
Subnutrição (fase de descompensação da doença)
Dor abdominal – pode ser vaga e suave ou aguda e permanente. Pode localizar-se no
QSDtº ou no baixo ventre (fase de descompensação da doença)
Mais tarde:
Icterícia
Ascite
Edemas (membros inferiores, mãos e flancos)
Astenia
Talangiectasias (aranhas vasculares) (rosto, tórax e costas)
Perda sanguínea (sangramentos aumentados e + difíceis de controlar):
HD alta ou baixa;
Epistáxis (hemorragia nasal);
Gengivorragias;
Equimoses;
Hematomas
Anemia
111
Adriana Neves
Circulação colateral (epigástrica e umbilical)
Febre
Alterações neurológicas:
raciocínio lento;
dificuldade na coordenação dos movimentos;
confusão e desorientação
Alteração dos caracteres sexuais secundários:
No homem: ginecomastia; atrofia testicular; alteração na distribuição de pêlos
púbicos.
Na mulher: alterações menstruais; desaparecimento de pêlos púbicos.
18.9.6.Diagnóstico
História Clínica (deve incidir sobre os factores de risco, avaliação das características físicas,
hábitos dietéticos, estado nutricional e sintomas associados, padrão do sono e alterações d
comportamento)
Análises de sangue e urina
Biopsia abdominal
TAC abdominal
RMN
18.9.7.Tratamento
O tratamento passa pela eliminação dos factores causais e prevenção de lesões adicionais no
fígado, estando de acordo com sinais e sintomas presentes e parâmetros/alterações analíticas no sentido
de as corrigir
Diminuição/eliminação de factores causais e prevenção de lesões adicionais no fígado;
Repouso;
Dieta cuidada, equilibrada sem sal e com baixo teor de proteínas;
Apoio à abstenção total de álcool
112
Adriana Neves
Diuréticos
Corticosteróides – suprimem a inflamação e reduzem a formação de colagéneo, melhoram
o apetite e estimulam a síntese de albumina. Estão contra-indicados se houver infecção,
encefalopatia hepática ou HDA.
Esteróides anabolizantes androgénios – estimulam o anabolismo promovendo a
regeneração hepática.
Insulina e Glucagon – promovem a regeneração hepática
Analgésicos e sedativos ponderadamente se necessário
Suplementos vitamínicos conforme necessidade.
113
Adriana Neves
Ensinar medidas de prevenção hemorragia / perda sanguínea
Aconselhar a regularidade de horários de sono, alimentação…
Encorajar abstenção de álcool (…)
Orientar para programas de abandono de comportamentos aditivos
18.10. Ascite
É uma das complicações + frequentes da cirrose e consiste na acumulação de líquido ascítico na
cavidade peritoneal.
Sinais objectivos: distensão abdominal; pele brilhante e fina; macicez à percussão e “onda
líquida”.
À medida que a quantidade de líquido vai aumentando acentua-se a tensão abdominal e a
circulação colateral peri-umbilical.
Há também alterações da respiração devido a compressão no diafragma.
Os factores de agravamento, decorrentes da lesão de hepatócitos: diminuição da síntese de
albumina; níveis elevados de aldosterona e de renina-angiotensina.
CIRROSE
Volume Plasmático
diminuído
Renina - angiotensina
aumentada
Aldosterona aumentada
Retençao de Na e
H2O
Ascite
Edemas
114
Adriana Neves
Alto risco de HDA:
Trauma mecânico durante a deglutição
Erosão provocada pelo sulco gástrico (RGE)
Manobra de Valsava: tosse intensa, esforços que aumentam a pressão abdominal e mesmo
esforço para evacuar.
A hemorragia exterioriza-se como hematemese, geralmente abrupta e maciça, e por melena. O
choque hipovolémico pode instalar-se rapidamente. Alta percentagem de ressangramento.
18.11.1. Tratamento
Prevenir a hemorragia: prescrição de medicamentos beta-bloqueadores; ligadura elástica
endoscópica (diminui possibilidade de ruptura das varizes);
Cirurgia: Shunts portossintéticos.
HDA (requer intervenção rápida e controlo da hemorragia é complicado): principal objectivo
é travar e corrigir a perda sanguínea e evitar complicações – encefalopatia hepática e
choque hipovolémico.
Entubação com sonda de Sengstaken-Blakemore (permite drenagem gástrica e insuflar com
o 2º lúmen que provoca compressão por hemostase directa).
Compressão local
Drenagem livre da cavidade gástrica
Lavagem gástrica para remoção de sangue da cavidade gástrica – prevenção de
encefalopatia.
Administração EV de: fluidos; medicação (vasopressina; octreotidio/somatostatina);
escleroterapia endoscópica; shunts cirúrgicos portossistémicos.
115
Adriana Neves
18.13.1. Factores Precipitantes
Hemorragia digestiva: aumento do nível sérico de amónia (NH 3) pelas bactérias intestinais e
que não é transformada em ureia pelo fígado para eliminação renal. Efeito inibidor dos
neurotransmissores.
Medicação:
Diuréticos: hiponatremia e hiper ou hipopotassémia, resultantes de desequilíbrios
com diuréticos, necessários ao cirrótico para tratamento da ascite.
Hipnóticos e ansiolíticos
Infecções – principalmente nas vias urinárias e respiratórias.
Anemia
Desidratação
Obstipação intestinal crónica – maior produção entérica de substâncias neurotóxicas:
amónia, azoto. O cirrótico tem risco de obstipação pela ascite e congestão das ansas
intestinais. A medicação com lactolose diminui a produção de amónia e da flora intestinal,
favorecendo o padrão intestinal
Dieta com excesso de proteínas
Hipóxia
Hipoglicemia
116
Adriana Neves
Caracteriza-se pela tríada: hepatopatia, dilatação vascular pulmonar e hipoxémia arterial.
Instalação de alterações pulmonares:
Volume pulmonar diminuído
Derrame vascular das bases dos pulmões
Dispneia (agrava-se em pé ou sentado e melhora na horizontal: platipneia)
Mau prognóstico.
Correcção da hipoxia
Indicação para transplante hepático
i Lítiase são cálculos de formação dura que se vão precipitando e aumentando de tamanho. Mais
habitualmente formados por cálcio.
i Colelitíase – formação ou presença de cálculos ou pedras biliares na vesícula biliar ou ducto biliar.
As pedras podem ou não causar sintomas.
117
Adriana Neves
A precipitação ocorre por qualquer alteração dos mecanismos que asseguram o estado do líquido
biliar, provocando estase do líquido biliar, que com o tempo vai levar a uma maior absorção de água (bílis
em maior concentração) favorece a precipitação dos sais.
Esta situação pode permanecer vários anos sem sintomatologia mas os cálculos vão continuando a
aumentar de tamanho. As pessoas que têm situações pontuais possuem mal-estar na ingestão e digestão
de gorduras.
Uma maioria pode formar-se nos canais biliares – Coledocolitíase.
19.1.1.Evolução
Pode ser assintomática por longos períodos de tempo, mas a patologia encontra-se em
progressão.
Pode manifestar-se de forma crónica, com períodos de sintomatologia intercalados com
períodos assintomáticos
Pode desencadear crise aguda com necessidade de internamento e intervenção cirúrgica.
A Lítiase biliar pode evoluir para necrose da vesícula, por progressão mecânica dos cálculos por
contacto ou agressão química por estase do fluxo biliar que fica retido, podendo a situação evoluir para
ruptura e consequentemente peritonite biliar (requer tratamento cirúrgico). Pode surgir também inflamação
bacteriana decorrente de estase do fluxo biliar que provoca uma colangite.
NOTA:
i Obstrução ao nível do colédoco causa Colecistite (deslocação de cálculos para o colédoco
provocando inflamação da vesícula biliar - colecistite).
i Obstrução ao nível da Ampola de Vater causa Pancreatite.
19.1.2.Factores de risco
Sexo feminino;
Idade (após puberdade, com aumento + acentuado após os 40 anos e que vai progredindo
depois dos 60 anos);
Obesidade;
Sedentarismo (factor relevante);
Contraceptivos orais;
Gravidez (alteração dos níveis hormonais provoca estase do fluxo biliar, maior absorção de
água que pode provocar crises que nunca tiveram);
Patologias: diabetes, cirrose, hipotiroidismo, doenças intestinais, (…);
118
Adriana Neves
Episódios recorrentes de cólica biliar por obstrução parcial ou temporária do canal cístico e por
inflamação da vesícula onde, com a evolução, se forma tecido cicatricial que origina fibrose e perda de
elasticidade.
Episódios recorrentes e pouco intensos provocam um aumento do cálculo e lesão mecânica da
vesícula, originando inflamação. Nos locais onde existirem lesões vai haver perda de elasticidade e
presença de tecido fibrótico. Esta situação pode provocar uma ruptura da vesícula por agressão mecânica
dos cálculos ou uma colecistite aguda. Podem assim, provocar uma fístula entre a vesícula e duodeno.
Quando os cálculos não são tão grandes vão migrar para o canal colédoco podendo obstruí-lo e
originar colelitíase aguda.
19.2.1.Manifestações clínicas
Dor cólica contínua ou intermitente no hipocôndrio direito. Pode abranger o epigastro e
hipocôndrio esquerdo e irradiar para a região dorsal e escapular.
Início abrupto, diminuindo de intensidade, não permanecendo por + de 6horas. Pode ser
precipitada por refeições ricas em gordura e sensação de enfartamento por dispepsia, ou
não ter qualquer relação com as refeições.
Naúseas e vómitos.
Eructações.
Dispepsia.
19.3.1.Manifestações Clínicas
Dor cólica contínua e intensa no hipocôndrio direito, pode abranger o epigastro e
hipocôndrio esquerdo e irradiar para a região dorsal e escapular. Início abrupto que persiste
+ de 6horas;
Náuseas e vómitos;
Anorexia;
Febre (colangite);
Defesa à palpação do quadrante superior direito e sinal de BLUMBERG positivo
(agravamento da dor à descompressão abdominal);
119
Adriana Neves
Sudorese;
Taquicardia;
Leucocitose e fosfatase alcalina.
120
Adriana Neves
Avaliar o objectivo e natureza do procedimento cirúrgico e os cuidados que serão
prestados no período pós-operatório imediato;
Certificar que o doente compreende que a dor esperada é ligeira a moderada e pode
ser tratada com sucesso, com os analgésicos habituais.
Pós-operatório de cirurgia das vias biliares
Monitorizar diurese, aspirado gástrico, drenagem biliar regularizada (características,
sem sangue e com drenagem constante – nas 1as horas a drenagem é hemática,
após a lavagem no intra-operatório e depois evolui para biliar normal);
Avaliar SV frequentemente;
Prevenir complicações respiratórias (suturas altas apresentam complicações
respiratórias maiores) – promover respiração profunda e ensino da tosse, e
cardiovasculares – mobilização precoce e frequente
Avaliar dor e gerir analgésico
Vigiar eliminação intestinal (para verificar se há restabelecimento funcional)
Vigiar débito urinário (algaliado) e características da 1ª micção (não algaliado)
Executar penso (sutura, drenos, cateter venoso central)
NOTA:
i O doente tem maior risco de hemorragia por alteração dos factores de coagulação e porque com a
hepatectomia há + sangramento (quanto + segmentos ressecados, + sangue).
i O Dreno de Kherr (drena a bile), sendo a permanencia deste dreno variável, desde 1 semana a 6
meses (tempo de permanência depende da decisão do médico).
i Não é normal a drenagem ser nula (pode haver obstrução ou deslocação do dreno – este dreno é
flexível, alertar o doente para evitar torcê-lo ou pressioná-lo não o deixando por baixo do corpo,
etc.) e ter sangue (avisar o médico).
i Normal é que drene bílis e não sangue.
i O Dreno requer cuidados de penso, vigilância das características da pele redundante e integridade
da pele (evitar maceração)
i Para retirar o dreno é necessário um período de adaptação do dreno com clampagens frequentes.
Se o médico prescrever podem ser feitas clampagens de dreno, que vão sendo progressivamente
+ demoradas e frequentes (ex: inicial de 3 em 3h durante 15min, depois o tempo de distância vai
diminuindo)
i É importante neste procedimento vigiar o doente relativamente à dor, vómitos e náuseas. Se se
manifestarem durante a clampagem, esta deve ser parada e informado o médico.
i A vigilância das fezes vai permitir saber se já há ou não passagem de bile para o duodeno.
i Quando o doente estiver a fazer a dieta oral as clampagens devem ser feitas 30 min antes das
refeições, sendo que a tolerância alimentar só deve ser iniciada quando prescrita;
121
Adriana Neves
i Quando o médico prescreve retirada do dreno de Kherr, esta é feita de 1vez só, fazendo penso
compressivo para protecção cutânea da área do dreno (risco de maceração pelo liquido biliar).
i Nesta fase temos de vigiar sinais de peritonite (há risco porque a bílis pode ficar a drenar para o
peritoneu) e de pancreatite.
Pode ser:
Edematosa ou intersticial: edema e congestão pancreática (é a + frequente)
Necrótico-hemorrágica: áreas de parênquima necrosadas, contaminadas ou não, com
atingimento dos vasos sanguíneos. Mau prognóstico. Evolui para insuficiência pancreática
crónica (é a + grave e menos frequente que a anterior)
Não se sabe porque ocorre, mas sabe-se que uma glândula (tripsina) provoca a auto-destruição do
pâncreas. É um processo inflamatório que envolve o pâncreas e tecido pancreático, podendo provocar
falência multiorgânica.
122
Adriana Neves
membros sobre o abdómen. A dor por si só aumenta a secreção biliar que pode provocar
maior lesão pancreática e pode colocar o doente em choque
Náuseas e vómitos
Icterícia por obstrução
Esteatorreia
Paragem de emissão de gases e fezes
Febre
20.3. Diagnóstico
20.4. Complicações:
123
Adriana Neves
compressão ou ruptura dos vasos sanguíneos pancreáticos originando hemorragia,
sendo esta semiologia igual à da pancreatite. O grande risco neste quadro é o de
fístula pancreático)
Abcesso pancreático
Hepatite necrótica
O Dreno de Pig-tail por abordagem percutânea pode ser introduzido.
20.5. Tratamento
Em princípio é conservador. Varia com a gravidade do quadro clínico exigindo internamento em
UCI (unidades de cuidados intensivos), nos casos graves, porque necessitam suporte respiratório, bem
como de vigilância da função renal e cardiovascular.
Pode ser necessária cirurgia (sempre que a causa for itiásica – obstrução). Depende do grau de
gravidade. Mas em qualquer um é importante o aporte de líquidos suficiente, com interrupção da dieta oral,
ENG e repouso qualquer que seja a pancreatite e grau de gravidade.
Objectivos:
Tratar a dor
Prevenir ou tratar o choque
Prevenir e tratar alterações sistémicas
124
Adriana Neves
Distúrbios metabólicos: avaliar e corrigir glicemia; suporte nutricional (NPT ou
entérica: jejunal; controlo e monitorização analítico regular). (vigilância de
hipoglicemias é muito importante. Corrigir hiperglicemia com administração de
insulina).
Alterações respiratórias, cardiovasculares e renais: avaliar gasimetria arterial.
Antibioterapia – imipedem, quinolona, cefalosporinas de 3ºgeração.
Somatostatina ou octreotídio (somatostatina sintética): inibição da secreção
pancreática e efeito citoprotector pancreático 8administração por via EV em perfusão
rigorosamente controlada por bomba perfusora; maior risco de hiperglicemia.
125
Adriana Neves
21.1. Classificação
21.2. Semiologia
Dor: geralmente forte e contínua, localizada no epigastro com irradiação para a direita,
costas ou em cinta (principal sintoma) – semelhante à Pancreatite Aguda.
Perda de peso
Esteatorreia
Icterícia
Diabetes por insuficiência que se instala
21.3. Complicações:
Pancreatite aguda (crises/episódios recorrentes)
Icterícia obstrutiva
Trombose da veia esplénica
Abcesso pancreático
Pseudocisto pancreático (conteúdo é líquido não sólido)
Ascite
Neoplasia pancreática
Cirrose (alcoólica ou biliar dependendo da causa)
Complicações decorrentes das alterações metabólicas e nutricionais secundárias à
insuficiência pancreática (diabetes mais frequente).
21.4. Tratamento
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Semelhante ao da pancreatite aguda.
Fase controlada/manutenção da doença: tratamento conservador com cuidados dietéticos (pode
ser necessário reforço vitamínico; enzimas pancreáticas por via oral…).
Dieta sem gordura nem condimentos, fraccionada em refeições pequenas, sem café nem
bebidas com cafeína, com reforço de vitaminas lipossolúveis.
Abstenção da ingestão de álcool.
Enzimas digestivas (via oral) por insuficiência pancreática marcada na produção de
enzimas.
Analgésicos.
Controle da diabetes – instrução da avaliação de insulina e a sua administração.
Cirurgia ou CPRE.
Estratégias de coping/controlo do stress. Negociar e apoiar alterações no estilo de vida.
22.2.2.Exame Físico
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Queda ou enfraquecimento do cabelo;
Gengivorragias;
Distensão abdominal.
Avaliação dos Parâmetros Antropométricos
Peso (perda de peso superior a 10% é considerada grave)
Altura
IMC
% peso perdido = peso habitual – peso actual X 100
Peso perdido
Medição da prega cutânea do tricípede
membro
Perímetro muscular do braço = P.B. (cm) – (P.C.T. (cm)X 3,1416 superior não
dominante
Parâmetros Analíticos
Valores de bioquímica do sangue e urina
Valores de hematologia – Hemograma com hematócrito e Leucograma
De acordo com a doença e a avaliação nutricional a equipa deve escolher o tipo de suporte
nutricional que mais se adequa a situação.
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Suporte nutricional administrado por via per-ós ou sonda/gavagem directamente no tubo
digestivo
Manter bom estado nutricional
Manter função intestinal
i Barata, menos invasiva, só pode ser utilizada quando o doente tiver função intestinal normal
(anorexia; AVC; neoplasias; demências e alterações esofágicas; traumas maxilofacial, etc. – que
não comprometam a função gastrointestinal)
22.4.1.Indicações:
Doentes com impossibilidade de efectuar alimentação oral, sem contra-indicação para utilização do
tubo gastrintestinal que mantenha função normal.
22.4.2.Contra-indicações:
Ileo paralítico
Obstrução intestinal total
Pancreatite (exige suspensão total da ingestão oral)
Comprometimento da absorção intestinal
22.4.5.Administração
Via:
Per-ós;
Sonda nasogástrica com bomba de perfusão entérica – nasogástrica; naso-duodenal;
naso-jejunal; de gastrostomia ou de jejunostomia - o fluxo é controlado por bomba
para evitar sobrecarga
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Tempo:
Contínua (+ utilizada) – por 24horas com uma pausa nocturna de 6horas
Descontínua
Suplemento
22.4.7.Cuidados de enfermagem
Cuidados com sonda naso-entérica
Cuidados gerais
Lavar sonda com 50 ml de H2O na mudança de cada frasco (manter sonda
desobstruída)
Sonda de silicone ou poliuretano dura 3 meses; polivilinilo dura até 7 dias
Calibre adequado para o adulto 10 -14 Fr
Cuidados com soluções nutritivas e sistemas de perfusão
As soluções são abertas no momento da administração (são muito ricas em açúcar
logo a proliferação bacteriana é + rápida). A validade depois de abertura é de
24horas à temperatura ambiente, devendo ser guardadas no frigorífico também até
24horas
A solução depois de aberta pode ser mantida no frigorífico por um período máximo de
24h.
O gargalo dos frascos deve ser desinfectado com álcool a 70º (prevenir
contaminação).
Regular a bomba para o débito prescrito e nunca o alterar (bomba entérica – débito
deve ser rigorosamente perfundido).
Manter assepsia rigorosa (para prevenir possível contaminação do doente).
Trocar o sistema de perfusão a cada 24horas.
Outros cuidados
Programar se possível pausa para o período nocturno (porque no período nocturno
necessita-se de menos necessidades calóricas).
Em doentes com RGE elevar a cabeceira do leito a 30º - 45º.
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Monitorizar Volume Residual Gástrico (VRG) de 4/4 H nas 1ª 24h. Se não houver
alteração em cada mudança de frasco ou reinicio do esquema. O VRG não deve ser
superior ao perfundido nas últimas 2 horas. Se for o caso, reduzir débito para metade
e notificar médico ou equipa de NA (Nutrição Artificial) do volume medido e
notificadas as medidas implementadas (sempre que houver um volume residual
superior ao perfundido nas últimas horas deve-se parar a alimentação e avisar o
médico).
Vigiar aparecimento de complicações. Se for o caso fazer pausa alimentar e referir ao
médico.
Monitorizar glicemia capilar de 6/6h e gerir correcção de insulina. Se após as 24h não
alterações de 12/12h
Monitorizar glicosúria e cetonúria – 1º urina após a pausa alimentar (dieta diariamente
a partir da 1º urina após a pausa alimentar)
Avaliar peso 2vezes /semana para ter dados objectivos da nutrição prescrita
NB: Atender ao protocolo de cada serviço. Qualquer alteração dos parâmetros do
cliente deve ser referida ao médico ou equipa de NA
22.5. ALIMENTAÇÃO PARENTÉRICA - Aporte nutricional por via I.V. Periférica ou Central
+ complicações e + caro, mas melhor aporte nutricional.
22.5.1.Indicações
Suporte Nutricional
Desnutrição
Sépsis
Pós-operatório de grande cirurgia
Politraumatizados
Queimados
Neoplasias
Cirurgia GI grave que determina situação de repouso do aparelho digestivo
Repouso do Aparelho Digestivo
Doenças Inflamatórias Intestinais
Enterite rádica
Esofagite caustica que impede a deglutição
Fístulas Digestivas
Pancreatite
Cirurgia aparelho digestivo
22.5.2.Classificação
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Período de Duração:
Curto: situação de desnutrição resolvida até 1semana;
Médio: situação de desnutrição resolvida de 1 a 5 semanas;
Longo: situação de desnutrição resolvida em + de 5 semanas
Via de Administração:
Veia periférica
Consoante hiperosmolidade das substâncias
Veia central
Regimes Calóricos:
Normocalórica Consoante necessidades do doente
Hipercalórica
Tipos de Nutrientes
Total Consoante o tipo de nutrientes que compõem as
Suplementar soluções
22.5.3.Tipos de soluções
Veia Periférica
Standard (lípidos, a.a., aditivos de oligonutrientes e vitaminas) (igual para qualquer
pessoa)
Hepáticos (pobres em líquidos)
Insuficientes renais
Menos invasiva
Menos complicações
Nutrição parentérica de curta duração
Total ou suplementar
Necessidades calóricas e proteicas menores
Complicações
Flebites e tromboflebites (perfusão a débito rigoroso com bomba perfusora)
Necrose tecidular local da punção
Complicações metabólicas (hiperglicemia capilar com correcção com insulina)
Veia Central
Bolsas nutritivas personalizadas (de acordo com o estado nutricional e níveis
analíticos que o doente apresente)
É invasiva
+ complicações
Nutrição superior a 15 dias
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Total e adequada às necessidades específicas de cada doente
Permite maior aporte calórico e proteico
Complicações
Metabólicas (relacionadas com a perfusão da solução)
Infecciosas (focos de infecção intrínsecos ou extrínsecos) – hipertermias muito altas que não
cedem aos anti-piréticos
Mecânicas – decorrentes da cateterização central
22.5.4.Cuidados de enfermagem
Cuidados com cateter, solução e linhas
Assepsia rigorosa na preparação do Kit e na manipulação da bolsa nutritiva.
Desinfecção dos bucais com álcool a 70º.
Manipulação adequada dos sistemas de perfusão.
Seleccionar adequadamente a veia periférica para perfusão (bom calibre, membros
superiores) vigiar o local da punção assiduamente e efectuar rotatividade.
Assepsia rigorosa na cateterização e local da punção diariamente com penso estéril
(cuidados de penso).
Manutenção rigorosa do débito prescritos, não pode ser alterado.
Protocolo em veia periférica de preferência em Bomba Perfusora. O protocolo para
veia central obrigatoriamente em Bomba Perfusora.
Sistema com prolongador, sendo o sistema mudado diariamente em cada mudança
de saco e conforme procedimento.
A via de perfuração não deve ser utilizada para nenhum outro
procedimento (exclusivamente para manutenção nutricional)
Manter permeabilidade do cateter
Se mandatário parar a perfusão, substitui-la por glicose a 10%
Efectuar desmame com glicose a 10%
Vigiar o local da punção diariamente (opsite; penso tegaderm –
estéril mas que permite visualizar o local da punção)
Preparar doente para punção central (subclávia direita/esquerda ou jugulares
interna/externa)
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Colaborar com o médico no procedimento
Providenciar realização de Rx tórax após procedimento, se pedido
-nformar doente dos cuidados a ter com o sistema de administração e os objectivos
Preparar Material para P.V.C. (Punção Vascular Central)
Kit de P.V.C. com nº de vias adequado às necessidades de administração I.V. ao
doente.
Lidocaína, seringa e agulha de infiltração
Iodopovidona dérmica
Compressas esterilizadas
Luvas esterilizadas
Campo estéril com óculo
Fio de seda e instrumental de sutura
Material de penso
Sistema de perfuração com S.F.
Vigiar estado geral do doente quanto a potenciais complicações
Complicações após P.V.C. (maior risco nas 1as 4 h)
Complicações Mecânicas
Pneumotórax
Hidrotórax
Hematórax
Embolia gasosa
Após inicio de perfusão nutritiva
Complicações Metabólicas
Hiper/hipoglicemia
Hiper/hipopotassémia
Complicações infecciosas
Monitorizar glicemia de 6/h nas 1as 48h e se não houver alterações passar para 12/12h
Gerir esquema de insulina
Monitorizar glicosúria e cetonúria diariamente
Monitorizar balanço hídrico diário
Pesar doente 2X/semana
Monitorizar Sinais Vitais
Executar colheita de sangue e urina conforme protocolado
Aquando da remoção do cateter central enviá-lo para análise conforme protocolo.
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