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Igualdade de
Oportunidades

Manual do Formando
Noções de Saúde
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Índice
MÓDULO DE NOÇÕES BÁSICAS DE SAÚDE................................................... 1
MANUAL DO FORMANDO ................................................................................... 1
TEMA 1 - PROMOÇÃO DA SAÚDE ................................................................ 3
ESTILOS DE VIDA SAUDÁVEIS ............................................................................. 4
Alimentação ........................................................................................... 4
Hidratos de Carbono ............................................................................. 4
Gorduras............................................................................................. 5
Proteínas............................................................................................. 5
Vitaminas ............................................................................................ 5
Sais Minerais ....................................................................................... 6
Fibras ................................................................................................. 6
Água .................................................................................................. 7
Pirâmide dos alimentos ......................................................................... 7
Grandes erros da nossa alimentação ....................................................... 7
14 regras de ouro da nossa alimentação .................................................. 8
Maneiras mais saudáveis de cozinhar ..................................................... 8
Cuidados especiais ............................................................................... 8
Regras básicas de higiene na preparação de alimentos............................... 9
Tabagismo ........................................................................................... 10
Álcool .................................................................................................. 10
Alcoolismo ........................................................................................... 11
Mitos sobre o álcool ............................................................................ 11
Regras .............................................................................................. 11
Drogas ................................................................................................ 12
O que são as drogas?.......................................................................... 12
TOXICODEPENDÊNCIA .................................................................................... 12
Síndroma de privação ............................................................................ 12
Tipos de droga...................................................................................... 12
Como se tomam.................................................................................... 12
Causas da toxicodependência.................................................................. 12
Principais riscos .................................................................................... 13
Como reconhecer um toxicodependente ................................................... 13
Como ajudar ........................................................................................ 13
GESTÃO DE STRESS ...................................................................................... 13
Causas de Stress .................................................................................. 14
Prevenção do stress............................................................................... 14
EXERCÍCIO FÍSICO ....................................................................................... 14
Vantagens............................................................................................ 15
AUTO-ESTIMA E AFECTOS ............................................................................... 16
VIGILÂNCIA DE SAÚDE ................................................................................... 16
Vigilância de saúde da criança e do adolescente........................................ 16
Vigilância em planeamento familiar.......................................................... 17
Vigilância da gravidez ............................................................................ 18
Vigilância de saúde do adulto .................................................................. 18
TEMA 2 - SINAIS DE ALERTA DE DOENÇA E RESPECTIVOS CUIDADOS ...... 20
FEBRE ..................................................................................................... 20
Avaliação da temperatura....................................................................... 20
Cuidados a ter ...................................................................................... 20
SÍNDROME GRIPAL ....................................................................................... 20
Cuidados a ter ...................................................................................... 21
VÓMITOS .................................................................................................. 21
Cuidados a ter ...................................................................................... 21
Vigiar .................................................................................................. 21
Contactar os serviços de saúde se: .......................................................... 21
DIARREIA ................................................................................................. 21
Cuidados a ter ...................................................................................... 21
CANCRO ................................................................................................... 22
Prevenção ............................................................................................ 22
DIABETES ................................................................................................. 23
Sintomas ............................................................................................. 23
Tratamento .......................................................................................... 23
Cuidados a ter ...................................................................................... 24
Pé diabético ......................................................................................... 24
Cuidados a ter ...................................................................................... 24
HIPERGLICÉMIA ........................................................................................... 24
HIPOGLICÉMIA ............................................................................................ 25
Sintomas ............................................................................................. 25
HIPERTENSÃO ARTERIAL ................................................................................. 25
O que é a tensão arterial ........................................................................ 25
Sintomas de hipertensão ........................................................................ 25
Prevenção e Vigilância ........................................................................... 25
ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC)/TROMBOSE ................................................... 26
Definição ............................................................................................. 26
Sintomas ............................................................................................. 26
O que pode fazer .................................................................................. 26
ATAQUE CARDÍACO ....................................................................................... 26
Sintomas ............................................................................................. 26
O que deve fazer................................................................................... 26
TEMA 3 - PREVENÇÃO DE EPIDEMIAS ....................................................... 28
EPIDEMIA ................................................................................................. 28
DOENÇAS INFECTO-CONTAGIOSAS...................................................................... 28
PREVENÇÃO ............................................................................................... 30
Higiene pessoal..................................................................................... 30
Regras básicas a não esquecer................................................................ 30
Cuidados a ter no exterior ...................................................................... 30
Cuidados especiais com os animais .......................................................... 30
Cuidados de higiene de um/a técnico/a de apoio à vida familiar ................... 30
Higiene ambiental ................................................................................. 31
Higiene alimentar .................................................................................. 31
DOENÇAS PARASITÁRIAS ................................................................................ 32
Escabiose (sarna)................................................................................. 32
Como actua o parasita ........................................................................ 32
Sinais e Sintomas ............................................................................... 32
Localização ........................................................................................ 32
Consequências ................................................................................... 33
Formas de contágio ............................................................................ 33
Tratamento ....................................................................................... 33
Higiene da roupa ................................................................................ 33
Crianças menores de um ano ............................................................... 34
Cuidados que deve ter ........................................................................ 34
Prevenção ......................................................................................... 34
Pediculose (piolho) ................................................................................ 34
Piolho da cabeça ................................................................................... 34
Onde vive.......................................................................................... 34
Tratamento ....................................................................................... 35
Prevenção ......................................................................................... 35
PIOLHO DO PÚBIS (CHATO) ............................................................................. 35
Onde vive.......................................................................................... 35
Como se transmite ............................................................................. 35
Tratamento ....................................................................................... 35
Prevenção ......................................................................................... 35
Piolho do corpo ..................................................................................... 35
Onde vive.......................................................................................... 35
Como se Transmite............................................................................. 35
Tratamento ....................................................................................... 35
Áscaris (lombriga) ................................................................................. 36
Como se transmite ............................................................................. 36
Sintomas........................................................................................... 36
Prevenção ......................................................................................... 36
Tratamento ....................................................................................... 36
Oxiúrios ............................................................................................... 36
Onde vivem e como se transmitem ....................................................... 36
Tratamento ....................................................................................... 36
Tuberculose.......................................................................................... 36
Localização ........................................................................................ 36
Sinais e Sintomas ............................................................................... 36
Tratamento ....................................................................................... 37
O que fazer ....................................................................................... 37
Prevenção ......................................................................................... 37
Hepatite B............................................................................................ 37
Como se transmite ............................................................................. 37
Sinais e sintomas ............................................................................... 37
Prognóstico ....................................................................................... 37
Prevenção ......................................................................................... 38
Doenças sexualmente transmissíveis........................................................ 38
Como se transmitem........................................................................... 38
Como se sabe que se alguém tem uma DST?.......................................... 38
Sinais e Sintomas ............................................................................... 39
Tratamento ....................................................................................... 39
Consequências de uma DST não tratada ................................................ 39
Prevenção ......................................................................................... 39
Sida/Hiv .............................................................................................. 40
Como se transmite ............................................................................. 40
Tratamentos ...................................................................................... 40
Prevenção ......................................................................................... 40
Condiloma............................................................................................ 40
Como se transmite ............................................................................. 40
Sintomas........................................................................................... 40
Consequências ................................................................................... 40
Tratamento ....................................................................................... 41
Prevenção ......................................................................................... 41
Gonorreia............................................................................................. 41
Como se transmite ............................................................................. 41
Sintomas........................................................................................... 41
Tratamento ....................................................................................... 41
Consequências do não tratamento ........................................................ 41
Prevenção ......................................................................................... 41
Clamídia .............................................................................................. 41
Sintomas........................................................................................... 42
Tratamento ....................................................................................... 42
Consequências do não tratamento ........................................................ 42
Prevenção ......................................................................................... 42
Sífilis ................................................................................................... 42
Como se transmite ............................................................................. 42
Sintomas........................................................................................... 42
Consequências do não tratamento ........................................................ 43
Tratamento ....................................................................................... 43
Prevenção ......................................................................................... 43
HERPES .................................................................................................... 43
Sintomas........................................................................................... 43
Como se transmite ............................................................................. 43
Tratamento ....................................................................................... 43
Prevenção ......................................................................................... 43
TRICOMONÍASE ........................................................................................... 43
Sinais e Sintomas ............................................................................... 44
Tratamento ....................................................................................... 44
Prevenção ......................................................................................... 44
Prevenção das DST................................................................................ 44
Se se romper o preservativo ................................................................ 44
Proteja-se ......................................................................................... 44
Se tiver sintomas de DST .................................................................... 44

TEMA 4 - PRIMEIROS SOCORROS............................................................. 45


PRIMEIROS SOCORROS ................................................................................ 46
Procedimentos gerais .......................................................................... 46
O que se pode fazer e o que não se pode fazer ....................................... 46
Hemorragia e ferimentos........................................................................ 46
Controlar a hemorragia de um ferimento ............................................... 46
Hemorragia nasal (epistáxis) .................................................................. 47
O que fazer ....................................................................................... 47
Pequenos ferimentos (cortes e arranhões) ................................................ 47
Limpeza ............................................................................................ 47
Desinfecção ....................................................................................... 47
Fracturas ............................................................................................. 47
Queimaduras ........................................................................................ 48
Critérios de gravidade ......................................................................... 48
Tipos de queimaduras e atitude a tomar ................................................ 48
Queimaduras por produtos químico ou bases (lixívia, soda cáustica, cal) ....... 48
Queimaduras por calor........................................................................... 49
Asfixia ................................................................................................. 49
Corpo estranho nas vias respiratórias .................................................... 49
Adultos e crianças com idade superior a 1 ano ........................................ 49
Manobra de Heimlish .......................................................................... 49
Crianças com menos de um ano ........................................................... 49
Convulsões........................................................................................... 50
Origem ............................................................................................. 50
Sinais e sintomas ............................................................................... 50
Procedimentos ................................................................................... 50
PLS (Posição Lateral de Segurança) ...................................................... 50
Mordeduras de animais .......................................................................... 50
Afogamento ......................................................................................... 50
Intoxicação .......................................................................................... 51
Tipo de substância medicamentosa ....................................................... 51
Álcool ............................................................................................... 51
Outras substâncias ............................................................................. 51
Via de Intoxicação .............................................................................. 51
Ingestão ........................................................................................... 51
Inalação............................................................................................ 51
Através da pele .................................................................................. 51

Lesões oculares .................................................................................... 51


Lesões por químicos (Ácido, soda cáustica, pó de cimento, dissolvente) ..... 51
Corte, ferida ou presença de corpo estranho........................................... 52
Desmaio .............................................................................................. 52
Insolação ............................................................................................. 52
Sinais e sintomas ............................................................................... 52
Procedimento..................................................................................... 52
Choque eléctrico ................................................................................... 52
Caixa de primeiros socorros .................................................................... 52
Material de primeiros socorros.............................................................. 53
TEMA 5 - CUIDADOS A ACAMADOS............................................................ 54
A RELAÇÃO ................................................................................................ 54
COMUNICAÇÃO ........................................................................................... 54
FUNÇÃO DOS/AS TÉCNICOS/AS DE APOIO À VIDA FAMILIAR ......................................... 54
Cuidados de higiene e conforto................................................................ 55
Ambiente .......................................................................................... 55
Material ............................................................................................ 55
Sugestões ......................................................................................... 55
Banho na cama .................................................................................. 56
Banho na casa de banho com ajuda ...................................................... 56
Sugestões ......................................................................................... 56
Importância da higiene oral ................................................................. 57
Material ............................................................................................ 57
Procedimento..................................................................................... 57
Cuidados especiais ................................................................................ 57
Mudança de fraldas............................................................................. 57
Material ............................................................................................ 57
Procedimento..................................................................................... 58
Cuidados de higiene em indivíduos com uma sonda vesical (algália) ............. 58
Procedimento..................................................................................... 58
Atenção ............................................................................................ 58
Despejar o saco de urina ..................................................................... 58
Procedimento..................................................................................... 59
Mudança do saco de urina ................................................................... 59
Material ............................................................................................ 59
Procedimento..................................................................................... 59
Cuidados gerais.................................................................................. 59
Cuidados a indivíduos com colostomia ...................................................... 60
Mudança do saco de colostomia ............................................................ 60
Material ............................................................................................ 60
Procedimento..................................................................................... 60
Cuidados a indivíduos com entubação naso gástrica ................................... 61
A alimentação pela sonda ....................................................................... 61
Material ............................................................................................ 61
Procedimento..................................................................................... 61
Tipo de alimentação............................................................................ 62
Higiene da sonda................................................................................ 62
Outros Cuidados................................................................................. 62
Dificuldade em respirar .......................................................................... 62
Ambiente .......................................................................................... 62
Postura ............................................................................................. 63
Cuidados a indivíduos com oxigénio no domicilio........................................ 63
Procedimento..................................................................................... 63
Cuidados a ter com medicamentos .......................................................... 63
Posicionamentos ................................................................................... 64
Definição de posicionamento ................................................................ 64
Objectivos ......................................................................................... 64
Antes de iniciar o posicionamento ......................................................... 65
Material ............................................................................................ 65
Procedimento..................................................................................... 65
Decúbito dorsal (deitado de costas) ...................................................... 65
Decúbito semi dorsal (semi deitado de lado)........................................... 66
Decúbito Lateral (deitado) ................................................................... 66
Algumas recomendações ..................................................................... 66
Normas de segurança para o/a técnico/a de apoio à vida familiar ................. 67
Apresentação do Técnico de Apoio à Vida Familiar...................................... 67
Prevenção de úlceras de pressão ............................................................. 67
Definição........................................................................................... 67
Localização ........................................................................................ 67
Como surge uma úlcera de pressão....................................................... 67
Causas do aparecimento das úlceras de pressão ..................................... 68
Externas ........................................................................................... 68
Internas............................................................................................ 68
Procedimento..................................................................................... 68
Graus de profundidade da úlcera de pressão .......................................... 69
Tratamento ....................................................................................... 69
Tipos de produtos ................................................................................. 70
TEMA 6 - INSTITUIÇÕES PRESTADORAS DE CUIDADOS DE SAÚDE ........... 71
SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE (SNS) ................................................................ 71
Acesso ao SNS...................................................................................... 71
INSTITUIÇÕES DO SNS ................................................................................... 71
Centro de Saúde (CS) ............................................................................ 71
Quem trabalha no CS.......................................................................... 71
Tipo de Serviços................................................................................. 71
Horário de Atendimento ...................................................................... 72
Hospital ............................................................................................... 72
Tipo de serviços ................................................................................. 72
Urgências .......................................................................................... 72
Via Azul ............................................................................................ 72
Urgências Pediátricas .......................................................................... 73
Cuidados Continuados ......................................................................... 73
Áreas .................................................................................................. 73
ACESSO AO SISTEMA DE SAÚDE ........................................................................ 74
Cartão De Utente .................................................................................. 74
Taxas Moderadoras............................................................................. 74
Isenção de taxas ................................................................................ 74
Livro Amarelo ....................................................................................... 75
Pedido de subsídios ............................................................................... 75
Sugestões ............................................................................................ 75
Módulo de noções básicas de saúde
Manual do Formando

Este manual foi escrito para si futuro/a técnico de apoio à vida


familiar, podendo ser usado tanto durante a sua actividade
profissional como no contexto da vossa vida familiar

O/a técnico de apoio à vida familiar é uma pessoa que se interessa


pelo bem estar da vida da sua comunidade, e que promove uma
forma mais saudável de viver das pessoas e das famílias com
quem trabalha.

Poderá trabalhar em situações tão variadas como:


Famílias com pessoas idosas
Famílias com crianças
Famílias com pais ausentes
Famílias com dificuldades económicas
Famílias com problemas de saúde graves
Instituições como lares, centros de dia e outras

Aqui vão algumas sugestões que o/a podem ajudar a dar resposta
aos problemas e necessidades das pessoas com quem vai
trabalhar:
Tratar as outras pessoas como iguais
Respeitar as tradições e as ideias das pessoas
Ensinar o que sabe, não esquecendo que os outros também
sabem coisas
e têm capacidades para resolverem os seus problemas
Continuar a aprender
Reconhecer as sua próprias limitações
Praticar tanto quanto possível aquilo que ensina
Trabalhar com entusiasmo
Este manual aborda o tema “Noções Básicas de Saúde”, e vai
poder ajudá-lo/a no seu trabalho.

Com estas noções pretende-se que fique apto/a a:


Reconhecer as formas de vida saudáveis e a sua importância
numa boa saúde.
Reconhecer os principais sinais que podem indicar que existe
uma doença, saber prestar os primeiros cuidados e encaminhar
a pessoa para um serviço de saúde.
Reconhecer a importância de uma boa higiene e saber como se
transmitem as doenças de modo a poder evitá-las.
Actuar perante uma situação de acidente ou doença súbita.
Cuidar de pessoas doentes deficientes ou acamadas nas suas
casas.
Conhecer os serviços de saúde de modo a encaminhar as
famílias sempre que necessário.

Este manual, vai ajudá-la/o a relembrar conhecimentos e atitudes


que já possui e a adquirir novas noções, bem como a esclarecer
dúvidas acerca da sua actuação.

1
Assim o manual trata dos seguintes assuntos:
Formas de vida saudáveis.
Sinais de alerta de doenças e respectivos cuidados.
Prevenção de doenças contagiosas.
Primeiros Socorros.
Cuidados a doentes acamados.
Serviços de saúde.

O manual é constituído por duas partes:


Descrição dos principais assuntos.
Folhetos sobre os assuntos mais importantes.

E AGORA... BOM TRABALHO!

2
Tema 1 - Promoção da saúde
Ao longo dos tempos o conceito de saúde tem tido muitas
alterações, de acordo com: os conhecimentos, a cultura, a religião e
sobretudo com o sentido que os homens de cada época têm
atribuído à vida.
Após a segunda guerra mundial a saúde passou a ser considerada
como um direito fundamental de todo o ser humano sem distinção
de raça, religião, opinião política e condição económica e social.

Mais recentemente a OMS (Organização Mundial de Saúde) diz que a


saúde é um estado de completo bem estar físico, mental social e não
apenas ausência de doença ou de lesão incapacitante.
Esta definição traz uma forma de ver a saúde mais positiva, ou
seja, Saúde é a maneira de cada indivíduo viver de um modo mais
autónomo, mais independente e mais alegre.

Para que isto aconteça, deve pensar-se que a promoção e a


manutenção da saúde não é apenas um direito mas também um
dever de cada um.

Assim, há a obrigação de promover a responsabilidade, e a


autonomia não só de si próprio/a mas também das pessoas de quem
se cuida, no sentido de se optar por estilos de vida que promovam a
saúde.

3
Estilos de vida Comportamentos favoráveis à saúde, são o esforço de
saudáveis cada um para preservar a sua saúde e a dos que o
rodeiam.
A adopção de uma alimentação equilibrada, a prática
de uma actividade física regular, a redução de
consumo de tabaco e álcool, a possibilidade de ter
períodos de repouso e de descontracção e a
capacidade de ter relações sociais e sexuais
compensadoras ajudam a que o sentimento de bem
estar cresça e constituem um verdadeiro obstáculo à
doença.

Alimentação Comer é essencial para a vida.

As necessidades alimentares dependem da idade,


sexo, estado de saúde e nível de esforço físico.

As escolhas alimentares são influenciadas por vários


factores:
Disponibilidade dos alimentos: situação geográfica,
clima e temperatura, factores políticos e
económicos, tradições
Orçamento: família, pares, crenças relacionadas
com a saúde
Factores estéticos: gosto, aparência, odor, textura
dos alimentos, disponibilidade, publicidade
Factores sócio-económicos : superstições, religião,
tradições, tabus

Comer em conjunto com outras pessoas constitui parte


importante da relação com a família e com os amigos e
é também um dos prazeres da vida

A alimentação fornece a energia, e os nutrientes


necessários ao crescimento, trabalho, divertimento,
pensamento, aprendizagem, bem como, aumenta a
resistência a certas doenças.

Cada tipo de nutrientes cumpre uma ou mais funções


específicas. Todos as alimentos contêm um ou mais
nutrientes em quantidades variáveis.

Os tipos de nutrientes dos alimentos são:


Hidratos de carbono
Proteínas
Gorduras
Vitaminas e Sais Minerais
Água

Hidratos de Carbono São principalmente fornecedores de energia para


correr, falar, fazer funcionar órgãos e músculos, etc.
São como um combustível como a lenha para a
fogueira e a gasolina para os carros.
Os hidratos de carbono incluem os amidos, e os
açúcares.

4
Os amidos são basicamente de origem vegetal como:
a batata, farinhas, massas, arroz, aveia, mandioca,
milho; legumes como ervilhas e feijões, e devem ser
escolhidos os que contêm mais fibras, pois facilita o
funcionamento do intestino.

O açúcar é encontrado nas frutas, na cana e no mel


das abelhas, sendo ainda outra fonte de açúcar os
cereais.
Se se ingerem muitos hidratos de carbono, pode
ocorrer obesidade (ser gordo) e diabetes. Se pelo
contrário se consomem de menos pode ocorrer
Gorduras sensação de fraqueza.

As gorduras são um componente essencial da dieta.


São uma forma concentrada de energia e um modo
como a maior parte das reservas energéticas são
armazenadas no organismo. As gorduras e os óleos
produzem duas vezes mais energia do que os hidratos
de carbono e as proteínas.

Os alimentos ricos em gorduras são: óleos, azeite,


manteiga, margarina, banha, leite e seus derivados,
alguns tipos de carne, peixe e nozes.
Se se ingerem muitas, haverá uma acumulação à volta
dos órgãos, na zona subcutânea (debaixo da pele) e
no sangue.
O colesterol é uma gordura e quando em valores altos
no sangue pode provocar:
Acidente Vascular Cerebral (AVC / trombose).
Enfarte de miocárdio.
Diabetes.
Outros.
Deve reduzir-se a ingestão de gorduras e escolher as
melhores – as de origem vegetal.
Proteínas
As proteínas são necessárias para o crescimento do
corpo como os tijolos na construção de uma casa. Elas
são necessárias para formar músculos fortes, cérebro
sadio e todas as outras partes do corpo, ajudam a
reconstruir as células e o seu desenvolvimento,
contribuem para uma melhor cicatrização, e melhoram
o sangue, os músculos e as defesas do organismo.

As proteínas são muito importantes para as crianças


em fase de crescimento. O leite materno contém a
combinação perfeita para o crescimento, pelo que as
mães devem amamentar tanto quanto possível.

As principais fontes de proteínas são: feijão, grão,


ervilha, amendoim, pinhão, nozes, soja, leite e
derivados, ovos, carne e peixe.

Vitaminas As vitaminas são substâncias que protegem o corpo e


são indispensáveis para o bom funcionamento do
organismo.

5
Vitamina A – é uma vitamina boa para a visão, a sua
falta pode provocar cegueira nocturna, infecção das
mucosas e pele.
A vitamina A encontra-se nos ovos, leite, óleo de
fígado de bacalhau, cenoura e folhas de vegetais
verdes.
Vitamina K – é importante para a coagulação do
sangue.
Existe nas folhas verdes, legumes, frutas e ovos.
Vitamina D – aumenta a capacidade de fixação do
cálcio e fósforo dos alimentos, nos ossos.
A sua falta pode facilitar o aparecimento de:
Fracturas dos ossos.
Raquitismo.
Fraqueza muscular.
Se se apanhar sol, esta vitamina é fabricada na pele.
Encontra-se no leite, gema do ovo, e óleos de fígado
de peixe.
Vitamina B – a sua falta pode provocar :
Confusão mental.
Fadiga.
Doenças da pele.
Obstipação.
Fraqueza muscular.
Depressão.
Anemia.
Encontra-se em todos os alimentos, principalmente
nos legumes secos e verdes, cereais, gema de ovo,
carne de porco e leite.
Vitamina C – facilita a formação de glóbulos vermelhos
no sangue, a absorção de ferro e a cicatrização.
A sua falta pode provocar :
Irritação, fraqueza, menor resistência a infecções,
dores articulares etc.
Encontra-se nos vegetais verdes, batata, frutos ácidos,
(é destruída pelo calor e contacto com o ar).

Sais Minerais Os sais minerais são substâncias que fazem parte dos
tecidos do corpo, como por exemplo:
cálcio (ossos ), a sua falta provoca atraso do
crescimento e osteoporose.
flúor (dentes).
ferro (sangue), a sua falta provoca anemia.

Fibras Estas substâncias podem encontrar-se nas frutas


frescas, hortaliças (principalmente cruas) e cereais.

São substâncias responsáveis pelo bom funcionamento


do aparelho digestivo e manutenção da flora
bacteriana (defesas do intestino), e absorção de água,
dos ácidos biliares e do colesterol, sobretudo ao nível
do intestino grosso.

A sua falta provoca obstipação (prisão de ventre),


volume reduzido das fezes, doenças como o cancro do
intestino, pedra da vesícula.
As fibras podem encontrar-se com mais abundância
nos legumes, frutas, hortaliças e cereais.

6
Água É necessária para várias funções do corpo:
formação dos tecidos.
produção de urina (que transporta as
impurezas que são filtradas pelo rim).

É necessário ingerir uma quantidade adequada de


água potável (no adulto saudável, pelo menos 1,5l por
dia), afim de evitar que a pessoa desidrate, tenha
obstipação crónica e mau funcionamento do rim entre
outros .

Deve-se aumentar a ingestão de água durante o


Verão, a prática de exercício físico e quando há
diarreia, vómitos ou febre.

Pirâmide dos alimentos


A alimentação saudável torna-se um desafio, uma vez
que é extraordinariamente importante saber escolher e
combinar alimentos.

Para que o nosso organismo tenha uma boa saúde


deve ser abastecido de todos os nutrientes referidos
atrás, em determinadas quantidades e proporções, ou
seja o verdadeiro segredo de uma boa alimentação é
comer equilibradamente.

No entanto não é necessário realizar grandes cálculos


para conseguir o equilíbrio nutricional.

Para isso uma forma simples de visualizar e identificar


rapidamente os alimentos que se devem ingerir em
maior ou menor quantidade durante o dia é a
utilização de uma forma gráfica como a figura
seguinte.

Fig. Pirâmide dos alimentos

Entende-se por porção, a quantidade de alimento


adequada à capacidade de um prato considerada como
normal para cada tipo de pessoa, em função da idade
(bebé, criança, adolescente, adulto, grávidas e pessoas
idosas), e da actividade física.

Um exemplo de porção:
Leite e derivados: 250 ml de leite (1 chávena),
175ml (3/4) de iogurte, 45 g de queijo fundido. As
crianças até aos 11 anos devem tomar diariamente
2 a 3 porções de leite e derivados, os adolescentes
3-4 porções, mulheres grávidas a amamentar 3-4,
adultos 2 porções

Não se esqueça, comer bem depende de nós.


Grandes erros da nossa
alimentação
Por isso EVITE o mais possível:
Comer muito sal.
Abusar de bebidas alcoólicas.

7
Comida muito engordurada.
Beber pouco leite.
Comer poucas hortaliças e frutas.
Não tomar o pequeno-almoço e saltar merendas.
Comer muitos doces.
Comer grandes quantidades de comida.
14 regras de ouro da nossa
alimentação
1. Tome um bom pequeno almoço.
2. Coma com intervalos máximos de 3 horas e meia.
Por isso não se esqueça de merendar a meio da
manhã, da tarde e cear.
3. Coma com calma, mastigue e ensalive bem o que
come e o que bebe.
4. .Utilize muito leite ou os seus derivados (iogurte e
queijo).
5. Abuse de hortaliças, legumes e frutas.
6. .Consuma álcool apenas em pequenas
quantidades. Nunca se esqueça que crianças,
adolescentes, grávidas e mães a dar de mamar,
nunca devem beber álcool.
7. Consuma em quantidades mínimas, óleos,
gorduras e alimentos gordos. Prefira azeite para
temperar e cozinhar. Não use refugados, nem
aqueça muito as gorduras. Não se esqueça que as
carnes têm muita gordura, mesmo quando não a
vemos.
8. Reduza o uso de sal. Utiliza ervas aromáticas para
temperar.
9. Coma pão e outros cereais. Ao contrário do que
muita gente pensa, o pão não engorda, e é um
excelente fornecedor de energia.
10. Reduza o uso de açúcar. Atenção, os bolos de
pastelaria e os refrigerantes têm muito açúcar.
11. Tenha uma alimentação completa, equilibrada e
variada. Não se esqueça do ditado “ Somos o que
comemos”.
12. Coma apenas a quantidade necessária de comida
de acordo com as necessidades do seu organismo.
Nunca se deixe ficar enfartada à refeição.
13. Beba muita água, chás e infusões.
14. Prefira carnes magras ou aves.
Maneiras mais saudáveis de
cozinhar
Prefira como forma de cozinhar - cozer, assar, estufar,
em vez de utilizar frituras.
Como gordura deve preferir o azeite, quer para
temperar em cru, quer para cozinhar.
Cuidados especiais
Tenha especial atenção se tem a seu cargo crianças,
grávidas ou pessoas idosas:

Crianças e adolescentes - precisam de uma


alimentação rica em alimentos energéticos (hidratos
de carbono) e construtores do corpo (proteínas).
Elas despendem muita energia ao longo do dia, mas
não conseguem comer muita quantidade de cada
vez, por isso, devemos oferecer-lhes refeições mais

8
pequenas, mais frequentes, e atractivas.
Grávidas - não precisam de comer por dois, mas
de comer 2 vezes melhor.
A alimentação da grávida deve ser variada de modo a
fornecer à mãe a ao bebé todos os nutrientes.
Não deve estar mais do que 2,5 a 3 horas sem comer.
Não necessita comer mais de duas peças de fruta por
dia. Deve fazê-lo 2 horas após o almoço e o jantar.
Deve beber 3 copos de leite ou substituir por iogurte
ou queijo fresco (1 copo de leite = 1 iogurte=1
queijo).
O primeiro acto do dia deve ser tomar o pequeno
almoço, e o último deve ser cear. Não deve estar
nunca mais de 8 horas sem comer.

Pessoas Idosas - é frequente ocorrer a diminuição


do apetite devido a :
- diminuição do paladar
- perda de dentes
- problemas do aparelho digestivo
- incapacidade

Por outro lado, a solidão, o isolamento, a pobreza e a


depressão dificultam a compra e a preparação das
refeições, pelo que muitas pessoas idosas precisam de
ajuda nestas tarefas.

A alimentação nesta idade deve incluir uma grande


variedade de frutos, vegetais, grãos, legumes, carne,
peixe e produtos lácteos.

Não devemos esquecer a importância de beber muitos


líquidos (água, chás e sumos).

Nunca dê de comer a um indivíduo deitado. Os


alimentos devem ser ingeridos pausadamente, e se
necessário triturados. A falta de dentes, ou a má
adaptação à prótese dentária (dentadura postiça),
tornam difícil a mastigação e a digestão.

A pessoa idosa deve estar sempre em posição


confortável, sempre que possível à mesa e a comer
pela própria mão.
Dar de comer à boca a uma pessoa idosa é sempre
degradante. Se tiver de o fazer, faça-o diminuindo o
sentimento de rejeição.
Regras básicas de higiene na
preparação de alimentos
Devem ser tomados cuidados especiais ao cozinhar a
comida.

Existem muitos riscos de contaminação se algumas


regras básicas não forem cumpridas.

Mantenha todos os utensílios, panelas e recipientes


devidamente limpos.
Mantenha limpos os locais onde se preparam os

9
alimentos e evite o contacto, mesmo indirecto,
entre o alimento cozinhado e o alimento cru.
Se a comida não é consumida logo após ser
cozinhada, arrefeça-a rapidamente e guarde-a no
frigorífico.
Lave as mãos em água limpa antes e depois de
preparar ou ingerir alimentos.
Evite tossir e espirrar perto dos alimentos, nem
toque no seu nariz ou boca, ou cabelos, enquanto
está a cozinhar.
Não deve cozinhar, caso tenha diarreia, febre, dor
de garganta, tosse ou feridas nas mãos.
Tabagismo
O tabaco é a causa de um número muito elevado de
mortes prematuras no nosso país e em todo o mundo.
O número de fumadores/as passivos/as (aqueles que
respiram o fumo dos outros) cresce a par do número
de fumadores/as, tendo as mesmas consequências
negativas.

As vantagens de não ser fumador/a são várias:


Poupança de dinheiro.
Hálito fresco e agradável.
Menos constipações e infecções respiratórias.
Mais tempo de vida.
Menos probabilidade de vir a ter cancro no
pulmão, nos lábios, na laringe ou na orofaringe,
doença cardiovascular, bronquite crónica e
enfisema com insuficiência respiratória.

Nunca é tarde para deixar de fumar, tente sozinho,


mas se não conseguir peça ajuda.

Se é fumador/a passivo/a faça valer os seus direitos,


tendo a coragem de dizer ao próximo que o fumo o
incomoda.
Pense no mal que o fumo faz aos outros mais
fragilizados: crianças, grávidas e doentes e que
estejam aos seus cuidados.

Álcool
As bebidas alcoólicas são as que contêm álcool na sua
composição. O álcool destas bebidas é o álcool usual
da farmácia, sem qualquer valor nutritivo.

Portugal é o primeiro consumidor europeu de bebidas


alcoólicas, com graves consequências para a saúde da
população.
Está comprovado que o consumo de álcool é uma das
principais causas de inúmeros problemas de saúde e
sociais como:
Agravamento de doenças infecciosas (gripes,
pneumonias, tuberculose pulmonar, hepatites,
etc.).
Cirrose.
Cancro.
Perturbações mentais.
Acidentes de viação.

10
Dificuldades financeiras.
Faltas ao emprego ou escola.
Violência.
Criminalidade.
Alcoolismo
O alcoolismo crónico é uma situação de dependência
física e psicológica do álcool. Este passa a ser o centro
da vida da pessoa dependente, tornando-se
extremamente difícil controlar o consumo,
desvalorizando a família, o trabalho e os amigos,
desprezando a saúde e inclusivamente a própria
existência.

O alcoolismo é uma doença e como tal deve ser


tratado.

No final deste manual encontrará uma listagem de


instituições para onde poderá encaminhar quem delas
necessite: quer o alcoólico quer a sua família.
Mitos sobre o álcool
Existem ideias sobre o álcool que é importante
esclarecer.
O Álcool:
Não aquece.
Não mata a sede.
Não dá força.
Não ajuda a digestão, nem abre o apetite.
Não é um alimento.
Não é medicamento.
Não facilita as relações sociais.
Regras
Não podem ingerir bebidas alcoólicas:

Crianças e jovens até aos 18 anos de idade


Mulheres grávidas e a amamentar
Pessoas durante o trabalho e a condução rodoviária
Doentes alcoólicos tratados
Pessoas com história de traumatismo craniano,
doenças do aparelho digestivo (cirrose hepática) e
do sistema nervoso central (epilepsia)

Podem consumir com moderação, os adultos


saudáveis em doses moderadas e às refeições
principais.
Homem adulto normal não deve ultrapassar ¼ de
litro (2,5dl) de vinho, ou 3 copos de vinho ou 3
copos de cerveja (imperiais), repartidas pelas duas
principais refeições.
Mulher adulta não deve consumir mais de 2 copos
de vinho ou 2 imperiais, repartidos também pelas
duas principais refeições.

A ingestão de bebidas alcoólicas destiladas (whisky,


brandy, aguardentes entre outros) deve ser em
situações excepcionais

11
Drogas Actualmente em Portugal, e também no estrangeiro, o
consumo de drogas está disseminado por todos os
meios, quer urbanos ou rurais, e em todos os tipos de
família.
O que são as drogas?
Drogas são substâncias tomadas para provocarem
desinibição, bem estar, aumento da energia física e
psíquica, redução das áreas de sono, etc.
Toxicodependência
Como o seu nome indica é a dependência de um
tóxico, da droga. As drogas no início podem provocar
bem estar, mas com a continuação originam
dependência física e psíquica, isto é uma forte
necessidade de continuar a Tomá-la, caso contrário
surge o síndroma de privação.

Síndroma de privação É o sofrimento físico e psíquico de um


toxicodependente, na ausência da droga. É aquilo a
que é comum chamar a ressaca.
Toxicodependente é todo o indivíduo, dependente da
droga que necessita de a tomar para não sofrer com o
síndroma de privação.

Os sintomas são:
Dores musculares insuportáveis.
Transpiração intensa.
Ansiedade.
Agitação.
Confusão.
Pensamento obsessivo sobre a droga.

Tipos de droga
Haxixe, marijuana, heroína, cocaína, crack, ecstasy,
anfetaminas.

Como se tomam
As drogas podem ser fumadas, mascadas, inaladas ou
consumidas sob a forma de comprimidos e / ou
injectadas.

A mais perigosa forma de administração é a injectada


por:

Originar dependência mais rapidamente.


Maior ocorrência de engano na dose, que pode ser
fatal, visto que entra directamente no sangue, na
circulação.
A troca de seringas é muito vulgar (uma seringa dá
para todos) com consequências sobre a saúde,
devido à contracção de doenças como as hepatites,
sida e outras infecções.
Causas da toxicodependência
Não existe uma só causa, existem várias:
Instabilidade familiar.
Influência do meio onde vive.
Influência dos amigos e pares.
Problemas económicos.

12
Fases de crescimento em que os jovens estão mais
influenciáveis: curiosidade e espírito de aventura.
A droga pode ser vista como uma solução.
Principais riscos
Morte súbita, por a droga ser falsificada ou por ser
uma dose excessiva.
Contracção de doenças graves: sida, hepatite,
pneumonia, infecções graves nos locais onde se
picam.
A utilização obriga ao consumo de doses cada vez
mais maiores, mais caras.
Perda da noção da realidade: delírios – pode estar
a atravessar uma estrada convencido que está no
meio do campo.
Perda de capacidades intelectuais: memória,
aprendizagem, decisão.
Alterações físicas: prisão de ventre e perda da
menstruação nas raparigas.
Diminuição do desejo sexual.
Tendência para o isolamento da família e do grupo
inicial de amigos. As novas amizades assentam no
consumo da droga.
Criminalidade: pequenos delitos para arranjar
dinheiro para o consumo.

Como reconhecer um Modificação da disposição.


toxicodependente Irritável e agressivo.
Perda de apetite.
Apático ou com perda de interesse pela escola,
amigos, estudos, jogos e entretenimentos
habituais.
Sonolência ou dificuldade em dormir.
Tendência para mentir e aparecer em casa com
objectos novos.
Cheiro diferente do habitual, manchas ou marcas
no corpo ou roupas.
Falta de higiene pessoal.

Como ajudar Fale abertamente das alterações que notou


Procure ajuda especializada: médicos, enfermeiros,
professores, psicólogos.

NOTA Veja anexos no final do manual onde encontrará uma


listagem de locais a que poderá recorrer ou
encaminhar.

Gestão de stress Sofrer de stress é sentirmo-nos mal por motivos que


não dependem de nós.
Sabe-se que as situações geradoras de Stress têm um
efeito negativo sobre a saúde física e mental.

Alguns sintomas de Stress:


Respiração rápida e superficial.
Ritmo cardíaco acelerado.
Aumento de tensão arterial.
Cara, palmas das mãos, plantas dos pés mais
suados que o resto do corpo.
Músculos tensos e dificuldade de mobilidade de

13
braços e pernas.
Dores de estômago, enjoos e vómitos.
Enxaquecas e tonturas.
Irritabilidade.
Dor no peito.
Doenças de pele.

As situações que causam Stress podem ser benéficas


ou prejudiciais, dependendo do indivíduo, tipo e
intensidade , da situação e da capacidade de reacção
da pessoa.
Causas de stress
Doenças provocadas por bactérias, vírus ou
parasitas.
Desportos de competição.
Traumatismos (lesões, queimaduras,
violência, electrocussão).
Relações sociais e familiares difíceis e
complicadas.
Insatisfação das necessidades básicas (ex:
fome, frio, desejo sexual).
Alterações fisiológicas normais (ex:puberdade,
menstruação, gravidez, menopausa).
Antecipação de acontecimentos geradores de
Stress (ex: acontecimento social importante,
exame, audição no tribunal ou um exame de
diagnóstico doloroso).
Mudança de emprego.
Mudança de casa.
Morte de familiar ou amigo.
Guerra e instabilidade social.
Isolamento social.
Desastres naturais (sismos, tufões)
Situações agradáveis mas que provocam
mudanças bruscas (casamento, nascimento de
um filho, saída do liceu).
Prevenção do stress
Evitar sempre que possível situações provocadoras de
grande stress.
A melhor maneira de prevenir o stress excessivo é
moderar o consumo de álcool e de tabaco, fazer uma
alimentação mais equilibrada, aumentar o exercício
físico, o tempo de descanso e o tempo que nos
relacionamos com as outras pessoas entre outros.

O stress também pode ser diminuído através de


exercícios de relaxamento, técnicas de respiração
controlada como o yoga, leitura, audição de música,
passeios a pé, entre outros.
Por vezes os sintomas podem exigir o auxilio de um
técnico de saúde especializado (médico, psicólogo ou
outro).

Exercício físico
O exercício ajuda-nos a sentir física e psiquicamente
bem.

14
Vantagens Pode ser divertido e um bom meio de fazer novas
amizades.
Ajuda a manter um peso equilibrado.
Mantém a elasticidade da coluna e articulações e
contribui para uma postura correcta.
Torna mais firmes os músculos e aumenta a força
física.
Melhora o funcionamento do coração e activa a
circulação.
É uma boa maneira de descontrair e gastar
energias, ajudando-o a diminuir o Stress, como já
foi referido.
Se praticar exercício com regularidade, sentirá
menos fadiga.
Pode fazer mais coisas de que gosta porque o
exercício físico aumenta a sua vitalidade.
Previne a osteoporose.
Estabelecer relações sociais se o praticar em grupo.

15
A qualidade de vida das pessoas depende de todos os factores já
falados e de outros que irão ser abordados. No entanto é
importante lembrar que a qualidade de vida, boa ou má é também
a percepção, por parte de cada um de nós, de que as nossas
necessidades estão satisfeitas.

Auto-estima e afectos

Outras dimensões a ter em conta são os afectos que sentimos, a


necessidade de ter autoestima (capacidade de gostarmos de nós),
sentir que pertencemos a uma família, comunidade ou país, que
nos pode proteger ou ajudar.

Afectos não são nada mais nem menos do que aquilo que vamos
sentindo ao longo da vida, a ira, a compaixão, o ódio, o amor e
que influenciam a maneira como nos relacionamos com todos os
que nos rodeiam.

A autoestima é, a forma e o grau como cada um gosta de si


próprio. Quanto mais gostamos de nós próprios, mais capazes
somos de sermos independentes e de decidirmos livremente.

É extraordinariamente importante, estimular os aspectos positivos


das pessoas, elogiando e valorizando aquilo que cada um é capaz
de fazer, contrariar a tendência de se centrar naquilo que os
outros não conseguem fazer ou fazem deficientemente.

Com esta atitude estará a ser um elemento muito importante na


vida das pessoas que estão ao seu cuidado, dando-lhes suporte
emocional, para além do suporte material (fazer compras,
confeccionar refeições, ajudar na higiene pessoal e da casa) .

Mas não se esqueça que cuidar de pessoas é também um trabalho


exigente. Guarde algum tempo só para si, porque apesar das
pessoas que cuida não pertencerem à sua família, os seus
problemas acabam sempre por o/a afectar. Preserve o seu bem
estar, só se se sentir bem consigo mesmo/a, conseguirá dar algo a
outras pessoas que precisam de si.

Vigilância de saúde

A vigilância de saúde é outro aspecto importante que não devemos


esquecer, estimulando os diferentes membros da família a
recorrerem às instituições de saúde não apenas em situação de
doença, mas também para vigilância periódica de saúde:
Saúde da criança e do adolescente.
Vigilância da gravidez.
Planeamento familiar.
Saúde do jovem e do adulto.

Vigilância de saúde da criança e do adolescente

A vigilância de saúde da criança e em especial do recém-nascido e


do bebé no primeiro ano de vida, é indispensável .

16
Permite avaliar o seu crescimento e desenvolvimento, fazer a
detecção precoce de situações de doença e proceder ao
encaminhamento se necessário.
Há idades determinadas em que as crianças devem ser observadas
pela equipa de saúde e que geralmente coincidem com a data em
que devem ser vacinadas.
Os exames de saúde da criança são momentos importantes e
determinantes para a sua vida futura. São ainda a altura ideal para
os pais colocarem dúvidas e serem aconselhados pelos
profissionais de saúde.
A vigilância de saúde do adolescente é particularmente importante,
uma vez que a adolescência é uma idade privilegiada de
aprendizagem de competências que favorecem a adopção de
comportamentos saudáveis.
Nas consultas de vigilância são avaliados aspectos físicos, e
psíquicos do desenvolvimento. É avaliada a visão, audição,
postura, e desenvolvimento pubertário.
As consultas de vigilância são ainda momentos cruciais para
abordar os aspectos emocionais e a sexualidade.
Em Portugal as consultas de saúde infantil e do adolescente são
gratuitas.

Vigilância em planeamento familiar

Viver a sua sexualidade com satisfação e segurança, é um direito


de todas as mulheres e de todos os homens.
Esta segurança é conseguida através de uma informação e acesso
a consultas e a métodos de planeamento familiar eficazes que
devem ser escolhidos livremente por cada um/a.

Em Portugal, as consultas de planeamento familiar e os métodos


anticoncepcionais são gratuitos. O planeamento familiar tem
benefícios para a saúde da mulher e da criança, uma vez que
possibilita:
Que a gravidez seja desejada e preparada com
antecedência.
Que as mulheres tenham os seus filhos na idade
adequada, isto é entre os 20 e os 35 anos, em que
há menores riscos para a mãe e para a criança.
Que haja o intervalo de pelo menos 2 anos entre
cada nascimento, de modo a que a mulher possa
recuperar da gravidez anterior e a criança tenha a
oportunidade de um desenvolvimento saudável.

1. A consulta de planeamento familiar é constituída por diferentes


actividades:
Informação e aconselhamento sexual, incluindo os
diferentes métodos anticoncepcionais que são:
Pílula.
Contracepção de emergência (no caso de risco de
gravidez não desejada).
Dispositivo intra-uterino.
Preservativo masculino.
Diafragma.
Espermicídas.
Laqueação de trompas (mulher).
Vasectomia (homem).

17
2. Prevenção e diagnóstico de .
Doenças sexualmente transmitidas.
Cancro do colo do útero e da mama.

3. Consulta pré-concepcional onde se verifica se os futuros pais


estão bem de saúde, antes de engravidar.

4. Consulta de revisão do puerpério.

5. Orientação de mulheres e homens com problemas de


infertilidade.

A vigilância em planeamento familiar deve ser feita anualmente.

Vigilância da gravidez

A vigilância da gravidez, possibilita que as mulheres tenham uma


gravidez em segurança, e tenham a oportunidade de ter crianças
saudáveis.
A vigilância da gravidez tem uma periodicidade determinada, de
acordo com a evolução natural da mesma e desejável que no
mínimo de 4 semanas.

Nas consultas acompanha-se a grávida em tudo o que é inerente à


sua gravidez.

Aconselhamento sobre:
- As mudanças físicas e psíquicas.
- Sexualidade.
- Comportamentos a evitar.
- Alimentação, e higiene oral.
- Desconfortos da gravidez.
- Avaliação do estado de saúde da grávida.
- Preparação para o aleitamento materno.

Avalia-se também tudo o que se relaciona com o bebé:


- Crescimento e desenvolvimento do bebé no útero.
- Prevenção das malformações.
- Detecção de doenças que o bebé pode vir a ter, de modo a
actuar o mais precocemente possível.
- Preparação e desenvolvimento de uma relação afectiva com
o bebé (relação precoce).

Ao longo da gravidez é feito o acompanhamento do casal grávido


(pai e mãe), tendo em vista o seu relacionamento afectivo e a
preparação para o seu novo papel de pai e mãe.

Vigilância de saúde do adulto

O adulto homem ou mulher deve fazer um exame de saúde anual.


Este momento permite detectar precocemente qualquer situação
de doença e fazer o seu encaminhamento, é uma altura
importante para se avaliarem os comportamentos mais ou menos
saudáveis e para a equipa de saúde fazer o aconselhamento
necessário.

18
Muitas vezes estas consultas permitem abordar aspectos
relacionais com a família, relação do casal, relação com os filhos,
sexualidade etc.
É especialmente importante no que diz respeito ao homem, fazer a
detecção precoce do cancro da próstata e no que diz respeito às
mulheres a detecção precoce do cancro da mama e colo do útero.

19
Tema 2 - Sinais de alerta de doença e
respectivos cuidados

Febre Um corpo saudável mantém uma temperatura


constante situada entre 36-37ºC,
estabelecendo um equilíbrio entre o calor que
produz e o que liberta. Dizemos que um
indivíduo tem febre quando a temperatura está
alta (acima de 37 ºC ), significando isto que o
equilíbrio está perturbado.

A febre é um sinal de doença. A gravidade da


doença depende da existência de outros
sintomas, do período de duração da febre e se
esta cede (baixa) com medicação. Por isso,
não se deve recorrer de imediato aos serviços
de saúde, mas sim baixar a temperatura e
avaliar a evolução. Se simultaneamente
ocorrerem outros sintomas deve ir ao médico.

A febre muito alta pode ser perigosa,


principalmente em bebés e crianças pequenas
(risco de convulsões).
Avaliação da temperatura
1. Limpe o termómetro com água fria e seque
com um pano limpo. Sacuda o termómetro,
até o mercúrio ter descido até ao fundo da
escala. Se usar um termómetro digital,
ligue-º
2. Certique-se que o termómetro e a axila
estão secos. Peça à pessoa para ficar
quieta.
3. Coloque o termómetro na axila do doente e
peça-lhe que dobre o braço sobre o peito.
4. Faça a leitura após mais ou menos dois
minutos. No caso do termómetro digital só
após este ter apitado.
5. Sacuda de novo para o mercúrio do
termómetro descer ou desligue-o. Limpe e
guarde-o. Pode lavá-lo com água fria.

Cuidados a ter
Desagasalhar a pessoa.
Dar um antipirético (medicamento para
baixar a temperatura), tipo Ben-u-ron.
Dar muitos líquidos.
Se a temperatura não baixar, dar um banho
morno.
No caso de o indivíduo entrar em convulsão
febril, chamar o 112 e continuar a tentar baixar
a temperatura.

Síndrome gripal A gripe é provocada por um vírus e manifesta-


se mais frequentemente por:
Febre.

20
Dores no corpo.
Mau estar geral.
Olhos lacrimejantes e pingo no nariz.

Caso não haja nenhuma complicação, a gripe


passa sem medicamentos (porque é uma
infecção viral não se devem usar antibióticos).
Cuidados a ter
Baixar a febre.
Dar muitos líquidos.
Promover o conforto e bem estar.

Vómitos
Os vómitos podem ser um sintoma de
diferentes doenças, algumas ligeiras, outras
mais graves, como por exemplo: uma
intoxicação alimentar, apendicite, obstrução
intestinal, amigdalite, otite, infecção urinária
entre outros.
Cuidados a ter
Não dê alimentos sólidos.
Inicie rehidratação oral:
Com chá preto, muito fraco, frio com açúcar,
em pequenos goles de 5 em 5 minutos.
Quando estiver melhore comece a introduzir
alimentos (não gordurosos) sólidos em
pequena quantidade.
Vigiar
Esteja atento aos sinais de desidratação, como:
Boca seca.
Prega cutânea, (a pele perdeu a
elasticidade, quando se faz uma prega de
pele entre o polegar e o indicador, a prega
mantém-se).
Em crianças pequenas - depressão da
fontanela (vulgarmente chamada
moleirinha).
Contactar os serviços de
saúde se: Houver sinais de desidratação.
Vómitos que duram há mais de 24 horas.
Vómitos de cor verde escura, castanhos
ou com sangue.
Dor abdominal contínua ou intensa.

Diarreia A diarreia caracteriza-se pela eliminação muito


frequente de fezes liquidas.
Pode ter muitas causas como intoxicação
alimentar, parasitas intestinais (lombrigas,
oxiúros), otites, infecções urinárias entre
outros.
Cuidados a ter Parar alimentação habitual e iniciar dieta:
Dar água de arroz.
Sopa de cenoura.
Maçã cozida ou banana muito madura.
Pequenos goles de coca-cola sem gás.
Chá preto fraquinho.

21
Quando estiver melhor, introduzir pouco a
pouco os outros alimentos começando por
cozidos e grelhados.

Ir ao médico se:
Apresentar sinais de desidratação.
Fezes com sangue ou muco.
Se não melhorar ao fim de 3 dias após
iniciar dieta.
Cancro
O cancro é uma das grandes causas de morte
na Europa. No entanto a maior parte dos
cancros, se diagnosticados precocemente, têm
grande possibilidade de cura.
Algumas formas de cancro podem mesmo ser
evitadas, pelo que é importante seguir as oito
recomendações expressas no Código Europeu
contra o Cancro.
Prevenção
1. Não fumar. Se é fumador/a, pare o mais
depressa possível. Não fume ao pé das
outras pessoas, está a contribuir para que
haja fumadores/as passivos/as.
O consumo de tabaco aumenta o risco de
cancro da boca, pulmão, esófago e bexiga.

2. Reduza o consumo de bebidas alcoólicas:


cerveja, vinho, bebidas destiladas.
O consumo de bebidas alcoólicas aumenta o
risco cancro da boca, laringe e esófago e é
responsável pela cirrose hepática.

3. Aumente a ingestão diária de vegetais e


frutos frescos. Sabe-se que as vitaminas A e
C protegem contra certos tipos de cancro da
pele e mucosas. As fibras protegem contra o
cancro do intestino.

4. Evite o excesso de peso, aumente a


actividade física e reduza os alimentos ricos
em gorduras.

5. Modere a exposição ao sol, evite as


queimaduras solares especialmente nas
crianças e jovens. Assim evita o cancro da
pele.

6. Siga todas as recomendações de higiene e


segurança a respeito de substâncias que
podem provocar cancro. Existem muitas
substâncias que podem causar cancro como
o arsénio, crómio, níquel, alcatrão etc. Por
isso deve-se conhecer os riscos da
actividade profissional e cumprir as regras
de segurança

22
7. Consulte o médico se :
Apareceu um “alto”, uma ferida que não
cura (inclusive na boca), um “sinal que
muda de forma, tamanho ou cor, ou uma
hemorragia anormal.
Se notou uma alteração que persiste, por
ex. tosse, rouquidão, diferente
funcionamento de intestinos ou da bexiga,
ou emagrecimento anormal.

8. Se se trata de uma mulher é importante


que:
Faça um esfregaço vaginal (teste de
papanicolau - citologia), de 3 em 3 anos se
o último resultado foi negativo, participe nas
campanhas de detecção do cancro do colo
do útero.
Examine mensalmente as mamas (auto
exame da mama), a seguir à menstruação,
se já não for menstruada escolha um dia
fixo do mês.
Se tem mais de 50 anos faça uma mamografia
de 2 em 2 anos.

Diabetes
A diabetes é uma doença crónica, em que
devido à falta de insulina ou por resistência à
sua acção, o açúcar não chega aos tecidos,
onde é preciso como combustível.

Assim, ao permanecer em quantidades


elevadas no sangue, se não for tratado,
provoca lesões:

Cardiovasculares (angina do peito, enfarte


do miocárdio).
Lesões dos nervos (ex : diminuição da
sensibilidade).
Nos olhos (pode mesmo chegar à cegueira).
Nos rins.
Problemas circulatórios.

Sintomas
A diabetes manifesta-se habitualmente por:
Muita fome.
Sede.
Urinar muito.
Perda de peso.
Cansaço.
Tratamento
É importante acentuar que:
a diabetes bem tratada, permite fazer uma
vida quase normal.

Existem medidas, que se forem cumpridas


melhoram a diabetes e evitam o aparecimento
de complicações:
Alimentação pobre em gorduras e

23
açucares.
Refeições repartidas ao longo do dia
com curtos intervalos entre elas (não
mais de 3h, jejum nocturno no
máximo 8 horas).
Exercício físico regular (pelo menos 30
a 45 minutos de marcha diária).
Não fumar.
Cumprir a prescrição de
medicamentos.
Cuidados a ter
Se temos ao nosso cuidado um doente
diabético, devemos incentivá-lo a cumprir as
recomendações atrás referidas, sem esquecer a
importância de fazer uma vigilância médica
periódica (habitualmente de 3 em 3 meses).

Lembre-se que a diabetes dá poucos sinais e


facilmente esquecemos a sua existência.

Pé diabético
É também importante cumprir algumas
recomendações especiais relativamente aos
pés do diabético, e saber detectar a tempo os
sinais e sintomas das subida e da baixa de
açúcar no sangue.
Cuidados a ter
O diabético deve ter muito cuidado com os
seus pés:
Inspeccionar os pés diariamente, tendo em
atenção alterações da cor da pele, bolhas,
cortes, arranhões e esfoladelas.
Lavar os pés diariamente e secar
cuidadosamente, sobretudo entre os dedos.
Não andar descalço.
Não usar sapatos sem meias, nem
sandálias.
Cortar as unhas a direito (não cortar os
cantos).
Não usar calicídas, nem cortar calos ou
calosidades (deve seguir as instruções do
técnico de saúde).
Não usar sacos de água quente, ou
almofadas térmicas nem pôr os pés à lareira
ou à braseira.
Avisar de imediato a equipa de saúde logo
que detecte uma zona de cor diferente, uma
bolha ou ferida.

Hiperglicémia Aumento muito grande de açúcar no sangue,


que se manifesta com os mesmos sintomas da
diabetes atrás descritos, que se não for tratada
a tempo, evolui para uma situação com:
Tonturas.
Cabeça pesada.
Hálito com cheiro a acetona.

24
Perda de consciência e possível entrada em
coma diabético, que pode levar à morte.

Nesta situação deve chamar o 112

Hipoglicémia
É o polo oposto da hiperglicémia, ou seja
diminuição de açúcar no sangue, abaixo dos
limites normais.
Sintomas
Tremores.
Sensação de enjoo.
Suores intensos.
Perda de consciência e coma hipoglicémico,
que leva rapidamente à morte.

Nesta situação, se o doente estiver consciente,


dar de imediato açúcar e procurar ajuda
médica.
Se estiver inconsciente chamar o 112.

Hipertensão arterial Frequentemente a tensão arterial elevada


(hipertensão) não dá sintomas que se notem. É
no entanto a causa mais frequente de doença
cardíaca e de tromboses (acidente vascular
cerebral).
O que é a tensão arterial
O coração ao bater envia sangue para as
artérias (vasos sanguíneos grandes) que o
levam para as outras partes do corpo.
Quando o sangue é bombeado para as artérias
faz força contra as paredes destas, como a
água contra uma mangueira. A isto chama-se
pressão arterial, ou mais frequentemente
tensão arterial.
Sintomas de hipertensão
Dor de cabeça frequente.
Coração palpitante, respiração curta ao
menor esforço.
Cãimbras.
Mãos e pés frios e dormentes.
Visão turva e tonturas.
Fraqueza.
Zumbido nos ouvidos.
Irritabilidade.
Náusea ou vómitos.

Se detectar algum destes sinais nas pessoas


que estão ao seu cuidado, deve incentivar a ida
imediata ao médico para diagnóstico e iniciar o
tratamento o mais cedo possível.
Prevenção e Vigilância
Fazer vigilância médica e avaliar a tensão
periodicamente.
Cuidar da alimentação diminuindo o sal, as

25
gorduras, bebidas excitantes e o consumo
de gorduras.
Diminuir o peso.
Fazer exercício físico regular.
Não fumar.
Controlar o Stress.

Acidente vascular
cerebral (avc)/trombose
Esta situação é muito frequente em Portugal,
podendo em muitos casos conduzir à morte ou
Definição à invalidez.

Um acidente vascular cerebral é uma


interrupção do fluxo de sangue numa parte do
cérebro. Como não há circulação de sangue as
células cerebrais morrem.
As consequências do AVC dependem da zona
do cérebro que foi atingida
Sintomas
Dormência ou falta de forças na face, num
braço, mão ou perna.
Cegueira temporária ou vista enevoada,
num ou em ambos os olhos.
Dificuldade em falar, compreender
qualquer conversa ou dificuldade em engolir
Tonturas, desmaio ou perda de equilíbrio
Dor de cabeça súbita e inesperada
Desvio da boca para um dos lados

O que pode fazer


Nesta situação chame o 112.
Enquanto espera:
Coloque o doente em PLS (Posição lateral de
segurança - adiante descrita).
Mantenha-o aquecido e em ambiente calmo.

Ataque cardíaco Com frequência as pessoas com sinais e


sintomas de ataque cardíaco, desvalorizam
estes sinais, pensando tratar-se de uma
indisposição. De notar que a maioria das
mortes associadas a ataque cardíaco ocorrem
nas 2 primeiras horas, após o início da dor pelo
que obter de imediato ajuda médica é essencial
para a sobrevivência e a recuperação.
Sintomas Dor intensa, ou sensação de pressão ou
aperto, no meio do peito que dura dois ou
mais minutos.
Dor que vai para os ombros, pescoço,
queixo, costas ou para a parte superior do
abdómen.
Sensação de cabeça leve, desmaio, suores,
náuseas e/ou falta de ar.
O que deve fazer Chame rapidamente o 112.
Enquanto espera:

26
Acalme o doente.
Mantenha-o em repouso, na posição de
sentado e agasalhe-o para manter a
temperatura, e em ambiente calmo.

Dada a gravidade destas situações é


importante actuar com calma e segurança,
falar em tom baixo e pausadamente, transmitir
mensagens de conforto e alento.

27
Tema 3 - prevenção de epidemias
Epidemia
É a ocorrência de casos de uma doença,
relacionados entre si, em número superior ao
esperado, numa determinada população, zona
geográfica e espaço de tempo.
doenças infecto-
contagiosas São as doenças que se transmitem de uma
pessoa, animal ou objecto contaminado para
outra pessoa, através de contacto directo ou
indirecto.
Estas doenças são causadas por bactérias ou
outros organismos que prejudicam o nosso
corpo.

Os organismos agressores passam de uma pessoa para outra e


entram no nosso corpo por todos os orifícios naturais (boca, nariz,
ouvidos, ânus, meato urinário, vagina), por ferimentos na pele,
provocando frequentemente infecções.

Apresentamos alguns exemplos de organismos (Quadro 1) que


provocam infecções e as vias de contágio mais frequentes.

28
Quadro n.º 1 -
ORGANISMO QUE CAUSA NOME DA DOENÇA MODO DE ENTRAR NO
A DOENÇA CORPO
Por contacto directo da
Ferida com pus ferida com coisas
Tétano infectadas com micróbios

Bactérias Pelo ar (Falar, tossir ou


Tuberculose espirrar)
Meningite Por contacto com objectos
Pneumonia contaminados com saliva
do doente

Gonorreia Por contacto sexual

Sífilis

Pelo ar (Falar, tossir ou


Vírus Gripe espirrar)
Sarampo Por contacto com objectos
Papeira contaminados com saliva
do doente

Por contacto sexual não


Sida protegido,
Hepatites B,C contacto com o sangue e
outros fluidos
contaminados

Fungos Tinha Por contacto com


Pé de atleta superfícies ou roupa
contaminada

Parasitas internos
Lombrigas Falta de higiene das mãos
Oxiúros (especialmente após ir à
Ténia casa de banho),
manuseamento de
alimentos.

Parasitas externos Piolhos (Cabeça ou púbis) Por contacto com a roupa,


Pulgas pessoa ou animal
Percevejos infestado
Sarna

Não se esqueça, o contágio de uma doença de uma pessoa para outra é muito
frequente. Por exemplo, se uma criança com lombrigas, se esquece de lavar as
mãos, depois de ter evacuado, e oferece um biscoito a outra criança, está-lhe a
transmitir minúsculos ovos.
Logo a segunda criança vai também ter lombrigas. (A esta via de contágio chama-
se fecal-oral-fezes/boca). A higiene é de grande importância na prevenção de
doenças infecto contagiosas.

29
Prevenção

Higiene pessoal A higiene pessoal é um dos aspectos mais


importantes para a prevenção do contágio de
doenças.

Regras básicas a não esquecer Lavar sempre as mãos com sabão, água
corrente ao levantar (de manhã), após ter
utilizado a casa de banho, antes e depois de
comer ou de manusear alimentos.
Tomar banho, se possível todos os dias. Os
banhos frequentes ajudam a prevenir
doenças da pele. Mesmo os bebés e as
pessoas doentes devem tomar banho
diariamente.
Escovar e cortar as unhas com frequência.
Por baixo das unhas alojam-se micróbios e
ovos de vermes.
Escovar os dentes todos os dias após cada
refeição e antes de dormir. Se não se tiver
escova e pasta, pode-se esfregar os dentes
com sal e bicarbonato de sódio.

Cuidados a ter no exterior


Não andar descalço nos quintais, jardins etc.
Através da sola dos pés podem penetrar
vermes de algumas doenças, para além do
perigo de fazer uma ferida que em contacto
com a terra suja (incluindo excrementos),
pode infectar.

Cuidados especiais com os


animais Cuidado com os cães e outros animais. Se
tem um animal doméstico não esqueça:
Vacinação.
Desparasitação.
Aplicar medicamento preventivo
de pulgas e carraças.

Não cuspir ou escarrar para o chão.


Quando se tosse ou se espirra, cobrir a boca
com a mão ou um lenço.

Cuidados de higiene de um/a


técnico/a de apoio à vida
familiar Lavar as mãos antes e depois de prestar
cuidados à pessoa que está ao seu cuidado.
Retirar anéis, pulseiras, relógio e arregaçar
as mangas.
Enxugar bem as mãos uma vez que a pele
húmida e o sabão, seca a pele, podendo
provocar gretas, o que aumenta o risco de
infecção. Para além disto, as mãos secas e
ásperas são desagradáveis para a pessoa a
quem prestamos cuidados.
Usar bata e avental para se proteger.
Quando despir a bata ou o avental,
pendurar, protegendo a parte do avesso que

30
vai estar em contacto com a nossa pele.
Use o vestuário de trabalho sempre limpo.

Higiene ambiental
As condições do ambiente, onde se inclui a
higiene da habitação, sistemas de saneamento
(esgotos e lixos) a poluição entre outros,
influenciam o bem-estar e a qualidade de vida
das pessoas.

Existem aspectos importantes, como o espaço,


a sobreocupação da habitação, o isolamento
térmico e sonoro e os sistemas de esgotos e
recolha de lixo que ultrapassam o âmbito da
intervenção directa do técnico de apoio à vida
familiar.

Existem, no entanto, outros factores em que


pode ter uma intervenção directa especialmente
ao nível da higiene da habitação, como:
Aquecimento adequado.
Renovação do ar - arejando as casas,
abrindo as janelas em que o sol incide.
Colocar a roupa da cama muitas vezes ao sol
(os raios solares matam os ácaros).
Limpar a casa com frequência.
Ter especial atenção à limpeza e desinfecção
da casa de banho.
Colocar o lixo em sacos, fechá-los antes de
os pôr no contentor. Lavar periodicamente os
caixotes do lixo.
Tapar os buracos e as fendas pois é aí que os
insectos rastejantes se abrigam (baratas,
formigas).
Beber água potável, de preferência
canalizada . Se a água for de poço ou
chafariz, envie uma amostra para análise
(Instituto Ricardo Jorge - Lisboa), entretanto
ferva-a.

Higiene alimentar
A água para beber pode também ser
desinfectada adicionando 2 gotas de lixívia por
cada litro de água, agitar e só utilizar uma hora
depois.

Para lavar vegetais legumes e frutos pôr na


água, 10 gotas de lixívia por cada litro, durante
meia –hora, e lavar novamente com água
desinfectada.

Não deixar moscas ou outros insectos pousar


nos alimentos. Não deve deixar restos de
comida em pratos sujos, porque isto atrai
moscas e mosquitos e faz crescer os
micróbios. Proteja os alimentos com
mosquiteiros ou guarde-os.

31
Lavar cuidadosamente as frutas e as
hortaliças cruas. São produtos que já foram
manuseados por outras pessoas (mãos que
podem estar sujas) e alguns estavam no
chão (em contacto com terra suja) antes de
ser colhidos.

Não comer carne mal passada,


especialmente de porco, evite comer ovos
crus ou mal passados.

Doenças Parasitárias

Escabiose (sarna) É uma doença contagiosa, causada por um


ácaro que não se vê.
Como actua o parasita
Este parasita perfura a pele, escava túneis onde
o ácaro fêmea põe ovos, que se transformam
em larvas que por sua vez crescem, dão novos
machos e fêmeas que põem novos ovos.

Se a pessoa não se tratar, o parasita pode


continuar a crescer na pele.

As pessoas que nunca tiveram sarna, podem


estar cerca de dois meses já afectadas pelo
parasita sem se manifestarem sinais de doença.
Durante este tempo já podem estar a
contaminar as outras pessoas.
Sinais e Sintomas
Os primeiros sinais de doença podem ser
apenas a comichão intensa, que aumenta de
noite, pois a temperatura mais quente da cama,
facilita a movimentação do parasita na
superfície da pele.

Depois aparecem uma espécie de borbulhas,


com crosta de cor acinzentada, que podem ter o
aspecto de pequenas linhas e pequenos
caroços.

Localização
As lesões são mais localizadas em certas partes
do corpo como:
Axilas (sovacos).
Umbigo.
Nas mulheres, nas auréolas mamárias.
Pénis, glande e escroto.
Cintura.
Nas nádegas.

Nas extremidades, localizam-se nos cotovelos,


punhos, entre os dedos, nas pernas e pés.

Nos bebés e crianças pequenas, estas lesões


localizam-se também nas palmas das mãos, na

32
planta (sola) dos pés, face e couro cabeludo.

Consequências Se não houver um tratamento rápido, estas


lesões (borbulhas) podem ficar em ferida e dar
origem a uma infecção causada por bactérias
(impétigo, furúnculo).

Formas de contágio É uma doença que se contagia muito


facilmente, pelo contacto directo com a pele de
uma criança ou adulto que tem escabiose
(sarna). Pode-se também contrair pelo contacto
com a roupa interior e da cama de uma pessoa
contaminada.

As crianças contagiam-se mais facilmente,


porque contactam muito umas com as outras a
brincar, na escola ou quando dormem na
mesma cama, com outras crianças ou com um
adulto doente.

É por esta razão que o contágio na família, na


creche ou na escola é mais fácil.

A falta de limpeza da pele ajuda a que as lesões


se infectem e os micróbios se desenvolvam.

A nossa pele , protege-nos do frio, do calor, do


sol, do vento e também de algumas infecções.

Se não cuidarmos da higiene da pele, esta não


respira bem, os poros tapam-se e há mais
micróbios.
Quando a pele está suja, não tem possibilidades
de se defender tão bem.
Tratamento
Ir ao médico logo que se verificam os primeiros
sintomas, para que se inicie o tratamento o
mais rapidamente possível.

O tratamento tem de ser feito a todas as


pessoas que habitam com o adulto ou criança
doente.
Todos devem fazer o tratamento ao mesmo
tempo.
Aplicar o produto receitado em toda a pele sã e
doente, excepto cabeça e pescoço, sem
esfregar a pele.
Higiene da roupa
No dia seguinte tomar um banho e mudar a
roupa de toda a família.
A roupa da cama e do corpo tem de ser lavada
a temperaturas elevadas e engomada com ferro
muito quente.

As roupas que não podem ser lavadas desta


maneira, devem ser fechadas num saco de
plástico durante cerca de uma semana, uma

33
vez que o ácaro morre se não estiver em
contacto com a pele em 4 ou 5 dias.
Crianças menores de um ano
O tratamento da criança menor de 1 ano deve
ser feito de acordo com indicações médicas
específicas.

Atenção Tenha cuidado com estes produtos, pois são


muito tóxicos. Não podem ser bebidos nem se
devem aproximar dos olhos – São venenosos!
Se o tratamento for feito correctamente, não é
preciso repeti-lo mesmo que durante uma a
duas semanas ainda existam lesões e comichão.

Cuidados que deve ter


Informar sobre a doença, modo de contágio e
importância do tratamento.

Informar sobre os cuidados de higiene corporal,


do vestuário e da roupa da cama.
Evitar o contacto das crianças e/ou adultos,
como pessoas contaminadas.

Se os parasitas e os ovos não são destruídos,


as pessoas podem ser de novo infectadas.
Prevenção
Tomar banho todos os dias. Não partilhar roupa
com outras pessoas, utilizar sempre cama
própria.

Pediculose (piolho)
É um parasita extremamente contagioso.
Há vários tipos de piolhos: da cabeça, do
corpo e do púbis.
Piolho da cabeça
Onde vive
Vive no couro cabeludo e atinge principalmente
a zona occipital (da nuca). O piolho, põe
pequenos ovos brancos e pegajosos (lêndeas)
no couro cabeludo e nos cabelos.
Como se transmite
Transmite-se por contacto directo com uma
pessoa infestada, ou com peças de vestuário
como por exemplo chapéu, gorro ou cachecol.
Sinais e Sintomas
Comichão.
Aparecimento de lêndeas (partículas
brancas, muito agarrados aos cabelos) e
que são o sinal de alerta para a
existência de piolhos.
Existência dos piolhos.
Escoriações provocadas pela picada ou
pela comichão que podem formar
crostas devido à infecção.
Aparecimento de pequenos gânglios na
nuca

34
Tratamento
Aplicar no couro cabeludo o medicamento ou
champô aconselhado pelo médico, deixando
actuar durante o tempo indicado. Depois lavar a
cabeça com champô

Retirar as lêndeas com água avinagrada ou


pentear o cabelo com pente fino.
Lavar roupa da cama, almofadas, vestuário,
chapéus, gorros.
A família do indivíduo afectado deve seguir o
mesmo tratamento devido à alta incidência de
contágio do piolho.

Prevenção Lavar os cabelos com frequência.


Observar com frequência a cabeça da criança
para detecção de piolhos.

Piolho do púbis (chato)


Onde vive No púbis

Como se transmite Transmite-se por contacto muito íntimo, sexual


ou por contacto directo quando se dorme numa
cama com a roupa contaminada.
Tratamento
Aplicar o desparasitante aconselhado pelo
médico.
Lavagem com água a ferver da roupa da cama,
almofadas, lençóis e colchão.
Nas sobrancelhas as lêndeas devem ser
retiradas, com vaselina e um pente
pequenino.
É de extracção difícil.
Prevenção
Não ter relações sexuais nem utilizar a cama de
uma pessoa infestada.
Tomar banho todos os dias.
Utilizar sempre cama própria.
Atenção
Os produtos para tratamento dos piolhos são
muito tóxicos (venenosos), não podem ser
ingeridos
Não se podem aplicar nos olhos nem na face.
Não usar em crianças menores de dois anos.

Piolho do corpo

Onde vive O piolho do corpo vive e põe ovos nas costuras


das roupas da cama e das peças de vestuário.
Como se Transmite
Transmite-se por contacto directo, ou por
contacto com a roupa da pessoa infestada.

Tratamento O tratamento e prevenção é semelhante ao do


piolho do púbis.

35
Áscaris (lombriga) Verme intestinal, com cerca de 20 a 30 cm de
cor rosa ou branca.

Como se transmite Das fezes para a boca, quando há falta de


higiene.
Quando os ovos são engolidos, as larvas saem
dos ovos e passam para o sangue.
Sintomas
Comichão por todo o corpo.
Tosse seca.
Desconforto, indigestão e fraqueza.

Prevenção
Lavar as mãos após ir à casa de banho, antes
de comer ou de mexer em alimentos.
Tratamento
Perante um ou mais dos sintomas referidos,
deve recorrer-se ao médico que prescreverá um
desparasitante, para todos os elementos da
família.
Oxiúrios
Vermes de cor branca, finos (parecidos com fios
de linha), com 1 cm de comprimento.

Onde vivem e como se


transmitem Estes vermes deixam milhares de ovos à volta
do ânus, dando muita comichão. A pessoa ao
coçar-se fica com os ovos alojados debaixo das
unhas levando-os para os alimentos ou objectos
em que toca.
Tratamento
Semelhante ao da àscaris.

Tuberculose
Doença provocada por uma bactéria. Doença de
longa duração, muito contagiosa. É uma doença
curável, mas é importante detectá-la o mais
cedo possível e fazer a medicação correcta.
A tuberculose é uma das doenças oportunistas
quando uma pessoa tem SIDA.

Localização Quando se fala em tuberculose, normalmente


pensa-se em tuberculose pulmonar, mas ela
pode afectar qualquer parte do corpo (ossos,
rim, tubo digestivo, cérebro etc.)
Sinais e Sintomas
(Tuberculose pulmonar )
Tosse crónica, frequentemente com
expectoração.
Febre baixa ao fim do dia e suores à noite.
Por vezes dor no peito ou nas costas.
Perda de peso, falta de apetite e fadiga
acentuada.
Palidez.
Pode haver eliminação de sangue pela tosse
(hemoptises).

36
Tratamento
Quando se está perante estes sintomas deve
recorrer-se de imediato ao médico.
É muito importante tomar os medicamentos
como foi recomendado pelo profissional de
saúde.
Não parar os medicamentos quando se sente
melhor, só parar quando o técnico de saúde
disser para o fazer.
É um tratamento que dura muito tempo, 6
meses e mais.
Durante esse tempo e posteriormente, o doente
fará consultas e exames com regularidade de
modo a avaliar a eficácia do tratamento.
O que fazer
Se estamos perante um caso de tuberculose,
toda a família e pessoas que contactaram com o
doente devem ser examinadas (Fazem teste de
Mantoux, Raio X), para avaliar da necessidade
ou não de fazerem medicação.
Prevenção
Fazer a vacina do BCG à nascença.
Não contactar com pessoas infectadas.
Informar sobre os sintomas da
tuberculose, e a importância de um
tratamento precoce.
Evitar ambientes muito fechados e com
grande concentração

Hepatite B
A hepatite é uma infecção causada por um vírus
que danifica o fígado.

Como se transmite
Por contacto sexual.
Contacto com sangue contaminado.
Injecção com agulha contaminada.
Contacto com lâminas de barbear ou outros
objectos de barba contaminados.
Das mães para os filhos durante o parto.
Sinais e sintomas
Falta de apetite.
Por vezes febre.
Icterícia (Olhos e pele amarelada).
Náuseas e vómitos e diarreia.
Urina cor de coca-cola e fezes
esbranquiçadas.
Fadiga acentuada.
Dores musculares e ósseas.

Por vezes a pessoa não tem sintomas da


doença (portador crónico), podendo no entanto
contagiar outros.
Prognóstico
A maioria das pessoas melhora da hepatite,
podendo no entanto ficar portadoras. Noutros
casos não tem cura e pode causar a morte.

37
Prevenção Existe vacina para a hepatite B.
Deve ser tomada em três doses (0, 1 e 6
meses), não sendo preciso fazer análises antes
da vacina.
Para as crianças a vacina é gratuita, dada aos
11-13 anos, desde Janeiro de 2000 é gratuita
para todos os recém-nascidos. Actualmente o
reforço da vacina é feito entre os 5-6 anos.

No entanto a melhor prevenção é não termos


comportamentos de risco como ter vários
parceiros sexuais, utilizar seringas já usadas,
partilhar objectos como lâminas de barbear e
escovas de dentes, entre outros.
A melhor maneira de se proteger da hepatite é
usando sempre preservativos e espermicída.

Doenças sexualmente
transmissíveis As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST)
são chamadas Doenças Venéreas (DV).
Pode-se contrair uma DST se tiver relações
sexuais com uma pessoa infectada.
A possibilidade de qualquer pessoa se infectar
ou transmitir uma DST é tanto maior quanto
mais elevado for o número de parceiros sexuais
que tiver, ou maior for a frequência de outros
comportamentos de risco como a partilha de
agulhas contaminadas no caso do HIV/SIDA.

Há pelo menos 25 DST diferentes Muitas podem


causar danos permanentes no seu corpo.
Algumas podem ser mortais .
A maioria das DST tem cura se forem tratadas a
tempo .
Como se transmitem
As DST são transmitidas tendo relações sexuais
vaginais, orais , ou anais com alguém portador
de uma DST .
Os germes que causam as DST passam de uma
pessoa para a outra através dos fluidos do
organismo, como o sémen (esperma), o
corrimento vaginal e o sangue .

As verrugas genitais e o herpes são DST


transmitidas mediante o contacto directo com
uma verruga ou bolha .
Como se sabe que se alguém tem
uma DST?
Habitualmente , não basta olhar para saber se
uma pessoa tem uma DST.
Muitas pessoas com DST parecem saudáveis .
Talvez nem saibam que estão infectadas .
Algumas pessoas com DST apresentam
sintomas.
Antes de ter relações sexuais observe se o seu
parceiro(a) tem marcas , secreções na pele ou
inflamações na zona dos órgãos sexuais .
Se notar algum destes sintomas , não tenha

38
relações sexuais ou use um preservativo.
Sinais e Sintomas
Nos homens e nas mulheres
Ardor ou dor ao urinar.
Chagas ou bolhas perto dos órgãos sexuais
ou na boca.
Inflamação em volta dos órgãos sexuais.
Febre, arrepios, suores nocturnos ou
gânglios inflamados.
Cansaço, vómitos, diarreia ou dor muscular.

Somente nos homens:


Secreções aquosas, leitosas, ou amarelas
(líquido ) do pénis.
Dor e inflamação dos testículos.

Somente nas mulheres


Secreção anormal (líquido) ou cheiro na
vagina.
Ardor e comichão ao redor da vagina.
Dor na zona baixa do ventre.
Dor no interior da vagina durante o acto
sexual.
Perdas de sangue fora da menstruação.
Tratamento
Ir ao médico ou ao Hospital imediatamente.
Se tem uma DST não tenha relações sexuais
sem falar com um técnico de saúde.
Diga ao seu parceiro ou parceira que
consulte um médico.
Faça o tratamento completo . Não deixe de
tomar os medicamentos mesmo que os
sintomas desapareçam.
Não falte às consultas marcadas.
Use sempre preservativos e espermicída
quando tiver relações sexuais.
Consequências de uma DST não
tratada
Pode contagiar o parceiro.
Se está grávida pode transmitir DST ao seu
bebé.
Pode ficar incapacitada de ter filhos.
Pode desenvolver uma lesão no cérebro,
cegueira, cancro, problemas de coração ou
artrite
Nalguns casos pode morrer .
Prevenção
A única maneira segura de não ser
contagiado por uma DST é não ter relações
sexuais.
Se tiver relações sexuais use sempre
preservativos e espermicída.
Ponha espermicída na vagina antes do acto
sexual: mata o esperma e alguns germes
que provocam as DST
Use sempre preservativos, mesmo que só
tenha um único parceiro que por sua vez só
tenha relações sexuais consigo.

39
Você ou o seu parceiro podem ter contraído
uma DST antes de se conhecerem.

Sida/Hiv
HIV é o vírus que provoca a SIDA.
O vírus impede a pessoa de combater as
doenças, uma vez que ataca o sistema
imunitário.

Como se transmite Pode-se ser infectado pelo HIV ao ter


relações sexuais vaginais, orais ou anais
com uma pessoa infectada.
HIV propaga-se também compartilhando
agulhas infectadas.
Pode por vezes passar da mãe para o bebé
durante a gravidez, parto e durante a
amamentação.
Pode-se contrair por contacto com objectos
contaminados (Lâminas, escovas de dentes,
agulhas de tatuagens, entre outros.
Por contacto directo de uma pessoa com
uma ferida na pele que contacte com o
sangue de alguém contaminado.
Por uma transfusão sanguínea infectada

Tratamentos Não existe cura para a infecção do HIV ou


SIDA. Há tratamentos que podem ajudá-lo a
sentir-se melhor por mais tempo.

Prevenção
Ainda não existe uma vacina contra o VIH.
Uma das formas mais eficazes de protecção é o
uso do preservativo. Outra forma é não
partilhar seringas ou objectos contaminados.
É frequente que um doente com HIV/SIDA seja
descriminado, sendo esta atitude um grave
atentado aos direitos humanos. É importante
saber que não há qualquer risco de contágio no
contacto social como com o beijo, o abraço, um
aperto de mão ou partilha de refeições, espaços
de trabalho ou de lazer com estes doentes.

Condiloma
O condiloma é provocado por um vírus que faz
crescer verrugas nos órgãos sexuais e no ânus.
Como se transmite
Por contacto sexual, contacto com o chão e
objectos contaminados (toalhas, cuecas).
Da mãe para o filho durante o parto.
Sintomas
Pequenas pápulas tipo verruga em/ou próximo
do pénis, vagina ou ânus.
Consequências
Na mulher , o condiloma pode produzir cancro
nos órgãos sexuais, razão pela qual é
importante um tratamento precoce.

40
Tratamento Tanto no homem como na mulher é muito difícil
curar as verrugas sem tratamento.
Só um médico pode tratar o condiloma.
Prevenção
Os preservativos oferecem alguma protecção
contra as verrugas genitais, mas não protegem
totalmente.
Consulte o seu médico.

Gonorreia
É uma doença provocada por uma bactéria. A
gonorreia ou blenorragia, também é
popularmente conhecida por esquentamento ou
purgação. Cerca de 50% das mulheres e
alguns homens infectados com gonorreia não
têm sintomas.
Como se transmite
Contacto sexual (na criança é um indicador de
abuso sexual).
Sintomas
Nos homens:

Dor, ardor ou sensação de queimadura ao


urinar.
Secreções aquosas, leitosas, amareladas ou
esverdeadas.

Nas mulheres:

Secreções amareladas ou leitosas, ardor ao


urinar.
Perdas de sangue entre menstruações.

Tratamento
A gonorreia pode curar-se com medicamentos
receitados pelo seu médico.
Para prevenir a gonorreia use sempre
preservativos e espermicída.

Consequências do não tratamento


Se não for tratada a gonorreia pode causar
danos permanentes nos órgãos genitais,
esterilidade (não poder ter filhos), dor e
inflamação nas articulações.
Uma mulher grávida com gonorreia pode
transmitir a infecção ao seu bebé durante o
parto.
Prevenção
Para prevenir a gonorreia use sempre
espermicídas e preservativo.

Clamídia
A clamídia pode não apresentar sintomas, mas
pode causar problemas de saúde graves nos
homens e nas mulheres. Estes ficam mais
expostos à infecção pelo HIV.

41
Sintomas
Nas mulheres:

Secreções amareladas .
Perdas de sangue entre as menstruações.
Dor ou ardor ao urinar.
Nos homens:

Secreções claras.
Dor ou ardor ao urinar.

Tratamento A clamídia tem cura se for tratada com


medicamentos receitados por um médico.

Consequências do não tratamento


Se não for tratada, pode afectar os órgãos
sexuais. Pode até provocar esterilidade
(incapacidade de ter filhos).
Em casos de gravidez, o bebé pode nascer
antes do tempo, infectar-se no momento do
parto (pneumonia, conjuntivite etc.).
A clamídia pode causar gravidez ectópica
(gravidez fora do útero)uma situação grave que
pode precisar de cirurgia.
Prevenção
Para prevenir a clamídia, use sempre
preservativos e espermicída.

Sífilis
É uma doença provocada por uma bactéria.
Como se transmite
Esta doença é contraída através do contacto
directo com lesões (feridas) da pele e mucosas,
fluidos corporais e secreções (como saliva,
esperma, sangue e corrimento vaginal), durante
o acto sexual com pessoas infectadas, ou
através da transmissão mãe – filho (através da
placenta – sífilis congénita).

Sintomas
A sífilis tem sintomas difíceis de notar.

Fase inicial:
Uma ferida que não dói nos órgãos sexuais ou
na boca, e aparecimento de ínguas ou caroços
perto do local de infecção.
A ferida desaparece entre 1 a 5 semanas.

Fase intermédia:
Erupção cutânea, febre, dor de garganta e
outros sintomas de gripe que também
desaparecem.

Fase final:
Infecção grave ou morte.
Pode não haver outros sintomas, porém a
infecção continua.

42
Consequências do não tratamento
Se a sífilis não for tratada, pode provocar
problemas de coração, lesões cerebrais,
cegueira e morte.
Se estiver grávida e tiver sífilis, o seu bebé
pode nascer deformado ou morrer.

Tratamento
Quando tratada a tempo, a sífilis pode curar-se
com medicamentos.
Prevenção
Para prevenir a sífilis, tal como para outra DST
use sempre preservativos e espermicída.

Herpes
É uma doença viral
Sintomas
O herpes provoca feridas, semelhantes a
bolhas, nos/ou perto dos órgãos sexuais ou na
boca, provocando ardor ou comichão e ainda
sintomas de gripe.
As feridas duram de 1 a 3 semanas e podem
reaparecer a qualquer momento.

Como se transmite
O herpes propaga-se através de relações
sexuais, vaginais, orais ou anais. Uma ferida de
herpes na boca pode contaminar os órgãos
sexuais do seu parceiro(a) na prática do sexo
oral. Pode haver transmissão da mãe para o
filho durante o parto.

Tratamento Não há cura para o herpes.


Os medicamentos receitados pelo médico,
curam as feridas mais rapidamente, e aliviam a
dor, e espaçam as recidivas.
Prevenção
Para evitar o herpes, use sempre
preservativos e espermicída.
Se tiver herpes proteja o seu parceiro. Use
preservativo cada vez que tiver relações
sexuais, mesmo que não tenha feridas. Uma
grávida com herpes deve fazer uma cesariana,
de forma a evitar a infecção no recém –
nascido.

Tricomoníase
Tricomoníase é um tipo de vaginite que é
propagado com a actividade sexual, e é
causada por um protozoário.
Vaginite é uma infecção ou irritação da vagina.
Apesar de ser um tipo de vaginite, os homens
também podem ser infectados e podem
propagar esta doença.

43
Sinais e Sintomas
Corrimento amarelado, cinzento ou branco.
Odor desagradável .
Ardor ou comichão na e ao redor da vagina
e do pénis.
Dor durante o acto sexual ou ao urinar.

Tratamento
Suspender relações sexuais enquanto fizer o
tratamento.
Não ingerir bebidas alcoólicas e alimentos
muito condimentados.
Tratamento de acordo com a prescrição
médica.
Tratamento do parceiro sexual.

Prevenção
Para prevenir a tricomoníase, use sempre
preservativos e espermicída.

Prevenção das DST Para prevenir as DST:


Use somente preservativos de látex.
Nunca use gelatinas à base de petróleo
(vaselina) de petróleo ou azeite de cozinha
como lubrificante. Se quiser usar lubrificante
escolha-o à base de água como o Ky-gel.
Nunca use o mesmo preservativo duas
vezes.
Deite fora os preservativos usados.
Tenha sempre preservativos novos á mão.
Guarde-os em local seco e fresco e não os
exponha ao sol.
Nunca abra uma embalagem de
preservativo com os dentes, cuidado com as
unhas e aneis para não romper o
preservativo.
Se se romper o preservativo
Não lave a vagina.
Ponha espermicída na vagina
imediatamente.
Os homens devem lavar-se imediatamente.
Vá a um Centro de Saúde ou serviço de
urgência, para tomar a contracepção de
emergência (pílula do dia seguinte) .
Proteja-se
Se tiver relações sexuais, use sempre
preservativos e espermicída.
Outros contraceptivos podem evitar a gravidez,
mas só os preservativos ajudam a prevenir as
Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST).

Se tiver sintomas de DST Vá ao médico imediatamente. Não tenha


relações sexuais até que o médico lhe diga que
está bem.
Se você é uma mulher e desconfia que tem uma
DST não lave a vagina no dia em que vai ao
médico, para facilitar o diagnóstico.

44
Tema 4 - Primeiros socorros

O primeiro socorro é o tratamento inicial e temporário, dado a


pessoas que sofreram um acidente, ou que apresentem doença
súbita.

A pessoa que presta socorro não substitui a equipa de saúde, mas


tem um grande papel em alertar os serviços e ajudar a vítima,
evitando o agravamento das situações.

É importante que, como técnico/a de apoio à vida familiar se sinta:

Auto- confiante mas tenha consciência das suas limitações.


Tenha uma atitude de compreensão e paciência.
Capacidade de decisão, organização e controle da situação.

45
Primeiros socorros
Prestar os primeiros socorros é
indispensável. Aumenta a responsabilidade
de cada um para evitar o agravamento de
uma situação.
Procedimentos gerais
Basicamente devem existir dois tipos de
procedimento:
O que se pode e sabe faze.r
O que não se pode nem deve fazer.

O que se pode fazer e o que não se


pode fazer 1. Proteger o ferido de um perigo imediato
(Ex.: desligar a corrente, apagar o fogo).

2. Só em caso de necessidade absoluta e de


risco de vida é que se deve deslocar o
doente.

3. Se houve perda de consciência deve-se


colocar a vítima em posição lateral de
segurança (PLS) (Fig.).

4. Ligar para o 112 e descrever:


O acidente
Estado da vítima
Dar informações precisas: Idade, morada,
hora do acidente, local

5. Enquanto espera pelos socorros deve-se:


Observar a evolução do estado da pessoa.
Cobrir a vítima, pois o estado de choque e a
imobilidade podem originar arrefecimento.
Deve-se desapertar o vestuário (este pode
incomodar ou comprimir), mas não despir a
vítima.
Não dar nada a beber e/ou a comer, pois a
vítima pode ter náuseas, vómitos e aspirar o
vómito.
Nunca abandonar uma pessoa em estado de
choque ou ferida

Atenção Toda a pessoa vítima de um acidente (choque,


perda de conhecimento, queda, mesmo de
aparência benigna) deve ser observada por um
técnico de saúde.

Hemorragia e ferimentos

Controlar a hemorragia de um
ferimento 1. Comprima a ferida com um pano húmido,
gaze ou com as suas próprias mãos
devidamente protegidas. Calçar umas luvas
descartáveis.
2. Eleve a perna ou o braço lesionado acima do

46
nível do coração da vitima (se possível).
3. Continue a fazer pressão na ferida e coloque
uma ligadura sobre o pano húmido, não
retire a ligadura da lesão para examinar a
hemorragia. Assegure-se que a ligadura não
impede a circulação.
4. Nunca utilize um garrote, a não ser numa
hemorragia grave que ponha em causa a
vida da vítima. Os garrotes quando
utilizados incorrectamente podem ocasionar
a amputação de membros.

Hemorragia nasal (epistáxis)

O que fazer Sentar a vítima com a cabeça para a frente.


Fazer pressão no nariz contra o osso
durante 10 minutos e não se assoar durante
várias horas.
Se não parar levar ao médico.

Pequenos ferimentos (cortes e


arranhões)

Limpeza
É um dos passos mais importantes pois previne
infecções e ajuda a cicatrização:
1º Lavar bem as mãos com água e sabão.
2º Lavar o corte ou pequeno ferimento com
água fria.

Desinfecção 1º Não usar algodão – para evitar que os fios se


alojem na ferida e funcionem como um corpo
estranho.
2º Usar um desinfectante tipo Betadine.

Atenção Nunca usar Mercureocromo, este não tem


qualquer poder desinfectante e apenas tinge a
ferida não permitindo uma correcta observação
de sinais de infecção.

3º Após limpar / desinfectar, cobrir a ferida com


uma compressa ou pano limpo.

Fracturas
1º Não mova a vítima a não ser que haja risco
de vida.
2º Não mova a zona afectada, nem tente
colocar o osso no lugar.
3º Se houver hemorragia, controle-a se
possível.
4º Se a fractura for exposta coloque sobre o
osso um pano húmido e limpo.
5º Siga os passos necessários para prevenir o
estado de choque (Ver adiante).
6º Telefone para o 112.

47
Atenção
Se for necessário mover a vítima e /ou não
houver assistência médica profissional,
imobilize a zona com um pedaço de madeira
e/ou uma toalha dobrada atada com segurança
aos extremos da lesão.

Queimaduras
As queimaduras são lesões provocadas por
diferentes causas, o calor, o sol, a fricção (ex.
os sapatos), a electricidade e produtos
químicos.
Se a queimadura é próxima da boca, olhos ou
garganta, se é extensa ou profunda.
Chame a ambulância.

Critérios de gravidade Uma queimadura é grave quando:


Extensa, e considera-se extensa desde que
ultrapasse o tamanho da superfície da
palma da mão;
Profunda
Está suja
Está localizada em certos sítios do corpo-
face e articulações
Indivíduo queimado é débil: crianças,
pessoas idosas, doentes crónicos.
É interna, como por exemplo nas
queimaduras por inalação de vapores
tóxicos e por ingestão de produtos ácidos
ou cáusticos.

Tipos de queimaduras e atitude a


tomar Existem três tipos de queimaduras:
1º grau - Caracteriza-se por vermelhidão. Para
aliviar a dor, coloque a parte queimada em
água fria imediatamente. Nenhum outro
tratamento é necessário.
2º grau – Habitualmente existem bolhas
(flictenas) – é uma ferida, portanto há risco de
infecção local ou generalizada. Não rompa as
bolhas:
Lavar com água fria.
Não use pomadas, sulfamidas ou outros
produtos.
Não retire a roupa que esteja colada à
queimadura.
3º grau- a pele está carbonizada; músculos,
nervos , vasos e ossos podem ter sido
atingidos.
Há sempre risco de infecção.
Actuar como se fosse uma ferida.

Queimaduras por produtos


químico ou bases (lixívia, soda
cáustica, cal) Retirar os restos do químico, utilizando água
corrente.
Retirar a roupa da vitima que esteja
contaminada.

48
Colocar sobre a superfície afectada um pano
limpo e seco.
Prevenir o estado de choque.
Ligar para o 112.

Queimaduras por calor


Arrefecer a queimadura.
Lavar com água corrente a zona queimada e
/ou aplicar suavemente toalhas frias até que
a dor diminua.
Colocar sobre a superfície afectada um pano
limpo e seco.

Asfixia
Corpo estranho nas vias
respiratórias Se a vítima conseguir falar e/ou respirar, não
tente tirar o objecto e leve de imediato ao
hospital.
Adultos e crianças com idade
superior a 1 ano
Se a vítima não conseguir falar e /ou tossir ou
tenha dificuldade em respirar, peça a alguém
para ligar para o 112 enquanto vai fazendo
compressões abdominais: Manobra de
Heimlish (fig.).

Manobra de Heimlish Coloque-se por trás da vítima com os seus


braços à volta da cintura dela.
Coloque as mãos por cima do umbigo da
vítima, abaixo das costelas, com os dedos
virados para si.
Segure o pulso com a outra mão e puxe
rapidamente para si e ligeiramente para
cima.
Repetir até que a vitima consiga respirar ou
perca a consciência.
(fig.).
Crianças com menos de um ano
Levar imediatamente ao hospital.
Se a criança conseguir falar e/ou tossir
sem dificuldade em respirar, não tente tirar
o objecto.

Se a criança não consegue falar/tossir


ou chorar, e tem dificuldade em
respirar:
1. Encoste a criança no seu antebraço apoiada
no seu joelho. A cabeça da criança deve
estar a um nível mais baixo do que o corpo.
2. Use a base da sua mão livre para dar golpes
nas costas da criança (rápidos e fortes – 5
vezes) entre as omoplatas.
3. Com cuidado vire a criança para cima sobre
o seu antebraço (mantendo a cabeça da
criança a um nível mais baixo que o corpo),
carregue 5 vezes com a ponta dos seus
dedos entre os mamilos da criança, ou seja

49
comprimindo 5 vezes o seu tórax (fig.).
Repita até que a criança consiga chorar,
respirar ou até que perca a consciência
Convulsões
Origem
As convulsões podem surgir por:
Febre elevada.
Epilepsia.
Envenenamento.
Sinais e sintomas
Contracções de todo o corpo.
Face e lábios roxos.
Revirar os olhos.
Cerrar os dentes.
Espumar pela boca.
Habitualmente também há descontrole do
esfíncter vesical.
As convulsões terminam em menos de 30
segundos, após estas a vítima fica sonolenta ou
inconsciente.
Procedimentos
Evitar a automutilação durante a convulsão.
Retirar os objectos à volta da vítima que
possam causar danos.
Não colocar nenhum objecto entre os dentes
nem dar de comer ou beber.
Depois da convulsão colocar a vítima
deitada de lado, (PLS).
Contacte o 112 o mais rapidamente
possível.

PLS (Posição Lateral de Segurança)


Deitada sobre o lado esquerdo com a perna
direita ligeiramente flectida.
(fig.).

Mordeduras de animais
Lave bem a ferida, com água corrente e
controle a hemorragia.
Faça uma ligadura com um pano seco e
limpo.
Procure assistência médica.
Identifique o animal com o objectivo de
saber se este tem vacinas actualizadas.
Afogamento
Nunca tente ir a nado salvar a vítima, a não
ser que esteja treinado para tal.
Mande buscar ajuda médica o mais rápido
possível.
Se possível lançar uma vara, uma bóia, um
colete salva vidas ou utilizar um barco para
resgatar a vítima.
Verificar se está consciente, se respira e se
o coração bate, posicionar a vitima de
barriga para baixo e com a cabeça voltada
para um dos lados.
Comprimir o tórax 3 a 4 vezes, para ajudar

50
a que vomite a água.
Despir o afogado, secá-lo e cobri-lo para
impedir o arrefecimento.
Manter-lhe a cabeça baixa para que vomite
a água que engoliu.

Intoxicação
A absorção de um produto tóxico ou de um
medicamento pode ser acidental ou voluntário
(suicídio).

Tipo de substância medicamentosa É necessário levar o doente ao hospital .


Enquanto espera, ligar para o Centro de
Informação Anti Venenos - CIAV, Telefone
- 21 7950143 e seguir as instruções dadas.
Manter a boca e nariz desobstruído.
Evitar o arrefecimento corporal.
Levantar a vítima, dar-lhe um estalo suave
na cara com um pano molhado, tentando
fazer com que ande.
Álcool
Se a vítima estiver apenas sonolenta
coloque-a em PLS.
Observe-a periodicamente até ter
recuperado.
Outras substâncias
Ligue para o Centro de Informação Anti
Venenos e siga as instruções que lhe derem.
Via de Intoxicação
Ingestão
Guarde o frasco de veneno ou a amostra do
vómito.
Não dê nada à vítima, excepto se o centro
Anti venenos assim o indicar.
Inalação
Desloque a vítima para o ar fresco.
Ligue para o Centro de Informação Anti
Venenos.
Através da pele

Lave suavemente a área afectada com água


corrente durante 10 minutos o mínimo.
Utilize uma mangueira ou um regador.
Retire a roupa contaminada.
Peça ajuda médica.

Lesões oculares

Lesões por químicos (Ácido, soda


cáustica, pó de cimento,
dissolvente) Separe as pálpebras e lave o olho com água
corrente, fazer correr a água durante 10
minutos.
Evitar o contacto com o outro olho.
Aplicar uma gaze ou compressa sobre o olho
lesionado.

51
Corte, ferida ou presença de corpo Evitar o contacto do olho lesionado com as
estranho mãos da vítima.
Não tente tirar o objecto estranho.
Coloque gaze ou compressa sobre a lesão.
Leve a vítima imediatamente ao serviço de
urgência.

Desmaio Habitualmente uma vítima acorda quase


imediatamente.
Senão acordar:
Deite a vítima de lado, assegure-se que não
tem dificuldade em respirar.
Ligue para o 112.

Insolação

Sinais e sintomas Dores de cabeça.


Febre, náuseas, vómitos
Tonturas.
Pele seca e quente.
Excitação.
Inconsciência.

Procedimento
Coloque a vítima num local fresco.
Dispa a vítima e mantenha a vítima
arrefecida envolvida em toalhas frias.
Se a vítima estiver consciente, eleve-lhe a
cabeça e faça-a beber um copo de água de
15 em 15 minutos.
Se estiver inconsciente coloque-a em PLS.
Nota
A insolação numa criança pode provocar
hemorragia cerebral – leve-a com urgência ao
hospital.

Choque eléctrico
Peça ajuda médica.
Não toque na vítima até que a corrente
eléctrica seja desligada.
Desligue a corrente o mais depressa
possível.
Ligar para o 112.
Colocar um penso esterilizado ou um pano
bem limpo sobre as queimaduras.
Manter a vítima sob vigilância até à chegada
da assistência médica.

Caixa de primeiros socorros


Mantenha todo o material de primeiros socorros
numa caixa, em local limpo, seco e acessível.
Verifique regularmente o seu estado de
conservação e mude o material sempre que
necessário.

52
Material de primeiros socorros Pensos rápidos sortidos, de diferentes
tamanhos e materiais (entre 15 a 20).
Ligaduras; 2 pequenas, 2 médias, 2 largas,
2 extra-largas.
Pensos oculares.
Compressas esterilizadas, 2 pacotes de cada
tamanho: pequenas, médias, grandes.
Pensos higiénicos, um pacote para conter
grandes hemorragias.
Alfinetes de ama.
Luvas descartáveis: 3 embalagens.
Tesoura.
Rolos de adesivo: 3 de vários tamanhos,
sendo um deles extra-largo .
Desinfectantes; tipo Betadine.
Solutos para limpeza; água oxigenada e
soro fisiológico.
Pomadas: tipo Betadine, para queimaduras
(tipo Biafine).
Medicamentos: ben-u-ron, aspirina.
Termómetro.

53
Tema 5 - Cuidados a acamados

A relação
A relação com uma pessoa que é ajudada, é sempre uma troca entre
duas pessoas. No início pode ser difícil, mas a situação de auxiliar e
auxiliado estimula progressivamente o estabelecimento de uma
relação afectiva.

No entanto no estabelecimento desta relação com o indivíduo deve-


se agir de acordo com as convicções, religião e a vontade expressa
do indivíduo.

Comunicação

Comunicar significa pôr em comum, trocar e partilhar.

Esta comunicação pode atingir domínios tão diversos como:


Conhecimento.
Informações.
Opiniões e crenças.
Sentimentos e valores.

Comunicar é transmitir uma mensagem.


É importante uma boa capacidade de comunicação e de adaptação,
visto a ajudante de família auxiliar diferentes tipo de indivíduos,
todos eles diferentes entre si.

Função dos/as técnicos/as de apoio à vida familiar


Os/as técnicos/as de apoio à vida familiar têm como tarefa
principal, ajudar a pessoa incapacitada, temporária ou
definitivamente, nas actividades de vida diária que se tornaram
demasiado difíceis ou impossíveis:

Ajuda nos cuidados de higiene e conforto: toilette,


necessidades de eliminação, vestuário;
Ajuda na mobilização e marcha levante para a cadeira, sofá
ou cadeira de rodas, pequenos passeios, mobilização dos
membros;
Vigilância e prevenção : Prevenção de escaras, e de
deformidades nos membros devido a posições viciosas;
Auxílio na alimentação: compras, confecção das refeições, e
toma das refeições;
Ajuda na manutenção de um ambiente agradável: tarefas
de entretenimento, costura e pequenas reparações.

Em todas estas actividades o/a técnico/a de apoio à vida familiar


deve saber prever, propôr sem impor e estar atenta/o às
necessidades e hábitos do indivíduo da pessoa. Pode persuadir, se
necessário, mas não impôr.

54
Cuidados de higiene e
conforto
Os cuidados de higiene e conforto são muito
importantes para o indivíduo que esteja acamado pois
permitem:
Prevenir infecções oportunistas.
Favorecer o conforto, bem estar e auto imagem do
indivíduo.
Estimular a circulação sanguínea.
Aumentar a energia, tornando o indivíduo mais
activo.
Facilitar o convívio social.

A proximidade física, durante os cuidados de higiene,


pode facilitar o estabelecimento de uma relação afectiva
com o indivíduo dependente.

Ambiente
O ambiente deve estar sobretudo de acordo com os
desejos do indivíduo dependente, bem como com a
situação no momento, mas deve também obedecer a
algumas regras simples:
Fechar as janelas.
Aquecer o ambiente.
Mudar a água sempre que esta arrefeça ou fique
suja.
Manter uma postura adequada à situação de
intimidade com o indivíduo para que este não se
sinta invadido ou inferiorizado.
Manter uma atitude calma e serena e de bom senso.
Incentivar a autonomia, permitindo ao indivíduo
colaborar (no seu tempo e possibilidades), evitando
a sensação de inutilidade.

Material
O material deve estar preparado antes de se iniciar os
cuidados de higiene, evitando interrupções com
consequente arrefecimento da pessoa.
Avental.
Luvas tipo palhaço (se possível).
Manápula ou luva turca.
2 Bacias (1 para os genitais), sabonete ou gel de
banho.
2 Toalhas (1 para os genitais).
Muda de roupa (se possível).
Roupa de cama (de acordo com os recursos).
Fralda se necessário.
Copo, pasta e escova de dentes.
Pente.
Creme para massagens (óleo de amêndoas doces
ou qualquer outro creme gordo e/ou hidratante).

Sugestões
Uma vez por semana, no mínimo:
Lavar o cabelo.
Cortar as unhas dos pés e das mãos.
Fazer a barba.
Estimular a auto estima mantendo cuidados de

55
higiene anteriores à situação de dependência: um
penteado cuidado, aplicação de uma água de
colónia, creme facial ou ainda um pouco de
maquilhagem.
Banho na cama
Respeitar o pudor do indivíduo dependente: despir o
indivíduo e cobri-lo com um toalhão ou outra
cobertura.
O banho deve seguir uma ordem lógica, de acordo
com a situação do doente, se é dado sozinha ou
acompanhado :
1. Cara.
2. Peito.
3. Braços.
4. Pernas.
5. Costas.
6. Genitais.

Nota: tenha sempre em atenção que deve limpar


sempre da zona mais limpa para a zona mais suja.

A pele deve ficar bem enxaguada e seca, sobretudo as


pregas cutâneas (virilhas, axilas, sulco nadegueiro e
entre os dedos dos pés), evitando-se assim a irritação
da pele.
Deve secar cada área do corpo, imediatamente após
lavagem, sem esfregar.

Após o banho e secagem completa de todas as áreas do


corpo, massajar em movimentos ascendentes e
vigorosos, sem magoar, a zona das costas com um
creme gordo.

Finalmente fazer massagem aos membros inferiores no


sentido do pé para a coxa, para estimular a circulação
sanguínea.

Banho na casa de banho com


ajuda Promover a segurança e conforto
Ajudar a pessoa a entrar e a sair da banheira ou
polibain (de preferência).
Auxiliar quando necessário.
Não fechar a porta.
Verificar a temperatura do banho.
O banho não deve ultrapassar 15 minutos.

Sugestões
Deve existir um tapete anti- derrapante dentro
banheira e outro à saída da banheira (para evitar
quedas).
Se possível fazer algumas alterações na casa de
banho: apoio lateral dentro da banheira ou polibain,
assento dentro da banheira.
Colocar uma campainha ou sineta acessível ao
doente.

56
Importância da higiene oral
A higiene da boca de um indivíduo dependente tem por
objectivo:
Prevenir infecções.
Manter um determinado grau de humidade para
evitar placas no céu da boca.
Promover o conforto dos indivíduos já desidratados.
Evitar língua seborreica, mau hálito (halitose), mau
gosto na boca.
Estimular o apetite.
Facilitar o convívio social.
Material
Escova, copo e pasta dentífrica.
Bicarbonato de sódio ou solução anti-séptica (tipo
Hextril) mais água.
Solução de menta tipo Tantum verde.
Espátulas montadas (com compressa).
Pomada tipo vaselina para protecção dos lábios.
Recipiente para sujos.

Procedimento
Se o indivíduo colaborar, deve oferecer-se o material
que este precisa, caso contrário:
Lavar as mãos.
Se tiver, retirar a prótese dentária do indivíduo.
Montar a espátula e molhá-la na solução de
bicarbonato de sódio ou similar ou colocar pasta na
escova.
Lavar a boca começando pelo palato , face interna
das bochechas, gengivas e a língua (em cima e em
baixo) e os dentes.
Bochechar com uma solução de menta tipo Tantum
verde.
Lavar a prótese e colocá-la de novo (se for o caso).
Atenção
Evitar gengivorragias, náuseas, irritações ou
ferimentos.
Cuidados especiais

Mudança de fraldas
Se o indivíduo dependente está incontinente é mais
confortável o uso de fraldas descartáveis.
Ter particular atenção ao pudor (vergonha), do
indivíduo. A situação não é fácil, como não o seria para
si.
Recorra à fralda após ponderar as vantagens para a
pessoa que dela necessita, explicando-lhe a escolha,
dando espaço para que se manifeste.
Para uma pessoa consciente pode ser sentido como
uma humilhação.
Material
Luvas e manápula.
Bacia com água morna e gel de banho ou sabonete.
Resguardo.
Toalha.
Fralda limpa.

57
Saco para sujos.
Creme para protecção tipo fraldine ou vitamina A
(se necessário).
Papel higiénico.

Procedimento
Coloca-se o resguardo debaixo da nádegas, desaperta-
se a fralda e deita-se a pessoa de lado com os joelhos
encolhidos.
Limpar as fezes (do local menos sujo para o mais
sujo), com o papel higiene, coloca-se no saco de
sujos.
Molhar a manápula e lava-se as nádegas até
ficarem completamente limpas.
Secar bem com uma toalha.
Aplicar uma pomada de protecção (se necessário:
eritema, rubor ou qualquer outro sinal de alergia)
Colocar a fralda limpa
Cuidados de higiene em
indivíduos com uma sonda
vesical (algália)
Uma sonda vesical é colocada em indivíduos com
incontinência urinária, dificuldades na permeabilidade
do tracto urinário, problemas de próstata e/ou outras
patologias.

Habitualmente é colocada em serviços de saúde ou no


domicílio por um enfermeiro, visto ser uma técnica
invasiva e asséptica (uso de material esterilizado).

Habitualmente são usadas algálias de longa duração


com um período de validade entre um a três meses e a
sua substituição é da responsabilidade (exclusiva) de
um técnico de saúde.

Procedimento
Lavar as mãos.
Calçar luvas.
Lavar cuidadosamente com água e sabão azul e
branco (ou de preferência Betadine Espuma) os
genitais. Utilizar compressas ou uma manápula
limpa.
Nas mulheres lavar da vagina para o ânus, e sempre
que possível deitando água corrente com a ajuda de um
recipiente. Nos homens repuxar o prepúcio (a pele)
pois é um local onde se acumulam secreções com alto
risco de infecção.
Atenção
Após lavagem e secagem , puxar o prepúcio para cima,
nunca deixar a glande a descoberto, para evitar o
edema (inchaço) correndo o risco de gangrenar.

Despejar o saco de urina


O saco de urina deve ser despejado sempre que
necessário, ou seja, não esperar que esteja
completamente cheio (o peso é muito e pode provocar
rebentamento inclusive provocar traumatismo na uretra
por repuxamento).

58
Os sacos colectores têm habitualmente uma capacidade
para 2000 cc (2 litros) e um sistema de torneira na
extremidade.

Aconselhamos no entanto a que o/a Técnico de Apoio


à Vida Familiar não deixe ultrapassar os 1500 cc, e a
manter o saco num nível abaixo dos genitais de forma a
evitar que a urina volte para trás e provoque infecção.
Procedimento
Lavar as mãos.
Calçar luvas.
Colocar um recipiente limpo debaixo da torneira do
saco colector.
Abrir a torneira, deixando escorrer a urina para o
recipiente, evitando que a torneira toque nos bordos
do recipiente (prevenção da infecção ascendente).
Fechar a torneira.

Mudança do saco de urina


Habitualmente o saco colector só é mudado no máximo
uma vez por semana (a não ser que haja outras
indicações dadas pelos técnicos de saúde).

O sistema de eliminação vesical é aquilo a que se


chama um circuito fechado. Ou seja, deve-se manipular
o mínimo de vezes possível, para diminuir o risco de
infecção, que em doentes acamados pode ser grave
por ter as defesas enfraquecidas e incapacidade de
eliminação vesical por outras vias.

Material
Luvas descartáveis.
Saco de urina.
Pinça ou clampe para clampagem.
Compressas esterilizadas.
Procedimento
Lavar as mãos.
Calçar luvas descartáveis.
Clampar a algália.
Separar o saco colector da algália com a ajuda de
compressas.
Retirar a tampa do novo saco, sem tocar em nada e
adaptar o saco à algália.
Não esquecer que antes de colocar o saco verificar
se a torneira está fechada.
Desclampar a algália.
Cuidados gerais
Medir a quantidade de urina, cor e aspecto.
Incentivar o consumo de pelo menos 1,5 l de água
(diminui o risco de infecção urinária).
Atenção
Avisar o técnico de saúde responsável se verificar
qualquer alteração como:

Cor da urina.
Aparecimento de sedimento (por vezes tipo flocos).
Diminuição ou aumento súbito de quantidade de
urina sem causa aparente (não alteração na

59
quantidade de líquidos ingeridos).
Aparecimento de corrimento purulento (pus) ou
sangue.
Queixas de ardor e dor.
Perdas de urina extra algália.

Cuidados a indivíduos com


colostomia
Uma colostomia é uma abertura temporária ou
permanente do cólon (intestino grosso) na parede
abdominal, por onde as fezes passam a ser drenados.

A esta abertura é adaptado um saco especial, estanque,


que não deixa inclusivamente passar os cheiros.

No início o produto que sai pela colostomia é fluido, e é


drenado com intervalos frequentes.
Progressivamente as fezes vão-se tornando mais
consistentes.

A alimentação deve ser progressivamente igual à dieta


que fazia antes de ser operado, sem excessos de fruta,
especialmente laranjas, vegetais verdes e líquidos.
Mudança do saco de
colostomia Quando está cheio de fezes, se está colocado há mais
de 24 horas, ou sempre que for necessário o saco
deve ser mudado.
Se o indivíduo é jovem e/ou não está incapacitado,
deve ser ensinado a trocar o saco sozinho. Se por
alguma razão o não puder fazer, pode caber à
ajudante de família trocar o saco .
Material
2 pares de luvas.
Saco de plástico para sujos
Bacia com água.
Betadine espuma ou sabão azul branco, de seda
ou glicerina.
Compressas ou toalhete.
Toalha.
Tintura de benjoim ou clara de ovo.
Saco de colostomia novo.
Procedimento
Explicar ao doente o que vai fazer.
Retirar com luvas o saco sujo de fezes e colocá-lo
no saco de plástico e fechá-lo.
Lavar com água e um dos produtos acima
mencionados (Betadine ou dos sabões) a
colostomia, retirando todo o resto de fezes.
Secar bem a pele com toalha cuidadosamente.
Observar a pele em redor da colostomia e se não
existem lesões.
Aplicar (se for para colar directamente pele) à
volta da colostomia tintura de benjoim ou clara de
ovo. Qualquer destas substâncias permite uma
maior aderência do saco à pele. A clara de ovo
tem a vantagem de também proteger a pele.
Deve-se esperar um pouco após a sua aplicação,
para que a pele fique pegajosa, permitindo uma

60
aderência eficaz do saco à pele.
Colocar o saco de colostomia, tendo o cuidado de
não deixar pregas no adesivo, evitando assim
saída de fezes.

Nota Existem vários tipos de sacos de colostomia e vários


tipos de adaptações. O indivíduo ou o técnico de
saúde responsável elucidirá o/a ajudante de família
como proceder.

Cuidados a indivíduos com


entubação naso gástrica
A entubação nasogástrica é a introdução de uma
sonda pela narina, passando pelo esófago e que
termina no estômago.
Permite a administração de alimentos, líquidos e
medicamentos ao indivíduo que se encontre
incapacitado por:
Reflexo de deglutição diminuído ou ausente: em
AVCs, senilidade, estado de coma, etc.
Cirurgia mutilante.
Pode ser definitiva ou transitória

A colocação, mudança e supervisão das sondas


nasogástricas é da responsabilidade do técnico de
saúde.

A alimentação pela sonda

Material
Seringa de plástico grande (50 cc).
Copo com água.
Clampe para sonda.
Guardanapos de papel ou rolo de cozinha.
Procedimento
1. Lavar as mãos
2. Verificar se existe conteúdo gástrico:
Adaptar a seringa à ponta terminal da sonda,
puxando o embolo até mais ou menos 30 cc.
Observar o conteúdo: se for água ou similar, fazer
a introdução dos alimentos; se vier conteúdo
alimentar em grande quantidade, não administrar
a alimentação e contactar o técnico de saúde se a
estes sinais estiverem associados sensação de
náuseas e vómitos.
3. Administrar alimentos líquidos ou semilíquidos,
enchendo a seringa, e despejando o seu conteúdo
para dentro da sonda, adaptando bem as duas
extremidades.
4. Terminar, sempre, a administração de alimentos
com uma seringa cheia de água e clampar (fechar a
sonda).
5. Não deixe entrar ar para não causar desconforto.

Nota: Se o indivíduo estiver muito agoniado,


desclampar a sonda e deixar a drenar para um
recipiente limpo.

61
Tipo de alimentação
Todo o tipo de alimentos podem ser administrados,
desde que tenham consistência suficiente para a sua
administração, e que esteja de acordo com a sua
dieta.
Aconselhamos:
Sopas de legumes enriquecidas com carne ou
peixe.
Batidos de fruta.
Papas Lácteas.

Os alimentos não devem estar muito quentes nem


muito frios, pois apesar do doente não sentir a
temperatura directamente, mantém a sensibilidade de
frio ou quente na passagem pelo esófago.

Se os alimentos estiverem muito quentes podem


ainda provocar queimaduras gástricas.

Se o doente mantiver ainda algum reflexo de


deglutição, estimulá-lo, mas só com administração de
alimentos pastosos: iogurtes, fruta cozida passada,
etc. Assim também estará a estimular o paladar, o
que é muito agradável para o doente.
Higiene da sonda
Lavar com água (instilação pela seringa), sempre,
após todas as refeições evitando a formação de
pequenos depósitos alimentares ao longo do tubo.
Outros Cuidados
Mudar o adesivo do nariz diariamente, segundo
indicações do técnico da Saúde, devendo retirar-se o
já existente com muito cuidado, mantendo a sonda
imobilizada para que não se desloque e possa sair do
lugar.
A zona da pele e sonda onde se vai fixar o adesivo
deve ser desengordurada com éter.

Se possível fazer levante para o cadeirão a estes


doentes durante uma parte do dia.

Durante a administração dos alimentos, colocar a


pessoa em posição de semi-sentado, facilitando a
absorção dos alimentos e diminuindo a possibilidade
de flatulência (gazes).
Dificuldade em respirar

Deve procurar ajuda imediatamente se a pessoa de


quem está a cuidar apresentar dificuldade em
respirar. Podem–se, no entanto, prevenir ou
minimizar as dificuldades respiratórias se
proporcionarmos um bom ambiente e posicionarmos o
doente de uma forma confortável para respirar; bem
como falar com calma e sugerir respire o mais calmo
que puder.
Ambiente
Areje os quartos – os quartos muito aquecidos
retiram toda a humidade do ar, o que não vai
permitir que a expectoração dos doentes seja

62
facilmente expelida. As narinas e a garganta ficam
secas. Caso não seja possível abrir as janelas,
coloque uma bacia com água no quarto.
Previna as alergias – evite o pêlo de animais,
almofadas de penas e mantenha o quarto o mais
arejado possível.
Postura
A postura é muito importante para uma boa
respiração.
As melhores posições são:
Sentado na cadeira direita, apoiado por almofadas
ou por um apoio para as costas (fig.).
Sentado na cama, com as costas direitas, apoiado
em almofadas (fig.).
Inclinado para a frente com os braços apoiados
numa cadeira ou banco, para alívio temporário
(fig.).

Cuidados a indivíduos com


oxigénio no domicilio
Pode ser receitado administração de oxigénio
(oxigenoterapia) a pessoas com problemas crónicos
de pulmões ou coração.

A frequência da oxigenoterapia é determinada pelos


técnicos de saúde.

A oxigenoterapia é a administração de oxigénio por


tubo ou máscara.

Habitualmente a administração de oxigénio é feita por


óculos nasais. Tem duas pequenas saliências para
colocação nas narinas e é sustentado nas orelhas.
Muito leve, é muito confortável para o doente.
Procedimento
Verificar se existe oxigénio na bala: verificar
debitómetro.
Verificar se existe água destilada suficiente (só até
ao nível marcado), preencher se necessário.
Abrir a bala do oxigénio e calibrá-la para o volume
pretendido (normalmente 3l).
Colocar os óculos nasais (ou outro) ao doente.

Cuidados a ter com


medicamentos
Os medicamentos são prescritos para determinadas
doenças e em quantidades especificas para o indivíduo
a quem se destinam, não devendo ser dados a outros
indivíduos mesmo que apresentem outros sintomas.
Lave sempre as mãos antes de preparar
medicação.
Verifique se são os medicamentos correctos.
Certifique-se que administra os medicamentos à
pessoa para quem eles foram receitados.
Assegure-se que os medicamentos são tomados
na quantidade certa e à hora exacta.
Veja o prazo de validade dos remédios que não
são usados há muito tempo.

63
Guarde os medicamentos longe do alcance das
crianças.
Siga as instruções de como e onde guardar
medicamentos (temperatura, luz, local).
Não use os remédios se tiverem cor alterada ou se
estiverem turvos.
Não use o medicamento se não for capaz de ler o
rótulo.
Não guarde comprimidos diferentes no mesmo
frasco.
Não passe um remédio líquido de um frasco para
outro.

Siga as instruções do médico e leia sempre o rótulo da


embalagem e a literatura incluída.

O doente de quem está a cuidar pode estar a tomar


vários tipo de medicamentos. Para facilitar existem
caixas já divididas em compartimentos onde guardar
os medicamentos. Cada compartimento terá uma
etiqueta com o dia e a hora correspondente ao
medicamento que contém.

Posicionamentos
A permanência no leito diminui a dor, favorece o sono
e diminui o consumo de oxigénio, o que diminui o
cansaço do doente.

No entanto existem problemas provocados pela


imobilidade que podem ser:
Cutâneos (da pele).
Musculares.
Articulares.
Respiratórios.
Cardio-circulatórios.
Digestivos e urinários.

A prevenção destes problemas pode ser feita pelos


posicionamentos e ainda por outras técnicas como
mobilizações, hidratação, e levante precoce.

Definição de posicionamento
Postura correcta em repouso, que permite um
adequado alinhamento das diferentes partes do corpo,
de forma a garantir a integridade e o equilíbrio do
sistema musculo-esquelético (músculos e ossos) com
o mínimo dispêndio de energia.

Objectivos
Manter o equilíbrio neuro-muscular e esquelético.
Prevenir contraturas e atrofias musculares.
Facilitar a respiração e a expulsão de secreções
(expectoração).
Garantir a integridade cutânea (da pele).
Prevenir a estase venosa (problemas circulatórios).
Promover o conforto.

64
Antes de iniciar o
posicionamento Preparar o material.
Preparar o local (a cama, verificação se a roupa
está limpa seca e esticada).
Explicar ao doente o posicionamento que se vai
fazer e pedir a sua colaboração.
Decidir qual o posicionamento a adoptar de acordo
com as necessidades do doente.
Seguir determinada rotação: decúbito lateral
direito, decúbito dorsal, decúbito lateral esquerdo,
decúbito dorsal e volta ao início.
Apesar de tentar ao máximo satisfazer os desejos
do doente, deve-se promover sempre a mudança
frequente da posição. Por vezes os doente
adoptam posições viciosos, que devem ser
contrariadas no início, antes de surgirem as
complicações: escaras (feridas), contraturas
musculares (músculos presos e rijos) articulações
rígidas.
Pedir sempre a colaboração possível da pessoa e o
apoio à família, para que colabore, aprendendo, e
nunca esquecer que é mais fácil posicionar a dois
que sozinho.
Material
3 almofadas médias.
Rolos feitos com lençóis, toalhas turcas, outro
material ou ainda almofadas pequenas.
Lençol pequeno para resguardo.
Creme para massagem (creme gordo, óleo de
amêndoas doces).
O doente deve ter vestido roupa folgada.
Se for possível usar pele de carneira, e protecções
para os calcanhares e cotovelos.
Procedimento
Manter sempre movimentos suaves.
Estar atento/a a sinais de dor.
Não arrastar o doente pela cama (perigo de
queimaduras por fricção e lesões da pele).
Repartir o peso por igual.
As mudanças de posição devem ser o mais
frequentes possíveis.
Decúbito dorsal (deitado de
costas)
Aproveitar para massajar o corpo e fazer alguma
mobilização aos membros. Oferecer o urinol,
arrastadeira ou mudar a fralda se necessário.
Colocar o doente de costas.
Colocar uma almofada debaixo da cabeça, não
muito alta, para não forçar o pescoço.
Manter as articulações ligeiramente flectidas com a
ajuda de pequenos rolos por debaixo dos joelhos,
nos calcanhares, pulsos e dedos (evitar as mãos
fechadas sem apoio).
Colocar uma almofada ao fundo da cama para que
os pés façam pressão e se mantenham direitos
(posição funcional) evitando o pé equino ou pé boto
(pé deformado).
Se necessário colocar rolos na região dos rins entre

65
o colchão e o corpo do doente (se a ao nível da
cintura for muito acentuada) (fig.).
Decúbito semi dorsal (semi
deitado de lado)
Pessoa deitada sobre a parte posterior de um dos
lados do corpo.

Aproveitar o posicionamento anterior, e ao retirar


todas as pequenas almofadas e rolos, puxar o
doente para si, colocar uma almofada nas costas e
outra nas pernas e separá-las (uma fica em cima
de uma das almofadas e outra contra o colchão).
Deixar cair ligeiramente o doente para cima das
almofadas colocadas nas costas e corrigir a
posição.
o braço do mesmo lado da perna que está em cima
da almofada deve permanecer posicionada ao longo
do corpo.
o braço contrário deve estar dobrado pela altura do
cotovelo e a mão colocada junto à cabeça (fig.).
Decúbito Lateral (deitado)
Colocar o doente de lado quase como se estivesse
em posição fetal (como um bebé).
A perna que fica por cima deve ficar flectida e com
apoio (almofada), para manter o alinhamento do
tronco e bacia.
O peso é suportado pelo ombro e pela parte lateral
dos ossos da bacia.
Deve haver também um apoio para o braço que
fica por cima (ex. abraço a uma almofada).
O outro braço deve ficar dobrado pelo cotovelo com
a mão junto da cabeça.
Usa-se às vezes para imobilizar a mão e evitar o
deslizamento do braço, manter a mão debaixo da
almofada (sem ser debaixo da cabeça).
Se necessário colocar almofada nas costas.
Algumas recomendações

Só são posicionados os doentes que não se podem


mobilizar.
Se o doente tiver algum membro que consegue
mobilizar, este deve ser deixado livre, de forma a
que o indivíduo o possa mobilizar
espontaneamente, devendo incentivar o seu
movimento.
Após o término de qualquer posicionamento, deve
confirmar a sua eficácia, observando do fundo da
cama se o doente está ou não alinhado (coluna
direita).
Assegurar-se se o doente está confortável
Se tiver dúvidas em relação a alguns
posicionamentos, ensaie com o seu corpo, o que
para si é desconfortável é desconfortável para os
outros.
Não force articulações.
Se tiver dúvidas em relação a algumas posições
esclareça-se com um técnico de saúde.

66
Normas de segurança para
o/a técnico/a de apoio à
vida familiar Proteja a sua coluna: a força deve ser feita com a
força dos músculos dos braços e não com as costas:
Abra ligeiramente as pernas.
Dobre ligeiramente os joelhos e encolha a barriga.
Mantenha sempre as costas direitas durante
qualquer tipo de esforço.

Assim protegerá a sua coluna evitando acidentes


dolorosos e por vezes incuráveis.

Apresentação do Técnico de
Apoio à Vida Familiar
Apanhe o cabelo: evita que tenha de lhe tocar para
ver melhor.
Mantenha as unhas cortadas (pode provocar feridas
nas costas dos doentes e é local de
armazenamento de microorganismos).
Tire anéis, pulseiras e relógios: pode também
provocar agressões na pele dos doentes.

Lave sempre as mãos antes e depois de qualquer


técnica.

Prevenção de úlceras de
pressão
Definição Úlcera de pressão ou de decúbito é uma lesão da pele
provocada por deficiente irrigação sanguínea,
habitualmente associada à pressão (força exercida
sobre uma determinada área sem alívio). Considera-
se uma ferida crónica devido à sua longa duração .
Localização
Habitualmente em áreas localizadas sobre saliências
ósseas, sujeitas a pressões fortes (de por vezes curta
duração, moderada ou prolongada) contra uma
superfície externa (cama ou cadeira). Todas as zonas
podem ser atingidas, conforme a posição do doente.
No entanto as localizações mais frequentes são:
Região sagrada (fundo das costas).
Trocanteres (região lateral dos ossos da bacia).
Maléolos (tornozelos – ossos laterais).
Calcanhares.
Cotovelos.
Orelhas.
Omoplatas (ossos da parte de cima das costas).
Como surge uma úlcera de
pressão Uma pressão localizada numa determinada área sem
alívio, provoca uma diminuição da chegada de sangue
a esse local. Como consequência começam a aparecer
feridas e por vezes os tecidos morrem (tecidos
necrosados). Como consequência teremos a formação
de infecções locais, generalizadas (sistémicas, como a
septicemia), e infecções ósseas, com destruição do
tecido ósseo (ossos).

67
Causas do aparecimento das
úlceras de pressão Podem ser divididas em causas externas e internas.

Externas Pressão – como já anteriormente foi explicado, a


causa principal da formação das úlceras de
pressão.
Fricção e irritação – fricção dos tecidos sobre a
pele, atenção às rugas da roupa da cama e
pijamas.
Humidade – (criada pela transpiração e
incontinência, urina e fezes, secagem inadequada
após o banho), diminui a resistência da pele
levando à maceração (pele que parece cozida)dos
tecidos.
Temperatura – quando superior a 30ºC, aumenta
o risco de formação de úlceras de pressão.
Internas
Envelhecimento – pele mais fina com menor
elasticidade, mais sensível a lesões. E com mais
dificuldade na cicatrização.
Limitação da mobilidade – dificuldade em
mobilizar-se, em mudar de posição.
Desidratação – pele mais seca e sensível por não
ingestão suficiente de líquidos.
Desnutrição – uma alimentação desequilibrada,
insuficiente.
Peso corporal – os doentes emagrecidos têm
menos tecido gordo, protector das saliências
ósseas, pelo que ficam mais expostos, menor
protecção. Os doentes muito gordos podem ter
lesões provocadas pelo arrastamento dos seus
corpos devido à dificuldade de mobilização do seu
peso e devido à humidade que se acumula nas
pregas cutâneas provocado a maceração da pele.
Incontinência urinária e fecal – maceração da pele
e risco de infecção se houver má higiene pessoal
(ou ainda senão se proteger a pele devidamente,
pois as lavagens frequentes, diminuem os óleos
naturais da pele) e falta de hidratação da pele no
local.
Procedimento
Estimular a mobilização do doente (levante para o
cadeirão, andar um pouco), aproveitando as
capacidades do doente.
Caso o doente esteja imobilizado na cama, pedir-
lhe que se mexa e mude de posição o maior
número de vezes possível.
Se a capacidade de mobilização for nula, o doente
deve ser mudado de posição o maior número de
vezes possível (ver posicionamentos).
Observar atentamente qualquer sinal de lesão,
ferida ou vermelhidão da pele, especialmente
durante o banho.
Proteger a pele das zonas mais sensíveis com um
creme gordo ou óleo de amêndoas doces.
Retirar sempre o creme antigo, para depois aplicar
o novo. Aplicação de um creme sobre pastas de
cremes antigas, não protege a pele, pelo contrário,

68
impede a absorção do novo e tapa os poros,
tornando a pele mais sensível e desidratada. Os
cremes antigos são facilmente retirados com óleo
de amêndoas doce.
Também com a aplicação do creme deve ser feita
uma massagem, em movimentos circulares, de
forma a estimular a circulação sanguínea, e
permitir a absorção do creme pela pele nas zonas
mais sujeitas a pressão: junto a saliências ósseas,
pele coberta pela fralda.
Graus de profundidade da
úlcera de pressão
As úlceras são descritas de acordo com os tecidos que
estão destruídos ou lesados:
1º Grau – Vermelhidão, não reversível ao alívio da
pressão.
2º Grau – Destruição superficial da pele,
desenvolvem-se bolhas (flictenas) com líquido
devido á pressão contínua (muito comum nos
calcanhares).
3º Grau – A pele é profundamente destruída, toda
a epiderme e derme é destruída (camada profunda
da pele). Pode apresentar tecido necrosado.
4º grau – Há exposição óssea, há extensa
destruição de tecidos que envolve músculos,
tendões e ossos com tecido necrosado.

Tecido necrosado – Quando uma área da pele que


não recebe sangue nem oxigénio, sofre isquémia, e
leva à necrose (morte de tecidos). Pode formar-se aí
uma úlcera necrosada ou crosta que pode ser de cor
preta ou castanha.

Alguns tecidos necrosados podem apresentar


exsudado (líquido) de cor verde, castanho ou branco,
habitualmente de cheiro fétido.
Tratamento
O tratamento será sempre efectuado e determinado
pelo técnico de saúde, normalmente o enfermeiro de
visitação domiciliária.

Compete-lhe a ele determinar quais os produtos a


utilizar, como utilizar e frequência do tratamento.

Compete ao Técnico de Apoio à Vida Familiar,


colaborar no tratamento, alertando o enfermeiro para
alguma alteração que tenha surgido como o
aparecimento de novas lesões (vermelhidão, feridas,
borbulhas, etc.).

No caso do doente ter sujado os pensos com fezes ou


outros produtos orgânicos, a ajudante de família deve
retirá-los, limpar toda a zona, com água e sabão azul
e branco ou Betadine espuma, secar muito bem com
compressas esterilizadas e colocar compressas
esterilizadas em cima das feridas, avisar o enfermeiro
ou aguardar a sua vinda.

69
Tipos de produtos
É preferível ter uma zona sem produtos anti-sépticos,
mas limpa, do que uma zona suja com um aumento
fenomenal de risco de infecção.

Os produtos a utilizar variam de acordo com extensão


da ferida, grau de evolução (determinada pelo
enfermeiro), sensibilidade do doente, recursos
económicas.
De há uns anos a esta parte, os Centros de Saúde
têm começado a utilizar um determinado tipo de
pensos, denominados hidrocolóides, que com menos
manipulação das feridas, mantêm ambiente propício à
cicatrização, pois permitem um isolamento do meio
exterior.

De qualquer forma é o técnico de saúde que


selecciona os produtos e que fará o ensino
correspondente a cada situação.
Nota
O facto da pessoa que se vai cuidar, não manifestar
dor quando se toca numa úlcera de pressão, é motivo
de grande preocupação, pois pode significar que as
terminações nervosas já foram destruídas.

70
Tema 6 - Instituições prestadoras de cuidados
de saúde

Serviço Nacional de
Saúde (SNS)
Criado em 1979, tem como objectivo garantir à
população o acesso universal aos cuidados de
saúde, nos limites dos recursos humanos,
técnicos e financeiros disponíveis.

Fazem parte do SNS todas as instituições e


serviços, dependentes do Ministério da Saúde.
O SNS abrange ainda estabelecimentos privados e
profissionais de Saúde em regime liberal, com os
quais tenham sido celebrados contratos ou
convenções.

Para além do SNS existem outros sistemas de


saúde como a ADSE, ADME, e o SAMS. Estes
sistemas são criados por empresas como as
instituições bancárias, seguradoras e prestam
cuidados de saúde aos seus trabalhadores.
Acesso ao SNS
Todos os cidadãos portugueses podem ser
beneficiários do SNS.

Instituições do sns Fazem parte do SNS um conjunto de instituições e


serviços tais como Centro de Saúde e Hospitais.
Centro de Saúde (CS) É a unidade básica do SNS e a sua porta de
entrada, ou seja, para vigiar a sua saúde ou
tratar alguma doença é ao Centro de Saúde que
se deve dirigir em primeiro lugar.
Quem trabalha no CS
Prestadores de cuidados de Saúde essenciais,
preventivos e curativos:
Enfermeiros.
Médicos de Família/Clínica Geral.
Médicos de Saúde Pública (Delegados de
Saúde).

Outros profissionais:
Pessoal Administrativo.
Técnico de Serviço Social.
Psicólogos.
Tipo de Serviços

Consultas de Clínica Geral/Medicina Familiar.


Serviço de Saúde Pública (delegado de Saúde e
técnicos de higiene e saúde ambiental).
Cuidados de Enfermagem.
Serviço Social.
Vacinação.
Exames Auxiliares de Diagnóstico.

71
Unidades de internamento.
Consultas e Apoio Domiciliário.
Horário de Atendimento
Funcionam todos os dias úteis das 8 às 20h.
Nos centros urbanos, alguns Centros de Saúde
estão a funcionar, também em horário alargado e
em fins de semana.
Alguns serviços (consultas, vacinas e
administração de injectáveis) estão disponíveis
em horários específicos.
Hospital
Estabelecimento de Saúde, de diferentes níveis de
diferenciação, constituído por meios tecnológicos
que não existem nos Centros de Saúde.
O seu objectivo principal é prestar cuidados de
saúde durante 24 horas por dia.
A sua actividade é o diagnóstico, tratamento e a
reabilitação, desenvolvida em regime de
internamento ou ambulatório. Promove ainda a
investigação e o ensino.

Tipo de serviços
O Hospital dispõe dos seguintes serviços:
Consultas externas.
Internamento.
Serviço de urgências.

Alguns hospitais dispõem também de hospital de


dia que se destinam a tratamentos especializados,
que não requeiram internamento, normalmente
para acompanhamento e reabilitação de doentes
crónicos: oncologia, nefrologia (hemodiálise),
psiquiatria.

Urgências Só em situações graves deverá recorrer ao


serviço de urgência hospitalar, assumindo-se
como a última instância de recurso na assistência
ao doente.

Nas restantes situações deverá procurar o serviço


de atendimento complementar ou urgente, do
Centro de Saúde da área da ocorrência.
Via Azul
Se a situação necessitar de cuidados mais
especializados, o médico referenciará o doente
para a urgência hospitalar, fazendo-o acompanhar
de um impresso - da via azul – que preencherá
com a informação clínica adequada, que lhe dará
prioridade imediata no serviço de urgência.

Os doentes referenciados pelo INEM e pelos


médicos do Centro de Saúde para o serviço de
urgência do hospital, serão atendidos
prioritariamente aos não referenciados, tendo em
conta os critérios de urgência que devem sempre
prevalecer.

72
Urgências Pediátricas Se o utente for de idade inferior a 14 anos pode
optar por:
Projecto de pediatria “Saúde 24”/TRRim
TRRim Dói Dói: trata-se de uma triagem
efectuada por telefone, onde se faz o
encaminhamento das crianças
Ir directamente ao seu Centro de Saúde, onde
serão prestados os cuidados de saúde, e se
necessário será feito o encaminhamento para
o serviço de urgência hospitalar.

Cuidados Continuados Devido ao aumento da população como


consequência do aumento da longevidade, os
internamentos hospitalares, começaram a ter um
tipo de doentes com internamentos prolongados e
recorrentes, visto que era difícil mantê-los em
casa.

Criou-se então o programa de cuidados


continuados, que continuasse o tratamento e
vigilância dos doentes evitando reinternamentos
hospitalares e aumento o conforto e bem estar
dos doentes e seus familiares.

Estes doentes são referenciados pelo hospital ao


Centro de Saúde da área da sua residência. A
equipa do projecto (médico, enfermeiro,
assistente social) é contactada e de acordo com o
estado do doente solicita o apoio de visitação
domiciliária ou outro tipo de apoio: ajudantes de
família, refeições ao domicílio, transporte de
doentes etc.

Todas estas instituições que prestam este tipo de


serviços estão integradas no projecto e se
articulam entre si.

Existem outro tipo de situação que é solicitada


pelo médico de família, sendo ele que
desencadeará o processo de prestação de
cuidados no domicílio.

O objectivo máximo deste programa é manter o


indivíduo inserido na comunidade, na sua casa,
recebendo os cuidados no domicílio.

Áreas
Para uma maior organização dos serviços, existe
uma divisão de hospitais por áreas populacionais.

Isto é, a uma determinada região geográfica


corresponde um hospital: como é de supor, era
impossível que todos os habitantes da grande
Lisboa fossem tratados no Hospital de S. José, ou
no caso do Porto que todos fossem para o hospital
de S. João.

73
Estas e outras informações estão no Centro de
Saúde da área da sua residência.

Serviços mais especializados como Maternidades


e Serviços de Saúde Mental podem não funcionar
em hospitais dito gerais, a que habitualmente
recorre. Terá de se informar (também no Centro
de Saúde) onde poderá receber estes cuidados
especializados.

Acesso ao sistema de
saúde

Cartão De Utente Permite o acesso aos cuidados de Saúde (Centro


de Saúde e Hospital) dentro e fora da sua área de
residência, em território nacional ou no
estrangeiro.
Para obter o cartão do utente deve dirigir-se ao
Centro de Saúde, e ser portador de:
N.º de beneficiário.
Bilhete de identidade.
Cartão de médico de família, se já estiver
inscrito.
Futuramente este cartão será obrigatório em
todas as instituições de Saúde, nas situações que
requeiram cuidados e aquisição de medicamentos.
Taxas Moderadoras
Por cada consulta ou cuidado prestado, o utente
deve pagar uma importância chamada taxa
moderadora, cujo valor é variável.

Isenção de taxas
Existem situações em que os serviços são
completamente gratuitos:
Grávidas, Parturientes e utentes das consultas
de planeamento familiar.
Crianças até aos 12 anos inclusive.
Beneficiários do Abono Complementar a
crianças e a jovens deficientes.
Beneficiários do subsídio mensal vitalício.
Pensionistas, cuja pensão seja igual ou menor
do que o salário mínimo nacional.
Desempregados, inscritos no Centros de
Emprego.
Beneficiários de prestação de carácter
eventual, por situação de carência, paga por
serviços oficiais.
Crianças e jovens, privados do meio familiar,
internados em lares.
Trabalhadores por conta de outrem, com
vencimento mensal, menor ou igual ao salário
mínimo nacional.
Pensionistas de doença profissional, com grau
de incapacidade permanente, não inferior a
50%.
Pessoas com: Insuficiência Renal Crónica,
Diabetes, Hemofilia, Doença de Parkinson,
Tuberculose, SIDA ou
seropositividade,Cancro,Paramilóidose,

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Doença de Hansen, Espondilite Anquilosante e
Esclerose Múltipla.
Dadores Benévolos de Sangue.
Pessoas com Doença Mental Crónica.
Pessoas com alcoolismo crónico e
toxicodependentes, quando inseridos em
programas de recuperação, no âmbito do
recurso a serviços oficiais.
Doentes portadores de doenças crónicas que
por critério médico, obriguem a consultas,
exames e tratamentos frequentes e sejam
potencial causa de invalidez precoce o de
significativa redução da esperança de vida.
Livro Amarelo Em todas as instituições de Saúde existe o
chamado Livro Amarelo, que mais não é que um
indicador da qualidade dos serviços prestados.
Aqui o utente poderá reclamar, se for caso disso,
com a garantia de que os serviços lhe darão
resposta.

Existe também o chamado gabinete de Utente,


onde este poderá solicitar apoio, informações,
fazer reclamações e sugestões.
Pedido de subsídios
Se pensa que pode ter direito a receber subsídios,
como por exemplo:
Subsídio de doença.
Invalidez.
Velhice.
Assistência a descendentes doentes.
Funeral.
Contacte os serviços da Segurança Social.

Sugestões Candidate-se a um subsídio, mesmo que não


tenha a certeza que lhe seja atribuído.
Peça ajuda, no Centro Regional de Segurança
Social, ou à Assistência Social, pois o Sistema
de atribuição de subsídios pode ser complicado
e muitas vezes há regras a cumprir.
Não se atrase a fazer a candidatura.
Não se deixe intimidar pela dificuldade da
candidatura.
Não tenha vergonha de pedir um subsídio,
senão o fizer pode estar a perder dinheiro,
especialmente destacado pelo Governo para
ajudar as pessoas doentes, idosas ou
deficientes.

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Participaram neste trabalho os formadores abaixo referidos que cederam
os respectivos direitos de propriedade e autoria:

Ana Paula Alves


Fátima Esteves
Helena Júdice
Rosário Horta

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