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ABORDAGENS FUNCIONAIS

PARA PACIENTES
HEMIPLÉGICOS/
HEMIPARÉTICOS

FISIOTERAPEUTA
Caio Rafael Barros Costa
UNCISAL
2018
Tomada de decisões clínicas:

• Juntar e estudar informações de avaliações de tarefas e movimentos,


desenvolvendo hipóteses que possam estabelecer causalidade entre
deficências mais importantes e disfunções;

• As insuficiências de controle de movimento, deficiências secundárias e


padrões atípicos devem ser estabelecidas para tronco, MMSS e MMII
relacionando com a limitação funcional.
• Questionamentos importantes durante a análise da tarefa:

• Quais deficiências, primárias e/ou secundárias são importantes


impedimentos do desempenho?

• Quais componentes críticos que prejudicam o movimento?

• Qual o nível de controle de tronco e das extremidades durante o


desempenho da tarefa em cada posição analisada?
• Correlacionar o maior número de deficiências nos sistemas que
possam estar ocorrendo, incluindo problemas cognitivos,
perceptuais e emocionais;

• Estabelecer as deficiências mais significativas: são o foco de abordagem


dentro dos objetivos a curto e longo prazo.
• O movimento funcional depende da ligação entre movimentos do
tronco e das extremidades:

• Correlacionar esses componentes de controle postural entre tronco e


extremidades para estabelecer objetivos que resultem em melhora no
desempenho funcional;

• Se deficiências são tratadas separadamente, o paciente pode ter melhora


das deficiências, mas sem transferência de aprendizado para realizar funções.
• Estabelecendo objetivos:

• Baseado nas deficiências apontadas na avaliação, terapeuta e paciente


juntos estabelecem um objetivo funcional prático ou uma categoria de
objetivos funcionais;

• Devem representar uma mudança significativa no nível de independência,


ser práticos e refletir melhora numa limitação funcional
• Objetivos a longo prazo:

• Resultam em melhoras mais significativas em deficiências primárias ou


secundárias, ou aumento no desempenho de uma habilidade existente;

• Trazem o paciente para mais perto do objetivo funcional desejado;

• Refletem uma mudança nos níveis de força, controle do movimento ou


equilíbrio, por exemplo.
• Objetivos a curto prazo:

• Componentes de movimento, geralmente ligados às deficiências mais


mensuráveis, geralmente secundárias, que estão ligados à aquisição dos
objetivos a longo prazo;

• Não constituem por si só melhora no desempenho funcional;


Deficiências comuns:
Fraqueza muscular e perda de controle:
• Importante categoria de deficiência que contribui para a hemiplegia/
hemiparesia;

• Causada por paralisia, hipo ou hipertonicidade;

• Difere da fraqueza ortopédica por envolver um lado inteiro do corpo,


incluindo tronco e extremidades;

• Interfe diretamente no controle postural e na habilidade de desempenhar


sequências motoras, com consequente déficit funcional;
Controle postural e do tronco:

• Controle do tronco: permite ao corpo permanecer ereto para ajustar


as transferências de peso, controlar os movimentos constantes
contra a gravidade e para mudar e controlar a posição do corpo para
equilíbrio e função;

• Facilitação dos movimentos rotacionais do tronco para aprendizado do controle.


• A capacidade de controlar o tronco é componente do controle
postural, que é a capacidade de controlar o corpo em níveis de
dificuldade crescentes para a realização de determinado movimento
ou tarefa;
• Níveis de controle do tronco:

• Nível 1: Capacidade básica do tronco em manter força estabilizadora que permita o


movimento das extremidades;

• Nível 2: Coordenação entre movimentos do tronco e dos membros. Podem ocorrer


como ajustes posturais para o movimento das extremidades ao longo da linha
média ou precedem movimentos voluntários para ajudar a estender o alcance das
extremidades;

• Nível 3: Movimento e controle do tronco são utilizados para suportar produção de


força pelos membros para atividades propulsivas como subir degraus, pular, correr,
se jogar, acertar alvos, remar, etc. (Força, equilíbrio e proteção)
Tônus postural e estabilidade:

Estado total de tensão na musculatura do corpo. É “alto” o


suficiente para manter o corpo contra a gravidade e “baixo” o
bastante para permitir movimentos.

• Fornece habilidade de ajustar automatica e continuamente os movimentos,


fornecendo fixação proximal necessária para manter uma postura, enquanto
permite movimentos voluntários e seletivos
Inabilidade das extremidades:

• Prejudica as capacidade de realizar movimentos no espaço, de suporte de


peso dos braços e pernas, de iniciação e sequência de movimentos para
determinada atividade;
Alterações do tônus:

• Hipo ou hipertonicidade negligenciados no plano de tratamento levam à


deficiências secundárias como disfunções articulares, dor e movimentos
compensatórios indesejados;
• Três situações contrinuem para aumento de tônus:

• Instabilidade proximal, controle insuficiente do tronco ou instabilidade da


musculatura proximal;

• Aumento da tensão de um músculo biarticular decorrente de perda de


alinhamento articular com consequente encurtamento e transferencia da
função muscular;

• Hipertonia durante tentativas de movimento ativo, especialmente nas


extremidades;
Perda de alinhamento e dor
• Estratégias de Intervenção:

• Reeducação dos componentes de movimento básicos do tronco;

• Padrões conjugados entre tronco e extremidades;


• Suporte de peso;
• Movimentos no espaço;

• Prevenção/minimização/resolução de deficiências secundárias;

• Ensino de práticas independentes.


ATIVIDADES FUNCIONAIS BÁSICAS EM SUPINO, SENTADO E EM PÉ:

• Movimentos Básicos em SUPINO:

• Iniciação com flexão/rotação da parte superior do tronco;

• Iniciação com extensão/rotação da parte inferior do tronco;

• Iniciação com flexão lateral simétrica.


• Movimentos Básicos SENTADO:

• Movimentos anteriores, posteriores e laterais da parte superior do tronco;


• Movimentos anteriores e posteriores da parte inferior do tronco;

• Movimentos laterais da parte inferior do corpo;

• Movimentos rotatórios;
• Capacidade de ir de sentado para de pé.
• Movimentos Básicos EM PÉ:
• Padrões anteriores, posteriores, laterais e rotatórios, iniciados na parte supeior do
corpo com os correspondentes ajustes críticos das pernas;
• Controle da parte superior do corpo sobre a parte inferior durante os movimentos
de suporte de peso, iniciados na parte inferior da extremidade;
• Padrões conjugados tronco/perna nos movimentos da perna no espaço;

• Controle aumentado da parte superior do corpo para suportar a produção de força


dos braços para empurrar, puxar ou levantar objetos, e aumento do controle na
parte inferior do corpo para suportar a produção de força das pernas para caminhar,
pular, correr e subir degraus.

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