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UNIVERSIDADE TIRADENTES

CURSO DE GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

LUCAS HENRIQUE FEITOSA DOS SANTOS


NILSON PEREIRA DO NASCIMENTO JUNIOR

ANÁLISE FUNCIONAL EM CORREDORAS DE RUA COM


SÍNDROME DA DOR PATELOFEMORAL

Aracaju
2021
LUCAS HENRIQUE FEITOSA DOS SANTOS
NILSON PEREIRA DO NASCIMENTO JUNIOR

ANÁLISE DA CORRELAÇÃO DE FORÇA MUSCULAR E


DISTRIBUIÇÃO DA PRESSÃO PLANTAR NO DESEMPENHO
FUNCIONAL EM CORREDORAS DE RUA COM SÍNDROME DA
DOR PATELOFEMORAL

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Universidade
Tiradentes como um dos
pré-requisitos para obtenção do grau
de Bacharel em Fisioterapia.

ORIENTADOR (A): MSC. FLÁVIO


MARTINS DO NASCIMENTO FILHO

Aracaju
2021
ANÁLISE DA CORRELAÇÃO DE FORÇA MUSCULAR E DISTRIBUIÇÃO DA
PRESSÃO PLANTAR NO DESEMPENHO FUNCIONAL EM CORREDORAS
DE RUA COM SÍNDROME DA DOR PATELOFEMORAL
Lucas Henrique Feitosa dos Santos; Nilson Pereira do Nascimento Junior; Flávio

RESUMO (FONTE 12, MAIÚSCULA E EM NEGRITO)

Analisar as capacidades funcionais de praticantes de quaisquer modalidades é de


extrema importância. Tal importância se dá não somente com o pensamento voltado à
potencialização do rendimento esportivo, mas também pela qualidade mecânica e
conforto em exercê-lo. Já é conhecido com base na literatura atual que a dor
femoropatelar influencia negativamente no rendimento esportivo de corredores, muito
pelo fato de estar relacionada com a dor, e tal dor sugerir um fator potencialmente
limitante, especialmente quanto a distância percorrida por um atleta de corrida. Vários
fatores podem estar relacionados à síndrome da dor sentida pela paciente com a
síndrome da dor patelofemoral (SDPF), tais fatores vão desde as causas biopsicossociais
a questões relacionadas a mecânica e antropologia do indivíduo. É importane definir se
variáveis antropométricas como peso, idade, sexo e Imc podem estar relacionadas a
SDPF, assim como é importante correlacionar se achados quanto a força muscular,
estabilidade da estrutura envolvida, dinâmica de pisada e valgo dinâmico de joelho em
corrida podem de alguma forma estar relacionados a presença da SDPF em corredoras.
Devido a isto, este projeto surge com o intuito de correlacionar tais capacidades, já
citadas anteriormente, a presença da dor patelofemoral, a fim de acrescentar um novo
acervo de conhecimento com tais achados e relacioná-los de forma a que venha gerar
esclarecimentos acerca da relação entre dor e capacidade funcional em atletas
corredoras de rua.

OBS: Número de caracteres: entre 250 e 300 caracteres


Alinhamento: Justificado, sem “quebra de parágrafos” e com espaço simples

Descritores ou Palavras-chave: de 03 a 5 palavras ou descritores (Fonte 12) separando


por ponto; usar descritores indexados (http://decs.bvs.br).
TÍTULO DO TRABALHO EM INGLÊS (FONTE 12, NEGRITO, MAIÚSCULO)

ABSTRACT (Fonte 12)

Analyzing the functional abilities of practitioners of any modalities is extremely


important. Such importance is given not only to the thought aimed at enhancing sports
performance, but also to the mechanical quality and comfort in exercising it. Based on
current literature, it is already known that patellofemoral pain negatively influences the
sport performance of runners, mainly because it is related to pain, and such pain
suggests a potentially limiting factor, especially regarding the distance covered by a
runner. Several factors may be related to the pain syndrome experienced by the patient
with patellofemoral pain syndrome (PFPS), such factors ranging from biopsychosocial
causes to issues related to the individual's mechanics and anthropology. It is important
to define whether anthropometric variables such as weight, age, sex and BMI may be
related to PFPS, as well as it is important to correlate whether findings regarding muscle
strength, stability of the involved structure, stepping dynamics and dynamic knee valgus
in running can at all way to be related to the presence of PFPS in runners. Because of
this, this project appears with the aim of correlating such capacities, already mentioned
above, with the presence of patellofemoral pain, in order to add a new body of
knowledge with such findings and relate them in a way that will generate clarifications
about the relationship between pain and functional capacity in street runners.

Descritors or Keywords:
1 INTRODUÇÃO (FONTE 12, MAIÚSCULA E EM NEGRITO)
A corrida além de fazer parte da grade de atletismo como um esporte olímpico,
no Brasil grande parte da população utiliza dessa modalidade como seu principal meio
de exercício físico. Essa modalidade tornou-se de grande aceitação por parte da
população, em que fez-se adotar um perfil social com estilo de vida mais ativo em
relação à prática esportiva. Principalmente pela simplicidade, baixo custo e fácil
realização (1- DIAS, CLEBER; 2017). A corrida como um esporte vai além do lazer,
podendo trazer efeitos positivos para reabilitação ou ser praticada de modo competitivo,
associando-se positivamente na melhora da aptidão física, bem estar e qualidade de vida
(2- HESPANHOL; LOPES 2013).
É possível encontrar na literatura implicações positivas (que vão além do
quesito estético) da corrida de rua (3- MORGAN; COSTILL, 1996), como também
fatores negativos para ela (4- COLBERT ET. AL., 2000). Em estudo transversal de tipo
exploratório publicado no ano de 2008, Pazin et. al. com o objetivo de identificar
características físicas, demográficas de treinamento e a prevalência de lesões
musculares/osteoarticulares em corredores de rua amadores, bem como verificar nível
de relação lesão/idade, frequência do treinamento diário e semanal, distância percorrida
por semana, orientação especializada, prática de outra atividade física e tempo de
prática da corrida, contou com 604 corredores de rua formados por conveniência com
idade entre 20 e 72 anos que participaram de provas organizadas em Santa catarina em
2006. Pazin concluiu que seu trabalho mostrou que o maior tempo de prática (em anos)
não está significativamente associado à prevalência de lesões.
Existem evidências de que grande parte dos problemas provenientes da prática
da corrida de longa duração pode ser evitada por meio de adaptação adequada ao
treinamento, o que resulta em aumento da performance (6- FREDERICSON; MISRA;
2007). Uma das lesões que mais acometem corredoras é a Síndrome da Dor
Patelofemoral (SDPF), estima-se que sua incidência em atletas deste esporte pode
chegar a aproximadamente 25 a 40% de dor no joelho relacionado à corrida (7- M. G.
CALLAGHAN E ET. AL, 2013). Além de ser uma condição que acomete mais
corredores (8- J. E. TAUNTON ET. AL, 2002), as mulheres, quando comparadas aos
homens possuem a maior incidência de SDPF em uma relação de 2:1 (9- M. BOLING
ET. AL. 2010), além de ser mais prevalente em mulheres, as de faixa etária entre 18 e
35 anos de idade foram as que se mostraram mais propícias que as de demais idades a
apresentar SDPF (10- J.R. ROUSH; R.C BAY, 2012). Quando se fala acerca da SDPF
precisa-se levar em consideração sua multifatoriedade que se comprova devido a pouca
compreensão sobre sua etiologia e relacioná-la quanto a estrutura anatômica e
biomecânica dos gestos motores executados na corrida (11- N.E LANKHORST ET. AL,
2013).
Quando se fala em biomecânica dos gestos executados na corrida, devemos
levar em consideração que a corrida é uma atividade motora altamente complexa em
que são inseridas diversas ação de vários níveis do sistema nervoso, onde grande parte
dos músculos do corpo participam da atividade. A presença de alterações na frequência
e amplitude de passada exigem também alterações nos níveis de
alongamento-encurtamento muscular e força muscular, o que gera demanda aeróbia. Na
corrida então, o movimento de cada segmento pode ser considerado como uma ação
harmônica proveniente do intuito de alcançar locomoção que apresente alteração do
centro de massa com menor gasto de energia possível (12- MARTIN; SANDERSON,
2000)
Em um estudo desenvolvido por Fukuchi et al. e conduzido no Laboratório de
Biomecânica e Controle Motor na Universidade Federal do ABC (UFABC), em que
contou com 28 corredores regulares tendo como objetivo de apresentar um conjunto de
dados de avaliação da biomecânica da corrida (cinemática e cinética), incluindo dados
sobre hábitos de corrida, dados demográficos e níveis de força muscular e flexibilidade
além de examinar o efeito da velocidade de corrida em variáveis ​biomecânicas da
marcha relacionadas a lesões de corrida e economia de corrida. Ele conclui que houve
um efeito da velocidade de corrida na maioria das variáveis ​biomecânicas da marcha
selecionadas para este estudo. No entanto, os padrões de batida com os pés não foram
afetados pela velocidade de corrida.
Conforme esclarecido na Conferência Mundial sobre Esporte e Fisioterapia
(13- ARDEN et al., 2016) as habilidades funcionais do atleta é uma variável intrínseca
de grande importância para destaque no processo de reabilitação e prevenção de lesões.
O papel dos testes funcionais (TF) nas avaliações de pré-temporada são vitais para
medir esse tipo de habilidade, para categorizar o nível de capacidade que o atleta
apresenta para a demanda do esporte. Apesar desses testes não terem capacidade
resolutiva de predizer lesão, possuem um potencial importante para o aspecto de
minimização de futuras lesões, quando bem utilizados, em avaliar as capacidades
funcionais do atleta em seu respectivo gesto e atividade esportiva (14- HEGEDUS;
COOK CE, 2015).
A grande maioria dos procedimentos para os TF são baseados na execução de
tarefas em cadeia cinética fechada (por exemplo, Y BALANCE TEST), mas o esporte
requer habilidades em cadeia cinética aberta além de habilidades fechadas. Essas
habilidades abertas têm a capacidade de exigir um elemento de reação para executar a
tarefa motora, geralmente além da tomada de decisão, em um estado de fadiga.
Portanto, confiar apenas em atividades de cadeia cinética fechada pode não apresentar
de forma mais fidedigna a capacidade funcional para a atividade sugerida. Essas
ferramentas de medição são capazes de avaliar o sujeito de maneira global,
principalmente quando bem selecionadas para seu contexto de uso, pois é possível
simular as condições de um esporte ou atividade específica, e podem medir
simultaneamente flexibilidade, força, coordenação, equilíbrio e controle motor
(15-OKADA T.; HUXEL KC; NESSER TW, 2011).
Desse modo, devido ao crescente número e adesão da população a esse tipo de
atividade física com repercussões positivas e negativas, analisar as capacidades
funcionais de praticantes de quaisquer modalidades é de extrema importância. Fez-se de
interesse e objetivo avaliar as relações de capacidades físicas às habilidades funcionais
dos membros inferiores em atletas amadores de corrida de rua com Síndrome da Dor
Patelofemoral que atuam no estado de Sergipe.
2 METODOLOGIA (FONTE 12, MAIÚSCULA E EM NEGRITO)
Delineamento do estudo
Trata-se de um estudo analítico, observacional, transversal.
Local da pesquisa
A pesquisa será realizada na Clínica Live – Fisioterapia Ortopédica e
Desportiva, inscrita junto ao CNPJ sob o número 24.994.959/0001-58, localizada na
Rua Benjamin Fontes, número 198, Bairro Luzia, Aracaju, Sergipe.
Amostra
A técnica de amostra será do tipo não probabilística selecionada por
conveniência em parceria com corredoras de rua amadoras em Aracaju. Serão incluídos
no estudo corredoras com faixa etária de 18 a 50 anos, com tempo de prática regular há
pelo menos 6 meses, com intensidade igual ou superior a 10km/semana. As corredoras
que tiverem presença de dor ou quaisquer alterações de qualquer origem (congênita,
traumática, metabólica, inflamatória, neurológica ou degenerativa), herdada
geneticamente ou adquirida, cirurgia prévia na coluna ou em qualquer um dos membros
inferiores e gestantes serão excluídos do estudo.
De acordo com a proposta de Yamato et al16, os critérios de consenso para
lesões relacionadas à corrida para o diagnóstico de SDPF como presença de dor
insidiosa na região anterior do joelho durante treinos ou prática de corrida com início
dos sintomas há pelo menos três meses. A dor média nos últimos 3 meses deve ser
classificada com intensidade mínima de 3 (0: sem dor a 10: dor intensa) na Escala
Numérica da Dor (END), devendo ser reproduzida por pelo menos uma das seguintes
situações: durante agachamentos, ao ajoelhar-se, longos períodos sentados, subir ou
descer escadas.
Tamanho da Amostra
A amostra foi composta por 24 voluntários, esse tamanho da amostra foi
definido por conveniência.
Recrutamento e Seleção da Amostra
Participantes em potencial, mulheres corredoras entre 18 e 50 anos, serão
recrutadas aleatoriamente, pelos pesquisadores envolvidos no projeto, em parceria com
praticantes e clubes de corrida na cidade de Aracaju, SE.
Inicialmente, os voluntários recrutados serão submetidos a preencher um
Formulário de Pesquisa (Apêndice 1), que ficará de posse apenas dos pesquisadores. O
formulário é composto por seis partes, incluindo exame clínico realizado pelo
pesquisador responsável pela estação. Ao final deste formulário, os voluntários
recrutados poderão ou não ser alocados em um dos grupos da pesquisa de acordo com o
preenchimento dos critérios de inclusão e exclusão e com a assinatura, voluntária, do
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido da pesquisa (Apêndice 3), o qual
informará ao voluntário sobre a pesquisa, seus benefícios e riscos.
Os voluntários serão distribuídos em grupo caso, composto por mulheres
corredoras com diagnóstico de Síndrome da Dor Patelofemoral (SDPF) ou grupo
controle por mulheres corredoras assintomáticas. Então alocados e após preenchimento
do Apêndice 1, passarão a ser identificados durante todo a projeto por um número de 1
a 24, que serão gerados de forma randomizada pela ferramenta on-line de randomização
disponível em sítio na internet www.random.org. Após este passo, os voluntários
estarão aptos a participar dos procedimentos da pesquisa.
Aspectos Éticos
Todos os procedimentos do estudo serão realizados de acordo com as normas
de pesquisa envolvendo seres humanos (Res. CNS 466/12) do Conselho Nacional de
Saúde, respeitando as normas éticas e os direitos dos participantes. O trabalho será
submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Tiradentes via Plataforma
Brasil. Os dados serão coletados com autorização dos pacientes após assinatura do
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE, onde os mesmos receberam
informações sobre a importância do estudo e sobre os procedimentos a serem
realizados, garantindo-lhes todos os direitos contidos na resolução supracitada.
Instrumentos utilizados na coleta de dados
Será utilizado na pesquisa um questionário contendo informações do perfil
antropométrico do participante, elaborado por todos os membros envolvidos no estudo;
A avaliação da dor e funcionalidade dos joelhos serão realizados pela Escala de Kujara17
(Scoring of Patellofemoral Disorders, adaptado para língua portuguesa18); Tripé e
Câmera Digital para gravação do valgo dinâmico durante a corrida; Dinamômetro
Manual Isométrico da marca LAFAYETTE INSTRUMENT EVALUATION® (modelo:
HandHeld) para mensuração de força muscular; Teste funcional Y BALANCE TEST com
objetivo de avaliar a estabilidade e capacidade funcional do membro inferior em cadeia
cinética fechada; Plataforma de baropodometria (modelo: S-PLATE - SOFTWARE V8.4
MC) para avaliação do tipo de pisada e distribuição de pressão plantar.

Sistemática para a coleta de dados


Para facilitar a coleta de dados, serão estabelecidas estações avaliativas:
I- Estação: Avaliação Clínica (Questionário antropométrico de perfil do
participante);
II- Estação: Avaliação Dor e Funcionalidade (Escala de Kujara);
III- Estação: Avaliação do Valgo Dinâmico
IV- Estação: Aplicação do teste funcional Y Balance Test;
V- Estação: Avaliação de força isométrica dos músculos do joelho e quadril;
VI- Estação: Avaliação baropodométrica do tipo de pisada e distribuição de
pressão plantar;

Avaliação Clínica
Nessa estação o voluntário será avaliado através de um questionário
confeccionado, que conterá dados pessoais e dados antropométricos do participante,
onde serão coletados: peso (kg) , altura (cm) e cálculo do índice de massa corporal
(IMC=kg/cm2).
O peso corporal será avaliado por uma balança digital DIGI-HEALTH
Serene® (Multilaser Industrial®, Brasil) com capacidade máxima para 180 quilogramas
(Kg). Os participantes serão orientados a subir na balança descalços e vestir-se com
roupas leves, sem acessórios nos bolsos ou em outras partes do corpo. Sob devida
orientação, no momento da mensuração, a distribuir o peso do corpo em ambos os
membros inferiores, mantendo o olhar na linha do horizonte.
A estatura será aferida por estadiômetro com capacidade máxima de 2 metros
(cm). Os participantes estarão descalços, em posição ortostática com as pernas e pés
paralelos, braços relaxados ao lado do corpo, palmas das mãos voltadas para o corpo e
cabeça reta com o olhar na linha do horizonte. As costas dos indivíduos deverão estar
voltadas para a parede e a medida será registrada em centímetros (cm). No momento da
mensuração será feito a solicitação de uma apnéia inspiratória com intuito de minimizar
variações de altura.

Avaliação da Dor e Funcionalidade (Escala de KUJALA)


Trata-se de um questionário validado que avalia sintomas subjetivos, como a
dor anterior no joelho, e limitações funcionais na SDPF. Os itens avaliados no
questionário são dor, claudicação, subluxação patelar, subidas de escadas, caminhadas e
manter-se sentado por longos períodos com os joelhos flexionados. Tem pontuação de 0
a 100, onde 0 significa dor constante e várias limitações funcionais e 100 significa
ausência de dor ou limitação funcional. Apresenta boa confiabilidade (teste de
Spearman = 0,86) e consistência interna (alpha de Cronbach = 0,82)17, sendo um dos
mais usados escores de dor e funcionalidade do joelho para pacientes com SDPF na
literatura científica.
Avaliação do Valgo Dinâmico
Nessa estação será avaliado o valgo dinâmico do joelho através da medição do
ângulo de projeção no plano frontal (APPF) do membro inferior19. Este ângulo formado
por duas linhas, a primeira traçada da espinha ilíaca ântero-superior (EIAS) ao centro da
patela e a segunda, do centro da patela ao centro de rotação do tornozelo. Esses três
pontos de referência corporais serão utilizados como referencial para medição do APPF
durante a realização de corrida em esteira.
Serão gravados em vídeo estabelecidos em uma taxa de quadros de 30Hz de
câmera digital (Canon, Modelo EOS 550D, USA). Para estabilização do vídeo, foi
acoplada em tripé estático e a uma distância de 3 metros, com altura equivalente ao
nível do joelho do participante, de acordo com o protocolo proposto por Mizner et al20.
Todos os voluntários usaram roupas esportivas que não impedissem a realização dos
movimentos, assim como seus próprios tênis e meias habituais de treinamento e corrida.
Imediatamente antes da realização da corrida em esteira e dos testes funcionais, foram
submetidos a um programa de aquecimento composto por atividade em bicicleta
ergométrica estacionária durante 5 minutos, em velocidade confortável.
Foi utilizada esteira ergométrica do modelo LX Classic 3.0 (Movement®, São
Paulo, Brasil) para realização da corrida, com área de 42cm. Foi orientado aos
voluntários iniciar a corrida em velocidade baixa e de forma gradual aumentando até a
velocidade que represente o seu ritmo habitual de corrida (pace) e, então, deve-se
manter esse ritmo durante 5 minutos. Após isto, serão gravados em vídeo os 10
segundos seguintes de corrida e então os voluntários serão orientados a parar de correr.
Aplicação do teste funcional Y Balance Test
Inicialmente será mensurado o tamanho do membro inferior (MI) esquerdo e
direito do participante em decúbito com membros estendidos, a fita métrica será
posicionada da espinha ilíaca anterossuperior até o maléolo medial. Posteriormente, no
momento da aplicação, o indivíduo é instruído a posicionar o MI a ser avaliado (em
apoio unipodal) no centro da plataforma e levar o outro membro nas direções anterior,
posteromedial (PM) e posterolateral (PL) para que alcance a maior distância possível,
será mensurado a distância máxima alcançada em cada direção. De acordo com Hertel
et al23, serão realizadas seis repetições do teste, com descanso de 45seg entre elas, sendo
que as três primeiras avaliações serão feitas com o objetivo de familiarizar o avaliado ao
movimento e, as outras três medidas serão somadas, divididas por três e multiplicadas
pelo comprimento do membro. Na referida tarefa, o sujeito não pode: tocar o pé fora da
linha, descarregar seu peso no pé que toca a linha, desequilibrar e tocar o pé suspenso
no solo. Em caso de ocorrer alguma dessas situações, o teste é anulado e o mesmo é
orientado a repetir.
Avaliação de força muscular isométrica máxima do joelho e quadril
A avaliação de força muscular será realizada seguindo o posicionamento de
Kendall (2006) e a padronização de Lippert (2000).
Serão avaliadas a força muscular isométrica de extensão e flexão de ambos os
joelhos dos voluntários, assim como abdução e extensão de quadril. As avaliações serão
feitas utilizando dinamômetro manual isométrico digital da marca Lafayette modelo
01165 (Lafayette Instruments®, USA). Durante os procedimentos, os participantes
estarão sentados sobre a maca, o dinamômetro será posicionado e mantido
manualmente, pelo avaliador, nos pontos de aferição e a força muscular será realizada
contra a resistência do avaliador. Serão realizadas quatro repetições para cada
movimento, sendo que a primeira avaliação é feita com o objetivo de familiarizar o
avaliado ao movimento e, a partir das outras três medidas, será calculada a média
aritmética da força muscular isométrica máxima registrada no dinamômetro. Cada
aferição dura, aproximadamente, cinco segundos e o paciente é orientado a executar
uma contração voluntária isométrica máxima contra a resistência. Após cada aferição, o
indivíduo terá um período de repouso de trinta segundos21 antes da segunda
mensuração, até que se totalizem as aferições. Os valores de força muscular isométrica
máxima serão registrados em quilogramas-força e normatizados pelo peso corporal em
quilogramas do indivíduo, obtendo kgf/kg22.
1. Avaliação de força muscular isométrica máxima do joelho
O participante permanecerá sentado sobre a maca com as pernas pendentes,
joelhos e quadris fletidos em 90° e em posições neutra de rotação e adução-abdução. Os
membros superiores serão posicionados cruzados sobre o tórax com as mãos apoiadas
nos ombros contralaterais. No membro inferior avaliado para extensão do joelho, o
avaliador posiciona o dinamômetro manual digital sobre a face anterior da perna, logo
acima do tornozelo, e solicita ao paciente a realização do movimento com força máxima
contra sua resistência. No membro inferior avaliado para flexão de joelho, o avaliador
posiciona o dinamômetro sobre a face posterior da perna, logo acima do tornozelo, e
solicita ao paciente a realização do movimento com força máxima contra sua
resistência. (Anexo X)
2. Avaliação de força muscular isométrica máxima do quadril
Para a realização do teste de força do quadril em extensores do quadril, o
voluntário posicionou-se em decúbito ventral na maca com o membro a ser avaliado em
posição neutra de quadril e flexão de joelho de 90º. O membro contralateral permaneceu
em posição neutra de quadril e extensão de joelho sobre a maca. O dinamômetro foi
posicionado na região posterior distal da coxa, acima da fossa poplítea, e então foi
solicitado a execução de extensão do quadril com força máxima contra a resistência
imposta pelo examinador.
Para a realização do teste de força em abdutores do quadril, foi realizado de
acordo com o protocolo padronizado por Piva et al.42. O voluntário posicionou-se em
decúbito lateral sobre o quadril e joelho do membro inferior em flexão de 45º. Será
avaliado o membro contralateral, cujo quadril será posicionado em rotação e
flexo-extensão neutras e 20º de abdução, enquanto o joelho permanece em extensão
completa. O avaliador posiciona o dinamômetro manual digital Lafayette
imediatamente proximal ao maléolo lateral do tornozelo, e, então, solicita a realização
de abdução do quadril com força máxima contra a sua resistência. (Anexo Y)
Avaliação baropodométrica do tipo de pisada e distribuição de pressão
plantar
Nesta estação, a coleta de dados será realizada em duas etapas (Estática e
Dinâmica) sobre a plataforma de pressão S-Plate, utilizando o Software V8.4 MC. A
plataforma de pressão com sensores do tipo resistivo, resolução de 1600 (40 x 40) por
números de sensores e taxa de quadros em 100 Hz será empregada para determinar os
parâmetros relativos à pressão plantar. Na etapa Estática, os sujeitos serão orientados a
posicionar os calcanhares em uma distância de 2cm e os pés levemente abertos
formando um ângulo de 15° sobre a plataforma. Para chegarmos nesse padrão
utilizamos uma régua ou trena e uma base de acrílico com essa angulação. Assume-se
que o peso corporal será distribuído de forma similar na superfície. Na etapa Dinâmica,
foram coletadas as variáveis de Distribuição de Pressão Plantar. Os sujeitos foram
instruídos a caminhar descalços em uma passarela plana em trajetória retilínea e com
uma velocidade média de 1,38m/s ± 10%. Após orientação e demonstração da tarefa a
ser executada, os sujeitos realizaram 5 repetições válidas, na qual tocaram a superfície
da plataforma com ambos os pés e na velocidade pré-estabelecida. Como de acordo com
Le Clair (1996), o tempo de coleta de dados em torno de 30 segundos é tempo suficiente
para avaliar adultos e idosos.
Análise Estatística
A análise estatística foi realizada inicialmente através de dados coletados que
foram transportados para uma planilha de dados no programa Excel for Windows 10,
onde foi realizada a estatística descritiva e analítica, com as medidas de posição
(média), de dispersão (desvio padrão) e frequência absoluta (N) e frequência relativa
(%). Posteriormente, foram feitas análises no programa GraphPad Prisma 6. Para o teste
de normalidade foi utilizado o teste de Shapiro-Wilk. Para comparação entre as
variáveis foi utilizado o teste de Mann-Whitney ou teste t não pareado para amostras
paramétricas ou não paramétricas, respectivamente. O nível de significância foi fixado
em p < 0,05.
3 RESULTADOS (FONTE 12, MAIÚSCULA E EM NEGRITO)
A amostra total avaliada foi de 24 corredoras de rua, todas do sexo feminino,
separadas em dois grupos: caso (n=10) e controle (n=14), sendo classificadas de acordo
com a presença e ausência de Síndrome da Dor Patelofemoral (SDPF), respectivamente.
Todas são residentes da cidade de Aracaju/SE, com média de idade de 36,09 anos, peso
65,09 kg, altura 1,65 m, IMC 23,81 Kg/cm2, tempo de prática 1,4 meses, tempo de
prática do esporte 54,15 meses, número de dias em que costuma correr por semana 3,07
dias e distância média percorrida por semana 20,30 km. (Tabela 1).

Grupo caso Grupo controle


Avaliação clínica
(n = 10) (n = 14)
Idade (anos) 36,40 ± 8,74 35,79 ± 6,46
Faixa etária
18 - 40 anos 6 (60%) 10 (71,43%)
40 – 50 anos 4 (40%) 4 (28,57%)
Lado da estatística
Direito 6 (60%) 13 (92,86%)
Esquerdo 4 (40%) 1 (7,14%)
Peso (Kg) 67,79 ± 11,33 62,39 ± 8,32
Altura (cm) 166,10 ± 6,33 163,86 ± 7,34
IMC (Kg/cm2) 24,48 ± 3,18 23,14 ± 2,56
Tempo de prática (meses) 1,30 ± 0,67 1,50 ± 0,52
Tempo de prática do esporte (meses) 48,80 ± 45,71 59,50 ± 60,75
Número de dias que costuma correr por semana 3,00 ± 0,47 3,14 ± 0,36
Distância média percorrida por semana (Km) 19,40 ± 4,60 21,21 ± 6,67
Tabela 1: Dados gerais das corredoras. Valores apresentados em média ± desvio padrão, frequência absoluta (n) e
relativa (%).

Tanto ao grupo caso quanto no grupo controle foi aplicado o questionário de


Kujala para avaliar a sintomatologias subjetivas como dor anterior na região do joelho e
limitações funcionais na SDPF, os resultados mostram que o grupo caso apresentou a
pontuação (score) de 85,70 (±10,13) enquanto que o grupo controle demonstrou
pontuação (score) de 96,29 (±4,91) em um p significativo de 0,001*, isto indica que o
desempenho quanto ao questionário de Kujala do grupo controle foi superior ao grupo
caso. Os dados sugerem então, que o grupo controle possui menos limitações e queixas
de dor quando relacionados ao grupo caso. (Tabela 2).

Grupo caso Grupo controle


Testes p
(n = 10) (n = 14)
Teste de Kujala 85,70 ± 10,13 96,29 ± 4,91 0,001*
Força muscular máxima (Kgf/Kg)
Abdutores do quadril direito 0,19 ± 0,05 0,20 ± 0,04 0,619
Abdutores do quadril esquerdo 0,19 ± 0,05 0,20 ± 0,04 0,689
Extensores do quadril direito 0,34 ± 0,14 0,33 ± 0,09 0,871
Extensores do quadril esquerdo 0,32 ± 0,13 0,31 ± 0,09 0,889
Extensores do joelho direito 0,49 ± 0,14 0,51 ± 0,13 0,819
Extensores do joelho esquerdo 0,48 ± 0,16 0,46 ± 0,11 0,779
Flexores do joelho direito 0,24 ± 0,09 0,22 ± 0,05 0,667
Flexores do joelho esquerdo 0,22 ± 0,09 0,22 ± 0,04 0,902

Tabela 2: Resultado dos testes de avaliação das corredoras. Valores apresentados em média ± desvio padrão. Teste
de Mann-Whitney e t não pareado, * p < 0,05.

Foi mensurado através da dinamometria digital a força muscular dos grupos


musculares: abdutores do quadril, extensores do quadril e extensores do joelho de
ambos os membros inferiores. Os resultados sugerem que quanto ao grupo muscular dos
abdutores do quadril, o grupo controle apresenta maior índice de força comparado ao
grupo caso, ao passo que apresenta menor índice de força de extensores do quadril. No
grupo dos extensores de joelho, no membro direito, o grupo controle apresentou maior
índice de força, enquanto que no membro esquerdo apresentou índice inferior quando
comparado ao grupo caso. Isto pode estar relacionado a dominância de membro dos
grupos caso e controle, levando-se em consideração que de um número de 10 (dez)
participantes, 04 (quatro) apresentam dominância de membro esquerdo no grupo caso,
enquanto que no grupo controle, de um número de 14 (quatorze) participantes apenas
um apresenta dominância de membro esquerdo. Quanto aos valores de flexores de
joelho, o grupo caso apresentou nível de força maior que o grupo controle no membro
direito, enquanto que no membro esquerdo não houve diferença entre os membros
(Tabela 2).

Também foi avaliado o valgo dinâmico nas corredoras em teste de corrida na


esteira de modo a simular o ato esportivo de correr e analisar a presença ou ausência de
valgismo dinâmico de joelho nos grupos caso e controle. Os dados nos mostram que
referente ao membro direito, no grupo caso, foi constatada a presença de valgo
dinâmico de joelho em apenas 02 (duas) participantes em um total de 10 (dez) o que
representa 20% do grupo caso. Em contrapartida, referente também ao membro direito,
porém no grupo controle, 04 (quatro) participantes em um total de 14 (quatorze)
apresentaram valgo dinâmico, o que representa um índice superior (28,57%) de valgo
dinâmico no membro direito no grupo controle. Já no membro esquerdo, o grupo
controle continuou apresentando maior índice de presença de valgo, sendo que de 10
(dez) participantes nenhuma apresentou valgo dinâmico no grupo caso, enquanto que no
grupo controle de 14 (quatorze) 03 (três) participantes apresentaram, representando
assim 21,43% do grupo controle. (Tabela 3).

Grupo caso Grupo controle


Teste - Corrida
(n = 10) (n = 14)
Presente 2 (20%) 4 (28,57%)
Lado direito
Ausente 8 (80%) 10 (71,43%)
Presente 0 3 (21,43%)
Lado esquerdo
Ausente 10 (100%) 11 (78,57%)
Tabela 3: Avaliação do valgo dinâmico das corredoras. Valores apresentados em frequência absoluta (n) e relativa
(%).

No presente projeto também houve a análise da distribuição pressórica plantar


bem como tipo de pisada das participantes para comparação dos grupos. Os dados
mostram que quanto ao tipo de pisada, no membro direito, o grupo caso apresentou
superioridade ao grupo controle no número de participantes com pisada supinada (60%)
e inferioridade em pisada pronada (30%), apresentado ainda uma participante com
pisada normal. Já quanto ao tipo de pé, referente ao membro direito, o grupo caso
apresentou superioridade numérica em tipo de pé normal (30%) e inferioridade em tipo
de pé plano (70%) e cavo (0%). Referente ao membro esquerdo, o grupo caso
apresentou inferioridade numérica quanto aos tipos de pisada normal (30%) e pronada
(30%), e superioridade em pisada supinada (40%). Já referente ao tipo de pé, ainda no
membro esquerdo, o grupo caso continuou demonstrando superioridade numérica em
tipo de pé normal 20% e desta vez também em pé cavo (80%). Nenhuma participante do
grupo caso apresentou tipo de pé plano em membro esquerdo, sendo então inferior ao
grupo controle neste quesito. (Tabela 4).

Grupo caso Grupo controle


Baropodometria
(n = 10) (n = 14)
Tipo de pisada
Normal 1 (10%) 0
Lado direito Supinada 6 (60%) 5 (35,71%)
Pronada 3 (30%) 9 (64,28%)
Normal 3 (30%) 4 (28,57%)
Lado esquerdo Supinada 4 (40%) 3 (21,43%)
Pronada 3 (30%) 7 (50%)
Tipo de pé

Normal 3 (30%) 2 (14,28%)


Lado direito Cavo 7 (70%) 11 (78,57%)
Plano 0 1 (7,14%)
Normal 2 (20%) 2 (14,28%)
Lado esquerdo Cavo 8 (80%) 11 (78,57%)
Plano 0 1 (7,14%)
Tabela 4: Resultado da baropodometria das corredoras. Valores apresentados em frequência absoluta (n) e relativa
(%).

Por fim, foram coletados também dados referentes ao YBT, para análise e
correlação de estabilidade de joelho das participantes dos grupos caso e controle. Os
dados demonstram que não há uma superioridade absoluta entre ambos os grupos nas
diferentes angulações em que foi proposto o teste. Desta forma, o grupo caso
demonstrou superioridade no desempenho do teste sendo executado na direção anterior,
em ambos os membros. Por outro lado, apresentou inferioridade em desempenho no
teste sendo executado na direção póstero-medial em também em ambos os membros,
ainda que a diferença de desempenho do membro esquerdo no grupo caso quando
relacionado ao controle seja mínima. Em contrapartida, o grupo caso apresentou
inferioridade no desempenho do YBT, desta vez significativa, na direção póstero-lateral
quando comparado ao grupo controle. (Tabela 5).

Grupo caso Grupo controle


Y Balance Test p
(n = 10) (n = 14)
Membro direito 86,30 ± 0,67 87,21 ± 3,38 0,694
Membro esquerdo 86,30 ± 0,95 87,57 ± 3,65 0,699
Anterior direito 54,40 ± 1,26 53,71 ± 4,63 0,910
Anterior esquerdo 55,20 ± 2,53 54,57 ± 4,78 0,714
Póstero-medial direito 76,80 ± 1,69 77,50 ± 6,63 0,714
Póstero-medial esquerdo 77,20 ± 2,70 77,57 ± 4,27 0,949
Póstero-lateral direito 74,10 ± 2,33 76,93 ± 5,82 0,297
Póstero-lateral esquerdo 75,30 ± 2,75 78,07 ± 5,07 0,117
Tabela 5: Resultado do Y Balance Test das corredoras. Valores apresentados em média ± desvio padrão. Teste de
Mann-Whitney, * p < 0,05.

Para Tabelas: Título em cima da tabela


Para figuras: Título embaixo da figura

4 DISCUSSÃO (FONTE 12, MAIÚSCULA E EM NEGRITO)


4.1 - Análise Clínica
Sendo relativamente comum, a SDPF acomete tanto adolescentes como adultos,
possuindo uma prevalência na população geral de 22,7% (Rathleff M. S. et al. 2013).
Quanto ao surgimento da SPDF existem na literatura atual alguns questionamentos
acerca de algumas variáveis que podem ser fatores predisponentes, como: sexo, idade,
peso e IMC. Alguns estudos fazem menção ao sexo feminino como o maior acometido
pela SDPF (Finnoff J. T. et al. 2011). Youri Thijs et al. em um estudo prospectivo de
2007 com objetivo de determinar os fatores de risco relacionados à marcha para dor
femoropatelar, além de relacionar o tipo de pisada e nível de pressão plantar a SDPF
ainda demonstra o índice de prevalência da síndrome maior no sexo feminino. Em
contrapartida há também estudos que demonstram não haver tal prevalência de sexos
(Witvrouw; Erik et al. 2000).
Quanto a idade como um fator de risco, em nosso estudo 60% das participantes
do grupo caso estavam dentro da faixa etária mais acometida, entre 18 a 40 anos,
considerada “jovem”, corroborando então com alguns estudos já publicados
(PETERSEN; W. et al. 2013). Em uma revisão sistemática e meta-análise desenvolvida
por Bradley S Neal et al. que incluiu 18 estudos envolvendo 4818 participantes, foi
realizado estudo sobre as variáveis: peso, altura e imc. Em sua revisão, para as 03
variáveis houveram fortes evidências de que tais não estão relacionadas com a SDPF,
diferentemente dos achados de força muscular de grupos musculares específicos. Em
nosso estudo pudemos observar que no grupo caso, o tempo de prática e distância
percorrida foi inferior ao do grupo controle, o que pode sugerir que a dor tenha sido um
fator limitante no desempenho das participantes na corrida (Bazett-Jones et al. 2013).
Enquanto aos índices das variáveis peso, altura e imc foram superiores ao do grupo
controle. Podendo-se sugerir com esses achados que tais variáveis poderiam ser fatores
que influenciam na presença de dor patelofemoral, ainda que seja necessário levar em
consideração a quantidade de participantes distribuídos nos grupos caso e controle.

4.2 - Relação de força muscular extensores do joelho


Neste projeto nota-se, então, que os resultados apresentaram uma discrepância
significativa para o índice de força da musculatura extensora do joelho direito para os
indivíduos com SDFP quando comparados aos assintomáticos do grupo controle.
Embora sejam altamente enfatizados os músculos do quadril na reabilitação25,26, os
dados reforçam a importância do trabalho específico para a músculo quadríceps,
considerando que a sua fraqueza seja um fator de risco importante para o
desenvolvimento da SDFP27. Estes achados podem direcionar de forma positiva o
processo de reabilitação, promovendo programas específicos e propostos previamente.
Witvrouw et al.28 explicita em seu estudo prospectivo que a diminuição de força
do quadríceps está diretamente relacionada com a incidência da dor patelofemoral e
apresenta papel importante em seu início. Assim como Alter et al.29 aponta sobre como
os níveis adequados de força são fundamentais para que o corpo tenha um bom
funcionamento e dessa forma contribua bastante para minimização do risco de lesões ao
longo da vida.
4.3 - Relação de força muscular flexores/extensores do joelho
No presente estudo, a razão entre os flexores e extensores do joelho do grupo
caso foi de 48%, dado relevante uma vez que quando comparado ao mesmo membro
com os indivíduos do grupo controle apresentou uma razão menor de 43%. Kellis et al33
(1995) considerou normal valores aproximados de 60% na razão extensão-flexão de
joelhos em adolescentes. Enquanto Aagaard et al34 (1998), aponta que valores inferiores
a 60% indicam a predominância da musculatura extensora ou déficit da musculatura
flexora, caracterizando um desequilíbrio muscular na articulação do joelho, com
aumento da predisposição de ocorrer lesões. Desse modo, Werner et al.30,31 (2014)
aborda sobre como a relação do desequilíbrio de força muscular é frequentemente visto
em indivíduos com dor patelofemoral.
4.4 - Relação de força muscular de abdutores e extensores do quadril
Apesar do baixo e não significativo resultado para o déficit de força para os
abdutores e extensores do quadril, no presente estudo corroboram os de Piva et al.35, que
também não foi possível verificar essa diferença estatística. No entanto, deve-se dar a
devida atenção a essas musculaturas visto que em outros trabalhos36,37 foram observados
déficits significativos os quais podem desencadear padrões biomecânicos alterados e,
consequentemente, exacerbação do quadro doloroso. A combinação de exercícios de
força para quadril e joelho pode ser mais benéfica do que o fortalecimento do
quadríceps de maneira isolada, objetivando a diminuição da dor e a função em
indivíduos com dor femoropatelar (BALDON, R. M; 2014). Por fim, Polland et al.41
teoriza que a fraqueza da musculatura extensora do quadril pode contribuir para uma
estratégia de aterrissagem prejudicial. Ao modo em que não seja capaz de distribuir
devidamente o controle do centro de massa corporal durante a aterrissagem, é possível
que os indivíduos compensem com uma solicitação excessiva em seu quadríceps. Desse
modo, sugere que intensificar o uso do glúteo máximo no plano sagital pode servir para
minimizar a sobrecarga ao joelho, diminuindo a necessidade de ação compensatória do
quadríceps.
4.5 - Relação entre valgo dinâmico, dor e distribuição de pressão plantar
Nosso estudo verificou que para os indivíduos sintomáticos do grupo caso, a
presença do valgo dinâmico correspondeu apenas a 20% dos participantes para o
membro direito. Enquanto a ausência desse valgismo do joelho, ainda no mesmo grupo,
representou um total de 80% para o membro inferior direito e 100% para o membro
esquerdo. Teoriza-se que o valgo dinâmico de joelho, apesar de constatado como uma
alteração no controle neuromuscular, esteja relacionado a exacerbação e
desenvolvimento do quadro doloroso da SDFP devido a redução da área de contato
entre a patela e a tróclea, criando o vetor de força lateral da patela com o aumento das
forças compressivas entre a faceta lateral da patela com o côndilo femoral38,39. No
entanto, estes achados assumem-se através de estudos transversais e esse tipo de
associação, portanto, não pode ser considerado causal. Nos nossos resultados, o grupo
caso que em sua grande maioria não apresentou valgo dinâmico (80%), quando
correlacionados ao teste de Kujala, teve pontuação inferior aos participantes
assintomáticos no score de questionário de dor (85,70 ± 10,13), dessa forma, não
podendo ter uma relação direta do desenvolvimento da dor com a presença do valgo.
No teste de distribuição da pressão plantar, obteve-se uma prevalência em geral
para o tipo de pisada supinada e tipo de pé calvo bilateralmente, havendo uma
interdependência entre esses dois achados para os participantes do grupo Caso. Isso
corresponde bem com os achados de Youri Thijs et at. (2007), no qual os indivíduos
com SDFP apresentaram distribuição de pressão para o contato inicial do pé
significativamente direcionada mais lateralmente, sugerindo que o pé é menos pronado
na fase de contato inicial do padrão de marcha do que no grupo sem lesão. Ao mesmo
modo que Duffey et al.40 encontrou em corredores com dor anterior no joelho, 25%
menos de pronação durante os primeiros momentos da fase de apoio. Teoricamente,
menos pronação pode causar uma aterrissagem mais rígida devido a diminuição da
absorção de choque apropriada quando o pé atinge ao solo, dessa forma, aumentando o
impacto para a extremidade inferior, contribuindo para para lesões por uso excessivo.

4.6 - Relação entre teste funcional e força muscular

Em nosso estudo, relacionamos os resultados do teste de força muscular ao


desempenho das participantes quanto ao teste funcional de equilíbrio Y Balance Test
(YBT). Os indivíduos do grupo Caso obtiveram resultados inferiores ao grupo controle
em 02 direções, sendo elas a póstero-lateral e póstero-medial, tanto para o membro
direito quanto para o esquerdo. Entretanto, apresentou desempenho superior na direção
anterior do teste funcional, de igual modo para o membro esquerdo e direito. Estes
achados sugerem maior estabilidade e controle mecânico para as participantes do grupo
controle, exceto para a direção anterior do teste funcional. Em se tratando da razão I:Q
em relação aos resultados obtidos no teste funcional pelo grupo caso, aponta um
desequilíbrio no índice de força, sugerindo um déficit na musculatura estabilizadora de
joelho, justificando o baixo desempenho quando comparado ao grupo controle das 02
direções supracitadas. Além disso, realizando uma comparação interna entre o
desempenho das participantes do grupo caso, foi possível notar que nas mesmas
direções em que foi inferior ao grupo controle, o membro direito mostrou inferioridade
no desempenho comparado ao membro esquerdo, sendo este o membro cuja relação I/Q
mostrou desproporcional.
Embora sejam comumente descritas como multifatoriais, uma das possíveis
causas da SDPF têm sido associadas a distúrbios biomecânicos, estes caracterizados por
um déficit tanto em estabilidade dinâmica de tronco quanto em membros inferiores
durante atividades diárias como: subir escadas, pular e agachar (Cesarelli M. et al.
2000). Indivíduos que possuem SDFP podem apresentar um grau de fraqueza muscular
importante dos abdutores do quadril e músculos rotadores laterais (MAGALHÃES E. et
al. 2010), bem como dos extensores do joelho (Lankhorst N.. E. et al. 2012).
Além da força muscular, a estabilidade do joelho pode estar relacionada com a
dor anterior do joelho. De acordo com Rabelo et al. pacientes com SDPF geralmente
experimentam fraqueza em musculatura de glúteos, bem como dor e controle motor
prejudicado durante as atividades da vida diária. Tal desequilíbrio muscular sugere
então alterações na estabilidade do joelho. Segundo Harter R. A. et al. à medida que a
relação entre isquiotibiais e quadríceps se aproxima de 100%, os isquiotibiais têm uma
capacidade funcional aumentada para fornecer estabilidade ao joelho, ao passo que a
alteração nessa relação pode impactar negativamente na estabilidade do joelho (CROIX
et al. 2018)

5 CONCLUSÃO (FONTE 12, MAIÚSCULA E EM NEGRITO)

AO FIM DESTE TRABALHO, CONCLUI-SE QUE ACIMA DE TUDO, E


APESAR DE TODOS OS ACHADOS AQUI PRESENTES, É DE EXTREMA
IMPORTÂNCIA QUE MAIS TRABALHOS SEJAM REALIZADOS A FIM DE
ESCLARECER AINDA MAIS AS RELAÇÕES DAS CAPACIDADES FUNCIONAIS
DE CORREDORAS DE RUA À DOR CAUSADA PELA SDPF. COM ESTE
PROJETO PUDEMOS COMPREENDER MAIS ACERCA DA RELAÇÃO DA SDPF
COM AS CAPACIDADES FUNCIONAIS TANTO DAS ATLETAS DO GRUPO
CASO QUANTO DO GRUPO CONTROLE, FOI NOTÓRIA A RELAÇÃO DA DOR
COM A DISTÂNCIA PERCORRIDA, SUGERINDO-NOS QUE A DOR PODE
EXERCER UM FATOR LIMITANTE PARA A EXECUÇÃO DA CORRIDA. NÃO
ENCONTRAMOS RELAÇÃO SIGNIFICATIVA ENTRE A PRESENÇA DA SDPF
AOS ACHADOS ANTROPOMÉTRICOS DE PESO, ALTURA, SEXO E IMC,
PORTANTO CONCLUIMOS COM BASE NOS ACHADOS QUE TAIS FATORES
NÃO SÃO DETERMINANTES PARA A PRESENÇA DE SDPF. QUANTO A
FORÇA MUSCULAR E O TESTE FUNCIONAL APLICADO NOTAMOS
ALGUMAS RELAÇÕES IMPORTANTES E QUE VALEM SER MENCIONADAS,
HOUVE INCONSTÂNCIAS NOS RESULTADOS DA DINAMOMETRIA, DE
MODO QUE NÃO PODEMOS DEFINIR QUE A FORÇA MUSCULAR DOS
GRUPOS MUSCULARES AVALIADOS SÃO PREDOMINANTEMENTES
MENORES OU MAIORES EM ALGUM GRUPO.
Entretanto, a relação entre o teste funcional e os níveis de força muscular se
mostraram particularmente interessantes no grupo caso, em que os valores da
dinamometria se mostraram inferiores quando comparados ao grupo controle na
musculatura do quadríceps no membro esquerdo e superioridade de força em
musculatura de isquiotibiais no mesmo membro. Este achado importante nos sugere um
desequilíbrio entre a relação I/Q neste membro. Na comparação interna entre o
desempenho das participantes do grupo caso, notamos que especialmente no membro
direito foi encontrada uma inferioridade ainda maior que no membro esquerdo quanto
ao desempenho, sendo ele o membro cuja relação I/Q se mostrou desproporcional. Isto
nos sugere portanto que a relação I/Q é de grande importância na estabilização dinâmica
das atletas, e que nas participantes com SDPF, em um teste funcional que mensura
estabilidade, seus resultados se mostraram inferiores.

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ANEXOS E/OU APÊNDICES (FONTE 12, MAIÚSCULA E EM NEGRITO)

OBS: Um anexo e/ou apêndice por página

Referências secundárias

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Em nosso estudo, relacionamos os resultados do teste de força muscular ao


desempenho das participantes dos grupos caso e controle quanto ao teste funcional de
equilíbrio “Y Balance Test” (YBT). O Ybt é um teste funcional desenvolvido a partir da
necessidade de se abordar algumas limitações de um outro teste funcional denominado
“STAR EXCURSION BALANCE TEST” (SEBT), foi desenvolvido com o objetivo de
fornecer uma ferramenta capaz de avaliar o equilíbrio dinâmico de forma mais precisa
(Plisky PJ. et al. 2009). Com a inclusão do YBT ao presente estudo foi pretendido
portanto avaliar os limites dinâmicos de estabilidade durante a postura de um membro
único, enquanto a perna oposta alcança três direções: anterior, póstero-medial e
póstero-lateral; E relacionar tais resultados com os achados da dinamometria dos grupos
caso-controle.
(ESSE TRECHO VAI PARA INTRODUÇÃO)
Quanto à confiabilidade do YBT, Scott W. Shaffer et al. realizou um estudo em
que utilizou de amostras por conveniência com sessenta e quatro militares (53 homens,
11 mulheres) de idade entre 18 e 35 anos, tendo como objetivo determinar a
confiabilidade teste-reteste entre avaliadores do YBT em um ambiente militar usando
vários avaliadores. Em seu estudo, Scott W. demonstrou que a confiabilidade
teste-reteste entre avaliadores para o alcance máximo teve bons valores de ICC (2,1)
que variaram de 0,80 a 0,85. A confiabilidade entre avaliadores para a média de 03
alcances em cada direção também mostrou boa confiabilidade (valores de ICC (2, 3) =
0,85–0,93) para as 03 direções de alcance. Além dos achados de Scott W., ainda é
possível creditar ao YBT, com base em evidências, medidas confiáveis ​de controle
postural em adultos jovens ativos (Gribble P. A. et al. 2012).
Alguns achados na literatura atual evidenciam uma forte relação entre a SDPF e
o déficit de força muscular de grupos musculares específicos, além ainda da
instabilidade de tronco e membros inferiores. Embora sejam comumente descritas como
multifatoriais (salvou nosso tcc com esse comentário aqui kkk), uma das possíveis
causas da SDPF têm sido associadas a distúrbios biomecânicos, estes caracterizados por
um déficit tanto em estabilidade dinâmica de tronco quanto em membros inferiores
durante atividades diárias como: subir escadas, pular e agachar (Cesarelli M. et al.
2000). Indivíduos que possuem SDFP podem apresentar um grau de fraqueza muscular
importante dos abdutores do quadril (corroborando com os achados já descritos
anteriormente neste projeto acerca do desequilíbrio muscular quanto aos adutores, e sua
influência na funcionalidade do indivíduo que possui SDPF) e músculos rotadores
laterais (MAGALHÃES E. et al. 2010), bem como dos extensores do joelho (Lankhorst
N.. E. et al. 2012).

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