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A existência de Deus pode ser afirmada mediante o uso da razão. Ao longo dos
anos inúmeros homens observaram a natureza, o universo e as mais diversas matérias
visíveis e raciocinaram a existência de um Criador. Amplamente aceita pela ciência, a
teoria do “Big-bang” (grande explosão) que foi desenvolvida pelo padre George
Lamaitre, nasce de estudos acerca do universo e busca explicar a criação/expansão do
universo. Tal teoria, por exemplo, acaba evidenciando que só um poder infinito (Deus)
poderia gerar tudo isso1.
1
http://cleofas.com.br/a-criacao-de-deus-e-o-boson-de-higgs/
2
http://www.netmundi.org/pensamentos/2012/aristoteles-e-o-motor-imovel/
Deus conhece e se relaciona com o mundo (Mt 1,23)! Portanto esse raciocínio
aristotélico não apresenta exatamente quem é Deus.
A luz natural da razão pode com certeza levar o homem a afirmar a existência
divina e um certo conhecimento de Deus, mas não pode ausentar o homem de
equívocos. Para conhecer a Deus de forma segura e sem mistura de erros é necessário ir
para além da inteligência ao ponto de permitir que a lógica venha a se “inverter”. Ao
invés do homem por si mesmo raciocinar Deus é Deus que age se revelando a
humanidade. O dom da razão é então utilizado para acolher aquilo que Deus mostra de
Si (Dei Verbum 7).
Quando queremos conhecer uma pedra, ela é toda passividade, e nós pura
atividade. Quando queremos conhecer um animal, ele é um pouco ativo, pode fugir e se
esconder. Quando queremos conhecer outra pessoa, dependemos da liberdade dela para
deixar-se conhecer e da nossa para querer conhecer: os dois papéis são equivalentes. Por
fim quando queremos conhecer Deus, toda a atividade começa, necessariamente, por
Ele3.
Foi a partir dessa lógica “invertida” que Moisés conheceu a Deus. Quando sai da
agitação e das pompas do Egito para o silêncio e a vida humilde em Madiã a lógica se
“inverte”. Não foi Moisés com seu esforço que raciocinou Deus, mas Deus que tem a
iniciativa de o atrair na forma de uma sarça ardente. Quando Moisés pergunta sobre o
nome de Deus uma resposta intrigante: "Deus respondeu a Moisés: “EU SOU AQUELE
QUE SOU” (Ex 3, 17).
Moisés é atraído para perceber que Deus não existe, Deus É! A palavra existir
implica em: ser num dado momento; viver. As coisas existem, pois ganham existência,
mas Deus simplesmente é. Ele é o motor Imóvel que tudo movimenta sem ser
movimentando por nada. Mas não um motor imóvel que desconhece o mundo, e sim
Aquele que tudo gerou, que sustenta, governa e se relaciona inteiramente em amor.
Conhecemos Deus sem erro, pois Ele se revelou a nós em Cristo, e no Cristo
descobrimos que Deus é amor (1 Jo4, 16)!
Por revelação acolhemos: Deus é Amor! E podemos raciocinar: o Amor não existe o
Amor é!
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Peter kreeft – Três filosofias de Vida