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METODOLOGIA
Foram estudados 60 universitários, de ambos os sexos, sendo 5 masculino e 55
feminino, ativos e saudáveis, idade 20,6±1,7 anos, estatura 1,65±0,067 m; massa corporal
57,7±8,8 kg, índice de massa corporal (IMC) 21,2±2,6 kg/m2, que não realizavam treino de
fortalecimento muscular.
Para a medida da massa corporal foi utilizada uma balança antropométrica
(FILIZOLA, SP, BRASIL), com um estadiômetro de metal, utilizado para medir a estatura.
Foi empregado também uma mesa flexo-extensora (IPIRANGA, SP, BRASIL) para avaliar a
força máxima dos músculos estudados.
Antes da realização do teste, os voluntários passaram por uma rotina de familiarização
com os equipamentos que constou de explicações quanto à execução dos exercícios,
demonstrações e execução dos exercícios.
Previamente aos testes de carga máxima, os sujeitos realizaram 3 minutos de
aquecimento na bicicleta ergométrica (25W), na velocidade de 20 Km/h, seguida de 3 séries
de 15 segundos de alongamento para o quadríceps, isquiotibiais e tríceps sural em ambos os
membros; executando em seguida o teste.
Para efetuar o movimento de flexão do joelho os sujeitos se posicionaram em decúbito
ventral, quadril em aproximadamente 30° de flexão, com a almofada do braço de resistência
do equipamento apoiado na região distal e posterior da tíbia, completando o movimento ao
realizar a flexão total do joelho e retornar à posição inicial.
Para a extensão do joelho, o voluntário permaneceu sentado com o encosto a 90°
verticalmente e a parte distal e anterior da tíbia em contato com o braço de resistência do
equipamento, concretizando o movimento ao estender completamente o joelho e voltar à
posição de repouso.
Para o registro da carga máxima atingida por cada indivíduo, iniciou-se o teste com
carga inicial abaixo do seu nível máximo, com acréscimo de carga progressiva quando o
movimento for realizado corretamente até o momento que não conseguir mais efetuar o arco
de movimento com perfeição (LIBARDI, 2007).
Os sujeitos receberam estímulos verbais durante os testes para que atingissem a
máxima contração; foram orientados para segurar firmemente nos apoios laterais do assento,
com o objetivo de obter o melhor resultado possível e auxiliar na execução de força durante o
movimento contra-resistido.
A carga máxima atingida foi quantificada em quilogramas (kg) e a razão foi calculada
através da divisão dos valores obtidos na flexão e extensão do joelho.
Todos os testes foram realizados no mesmo período do dia para padronizar as
influências circadianas.
RESULTADOS
Os resultados são apresentados na tabela 1, em média e desvio padrão.
Tabela 1. Dados demográficos, antropométricos, carga máxima atingida nos testes de flexão e
extensão dos joelhos e razão.
Média+Desvio padrão
Idade (anos) 20,6+1,7
Estatura (m) 1,65+0,067
Massa corporal (Kg) 57,7+8,8
IMC (kg/m2) 21,2+2,6
Flexão de joelho (Kg) 28,9+13,6
Extensão de joelho (Kg) 45+15,4
Razão (%) 64
Legenda: m = metros; Kg = quilogramas; IMC = índice de massa corpórea; m2 = metros ao
quadrado; % = porcentagem.
DISCUSSÃO
No presente estudo a razão entre os flexores e os extensores do joelho foi de 64%,
corroborando o estudo de MELLO (2008) que analisou a relação de força dos flexores e
extensores, de forma concêntrica, entre indivíduos com e sem osteoporose.
Aagaard (1998), argumenta que valores inferiores de 60% indicam a predominância da
musculatura extensora ou déficit da musculatura flexora, caracterizando um desequilíbrio
muscular na articulação do joelho, com aumento da predisposição de ocorrer lesões. Já para
Fleck et al (1986) depende da população testada, sendo normal para o intervalo entre 56% e
80%.
No entanto, KELLIS et al (1995) considera normal valores aproximados de 60%, a
qual juntamente com BATZOPOULOS (1998), encontraram uma variação considerável (45%
a 90%) na razão extensão-flexão de joelhos em adolescentes.
CONCLUSÃO
Os dados do presente estudo indicam que universitários não treinados apresentam
razão I/Q dentro da faixa de normalidade preconizada pela literatura.
REFERÊNCIAS
AAGAARD, P. et al. A new concept for isokinetic hamstring: quadriceps muscle strength
ratio. Am. J. Sports Med., v.26, n ° 2, p. 231-237, 1998.
LIBARDI, C.A.; et al. Comparação de Testes de 1RM e 10RMs em homens jovens treinados.
Saúde em Revista, v.9, n° 22, p. 31-37, 2007.
KELLIS, E.; BALTZOPOULOS, V. Isokinetic eccentric exercise. Sports Med., v.19, p. 210-
212, 1995.