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REVISA E “PÁ”, PROVA!

@graceliamenezes

Sumário
1 – DIREITO CIVIL ..................................................................................................................................................8
1.1. Retrocessão ................................................................................................................................................................8
1.2. Fiança ...........................................................................................................................................................................8
1.3. Fideicomisso................................................................................................................................................................8
1.4. Suspensão do Poder Familiar ............................................................................................................................... 10
1.5. Exercício do Poder Familiar ................................................................................................................................... 10
1.6. Dos Bens................................................................................................................................................................... 10
1.7. Da Prescrição ........................................................................................................................................................... 10
1.8. Da Condição ............................................................................................................................................................. 11
1.9. Da Mora..................................................................................................................................................................... 11
1.10. Sucessão: Da Ordem da vocação herditária .................................................................................................... 11
1.11. Responsabilidade Civil: Da obrigação de indenizar ........................................................................................ 11
1.12. Dos Defeitos do Negócio Jurídico: Do Dolo...................................................................................................... 12
1.13. Da Administração dos bens e filhos menores: ..................................................................................................12
1.14. Inadimplemento das obrigações ......................................................................................................................... 13
1.15. Da cláusula penal .................................................................................................................................................. 13
1.16. Do Pagamento: Presunção do Pagamento (Regras) ...................................................................................... 13
1.17. Da regra especial de pagamento: Imputação de pagamento ........................................................................ 14
1.18. Direito de personalidade: Nome ......................................................................................................................... 14
1.19. Bem de Família: Zona rural - Impenhorabilidade ............................................................................................. 15
2. PROCESSO CIVIL ............................................................................................................................................16
2.1. Do valor da Causa ................................................................................................................................................... 16
2.2. Ação Civil Pública: Da coisa julgada .................................................................................................................... 16
2.3. Juízo de Retratação ................................................................................................................................................ 16
3 - ECA ................................................................................................................................................................. 17
3.1. Do acesso à justiça ................................................................................................................................................. 17
3.2. Da adoção................................................................................................................................................................. 17
3.3. Do Conflito Negativo de Competência ................................................................................................................. 18
3.4. SINASE - (Lei 12.594/12) - Do plano individual de Atendimento .................................................................... 18
3.5. SINASE – (Lei 12.594/12) - Execução de Medidas Socioeducativas ............................................................. 19
3.6. Medidas Socioeducativas - Finalidade ................................................................................................................ 19

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4. CONSUMIDOR..................................................................................................................................................20
4.1. Práticas Comerciais: Oferta ................................................................................................................................... 20
4.2. Práticas comerciais: Recusa à oferta - Cumprimento forçado......................................................................... 20
4.3. Plano de Saúde Coletivo: Reajuste por faixa etária .......................................................................................... 21
4.4. Responsabilidade Solidária: Art. 25, § 1º do CDC ............................................................................................. 22
5. PENAL GERAL E PARTE ESPCIAL ...............................................................................................................22
5.1. Causa de extinção da punibilidade: Prescrição da Pretensão Punitiva ......................................................... 22
5.2. Eficácia da lei penal no espaço: Lugar do Crime ............................................................................................... 23
5.3. Do Crime: Crimes que não admitem tentativa .................................................................................................... 23
5.4. Do Crime: Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz ............................................................................ 23
5.5. Do Crime: Arrependimento posterior.................................................................................................................... 23
5.6. Do Crime: Tipicidade - Teoria Incidiária .............................................................................................................. 24
5.7. Concurso de Crimes ............................................................................................................................................... 24
5.8. Concurso de Pessoas: Requisitos ........................................................................................................................ 24
5.9. Concurso de Pessoas:Teoria dualista ................................................................................................................. 24
5.10. Concurso de Pessoas:Teoria da Acessoriedade Limitada ............................................................................. 25
5.11. Concurso de Pessoas: Participação em crime culposo .................................................................................. 25
5.12. Concurso de Pessoas: Conveniência/Participação Negativa ........................................................................ 25
5.13. Conduta Escandalosa .......................................................................................................................................... 26
5.14. Furto Mediante Fraude ......................................................................................................................................... 26
5.15. Latrocínio ................................................................................................................................................................ 26
5.16. LEP (7.210/84): Prática de falta grave.....................................................................................................26

6 . PROCESSO PENAL ........................................................................................................................................27


6.1. Da Competência pelo lugar da infração .............................................................................................................. 27
6.2. Da Competência pela Conexão ou Continência ................................................................................................ 27
6.3. Das medidas assecuratórias ................................................................................................................................. 28
6.4. Das Provas ............................................................................................................................................................... 28
6.5. Ação Penal: Exercício da ação penal, condições e respectivo controle jurisdicional .................................. 29
6.6. Da Citação ................................................................................................................................................................ 29
6.7. Dos Prazos ............................................................................................................................................................... 29
6.8. Pedido de Reconsideração .................................................................................................................................... 30
6.9. Lesão Corporal seguida de morte x Homicídio .................................................................................................. 30
6.10. LEP (Lei 7.210/84): Remição pelo trabalho ...................................................................................................... 31
6.11. LEP: Do apenado e do internado – Coleta compulsória de material ............................................................ 31
6.12. Organização Criminosa: Colaboração premiada - Serendipidade - Encontro fortuito de provas .......... 32

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6.13. Organização Criminosa: Colaboração premiada - Acordo de Colaboração Premiada ............................. 33


6.14. Organização Criminosa: Lei de Organização Criminosa - Penas ................................................................. 33
6.15. Organização Criminosa: Colaboração premiada - Termo de Confidencialidade........................................ 33
6.16. Organização Criminosas: Colaboração premiada - Do Sigilo........................................................................ 33
6.17. Organização Criminosa: Acordo de Colaboração premiada .......................................................................... 34
6.18. Organização Criminosa: Colaboração premiada - Recurso ........................................................................... 34
6.19. Organização Criminosa: Colaboração premiada - Da Infiltração de Agentes............................................. 35
6.20. Organização Criminosa: Art. 2º, caput, Lei 12.850/13 .................................................................................... 35
6.21. Organização Criminosa: Art. 2º, § 3º, Lei 12.850/13 - Aumento de pena .................................................... 35
6.22. Organização Criminosa: Da ação controlada ................................................................................................... 36
6.23. Organização Criminosa: Colaboração premiada - das provas ...................................................................... 36
6.24. Organização Criminosa - Conceito .................................................................................................................... 36
6.25. JECRIM: Lei 9.099/95 - Institutos despenalizadores ...................................................................................... 37
6.26. JECRIM: Transação Penal .................................................................................................................................. 37
6.27. JECRIM: Suspensão Condicional do Processo ............................................................................................... 37
6.28. JECRIM: Sursis Processual x Sursis da Pena ................................................................................................. 38
6.29. JECRIM: Transação Penal - Apelação .............................................................................................................. 38
6.30. Emendatio Libeli - Aditamento da denúncia ..................................................................................................... 38
7 – CONSTITUCIONAL ........................................................................................................................................39
7.1. Extradição de Brasileiro Naturalizado .................................................................................................................. 39
7.2. Mando de Segurança: Liminar .............................................................................................................................. 39
7.3. Mando de Segurança: Embargos Infringentes ................................................................................................... 39
7.4. Mandado de Segurança: Técnica de Julgamento e Embargos Infringentes ................................................. 40
7.5. ADI: Julgamento - Prejudicialidade ...................................................................................................................... 40
7.6. Organização do Estado: Municípios - Contas de Gestão e Contas de Governo .......................................... 40
7.7. Administração Pública: Servidores Públicos - subsídio .................................................................................... 41
7.8. Administração Pública: Parcelas Remuneratórias ............................................................................................. 41
7.9. Agentes Públicos: RGPS ....................................................................................................................................... 42
7.10. Tribunal de Contas: Da natureza da atividade do Tribunal ............................................................................ 42
7.11. Tribunal de Contas: Competência ...................................................................................................................... 42
7.12. Tribunal de Contas: Criação de cargo em comissão ...................................................................................... 43
7.13. Do Poder Judiciário: STJ - Competência .......................................................................................................... 43
7.14. Do Poder Judiciário: STF - Competência .......................................................................................................... 43
8 . ELEITORAL .....................................................................................................................................................43
8.1. Ações Eleitorais: Procedimento da AIJE ............................................................................................................. 44

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8.2. Ações Eleitorais: Procedimento da AIRC ............................................................................................................ 45


8.3. Ações Eleitorais: Procedimento da Representação (art. 96) ........................................................................... 45
8.4. Fonte material e fonte formal ................................................................................................................................. 45
8.5. Do processo das infrações: Prazo para oferecimento da denúncia pelo MP:............................................... 46
9. ADMINISTRATIVO ...........................................................................................................................................46
9.1. Improbidade Administrativa: Prejuízo ao Erário (Lei 8429/92) ........................................................................ 46
9.2. Improbidade Administrativo: Da Prescrição ........................................................................................................ 46
9.3. Improbidade Administrativa: Verbos núcleo dos atos de improbidade ........................................................... 47
9.4. Tombamento ............................................................................................................................................................ 47
9.5. Processo Administrativo: Prazo - ato de concessão inicial de aposentadoria pelo TCU: .......................... 48
9.6. Licitação: Lei 14.133/21 - Estudo Técnico preliminar: ....................................................................................... 48
9.7. Licitação: Lei 14.133/21 - Reajustamento x Repactuação x Recomposição ................................................. 48
9.8. Licitação: Lei 14.133/21 - Regimes de execução indireta de obras públicas ................................................ 49
9.9. Licitação: Lei 14.133/21 - Principio da Segregação de Função x Princípio da Publicidade ....................... 49
9.10. Licitação: Lei 14.133/21 - Estudo técnico preliminar ....................................................................................... 50
9.11. Licitação: Lei 14.133 - Concessão administrativa de uso de bem público ................................................. 50
9.12. Licitação: Lei 14.133/21 - Exceções da aplicação das normas gerais ......................................................... 51
9.13. Lei 8112/90: Incontinência pública x Conduta escandalosa na repartição .................................................. 51
9.14. Repercussão Geral: Tema 666 x Tema 999 ..................................................................................................... 52
9.15. Acordo de Leniência - Lei 12.846/13 ................................................................................................................. 52
10. AMBIENTAL ............................................................................................................................................................. 53
10.1. Princípio da Precaução ........................................................................................................................................ 53
10.2. SNUC: Lei 9.985/00 - Unidades de Conservação - populações tradicionais .............................................. 53
10.3. SNUC - Lei 9.985/00: APA..................................................................................................................................53

10.4. PNMA: Lei 6.938/81 - Servidão Ambiental........................................................................................................ 53


10.5. Princípio da Máxima Informação ........................................................................................................................ 54
10.6. Crimes Ambientais: Lei 9.605/98 ........................................................................................................................ 54
10.7. Responsabilidade Administrativa penal: Lei 9.605/98 .................................................................................... 55
10.8. Crimes Ambientais: Penas aplicáveis – Pessoa Jurídica ................................................................................55
10.9. Crimes Ambientais: Sanções restritivas de direito – Lei 9.605/98 ................................................................ 55
10.10. Transação Penal – Lei 9.605/98 ....................................................................................................................... 56
10.11. Características do Direito Ambiental.....................................................................................................56

11. EMPRESARIAL ..............................................................................................................................................57


11.1. Recuperação Judicial: Plano de recuperação judicial – Índice de correção monetária ........................ 57
11.2. Recuperação Judicial: Créditos sujeitos à recuperação judicial.................................................................... 58

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11.3. Recuperação Judicial: Fases .............................................................................................................................. 58


11.4. Recuperação Judicial: Competência.................................................................................................................. 62
11.5. Recuperação Judicial: Meios de recuperação judicial: ................................................................................... 62
11.6. Recuperação Judicial: Do Pedido: ..................................................................................................................... 63
11.7. Recuperação Judicial: Ordem dos créditos ...................................................................................................... 64
11.8. Falência: Defesa do devedor na falência .......................................................................................................... 64
11.9. Falência: Requerimento pelo credor .................................................................................................................. 65
11.10. Falência: Etapas.................................................................................................................................................. 65
11.11. Duplicata: Classificação ..................................................................................................................................... 65
11.12. Da resolução da sociedade em relação a um sócio...................................................................................... 65
11.13. Endosso Translativo ........................................................................................................................................... 66
11.14. Sociedade de propósito específico: LC 123/06.............................................................................................. 66
11.15. Joint venture......................................................................................................................................................... 67
11.16. Ação Pauliana...................................................................................................................................................... 67
11.17. Nome Empresarial .............................................................................................................................................. 68
12. TRIBUTÁRIO ..................................................................................................................................................68
12.1. ISS: LC 116/03 ...................................................................................................................................................... 68
12.2. ITCMD: Repercussão Geral - tema 825 - STF ................................................................................................. 68
12.3. Renúncia de receita: LC 101/00 ......................................................................................................................... 69
12.4. ICMS: Repercussão Geral - Tema 1099 ........................................................................................................... 69
12.5. ICMS: Anulação do crédito - operações anteriores ......................................................................................... 69
12.6. Financeiro: Das despesas - Lei 4.320/64 .......................................................................................................... 70
12.7. Preços de serviços públicos e Taxas ................................................................................................................. 70
12.8. ITBI: Base de cálculo ............................................................................................................................................ 70
12.9. Modalidade de lançamento: Lançamento por homologação ......................................................................... 70
12.10. IPTU: Imunidades ............................................................................................................................................... 71
13. SÚMULAS .......................................................................................................................................................71
13.1. Súmulas Vinculantes ............................................................................................................................................ 71
13.2. Súmulas STF ......................................................................................................................................................... 71
13.3. Súmulas TSE ......................................................................................................................................................... 72
13.4. Súmulas STJ .......................................................................................................................................................... 72

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Atualizado até 30.10.2023

O MATERIAL: Conteúdo retirado das minhas fichas de revisão de véspera, elaboradas durante meus
estudos para a Magistratura Estadual. Transcrevo pontos importantes, muito cobrados. Ainda aqueles
bem desafiadores que não fixo e acabo errando em várias questões. Estas fichas foram elaboradas
durante minha preparação para as provas do TJDFT/2023, TJMS/2023 e, algumas já direcionadas
para o TJES/2023. Ou seja, temas cobrados em provas objetivas das bancas CEBRASPE E FGV.
São 136 FICHAS para REVISÃO DE VÉSPERA.
O OBJETIVO: revisão rápida na semana que antecede a prova, dois, três dias. Acabou de revisar,
já é a prova: “REVISA E “PÁ”, PROVA”.

Material Gratuito para concurso!


.
LEGENDA DE CORES:
AMARELA: DESTAQUE

VERDE: PONTOS RELEVANTES E TEMAS COBRADOS TRÊS OU MAIS VEZES EM PROVAS

VERMELHA: TEM QUE SABER

ELABORAÇÃO: Gracélia Menezes


REVISÃO: Fernando E. Hack
EDIÇÃO: Gracélia Menezes

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BLOCO I

1 – DIREITO CIVIL
1.1 . Retrocessão:

Conceito:
É o direito que o expropriado tem de reaver o bem
expropriado caso haja desvio de finalidade.
Previsão legal: art. 519, CC: “Se a coisa expropriada para fins de necessidade ou utilidade pública, ou por
interesse social, não tiver o destino para que se desapropriou ou não for utilizada em obras ou serviços
públicos, caberá ao expropriado direito de preferência, pelo preço atual da coisa.”

1.2. Fiança:
“As dívidas futuras podem ser objeto de fiança, mas o fiador, neste caso, não será
Art. 821, CC demandado senão depois que se fizer certa e líquida a obrigação do principal devedor.”
Art. 827, CC “O fiador demandado pelo pagamento da dívida tem direito a exigir, até a contestação
(Cobrado 3x) da lide, que sejam primeiro executados os bens do devedor. (benefício de ordem)
(...)”.
“Não aproveita esse benefício (benefício de ordem) ao fiador:
Art. 828, CC I - se ele o renunciou expressamente; (inciso cobrado pelo menos 2x)
(Cobrado 2x) II - se se obrigou como principal pagador, ou devedor solidário;
III – se o devedor for insolvente, ou falido.”
“O fiador poderá exonerar-se da fiança que tiver assinado sem limitação do tempo,
Art. 835, CC sempre que lhe convier, ficando obrigado por todos os efeitos da fiança, durante 60
(Cobrado 2x) dias após a notificação do credor.”
“Pode-se estipular a fiança, ainda que sem consentimento do devedor ou contra a sua
Art. 820, CC vontade.” ASSERTIVA ERRADA: A manifestação de vontade do devedor é requisito essencial à
validade da fiança. (não é requisito essencial. A vontade do devedor é IRRELEVANTE).

1.3. Fideicomisso:
Substituição testamentária: conceito
“A substituição é a disposição testamentária na
qual o testador chama uma pessoa para receber,
no todo ou em parte, a herança ou legado, na falta
ou após o herdeiro ou legatário nomeado em
primeiro lugar, ou seja, quando a vocação deste ou
daquele cessar por qualquer causa.” (Fonte: Manual de
Direito Civil – Volume Único/Flávio Tartuce, pag. 1790, 8ª ed.).

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Modalidades de substituições de acordo com o CC/02:


1 - Substituição vulgar ou ordinária Art. 1.947, CC
2 - Substituição recíproca Art.1.948, CC e Art. 1.950, CC
Pode o testador instituir herdeiros ou legatários,
estabelecendo que, por ocasião de sua morte, a
herança ou legado se transmite ao fiduciário,
resolvendo-se o direito deste, por sua morte, a certo
tempo ou sob certa condição, em favor de outrem que se
qualifica de fideicomissário (art. 1.951 do CC).
3 - SUBSTUIÇÃO FIDEICOMISSÁRIA
Esclarecendo, de forma sucessiva, o fideicomitente
(testador ou autor da herança) faz uma disposição do
patrimônio para o fideicomissário (1º herdeiro) e para o
fideicomissário (2º herdeiro). Ocorrendo o termo ou a
condição fixada, o bem é transmitido para o
fideicomissário. (Fonte: Manual de Direito Civil – Volume
Único/Flávio Tartuce, pag. 1791, 8ª ed.).

Fideicomitente Fiduciário Fideicomissário

(testador) (1º herdeiro) (2º herdeiro)

Origem do Origem em Roma. Segundo Silvio Venosa, “muitas pessoas


Fideicomisso estavam impedidas de concorrer à herança, o testador burlava
eventuais proibições pedindo a um herdeiro que se
encarregasse de entregar seus bens ao terceiro que o testador
queria verdadeiramente beneficiar.

De olho nessas observações:


O fideicomisso NÃO pode ser instituído por Enunciado n. 529 da V Jornada de Direito Civil: “O
contrato (sob pena de infringir a proibição do fideicomisso, previsto no art. 1.951 do Código Civil,
pacto sucessório). Art. 426, CC. somente pode ser instituído por testamento”.
- Só é possível fideicomisso para beneficiar
como fideicomissário a prole eventual. Art. “Art.1.952, CC: A substituição fideicomissária somente
1.952, caput, CC. se permite em favor dos não concebidos ao tempo da
- Não é mais viável juridicamente o morte do testador. (...).” (este artigo foi cobrado pela
fideicomisso em benefício de pessoa já CEBRASPE – TJDFT/2023)
nascida ou concebida (nascituro). Art. 1.952,
parágrafo único, CC.

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1.4. Suspensão do poder familiar:


“Suspende-se igualmente o poder familiar ao pai ou à mãe
Art. 1.637, parágrafo único, CC: condenados por sentença irrecorrível, em virtude de crime cuja
pena exceda a 2 anos de prisão.”

1.5. Exercício do poder familiar:


“Representá-los judicial e extrajudicialmente até os 16 anos, nos atos da vida civil,
Art. 1.634, VII, CC: e assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o
consentimento.” (Atenção porque a banca troca a idade).

1.6. Dos bens:


(Cobrado pela FGV)
Classificação dos bens:

Um veículo é considerado uma universalidade de fatos?

Resposta: NÃO. É um bem singular. Art. 89, CC.

Um veículo emplacado e cadastrado individualmente é um bem fungível?

Resposta: Não. É infungível. Como no caso o veículo já foi cadastrado, será infungível.
Além do mais, tem outros elementos como contratação, documentação, registro. Em caso de eventual
problema, a concessionária não pode simplesmente dar outro carro igual, terá que fazer toda outra
documentação.
“Antes do emplacamento, documento e registro, o carro é bem fungível, depois, se torna bem
infungível.” (Art. 85, CC).
Um jogo de pneus é considerado uma universalidade de direito?
Resposta: Não. É uma universalidade de fato, já que é um conjunto de bens singulares. “Art. 90,CC: Constitui
universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação
unitário.”
Uma frota de veículos, coletivamente considerada, é uma universalidade de fato?
Resposta: Correto. Art. 90, CC. Exemplo: Um rebanho, uma biblioteca, etc.

1.7. Prescrição:
“A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita,
Art. 191, CC: sem prejuízo de 3º, depois que a prescrição se consumar; tácita é a renúncia
(Cobrado 4 x) FGV quando se presume de fatos do interessado, incompatíveis com a prescrição.”

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1.8. Da Condição:
Art. 121, CC: “Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade
(Cobrado 3x) FGV das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.”

1.9. Da Mora:
“Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em mora,
Art. 398, CC: desde que o praticou.”

“O devedor em mora, responde pela impossibilidade da prestação, embora essa


Art. 399, CC: impossibilidade resulte de caso fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem
(Cobrado 2x) durante o atraso; salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria
ainda quando a obrigação fosse oportunamente desempenhada.”
“A mora do credor subtrai o devedor isento de dolo à responsabilidade pela
Art. 400, CC: conservação da coisa, obriga o credor a ressarcir as despesas empregadas em
(Cobrado 2x) conservá-la, e sujeita-o a recebê-la pela estimação mais favorável ao devedor,
se o seu valor oscilar entre o dia estabelecido para o pagamento e o da sua
efetivação.”

1.10. Sucessão: Da ordem da vocação hereditária


Art. 1.841, CC: “Concorrendo a herança do falecido irmãos bilaterais com irmãos
(Cobrado 2x) unilaterais cada um destes herdará metade do que cada um daqueles
herdar.”

IRMÃO BILATERAIS: irmãos germanos, ou seja, mesmo pai e mesma mãe.


IRMÃOS UNILATERAIS: mesmo pai = irmãos consanguíneos; mesma mãe = irmãos uterinos.

Em outras palavras, os irmãos bilaterais, herdam o DOBRO dos irmãos unilaterais


nos termos do art. 1.841, CC.

1.11. Responsabilidade Civil: Da obrigação de indenizar


“A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais
Art. 935, CC: sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões
(Cobrado 1x) se acharem decididas no juízo criminal.”

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1.12. Dos defeitos do negócio jurídico: Do dolo


“O dolo do representante legal de uma das partes só obriga o representado a
Art. 149, CC: responder civilmente até a importância do proveito que teve (primeira parte) se,
(Cobrado 1x) porém, o dolo for do representante convencional, o representado responderá
solidariamente com ele por perdas e danos. (segunda parte).”

Memoriza aí:
Representado responde ATÉ A IMPORTÂNCIA DO
Representante legal de 1 das partes: PROVEITO que teve.
Representado responderá SOLIDARIAMENTE com ele por
Representante Convencional: perdas e danos.

Tem que saber:


Art. 145, CC: “São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa.
(Cobrado 3x) FGV
“O dolo acidental só obriga à satisfação das regras das perdas e danos, e é
Art. 146, CC: acidental quando a seu despeito, o negócio seria realizado, embora por
(Cobrado 1x) outro modo.”
Art. 150, CC: “Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo
(Cobrado 1x) para anular o negócio, ou reclamar indenização.

1.13. Da administração dos bens e filhos menores:


“Excluem-se do usufruto e da administração dos pais: (...)
Art. 1.693, II, CC: II – Os valores auferidos pelo filho maior de 16 anos, no exercício de atividade
(Cobrado 1x) profissional e os bens com tais recursos adquiridos. (...).”

ATENÇÃO Ainda que relativamente incapaz, por exemplo, com 17 anos de idade, os pais
O não têm direito de administrar os valores recebidos por ele.

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1.14. Inadimplemento das obrigações:

TEORIA DO INADIMPLEMENTO EFICIENTE (“Efficient Breach Theory”)

Essa teoria afirma que o inadimplemento de contrato aumenta o bem-estar social SE os benefícios
que a quebra contratual garante ao devedor são maiores do que as perdas geradas para o credor. Ou
seja, se o custo para o devedor cumprir o contrato for maior do que o lucro a ser auferido pelo credor,
então, o cumprimento do contrato NÃO SERÁ socialmente desejável.

Obs.: Essa teoria sugere que o contratante diante de uma oportunidade mais lucrativa possa cumprir
deliberadamente o pacto firmado, honrando com o pagamento a multa contratual prevista. Cuida-se
do dever de mitigar o próprio prejuízo (“Duty to mitigate the loss”).

É uma manifestação da chamada análise econômica do direito, com aplicação em países fidelizados
ao sistema do Common Law. Com origem e aplicação nos EUA.

1.15 – Da cláusula penal:

Nas hipóteses do Art. 413, CC, o juiz deverá reduzir a cláusula penal de
ofício.
Enunciado 356 do CJF: “Art. 413, CC: A penalidade deve ser reduzida se a obrigação principal tiver
sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente
excessivo, tendo em vista a natureza e finalidade do negócio.” (Cobrado 2x).

COLA E DECORA - ARTIGO MUITO IMPORTANTE!


“Para exigir a pena convencional não é necessário que o credor alegue prejuízo.
Parágrafo único: Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não
Art. 416, CC: pode o credor exigir indenização suplementar se assim não foi o
(Cobrado 3x) convencionado. Se o tiver sido, a pena vale como mínimo da indenização,
competindo ao credor provar o prejuízo excedente.”

1.16. Do Pagamento: Presunção do Pagamento (Regras)


Regra do Art. 325, CC: “Presumem-se a cargo do devedor as despesas com o pagamento e a
quitação (regra), se ocorrer aumento por fato do credor, suportará este a despesa acrescida
(exceção).

ATENÇÃO
1 – Todas as presunções são relativas (iuris tantum), admitindo prova em contrário.
2 – Também admitem previsão em contrário pelas partes, geralmente constante no próprio recibo.

ASSERTIVA CORRETA (FGV): As despesas com pagamento são: do devedor, EXCETO se


o contrário tiver sido estipulado em contrato.

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1.17. Regra especial de pagamento: Imputação de Pagamento:


➢ O ato de imputação é UNILATERAL, por isso, o instituto está elencado como uma regra especial
de pagamento.
Tema de muita incidência nas provas da FGV.

“A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, tem o
Art. 352, CC: direito de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos e
(Cobrado 3x) vencidos.”
“Se o devedor não fizer a indicação do art. 352, e a quitação for omissa quanto a
Art. 355, CC: imputação, esta se fará nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar. Se a dívidas
(Cobrado 2x) forem todas líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a imputação far-se-á na mais
onerosa.”
• Juridicamente, imputar significa: INDICAR, APONTAR.

ELEMENTOS DA IMPUTAÇÃO:
a) Identidade de devedor e credor;
b) 2 ou mais débitos da mesma natureza;
c) Dívidas líquidas e vencidas. (Dívidas certas quanto à existência, determinadas quanto ao valor.)

1.18. Direito da Personalidade: Nome


Vamos de jurisprudência:
Revelia NÃO presume concordância tácita com a modificação do nome.
“(...) 4- O fato de a ré ter sido revel em ação de divórcio em que se pretende, também, a
exclusão do patronímico adotado por ocasião do casamento não significa concordância
tácita com a modificação de seu nome civil, quer seja porque o retorno ao nome de
solteira após a dissolução do vínculo conjugal exige manifestação expressa nesse
sentido, quer seja o efeito da presunção de veracidade decorrente da revelia apenas
atinge às questões de fato, quer seja ainda porque os direitos indisponíveis não se
REsp 1.732.807/RJ: submetem ao efeito da presunção da veracidade dos fatos.
5- A pretensão de alteração do nome civil para exclusão do patronímico adotado por cônjuge
por ocasião do casamento, por envolver modificação substancial em um direito da
personalidade, é inadmissível quando ausentes quaisquer circunstâncias que justifiquem a
alteração, especialmente quando o sobrenome se encontra incorporado e consolidado em
virtude do uso contínuo do patronímico pela ex-cônjuge por quase 35 anos.
6- Recurso especial conhecido e desprovido.(...)”. Fonte: STJ
Exclusão de prenome da criança - possível nome diferente do
REsp 1.905.614/SP: consensualmente escolhido pelos genitores.
“(...) 6- O ato do pai que, conscientemente, desrespeita o consenso prévio entre os
genitores sobre o nome a ser de dado ao filho, acrescendo prenome de forma
unilateral por ocasião do registro civil, além de violar os deveres de lealdade e de boa-
fé, configura ato ilícito e exercício abusivo do poder familiar, sendo motivação
bastante para autorizar a exclusão do prenome civil indevidamente atribuído à criança
que completará 04 anos em 26/05/2021 e que é fruto de um namoro que se rompeu logo
após o seu nascimento.
7- É irrelevante apurar se o acréscimo unilateralmente promovido pelo genitor por
ocasião do registro civil da criança ocorreu por má-fé, com intuito de vingança ou com o
propósito de, pela prole, atingir à genitora, circunstâncias que, se porventura verificadas,
apenas servirão para qualificar negativamente a referida conduta. (...).” Fonte: STJ

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Restabelecimento do nome de solteiro - falecimento do cônjuge -


possibilidade.
“(...) 3- O direito ao nome é um dos elementos estruturantes dos direitos da
personalidade e da dignidade da pessoa humana, pois diz respeito à propriedade
identidade pessoal do indivíduo, não apenas em relação a si, como também em ambiente
familiar e perante a sociedade.
4- Impedir a retomada do nome de solteiro na hipótese de falecimento do cônjuge
REsp 1.724.718/MG:
implicaria em grave violação aos direitos da personalidade e à dignidade da pessoa
humana após a viuvez, especialmente no momento em que a substituição do
patronímico é cada vez menos relevante no âmbito social, quando a questão está, cada
dia mais, no âmbito da autonomia da vontade e da liberdade e, ainda, quando a
manutenção do nome pode, em tese, acarretar ao cônjuge sobrevivente abalo de natureza
emocional, psicológica ou profissional, em descompasso, inclusive, com o que preveem as
mais contemporâneas legislações civis.
5- Na hipótese, a justificativa apresentada pela parte - reparação de uma dívida moral com
o genitor, que foi contrário à assunção do patronímico do cônjuge, e com isso atingir a sua
paz interior - é mais do que suficiente para autorizar a retomada do nome de solteiro pelo
cônjuge sobrevivente. (..)”. Fonte: STJ

“O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou


Art. 17, CC: (nome alheio) representações que exponham ao desprezo público, ainda quando não haja
intenção difamatória.”
Art. 18, CC: (nome alheio) “Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda
(Cobrado 1x) comercial.

1.19. Bem de Família: Zona rural - Impenhorabilidade


Tema 961 – STF É impenhorável a pequena propriedade rural familiar constituída de mais de 01 (um)
ARE 1.038.507 terreno, desde que contínuos e com área total inferior a 04 (quatro) módulos
fiscais do município de localização.
“As regras de impenhorabilidade do bem de família, assim como da propriedade rural, amparam-se no princípio da dignidade
humana e visam garantir a preservação de um patrimônio jurídico mínimo.” (Fonte: Site STF).

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2 – PROCESSO CIVIL

2 .1. Do Valor da Causa:


“O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será: (...)
Art. 292, VIII, CPC: VIII – na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do pedido principal. (...)”.
(Cobrado 3x)

2.2. Ação Civil Pública: Da Coisa Julgada:


Nas ações coletivas para defesa de direitos individuais homogêneos, a coisa julgada é erga
omnes, na procedência do pedido.
“Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará coisa
julgada: (...)
Art.103, III, CDC: III – erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, para
(Artigo cobrado 4x pela FGV) beneficiar todas as vítimas e seus sucessores, na hipótese do
inciso III do parágrafo único do art. 81.”
“A defesa coletiva será exercida quando se tratar de: (...)
Art. 81 parágrafo único, III, CDC: III – interesse ou direitos individuais homogêneos, assim
(Artigo cobrado 3x pela FGV) entendidos os decorrentes de origem comum.”

2.3. Juízo de Retratação:


A retratação pode ocorrer no caso de:
1) Sentença terminativa SEM resolução do mérito (Art. 485, §7º, CPC);
2) Indeferimento da inicial (Art. 331, CPC);
3) Improcedência liminar do pedido (Art. 332, CPC).
SENTENÇA TERMINATIVA SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO: O réu foi citado, portanto, só
pode haver retração após a integração do contraditório e ampla defesa por parte do apelado. Isso
culmina com a possibilidade de fazer juízo de retratação SOMENTE APÓS AS CONTRARRAZÕES.
INDEFERIMENTO DA INICIAL: O réu NÃO foi citado, portanto, o juízo de retratação é feito,
ANTES de citar o réu, de modo, que o réu só será citado para apresentar contrarrazões se NÃO
HOUVER RETRATAÇÃO.
IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO: O réu NÃO foi citado, portanto, o juízo de retratação
é feito ANTES de citar o réu, de modo que o réu será citado para apresentar as contrarrazões se
NÃO houver retratação.

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3 – ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (ECA)


3 .1. Do Acesso à Justiça:
“É vedada à divulgação de atos judiciais, policiais e administrativos que digam respeito a
Art. 143, ECA: crianças e adolescentes a que se atribua autoria de atos infracionais.”

ESTA É A REGRA. ELA NÃO É ABSOLUTA.

EXCEÇÕES: Possível (a divulgação) se demonstrar:


1 – Interesse Jurídico;
2 – Justificada a finalidade no pleito do acesso aos autos.
(STJ - 6ª Turma - RMS 65.65.046/MS, de 01.06.2021 - info 699).

“(...) 1. O art. 143 do Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece, como regra geral, a
vedação à divulgação de atos judiciais, policiais e administrativos que digam respeito à apuração
de atos infracionais. Esta disposição, em primeiro juízo, obsta o acesso de terceiros aos
referidos autos.
2. Todavia, a vedação contida no art. 143 do Estatuto da Criança e do Adolescente não é
absoluta, sendo mitigada, conforme se extrai do art. 144 deste mesmo diploma normativo,
nas hipóteses em que há interesse jurídico e justificada finalidade no pleito de acesso aos
autos. Nesse caso, presentes interesse
e finalidade justificadas, deverá a autoridade judiciária deferir a extração de cópias ou
certidões dos atos do processo infracional.
RMS 65.046/MS - 3. No caso, a Recorrente comprovou seu interesse jurídico, pois é mãe da adolescente apontada
STJ/6T: como infratora e foi vítima do ato infracional imputado à filha. Ademais, a Recorrente apresentou
finalidade justificada ao pleitear o seu acesso aos autos do processo de apuração do ato
infracional, consignando a utilidade dos documentos nele produzidos para servirem como
provas em ação de deserdação.
4. Uma vez que o Estatuto da Criança e do Adolescente exige a justificação da finalidade para
a qual se defere o pleito de acesso aos autos e de extração de cópias do processo de apuração
de ato infracional, é certo que a concessão do pedido está vinculada a esta finalidade (no caso,
instrução de ação de deserdação), não podendo a Recorrente utilizar os documentos obtidos
para finalidade diversa, sob pena de responsabilização cível e penal.
5. Recurso ordinário provido para conceder a segurança, determinando ao Juízo da Vara da
Infância e da Adolescência de Campo Grande/MS que permita o acesso da Recorrente aos
autos do Processo de Apuração de Ato Infracional n. 0020018-05.2018.8.12.0001 e a
extração das cópias dos documentos destinados exclusivamente a instruir ação de
deserdação contra a autora do ato infracional.

3.2. Adoção
“A adoção será precedida de estágio de convivência com a criança ou
Art. 46, caput, ECA: adolescente, pelo prazo máximo de 90 dias (pode ser prorrogável até igual
(Cobrado 4x pela FGV) período §2º-A), observadas a idade da criança ou adolescente e as
peculiaridades do caso. (...)”
“A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a despensa da realização do
Art. 46, § 2º, ECA: estágio de convivência. (...).”
(Cobrado 2x) FGV
ADOÇÃO EXTERIOR - estágio de convivência
Art. 46, § 3º, ECA: Prazo mínimo: 30 dias
(Cobrado 2x) Prazo máximo: 45 dias (prorrogável 1 única vez)

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O estágio de convivência poderá ser dispensado se o adotando já estiver sob a tutela ou guarda
legal do adotante durante tempo suficiente para que seja possível avaliar a conveniência da
constituição do vínculo. (Art. 46, § 1º, ECA 1 cobrado 1x).

3.3. Competência: Conflito negativo de Competência


TESE: "A Justiça da Infância e da Juventude tem competência absoluta para
REsp 1.846.781- MS - RR processar e julgar causas envolvendo matrícula de menores em creches ou
Tema: 1058 escolas, nos termos dos arts. 148, IV, e 209 da Lei 8.069/90".
(Info 685)

Esse entendimento sobre acesso (matrícula) ao ensino se aplica, portanto, a


ATENÇÃO
demandas que discutam permanência, o que abrange reformas de
estabelecimento de ensino.

“Compete à justiça da Infância e da Juventude processar e julgar


STJ - 2T - AREsp 1.840.462- SP: causas envolvendo reformas de estabelecimento de ensino de
(Info 729) crianças e adolescentes.” (mesmo figurando no polo passivo o Estado).
Pub.: 15.03.22

3.4. SINASE (Lei 12.594/12) - PIA: prazos para elaboração para cumprimento das medidas de
Prestação de Serviços à Comunidade e Liberdade Assistida
“Para o cumprimento das medidas de prestação de serviço à comunidade e de
Art. 56, Lei 12.594/12: liberdade assistida, o PIA será elaborado no prazo de até 15 dias do ingresso
(Cobrado 3x) do adolescente no programa de atendimento.”

Prazo para a elaboração do PIA para CUMPRIMENTO DE MEDIDAS DE SEMILIBERDADE OU


a DE INTERNAÇÃO: O PIA será elaborado no PRAZO DE 45 DIAS da data do ingresso do
adolescente no programa de atendimento. Art. 55, parágrafo único, Lei 12.594/12.

15 DIAS: prestação de serviço à comunidade e liberdade assistida


SÃO 2 PRAZOS:
45 DIAS: Semiliberdade OU internação

Obs.: são 2 prazos para a elaboração do PIA.

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3.5. SINASE (Lei 12.594/12) - Execução de Medidas Socioeducativas - Procedimento:


“Se, no transcurso da execução, sobrevier sentença de aplicação de nova
Art. 45, caput, Lei 12.594/12: medida a autoridade judiciária procederá a unificação, ouvidos,
(Cobrado 4x) previamente o MP e o defensor, no prazo de 3 dias sucessivos, decidindo-
se em igual prazo.”
“É vedado à autoridade judiciária determinar reinício de cumprimento de
Art. 45, § 1º, Lei 12.594/12: medida socioeducativa, ou deixar de considerar os prazos máximos, e de
(Cobrado 1x) liberação compulsória previstos no ECA, excetuada a hipótese de medida
aplicada por ato infracional praticado durante a execução.”

“É vedado à autoridade judiciária aplicar nova medida de internação, por


atos infracionais praticados, anteriormente, a adolescente de medida que já
Art. 45, § 2º, Lei 12.594/12: tenha concluído cumprimento de medida socioeducativa dessa natureza, ou
(Cobrado 3x) que tenha sido transferido para cumprimento de medida menos rigorosa,
sendo tais atos absorvidos por aqueles dos quais se impôs a medida
socioeducativa extrema.”

3.6. MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS: Finalidade


De acordo com entendimento da 6ª Turma do STJ, a finalidade principal da aplicação das
medidas previstas no ECA não é retributiva, mas reeducativa, com vistas à proteção integral do
adolescente:
“(...) 2. A gravidade do ato infracional cometido, dissociada de elementos concretos
colhidos no curso da execução da medida socioeducativa, não é fundamento suficiente
para, por si, justificar a manutenção do Adolescente em internação. De fato, a finalidade
principal da aplicação das medidas previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente
não é retributiva, mas reeducativa, com vistas à proteção integral do adolescente.
(...)”.

STF – 6T – AgRg De acordo com o STJ, também são objetivos das medidas socioeducativas:
no HC 672.213/SC “(...)3. Cabe destacar "[n]a esfera da Lei n. 8.069/1990, as medidas socioeducativas
(16.08.2022) aplicadas em resposta a ato infracional cometido por adolescente possuem o objetivo
de responsabilização quanto às consequências lesivas do ato, a integração social
e garantia de seus direitos individuais e sociais, bem como a desaprovação da
conduta infracional (art. 1.º, § 2.º, incisos I, II e III, da Lei n. 12.594/2012 - SINASE)"
(REsp 1.916.596/SP, Rel. Ministra LAURITA VAZ, SEXTA TURMA, julgado em 27/04/2021, DJe
04/05/2021).

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4 - CONSUMIDOR

4.1. Práticas Comerciais: Da oferta


Tema muito cobrado!
Art. 29, CDC: “Para os fins deste Capitulo e do seguinte, equiparam-se aos consumidores todas as pessoas
(Cobrado 2x) determináveis ou não, expostas às práticas nele previstas.”
“Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma
ou meio de comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados,
obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier
a ser celebrado.”

Art. 30, CDC: REsp 1.718.427- RS (09.03.2023): "[...] '(i) as obrigações assumidas diretamente pelo complexo hospitalar
(Cobrado 4x) limitam-se ao fornecimento de recursos materiais e humanos auxiliares adequados à prestação dos
serviços médicos e à supervisão do paciente, hipótese em que a responsabilidade objetiva da instituição
(por ato próprio) exsurge somente em decorrência de defeito no serviço prestado (artigo 14, caput, do CDC)';
[...] e '(iii) quanto aos atos técnicos praticados de forma defeituosa pelos profissionais da saúde vinculados
de alguma forma ao hospital, respondem solidariamente a instituição hospitalar e o profissional
responsável, apurada a sua culpa profissional. Nesse caso, o hospital é responsabilizado indiretamente por
ato de terceiro, cuja culpa deve ser comprovada pela vítima de modo a fazer emergir o dever de indenizar da
instituição, de natureza absoluta (artigos 932 e 933 do Código Civil), sendo cabível ao juiz, demonstrada a
hipossuficiência do paciente, determinar a inversão do ônus da prova (artigo 6º, inciso VIII, do CDC)' [...]".
(Fonte: Site STJ).
“Oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações corretas,
claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suas características,
Art. 31, CDC: qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem, entre
(Cobrado 3x) outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança do
consumidor.”
Parágrafo único: As informações de que trata este, nos produtos refrigerados oferecidos
ao consumidor, serão gravadas de forma indelével.” (parágrafo cobrado 2x).
“Os fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de componentes e peças de
Art. 32, CDC: reposição enquanto não cessar a fabricação ou importação do produto.”
(Cobrado 2x) Parágrafo único: Cessadas a produção ou importação, a oferta deverá ser mantida por
período razoável de tempo, na forma da lei. “. (parágrafo cobrado pelo menos 2x).
Art. 33, CDC: “Em caso de oferta ou venda por telefone ou reembolso postal, deve constar o nome
(Cobrado 3x) do fabricante e endereço na embalagem, publicidade e em todos os impressos
utilizados na transação comercial.”
Art. 34, CDC: “O Fornecedor de produto ou serviço é solidariamente responsável pelos atos de seus
(Cobrado 3x) prepostos ou representantes autônomos.” (FGV)

4.2. A recusa à oferta: Cumprimento forçado


A informação contida na própria oferta é essencial à validade do conteúdo da formação
da manifestação de vontade do consumidor e CONFIGURA PROPOSTA, integrando
efetiva e atualmente o contrato posteriormente celebrado com o fornecedor.
A RECUSA À OFERTA possibilita ao consumidor 3 alternativas: CUMPRIMENTO
FORÇADO; ACEITAR OUTRO PRODUTO; RESCINDIR O CONTRATO (restituição da
quantia atualizada + perdas e danos).

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“(...) 6. Como se infere do art. 35 do CDC, a recusa à oferta oferece ao consumidor a


prerrogativa de optar, alternativamente e a sua livre escolha, pelo cumprimento forçado
da obrigação, aceitar outro produto, ou rescindir o contrato, com direito à restituição de
quantia eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, somada a perdas e
danos.
7. O CDC consagrou expressamente, em seus arts. 48 e 84, o princípio da preservação dos
negócios jurídicos, segundo o qual se pode determinar qualquer providência a fim de que seja
assegurado o resultado prático equivalente ao adimplemento da obrigação de fazer, razão pela
qual a solução de extinção do contrato e sua conversão em perdas e danos é a ultima ratio, o
REsp 1.872.048-RS: último caminho a ser percorrido.
(01.03.2021) 8. As opções do art. 35 do CDC são intercambiáveis e produzem, para o consumidor, efeitos
práticos equivalentes ao adimplemento, pois guardam relação com a satisfação da
intenção validamente manifestada ao aderir à oferta do fornecedor, por meio da previsão
de resultados práticos equivalentes ao adimplemento da obrigação de fazer ofertada ao
público.
9. A impossibilidade do cumprimento da obrigação de entregar coisa, no contrato de compra e
venda, que é consensual, deve ser restringida exclusivamente à inexistência absoluta do
produto, na hipótese em que não há estoque e não haverá mais, pois aquela espécie, marca e
modelo não é mais fabricada.
10. Na hipótese dos autos, o acórdão recorrido impôs à recorrente a adequação de seu pedido
às hipóteses dos incisos II e III do art. 35 do CDC, por considerar que a falta do produto no
estoque do fornecedor impediria o cumprimento específico da obrigação. (Fonte: Site STJ).

4.3. Planos de Saúde Coletivo: Reajuste por faixa etária


“Apesar de o Tema 952/STJ ter sido firmado para os planos individuais e familiares,
ele também se aplica para os planos coletivos.”

TESE:
"(a) Aplicabilidade das teses firmadas no Tema 952/STJ aos planos coletivos,
ressalvando-se, quanto às entidades de autogestão, a inaplicabilidade do CDC;
“(nesta Modalidade não se aplica o CDC - Súmula 608/STJ)”. comentários
acrescidos.

RR – TEMA 1016/STJ (b) A melhor interpretação do enunciado normativo do art. 3°, II, da Resolução
REsp 1.716.113-DF: n. 63/2003, da ANS (editada para definir os limites a serem observados pelas
(08.04.22) operadoras na variação dos preços dos planos de saúde POR FAIXA ETÁRIA),
(Info 730/STJ) é aquela que observa o sentido matemático da expressão 'variação acumulada',
referente ao aumento real de preço verificado em cada intervalo, devendo-se
aplicar, para sua apuração, a respectiva fórmula matemática, estando incorreta a
simples soma aritmética de percentuais de reajuste ou o cálculo de média dos
percentuais aplicados em todas as faixas etárias".

Caso concreto do RESP 1.716.113/DF: PLANO COLETIVO DE AUTOGESTÃO. REAJUSTE


DE 67,57%. REVISÃO PARA 16,5%. SOMA ARITMÉTICA DE ÍNDICES. APLICAÇÃO
EQUIVOCADA DA RN ANS 63/2003. APLICABILIDADE AOS PLANOS DE AUTOGESTÃO.
CÁLCULO MEDIANTE VARIAÇÃO ACUMULADA. DESCABIMENTO DA MERA SOMA DE
ÍNDICES.” (Fonte: STJ)

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4.4. Responsabilidade Solidária: Art. 25, §1º, CDC


“É vedada a estipulação contratual de cláusula que impossibilite, exonere
Art. 25, caput, CDC: ou atenue a obrigação de indenizar. (...)”.
“(...) Havendo mais de um responsável pelo dano causado, todos
Art. 25, §1ª, CDC: (REGRA) responderão solidariamente pela reparação prevista nesta e nas seções
anteriores. (...)”.

EXCEÇÃO: REVISÃO DE CONTRATO DE MÚTUO


A norma do art. 25, §1º do CDC, rege a RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA daqueles que
provocam dano ao consumidor por vício do produto ou serviço, não sendo esta a relação
jurídica estabelecida entre as partes, decorrente de REVISÃO DE CONTRATO DE MÚTUO, de
modo que, por se tratar de EXCEÇÃO À REGRA GERAL do art. 265, CC (solidariedade não se
presume), a previsão de solidariedade citado no § 1º do art. 25 do CDC, DEVE ser
.INTERPRETADA RESTRITIVAMENTE. (REsp 1.647.238/RJ).

REsp 1.647.238- RJ: (EXCEÇÃO) Em suma: “A previsão de solidariedade prevista no art. 25, § 1º do
(STJ - 1ªT) CDC, deve ser interpretada restritivamente.”

BLOCO II

5 - PENAL
5.1. Causa de Extinção de Punibilidade: Prescrição
Prescrição antes de transitar em julgado a sentença
“A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença penal, salvo disposto no
Art. 109, caput, CP: § 1º, art. 110 deste código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade
(Cobrado 3x) cominada ao crime, verificando-se:

➢ Incisos do art. 109, CP:

PENA EM ABSTRATO PRESCRIÇÃO


VI - Menor que 1 ano Em 3 anos
V - De 1 até 2 anos Em 4 anos
IV - Superior a 2 anos até 4 anos Em 8 anos
III - Superior a 4 anos até 8 anos Em 12 anos
II - Superior a 8 anos até 12 anos Em 16 anos
I - Superior a 12 anos Em 20 anos
Fonte da tabela: Manual de Direito Penal – Parte Geral – Rogério Sanches, capítulo v, punibilidade, pág.: 441. 11ª edição.

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5.2. Eficácia da lei penal no espaço: Lugar do Crime


Art. 6, CP: “Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo
(Cobrado 2x) ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.”

Indisponibilidade para acesso de terceiro: O crime de injúria praticado pela INTERNET


por mensagens privadas, as quais somente o autor e o destinatário têm acesso ao seu
conteúdo, consuma-se no local em que a vítima tomou conhecimento do conteúdo

5.3 . Crimes que não admitem tentativa:

➢ CCHUPAO
Culposo (salvo, culpa imprópria);
Contravenções penais (faticamente possível, mas não possível);
Habituais;
Unissubsistente;
Preterdolosos
Atentado/Empreendimento
Omissão Própria

5.4 . Do Crime: Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz


Art. 15, CP: “O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução (desistência
(Cobrado 7x) FGV voluntária) ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.
(arrependimento eficaz).”

➢ PONTE DE OURO: A lei estabelece um tratamento mais favorável em face da voluntária não
produção do resultado. Evita-se a consumação do crime. Exclui a tipicidade. (Desistência
Voluntária e Arrependimento Eficaz).

5.5 . Do Crime: Arrependimento Posterior:


Art. 16, CP: “Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à, reparado o dano ou restituída
(Cobrado 6x) FGV a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente,
a pena será reduzida de um a dois terços.”

➢ PONTE DE PRATA: Institutos que atuam após a consumação da infração penal, trazendo um
tratamento penal mais benéfico ao agente. (Arrependimento Posterior).

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5.6 . Do Crime: Tipicidade - Teoria Incidiária da Tipicidade/Teoria da Indiciariedade/Ratio


Cognoscendi:

A Teoria Incidiária da Tipicidade afirma que se um fato é


típico, há indícios de que também é ilícito. É uma presunção
“iuris tantum”, ou seja, uma PRESUNÇÃO RELATIVA.
Significa dizer que a existência do fato típico PRESUME a
existência de ilicitude.

➢ Quando um fato é TÍPICO, não é de forma absoluta (“iuris et iuris”). Não significa que será
típico e antijurídico de forma absoluta.
Ex.: A pessoa que age em legitima defesa que exclui a antijuridicidade. Quando Teco mata Tico,
temos um fato típico e indícios de ilicitude da conduta. Comprovada a legítima defesa, exclui-se a
antijuridicidade do fato, que permanece típico.

5.7. Concurso de Crimes:

Importante!
Concurso formal: 1 só conduta e + de 1 crime (art. 70, CP - cobrado 4x)
Concurso material: 2 ações = 2 resultados Art. 69, CP, (cobrado 3x). (soma as penas - sistema do cúmulo
material – simples soma aritmética das penas dos respectivos crimes). Delitos autônomos que tutelam
bens diferentes.

5.8. Concurso de Pessoas: Requisitos


a) Pluralidade de participantes e de condutas;
b) Relevância causal de cada conduta;(o nexo causal tem que ser relevante)
c) Vínculo subjetivo (liame subjetivo) entre os participantes;
d) Identidade (unidade) de infração penal. (o mesmo artigo no CP, seja autor, seja partícipe).

5.9. Concurso de Pessoas: Teoria dualista ou objetiva


“Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á
Art. 29, §2º, CP: aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até a metade, na hipótese de
(Cobrado 3x) ter sido possível o resultado mais grave.”

A teoria objetiva ou dualista estabelece clara distinção entre autor e partícipe. A teoria
objetiva pode ser subdividida em duas: OBJETIVO-FORMAL e OBJETIVO-MATERIAL. A teoria
objetivo-formal é ADOTADA PELO CP, art. 29.

TEORIAS DIFERENCIADORAS – (DIFERENCIAM O PARTÍCIPE DO AUTOR): Teoria


Objetivo-formal (adotada pelo CP); Teoria Objetivo-material; Teoria do domínio do fato (adotada pelo
CP, doutrina e seguida pelos Tribunais Superiores).
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Teoria Objetivo-formal: autor é quem realiza a ação nuclear típica e partícipe quem concorre de
qualquer forma para o crime.
Fonte: Manual de Direito Penal, Parte Geral, Rogério Sanches, 11ª edição, páginas 510 e 512.

O §2º do art. 29 do CP, cuida da hipótese em que um dos agentes quis participar de crime menos
gravoso, mas acabou concorrendo para um crime mais grave – COOPERAÇÃO DOLOSAMENTE
DISTINTA ou Participação em crime menos grave ou Desvio Subjetivo de Conduta.”

OBSERVAÇÃO: A razão deste parágrafo é que o Direito Penal Brasileiro VEDA a responsabilidade penal
OBJETIVA.

5.10. Concurso de Pessoas: Teoria da Acessoriedade Limitada ou Média

➢ A Punição da conduta acessória, dependente da principal, é divergência resumida em 4


teorias: a) acessoriedade mínima; b) acessoriedade limitada ou média; c) acessoriedade máxima;
d) hiperacessoriedade.

TEORIA DA ACESSORIEDADE LIMITADA OU MÉDIA: O partícipe será punido se o autor tiver praticado
uma conduta típica e ilícita, ainda que o autor não seja culpável.

5.11. Concurso de Pessoas: Participação em crime culposo

Segundo entende a doutrina dominante no Brasil, o concurso


de pessoas depende de um liame subjetivo entre os agentes,
NÃO HÁ PARTICIPAÇÃO DOLOSA EM conceituado como consciência de que participam de uma obra
CRIME CULPOSO comum. A ausência deste elemento psicológico desnatura o
concurso de pessoas. Assim, se um dos agentes está
colaborando com mera observância de dever de cuidado
(imprudência, imperícia), não há, por parte dele, vontade
consciente de praticar o crime. Assim, não haverá concurso
de agentes.

5.12. Concurso de Pessoas: Conveniência/Participação Negativa ou Concurso absolutamente


negativo:

Conceito: A Conveniência é a participação que ocorre nas


situações em que o sujeito não está vinculado à conduta
criminosa e não possui o dever de agir para impedir o
resultado.
1) Trata-se essencialmente de um NÃO FAZER;
2) O Conivente não tem o dever jurídico de agir;
3) Não possui posição de garante.

Ex.: Imagine um roubo num museu de obras valiosas. Em que pese o visitante estar de posse do seu
celular e poder chamar a polícia, ou ainda, ter ele uma arma branca que pudesse interromper o
prosseguimento da conduta, nada faz. Em tal caso, não há configuração de responsabilidade penal para o
conivente-visitante, porque ele não tem o dever jurídico de evitar a ocorrência do crime.
Fonte: site Jusbrasil https://www.jusbrasil.com.br/artigos/o-que-se-entende-por-participacaonegativa/

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5.13 - Conduta Escandalosa:


Tipifica-se como “Conduta Escandalosa” o comportamento
Jurisprudência em tese, nº 209, 10: praticado por servidor público que, dolosamente, produz e
REsp 2.006.738/PE (27.02.23) armazena, sem consentimento, por meio de câmera escondida,
vídeos de alunas e servidoras e/ou de funcionárias terceirizadas no
ambiente de trabalho. (Art. 132, V, da Lei 8.112/90).

5.14. Furto Mediante Fraude:


O agente emprega a fraude para reduzir a vigilância da vítima.
“Art. 155: “Subtrair para si ou para outrem, coisa alheia móvel: (...)
Furto qualificado
Art. 155, § 4º, II, CP: § 4º: A pena é de reclusão de 2 a 8 anos, e multa, se o crime é cometido:
(Cobrado 1x) FGV (...)
II – com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
(...)”.
Ex.: Mulher finge ser vendedora de roupas. Enquanto a cliente olhas as
peças (saias), o agente (“vendedor”) pega/subrai o celular.

5.15. Latrocínio:
➢ O § 3º do art. 157 do CP está dividido em 2 incisos. O inciso I refere-se ao resultado lesão corporal
de natureza grave. O II, ao resultado MORTE (latrocínio). O crime de LATROCÍNIO É um crime
de ROUBO QUALIFICADO PELO RESULTADO MORTE previsto no art. 157, § 3º, II do CP e
não um crime de homicídio (Art. 121, CP).
“Art. 157: Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça
Art. 157, § 3º, II, CP: ou violência à pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à
(Cobrado 1x) impossibilidade de resistência. (...)
“§ 3º - Se da violência resulta: (...) II - morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a
30 (trinta) anos, e multa.” (Latrocínio).

É um crime complexo, ou seja, formado por OUTROS DOIS DELITOS (roubo +


homicídio). Apesar de sua estrutura ser composta por dois outros crimes, o latrocínio é
um DELITO AUTÔNOMO e DISTINTO dos delitos que o compõe. Está inserido no
capítulo dos crimes contra o patrimônio.
➢ COMPETÊNCIA:
Súmula 603/STF: “A competência para o processo e julgamento de latrocínio é do JUIZ
(Cobrada 1x) SINGULAR e não do tribunal do Júri.”

5.16. LEP (Lei 7.210/84): Prática de falta grave

“Súmula 441/ STJ: A PRÁTICA DE FALTA GRAVE PELO CONDENADO


DURANTE O CUMPRIMENTO DA PENA NÃO INTERROMPE A CONTAGEM DO
PRAZO PARA A OBTENÇÃO DE LIVRAMENTO CONDICIONAL.”

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6 – PROCESSO PENAL

6.1. Da Competência pelo lugar da infração:

➢ Competência pelo lugar da infração é um tema muito cobrado.


Art. 70, caput, CPP: “A competência será de regra, determinada pelo lugar em que se consumar
Teoria do Resultado a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último
(Cobrado 3x) ato de execução.”
Art. 70, §1º, CPP: “Se, iniciada a execução no Território Nacional, a infração se consumar fora dele,
Teoria da Ubiquidade a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil,
(Cobrado 2x) o último ato de execução.”
“Quando incerto o limite territorial entre 2 ou mais jurisdições, ou quando incerta
Art. 70, §3º, CPP: a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou
(Cobrado 3x) mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.”
“Nos crimes previsto no art. 171 do Código Penal, quando praticados mediante
depósito, mediante emissão de cheques sem suficiente provisão de fundos em
Art. 70, § 4º, CPP: poder sacado ou com o pagamento frustrado ou mediante transferência de valores,
(Cobrado 2x) a competência será definida pelo local do domicílio da vítima e, em caso de
pluralidade de vítimas, a competência firmar-se-á pela prevenção.”

Atenção ao CC 180.832/RJ:
“(...) 1. Nos termos do § 4.º do art. 70 do Código de Processo Penal,
acrescentado pela Lei n. 14.155/2021, "Nos crimes previstos no art. 171 do
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), quando
praticados mediante depósito, mediante emissão de cheques sem suficiente
CRIME PRATICADO provisão de fundos em poder do sacado ou com o pagamento frustrado ou
MEDIANTE DEPÓSITO. mediante transferência de valores, a competência será defini da pelo local do
SUPERVENIÊNCIA DA domicílio da vítima, e, em caso de pluralidade de vítimas, a competência
LEI N. 14.155/2021. firmar-se-á pela prevenção." (sem grifos no original).
2. Tratando-se de norma processual, deve ser aplicada de imediato, ainda
que os fatos tenham sido anteriores à nova lei, razão pela qual a
competência no caso é do Juízo do domicílio da vítima.
3. Conflito conhecido para declarar competente o Juízo Suscitante. (...)”.CC
180.832/RJ (Fonte: STJ).

6.2. Da Competência pela Conexão ou Continência:

➢ Regra de determinação de competência - Concurso de jurisdição da mesma categoria:

“No concurso de jurisdição da mesma categoria:


a) Prepondera a do lugar da infração, a qual for cominada a pena mais grave;
Art. 78, II, CPP:
(cobrado 2x)
b) Prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de infrações,
se as respectivas penas forem de igual gravidade;
c) Firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros casos.

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CONEXÃO INTERSUBJETIVA POR RECIPROCIDADE (concurso de agentes): ocorre


quando a infração é cometida por várias pessoas, umas contra as outras, Art. 76, I,
CPP, parte final. Ex.: rixa (art. 137 do CP).
A competência será determinada pela conexão:
Art. 76, I, CPP: I - Se ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo
(Cobrado 2x) tempo, por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar,
ou por várias pessoas, umas contra as outras; (...)”

6.3. Das Medidas Assecuratórias:

TEMA MUITO COBRADO PELA FGV


Art. 125, CPP: “Caberá o sequestro dos bens imóveis, adquiridos pelo indiciado com os proventos da
(cobrado 3x) FGV infração, ainda que já tenham sido transferidos a terceiro.”
“O juiz, de ofício, a requerimento do MP ou do ofendido, ou mediante representação da
Art. 127, CPP: autoridade policial, poderá ordenar o sequestro, em qualquer fase do processo ou ainda
(Cobrado 3x) FGV antes de oferecida a denúncia ou queixa.” (Restrita a fase JUDICIAL)
“Art. 130: O sequestro poderá ainda ser embargado:
Art. 130, CPP: I - pelo acusado, sob fundamento de não terem os bens sido adquiridos com os proventos
(cobrado 3x) FGV da infração; (cobrado pelo menos 1x)
II – pelo terceiro, a quem houverem os bens sido transferidos a título oneroso, sob
fundamento de tê-los adquirido de boa-fé.” (cobrado 2x)
“O sequestro será levantado:
Art. 131, I e III I - se a ação penal não for intentada no prazo de 60 dias, contado da data em que ficar
CPP: concluída a diligência; (...);
(cobrado 2x) FGV III - se for julgada extinta a punibilidade ou absolvido o réu, por sentença transitada em
julgado.”

ATUAÇÃO EX OFFICIO DO JUIZ: está restrita à fase judicial. Na fase investigatória, é


vedada a decretação de medidas cautelares pelo juiz de ofício, sob pena de evidente
violação ao sistema acusatório e à garantia da imparcialidade.

➢ ATENÇÃO: realizado o sequestro, o juiz ordenará a sua inscrição no Registro de Imóveis (Art. 28,
CPP).

6.4. Das Provas:

Prazos, momento para a realização de:


Exame de corpo de delito Qualquer dia e qualquer hora (art. 161, CPP - cobrado pelo menos 1x).
Pelo menos 6 horas depois do óbito (regra)
Autópsia Exceção: Se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgar que possa
ser antes daquele prazo (declarando no auto). (art. 162, CPP - cobrado 2x)
Exumação A autoridade providenciará para que em dia e hora marcados se realize a
diligência (lavrará auto circunstanciado).

Art. 167, CPP: “Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecidos os
(Cobrado 2x) vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.”

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6.5. Ação Penal: Exercício da Ação Penal, suas condições e o respectivo controle jurisdicional

➢ Não poderá o juiz, de ofício, fora dos casos de absolvição sumária, rever decisão que
recebeu denúncia para rejeitá-la. (TJSC/2022 - FGV).

“(...) é possível ao juiz reconsiderar a decisão de recebimento da denúncia, para


REsp 1.291.039/ES rejeitá-la, quando acolhe matéria suscitada na resposta preliminar defensiva
relativamente às hipóteses previstas nos incisos do art. 395, CPP.” (Julgamento 24.09.13)
Obs.: De forma oposta, fora dos casos de absolvição sumária, não é possível a referida reconsideração.

“A denúncia ou queixa será rejeitada quando:


I - for manifestamente inepta;
Art. 395, CPP: II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal,
(Cobrado 1x) FGV ou
III – faltar justa causa para o exercício da ação penal

6.6. Da Citação:

Por rogatória Suspende o curso do prazo prescricional (Art. 368, CPP - cobrado 2x).
Por edital Suspende o processo e o prazo prescricional (Art. 366, CPP - cobrado 4x).

Atenção: se constituir advogado não suspende NADA. Segue tudo normal.

6.7. Dos Prazos: Recursos

APELAÇÃO RESE

5 dias (intimado) 5 dias - regra (intimado).


8 dias - razões (intimado). No Exceção: 20 dias (exclusão de jurado).
caso das contravenções, o prazo 2 dias - razões (intimado).
para arrazoar é de 3 (três) dias.

JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL Apelação - 10 dias


(art. 82 da Lei nº 9.099/1995)
(Cobrado 9x) FGV

DEFENSORIA: prazo em dobro

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6.8. Pedido de Reconsideração:

NÃO cabe pedido de reconsideração, contra acórdão, sendo hipótese de ERRO GROSSEIRO.
O manejo do recurso de agravo contra acórdão constitui erro grosseiro, que inviabiliza a incidência do
princípio da fungibilidade recursal. STJ. 5ª Turma. AgRg nos EDcl no AgRg no HC 570.813/RJ, Rel. Min.
Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 15/9/2020. (Fonte: Material gratuito do DOD).

CUIDADO!
Somente se vislumbra a possibilidade de interposição de recurso de reconsideração contra DECISÃO
MONOCRÁTICA.

É, descabido, portanto, vislumbrar pedido de reconsideração


contra ACÓRDÃO (cabe apenas contra decisão monocrática),
RCD no AgRg no HC 746.844/SP considerando que nem a lei nem o regimento interno preveem essa
STJ - (Info 760) possibilidade.
8.11.22 “É manifestamente incabível pedido de reconsideração em face de
acórdão, bem como o seu recebimento como embargos de declaração
ante a inadmissibilidade da incidência do princípio da fungibilidade
recursal quando constatada a ocorrência de erro inescusável.” (Fonte:
Material gratuito do DOD.)

6.9. Lesão Corporal seguida de morte x Homicídio:

➢ Para os delitos de homicídio e lesão corporal seguida de morte, há idêntica materialidade:


qual seja: a morte da vítima
Distinguem-se na: TIPIFICAÇÃO
(no ânimo da conduta)
Haverá lesão corporal seguida de morte, SOMENTE se (2 requisitos):
1) Evidenciado que o agente não quis a morte (atuou com dolo indireto de homicídio); OU
2) Não assumiu o risco de produzir o resultado (não atuou com dolo eventual).
J, 5T, A “(...) Haverá lesão corporal seguida de morte se, e somente se,
preenchidos dois requisitos: evidenciado que o agente não quis
a morte (não atuou com dolo direto de homicídio) ou não
assumiu o risco de produzir o resultado (não atuou com dolo
eventual).
Considerando que a Defesa foi quem levou ao conhecimento dos jurados a
REsp 1.883.314/DF (info 757) tese desclassificatória de homicídio consumado para lesão corporal seguida
(25.10.22) de morte e que, a apresentação da referida tese de forma completa abarca
afastamento da conduta animada pelo dolo eventual, não há que se falar em
surpresa ou ofensa ao princípio da amplitude de defesa. Ou seja, se a tese
do dolo eventual não foi discutida em plenário, eventual nulidade não poderia
ter sido invocada pela Defesa, pois concorreu para tanto, sendo aplicável o
art. 565 do CPP. (...).” (Fonte: Site STJ).

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6.10. LEP (Lei 7.210/84): Remição pelo trabalho

Art. 126, Lei 7.210/84: “O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá
(Cobrado 3x) remir, por trabalho ou estudo, parte do tempo de execução da penal. (...)”.

MUITO CUIDADO!
A remição pelo trabalho pressupõe o exercício de atividade laboral
mediante subordinação e controle de horário, não se admitindo
autocontrole de carga horária.
“AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PENAL. REMIÇÃO DA PENA.
TRABALHO EXTERNO. IMPOSSIBILIDADE TOTAL DE FISCALIZAÇÃO. INDEFERIMENTO.
ESTUDO. REALIZAÇÃO DE CURSO SUPERIOR. AUSÊNCIA DE CONFORMIDADE COM
AgRg no HC 709.901/RJ: EXIGÊNCIAS LEGAIS. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE. LEITURA. DESVINCULAÇÃO A
(Info especial 10) PROGRAMA OFICIAL. REQUISITOS LEGAIS NÃO PREENCHIDOS. REVISÃO DE
ENTENDIMENTO. INVIABILIDADE EM HABEAS CORPUS.
(27.09.22) 1. No que se refere à remição da pena pelo trabalho, não se verifica haver incompatibilidade
com o acordo de colaboração firmado. À pena decorrente do acordo de colaboração aplicam-
se todos os beneficios previstos na legislação penal e processual penal, inclusive (e
obviamente) a remição, embora essa não seja exatamente a questão que se põe, senão a da
prova do trabalho realizado para essa finalidade (art. 126, § 1º, II - Lei 7.210/1984),
considerando que o pedido de remição por trabalho vem orientado por autodeclaração, por ser
o apenado o proprietário de propriedade rural e portanto, explorador de atividade econômica.
(...)”. (Fonte: site STJ).

6.11. LEP: Do apenado e do internado - Coleta compulsória de material

É nula, para fins de identificação criminal, a coleta compulsória de


material orgânico não descartado de pessoas definitivamente NÃO
CONDENADAS. (Ou seja, SUSPEITAS).
“EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO EM HABEAS CORPUS. OMISSÃO. VÍCIO
NÃO CONSTATADO. COLETA COMPULSÓRIA DE MATERIAL ORGÂNICO. INCLUSÃO DE
DADOS EM BANCO DE PERFIS GENÉTICOS. DIREITO À NÃO AUTOINCRIMINAÇÃO.
EMBARGOS REJEITADOS.
1. O recurso integrativo é cabível apenas nas hipóteses de ambiguidade, obscuridade,
RHC 162.703/RS: contradição ou omissão ocorridas no acórdão embargado e são inadmissíveis quando, a
STJ - (26.04.23) pretexto da necessidade de esclarecimento, aprimoramento ou complemento da decisão
impugnada, objetivam nova apreciação do caso.
2. O STF reconheceu a repercussão geral da arguição de inconstitucionalidade do art. 9º-A da
Lei n. 7.210/1984, que prevê a inclusão e manutenção do perfil genético de condenados por
crimes violentos ou hediondos em banco estatal (Tema n. 905).
3. Muito embora o tema penda de análise, consignou o Pretório Excelso, no Recurso
Extraordinário n. 973.837/MG, que há razão bastante para a discussão acerca dos limites dos
poderes estatais para a coleta de dados biológicos de réus, diante da eventual violação a direitos
da personalidade e da prerrogativa de não autoincriminação.
4. Na espécie, não há denúncia contra o recorrente, tampouco dúvida quanto à sua
identificação. Sequer há comprovação suficiente de que o recolhimento de material
genético do recorrente é essencial para a investigação.
5. Segundo a orientação desta Corte, a extração de dados orgânicos de objetos descartados
e a arrecadação consentida de elemento biológico não representam métodos invasivos
da
intimidade - hipóteses distintas do caso em comento.
6. Embargos de declaração rejeitados”. (...). (Fonte: site STJ).

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6.12. Lei de Organização Criminosa: Colaboração premiada - Serendipidade - Encontro fortuito


de provas:
SERENDIPIDADE: consiste na descoberta fortuita de delitos que
não são objeto da investigação. A serendipidade (tradução literal
da palavra inglesa serendipity), também é conhecida como
“descoberta casual” ou “encontro fortuito. (Fonte: Buscador do DOD).
O STF entende que as informações a respeito de crimes que não tenham relação alguma com aqueles
da investigação matriz devem receber tratamento idêntico ao conferido ao encontro fortuito de provas
(serendipidade).

STF - PLENÁRIO “Sendo a colaboração premiada um meio de obtenção de prova, é possível que
Questão de ordem o agente colaborador traga informações (declarações, documentos indicação
Inq. nº 4.130/PR: de fontes e provas) a respeito de crimes que não tenham relação alguma com
(03.02.2016) aqueles que, primariamente, sejam objeto da investigação (...)”.

O STF já assentou a validade do encontro fortuito de provas em interceptação


telefônica.
STF. 1ª T. "Nas interceptações telefônicas validamente determinadas é passível a ocorrência da
HC 137.438: serendipidade, pela qual, de forma fortuita, são descobertos delitos que não eram objetos
(20.06.2017) da investigação originária"

➢ O encontro fortuito e provas na jurisprudência do STJ :

Encontro de provas de crime diverso durante busca e apreensão: A 5ª T, julgou legais as


provas encontradas durante busca e apreensão em um escritório de advocacia, cujo intuito inicial era a
apreensão de uma arma que pertenceria a estagiário do estabelecimento. No decorrer da busca, os
policiais encontraram 765 gramas de maconha, um revólver calibre .38, além de 14 cartuchos íntegros
numa caixa de metal – artefatos que seriam do advogado dono do escritório. (...) Para o relator, não
seria razoável exigir dos policiais que fingissem não ver os crimes flagrados, para depois solicitar um
RHC 39.412 novo mandado de busca e apreensão específico para o escritório. "A localização de elementos que
5ª Turma configuram outros crimes, praticados por pessoa que não figura como objeto do mandado de
STJ busca e apreensão, se insere na hipótese nominada pela doutrina de encontro fortuito de
provas". (Fonte: Site STJ).

Encontro Fortuito de Provas e Conexão Processual: A 3ª Seção manteve a competência da


Justiça Federal para julgar a posse irregular de arma de fogo e de munições encontradas com suposto
integrante de organização criminosa. Os artefatos foram apreendidos durante busca e apreensão
CC 186.111 determinada pela Justiça Federal, no contexto de investigação na qual se apurava a existência de
3ª Seção organização criminosa dedicada ao tráfico internacional de drogas e armas. (...). O juízo federal declinou
STJ da competência relativa a esse crime para a Justiça estadual, ao fundamento de que a descoberta
desses artefatos teria sido fortuita, caracterizando a serendipidade, bem como não haveria nenhum
indício de transnacionalidade nas condutas. (...). A relatora do conflito, ministra Laurita Vaz,
entendeu que a competência no caso era da Justiça Federal, devido à conexão processual ou
teleológica (mesmo nexo fático). (...). Na avaliação da ministra, se a busca e apreensão determinada
pela Justiça Federal ocorreu no contexto de investigação em que se apurava exatamente a existência
de organização dedicada ao tráfico internacional de armas e de drogas, e tinha, entre seus objetivos, a
apreensão de objetos dessa natureza, não poderia prosperar o argumento de que a descoberta de
armas, munições e acessórios teria sido fortuita. (Fonte: Site STJ)

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FISHING EXPEDITION ou pesca predatória (investigação especulativa indiscriminada


sem objetivo certo ou determinada) é uma prática proibida pelo ordenamento juridico brasileiro e não
se confunde com Serendipidade ou encontro fortuito. NÃO É POSSÍVEL “PESCAR” QUALQUER
PROVA PARA SUBSIDIAR UMA FUTURA ACUSAÇÃO.

6.13. Leis Penais Especiais: Colaboração premiada - Acordo de Colaboração Premiada


➢ BENEFÍCIOS:
ANTES DA SENTENÇA:
1) Perdão judicial;
2) Redução da pena privativa de liberdade em até 2/3; ou
3) Substituição por restritiva de direitos.

POSTERIOR A SENTENÇA: pena pode ser reduzida até a metade OU será admitida a progressão de
regime, ainda que ausentes os requisitos objetivos.

6.14. Leis Penais Especiais: Lei de Organização Criminosa - Penas

Penas previstas na Lei de Organização Criminosa (Lei 12.850/13):


Art. 2º: (cobrado 2x) FGV 3 a 8 anos e multa (reclusão)
Art. 18: 1 a 3 anos e multa (reclusão)
Art. 19 e art. 20: 1 a 4 anos e multa (reclusão)
Art. 21: 6 meses a 2 anos e multa (reclusão)

6.15. Leis Penais Especiais: Organização Criminosa - Colaboração premiada - Termo de


Confidencialidade
“Caso não haja indeferimento sumário, as partes deverão firmar
Art. 3º- B, § 2º, Lei 12.850/13: Termo de confidencialidade para prosseguir das tratativas, o que
(cobrado 5x) vinculará os órgãos envolvidos na negociação e impedirá o
indeferimento posterior sem justa causa.”

6.16. Leis Penais Especiais: Organização Criminosa - Colaboração premiada - Do Sigilo


“O acordo de colaboração premiada e os depoimentos serão mantidos
Art. 7º, § 3º, Lei 12.850/13: em sigilo até o recebimento da denúncia ou queixa-crime, sendo
(cobrado 2x) FGV vedado ao magistrado decidir por sua publicidade em qualquer
hipótese.”

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6.17. Organização Criminosa: Acordo de Colaboração premiada:

CEBRASPE e FGV: Uma vez que ainda já homologado pelo juiz, pode o acordo ser rescindido
em caso de OMISSÃO DOLOSA sobre fatos e objeto da colaboração. (Não se trata de direito
subjetivo do colaborador - art. 4º, §17, Lei 12.850/13).

Art. 4º, § 17, Lei 12.850/13: “O acordo homologado poderá ser rescindido em caso de
(Cobrado pelo menos 2x) omissão dolosa sobre os fatos objeto da colaboração.”
ATENÇAÕ: o art. 4º foi cobrado 20 x) FGV

IMPORTANTE:
STF, Plenário, Pet 7074/DF:
“Ementa: QUESTÃO DE ORDEM EM PETIÇÃO. COLABORAÇÃO PREMIADA. I. DECISÃO INICIAL DE HOMOLOGAÇÃO
JUDICIAL: LIMITES E ATRIBUIÇÃO. REGULARIDADE, LEGALIDADE E VOLUNTARIEDADE DO ACORDO. MEIO DE
OBTENÇÃO DE PROVA. PODERES INSTRUTÓRIOS DO RELATOR. RISTF. PRECEDENTES. II. DECISÃO FINAL DE MÉRITO.
AFERIÇÃO DOS TERMOS E DA EFICÁCIA DA COLABORAÇÃO. CONTROLE JURISDICIONAL DIFERIDO. COMPETÊNCIA
COLEGIADA NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 1. Nos moldes do decidido no HC 127.483, Rel. Min. DIAS TOFFOLI,
Tribunal Pleno, DJe de 3.2.2016, reafirma-se a atribuição ao Relator, como corolário dos poderes instrutórios que lhe são
conferidos pelo Regimento Interno do STF, para ordenar a realização de meios de obtenção de prova (art. 21, I e II do RISTF),
a fim de, monocraticamente, homologar acordos de colaboração premiada, oportunidade na qual se restringe ao juízo de
regularidade, legalidade e voluntariedade da avença, nos limites do art. 4ª, § 7º, da Lei n. 12.850/2013. 2. O juízo sobre os
termos do acordo de colaboração, seu cumprimento e sua eficácia, conforme preceitua o art. 4º, § 11, da Lei n. 12.850/2013,
dá-se por ocasião da prolação da sentença (e no Supremo Tribunal Federal, em decisão colegiada), não se impondo na fase
homologatória tal exame previsto pela lei como controle jurisdicional diferido, sob pena de malferir a norma prevista no § 6º
do art. 4º da referida Lei n. 12.850/2013, que veda a participação do juiz nas negociações, conferindo, assim, concretude ao
princípio acusatório que rege o processo penal no Estado Democrático de Direito. 3. Questão de ordem que se desdobra
em três pontos para: (i) resguardar a competência do Tribunal Pleno para o julgamento de mérito sobre os termos e a eficácia
da colaboração, (ii) reafirmar, dentre os poderes instrutórios do Relator (art. 21 do RISTF), a atribuição para homologar
acordo de colaboração premiada; (iii) salvo ilegalidade superveniente apta a justificar nulidade ou anulação do negócio
jurídico, acordo homologado como regular, voluntário e legal, em regra, deve ser observado mediante o cumprimento dos
deveres assumidos pelo colaborador, sendo, nos termos do art. 966, § 4º, do Código de Processo Civil, possível ao Plenário
analisar sua legalidade.”

São nulas de pleno direito as previsões da renúncia ao direito de impugnar a decisão


homologatória (art. 4º, § 7º-B, Lei 12.850/13).

6.18. Leis Penais Especiais: Organização Criminosa - Colaboração Premiada - Recurso

APELAÇÃO x RESE
Decisão que RECUSA homologação de colaboração premiada.
RESp 1.834.215/RS (12.11.20)
“(...) Nesse contexto, ante a lacuna na lei, o operador do direito tem de identificar, entre os instrumentos recursais
existentes no direito processual penal, aquele mais adequado para a revisão da decisão proferida em primeira
APELAÇÃO instância.
4. Analisadas as espécies de recursos elencados no Código de Processo Penal, tem-se que a apelação criminal
é apropriada para confrontar a decisão que recusar a homologação da proposta de acordo de colaboração
premiada.
5. O ato judicial: a) não ocasiona uma situação de inversão tumultuária do processo, a atrair o uso da correição
parcial e b) tem força definitiva, uma vez que impede o negócio jurídico processual, com prejuízo às partes
interessadas. Ademais, o cabimento do recurso em sentido estrito está taxativamente previsto no art. 581 do CPP
e seus incisos não tratam de hipótese concreta que se assemelha àquela prevista no art. 4°, § 8°, da Lei n.
12.850/2013. (...)”. (Fonte: Site STJ).

RESE Decisão que recusa homologação de ANPP.

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6.19. Leis Penais Especiais: Organização Criminosa - Colaboração premiada - Da Infiltração de


Agentes
“A infiltração de agentes de polícia em tarefas de investigação, representada
Art. 10, Lei 12.850/13: pelo Delegado de Polícia ou requerida pelo MP, após a manifestação técnica
(Cobrado 13 x) FGV do Delegado de Polícia quando solicitada no curso do inquérito policial será
precedida de circunstanciada, motivada e sigilosa autorização judicial, que
estabelecerá seus limites.”

6.20. Organização Criminosa: Art. 2º, caput, Lei 12.850/13 - Da organização Criminosa
“Promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por
Art. 2º, caput, Lei 12.850/13: interposta pessoa organização criminosa:
(Cobrado 11 x) FGV Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (anos), e multa, sem prejuízo das penas
correspondentes às demais infrações penais praticadas. (...)”.
➢ Bem jurídico protegido: paz pública
➢ Sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum)
➢ Promover: impulsionar
➢ Constituir: formar, compor, instituir
➢ Financiar: custear, fornecer meios financeiros
➢ Integrar: fazer parte, tornar-se membro
➢ 3 a 8 anos e multa (sem prejuízo das penas correspondentes às demais infrações penais
praticadas
➢ Crime formal (doloso)

6.21. Organização Criminosa: Art. 2º, § 3º, Lei 12.850/13 - Agravantes e majorantes

“O líder usa gravata”

O LIDER: o líder deverá ter pena AGRAVADA, ainda que não pratique pessoalmente atos de
execução (Art. 2º, §3º, Lei 12.850/13).

MAJORANTES:

“AR-MA” = METADE
(aumenta até a metade)

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Art. 2º, § 3º, Lei 12.850/13: “As penas aumentam-se até a metade se na atuação da organização
(Cobrado 3 x) FGV criminosa houver emprego de arma de fogo.”
1/6 a 2/3 = aumenta
I – Participação de criança;
Art. 2º. § 4º, Lei 12850/13: I – Participação de adolescente;
(Cobrado 13 x) FGV II – Concurso de funcionário público;
III – Produto destinado ao exterior;
IV – Conexão com outas organizações criminosas;
V – Transnacionalidade da Organização.
Aumento de pena 1/6 a 2/3
Art. 2º, § 4º, Lei 12.850/13: Funcionário Público: a organização tem que se valer dessa condição
para a prática da infração penal.
Obs.: se a questão deixar claro que não há relação da função com o crime
praticado, não haverá o aumento de pena.

6.22. Organização Criminosa: Da ação controlada


Art. 8, §1º, Lei “O retardamento da intervenção policial ou administrativa será previamente
12.850/13: comunicada ao juiz competente que, se for o caso estabelecerá os seus limites e
(Cobrado 5x) FGV comunicará ao MP. (...).”
ATUALIZAÇÃO STJ valida provas por espelhamento do WhatsApp Web. Segundo a 5ªT do STJ,
(04.11.2023)
não há empecilho na utilização de ações encobertas, controladas virtuais ou
AREsp 2.309.888 agentes infiltrados no plano cibernético na persecução penal de delitos pela via
dos meios virtuais.
Requisitos: proporcionalidade, subsidiariedade, controle judicial e legalidade, autorização
judicial.

6.23. Organização Criminosa: Colaboração premiada - das provas


QUESTÃO FGV: CORRETO - Considerando-se intrínseca e subjetiva de validade uso da prova,
os elementos probatórios não poderão ser utilizados contra os próprios colaboradores para
produzir punições além daquelas pactuadas.
Art. 4, § 10, Lei 12.850/13: “As partes podem retratar-se da proposta, caso em que as provas
(Cobrado 1x) autoincriminatórias produzidas pelo colaborador, não poderão ser
utilizadas exclusivamente em seu desfavor.”

6.24. Organização Criminosa: Conceito


MEMORIZAÍ!
PONTOS IMPORTANTES QUE PRECISA SABER:
1) 4 ou + pessoas;
2) Pena máxima superior a 4 anos;
3) Caráter transnacional
4) Intenção de obter vantagem.

“Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas


Art. 1º, § 1º, Lei 12.850/13: estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que
informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer
(Cobrado 9 x) FGV
natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores
a 4 anos ou que sejam de caráter transnacional.”

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6.25. JECRIM - Lei 9.099/95: Institutos despenalizadores


➢ Institutos despenalizadores do JECRIM e aplicados as infrações de menor potencial ofensivo:

1) Composição Civil dos danos (Art.74, Lei 9.099/95);


2) Transação Penal (Art. 76, Lei 9.099/95);
3) Sursis processual (Art. 89, Lei 9.099/95).

6.26 - JECRIM - Transação Penal: (Cobrado pela FGV no TJMS/2023)


a) Instituto previsto no art. 76 da Lei 9.099/95 (artigo cobrado 9x pela FGV);
b) Infrações de menor potencial ofensivo;
c) Contravenções/crimes - pena NÃO SUPERIOR a 2 anos;
d) Cumulado ou não com multa;
e) O MP pode oferecer transação ao autor se presentes os requisitos legais, encerrando-se o
procedimento.

“Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública


Art. 76, caput, Lei 9.99/95: incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público
(Cobrado 12x) FGV poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou
multas, a ser especificada na proposta. (...)”

“Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:


(O inciso I é o mais cobrado: cobrado 3x)
Art. 76, § 2º, Lei 9.099/95: I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena
(Cobrado 5x) FGV privativa de liberdade, por sentença definitiva.” (com trânsito em julgado).
II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de 5 anos, pela
aplicação de pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo. (...).”
(cobrado 2x)

A transação penal, além de não gerar reincidência, também não pode ser usada como
maus antecedentes do acusado. SOMENTE fica registrada para que o acusado não possa
se valer novamente de tal benefício no prazo de 5 anos, art. 76, §2º, Lei 9.099/95).

6.27. JECRIM: Suspensão Condicional do Processo (Cobrado pela FGV TJMS/2023)


“Reunidos os pressupostos legais permissivos da suspensão condicional do processo,
Súmula 696/STF: mas se recusando o Promotor de Justiça de propô-la, o juiz, dissentindo, remeterá a
questão ao Procurador-Geral, aplicando-se por analogia o art. 28 do CPP.”
Obs.: É vedado ao magistrado conceder de ofício a suspensão condicional do processo.

A suspensão condicional do processo não é direito subjetivo do acusado, mas um poder-


dever do MP.

AgRg no RHC 74464/PR: “(...) Este Superior Tribunal tem decidido que a suspensão condicional do processo não é
(6ªT - 09.02.2017) STJ direito subjetivo do acusado, mas sim um poder-dever do Ministério Público, titular da ação
penal, a quem cabe, com exclusividade, analisar a possibilidade de aplicação do referido instituto,
desde que o faça de forma fundamentada. (...).”

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A suspensão condicional do processo pode ser oferecida pelo MP para todos os


crimes cuja pena mínima seja igual ou inferior a 1 ano. Por outro lado, os crimes de
menor potencial ofensivo são aqueles cuja pena máxima seja igual ou inferior a 2
ano, (art. 61).
Atenção: a FGV gosta de fazer um mix com a suspensão do processo e com crimes de
menor potencial ofensivo.

6.28. JECRIM: Sursis Processual x Sursis da Pena


➢ No SURSIS DA PENA, instaura-se o processo, realiza-se a instrução e no final, caso venha o juiz
a condenar o réu, poderá suspender a execução da pena, (Art. 77, CP).

➢ No SURSIS PROCESSUAL, o que se suspende é o próprio processo “Ab initio”. Há a


paralisação do processo, com probabilidade de extinção da punibilidade, caso cumpra as condições
durante o processo. (Art. 89, Lei 9.099/95). É celebrado na presença do juiz e depende da aceitação
do acusado e seu defensor.

6.29. JECRIM: Transação Penal - Apelação: (Tema cobrado pela FGV)


RECURSO DE APELAÇÃO: prazo de 10 dias da ciência da decisão.
Cabimento:
1) Sentença que aplica a pena restritiva de direito ou multa (Art. 76, §4º, Lei 9.099/95). Sentença
homologatória da transação penal.
2) Decisão que rejeita a denúncia ou queixa (Art. 82, caput, § 1º, Lei 9.099/95)
3) Sentença que julga o processo no mérito.
Obs.: A transação penal é recorrível por Apelação. A Composição é IRRECORRIVEL. (Cobrado pela FGV).
Não há vedação expressa que inviabiliza a concessão do benefício ao autor
condenado anteriormente à pena de multa. (FGV).

6.30. Emendatio Libeli: Aditamento da denúncia


Em caso de “Emendatio Libeli” é desnecessário o aditamento da denúncia.

PROCESSO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. LESÃO CORPORAL


DE NATUREZA GRAVE. EMENTATIO LIBELLI. FATO JÁ DESCRITO NA DENÚNCIA.
AgRg no HC 770.256 MUDANÇA DA DEFINIÇÃO JURÍDICA. DESNECESSIDADE DE ADITAMENTO. AMPLA
(04.11.2022) STJ - 5T DEFESA GARANTIDA. AGRAVO DESPROVIDO.
1. É lícito ao juiz alterar a tipificação jurídica da conduta do réu no momento da sentença,
(Cobrado pela FGV)
sem modificar os fatos descritos na denúncia, conforme a inteligência do art. 383 do CPP,
sendo despicienda a abertura de prazo para aditamento (CPP, art. 384).
2. Não constitui ofensa ao princípio da correlação entre a denúncia e a sentença
condenatória o ato de magistrado singular, nos termos do art. 383 do Código de
Processo Penal, atribuir aos fatos descritos na peça acusatória definição jurídica
diversa daquela proposta pelo órgão da acusação. Precedentes.
3. Agravo desprovido.

Art. 383, CPP O juiz, sem modificar a descrição do fato contido na denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe
(Cobrado 4x) FGV definição jurídica diversa, ainda que, em consequência, tenha de aplicar pena mais grave.

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7 – DIREITO CONSTITUCIONAL

7.1. Extradição de Brasileiro Naturalizado:


“Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado em caso de crime comum,
Art. 5º, LI, CF: praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de
(Cobrado 2x) FGV entorpecentes e drogas afins, na forma da lei.”

Caso haja um tratado internacional (“Tratado de extradição”) celebrado


POSTERIORMENTE, será aplicável a fatos criminosos ocorridos antes de sua
celebração.
Isto porque tais convenções internacionais não tipificam crimes nem estabelecem penas.
As normas extradicionais/legais ou convencionais não constituem lei penal (STF,
PPE 769). (FGV)

7.2. Mando de Segurança: Liminar


Eventual concessão de liminar em sede de mandado de segurança NÃO pode ser impugnada por meio
de pedido de suspensão de segurança feita por partido político, visto que este não possui legitimidade
para postular o referido pedido.

Partido político não possui legitimidade para postular pedido de


STF - Plenário, SL 1424: suspensão de segurança, já que se trata de pessoa jurídica de direito
privado.
Vedação legal. Neste dispositivo resta determinado que o requerimento
Art. 15 da Lei 12.016/09: deverá ser realizado por PESSOA DE DIREITO PÚBLICO interessada ou do
(Cobrado 3x) MP.

7.3. Mando de Segurança: Embargos Infringentes


“Não cabem, no processo de mandado de segurança a interposição de
Art. 25, Lei 12.016/09: embargos infringentes e a condenação ao pagamento dos honorários
(Cobrado 3x) FGV advocatícios, sem prejuízo da aplicação de sanção no caso de litigância de má-fé.”

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7.4. Mandado de Segurança: Técnica de Julgamento e Embargos Infringentes


TECNICA DE JULGAMENTO:
Objetivo: Permitir o aprofundamento do exame de controvérsias recursais, sejam fáticas ou jurídicas.
“MANDADO DE SEGURANÇA, APELAÇÃO. RESULTADO NÃO UNANIME.
AMPLIAÇÃO DO COLEGIADO, ART. 942, CPC. INCIDÊNCIA.”
- A técnica de ampliação do colegiado prevista no art. 942, CPC, também se
aplica ao julgamento não unânime de apelação interposta em Mandado de
Segurança.
REsp 1.868.072/RS
(10/05/21) - A lei de mandado de segurança nada diz quanto a modalidade de julgamento a
ser adotada na hipótese de acórdão não unânimes.

- A lei veda a oposição de embargos infringentes (revogado pelo CPC/15). No


entanto, são institutos diferentes, apesar de possuírem objetos semelhantes. A
técnica de ampliação do colegiado compreende técnica de julgamento
(natureza de incidente processual) enquanto que os embargos infringentes
consistiam em modalidade recurso.

7.5. ADI: Julgamento - prejudicialidade


RESTARÁ PREJUDICADO O JULGAMENTO DA ADI QUANDO HOUVER:
REGRA: Quando houver revogação do ato EXCEÇÃO: Caso fique demonstrado que houve “fraude
normativo que estava sendo impugnado e não foi processual”, não haverá perda suficiente do objeto e a
demonstrada a ocorrência de fraude processual, ADI deve ser conhecida e julgada. Ou seja, a norma foi
com o objetivo de evitar que o STF declare o ato revogada de forma proposital a fim de evitar que o STF
inconstitucional. (ADI 1203) declarasse inconstitucional e analisasse os efeitos
produzidos. (ADI 3306)

7.6. Organização do Estado: Municípios - Contas de Gestão e Contas de Governo


“A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal,
mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder
Art. 31, § 2º, CF: Executivo, na forma da lei.
(Cobrado 4x) FGV § 2º - O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o
Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de 2/3
dos membros da Câmara Municipal. (...)”.

A constituição conferiu ao Poder Legislativo a função de controle e fiscalização das


contas do chefe do poder Executivo. Esta é uma função típica do legislativo ao lado da
função legiferante. Isso se dá, pelo fato de que cabe a um poder fiscalizar o outro. Esta
fiscalização se desenvolve por meio de um processo político-administrativo que se inicia
no Tribunal de Contas, que faz uma apreciação técnica das contas e emite um
parecer. No entanto, a decisão final cabe ao Poder Legislativo. A câmara dos
vereadores representa a soberania popular e os contribuintes e, por isso, tem a
legitimidade para este exame.

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Competência para julgamento das contas do Prefeito:


STF - RE 848.826/DF: Para fins do art. 1º, I, “g” da LC 64/90, a apreciação das contas de prefeito, tanto as
(RG TEMA 835) de Governo quanto as de Gestão, será exercia pelas Câmaras Municipais, com
Info 834 auxílio dos Tribunais de Contas competentes, cujo parecer prévio somente deixará
de prevalecer por decisão de 2/3 dos vereadores.

Natureza do parecer exarado pelo Tribunal sobre as contas do Prefeito:


Parecer técnico elaborado pelo Tribunal de Contas tem natureza meramente
STF - RE 729.744/MG opinativa, competindo exclusivamente à Câmara dos Vereadores o julgamento
RG - TEMA 157 das contas anuais do chefe do Poder Executivo local, sendo incabível o
julgamento ficto das contas por decurso de prazo.

Contas de gestão e governo do Prefeito: Tribunal de Contas aprova, mas a Câmara julga.
Contas de gestão do Presidente e Governador: Tribunal de Contas aprova e julga.
Contas de governo do Presidente e do Governador: Tribunal de Contas aprova, mas a Casa
Legislativa julga.
Atenção: Tudo o Tribunal de Contas aprova, mas ele só julga o que o Presidente e o Governador
gerir de recursos públicos.

7.7. Administração Pública: Servidores Públicos - subsídio


➢ Não há obrigatoriedade para que todos os servidores públicos sejam remunerados por
subsídio.

QUEM RECEBE EXCLUSIVAMENTE POR SUBSÍDIO? Art. 39, §4º, CF.


1) Membro de Poder;
2) Detentor de mandado eletivo;
3) Ministros de Estado;
4) Secretários de Estaduais e Municipais.
5) Membros da advocacia pública (art. 135 da CF/88)

7.8. Administração Pública: Parcelas Remuneratórias

A soma das parcelas remuneratórias e indenizatórias PODE ultrapassar o teto


remuneratório constitucional (art. 37, §11, CF) porque NÃO serão computados para
efeito dos limites remuneratórios.
Art. 37, § 11, CF: “Não serão computadas para efeito do limite remuneratórios de que trata o
(Inciso cobrado 2x) FGV inciso XI no caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas
nesta lei.”

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7.9. Agentes Públicos: RGPS

Regime Geral de Previdência Social:


1) Emprego Público;
2) Temporário;
3) Eletivo (EC 103/2019);
4) Comissão.

“Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão


Art. 40, § 13, CF: declarado em lei de livre nomeação e exoneração, de outro cargo temporário,
(Cobrado 3x) FGV inclusive mandato efetivo, ou emprego público, o Regime Geral de Previdência
Social.

Obs.: RPPS aplica-se aos servidores efetivos.

7.10 - Tribunal de Contas: Da natureza da atividade do Tribunal

- A natureza da atividade do Tribunal de Contas é técnica.


- Suas decisões são administrativas, não jurisdicionais.

Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o


contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou
Súmula Vinculante 3: revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a
(Cobrada 3x) FGV apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria (a relação
jurídica travada é entre o TC e a Administração pública), reforma e pensão.

➢ Quando o TCU indefere a concessão de aposentadoria, cabe ao órgão de origem tomar


todas as providências necessárias.

7.11. Tribunal de Contas: Competência


Compete aos Tribunais de Contas dos estados (ou dos Municípios nos locais em que
eles existirem) julgar a aplicação dos recursos que recebem por meio de repasse da
União, em razão da exploração de petróleo (royalties)
“MANDADO DE SEGURANÇA. ATO CONCRETO. CABIMENTO. EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO,
XISTO BETUMINOSO E GÁS NATURAL. PARTICIPAÇÃO, EM SEU RESULTADO, DOS
ESTADOS, DISTRITO FEDERAL E MUNICÍPIOS. CONSTITUIÇÃO FEDERAL, ART. 20, § 1º.
COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO PARA A
FISCALIZAÇÃO DA APLICAÇÃO DOS RECURSOS ORIUNDOS DESTA EXPLORAÇÃO NO
TERRITÓRIO FLUMINENSE. 1 - Não tendo sido atacada lei em tese, mas ato concreto do Tribunal
MS 24.312 de Contas da União que autoriza a realização de auditorias nos municípios e Estado do Rio de
(12.12.03) Janeiro, não tem aplicação a Súmula 266 do STF. 2 - Embora os recursos naturais da plataforma
continental e os recursos minerais sejam bens da União (CF, art. 20, V e IX), a participação ou
compensação aos Estados, Distrito Federal e Municípios no resultado da exploração de petróleo,
xisto betuminoso e gás natural são receitas originárias destes últimos entes federativos (CF, art. 20,
§ 1º). 3 - É inaplicável, ao caso, o disposto no art. 71, VI da Carta Magna que se refere,
especificamente, ao repasse efetuado pela União - mediante convênio, acordo ou ajuste - de
recursos originariamente federais. 4 - Entendimento original da Relatora, em sentido contrário,
abandonado para participar das razões prevalecentes. 5 - Segurança concedida e, ainda, declarada
a inconstitucionalidade do arts. 1º, inc. XI e 198, inc. III, ambos do Regimento Interno do Tribunal de
Contas da União, além do art. 25, parte final, do Decreto nº 1, de 11 de janeiro de 1991.”

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7.12. Tribunal de Contas: Criação de cargo em comissão


➢ Controvérsia relativa aos requisitos constitucionais para criação de cargo em comissão
(Art. 37, II e V, CF)
Tese: a) A criação de cargos em comissão somente se justifica para o
exercício de funções de direção, chefia e assessoramento, não se prestando
ao desempenho de atividades burocráticas, técnicas ou operacionais; b) tal
criação deve pressupor a necessária relação de confiança entre a autoridade
Tema 1010 - STF nomeante e o servidor nomeado; c) o número de cargos comissionados criados
(Repercussão Geral) deve guardar proporcionalidade com a necessidade que eles visam suprir e com
o número de servidores ocupantes de cargos efetivos no ente federativo que os
criar; e d) as atribuições dos cargos em comissão devem estar descritas,
de forma clara e objetiva, na própria lei que os instituir.

7.13. Do Poder Judiciário: STJ - Competência


“Compete ao Superior Tribunal de Justiça: (...)
II - Julgar, em recurso ordinário: (...)
b) Os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais
Art. 105, II, ‘b”, da CF: Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados, do DF e Territórios,
(Cobrado 4x) FGV quando denegatória a decisão;
c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo
internacional, de um lado, e, de outro, Município ou pessoa residente ou
domiciliada no País. (...).

7.14. Do Poder Judiciário: STF - Competência


STF COMPETÊNCIA
Art. 102, caput, CF: “Compete ao STF, precipuamente, a guarda da Constituição cabendo-lhe:
(Cobrado 5x) FGV

I - processar e julgar, originariamente: (Cobrado 4x)


a) ADI e ADC
b) Infrações penais comuns: Presidente da República; Vice; Membros do CNJ; Próprios Ministros;
PGR.
c) Crimes comuns e de Responsabilidade: Ministros de Estado; Comandantes da Marinha do
Exército; Comandantes da Aeronáutica; Membros dos Tribunais Superiores; Membros dos Tribunais
de Contas; Membros da União; Chefes de missão diplomática em caráter permanente.
d) HC: pacientes das letras a, b e c.
MS e HD: atos do Presidente da República: Mesa da Câmara dos Deputados e Senadores.
e) Litigio entre os Estados Estrangeiros/organismos internacionais e a União, os Estados, o DF ou o
Território.
f) Causas e Conflitos: União, Estados, DF, uns e outros, respectivas entidades da administração
indireta;
g) Extradição (solicitada por Estado Estrangeiro);
h) Revogado.
i) HC - Coator (Tribunais Superiores);
Coator ou paciente (autoridade ou funcionário – STF;
Crime sujeito a mesma jurisdição em única instância.
j) Revisão Criminal e Ação Rescisória de seus julgados.
l) Reclamação;

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m) Ação - membro da Magistratura;


n) Conflito de Competência;
o) Medida Cautelar;
p) Mandado de Injunção;
q) Ações contra o CNJ e CNMP.

8 - ELEITORAL
8.1. Ações Eleitorais: Procedimento da AIJE

AIJE: Investigação Judicial Eleitoral - É uma ação civil.


Uso indevido; desvio ou abuso do poder econômico ou do poder de autoridade ou
Objeto: utilização indevida de veículos ou meios de comunicação social. Cabível também
para fraude de cota de gênero (entendimento do TSE).
Rito: Finalidade: apuração do abuso de poder político ou econômico
Na legislação: não há prazo;
Prazo: Para a doutrina: termo inicial após o registro das candidaturas;
Para o TSE: possível mesmo antes de iniciado o período eleitoral;
Termo final: com o ato da diplomação.
Corregedor-Geral Eleitoral - (Presidente e Vice);
Competência: Corregedor-Regional Eleitoral - (Governador/Vice, Senadores e Suplentes,
Deputados federais, estaduais e distritais);
Juiz Eleitoral - (eleições municipais).
Contestação: 5 dias
Inquirição de 5 dias
testemunhas:
Testemunhas: Máximo 6
Diligências: 3 dias
Alegações finais: 2 dias
Relatório do 3 dias
corregedor:
Legitimidade ativa:
(cobrado 3x) Partido político, Coligação, candidato ou MPE (art. 22, caput, da LC 64/90).

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8.2. Ações Eleitorais: Procedimento da AIRC

AIRC: ação de impugnação de registro de candidatura.

Meios de prova: Desde logo


Testemunhas: Máximo de 6
Contestação: 7 dias (docs + provas)
Inquirição de testemunhas: 4 dias (decorrido prazo para contestação).
ATIVA - (em única assentada)
Diligências: 5 dias após inquirição de testemunhas (o terceiro é ouvido neste prazo)
Alegações Finais: 5 dias
Sentença: Eleição municipal: 3 dias
Recurso: 3 dias
Obs.: (1) Prazos peremptórios e contínuos. Não suspende: sábado, domingo ou feriado. Corre a partir de 15.08.
(2) O prazo para a propositura da AIRC é de 5 (cinco) dias, contados da publicação do edital com a relação das
candidaturas deferidas (art. 3º da LC 64/1990), não se aplicando para o Ministério Público Eleitoral, neste caso,
a prerrogativa da intimação pessoal (nesse sentido, TSE, REspE 48423, Rel. Min. Dias Toffoli, acórdão de
15.5.2014).

8.3. Ações Eleitorais: Procedimento da Representação do art. 96 da Lei das Eleições:


O art. 96 da Lei 9.504/97 estabelece o rito processual das reclamações relativas ao
descumprimento da referida lei, em especial no que tange ao desrespeito às normas
previstas para a propaganda eleitoral.
RITO
Contestação: 48 horas
Sentença: 24 horas
Recurso: 24 horas da
contestação

8.4. Fonte material e fonte formal do direito eleitoral


São os múltiplos fatores que influenciam o legislador em seu trabalho de criar
Fonte material: normas jurídicas (MPPA/2023 – CESPE).
Ex.: Fatos sociais que impactam na produção de norma eleitoral.
Decorrem de processos pelos quais as normas adquirem legitimidade e
obrigatoriedade.
Fonte formal: São classificadas em: estatais e não estatais.
a) Estatais: emitidas pelo próprio Estado
b) Não estatais: não advindas do Estado
Exemplo de não estatais: Os acordos entre partidos políticos e emissoras de TV
sobre regras de debate eleitoral.

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8.5. Do processo das infrações: prazo para oferecimento da denúncia pelo MP


Art. 357, caput, CE: “Verificada a infração penal, o Ministério Público oferecerá a denúncia
(cobrado 3x) dentro do prazo de 10 dias. (...).”
“(...) Se o órgão do Ministério Público não oferecer a denúncia no prazo
Art. 357, § 3º, CE: legal representará contra ele a autoridade judiciária, sem prejuízo da
(Cobrado 1x) apuração da responsabilidade penal. (...).”

BLOCO III
9 - ADMINISTRATIVO

9.1. Improbidade Administrativa: Prejuízo ao Erário (Lei 8429/92)


“Constitui ato de improbidade que causa lesão ao erário qualquer ação
Art. 10, caput, Lei 8.429/92: ou omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprovadamente, perda
(Cobrado 3x) patrimonial, desvio, apropriação, maltratamento ou delapidação dos bens
ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei. (...).”
Art. 10, VII, da Lei 8.429/92: “conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das
(Cobrado 1x) formalidades legais ou regularidades aplicáveis à espécie; (...).”

SANÇÕES: Art. 12, II, da Lei 8.429/92 (cobrado 3x)

1) Perda dos bens ou valores;


2) Perda da função pública;
3) Suspensão dos direitos políticos - 12 anos;
4) Multa equivalente ao valor do dano;
5) Proibição de Contrato, etc. - 12 anos.

9.2. Improbidade Administrativa: Da Prescrição


Prazo prescricional para aplicação das sanções da LIA: 8 ANOS (prazo de prescrição geral)
Art. 23, § 5º, da Lei 8.429/92: Prescrição INTERCORRENTE
4 ANOS

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➢ ATENÇÃO PARA OS NOVOS PRAZOS DE PRESCRIÇÃO: GERAL E INTERCORRENTE


TESE: 1) É necessária a comprovação de responsabilidade subjetiva para a
tipificação dos atos de improbidade administrativa, exigindo-senos artigos 9º, 10
e 11 da LIA, a presença do elemento subjetivo - DOLO;
2) A norma benéfica da Lei 14.230/2021 - revogação da modalidade culposa
do ato de improbidade administrativa -, é IRRETROATIVA, em virtude do artigo
5º, inciso XXXVI, da Constituição Federal, não tendo incidência em relação à
STF – TEMA 1199 - RG eficácia da coisa julgada; nem tampouco durante o processo de execução das
(ARE 843.989) penas e seus incidentes;
3) A nova Lei 14.230/2021 aplica-se aos atos de improbidade administrativa
culposos praticados na vigência do texto anterior da lei, porém sem
condenação transitada em julgado, em virtude da revogação expressa do
texto anterior; devendo o juízo competente analisar eventual dolo por parte do
agente;
4) O novo regime prescricional previsto na Lei 14.230/2021 é IRRETROATIVO,
aplicando-se os novos marcos temporais a partir da publicação da lei. (A lei
14.230/21 foi publicada em 25.10.21).

9.3. Improbidade Administrativa: verbos núcleo dos atos de improbidade


Receber
ENRIQUECIMENTO ILÍCITO: Perceber
(“Eu me beneficio”) Utilizar
Aceitar

Permitir
LESÃO AO ERÁRIO Conceder
(“um terceiro se beneficia”) Facilitar
Concorrer

PRINCÍPIOS DA (“ninguém se beneficia”)


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

9.4 – Tombamento:
➢ Por significar uma RESTRIÇÃO/LIMITAÇÃO ADMINISTRATIVA, que apenas obriga o
proprietário a manter o bem tombado dentro de suas características para a proteção
do patrimônio cultural, não gera qualquer dever indenizatório para o Poder Público, e
isso porque nenhum prejuízo patrimonial é causado ao dono do bem. Somente se o
proprietário comprovar que o ato de tombamento lhe causou prejuízo ou que lhe
tolheu totalmente o direito de propriedade, o que não é a regra, é que fará jus à
indenização.

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9.5. Processo Administrativo: Prazo para julgamento da legalidade do ato de concessão inicial
de aposentadoria pelo TCU

Fixação do prazo de 5 anos para que o TCU proceda ao registro


dos atos de concessão inicial de aposentadoria, reforma ou
pensão, após o qual se considerarão definitivamente
registrados.
TESE: “Em atenção aos princípios da segurança jurídica e da confiança
legítima, os Tribunais de Contas estão sujeitos ao prazo de 5 anos para o
STF - TEMA 445 - RG julgamento da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria,
reforma ou pensão, a contar da chegada do processo à respectiva Corte
de Contas

9.6. Licitação - Lei 14.133/21: Estudo Técnico preliminar

ESTUDO TÉCNICO PRELIMINAR: documento constitutivo da 1ª etapa do planejamento


de uma contratação que caracteriza o interesse público envolvido e a sua melhor
solução e dá base ao anteprojeto, ao termo de referência ou ao projeto básico a serem
elaborados caso se conclua pela viabilidade da contratação. (Art. 6º).

9.7. Licitação Lei 14.133/21: Reajustamento x Repactuação x Recomposição

Reajustamento: Em regime sem dedicação exclusiva de mão de obra, mediante previsão de índice
(Art. 6º, LVIII) específico ou setorial (aplicação de índice de correção monetária).
(cobrado 1x) Obs.: Se não houver previsão no edital e no contrato não tem reajuste.

Repactuação: Em regime com dedicação exclusiva de mão de obra ou preponderância de mão de


(Art. 6º, LIX) obra mediante demonstrativo analítica da variação dos custos. Deve ter previsão no
(Cobrado 1x) contrato e haver periodicidade mínima de 1 ano.

Ocorre tanto para restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato em


Recomposição/ caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe ou em decorrência de fatos
(Revisão): imprevisíveis com consequências incalculáveis, que inviabilize a execução do contrato
na forma pactuada (Teoria da Imprevisão). É ato bilateral do contrato. Não há
periodicidade mínima.

➢ Atenção para a resposta correta de uma questão da FGV sobre o tema:


REAJUSTAMENTO EM SENTIDO ESTRITO (Art. 6º, LVIII, da Lei 14.133/21: É a forma de manutenção do
equilíbrio econômico-financeiro do contrato consistente na aplicação do índice de correção monetária
previsto no contrato, que deve retratar a variação efetiva do custo de produção, admitida a adoção de
índices específicos ou setoriais.

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9.8. Licitação - Lei 14.133/21: Regimes de execução indireta de obras públicas


REGIMIES DE EXECUÇÃO INDIRETA DE OBRAS PÚBLICAS ADMITIDOS NA NOVA LEI DE LICITAÇÃO
Empreitada por preço unitário Contratação da execução da obra ou do serviço por preço certo de
(art. 6º, XXVIII) (cobrado 1x) unidades determinadas.
Empreitada por preço global Contratação da execução da obra ou do serviço por preço certo e
(art. 6º, XXIX) (cobrado 1x) total.
Contratação de empreendimento em sua integralidade,
compreendida a totalidade das etapas de obras, serviços e
Empreitada integral instalações necessárias, sob inteira responsabilidade do contratado
(art. 6º, XXX) (cobrado 1x) até sua entrega ao contratante em condições de entrada em
operação, com características adequadas às finalidades para as
quais foi contratado e atendidos os requisitos técnicos e legais para
sua utilização com segurança estrutural e operacional.

REGIME DE EXECUÇÃO INDIRETA: O regime de execução indireta consiste na forma


pela qual a Administração Pública contrata com terceiros a realização de uma obra,
serviço ou fornecimento.
EXECUÇÃO DE DIRETA: É feita por órgãos e entidades da Administração, por seus
próprios meios.
REGIMES ADMITIDOS NA EXECUÇÃO INDIRETA DE OBRAS E SERIVIÇOS DE ENGENHARIA
Art. 46, “caput”, Lei Na execução indireta de obras e serviços de engenharia, são admitidos
14.133/21: os seguintes regimes:
Art. 46, I, Lei 14.133/21: empreitada por preço unitário;
Art. 46, II, Lei 14.133/21: empreitada por preço global;
Art. 46, III, Lei 14.133/21: empreitada integral;
Art. 46, IV, Lei 14.133/21 contratação por tarefa
Art. 46, V, Lei 14.133/21 contratação integrada
Art. 46, VI, Lei 14.133/21 contratação semi-integrada
Art. 46, VII, Lei 14.133/21 fornecimento e prestação de serviço associado

9.9. Licitação - Lei 14.133/21: Princípio da Segregação de Função x Princípio da Publicidade

➢ O art. 5º da Lei 14.133/21 trata dos princípios que regem a lei de licitações.

Dois princípios importantes mencionados no “caput” do at. 5º da Lei 14.133/21


É um princípio contábil, administrativo e de controle interno
Princípio da Segregação de Funções: que consiste na separação das competências e das atividades
(Cobrado 2x) de cada servidor ao longo do procedimento licitatório e de suas
fases, para evitar equívocos, fraudes e utilização irregular de
verba pública.
Princípio da Publicidade: Visa assegurar a qualquer interessado, participar ou
(Cobrado 2x) fiscalizar um processo licitatório.

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➢ PRINCÍPIOS QUE SERÃO OBSERVADOS NA LEI DE LICITAÇÃO E CONTRATOS


ADMINISTRATIVOS:

Art. 5º, Lei 14.133/21: Legalidade, impessoalidade, moralidade, PUBLICIDADE


(CAI), Eficiência, Interesse público, Probidade administrativa, Igualdade,
Planejamento, Transferência, Eficácia, SEGREGAÇÃO DE FUNÇÃO (este não
era referido pela doutrina - muito cobrado - importante), Motivação,
Vinculação ao edital, Julgamento Objetivo, Segurança jurídica,
Razoabilidade, Competitividade, Proporcionalidade, Celeridade,
Economicidade, DESENVOLVIMENTO NACIONAL SUSTENTÁVEL (cai), bem
como as disposições da LINDB.

9.10. Licitação - Lei 14.133/21: Estudo técnico preliminar:

Documento constitutivo da 1ª etapa do planejamento de uma


Art. 6º, XX, Lei 14.133/21: contratação que caracteriza o interesse público envolvido e a sua
(o artigo 6º é muito cobrado pela FGV. melhor solução e dá base ao anteprojeto básico, ao termo de
O inciso XX foi cobrado 1x). referência ou ao projeto básico a serem elaborados caso se
conclua pela viabilidade da contratação.

9.11. Licitação - Lei 14.133/21: Concessão de Uso x Concessão de direito real de uso x
Concessão administrativa de uso de bem público

CONCESSÃO DE USO
É o contrato administrativo pelo qual o poder público concede o uso
privativo de bem público ao particular. Trata-se, portanto, de uma
Concessão de Uso atuação pela bilateralidade, o que distingue a concessão da autorização
e da permissão de uso, que são instrumentalizados por um ato unilateral.
Além disso, deverá ser precedida de regular licitação, salvo nos casos
de dispensa ou inexigibilidade previstos na lei.
Art. 2º, IV, Lei 14.133/21: Esta lei aplica-se: (...)
(Cobrado 1x) IV – Concessão e permissão de uso de bens públicos; (...).”
A concessão de uso visa a cessão de ESPAÇO PUBLICO PARA USO
Finalidade e critério de MEDIANTE REMUNERAÇÃO, deve ser realizada pelo critério de
julgamento: julgamento do tipo MAIOR OFERTA que, por sinal, não foi expresso
nesses termos em nenhum dos incisos do Art. 33 da Lei 14.133/21.
O uso de bem público pode ser considerado quando bens de uso
Bem de uso especial ESPECIAL: admite, em CERTOS CASOS, a cessão de parte do bem por
meio de concessão DE USO DE BEM PÚBLICO.
Ex.: Boxes em mercados e feiras.
A Lei 14.133/21 ao disciplinar a alienação de bens (móveis/imóveis)
condicionou a satisfação de interesse público devidamente justificado e
determinou que se proceda a avaliação prévia, solicitação de autorização
Alienação de bens legislativa (bens imóveis) e realização de licitação por meio de LEILÃO.
No entanto, para o TCU, a modalidade de licitação é a realização do
PREGÃO para concessão de uso de bem público de acordo com a Lei
14.133/21.
O TCU resolveu o caso pela INTERPRETAÇÃO TELEOLÓGICA quando
analisou disposição expressa do art. 4º, X da Lei 10.520/02 (TCU, AC
3042/2008, Plenário) e em outra importante decisão TCU nº 2844/2010.

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CONCESSÃO DE USO X CONCESSÃO DE DIREITO REAL DE USO


A legislação pertinente, bem como a doutrina, deixam cristalino que casos de cessão de cantinas não
são concessões de direito real de uso, instituto esse destacado pelo § 3º do art. 23 da Lei 8.666/93.
Concessão de direito real de uso é o contrato pelo qual a Administração Pública transfere o uso gratuito
ou remunerado de terreno público a particular, para que dele se utilize em fins de interesse social, sendo
transferível por atos inter vivos ou causa mortis.

CONCESSÃO ADMINISTRATIVA DE USO


A concessão administrativa de uso, aplicável às cantinas em espaço de repartições públicas,
confere ao titular do contrato um direito pessoal de uso do bem público, privativo e intransferível.

9.12. Licitação - Lei 14.133/21: Exceções da aplicação das normas gerais

Não são abrangidas por esta lei as empresas públicas, as sociedades de


Art. 1º, §1º, Lei 14.133/21: economia mista e suas subsidiárias, regidas pela lei. nº 13.303/16,
(Cobrado 1x) ressalvado o disposto no art. 178 desta lei.

9.13. Lei 8.112/90: Incontinência pública x Conduta escandalosa na repartição - Das


penalidades

Art. 132, V, Lei A demissão será aplicada nos seguintes casos: (...)
8.112/90 V - Incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição
Refere-se ao comportamento de natureza GRAVE, tido como indecente, que ocorre
de forma HABITUAL, ostensiva e EM PÚBLICO. (RMS nº 39.486/RO).

“ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. SERVIDOR PÚBLICO. POLICIAL CIVIL. DEMISSÃO.


INCONTINÊNCIA PÚBLICA. AMPARO LEGAL PARA PENA. APURAÇÃO DE CONDUTA
PRATICADA DEVIDAMENTE ENQUADRADA. OFENSA DA PROPORCIONALIDADE E DA
RAZOABILIDADE. INEXISTÊNCIA. AUSÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO. 1. Cuida-se de
recurso ordinário interposto contra acórdão no qual foi denegada a segurança ao pleito de anulação
Incontinência
de decreto de demissão aplicada após processo administrativo que apurou infração de
Pública incontinência pública. 2. As provas dos autos demonstram que o demitido era policial civil, tendo
se envolvido em acidente de trânsito, no qual negou socorro a vítima, assim como sacou sua arma
em situação de incontinência pública. As violações estão devidamente previstas no diploma legal
pertinente (Estatuto da Polícia Civil do Estado de Rondônia), o qual também prescreve a penalidade
de demissão. 3. Há plena adequação da penalidade aplicada com a conduta devidamente apurada,
não havendo falar em violação aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. Precedente:
AgRg no RMS 42.555/MS, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 26.3
.2014. Recurso ordinário improvido.” (Fonte: Site STJ).
Conduta que, embora também ofenda a moral administrativa, pode ocorrer de forma
pública ou às ocultas, reservadamente, mas que em momento posterior chega ao
Conduta conhecimento da Administração. (REsp 2006738/PE - 14.02.23).
Escandalosa
Jurisprudência em tese nº 209, item 10 (STJ):
“ (...) 10) Tipifica-se como "conduta escandalosa" o comportamento praticado por servidor
público que, dolosamente, produz e armazena, sem consentimento, por meio de câmera
escondida, vídeos de alunas, de servidoras e/ou de funcionárias terceirizadas, no
ambiente de trabalho. (...)”.

A PENA DE DEMISSÃO é a única prevista em lei para essas situações - (art. 132, V).

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9.14. Repercussão Geral: Tema 666 x Tema 999

No tema – RG 666, o STF fixou o entendimento pela imprescritibilidade das ações


RG - TEMA 666 de ressarcimento por danos causados ao erário, ainda que o prejuízo não decorra
de ato de improbidade administrativa.
RG - TEMA 999 No tema – RG 999, O STF fixou o entendimento de que é imprescritível a
pretensão de reparação civil de dano ambiental.
Obs.: Nos casos dos ARE 1.333.352 AgR e RE 1.352.874 AgR julgados em maio de 2023.

O RESSARCIMENTO CÍVIL pela extração mineral irregular foi considerado reparação civil por DANO
AMBIENTAL, daí porque se aplicou o TEMA – RG 999, e não o tema RG 666. Assim, são imprescritíveis
pretensões de ressarcimento por dano causado pela EXTRAÇÃO IRREGULAR DE MINERAIS.
ATENÇÃO:
Ementa: AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AÇÃO CIVIL
PÚBLICA. EXTRAÇÃO IRREGULAR DE RECURSO MINERAL. PRETENSÃO DE
RESSARCIMENTO AO ERÁRIO. DANO AMBIENTAL. IMPRESCRITIBILIDADE.
INAPLICABILIDADE DO TEMA 666 DA REPERCUSSÃO GERAL. INCIDÊNCIA
DO TEMA 999. 1. A extração clandestina de recursos minerais do leito de rio (sem
a adequada autorização da autoridade pública competente) importa não apenas
dano patrimonial, mas, principalmente, dano ao meio ambiente. 2. A extração
desordenada de recursos minerais impacta diretamente no ecossistema,
Extração Irregular trazendo consequências muitas vezes irreversíveis ao meio ambiente. 3. Não
de Recurso Mineral se trata, portanto, de mero ilícito civil, de forma que inaplicável, à hipótese destes
(RE 1.333.352.874) autos, o entendimento firmado no RE 669.069-RG, Tema 666 da repercussão geral
(É prescritível a ação de reparação de danos à Fazenda Pública decorrente de ilícito
civil). 4. O presente caso visa à reparação por dano ambiental (por extração
clandestina de recursos minerais), de modo que é perfeitamente aplicável a tese
fixada no RE 654.833-RG Tema 999, em que esta CORTE fixou tese no sentido de
que “É imprescritível a pretensão de reparação civil de dano ambiental”. 5. O
acórdão recorrido divergiu desse entendimento. 6. Provimento ao RECURSO
EXTRAORDINÁRIO, para afastar a prescrição e determinar que o Juízo de origem
prossiga no exame da causa. (1ª T, STF, 26.05.23).

9.15. Acordo de Leniência

Acordos de Leniência, possuem natureza dúplice de ferramenta de abreviação das investigações


administrativas e de meios de obtenção de prova no processo administrativo.
São estratégias negociais normativamente estruturadas em caráter geral, abstrato e “ex ante”, isto é,
os principais aspectos que orientam a condução do acordo são definidos antes mesmo do primeiro
contato das empresas infratoras com as autoridades.
Obs.: O art. 17 da Lei anticorrupção (Lei 12.846/2013) prevê acordo de leniência nos contratos administrativos.

HÁ 4 TIPOS DE ACORDO DE LENIÊNCIA:


Antitruste Lei do CADE (Lei 12.529/11)
Anticorrupção Lei 12.846/13 (LAC) - ver artigos 16 e 17
MP Acordo de Leniência do MP
Sistema Nacional Lei 13.506/17
Financeiro

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10 - AMBIENTAL
10.1. Princípio da Precaução:
• Ausência de absoluta certeza científica;
• Perigo abstrato ou potencial;
• Preocupa com o risco INCERTO.

Constitui a garantia contra os riscos potenciais que não podem ser ainda identificados,
devido à ausência da certeza científica formal, e baseia-se na ideia de que o risco de
dano sério ou irreversível requer a implementação de medidas que possam prever esse
dano.
Conceito O empreendedor deverá ser compelido a adotar medidas de precaução para elidir ou
reduzir os riscos ambientais para a população .
Obs.: Com base nesse princípio, a doutrina sustenta a possibilidade de inversão do ônus da
prova. (Súmula 618/STJ).
O réu deverá provar que a atividade não é perigosa nem poluidora.

10.2. SNUC - Lei 9.985/00: Unidades de Conservação - populações tradicionais


➢ As unidades de conservação que admitem populações tradicionais:
1) Florestas Nacionais;
2) Reservas Extrativistas;
3) Reserva de Desenvolvimento Sustentável

10.3. SNUC - Lei 9.985/00: APA (Área de Proteção Ambiental):

A Área de Preservação Ambiental (APA) é uma área em geral extensa,


com um certo grau de ocupação humana, dotada de atributos
abióticos, bióticos estéticos ou culturais especialmente importantes
Art. 15, caput, Lei 9.985/00: para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e
(Cobrado 10x) tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica,
disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do
uso dos recursos naturais.
Art. 15, §1º da Lei 9.985/00: A Área de Proteção Ambiental é constituída por terras públicas ou
(Cobrado 4x) privadas.

10.4. PNMA - Lei 6.938/81 - Servidão Ambiental:

Servidão Ambiental: Não se aplica as Áreas de Preservação Permanente e a Reserva Mínima


Legal. (art. 9º-A, § 1º, Lei 6.938/81 - cobrado 1x)
Deve ser averbada na matrícula do imóvel (registro de imóveis) (Art. 9º-A,
Averbação § 4º):
1)Instrumento/termo de instituição de servidão;
2) Contrato de alienação de cessão ou transferência da servidão
Prazos Poder ser temporária ou perpétua (Art. 9º- B, caput, § 1º)
Prazo mínimo: (Servidão temporária): 15 anos

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10.5. Princípio da Máxima Informação:

No regime de transparência, vige o Princípio da Máxima divulgação: a


publicidade é regra, e o sigilo, exceção, inadmitidos subterfúgios,
anacronismos jurídicos ou meias-medidas. É dever do Estado demonstrar
razões consistentes para negar a publicidade ativa e ainda mais fortes para
rejeitar o atendimento ao dever de transparência passiva.

A presunção atua em favor da Publicidade.

O direito de acesso à informação no Direito Ambiental brasileiro consiste:

Transparência ativa: dever de publicação.


Transparência passiva: direito de acesso.
Transparência reativa: direito de produção de informação.
Tema IAC 13 (Tese A)
(REsp 1.857.098/MS) 1) O dever de publicação, na internet, dos documentos ambientais detidos pela
Info 737 – STJ) Administração não sujeitos a sigilo (transparência ativa);
24.05.22 2) O direito de qualquer pessoa e entidade de requerer acesso a informações
ambientais específicas não publicadas (transparência passiva); e
3) Direito a requerer a produção de informação ambiental não disponível para a
Administração (transparência reativa);

Tese B
Presume-se a obrigação do Estado em favor da transparência ambiental, sendo
ônus da Administração justificar seu descumprimento, sempre sujeita a
controle judicial, nos seguintes termos:
1) Na transparência ativa, demonstrando razões administrativas adequadas para
a opção de não publicar;
2) Na transparência passiva, de enquadramento da informação nas razões
legais e taxativas de sigilo; e
3) Na transparência ambiental reativa, da irrazoabilidade da pretensão de
produção da informação inexistente;
Tese C
O regime registral brasileiro admite a averbação de informações facultativas sobre
o imóvel, de interesse público, inclusive as ambientais;
Tese D
O Ministério Público pode requisitar diretamente ao oficial de registro
competente a averbação de informações alusivas a suas funções institucionais.

10.6. Crimes Ambientais - Lei 9.605/98: Prazos - Processo Administrativo para apurar infrações

20 dias: defesa ou impugnação contra o auto de infração


Art. 71, I ao VI, Lei 30 dias: autoridade competente julgar da data da sua lavratura (independe de
9.605/98: ter sido apresentada defesa ou impugnação).
(Cobrado 1x) 20 dias: recurso da decisão pelo infrator
5 dias: pagamento (multa) da data do recebimento da notificação

54
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10.7. Crimes Ambientais: Responsabilidade Administrativa e penal - Lei 9.605/98

A responsabilidade ADMINISTRATIVA e PENAL é de natureza SUBJETIVA.

10.8. Crimes Ambientais: Penas aplicáveis - Pessoa Jurídica


Penas aplicáveis isolada, cumulativamente ou alternativamente (art. 21, Lei 9.605/98):
• Multa;
• Restritiva de Direitos;
• Prestação de serviço à comunidade.
“Art. 3º, Lei 9.605/98: As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativamente, civil e penalmente conforme o
disposto nesta lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou
de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade. (caput cobrado 3x). Parágrafo único: A
responsabilidade das pessoas jurídicas NÃO EXCLUI a das pessoas FÍSICAS, autoras, coautoras ou partícipes do
mesmo fato.” (parágrafo único cobrado 2x).

Prestação de Serviço à comunidade pela PESSOA JURÍDICA consistirá em:


a) Custeio de programas e de projetos ambientais;
Art. 23, Lei 9.605/98: b) Execução de obras de recuperação de áreas degradadas;
(Cobrado 1x) c) Manutenção de espaços públicos;
d) Contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas.

10.9. Crimes Ambientais: Sanções (administrativas) restritivas de direito - Lei 9.605/98


INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS - Art. 72, § 8º, Lei 9.605/98:
I - Suspensão de registro, licença ou autorização;
II - Cancelamento de registro, licença ou autorização;
III - Perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais;
IV - Perda ou suspensão da participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais
de crédito;
V - Proibição de contratar com a Administração Pública, pelo período de 3 anos.

O § 8º, do art. 72, da Lei 9.605/98 é diferente dos arts. 8º e 22 (referem-se a PENAS
- esfera penal - restritivas de direito).
RR - TEMA 1159 -STJ “Multa administrativa por infração ambiental independe de prévia
(16.10.2023) aplicação de advertência.”

PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO (esfera penal) - ART. 8º, Lei 9.605/98 (pessoa física): (Cobrado 3x)
I - Prestação de serviço à comunidade;
II - Interdição temporária de direitos;
III - Suspensão parcial ou total de atividades;
IV - Prestação pecuniária;
V - Recolhimento domiciliar.
(Os incisos I e III cobrados 2x, os demais incisos cobrados 1x).

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PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO (esfera penal) - Art. 22, Lei 9.605/98 (pessoa jurídica):
I - Suspensão parcial ou total de atividades;
II - Interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade;
III - Proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter subsídios, subvenções ou
doações.

10.10. Da Ação e do Processo Penal: Transação Penal - Lei 9.605/98

Transação Penal - Substituição da pena restritiva de


liberdade por uma restritiva de direitos ou multa.

Requisitos na Lei 9.0605/98 (crimes ambientais de menor potencial ofensivo:


Composição prévia do dano ambiental (regra) - Salvo em caso de comprovada impossibilidade
(exceção). (Art. 27 - cobrado 2x).

Requisitos na Lei 9.099/95 (JECRIM) - Art. 61 (Cobrado 3x):


a) Menor potencial ofensivo;
b) Pena máxima (em abstrato) não for superior a 2 anos cumulado ou não com multa.
Atenção: o art. 89, da Lei 9.099/95 que trata da SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO - requisito - pena
mínima igual ou superior a 1 ano.

Da composição dos danos civis - art. 74, Lei 9.900/95: formação de título passível de execução no
cível (cobrado 5x).
STF - Homologação da transação penal não faz coisa julgada material - Súmula Vinculante 35
(Cobrada 2x)

10.11. Características do Direito Ambiental:

Direito fundamental ao meio ambiente é de 3ª geração (coletivo), imaterial, transindividual,


aplicabilidade imediata.

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11 - EMPRESARIAL
11.1. Recuperação Judicial: Plano de recuperação judicial - Índice de correção monetária
➢ STJ manteve o índice de correção monetária previsto em plano de recuperação judicial
aprovado PELA ASSEMBLEIA GERAL DE CREDORES, em respeito à sua soberania.
RECURSO ESPECIAL. RECUPERAÇÃO JUDICIAL. ÍNDICE DE CORREÇÃO MONETÁRIA
APROVADO PELA ASSEMBLEIA GERAL DE CREDORES. POSTERIOR HOMOLOGAÇÃO
PELO JUÍZO DA RECUPERAÇÃO. REVISÃO JUDICIAL. IMPOSSIBILIDADE. SOBERANIA
DA ASSEMBLEIA GERAL DE CREDORES. PRECEDENTE. RECURSO ESPECIAL PROVIDO
“(...)A esse respeito, ressai soberana a assembleia geral de credores para deliberar acerca da
viabilidade econômica do plano, bem como relativamente à taxa de juros e à correção monetária
incidentes sobre as obrigações constantes do plano, afigurando-se descabido, por conseguinte,
a revisão judicial do que foi pactuado. Nesse sentido (sem grifo no original): RECURSO
ESPECIAL. DIREITO DE EMPRESA. PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL HOMOLOGADO.
SUSPENSÃO DOS PROTESTOS TIRADOS EM FACE DA RECUPERANDA. CABIMENTO.
CONSEQUÊNCIA DIRETA DA NOVAÇÃO SOB CONDIÇÃO RESOLUTIVA. CANCELAMENTO
DOS PROTESTOS EM FACE DOS COOBRIGADOS. DESCABIMENTO. RAZÕES DE
DECIDIR DO TEMA 885/STJ. PARCELAMENTO DOS CRÉDITOS EM 14 ANOS. CORREÇÃO
MONETÁRIA PELA TR MAIS JUROS DE 1% AO ANO. CONTEÚDO ECONÔMICO DO PLANO
REsp 1.904.849/SP DE RECUPERAÇÃO. REVISÃO JUDICIAL. DESCABIMENTO. INAPLICABILIDADE DA
(16.02.2023) SÚMULA 8/STJ À RECUPERAÇÃO JUDICIAL. 1. Controvérsia acerca da validade de um plano
de recuperação judicial, na parte em que prevista a suspensão dos protestos e a atualização
dos créditos por meio de TR + 1% ao ano, com prazo de pagamento de 14 anos. 2. Nos termos
da tese firmada no julgamento do Tema 885/STJ: "A recuperação judicial do devedor
principal não impede o prosseguimento das execuções nem induz suspensão ou extinção
de ações ajuizadas contra terceiros devedores solidários ou coobrigados em geral, por
garantia cambial, real ou fidejussória, pois não se lhes aplicam a suspensão prevista nos
arts. 6º, caput, e 52, inciso III, ou a novação a que se refere o art. 59, caput, por força do
que dispõe o art. 49, § 1º, todos da Lei n. 11.101/2005". 3. Descabimento da suspensão
dos protestos tirados em face dos coobrigados pelos créditos da empresa recuperanda.
Aplicação das razões de decidir do precedente qualificado que deu origem ao
supramencionado Tema 885/STJ. 4. "Não compete ao juiz deixar de conceder a
recuperação judicial ou de homologar a extrajudicial com fundamento na análise
econômico-financeira do plano de recuperação aprovado pelos credores" (Enunciado nº
46 da I Jornada de Direito Comercial do CJF). Julgados desta Corte Superior nesse sentido.
5. Descabimento da revisão judicial da taxa de juros e do índice de correção monetária
aprovados pelos credores, em respeito à soberania da assembleia geral. 6. Inaplicabilidade
ao caso do entendimento desta Corte Superior acerca do descabimento da utilização da TR
como índice de correção monetária de benefícios de previdência privada, tendo em vista a
diferença entre a natureza jurídica de o contrato de previdência privada e a de um plano de
recuperação judicial. 7. Inaplicabilidade do entendimento consolidado na Súmula 8/STJ ("aplica-
se a correção monetária aos créditos habilitados em concordata preventiva...") à recuperação
judicial, em face da natureza jurídica absolutamente distinta da concordata (favor legal) em
relação ao plano de recuperação judicial (negócio jurídico plurilateral). Doutrina sobre o tema.
8. RECURSO ESPECIAL PARCIALMENTE PROVIDO. (REsp n. 1.630.932/SP, relator Ministro
Paulo de Tarso Sanseverino, Terceira Turma, julgado em 18/6/2019, DJe de 1/7/2019.). (...) O
STJ rejeitou indevidamente a aplicação da TR como índice de correção monetária no
plano de recuperação judicial, mandando aplicar a tabela prática da corte paulista:

“(...) Na hipótese, o TJSP afastou a Taxa Referencial (TR) e determinou a utilização de sua
tabela prática para a correção monetária dos créditos, imiscuindo-se em questões econômicas,
o que não é dado ao Poder Judiciário. (...)”.

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11.2. Recuperação Judicial: Créditos sujeitos à recuperação judicial


“Consideram-se sujeitos à recuperação judicial, na forma do art. 49,
Enunciado 100, III jornada Lei 11.101/05, os créditos decorrentes de fatos geradores anteriores
de Direito Comercial: ao pedido de recuperação judicial, independentemente da data de
eventual acordo, sentença ou trânsito em julgado.” (PGE-PA - 2022).
Art. 49, “caput”, Lei Estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na
11.101/05: data do pedido ainda que não vencidos. (regra) (fase dilatória)
Tema 1051 - Recurso A data da existência do crédito é determinada pela data em que
Repetitivo ocorreu o seu fato gerador, para fim de submissão aos efeitos da
REsp 1.842.911 - STJ recuperação judicial.
Obs.: Prevalece o enunciado 100, III Jornada de Direito Comercial.

11.3. Recuperação Judicial: Fases


1ª Fase - Postulatória: inicia-se com o pedido de recuperação judicial (Art. 51. Lei
11.101/05) ou durante o pedido de contestação no procedimento da falência (Art. 95).
➢ Deferida – Cabe agravo
➢ Indeferida – Cabe apelação
Nesta fase, não é possível convolar em falência. O Juiz encerra e extingue.

Do pedido e do processamento da recuperação judicial (documentação) x pedido para a


decretação da falência:
Art. 51, Lei 11.101/05: Tem que apresentar os documentos mencionados no artigo 51.
Processamento da
Recuperação Judicial
Art. 95, Lei 11.101/05: Não tem que apresentar esses documentos apenas CUMPRIR OS
Procedimento para REQUISITOS.
decretação da falência Dentro do prazo de contestação, o devedor poderá pleitear sua recuperação
(cobrado 2x)
judicial.
Análise objetiva
Art. 52, Lei 11.101/05: Estando em termos a documentação exigida no art. 51 desta lei, o juiz
(cobrado 2x) deferirá o processamento da recuperação judicial e, no mesmo ato: (..).

2ª Fase - Dilatória: aceitação ou não do plano de recuperação.


Cuidado: Antes da fase dilatória, verifica-se a consolidação processual ou a
consolidação substancial (arts. 69-G ao art. 69 - L, Lei 11.101/05). (Novidade)

Art. 49, “caput”, Lei 11.101/05: Estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos
(cobrado 3x) existentes na data do pedido que não vencidos. (regra)
Obs.: os parágrafos do art. 49 são as exceções.

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EXCEÇÕES DO ART. 49, LEI 11.101/05:

Art. 49, §1º Os credores do devedor em recuperação judicial conservam seus direitos e privilégios contra os
coobrigados, fiadores e obrigados de regresso.
Art. 49, §2º As obrigações anteriores à recuperação judicial observarão as condições originariamente contratadas ou
definidas em lei, inclusive no que diz respeito aos encargos, salvo se de modo diverso ficar estabelecidoª§
no plano de recuperação judicial.
Tratando-se de credor titular da posição de proprietário fiduciário de bens móveis ou imóveis, de arrendador
mercantil, de proprietário ou promitente vendedor de imóvel cujos respectivos contratos contenham
cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade, inclusive em incorporações imobiliárias, ou de proprietário
em contrato de venda com reserva de domínio, seu crédito não se submeterá aos efeitos da recuperação
Art. 49, §3º
judicial e prevalecerão os direitos de propriedade sobre a coisa e as condições contratuais, observada a
legislação respectiva, não se permitindo, contudo, durante o prazo de suspensão a que se refere o § 4º do
art. 6º desta lei, a venda ou a retirada do estabelecimento do devedor dos bens de capital essencial à sua
atividade empresarial.
Art.49, §4º Não se sujeitarão aos efeitos da recuperação judicial a importância a que se refere o início II do art. 86 desta
lei.
Tratando-se de crédito garantido por penhor sobre títulos de crédito, direitos creditórios, aplicações
financeiras ou valores mobiliários, poderão ser substituídas ou renovadas, as garantias líquidas ou
Ar. 49, §5º vencidas durante a recuperação judicial e, enquanto não renovadas ou substituídas, o valor eventualmente
recebido em pagamento das garantias permanecerá em conta vinculada durante o período de suspensão
que trata o §4º do art. 6º desta lei.
Nas hipóteses de que tratam os §§ 2º e 3º do art. 48 desta Lei, somente estarão sujeitos à recuperação
Art. 49, §6º judicial os créditos que decorram exclusivamente da atividade rural e estejam discriminados nos
documentos a que se referem os citados parágrafos, ainda que não vencidos.
Não se sujeitarão aos efeitos da recuperação judicial os recursos controlados e abrangidos nos termos
Art. 49 § 7º dos arts. 14 e 21 da Lei nº 4.829, de 5 de novembro de 1965.
Estarão sujeitos à recuperação judicial os recursos de que trata o § 7º deste artigo que não tenham sido
Art. 49, § 8º objeto de renegociação entre o devedor e a instituição financeira antes do pedido de recuperação judicial,
na forma de ato do Poder Executivo.
Não se enquadrará nos créditos referidos no caput deste artigo aquele relativo à dívida constituída nos 3
Art. 49, §9º (três) últimos anos anteriores ao pedido de recuperação judicial, que tenha sido contraída com a finalidade
de aquisição de propriedades rurais, bem como as respectivas garantias.
§6º ao §9º (novidade)

Rol exemplificativo de meios de recuperação judicial (parte + importante):


Art. 50, Lei 11.101/05: Constituem meios de recuperação judicial, observada a legislação pertinente a cada caso, dentre outros:
I – concessão de prazos e condições especiais para pagamento das obrigações vencidas ou vincendas;
II – cisão, incorporação, fusão ou transformação de sociedade, constituição de subsidiária integral, ou cessão de cotas ou ações,
respeitados os direitos dos sócios, nos termos da legislação vigente;
III – alteração do controle societário;
IV – substituição total ou parcial dos administradores do devedor ou modificação de seus órgãos administrativos;
V – concessão aos credores de direito de eleição em separado de administradores e de poder de veto em relação às matérias que
o plano especificar;
VI – aumento de capital social;
VII – trespasse ou arrendamento de estabelecimento, inclusive à sociedade constituída pelos próprios empregados;
VIII – redução salarial, compensação de horários e redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva;
IX – dação em pagamento ou novação de dívidas do passivo, com ou sem constituição de garantia própria ou de terceiro;
X – constituição de sociedade de credores;
XI – venda parcial dos bens;
XII – equalização de encargos financeiros relativos a débitos de qualquer natureza, tendo como termo inicial a data da distribuição
do pedido de recuperação judicial, aplicando-se inclusive aos contratos de crédito rural, sem prejuízo do disposto em legislação
específica;
XIII – usufruto da empresa;
XIV – administração compartilhada;
XV – emissão de valores mobiliários;
XVI – constituição de sociedade de propósito específico para adjudicar, em pagamento dos créditos, os ativos do devedor.
XVII - conversão de dívida em capital social;
XVIII - venda integral da devedora, desde que garantidas aos credores não submetidos ou não aderentes condições, no mínimo,
equivalentes àquelas que teriam na falência, hipótese em que será, para todos os fins, considerada unidade produtiva isolada. (...)”.
Obs.: incisos XVII e XVIII - novidade.

3ª Fase - Executória: Cumprimento do Plano. Da decisão concessiva até o encerramento da


recuperação judicial.

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➢ IMPORTANTE:DIP FINANCE (debitor-in-possession) e o CREDOR PARCEIRO


RECURSO ESPECIAL. RECUPERAÇÃO JUDICIAL. PLANO DE SOERGUIMENTO
EMPRESARIAL. SUPRESSÃO DE GARANTIAS REAIS E FIDEJUSSÓRIAS. APROVAÇÃO
EM ASSEMBLEIA-GERAL. EXTENSÃO A CREDORES DISCORDANTES, OMISSOS OU
AUSENTES. IMPOSSIBILIDADE. RECURSO ESPECIAL DESPROVIDO.
1. A supressão de garantias, reais e fidejussórias, previstas em plano de recuperação judicial
aprovado em assembleia-geral de credores, vincula apenas aqueles credores que
assentiram expressamente com a medida, não se estendendo, portanto, aos credores
discordantes, omissos, ou ausentes à deliberação.
2. A Lei de Recuperação Judicial e Falência assenta que a novação nela estabelecida não
acarreta prejuízo às garantias reais e fidejussórias, porque a supressão ou a
Resp 1.828.248/MT
substituição delas somente será admitida mediante aprovação expressa do credor
(Info 703 – 09.08.21)
titular da respectiva garantia (Lei 11.101/2005, arts. 50, parágrafo único, e 59, daí por
que reconhecem a doutrina e a jurisprudência desta Corte o caráter "sui generis" do instituto.
3. A supressão de garantias contra a vontade dos credores, ainda mais as reais e
fidejussórias, seria danosa para a atividade econômica no País, trazendo evidente
insegurança jurídica e profundo abalo ao mercado de crédito, o que se traduziria na elevação
do spread bancário e, portanto, dos juros, especialmente para aqueles submetidos
justamente ao regime de recuperação judicial.
4. O financiamento da sociedade em recuperação judicial é tão vital para o sucesso do
fortalecimento da atividade produtiva que a Lei 14.112/2020, ao modificar a Lei
11.101/2005, concebeu modalidades específicas de financiamento dos recuperandos,
introduzindo no Direito Pátrio os institutos do "Dip (debtor-in-possession) Finance" e
do "Credor Parceiro". Recurso Especial desprovido. (REsp 1828248/MT, Rel. Ministro LUIS
FELIPE SALOMÃO, Rel. p/ Acórdão Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em
05/08/2021, DJe 06/10/2021)

O que são os “Credores parceiros”?


Quando uma sociedade empresária entra em recuperação judicial, é comum que os antigos parceiros
comerciais não queiram mais manter contratos e fornecer bens e serviços para a empresa em dificuldades.
Isso ocorre porque muitas vezes tais fornecedores ainda possuem créditos a receber e também pelo fato
de que temem que a empresa vá à falência e que, por consequência, as dívidas não sejam satisfeitas.
Ocorre que, se a empresa não tiver mais fornecedores, ela realmente irá quebrar, de forma que a
recuperação judicial não terá êxito.
Com o objetivo de evitar que isso aconteça, alguns planos de recuperação judicial preveem preferências
para o pagamento de credores que, mesmo após a deflagração do processo de recuperação, continuam
fornecendo para a empresa. São vantagens concedidas aos “credores parceiros”, expressão que acabou
sendo consagrada na prática recuperacional.
Não havia previsão para isso na Lei nº 11.101/2005. Apesar disso, a jurisprudência reconhecia a sua
validade.
Exemplo real de uma cláusula presente em um plano de recuperação judicial:
“1.3.18. “Credores Parceiros”: são os Credores Concursais ou Credores Extraconcursais Aderentes que
colaborarem com a recuperação judicial do Grupo XXXXX mediante a (i) concessão de financiamentos em
valor igual ou superior ao valor de seus Créditos; (ii) manutenção e/ou a renovação dos contratos
celebrados com o Grupo XXXXX em condições iguais aos atualmente em vigor ou mais vantajosas para o
Grupo XXXXX, pelo prazo mínimo de 5 (cinco) anos; ou (iii) liberação de garantias reais ou fiduciárias sobre
imóveis, em valor igual ou superior ao valor dos Créditos do respectivo Credor, de cuja venda possa
decorrer ativos financeiros ao Grupo XXXXX.”

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O que fez a Lei nº 14.112/2020? Previu a possibilidade de concessão dessa prioridade aos
“credores parceiros”, a despeito de não ter utilizado essa nomenclatura. Nova redação do parágrafo
único do art. 67:
LEI DE FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO JUDICIAL (LEI 11.101/2005)

Antes da Lei 14.112/2020 Depois da Lei 14.112/2020

Art. 67. Os créditos decorrentes de obrigações contraídas pelo devedor durante a recuperação judicial,
inclusive aqueles relativos a despesas com fornecedores de bens ou serviços e contratos de mútuo, serão
considerados extraconcursais, em caso de decretação de falência, respeitada, no que couber, a ordem
estabelecida no art. 83 desta Lei.

Parágrafo único. Os créditos quirografários Parágrafo único. O plano de recuperação judicial


sujeitos à recuperação judicial pertencentes a poderá prever tratamento diferenciado aos
fornecedores de bens ou serviços que continuarem créditos sujeitos à recuperação judicial
a provê-los normalmente após o pedido de pertencentes a fornecedores de bens ou serviços
recuperação judicial terão privilégio geral de que continuarem a provê-los normalmente após o
recebimento em caso de decretação de falência, no pedido de recuperação judicial, desde que tais
limite do valor dos bens ou serviços fornecidos bens ou serviços sejam necessários para a
durante o período da recuperação. manutenção das atividades e que o tratamento
diferenciado seja adequado e razoável no que
concerne à relação comercial futura.
Fonte: Buscador do DOD

Dip (debtor-in-possession) Finance


A preservação da atividade produtiva, um dos principais objetivos da recuperação judicial, necessita, assim
como o enfermo de oxigênio, da continuidade da cadeia de fornecimento de insumos, mercadorias e
crédito. Em troca, se deve assegurar condições diferenciadas de pagamento e fortalecimento de
garantias a tais credores e fornecedores, essenciais à continuidade da atividade produtiva, atribuindo-se-
lhes a natureza de parceiros essenciais.
As assinaladas vantagens e privilégios podem compreender melhores condições para recebimento
dos créditos, menores deságios do que aqueles impostos aos demais credores, ou mesmo, tudo “ad
exemplum”, a redução das parcelas de resgate do crédito. A permissão legal para essas negociações
acarreta significativa melhora nos relacionamentos no ambiente empresarial.

Na mesma esteira, outra essencial inovação foi inserida na Lei n. 11.101/2005 pela Lei n.
14.112/2020, com os arts. 69-A e seguintes: (FINANCIAMENTO DO DEVEDOR)
Art. 69-A. Durante a recuperação judicial, nos termos dos arts. 66 e 67 desta Lei, o juiz poderá, depois de ouvido o
Comitê de Credores, autorizar a celebração de contratos de financiamento com o devedor, garantidos pela
oneração ou pela alienação fiduciária de bens e direitos, seus ou de terceiros, pertencentes ao ativo não
circulante, para financiar as suas atividades e as despesas de reestruturação ou de preservação do valor de ativos.
Art. 69-B. A modificação em grau de recurso da decisão autorizativa da contratação do financiamento não pode alterar
sua natureza extraconcursal, nos termos do art. 84 desta Lei, nem as garantias outorgadas pelo devedor em favor
do financiador de boa-fé, caso o desembolso dos recursos já tenha sido efetivado.
Art. 69-C. O juiz poderá autorizar a constituição de garantia subordinada sobre um ou mais ativos do devedor em favor
do financiador de devedor em recuperação judicial, dispensando a anuência do detentor da garantia original.

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§ 1º A garantia subordinada, em qualquer hipótese, ficará limitada ao eventual excesso resultante da alienação do
ativo objeto da garantia original.
§ 2º O disposto no caput deste artigo (CONSTITUIÇÃO DE GARANTIA) não se aplica a qualquer modalidade de
alienação fiduciária ou de cessão fiduciária.
Art. 69-D. Caso a recuperação judicial seja convolada em falência antes da liberação integral dos valores de
que trata esta Seção, o contrato de financiamento será considerado automaticamente rescindido.
Parágrafo único. As garantias constituídas e as preferências serão conservadas até o limite dos valores efetivamente
entregues ao devedor antes da data da sentença que convolar a recuperação judicial em falência.
Art. 69-E. O financiamento de que trata esta Seção poderá ser realizado por qualquer pessoa, inclusive credores,
sujeitos ou não à recuperação judicial, familiares, sócios e integrantes do grupo do devedor.
Art. 69-F. Qualquer pessoa ou entidade pode garantir o financiamento de que trata esta Seção mediante a oneração
ou a alienação fiduciária de bens e direitos, inclusive o próprio devedor e os demais integrantes do seu grupo, estejam
ou não em recuperação judicial.
*Trata-se do instituto, de comum aplicação no direito estadunidense, do “Dip (debtor-in-possession) Finance”,
o que revela a hercúlea preocupação do legislador com a continuidade do fluxo de caixa e de novos
financiamentos (Fresh Money) para a recuperação judicial.
Segundo a doutrina mais especializada e moderna da matéria, nesta modalidade de financiamento, a
recuperanda mantém a posse e controle dos bens ou direitos dados em garantia, para que a empresa possa se
manter operante. Com isso, é possível suprir a falta de fluxo de caixa para cobrir as despesas operacionais, de
reestruturação e de preservação do valor dos ativos.
Assim, o Dip Finance permite que o juiz, eventualmente, depois de ouvir o comitê de credores, caso constituído,
autorize a contratação de novos financiamentos pela recuperanda, que sejam garantidos pela oneração ou pela
alienação fiduciária de bens e direitos, próprios (pertencentes ao ativo não circulante do devedor) ou de
terceiros, desde que o “dinheiro novo” (Fresh Money) seja utilizado para financiar as atividades e as despesas
de reestruturação ou de preservação do valor de ativos da recuperanda.
*DIP FINANCING: É o financiamento da Recuperação judicial (tem um financiador).
Fonte: É possível que, no plano de recuperação judicial, fique combinado que os credores que tinham garantias reais e fidejussórias perderão essas
garantias, desde que haja concordância expressa. Buscador Dizer o Direito, Manaus.

11.4. Recuperação Judicial - Competência:

É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir


Art. 3º, Lei 11.101/05 a recuperação judicial ou decretar falência o juízo do local do principal
(Cobrado 3x) estabelecimento do devedor ou da filial da empresa que tenha sede fora do
Brasil.

11.5. Recuperação Judicial: Meios de recuperação judicial


São vários. O rol é exemplificativo. A Lei 14.112/20 acrescentou 2 (dois) novos
exemplos de meio de recuperação:
1 – Conversão de dívida em capital social Art. 50, Inciso XVII, Lei 11.101/05
2 – Venda Integral da devedora Art. 50, inciso XVIII, Lei 11.101/05

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Atenção:
Não haverá sucessão ou responsabilidade por dívidas de qualquer
natureza a terceiro credor, investidor ou novo administrador em
Art. 50, § 3º, Lei 11.101/05: decorrência, respectivamente, da mera conversão de dívida em capital,
de aporte de novos recursos na devedora ou de substituição dos
administradores, desta.

11.6. Recuperação Judicial: Do Pedido e Da Constatação Prévia


O pedido de recuperação judicial deve ser instruído com a relação
Enunciado 78, da II Jornada completa de todos os credores do devedor, sujeitos ou não à
de Direito Comercial: recuperação judicial, inclusive fiscais, para um completo e adequado
conhecimento da situação econômica financeira do devedor.
A petição inicial de recuperação judicial será instruída com:
I – a exposição das causas concretas da situação patrimonial do devedor e das razões da
crise econômico-financeira;
II – as demonstrações contábeis relativas aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as
levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância
da legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de:
a) balanço patrimonial;
b) demonstração de resultados acumulados;
c) demonstração do resultado desde o último exercício social;
d) relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção;
e) descrição das sociedades de grupo societário, de fato ou de direito;
III - a relação nominal completa dos credores, sujeitos ou não à recuperação judicial,
inclusive aqueles por obrigação de fazer ou de dar, com a indicação do endereço
físico e eletrônico de cada um, a natureza, conforme estabelecido nos arts. 83 e 84
desta Lei, e o valor atualizado do crédito, com a discriminação de sua origem, e o
Art. 51, Lei 11.101/05: regime dos vencimentos;
IV – a relação integral dos empregados, em que constem as respectivas funções, salários,
indenizações e outras parcelas a que têm direito, com o correspondente mês de
competência, e a discriminação dos valores pendentes de pagamento;
V – certidão de regularidade do devedor no Registro Público de Empresas, o ato
constitutivo atualizado e as atas de nomeação dos atuais administradores;
VI – a relação dos bens particulares dos sócios controladores e dos administradores do
devedor;
VII – os extratos atualizados das contas bancárias do devedor e de suas eventuais
aplicações financeiras de qualquer modalidade, inclusive em fundos de investimento ou
em bolsas de valores, emitidos pelas respectivas instituições financeiras;
VIII – certidões dos cartórios de protestos situados na comarca do domicílio ou sede do
devedor e naquelas onde possui filial;
IX - a relação, subscrita pelo devedor, de todas as ações judiciais e procedimentos
arbitrais em que este figure como parte, inclusive as de natureza trabalhista, com a
estimativa dos respectivos valores demandados;
X - o relatório detalhado do passivo fiscal; e
XI - a relação de bens e direitos integrantes do ativo não circulante, incluídos
aqueles não sujeitos à recuperação judicial, acompanhada dos negócios jurídicos
celebrados com os credores de que trata o § 3º do art. 49 desta Lei. (...).
Obs.: Os incisos grifados (novidade), inseridos pela Lei 14.112/20.

CONSTATAÇÃO PRÉVIA OU PERÍCIA PRÉVIA, art. 51-A, Lei 11.101/05, não é


obrigatória (faculdade do juiz).
Função: detectar uma inviabilidade total da requerente da recuperação. Não se tratando
de aferir minuciosamente a viabilidade econômica da devedora.

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11.7. Recuperação Judicial: Ordem dos créditos

ORDEM DOS CRÉDITOS


1) Crédito Extraconcursal: (prefere qualquer outro. Art. 84, LRF). Obs.: os demais arrolados são
concursais, art. 83, LRF).
2) Trabalhista: até 150 salários mínimos. Se for acima é quirografário.
3) Garantia Real
4) Tributário: exceto multa.
5) Quirografários: incluindo trabalhista acima de 150 salários mínimos.
6 ) Multas: inclusive tributárias.
7 ) Subordinados: incluindo sócio e administrador sem vínculo de emprego.
8 ) Juros: após a falência. (Obs.: Conferir ressalvas do art. 124, LRF).

Contra a massa falida não são exigíveis juros vencidos após a decretação da
falência, previstos em lei ou em contrato, se o ativo apurado não bastar para o
Art. 124, Lei 11.01/05: pagamento dos credores subordinados.
Parágrafo único: Excetuam-se desta disposição os juros das debêntures e
dos créditos com garantia real, mas por eles responde, exclusivamente, o
produto dos bens que constituem a garantia.

11.8. Falência: Defesa do devedor na falência


Contestação: Prazo: 10 dias (Art. 98, LRF - cobrado 1x).
Recuperação Judicial: Prazo: 10 dias (no prazo da contestação. Art. 95, LRF - cobrado 2x).
Depósito Elisivo: Prazo: 10 dias (no prazo da contestação. Art. 98, LRF - cobrado 1x).

Depósito elisivo somente nas hipóteses do art. 94, I e II, da Lei 11.101/05.
Será declarada a falência do devedor que:
I - sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação
Art. 94, Lei 11.01/05: líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma
(Cobrado 3x) FGV ultrapasse a 40 salários mínimos na data do pedido de falência.
II - executado por qualquer quantia líquida, não paga, não depositada e
não nomeia à penhora bens suficientes do prazo legal; (...).
Citado, o devedor, poderá apresentar contestação no prazo de 10 dias.
Parágrafo único: Nos pedidos baseados nos incisos I e II do art. 94 desta
Art. 98, Lei 11.101/05: lei, o devedor, poderá, no prazo da contestação, depositar o valor (depósito
(Cobrado 1x) elisivo) correspondente ao total do crédito, acrescido de correção monetária,
juros e honorários advocatícios, hipótese em que a falência não será decretada
e, caso julgado procedente o pedido de falência, o juiz ordenará o
levantamento do valor pelo autor.

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11.9. Falência: Requerimento pelo credor


➢ O credor empresário deve demonstrar a regularidade das suas atividades para pedir
falência de terceiro. (TJSP189).
Podem requerer falência: (...)
Art. 97, IV, §1º, Lei 11.101/05: IV - qualquer credor.
(Cobrado 1x) §1º - O credor empresário apresentará certidão do Registro Público
de Empresas que comprove a regularidade de suas atividades. (...).

Quem pode requerer a falência do devedor?


O próprio devedor Só a parte
(Autofalência)
Cônjuge sobrevivente, Empresário
herdeiro, inventariante individual
Cotista ou acionista Contencioso
Qualquer credor + comum de correr
Art. 97, I ao IV, Lei 11.101/05.

11.10. Falência: Etapas


1ª Pré-falimentar Investigatória: o juiz irá analisar se, de fato, há estado de falência.
Só ocorre se há o reconhecimento do estado de falência. Ocorre o concurso de
2ª Falimentar credores.
3ª Pós-falimentar Etapa meramente processual. Ativo esgotado. Efeitos finais do processamento
da falência.

Há 2 sentenças: Da 1ª para a 2ª fase;


Da 2ª para a 3ª fase.

11.11. Duplicata: Classificação

A duplicata é classificada como um título


nominal à ordem, causal e de modelo
vinculado.

11.12. Da resolução da sociedade em relação a um sócio:


A retirada, exclusão ou morte do sócio, não o exime, ou a seus herdeiros da
Art. 1.032, CC: responsabilidade pelas obrigações sociais anteriores, até 2 anos após averbada
(Cobrado 1x) a resolução da sociedade; nem nos 2 primeiros casos, pelas posteriores e em
igual prazo, enquanto não se requerer a averbação.

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11.13. Endosso Translativo:


É o endosso pelo qual alguém transfere o crédito à pessoa que o recebeu.
Ex.: Descontar um cheque ou duplicata. Se alguém descontar um cheque em seu favor,
Conceito: exija endosso translativo em seu favor ou de sua empresa no verso do título. Só assim,
ele estará apto a protesto.
A pessoa que recebe o endosso em seu favor torna-se credor ou favorecido do
Consequências: título de crédito.
a) Endosso Translativo em branco:
Consiste na simples assinatura do favorecido no verso do título, sem indicação de um
endossatário específico, de modo que o título fica “ao portador”.
Espécies:
b) Endosso translativo em preto: Há indicação específica de quem está
endossando, de modo que o título nominal quem o recebe: Ex.: Pague-se este título a
“fulano de tal”. Outro exemplo, cláusula “não a ordem”: os títulos são endossáveis,
desde que não contenham cláusula “não a ordem”.
A cláusula “não a ordem” impede a transferência do título a outra pessoa. Ex.: título
nominal a “Fulano de tal”, não a ordem.
Responde pelos danos decorrentes de protesto indevido o endossatário que
Súmula 475/STJ recebe por endosso translativo título de crédito contendo vício formal extrínseco
ou intrínseco, ficando ressalvado seu direito de regresso contra os endossantes
e avalistas.
Endossatário: Pessoa a quem se endossa uma letra, cheque, etc.

11.14. Sociedade de propósito específico - LC 123/06:


➢ A Sociedade de propósito específico também é regulamentada pelo Código Civil e pela
LSA.
Conceito: Organização empresarial cujas atividades estão restritas
aos seus objetivos e prazos previstos em seu contrato social.
Normalmente utilizada para isolar o risco financeiro da atividade
desenvolvida. Tem personalidade e deve ser constituído sob a
forma de sociedade limitada ou sociedade anônima, submetendo a
toda legislação do tipo societário escolhido.

SPE NA FORMAÇÃO DO NOME EMPRESARIAL


Se adotar o tipo Limitada: SPE deverá vir antes da expressão “Ltda.”.
Se adotar o tipo Anônima: SPE dever vir antes da expressão “LSA”
Objeto social: Específico e determinado.
Prazo de duração: Deve ser limitado ao término do objeto específico e
determinado.

As microempresas ou as empresas de pequeno porte poderão realizar


Art. 56, “caput”, LC 123/06: negócios de compra e venda de bens e serviços para o mercado nacional
(Cobrado 1x) e internacional, por meio de sociedade de propósito específico, nos
termos e condições estabelecidos pelo Poder Executivo Federal.

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ALGUMAS RESTRIÇÕES À CONSITUIÇÃO DA SPE: art. 56, §5º, I ao VI, LC 123/06


Art. 56, § 5º, I: Não pode ser filial, agência ou representação, no país de pessoa jurídica com sede no
exterior;
Art. 56, § 5º, II: Não pode ser constituída sob forma de cooperativa, inclusive cooperativa de
(Cobrado 1x) consumo;
Art. 56, § 5º, III: Não pode participar do capital de outra pessoa jurídica;
Vedado exercer atividade: banco comercial; de investimento e desenvolvimento;
Art. 56, § 5º, IV: de Caixa Econômica; de sociedade de crédito, financiamento e investimento ou de
crédito mobiliário; de corretora ou de distribuidora de títulos, valores mobiliários
e câmbio; de empresa de arrendamento mercantil; de seguros privados e de
capitalização ou de previdência complementar.
Art. 56, § 5º, V: Não poderá exercer qualquer atividade vedada às MEP e EPP optante pelo Simples;
Não pode ser resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de
Art. 56, § 5º, VI: desmembramento de pessoa jurídica, que tenha ocorrido em um dos 5 anos –
calendário anterior a sua constituição.

EXEMPLOS DE SPE:
Empreendimentos de geração de energia elétrica (geração e
comercialização de energia; locação de usina fotovoltaica);
Empreendimentos imobiliários e construção de obras;
PPPs e grandes obras;
Recuperação judicial de empresas;
Aquisição, criação e comercialização de bovinos, etc..
Securitização de créditos.

11.15. “Joint Venture”:


“Joint Venture” é uma união de risco.
Espécie de contrato que pode caracterizar concentração empresarial sujeita a controle e
aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômico (CADE) (MPPA 2023).
União de empresas, constitui nova pessoa jurídica ou não (consórcio) para fins específicos e de
modo temporário.
Exemplo: desenvolvimento de grandes projetos de engenharia civil, como barragens, pontes, etc..

11.16. Ação Pauliana:


Visa a desconstituição de uma alienação fraudulenta (fraude contra credores) e a
Finalidade: retomada do objeto ao patrimônio do devedor para satisfazer crédito pré-existente.
Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar
Art. 158, CC: o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore,
(Cobrado 1x) poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus
direitos.
Art. 159, CC: Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor insolvente, quando
(Cobrado 1x) a insolvência for notória, ou houver motivos para ser conhecida do outro
contratante.

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A ação pauliana não pode ser utilizada para obter decretação da decisão do sócio de encerrar as
atividades da sociedade. Nesse caso, poderá ser aplicado o art. 1.080, CC (cobrado 2x), para requerer
a imputação de responsabilidade do sócio.

11.17. Nome Empresarial:


➢ Nome empresarial consiste na expressão que os identifica nas relações jurídicas que formalizam
em decorrência do exercício da atividade empresarial, ou seja, é aquele sob o qual o empresário
individual, as sociedades empresárias e as cooperativas exercem suas atividades e se obrigam nos
atos a elas pertinentes (art. 1º, “caput”, da IN/DREI 15/2013). É um direito personalíssimo.

Atenção:
Art. 1.164, “caput”, CC: O nome empresarial não pode ser objeto de alienação
(Cobrado 2x)

12 - TRIBUTÁRIO

12.1. ISS - LC 116/03:


Ressalvadas as exceções expressas na lista anexa, os serviços nela
Art. 1ª, §2º, LC 116/03:mencionados não ficam sujeitos ao ICMS ainda que sua prestação envolva
fornecimento de mercadorias.
ISS Função fiscal
Lançamento Por homologação
Princípio da Legalidade Está sujeito
Princípio da Está sujeito
anterioridade
Princípio da noventena Está sujeito
Base de cálculo Preço do serviço
- Prestação de serviço da lista anexa à LC 116/03;
- Serviços provenientes do exterior do país ou cuja prestação tenha
Fato gerador: iniciado no exterior do país;
- Serviços prestados mediante a utilização de bens e serviços públicos
explorados economicamente mediante autorização, permissão ou
concessão com pagamento de preço, tarifa ou pedágio pelo usuário final
do serviço.

12.2. ITCMD: Repercussão Geral - tema 825 - STF


Tese: É vedado aos estados e ao DF instituir ITCMD nas hipóteses referidas no art. 155, §1º, III, CF, sem
a intervenção da lei complementar exigida pelo referido dispositivo legal. (Esta Lei Complementar ainda não
foi editada).

Art. 155, §1º, III, CF: §1º - O imposto previsto no inciso I (ITCMD): (...)
(Cobrado 5x) FGV III – Terá a competência para sua instituição regulada por Lei Complementar.

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12.3. Renúncia de receita - LC 101/00:


A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual
Art. 14, LC 101/00: decorra renúncia de receita deverá estar acompanhada da estimativa do impacto
(Cobrado 3x) orçamentário-financeiro. (...).
“A proposição legislativa que crie ou altere despesa obrigatória ou renúncia de
receita deverá ser acompanhada da estimativa do seu impacto orçamentário e
financeiro.”

É INDISPENSÁVEL a realização de estudo de impacto orçamentário e financeiro, por


Art. 113, ADCT: meio do qual demonstre que a perda de recursos foi considerada pela lei orçamentária
(Cobrado 1x) ou se adotou medidas de compensação com o aumento da receita por outra fonte. Na
ausência deste estudo, a lei incorrerá em vício de inconstitucionalidade formal.

O Art. 113 do ADCT aplica-se a TODOS os entes da federação, não apenas a


União.
ADI 6303/RR É inconstitucional lei estadual que conceda benefício fiscal sem a prévia
(11.03.2022) estimativa de impacto orçamentário e financeira exigida pelo art. 113 do ADCT.
info1046

12.4. ICMS: Repercussão Geral - Tema 1099


São inconstitucionais leis estaduais que preveem a incidência do ICMS sobre a operação
de extração de petróleo e sobre a operação de circulação de petróleo desde os poços
ADI 5481/RJ de extração até a empresa concessionária.
Tema 1099
Tese: O mero deslocamento físico de mercadoria não atrai a incidência válida do
ICMS justamente porque o imposto pressupõe uma transferência de titularidade
de mercadoria.
Se não há transferência de titularidade do petróleo extraído, não há que se falar em
Outro requisito circulação de mercadoria, outro pressuposto necessário para a incidência válida do
importante nos imposto.
termos da ADI
5481 /RJ: A lei estadual não poderia determinar a incidência de ICMS desde os poços (mineração
para a empesa concessionária, ou seja, sobre o movimento físico do óleo para dentro do
estabelecimento da própria titular originária da coisa (a concessionária).

12.5. ICMS: Anulação do crédito - operações anteriores:


O imposto previsto no inciso III (ICMS) atenderá o seguinte: (...)
Art. 155, § 2º, II, “b”, II - a isenção ou não incidência, salvo determinação em contrário da
CF: (Cobrado 3x) legislação: (...)
“b” - acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores. (...).”

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12.6. Financeiro: Das despesas - Classificação - Lei 4.320/64


A despesa será classificada nas seguintes categorias
Art. 12, “caput”, Lei 4.320/64: econômicas:
(Cobrado 3x) Despesas correntes
Despesas de Capital
Despesas de Capital Investimentos
(2 in tranca) Inversões financeiras
Transferência de Capital
Despesas Correntes Despesas de Custeio
(Des Tranco) Transferências corrente

12.7. Preços de serviços públicos e Taxas:


Súmula 545/STF: Preços de serviços públicos e taxas não se confundem porque estas,
diferentemente daqueles, são compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização
orçamentária, em relação à lei que a instituiu.
Obs.: STF - As taxas são tributos.

12.8. ITBI: Base de cálculo


a) A base de cálculo do ITBI é o valor do imóvel transmitido
em condições normais de mercado, não estando vinculado à
Recurso Repetitivo Tema 1.113 base de cálculo do IPTU, que sequer pode ser utilizada como
STJ - 1ª Seção REsp 1.937.821/SP piso de tributação;
(09.03.2022)
b) O valor de transação declarado pelo contribuinte goza da
Valor de mercado declarado pelo presunção de que é condizente com o valor de mercado
contribuinte (presunção de boa-fé) (regra), que somente pode ser afastada pelo fisco mediante a
regular instauração de processo administrativo próprio
(exceção) (Art.148, CTN). (TJPE -2022).
c) O Município não pode arbitrar previamente a base de
Base de cálculo cálculo do ITBI com respaldo em valor de referência por ele
estabelecido unilateralmente.
Obs.: RE 1.412.419 - Aguarda-se análise de existência de repercussão geral pelo STF. Matéria julgada em sede de repetitivo no
tema 1.113 deve ser revisto pelo STF (busca-se a revisão do decidido pelo STJ ou a modulação dos efeitos da decisão).

12.9. Modalidade de lançamento: Lançamento por homologação


O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja
Art. 150, “caput”, CTN: legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento
(Cobrado 3x) sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em
que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim
exercida pelo obrigado, expressamente a homologa.
Se a lei não fixar prazo à homologação, será ele de 5 anos, a contar da
Art. 150, §4º, CTN: ocorrência do fato gerador, expirado esse prazo sem que a Fazenda
(Cobrado 2x) Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento
e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de
dolo, fraude ou simulação.

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12.10. IPTU: Imunidades


O IPTU do Município não incide sobre o imóvel onde funciona o templo religioso a partir da data
de locação do imóvel para esta finalidade. (COTEC)

Art. 150, §1º-A, CF: § 1º-A O imposto previsto no inciso I (IPTU) do caput deste artigo não incide
(Parágrafo incluído sobre templos de qualquer culto, ainda que as entidades abrangidas pela
pela EC 116/2022) imunidade de que trata a alínea "b" do inciso VI do caput do art. 150 desta
(Cobrado 1x)
Constituição sejam apenas locatárias do bem imóvel.

13 - SÚMULAS
13.1. Súmulas Vinculantes:
É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da
SV 29: base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral
(Cobrada 3x) identidade entre uma base e outra.
SV 41:
(Cobrada 3x) O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.
SV 50: Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação tributária não se sujeita
(Cobrada 2x) ao princípio da anterioridade.
É impositiva a fixação do regime aberto e a substituição da pena privativa de liberdade
SV 59 por restritiva de direitos quando reconhecida a figura do tráfico privilegiado (Art.33, §
Novidade 4º, da Lei 13.343/06) e ausentes vetores negativos da dosimetria (art. 59 do CP)
observados os requisitos do art. 33, § 2º, alínea c, e do art. 44 ambos do CP.

13.2. Súmulas STF:


Súmula 267: Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou
(Cobrada 3x) correição.
Súmula 268: Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial transitada em julgado.
(Cobrada 3x)
Súmula 294: São inadmissíveis embargos infringentes contra decisão do STF em mandado de
(Cobrada 1x) segurança.
Súmula 346: A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.
(Cobrado 3x)
Súmula 366: Não é nula a citação por edital que indica o dispositivo da lei penal, embora não
(Cobrada 2x) transcreva a denúncia ou queixa, ou não resuma os fatos em que se baseia.
Súmula 556: É competente a Justiça Comum para julgar as causas em que é parte sociedade de
(Cobrada 3x) economia mista.
Súmula 624: Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer originariamente de mandado
(Cobrada 1x) de segurança contra atos de outros tribunais.
Súmula 625: Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de mandado de
(Cobrada 1x) segurança.
Súmula 712: É nula a decisão que determina o desaforamento de processo de competência do
(Cobrada 2x) júri sem audiência da defesa.
Súmula 206: É nulo o julgamento ulterior pelo júri com a participação de jurado que funcionou
(Cobrada 1x) em julgamento anterior do mesmo processo.
A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui
Súmula 718: motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido
(Cobrada 1x) segundo a pena aplicada.

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13.3. Súmula TSE:


Súmula 70: O encerramento do prazo de inelegibilidade antes do dia da eleição
(Cobrada 1x) constitui fato superveniente que afasta a inelegibilidade, nos termos do
art. 11, §10, da Lei 9.504/97.
ASSERTIVA CORRETA: O encerramento do prazo de inelegibilidade antes do dia da eleição afasta
(TJMA/2022) inelegibilidade que for constatada no momento da formalização do
pedido de registro de candidatura.

13.4. Súmulas STJ:


Súmula 234: A participação do membro do Ministério Público na fase investigatória criminal não
(Cobrada 3x) acarreta o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia
Súmula 482: A falta de ajuizamento da ação principal no prazo do art. 806 do CPC (15 dias)
(Cobrada 1x) acarreta a perda da eficácia da liminar deferida e a extinção do processo cautelar.
Súmula 493: É inadmissível a fixação de pena substitutiva (art. 44 do CP) como condição
(Cobrada 1x) especial ao regime aberto.
Súmula 534: A prática de falta grave interrompe a contagem do prazo para a progressão de
(Cobrada 1x) regime de cumprimento de pena, o qual se reinicia a partir do cometimento da
infração.
Súmula 658: O crime de apropriação indébita tributária pode ocorrer tanto em operações
Novidade próprias, como em razão de substituição tributária.
A fração de aumento em razão da prática de crime continuado deve ser fixada de
acordo com o número de delitos cometidos, aplicando-se
Súmula 659: 1/6 - 2 infrações
Novidade 1/5 - 3 infrações
1/4 - 4 infrações
1/ 3 - 5 infrações
1/2 - 6 infrações
2/3 - 7 ou mais infrações
Súmula 660: A posse, pelo apenado, de aparelho celular ou de seus componentes essenciais
Novidade constitui falta grave.
Súmula 661: A falta grave prescinde da perícia do celular apreendido ou de seus componentes
Novidade essenciais.
Súmula 662: Para a prorrogação do prazo de permanência no sistema penitenciário federal, é
Novidade prescindível a ocorrência de fato novo; basta constar, em decisão fundamentada,
a persistência dos motivos que ensejaram a transferência inicial do preso.

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