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Doutrina Social da

Igreja

Capítulo 1
CAPÍTULO I: O DESÍGNIO DE AMOR DE DEUS
A TODA A HUMANIDADE
◼ I. O Agir Libertador de Deus na História de Israel
 a) A proximidade gratuita de Deus
 b) Princípio da criação e agir gratuito de Deus

◼ II. Jesus Cristo Cumprimento do Desígnio de Amor do Pai


 a) Em Jesus Cristo cumpre-se o evento decisivo da história de
Deus com os homens
 b) A revelação do Amor Trinitário

◼ III. A Pessoa Humana no Desígnio de Amor de Deus


 a) O Amor trinitário, origem e meta da pessoa humana
 b) A salvação cristã: para todos os homens e do homem todo
 c) O discípulo de Cristo qual nova criatura
 d) Transcendência da salvação e autonomia das realidades terrestres

◼ IV. Desígnio de Deus e Missão da Igreja


 a) A Igreja, sinal e tutela da transcendência da pessoa humana
 b) Igreja, Reino de Deus e renovação das relações sociais
 c) Novos céus e nova terra
 d) Maria e o Seu «fiat» ao desígnio de amor de Deus
I. O Agir Libertador de Deus na História de Israel
◼ a) A proximidade gratuita de Deus
◼ Toda autêntica experiência religiosa chega a divisar alguns traços
do rosto de Deus
 como origem daquilo que é, como presença que garante aos
homens, socialmente organizados, as condições básicas de vida
 como medida do que deve ser, como presença que interpela o
agir humano ― tanto no plano pessoal como no social ― sobre
o uso dos mesmos bens nas relações com os outros homens.
◼ Aparece também
 A experiência da dimensão do dom e da gratuidade na
existência humana
 O homem se percebe ser interpelado a gerir de forma
responsável e convivial o dom recebido
◼ A Revelação que Deus faz progressivamente de Si próprio a
Israel responde de maneira surpreendente à busca humana
do divino:
 Sua proximidade manifesta-se:
◼ Na libertação da escravidão (Ex 3, 7-8).
◼ Na promessa
◼ Israel: povo livre com sua terra
◼ A gratuidade do amor de Deus vai acompanhado pelo
compromisso da Aliança:
 O Decálogo (Ex Ex 19-24; 34, 28; cf. Dt 4, 13; 10, 4)
◼ Expressa as implicações da pertinência a Deus
◼ A vida moral é resposta à iniciativa amorosa do Senhor
◼ Indica as condições mais seguras para uma existência livre da
escravidão do pecado
◼ Contêm uma expressão privilegiada da lei natural – moral
humana universal.
◼ As regras primordiais de toda a vida social
◼ Decálogo: um compromisso de
 Fidelidade a Deus
 Exigências de relações sociais no povo – em particular
◼ O direito do pobre (Dt 15, 7-8)
◼ E do forasteiro
◼ O ano sabático e o ano jubilar – gratuidade (Ex 23,10-11; Lv
25)
 Repouso dos campos
 Remissão das dívidas
 Libertação geral das pessoas e dos bens

 Os preceitos do ano sabático e do ano jubilar constituem


uma doutrina social resumida
◼ Mostram como os princípios da justiça social e da
solidariedade social são inspirados pelo gratuidade do
evento da salvação.
◼ Estes princípios são o centro da pregação profética que
busca sua interiorização
b) Princípio da criação e agir gratuito de Deus
◼ Ao afirmar o principio da criação de todas as coisas por
parte de Deus (reflexão profética e sapiencial):
 Não só uma convicção teórica
 Também faz perceber a gratuidade e a misericórdia
na ação de Deus em favor do homem
 Deus, livre e gratuitamente dá o ser e a vida a tudo
aquilo que existe
 O homem e a mulher, criados à sua imagem e
semelhança (Gn 1,26-27), são por isso mesmo
chamados a ser o sinal visível e o instrumento
eficaz da gratuidade divina .
◼ No agir gratuito do amor de Deus
encontramos o sentido mesmo da
criação
◼ Nopecado original, que é
desobedecer a Deus, furtar-se ao seu
olhar de amor, encontra-se a raiz
mais profunda de todos os males
que afetam as relações sociais entre
as pessoas humanas
II. Jesus Cristo Cumprimento do Desígnio de Amor
do Pai
a) Em Jesus Cristo cumpre-se o evento decisivo da história
de Deus com os homens
◼ Jesus manifesta de modo tangível e definitivo quem é Deus e
como Ele se comporta com os homens
◼ Ele é a benevolência e a misericórdia de Deus feito visível:
 “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu e enviou-
me para anunciar a boa nova aos pobres, para sarar os contritos
do coração...(Lc 4,18-19; cf Is 61,1-2)
◼ O amor que anima o ministério de Jesus é aquele mesmo
experimentado pelo Filho na união com o Pai
◼ Jesus anuncia a misericórdia libertadora de Deus para com
todos, a começar pelos pobres, marginalizados, pedadores,,,,
◼ Ele tem a missão de tornar todos os homens partícipes desse
dom de sua relação filial com o Pai
b) A revelação do Amor Trinitário
◼ Jesus revela à humanidade que Deus é Pai e que todos somos
chamados por graça a ser filhos dEle no Espírito...e por isso irmãos
e irmãs entre nós.
◼ Do amor de Deus Pai tira-se a mais lógica conseqüência:
“Caríssimos, se Deus assim nos amou, também nós devemos
amar-nos unos aos outros”. (1Jo 4,11-12)
◼ Cristo exige a reciprocidade do amor pelo Seu Mandamento: “Como
eu vos tenho amado, assim também vos deveis amar-vos uns aos
outros” (Jo 13,34)
◼ O mandamento do amor recíproco é a lei de vida do povo de
Deus, e deve inspirar, purificar e elevar todas as relações humanas
na vida social e política.
◼ Ser pessoa humana quer dizer, ser chamada à comunhão
interpessoal por ser imagem do Deus trinitário – aqui está a raiz de
todo o “ethos” humano...cujo vértice é o mandamento do amor.
III. A Pessoa Humana no Desígnio de Amor de Deus

◼ a) O Amor trinitário, origem e meta da pessoa humana

 A revelação em Cristo do mistério de Deus como Amor trinitário


é também a revelação da vocação da pessoa humana ao
amor.
 Na comunhão de amor que é Deus, a pessoa humana é
chamada a descobrir a origem e a meta da sua existência e
da história.
 “Que todos sejam um..., como nós somos um” – Jesus
sugere alguma semelhança entre a união das Pessoas divinas
e a união das pessoas humanas na verdade e na caridade.
 Essa semelhança manifesta que o homem, a única criatura na
terra que Deus quis por si mesma, não pode realizar-se
plenamente senão pelo dom sincero de si mesmo (cf. Lc 17,33)
◼ Toda a pessoa é por Deus criada, amada e salva em Jesus Crusto
e se realiza tecendo multíplices relações de amor, de justiça e de
solidariedade com as outras pessoas.
◼ Afirmando que a criação da pessoa humana é um ato livre e gratuito
de Deus o Gênesis nos ensina que esse tu criado de Deus somente
na relação com Ele pode descobrir e realizar o significado autêntico
e pleno de sua vida pessoal e social.
 No Génesis:

◼ Dignidade da pessoa – criatura de Deus


◼ Sociabilidade: homem e mulher
◼ Significado do agir humano ligado à descoberta e ao respeito da
lei natural: o homem chamado a habitar e guardar o universo criado
segundo o projeto de Deus
b) A salvação cristã: para todos os homens e do homem
todo
◼ É salvação universal e integral
 Começa a realizar-se na história
 O seu cumprimento encontra-se no futuro – na resurreição e na
comunhão eterna de vida com o Pai...
 O engano das visões puramente imanentistas, das pretensões
de auto-salvação do homem.
◼ A salvação requer a livre resposta da fé, com amor concreto
aos irmão e com firme esperança
◼ É inseparável o nexo entre a relação que a pessoa é
chamada a ter com Deus e a responsabilidade ética para com
o próximo: O primeiro e o segundo mandamento
c) O discípulo de Cristo qual nova criatura
◼ O discípulo de Cristo fica habilitado pela graça a caminhar em
uma vida nova.
◼ Em todo homem de boa vontade a graça opera de modo
invisível
◼ A transformação interior da pessoa humana é pressuposto
essencial de uma real renovação das suas relações com as
outras pessoas.

◼ Nesse caminho é necessária a graça


◼ Também a relação com o universo criado deve ser purificada
e levada à perfeição pela cruz e ressurreição de Cristo.
d) Transcendência da salvação e autonomia das
realidades terrestres
◼ Quanto mais o homem é visto à luz do desígnio de Deus
tanto mais ele é potenciado e libertado na sua identidade e
na mesma liberdade que lhe é próprio.
◼ A autonomia das coisas criadas implica que todas as coisas
são dotadas de fundamento próprio, verdade, bondade, leis e
ordem específicas. O homem deve respeitar tudo isto,
reconhecendo os métodos próprios de cada ciência e arte.
◼ Não há conflituosidade entre Deus e o homem, mas uma
relação de amor
 O homem, tudo recebe de Deus com dom
 E tudo possui verdadeiramente como seu
 Tudo é coisa de Deus – por Deus originada e a Deus destinada.
◼ Falsa idéia da autonomia das coisas creadas:
 Pensar que as coisas criadas não dependem de Deus, e o
homem as pode usar sem referência ao Criador
 Sem o Criador a criatura esvai-se
◼ A pessoa humana transcende o horizonte do universo
criado: o seu fim último é o próprio Deus.
A Verdadeira Alienação

 O homem não se pode doar a um projeto somente humano da


realidade
 Alienado é o homem que recusa transcender-se a si próprio e
viver a experiência do dom de si e da formação de uma
autêntica comunidade humana, orientada para o seu destino
último, que é Deus.
 Alienante é a sociedade que torna mais difícil a realização
deste projeto humano

◼ O homem não pode e não deve ser instrumentalizado por


estruturas sociais econômicas e políticas inspiradas em ideologias
totalitárias contrárias à verdade integral da pessoa humana
IV. Desígnio de Deus e Missão da Igreja
a) A Igreja, sinal e tutela da transcendência da pessoa
humana
◼ “Sinal e a salvaguarda do caráter transcendente da
pessoa humana” (GS 76)
 A missão da Igreja é a de anunciar e comunicar a
salvação realizada em Jesus Cristo, que ele chama
“Reino de Deus”
 Ela, ademais,Serve ao Reino, difundindo pelo mundo
os “valores evangélicos” que são expressão do
Reino, e ajudam os homens a acolher o desígnio de
Deus.
◼ A Igreja não se confunde com a comunidade política e
nem está ligada a nenhum sistema político
◼ A distinção entre religião e política e o princípio
da liberdade religiosa constituem uma aquisição
específica do cristianismo.

◼ À Igreja corresponde um fim salvífico e


escatológico que não pode ser atingido
plenamente senão na vida futura - deve ser
fermento de realização integral na abertura ao
Transcendente.
b) Igreja, Reino de Deus e renovação das relações
sociais
◼ Deus, em Cristo redime não somente a pessoa individual
mas também a relações sociais entre os homens.
 As comunidades eclesiais devem ser lugares de comunhão e
fermento de redenção e de transformação das relações sociais.
◼ A transformação das relações sociais que responde às
exigências do Reino de Deus não está estabelecida nas
suas determinações concretas uma vez por todas.
 É uma tarefa por realizar continuamente.
 No dialogo com todas as pessoas de boa vontade.
◼ A lei fundamental da perfeição humana, e portanto da
transformação do mundo, é o mandamento novo do amor.
◼ O amor é o instrumento mais potente de mudança pessoal
e social
c) Novos céus e nova terra

◼ A esperança de novos céus e nova terra nos diz que


permanecerão o amor e a sua obra: da aqui a urgência de
completar a obra do amor.
◼ Todos os bons frutos da natureza e da nossa operosidade
pertencem ao Reino e lá nos os encontraremos
novamente.
◼ A Realização da pessoa humana, matura na história e é
medida pelas relações da pessoa coma as outras pessoas.
◼ O agir humano na história é em si mesmo significativo e
eficaz para a instauração definitiva do Reino, ainda que este
continue a ser dom de Deus, plenamente transcendente.
◼ A configuração a Cristo infunde no cristão um anelo indelével
por antecipar neste mundo o que será realidade no mundo
definitivo empenhando-se em dar de comer...
d) Maria e o Seu «fiat» ao desígnio de
amor de Deus

◼ Maria acolhe na história o enviado do Pai pela


sua aceitação amorosa do desígnio de Deus.
◼ O “Magificat” nos ensina a certeza de que não
se pode separar a verdade a respeito de Deus
que salva da manifestação do seu amor
preferencial pelos pobres e pelos humildes.
OS PRINCÍPIOS DA DSI

“Os princípios permanentes da doutrina social da


Igreja constituem os verdadeiros e próprios gonzos do
ensinamento social católico: trata-se do princípio da
dignidade da pessoa humana, do bem comum,
da subsidiariedade e da solidariedade” (CDSI n. 160 )

O compêndio destrincha esses 04 em:


◼ Princípio da Dignidade da Pessoa Humana
◼ O Princípio do Bem Comum
◼ A destinação universal dos Bens
◼ Princípio da Subsidiariedade
◼ A Participação
◼ Princípio da Solidariedade

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