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Tudo deve ter uma razão para que seja aberto um espaço para o
criador, e toda ação dos espíritos deve ser sustentada em atos livres
para que a responsabilidade destes seja garantida. Mesmo que a
criatura racional permita a previsão divina, sua natureza de substância é
fruto de suas decisões, e não de qualquer outro ser. Entretanto, alguém
ainda pode defender que todo o esforço do autor desemboca na
liberdade como sinônimo de ignorância. Ora, me parece que de alguma
maneira isso ocorre, mas de uma forma que deve ser bem entendida,
conforme o trigésimo artigo do Discurso de Metafísica. Ali, quando
Leibniz questiona “como alguém pode saber se está condenado antes
de agir?”, é algo que merece ser sublinhado. É logicamente impossível
que o sujeito conheça o seu futuro antes de fazê-lo. Ele só o conhecerá
em ato, construindo-o. Neste aspecto, o filósofo alemão entende que
nenhum homem deve preocupar-se com o destino, que este mesmo
constrói. Leibniz ainda parece radicalizar a ação conforme a razão de tal
forma que mesmo se o futuro fosse apresentado previamente a alguém,
este ainda realizaria o seu ato conforme o que já é indicado pela sua
natureza. O principal fundamento da liberdade deveria ser sustentado
principalmente na vontade do sujeito, que também constitui a natureza
deste, e não na simples contingência das coisas, que poderia gerar a
indiferença absoluta.
Gostaria apenas de levantar uma última que estão acerca da
relação entre entendimento e vontade, e sobre a verdadeira Liberdade.
Leibniz mostrou que o agente sempre age em função de um bem,
mesmo que seja aparente; e quem nega isso, apenas dissimula o fato
de estar buscando o que lhe parece mais vantajoso. Por outro lado, ele
não deixou totalmente claro como alguém pode ter suas ações cada vez
mais livres das puras aparências. O foco para a diminuição da
escravidão é o entendimento. Mas foi visto que é preciso uma boa
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