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Tratado sobre os Princípios do Conhecimento Humano

George Berkeley
Contexto do autor e obra

George Berkeley nasceu em Kikenny, Irlanda do Sul em 12 de março de 1685. Durante sua
formação lia muito os autores Locke, Newton e Malebranche. Suas obras são " Ensaio para uma
Nova Teoria da Visão"(1709), "Tratado sobre os Princípios do Conhecimento Humano(1710),
os Três diálogos entre Hilas e Filonous(1713).
Obras estruturadas no começo do século XvIII, quando as ciências naturais se desenvolviam
libertas do finalismo aristotélico e escolástico e capacitadas a explicar os fenômenos de maneira
autônoma, sem qualquer intervenção de fatores sobrenaturais. A natureza era vista como um
conjunto de fatos explicáveis por si mesmo, cabendo ao homem tão somente decifrar a ordem
matemática inerente a eles.

Tal maneira de ver a natureza conduzia a uma concepção materialista do universo. Pelo menos
foi o que aconteceu historicamente, dada a ausência da necessidade de conceitos como
"espírito" ou outros análogos. Nesse sentido foi importante a concepção dualista formulada por
Descartes(1596-1650), segundo o qual existem duas substâncias independentes(pensante e
extensa), cada uma com seus domínios próprios. Minava-se, assim, uma visão cristã medieval
de uma natureza criada por Deus e substituindo apenas em função dele. Descartes desenvolveu
muito mais a parte de suas obras referentes à substância externa e criou as coordenadas de uma
física matemática, que se propunha a explicar os fenômenos físicos de maneira autônoma.

Na Inglaterra, Newton(1642-1727) caminhava no mesmo sentido e mostrada a verdadeira via


para o conhecimento dos fenômenos físicos: a união entre a matemática e a experimentação.

Thomas Hobbes(1588-1679) formulou um rígido sistema materialista e John Locke(1632-


1704)desenvolveu uma teoria empirista do conhecimento que - pensava Berkeley - conduzia
diretamente ao materialismo e ao ceticismo.

Objetivo do autor

Restabelecer o primado do espírito, investgando "as principais causas do erro e das dificuldades
nas ciências e os fundamentos do ceticismo, do ateísmo e da irreligião".

Influências

Jhon Locke nos Ensaios sobre o Entendimento Humano. Onde sustentava as teses de:

- Todo conhecimento s eorigina da experiência sensível;

- Não existem idéias no intelecto humano produzidas exclusivamente pelo próprio intelecto,
portanto inatas( como dizia Descartes).

Quando o homem nasce, sua mente seria como um papel em branco. Sobre esse papel, os
contatos físicos estabelecidos pelos cinco sentidos, imprimiriam aos poucos os caracteres que,
depois de múltiplas experiências do mesmo tipo, formariam as ideias gerais. A ideia geral de
árvore, se dá pelo contato com as várias árvores em particular.

As coisas exteriores à mente humana possuiria qualidades objetivas, capazes de provocar o


aparecimento das sensações subjetivas da mente humana e as idéias resultantes. O mundo
exterior é constituído de Matéria [ as qualidades primárias que constituem o mundo]. Essa
substância material não poderia ser revelada diretamente aos sentidos, resultando seu
conhecimento de um processo de inferência puramente intelectual.

Berkeley

Não admite a passagem do conhecimento dos dados fornecidos pelos sentidos para o conceito
abstrato, para ele, essa substância material não pode ser conhecida em si mesma . O que
conhecemos do mundo exterior resume-se às qualidades reveladas no processo de percepção e
nada mais, logo a existência das coisas não é mais do que um feixe de sensações.

Lema: Ser é ser percebido"( esse est percipi) por exemplo, a cor dos objetos não seria mais que
algo visto, som, ouvido. Diante disso, um conjunto de fatos existentes unicamente nos sujeitos
que conhecem. Não existiria qualquer possibilidade de conhecer a uma existência independente.

Para não sair em um subjetivismo individualista, ele postulava a existência de uma mente
cósmica, superior à mente de cada homem. Essa mente cósmica é Deus, concebido como sujeito
cognoscente absoluto, no espírito do qual todas as coisas seriam percebidas. O mundo é,
portanto, concebido por Berkeley como um conjunto de coisas corpóreas existentes na mente
divina e tendo nela toda a sua razão de ser.

Berkeley tentou salvar o espírito e a religião com suas obras filosóficas.

Fonte: Berkeley e Hume. Abril cultural, São Paulo: 1984.

Empirismo

Sexto Empírico. A experiência é critério ou norma da verdade.

1a. Negação do caráter absoluto da verdade ou, ao menos, da verdade acessível ao homem.

2s. Reconhecimento de que toda verdade pode e deve ser posta à prova, logo eventualmente
modificada, corrigida ou abandonada.

- Forma de caracterização de que tem parentesco com ceticismo. E que subjará as outras formas
de definição.

Leibniz: Mesmo que o Sexto Empírico só que contrapondo o procedimento empírico ao


racional

Empirismo: Só ter prática e não teoria. Concatenamento das percepções só pela memória.
Quando dizemos que vai amanhecer amanhã porque esperamos que aconteça o que sempre
aconteceu.

Oposto: O conhecimento de verdades necessárias e ternas que nos distingue dos simples
animais e nos faz ter razão e ciência.
Fonte: Dicionário de filosofia, Abbagnano. Martins fontes.

Racionalismo: Necessidade da razão como "concatenação de verdades", e não como faculdade,


no sentido que ela não pode ser diferente do que é e, portanto não pode sofrer desmentidos e não
exige confirmações.

Empirismo: essa necessidade não existe e que, portanto, toda e qualquer "concatenação de
verdades" deve poder ser posta à prova, controlada e eventualmente modificada ou abandonada.

-Locke: Negação de qualquer conhecimento ou princípio inato que é necessariamente


reconhecido como válido, sem qualquer atestação ou verificação.

- Negação do supra-sensível, entendido como qualquer realdiade não passível de verificação e


controle de qualquer tipo. Sendo os órgãos dos sentidos os instrumentos de verificação.

-> Evidência sensível enquanto método para decidir o que deve ser considerado real.

-> Qualquer verdade só seja aceita se puder ser devidamente verificada e


confirmada.

- A importância dos fatos, dos dados, das condições que tornam possível a verificação de uma
verdade qualquer, pois a verdade só é verdade quando verificada como tal.

- Hume: Eliminação de qualquer pesquisa, os problemas referentes a coisas que não sejam
acessíveis aos instrumentos de que o homem dispõe.

Empirismo Lógico: Círculo de Viena. "a exigência fundamental do E. lógico é que qualquer
enunciado, para ter sentido, deve ser de certo modo verificado, confirmado ou submetido à
prova". Forma de empirismo que identifica o mundo da experiência com o mundo dos
significados próprios da linguagem comum.
Tratado sobre os princípios do conhecimento humano
 Apercepção
Leibniz: Ter consciência daquilo que se percebe. Dar se conta daquilo que se percebe.
Algo típico do ser humano, visto que animais só percebem. Uma luz que percebo mas
não dou atenção. Quando ela aumenta, a apercebo[Abbagnano].

Introdução
 (1) Filosofia, senso comum, dificuldades filosóficas:
 Filosofia: é "o desejo da sabedoria e da verdade". Quem se
dedica a tal, tem clareza e calma pelo conhecimento, possuem
menos dificuldades e dúvidas do que outros. "Saímos dos
sentidos e do instinto para a luz de um princípio superior, para
pensar e refletir a natureza das coisas., mil escrúpulos surgem
no espírito sobre o que antes parecia compreendermos
claramente.
 O senso comum: Se governa por ditames da natureza, sem
questionamento, não se queixa da falta de evidência dos
sentidos.
 Ao tentar corrigir os erros dos sentidos pela razão, caímos em
paradoxos e dificuldades que se multiplicam ao progredir na
especulação. Depois de muito trabalho nos achamos onde
estávamos.
 (2) Por que dessas dificuldades de investigação?
 "Dá -se como causa disto a obscuridade das coisas ou a natural
fraqueza e imperfeição do nosso conhecer."
 "Diz-se que a nossas faculdades são poucas, dadas pela natureza para
conservação e comodidade da vida, não para penetrar a essência e
constituição das coisas. O problema não é de nossas faculdades, mas do
mau uso delas.
 (3) Deus
 "Foi mais liberal com os homens, e não lhes deu um forte
desejo de conhecimento colocado fora do seu alcance".
 (4)As barreiras e dificuldades encontradas pelo espírito na busca da
verdade não resultam de obscuridade e complexidade do objeto ou natural
defeito de compreensão?
 (7) As ideias abstratas
 As qualidades e modos das coisas se dão de forma conjunta no mesmo
objeto. O espírito é capaz de considerar cada uma separada ou abstraída
das outras a que está ligada, formando ideias abstratas.
 Apreendemos um objeto extenso, colorido, móvel, o espírito
isola cada forma destas ideias abstratas. Não se pode existir cor
e movimento sem extensão, mas o espírito consegue, por
abstração, a ideia de cor excluindo a de extensão.
Ex:A vista apreende um objeto extenso, colorido, móvel. O
espírito pode formar por abstração a ideia de cor, excluindo a
extensão, mesmo que elas não possam existir separadamente.

 (8) Formação de uma ideia abstrata


"Depois, tendo observado nas extensões sensíveis particulares algo
semelhante e comum e algo peculiar como a forma ou a grandeza que
as distinguem, considera à parte o que é comum formando a ideia muito
mais abstrata de extensão que não é linha, superfície ou volume nem
forma ou grandeza mas uma ideia abstrata de todas elas. De igual
modo, pospondo cores particulares sensíveis e distintas e conservando
apenas o que lhes é comum, o espírito faz ideia da cor em abstrato, que
não é vermelha, azul, branca ou qualquer cor determinada".
Sendo assim, a formação de uma ideia abstrata se dá com a separação
daquilo que é comum a vários e que não é característica particular de
cada um. Existe a cor azul, verde, vermelho, existe algo em comum
entre elas que faz a ideia abstrata cor. O corpo é algo em comum a
todos os animais, mas não se dá por uma característica particular como
pena, escama ou estarem nus, pois são propriedades particulares de
animais.

 (9)Ideias abstratas mais complexas e que abrangem várias


qualidades
Observando o que é comum a Pedro, Jaime e João, excluindo o que
lhes é peculiar, chega-se a ideia abstrata de Homem.
"Havendo várias criaturas com alguns, mas não todos os caracteres da
complexa ideia de homem, o espírito, rejeitando o peculiar ao homem e
aproveitando só o que é comum aos seres vivos, forma a ideia de
Animal.

 Posso abstrair ideias de coisas particulares. Não posso imaginar


características particulares ao mesmo tempo, ou é uma ou é outra, e só
posso conceber aquelas existentes. Posso compor e dividir ideias de
coisas particulares, como um homem com patas de cavalo. Não se
pode abstrair a separação de coisas que são inseparáveis. Não se pode
criar ideias gerais sem particularidades.
 (11) Doutrina da abstração: O que leva homens de especulação a
aceitar um parecer tão remoto do senso comum?
O que diferencia homens de animais segundo Locke?
Locke: A maior diferença de entendimento entre homens e animais é a
capacidade de ter ideias abstratas.
- As ideias gerais, são o que estabelece a distinção perfeita entre
animais e homens;
- Animais não são máquinas, e são dotados de algum tipo de razão.
"Parece tão evidente que em certos casos eles pensam como que têm
sentidos: mas são apenas ideias particulares"
- "Animais não possuem ideias abstratas pois não possuem palavras ou
outros sinais genéricos: isto assenta na hipótese de que usar palavras
implica ter ideias gerais"(Berkeley).
"Locke: "Se todas as coisas existentes são particulares,
como chegamos a termos gerais? As palavras vêm a ser
gerais por serem significativas de ideias gerais". Não por
serem sinal de uma ideia geral abstrata, e sim de muitas
ideias particulares, cada uma sugerível indiferentemente
ao espírito"
Ex: "Tudo que é extenso é divisível. Para falar de
extensão precisa-se ter já ideias de particulares de linha,
superfície ou volume".
Ex²: "A mudança de movimento é proporcial à força
aplicada". Tratam do movimento em geral. Não tem como
surgir a ideia de movimento sem a particular de corpo
móvel, direção e velocidade.

(12) Berkeley: "Eu não nego ideias gerais, mas ideias


gerais abstratas".(Porque para que uma ideia geral, ou
noção geral se dê, ela precisa das ideias particulares. Seria
como se para formar proposições eu precise juntar as
ideias particulares. As duas noções acima citadas, não são
abstrações, mas junção de ideias particulares de
movimento, força etc).
Obs: Ele faz uma crítica a ideia de que as ideias gerais são
formadas por abstração citadas em (8) e (9).
"Uma ideia particular, quando considerada em si
mesma, se torna geral quando representa todas as
ideias particulares da mesma espécie"
 Para Berkeley "ideia geral" não é uma abstração de uma ideia
geral, são todas os particulares possíveis daquela ideia.
Ex: Uma linha preta. É uma linha particular; no entanto pelo
significado geral, representa todas as linhas possíveis; de modo
que o demonstrado quanto a ela fica demonstrado para todas as
linhas ou, por outras palavras, para a linha em geral. E assim
como a linha particular fica geral por ser um símbolo, o nome
'linha', que em absoluto é particular, como símbolo fica sendo
geral". Continua:
- A generalidade não provém de ser sinal de uma linha geral
abstrata, mas de todas as linhas particulares possíveis.
 (15)Universalidade: "Todo conhecimento e demonstração assentam em noções
universais, e estou de acordo; mas não me parece que tais noções se formem por
abstração do modo referido.
 Universalidade é a relação entre particulares:
 Nomes, coisas e noções, por natureza particulares, tornam-se universais.
 Quando crio uma teoria sobre um triangulo (noção ou ideia geral ),
preciso da ideia particular "triângulo". Não sendo escaleno, nem
isósceles, mas um que represente todos eles (universal)
 Neste sentido: Universal é a ideia formada de um particular que
represente todos os [modelos que o representante representa].
Não se dá por uma abstração, mas pela união de particulares dito
acima.
 (18)A fonte de abstração: A linguagem.
"Se não houvesse o discurso ou os sinais universais, não teria havido
ideia de abstração" Locke.
Por que esta ideia está errada?
 1. "Pensa-se que cada nome tem ou deve ter um só significado
definido e preciso, que leva o homem a pensar que há certas
ideias abstratas determinadas constitutivas da verdadeira e única
significação de cada nome geral. E que só por intermédio de uma
dessas ideias abstratas pode um nome geral significar uma coisa
particular."
 É o contrário, "não há significação precisa e definida
ligada ao nome geral, todos eles próprios para significar
indiferentemente grande número de ideias particulares."
-> O nome pode existir e tal objeto ter vários significados
diferentes.
Ex: Definição de triângulo - Uma superfície limitada por
três linhas retas - Posso ter isso com diferentes
significado, mas ainda sim ser chamado de triângulo.
- > Um nome só, não representa sempre a mesma ideia.

 (19) Como as palavras produziram a doutrina das ideias abstratas


Opinião geral: a linguagem só tem por fim comunicar ideias, e cada palavra
significativa representa uma ideia. Nomes que não são insignificativos nem sempre
indicam ideias particulares e eles representam noções abstratas. Como por exemplo o X
da álgebra.

 (20) “A comunicação de ideias ou palavras não é fim principal ou único da linguagem.


Há outros fins como exaltar uma paixão, excitar ou combater uma ação, dar ao espirito
disposição particular.
Quando diante de um discurso o sentimento de amor pode vir a tona imediatamente sem
ideia.

 Não existem ideias gerais abstratas. Você pode realizar abstrações. Mas as
ideias, são particulares. As ideias gerais, são uma comunhão de ideias
particulares.
 A princípio todas as ideias são particulares. As palavras gerais são gerais,
por terem significação de ideias gerais. Isso porque são sinais de várias
ideias particulares.
 Não existem ideias gerais abstratas das coisas.
 É possível ter ideias sem palavras. Como o sentimento.
 Nem sempre nomes significam ideias.
 Os nomes não são ligados a ideias abstratas porque elas não existem.
 Existem nomes que não se ligam a ideia nenhuma. Como as letras
matemáticas
§ Dos Princípios do Conhecimento Humano
 Imprimir/impresso
“Ideias atualmente impressas nos sentidos”/ Ideas actually
imprinted on the sense: Ideias
postas/estampadas/fixadas/gravadas nos sentidos. Como a ideia
de luz quando olhamos.

 (1) No conhecimento humano


 “Existem ideias atualmente impressas nos sentidos”;
 “Percebidas considerando as paixões e operações do espírito”;
 “Formadas com auxílio da memória e da imaginação”;
 “Pela vista tenho: Luzes, cores e tons.
 Tato: àspero e macio, quente, frio.
 Olfato:Aromas.
 Paladar:sabores.
 Ouvido:Sons”.
 “Vários deles juntos indicados por um nome, formam uma coisa”.
 Doce, vermelho, sólido = Maçã.
 Então você tem ideias percebidas pelas paixões e operações do
espírito e formadas com o auxílio da memória. E estas coleções de
ideias impressas nos sentidos em conjunto e com o nome, formam
uma coisa.

(2)Mente, espírito, alma ou eu


 “É um ser ativo[“alguma coisa”] que conhece e/ou percebe e
realiza diversas operações como” :
 Querer
 Imaginar
 Recordar
 “Essas não são ideias, mas algo distinta delas. Onde elas existem”;
“A existência de uma ideia consiste em ser percebida”.
 (3) “Só existe pensamento, paixão, ideias formadas pela
imaginação com e pelo espírito”;
 “As ideias impressas nos sentidos ou sensações só podem existir
em um espírito que as perceba”.
 “Só se pode pensar na existência das coisas com o seu ser-
percebidas”.
 Termo “Existir”: Digo que existe a mesa que escrevo
porque eu vejo e sinto-a. Caso não estivesse aqui, digo que
existia porque se estivesse aqui eu a perceberia ou outro
espírito atualmente a vê.
 percepi: "O seu ser é serem percebidas": Alguma coisa só é enquanto ou
quando é percebida. Não é possível conceber nada como existente fora de
nossas percepções..

 (4)A questão do real e a percepção


 A opinião corrente e singular é de que as casas, montanhas,
rios, todos os objetos sensíveis existem sem o espírito –
Existem coisas independente de nossas percepções.
 Berkeley vê isso como contradição: “Pois que são os objetos
mencionados senão coisas percebidas pelos sentidos?”.
 Como conceber os objetos existentes e impercebidos?
- Se nós só concebemos as coisas pela percepção. E não
tem como concebê-los sem por elas, como saberemos que
eles existem fora de nossas percepções?

 (5) Quanto a doutrina das ideias abstratas que tem relação com a pergunta
acima: Não é possível separar a existência dos objetos sensíveis do fato de
serem percebidos ou concebê-los como existentes e impercebídos. Pois seria
separar alguma coisa de si mesma. O que se pode fazer é uma abstração no
sentido de divisão em persamentos coisas em separados como um tronco de um
homem sem os membros.
Berkeley: "Assim como me é impossível ver ou sentir alguma coisa sem uma
sensação atual dessa coisa , assim me é impossível conceber no pensamento
uma coisa sensível ou objeto distinto da sensação ou percepção dele.

(6)Berkeley: "Todos os corpos de que se compõe a poderosa máquina do


mundo não subsistem sem um espírito, e o seu ser é serem percebidas ou
conhecidas; consequentemente, enquanto eu ou qualquer outro espírito criado
não temos delas percepção atual, não tem existência ou subsistem na mente de
algum Espírito eterno; sendo perfeitamente ininteligível e abrangendo todo o
absurdo da abstração atribuir a uma parte delas existência independente do
espírito. Para ver isto bem claramente, o leitor só precisa refletir e tentar separar
no pensamento o ser de um objeto sensível do seu ser percebido.

(7) “De tudo isso se segue que só há uma substância, o espírito, o


percipiente”.
"Para uma ideia existir em coisa não percipiente envolve contradição,
porque ter uma ideia é o mesmo que percebê-la.
 Não tem como eu saber se o real não é uma projeção da minha
mente porque não consigo concebê-lo sem percebê-lo. Pensar algo
pressupõe perceber algo.
 Não se pensa algo sem percebê-lo porque pensar pressupõe
perceber.

 Houve quem fizesse distinção entre “Ideias Primárias” e “Secundárias”:


“Não são semelhantes com ou são algo fora do espírito”.
Q.P: “são imagens de coisas existentes fora do espírito em uma substância
impensante a que dão nome matéria”.
Extensão, figura e movimento são apenas ideias existentes no espírito. Ideia só
pode assemelhar-se a outra ideia; Portanto, nem elas nem os seus arquétipos
podem existir em uma substância incapaz de perceber. De onde a verdadeira
noçãoo da chamada matéria ou substância sorpórea envolver contradição.

(10) Qualidades Primárias separadas das Qualidades Secundárias?


Tradição: Q.P existem fora do espírito em substância impensante[matéria].
Q.S não existem no espírito pois dependem do movimento das partículas da
matéria.

Berkeley: Extensão, figura, movimento são inconcebíveis separadas das outras


qualidades.
Ex: Não consigo formar ideia de um corpoo móvel e extenso sem dar-lhe
alguma cor ou ourta qualidade sensível das que se reconhece existirem só no
espírito.
Onde existam, portanto as outras qualidades sensíveis, essas devem existir
também, isto é, no espírito e em nenhuma outra parte.

(11) “Grande e pequeno, rápido e lento, só existem no espírito, por serem


inteiramente relativos, mudáveis com a posição e orgem dos órgãos dos
sentidos”.
“Pode alegar-se que se trata de extensão e movimento em geral; vemos assim
quanto a doutrina das substâncias móveis extensas, existentes fora do espírito,
depende da singular doutrina das ideias abstratas.

 (12) Número
“É total criação do espírito”. “Dizemos ‘um livro’, ‘ uma página’, ‘uma linha’, e
todos são unidades embora contenham várias outras. E em cada exemplo, é
evidente, a unidade refere-se a uma combinação particular de ideias
arbitrariamente jungidas[juntadas] pelo espírito”.

 (14) Sabores e cores só existem no espírito: Não há qualidades “na matéria”


Tradição[Locke]: Existem qualidades na matéria ou fora do espírito.
Ex: A maça é doce porque ela possui qualidades[secundárias] nela
(exteriormente) que a torna doce, formado talvez por uma conjuntura específica
de moléculas.
Berkeley: Frio e calor são afecções[ são promovidos] do espírito.
Ex: O mesmo corpo pode parecer frio a uma mão e quente a outra.
Olhos podem ver extersões diferentes.
Um alimento doce pode ser doce pra um e doce para outro ou doce para um
agora e amargo depois quando ele estiver com frebre.
 Este é o argumento de Berkeley para mostrar que as qualidades não estão
nas coisas, mas são promovidas pelo Espírito pelas percepções.
Parei aqui no 14 mostrando que não há qualidades na matéria só no espírito.

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