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Autor
Dr. William Gemio Jacobsen Teixeira
Organizador
Dr. Néstor Fiore
ÍNDICE
Programa de Formação Continua AOSpine
Tumores da coluna vertebral
OBJETIVOS
Descrever o problema da recidiva dos tumores
primários e secundários.
Programa de Formação
Continua AOSpine Tumores da coluna vertebral–Tratamento das lesões tumorais ósseas recidivadas ÍNDICE 2
ÍNDICE
1. Introdução.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04
Conceitos gerais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04
4. Síntese.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
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1. INTRODUÇÃO
Conceitos gerais
Apesar da evolução da técnica cirúrgica e dos métodos de
tratamento adjuvante, a recidiva de lesões tumorais da coluna é
um problema comum. O risco de recidiva depende da presença
de doença residual do primeiro tratamento, do tipo histológico
do tumor e da resposta aos tratamentos adjuvantes, como a
radioterapia e a quimioterapia (Cloyd, Acosta, Polley e Ames,
2010).
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2. RECIDIVA DE METÁSTASE VERTEBRAL
O tratamento da doença metastática da coluna é paliativo. Há O uso da radioterapia pós-operatória é recomendado para reduzir
dúvidas se o tratamento agressivo de uma metástase isolada na a chance de recidiva. O esquema de tratamento radioterápico
coluna leva ao aumento da sobrevida do paciente com câncer mais comum é feito com uma dose de 30 Gy fracionada em dez
(Sciubba, Nguyen e Gokaslan, 2009). vezes (Prasad e Schiff, 2005; Sze, Shelley, Held, Wilt e Mason,
2003). No entanto, as taxas de recidiva local podem ser elevadas.
As indicações mais comuns
A sobrevida dos pacientes aumentou com a melhora na qualidade
de tratamento são para
dos métodos de tratamento sistêmico dos tumores metastáticos.
controle da dor, compressão
medular ou instabilidade
Dessa forma, o controle local da doença é ainda mais importante e 100% 96%
necessita de resultados de longa duração.
(Laufer et al., 2013; Bilsky, 90%
Laufer e Burch, 2009; Fisher 80%
et al., 2010; Teixeira et al., 69%
O tratamento inicial da doença metastática pode ser 70%
2013).
realizado por radioterapia de campo externo convencional, 60% 58%
quimioterapia, tratamento cirúrgico, radiocirurgia ou uma
50%
combinação dessas modalidades.
40%
30%
A escolha do tipo de tratamento considera diversas variáveis:
20%
• expectativa de resposta do tumor às diversas formas de
10%
tratamento;
0%
• presença de instabilidade; 6 meses 1 ano 4 anos
• desempenho do paciente;
Taxas de recidiva com uso de radioterapia
• expectativa de sobrevida. (Klekamp e Samii, 1998)
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CASO CLÍNICO
Paciente do sexo feminino, de 58 anos de idade, com diagnóstico de tumor renal de células claras, que apresenta uma lesão vertebral com
compressão medular e Frankel D. Apresenta metástase linfonodal, no retroperitônio, na escápula e fígado.
Ressonância magnética de coluna toracolombar, sequências T2, sagital e axial Realiza-se um controle com um ano de evolução.
Decide-se realizar
um tratamento
cirúrgico de
descompressão
medular e
estabilização,
seguido de
radiocirurgia.
Observa-se
progressão hepática
e linfonodal, sem
recidiva no local
tratado com cirurgia
e radiocirurgia
adjuvante.
Observa-se a descompressão medular obtida. A paciente faleceu 20 meses após o tratamento radiocirúrgico, com
avanço da doença visceral, mas ausência de recidiva no local tratado,
Ressonância magnética pós-operatória de coluna
toracolombar, sequência T2, axial com integridade neurológica e sintomas de dor lombar controlados.
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Acompanhamento do paciente
O acompanhamento do paciente em tratamento com metástase Quando há recidiva local que necessite de tratamento, os exames de
vertebral, seja com cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou a imagem de estadiamento podem ser relevantes para entendimento
combinação destas, deve ser meticuloso. do resultado obtido com tratamento quimioterápico. Dessa forma,
é possível discutir com o oncologista e com o radioterapeuta quais
A periodicidade da avaliação deverá considerar os seguintes são as opções existentes para controle local da lesão e tratamento
aspectos: sistêmico.
• agressividade do tumor original;
• presença de outras lesões não tratadas na coluna; Laboratório
• intensidade dos sintomas clínicos;
Os exames laboratoriais devem ser rotina para o paciente em
• resposta esperada ao tratamento escolhido. acompanhamento por doença metastática.
É importante que o
Os pacientes com histórico de tratamento radioterápico prévio
paciente seja orientado
Manifestações clínicas e tratamento quimioterápico podem apresentar problemas
adequadamente quanto
nutricionais e imunológicos que podem ser avaliados através de
aos sinais de alerta que
O paciente deve comunicar à equipe médica os seguintes sintomas: hemograma completo, velocidade de hemossedimentação (VHS)
justificam a necessidade de
e albumina (Cheng e S, 2008).
procurar ajuda médica em • dor nova;
caso de recidiva.
• agravamento da dor; O envolvimento ósseo da doença pode provocar hipercalcemia.
• dor noturna;
A avaliação da função renal e da função hepática também é
• urgência urinária ou incontinência fecal ou urinária; importante.
• dificuldade na marcha.
Os marcadores tumorais podem ser úteis no acompanhamento
do tratamento sistêmico de algumas neoplasias. No tumor de
No exame físico, deve ser considerada a alteração da sensibilidade
próstata, por exemplo, o aumento no PSA pode indicar falha
superficial, profunda e da força motora, assim como alteração dos
do tratamento sistêmico e aumento do risco de recidiva local
reflexos.
do tumor da coluna. Diante dessa situação, é importante
encaminhar o paciente para o oncologista e rever os exames de
imagem da coluna.
Exames complementares
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Tomografia computadorizada (TC) O uso do contraste pode ajudar na diferenciação entre o tecido
cicatricial e a recidiva tumoral.
A tomografia computadorizada (TC) é mais sensível que a
radiografia para reconhecer recidivas e complicações mecânicas. A comparação do exame atual com exames antigos também
facilita a diferenciação entre alterações cicatriciais e recidiva.
EXEMPLO
Paciente do sexo masculino, de 52 anos de idade, com histórico
de tratamento de tumor renal metastático de células claras, que foi EXEMPLO
encaminhado com sintomatologia de urgência urinária e dificuldade Paciente com histórico de hemangiopericitoma metastático
para deglutir. operado há um ano e seis meses por metástase sintomática de T3 por
via dupla. Foram realizados exames de acompanhamento PET-CT e TC
Doze meses depois de realizada a cirurgia, nota-se como a recidiva
seriadas, sem identificar qualquer recidiva.
local do tumor desencadeou a falha dos implantes e uma nova
deformidade.
Observa-se
progressão local do
tumor, com sinais de
A RM deve ser indicada soltura dos parafusos
sempre que houver suspeita da massa lateral
clínica de recidiva, exceto de C4.
Observa-se
no caso de contraindicação Tomografia computadorizada de coluna cervicotorácica, corte parassagital reconstrução
ao exame. No entanto, realizada, sem
a interpretação pode ser evidência de
recidiva tumoral.
difícil, devido à deformação
anatômica, à reação Ressonância magnética (RM) Tomografia computadorizada pós-operatória de
coluna cervicotorácica, reconstrução sagital
inflamatória e à cicatriz
do paciente previamente Apesar da importância da TC para determinar a estabilidade e
operado. reconhecer as complicações mecânicas, a ressonância magnética
(RM) é o melhor exame para diagnóstico da recidiva.
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Já a RM com gadolínio mostra claramente uma recidiva local. EXEMPLO
Paciente com histórico de tratamento cirúrgico por compressão
medular em C7 por adenocarcinoma de pâncreas metastático e
radioterapia de campo externo com 30 Gy em dez frações de C5 a T3.
O paciente apresentou nova paraparesia. No exame de imagem,
foram encontrados sinais de fratura patológica e nova lesão em T5.
T5
Observa-se uma
nova lesão no nível
T5, com colapso
vertebral.
Observa-se, no nível
de T5, destruição do
corpo, com invasão
pré-vertebral e
Observa-se massa volumosa de recidiva tumoral, que não havia sido visualizada com a TC. epidural.
Ressonância magnética pós-operatória de coluna cervicotorácica, Tomografia computadorizada de coluna torácica,
sequência T1, sagital e axial reconstrução sagital e corte axial
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Tratamento Na recidiva, o tratamento cirúrgico também é indicado para os
pacientes que tiveram intenção inicial de tratamento da metástase
No paciente em tratamento por recidiva de metástase vertebral, a com radioterapia, mas apresentaram progressão local da doença
estimativa de sobrevida é importante. apesar do tratamento.
Tratamento cirúrgico
As indicações de cirurgia no
tratamento inicial da doença A cirurgia ainda é o melhor
metastática e na recidiva são método de tratamento da
similares: compressão medular por
tumor sólido, para obter Observa-se uma clara compressão medular concêntrica no nível de T7,
• compressão medular com déficit característica das metástases de próstata.
uma descompressão a
neurológico;
tempo e prevenir déficit Ressonância magnética de coluna torácica,
sequência T2, axial
• instabilidade; neurológico definitivo.
• dor de controle difícil.
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Apesar da dificuldade do tratamento de compressão medular
metastática devido à recidiva da doença, o resultado pode ser EXEMPLO
satisfatório, quando há seleção adequada do doente. Paciente submetido a uma revisão por recidiva de metástase
em T3 com antecedente de via dupla realizada há um ano. No sexto
Laufer et al. publicaram em 2010 uma série de casos com dia do pós-operatório, apresentou deiscência da ferida cirúrgica com
pacientes submetidos à reoperação por recidiva de doença exposição do material de síntese.
metastática. Demonstraram conservação da marcha em 65% dos
pacientes e sobrevida média de 9,1 meses (Laufer et al., 2010).
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Deve-se prestar especial atenção aos pacientes que estão em A) Via de abordagem posterior
tratamento com inibidores de angiogênese no período pré-
operatório, pois estão associados à deiscência de ferida cirúrgica, A via de acesso posterior permite fazer uma fixação posterior
e, portanto, devem ser suspensos uma semana antes de qualquer que pode ser mais ou menos extensa, conforme a necessidade.
cirurgia (Mellor, Cassumbhoy e Jefford, 2011). Na região torácica, possibilita também a reconstrução da coluna
anterior e média por via extracavitária, caso necessário.
EXEMPLO Caso haja uma cirurgia prévia realizada por via posterior, a cicatriz
epidural tornará o procedimento mais difícil. Contudo, é possível
Paciente com deiscência crônica da ferida, submetido a uma
fazer uma laminectomia acima e abaixo da cicatriz, para identificar
cirurgia da coluna cervical por metástase de tumor renal de células
a área do saco dural normal. Depois da identificação do saco dural
claras, que estava utilizando sunitinibe (inibidor da angiogênese).
normal, é possível dissecar e cortar a cicatriz cuidadosamente, para
deixar o saco dural exposto antes do início da ressecção da lesão.
Dessa forma, evita-se o dano acidental da medula espinhal.
CASO CLÍNICO
Paciente do sexo masculino, de 41 anos de idade, com
recidiva de metástase de hemangiopericitoma de T3.
Apresenta déficit motor progressivo e dor dorsal. O exame
físico detecta força motora grau IV de L2, bilateral, e reflexos
profundos exaltados.
Observa-se a evolução
desfavorável da ferida
cirúrgica.
Foto da ferida do paciente
Observa-se a
Vias de abordagem compressão
medular no
nível de T3
A escolha da via de acesso deverá se basear naquela que permita por recidiva
uma descompressão mais efetiva e segura da medula espinhal e das da lesão
raízes. Deve permitir também a realização de uma reconstrução metastática.
adequada. Ressonância magnética de coluna torácica, sequência T1, axial
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Decide-se realizar nova descompressão por via de
acesso posterior extracavitária.
Cefálico
Observa-se imagem da descompressão final com os parafusos colocados.
Observa-se a cicatriz epidural densa. A dissecção da cicatriz deve começar
depois da laminectomia na área, sem manipulação prévia. Foto intraoperatória final
Observa-se como o acesso pelo tecido saudável permite uma descompressão correta. Pode-se Observa-se, nas imagens de três anos após a cirurgia, a medula espinhal livre,
observar também como é possível fazer a liberação de forma extracavitária nos níveis T2, T3 e T4. sem crescimento tumoral aparente.
Foto intraoperatória durante a descompressão circunferencial Ressonância magnética de coluna torácica, sequência T2, sagital e axial
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B) Via de abordagem anterior
O acesso por via anterior tem como vantagem a possibilidade de acesso direto à massa epidural anterior e aos corpos vertebrais.
CASO CLÍNICO
Paciente do sexo masculino, de 52 anos de idade, com déficit neurológico progressivo por recidiva em T12 de metástase de câncer renal (células
claras). Como histórico, teve tratamento inicial com fixação posterior e radioterapia de campo externo.
Decide-se
O paciente apresenta
realizar nova
recidiva e uma
descompressão
nova abordagem
por via anterior
é realizada por
por toracofreno-
via posterior.
laparotomia
Há ocorrência
para evitar outra
de múltiplas
abordagem pela
complicações por
área da cicatriz.
fístula de LCR e
infecção que resulta
em mais de cinco Cefálico
procedimentos
cirúrgicos pelo Observa-se a reconstrução com cage anterior,
Observa-se o após realizada a corpectomia.
mesmo acesso.
aspecto da região
após vários Foto intraoperatória com o cage colocada
procedimentos
por via posterior.
Observa-se
o cage bem
localizado,
substituindo
o corpo
vertebral,
depois
da nova
ressecção e
estabilização.
Observa-se Tomografia computadorizada de coluna toracolombar,
invasão tumoral reconstrução sagital e corte axial
anterior com
compressão
A cirurgia permite um controle parcial da doença, com alívio dos
medular.
sintomas por quatro meses, até a ocorrência de nova recidiva, que
Ressonância magnética de coluna torácica, sequência T1, axial resulta em paraplegia.
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A abordagem por via anterior pode apresentar algumas
desvantagens:
Tratamento adjuvante
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3. RECIDIVA DOS TUMORES ÓSSEOS PRIMÁRIOS
O tratamento cirúrgico dos tumores primários Acompanhamento do paciente
localizados na coluna deve ter intenção curativa.
A classificação de Enneking (Enneking, Spanier e Infelizmente, as recidivas após o tratamento cirúrgico são frequentes.
Goodman, 1980) permite determinar as margens
mais adequadas do tratamento cirúrgico para
reduzir as chances de recidiva. Tumores primários Tumores primários
de baixo grau de alto grau
A qualidade das margens
Em várias ocasiões, não se obtém uma cirurgia
obtidas na cirurgia inicial Nos tumores primários de baixo grau, Nos tumores primários de alto grau,
inicial com margens livres. Dependendo da
tem impacto importante
extensão local da doença e da proximidade a recidiva pode acontecer muitos anos há possibilidade de recidiva local
tanto na sobrevida quanto
das estruturas viscerais, dos grandes vasos e após o primeiro tratamento (Boriani et al., e de localização distante. Diante
no controle local da doença
da medula espinhal, o tumor pode ser violado 2009), de modo que o acompanhamento de qualquer sinal de recidiva, é
no longo prazo. Dessa
acidentalmente ou até mesmo intencionalmente deve continuar por tempo prolongado. importante realizar novos exames de
forma, todo esforço para
para permitir a preservação de estruturas nobres. estadiamento sistêmico.
obter o resultado desejado A recidiva local é, com frequência, o
deve ser empregado na primeiro sinal de falha do tratamento, e Alguns fatores de risco de recidiva
O tratamento adjuvante pós-operatório é
primeira cirurgia. pode ser vista antes do desenvolvimento são os seguintes (Camargo e
indicado para todos os pacientes com tumores
primários malignos de alto grau, com o objetivo da metástase à distância. Deve-se Camargo, 2013):
de aumentar as chances de cura do câncer e manter o acompanhamento por tempo
• tumor de grande volume;
reduzir as chances de recidiva. prolongado.
• margens inadequadas de
A recidiva da doença depois do décimo
Dentre os tumores benignos, o tumor de células ressecção;
gigantes pode ser tratado com denosumab no ano é comum nos condrossarcomas de
pós-operatório de uma cirurgia incompleta. baixo grau e nos cordomas (Katonis et al., • baixa taxa de resposta à
2011). quimioterapia.
Os tumores de baixo grau, como os cordomas e
condrossarcomas, apresentam resposta ruim à
quimioterapia e, em general, são resistentes à O acompanhamento dos pacientes com tumor de baixo e alto graus deve ser feito
radioterapia convencional (Boriani, Saravanja, considerando-se os seguintes itens (NCCN, 2013):
Biagini e Fisher, 2009). Contudo, a radioterapia
• histórico clínico;
pós-operatória deve ser indicada nos casos de
violação da margem ou de doença residual, na • exame físico;
tentativa de melhorar o controle local.
• exames laboratoriais;
• exames de imagem:
– a cada três meses nos primeiros dois anos;
– a cada quatro meses depois de três anos;
– a cada seis meses nos quarto e quinto anos;
– anualmente, depois desse período.
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Manifestações clínicas Tratamento As informações sobre uma possível
metástase são fundamentais tanto para
A dor, seja local ou à distância, e as manifestações neurológicas Diante de uma recidiva, a discussão multidisciplinar quanto para
podem ser elementos de alerta que indicam a possibilidade de é fundamental revisar o a decisão de realizar uma nova cirurgia
recidiva de um tumor ósseo primário. estadiamento sistêmico de ampliação das margens, tratamento
para saber se a doença quimioterápico, radioterapia ou cirurgia
continua localizada ou se paliativa.
Exames complementares há metástase à distância.
Laboratorial
Tumores benignos ou malignos de baixo grau
Nos tumores de baixo grau, os exames laboratoriais são de pouca
importância para sinalizar a possibilidade de recidiva. Os tumores primários benignos agressivos e os tumores malignos
de baixo grau geralmente precisam ser tratados com nova cirurgia
Nos tumores de alto
quando ocorrer recidiva local. São tumores com prognóstico de
grau, os exames laboratoriais
Exames de imagens sobrevida longo e pouca eficácia de tratamentos quimioterápico
são inespecíficos, mas
e radioterápico. De acordo ao tipo histológico e à capacidade de
podem demonstrar
Nos tumores primários, os exames de imagem de controle são ressecção da lesão com margem cirúrgica adequada na cirurgia de
leucocitose, anemia,
fundamentais para o acompanhamento. A RM é o método mais revisão, existe possibilidade de cura.
aumento do DHL ou VHS
adequado para diagnóstico da recidiva.
e aumento da fosfatase
alcalina (Camargo e
Tumores de células gigantes
Camargo, 2013).
É importante ressaltar que os exames de imagem podem ser
de interpretação difícil no período pós-operatório precoce. As recidivas dos tumores de células gigantes devem ser tratadas
como se fossem seu primeiro tratamento.
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CASO CLÍNICO
Paciente do sexo feminino, de 15 anos de idade, que ingressa em nossa divisão com dor na região torácica e quadro neurológico.
Antecedentes: em outra instituição, foi realizada uma cirurgia de descompressão posterior por compressão medular com déficit neurológico. A
descompressão foi intralesional, e o diagnóstico histopatológico foi tumor de células gigantes. A paciente melhorou do comprometimento neurológico.
Observa-se
reconstrução
circunferencial
alcançada com cage
anterior e fixação
transpedicular dois
níveis acima e dois
Observa-se comprometimento tumoral em parte do arco posterior e no corpo de T10. níveis abaixo.
Tomografia computadorizada de coluna torácica, reconstrução sagital e corte axial Radiografia pós-operatória de coluna torácica de frente e perfil
Decide-se realizar uma ressecção em bloco por abordagem posterior, A paciente apresenta
com substituição do corpo por um cage e fixação transpedicular. infecção pós-
operatória no quinto
dia e empiema
que necessita de
drenagem bilateral de
tórax.
Um ano após a
cirurgia, evolui
com infecção local
tardia e apresenta
deformidade por
soltura dos implantes.
Observa-se a soltura
da reconstrução, no
Observa-se ressecção em bloco do corpo vertebral. ano da cirurgia.
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Condrossarcoma de baixo grau
Decide-se realizar nova cirurgia para limpeza e revisão com
extensão da área de fixação e artrodese posterior.
No condrossarcoma de baixo grau, a presença de recidiva local
deve indicar novo tratamento cirúrgico com margens amplas.
CASO CLÍNICO
Paciente do sexo feminino, de 46 anos de idade, com
diagnóstico de condrossarcoma costovertebral operado há
dois anos, com toracotomia direita extensa. Há um ano,
apresenta dorsalgia progressiva.
Foto intraoperatória
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Decide-se realizar uma ressecção ampla, em bloco, com margens livres,
por ser a melhor opção factível no caso de recidiva de tumor maligno de
baixo grau.
Observa-se recidiva local, com lesão com calcificação intralesional. Observa-se a peça rodeada de tecidos saudáveis, livre de tumor.
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Cordomas Sarcoma de Ewing e osteossarcoma
Os cordomas são caracterizados por altas taxas de recidiva local. A recidiva do sarcoma de Ewing e do osteossarcoma, seja local ou
à distância, está associada a um prognóstico muito ruim (NCCN,
Há possibilidade de metástase no pulmão, ossos, partes moles, 2013).
linfonodos, fígado e pele, em até 40% dos pacientes com
recidiva local (Fuchs, Dickey, Yaszemski, Inwards e Sim, 2005; As recidivas tardias (definidas como as que ocorrem dois ou mais
McPhersam et al., 2006). anos depois do diagnóstico inicial), a metástase pulmonar isolada
e a recidiva local que pode ser tratada com cirurgia agressiva e
A recidiva pode ser tratada com nova cirurgia, radioterapia ou quimioterapia intensiva são fatores de melhor prognóstico (NCCN,
ambas. O tratamento quimioterápico é uma opção para pacientes 2013).
com recidiva.
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4. SÍNTESE
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REFERÊNCIAS
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