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Leandro B. Ferreira
Analista de Sistemas e Pós Graduado em Filosofia da Educação
Comunidade Javé Nissi
A obediência assumida em Cristo não é mera justiça, nem opressão, mas pura
expressão de amor traduzida na confiança ao Pai. Não é apenas homenagem de nossas
vontades à autoridade de Deus. É a livre união de nossas vontades com o amor de Deus.
Obedecemos a Deus porque queremos fazer, não por obrigação. Faz-se a vontade de
Deus não por opressão, mas por atração.
A vida nova não se resume a uma religião de leis, mas a religião de Pessoa(s)
(CIC 202). O amor exprime-se exatamente nessa realidade pessoal. A compreensão do
amor pessoal nos insere então na óptica de relacionamento. O amor é um
relacionamento pessoal, portanto só se efetiva em liberdade.
Deus criou o homem dotado de razão e lhe conferiu a dignidade de uma pessoa
agraciada com a iniciativa e o domínio de seus atos. “Deus deixou o homem nas mãos
de sua própria decisão” (Eclo 15, 14), para que pudesse ele mesmo procurar seu Criador
e, aderindo livremente a Ele, chegar à plena e feliz perfeição (CIC 1730).
A liberdade é a condição desejada por Deus. O homem deve viver sem estar
acorrentado, preso a nada, contudo pode utilizar-se de sua capacidade de escolha para
recusar o projeto de amor de Deus e dessa forma prender-se ao pecado.
O homem que não se relaciona com Deus é um ser na escuridão. Sem luz o
indivíduo de certo modo pode ainda escolher caminhos diversos, mas não é capaz de
tomar decisões perfeitas que preserve a vida segura em liberdade. Ao se aproximar da
Luz pode ir tomando decisões mais claras e seguras em vista da felicidade que o
sustenta livre. Tal analogia nos ajuda a compreender que só há autêntica liberdade se
está em Cristo (a luz) e que a obediência é o “mecanismo” do Pai para que o filho não
se perca na escuridão da infelicidade.