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Decálogo – 10 Mandamentos da Lei de Deus

 Quando andamos por uma estrada encontramos muitas placas que nos indicam
como trafegar com segurança.
 A obediência a elas é garantia de uma viagem tranquila. Na nossa caminhada
com Deus, temos leis que nos indicam o caminho de uma vida feliz. Elas nos
expressam a preocupação de Deus para conosco. Ele é um Pai amoroso que
deseja a nossa felicidade.
 Os dez mandamentos de Deus são as suas ordens e conselhos ao mesmo
tempo.
 Deus os deu ao seu povo que estava a caminho para uma vida livre na Terra
Prometida (Canaã).
 A observância dos mandamentos preservá-lo-ias do perigo de não cair
novamente na escravidão.
 Essa Lei da vida nova foi dada por intermédio de Moisés, no Monte Sinai (Dt
31,9-24).
 Foi-nos transmitida no Livro do Êxodo (Ex 20,1-17) e no do Deuteronômio (Dt
5,6-22).
 Os mandamentos não foram pensados por Deus como um jugo pesado para
limitar a liberdade e a felicidade do homem. Pelo contrário, eles são o caminho
seguro para a felicidade e para a realização humana (Dt 30,16; Mt 5,17;19,16-
19;22,37-40;)
 O Decálogo forma uma unidade inseparável e imutável. Transgredir um dos
mandamentos é infringir todos os outros (Tg 2,10-11). A transgressão de
qualquer um dos mandamentos, sendo a desobediência explícita a Deus, é
considerada como pecado grave, que rompe a comunhão com Deus.
 Toda a Lei do Antigo Testamento Jesus resumiu em apenas dois mandamentos,
ou seja, num Grande Mandamento de Amor: “Amarás o Senhor teu Deus de todo
o teu coração, com toda a tua alma, com todas as suas forças e com todo o teu
entendimento; e amarás o próximo como a ti mesmo”.
APROFUNDAR O TEMA
 Chamado à bem-aventurança, mas ferido pelo pecado, o homem tem
necessidade da salvação de Deus.
O auxílio divino é-lhe dado em Cristo, pela lei que o dirige e na graça que o ampara.
(CIC 1949)

A LEI NATURAL
A lei natural enuncia os preceitos primários e essenciais que regem a vida
moral. Tem como apoio a aspiração e a submissão a Deus, fonte e juiz de todo o
bem, assim como o sentido do outro como igual a si mesmo. Esta lei é chamada
natural,não em relação à natureza dos seres irracionais, mas porque a razão que a
promulga é própria da natureza humana. (CIC 1955).

A LEI ANTIGA
Deus, nosso Criador e nosso Redentor, escolheu Israel como seu povo e
revelou-lhe a sua Lei, preparando assim a vinda de Cristo. A Lei de Moisés exprime
muitas verdades naturalmente acessíveis à razão. Estas encontram-se declaradas
e autenticadas no âmago da aliança da salvação.
A Lei antiga é o primeiro estádio da lei revelada. As suas prescrições morais
estão compendiadas nos Dez Mandamentos. Os preceitos do Decálogo assentam
os alicerces da vocação do homem, feito àimagem de Deus: proíbem o que é
contrário ao amor de Deus e do próximo e prescrevem o que lhe é
essencial.
A NOVA LEI OU LEI EVANGÉLICA
Nos capítulos 5, 6 e 7 do Evangelho de São Mateus, Jesus, sobe à montanha,
como novo Moisés e, de lá, ensina ao povo a Nova Lei, que não vem trazer
novidades, mas explica como praticar, em espírito e em verdade a Antiga Lei.
A Lei evangélica implica e resume-se na regra de ouro: «Tudo quanto
quiserdes que os homens vos façam, fazei-lho, de igual modo, vós também, pois
nisso consiste a Lei e os Profetas»(Mt 7, 12) (29).
Toda a Lei evangélica se apoia no «mandamento novo» de Jesus; de nos
amarmos uns aos outros como Ele nos amou. (CIC 1971)
dois mandamentos”. (Mateus 22, 37-39)

OS DEZ MANDAMENTOS
1. Amar a Deus sobre todas as coisas.
2. Não tomar o Seu santo Nome em vão.
3. Guardar os domingos e dias santos.
4. Honrar pai e mãe.
5. Não matar.
6. Não pecar contra a castidade.
7. Não furtar.
8. Não levantar falso testemunho.
9. Não desejar a mulher do próximo.
10. Não cobiçar as coisas alheias.

DECÁLOGO - OS DEZ MANDAMENTOS

1ª. PARTE: NOSSA RELAÇÃO COM DEUS.

1º MANDAMENTO
Amar a Deus sobre todas as coisas: O primeiro mandamento convida a
pessoaa crer em Deus, a esperar Nele e a amá-Lo acima de tudo, por isso mesmo
asuperstição é um desvio do verdadeiro culto que prestamos ao verdadeiro Deus. É
uma espécie de Idolatria.
Adorar a Deus é reconhecer, com respeito e submissão absoluta, o «nada da
criatura», que só por Deus existe. Adorar a Deus é, como Maria no Magnificat,
louvá-Lo, exaltá-Lo e humilhar-se, confessando com gratidão que Ele fez grandes
coisas e que o seu Nome é santo. A adoração do Deus único liberta o homem de se
fechar sobre si próprio, da escravidão do pecado e da idolatria do mundo. (cf. CIC
2097)

2º MANDAMENTO:
Não tomar seu santo nome em vão: Este mandamento proíbe o uso
inconveniente do nome de Deus. As promessas feitas a outra pessoa em nome de
Deus empenham a honra, a fidelidade a veracidade e a autoridade divinas. Devem
ser respeitadas. A blasfêmia consiste em proferir contra Deus palavras de ódio, de
ofensa, de desafio e em falar mal de Deus. É também blasfêmia recorrer ao nome
de Deus para encobrir práticas criminosas, oprimir o povo, torturar ou matar.

3º MANDAMENTO
Guardar domingos e festas: O terceiro mandamento do Decálogo refere-se
à santificação do sábado: “O sétimo dia é um sábado: um descanso completo
consagrado ao Senhor” (Ex 31, 15). (CIC 2168)
Jesus ressuscitou de entre os mortos «no primeiro dia da semana” (Mc. 16,
2).Enquanto “primeiro dia”, o dia da ressurreição de Cristo lembra a primeira
criação. Enquanto “oitavo dia”, a seguir ao sábado, significa a nova criação,
inaugurada com a ressurreição de Cristo. Este dia tornou-se para os cristãos o
primeiro de todos os dias, a primeira de todas as festas, o dia do Senhor, o
Domingo.

2ª. PARTE - NOSSA RELAÇÃO COM OS IRMÃOS


MANDAMENTOS DO 4º AO 10º:

4º MANDAMENTO:
“Honra teu pai e tua mãe...” (Cf. Ex.20, 12): “Honra teu pai e tua mãe, para
que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor, teu Deus, te dá” (Ex
20,12). De acordo com este mandamento, Deus quis que, depois dele,
honrássemos nossos pais e todos os que Ele, para o nosso bem, investiu de
autoridade. (Cf. CIC 2197).
A salvação da pessoa e da sociedade humana está estreitamente ligada ao bem-
estar da comunidade conjugal e familiar. Os filhos devem aos pais respeito,
gratidão, justa obediência e ajuda. O respeito filial favorece a harmonia de toda a
vida familiar. A paternidade divina é a fonte da paternidade humana; é o
fundamento da honra devida aos pais. O respeito dos filhos, menores ou adultos,
pelo pai e pela mãe alimenta-se da afeição natural nascida do vínculo que os une e
é exigido pelo preceito divino (CIC 2214). O quarto mandamento também lembra
aos filhos adultos suas responsabilidades para com os pais. Jesus reforça este
dever de reconhecimento.

5º MANDAMENTO:
“Não matarás” (Cf. Ex 20, 13): “Toda vida humana, desde o momento da
concepção até a morte, é sagrada porque a pessoa humana foi querida por si
mesma à imagem e semelhança do Deus vivo e santo. O assassinato de um ser
humano é gravemente contrário à dignidade da pessoa e à santidade do Criador”
(CIC 2319 e 2320).
O quinto mandamento, entretanto, é muito amplo e vai além do ato de homicídio
voluntário ou a cooperação nele. Entende a Santa Igreja que ele abrange não
apenas a morte em si, mas uma série de outras atitudes tais como: a intenção de
se destruir uma pessoa, mesmo que não se consiga; o aborto voluntário ou
provocado, é a interrupção deliberada da gravidez, pela extração do feto da
cavidade uterina; a eutanásia voluntária; os negócios fraudulentos que provocam a
morte ou a fome; a instituição de leis que atentem contra a vida; a criação de
estruturas sociais que promovem a exclusão, a fome e o abandono; o desrespeito à
integridade corporal e a promoção da guerra, entre muitos outros. Jesus, em suas
palavras, mostra claramente a abrangência do quinto mandamento quando diz:
“Ouvistes o que foi dito aos antigos: “Não matarás. Aquele que matar terá de
responder ao tribunal”. Eu, porém, vos digo: todo aquele que se encolerizar contra
seu irmão terá de responder no tribunal” (Mt 5,21-22). Toda atitude contra a vida
promove a morte. O cristão deve sempre nortear-se pela declaração de Jesus: “O
ladrão vem apenas para furtar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida, e a
tenham plenamente” João 10,10.

6º MANDAMENTO:
“Não cometerás adultério” (Cf. Ex 20, 14): Disse Jesus: “Ouvistes que foi
dito: “Não cometerás adultério”. Eu, porém, digo-vos: Todo aquele que olhar para
uma mulher, desejando-a, já cometeu adultério com ela no seu coração” (Mt 5,
27-28). Deus é amor e vive em Si mesmo um mistério de comunhão pessoal de
amor. Ao criar a humanidade do homem e da mulher à sua imagem [...] Deus
inscreveu nela a vocação para o amor e para a comunhão e, portanto, a
capacidade e a responsabilidade correspondentes. Assim, a sexualidade afeta
todos os aspectos da pessoa humana, na unidade do seu corpo e da sua alma. Diz
respeito particularmente à afetividade, à capacidade de amar e de procriar, e, de
um modo mais geral, à aptidão para criar laços de comunhão com outrem. (CIC
2331 e 2332).
A castidade significa a integração conseguida da sexualidade na pessoa, e
daí a unidade interior do homem no seu ser corporal e espiritual. A sexualidade, na
qual se exprime a pertença do homem ao mundo corporal e biológico, torna-se
pessoal e verdadeiramente humana quando integrada na relação de pessoa a
pessoa, no dom mútuo total e temporalmente ilimitado, do homem e da mulher. A
virtude da castidade engloba, portanto, a integridade da pessoa e a integralidade da
doação e implica na aprendizagem do autodomínio e da fidelidade. A Igreja deu ao
matrimônio a dignidade de Sacramento, portanto, “O adultério e o divórcio, a
poligamia e a união livre são ofensas graves à dignidade do matrimônio” (cf. CIC
2337 e 2400). A Tradição da Igreja entendeu o sexto mandamento como norma
para todo o conjunto da sexualidade humana. Cristo é o modelo da castidade e
todo o batizadoé chamado a levar uma vida casta, cada um segundo o seu próprio
estado devida (CIC 2394). É preciso evitar todo pecado que fere a castidade.

7º MANDAMENTO:
“Não roubarás” (Cf. Ex 20, 15): “O sétimo mandamento proíbe tomar ou
reter injustamente os bens do próximo ou lesá-lo, de qualquer modo, nos mesmos
bens. Prescreve a justiça e a caridade na gestão dos bens terrestres e dos frutos
do trabalho dos homens. Exige, em vista do bem comum, o respeito à destinação
universal dos bens e ao direito de propriedade privada. A vida cristã procura
ordenar para Deus e para a caridade fraterna os bens deste mundo” CIC 2401.
Este mandamento também prescreve o respeito pela integridade da criação.
Assim, tudo o que foi criado por Deus, animais, plantas e seres inanimados,
estãonaturalmente destinados ao bem comum da humanidade, pois o domínio que
Deus deu ao homem sobre estas criaturas não foi absoluto. Ele deve ser pautado
pela preocupação e profundo respeito pela integridade da vida e de toda a criação
(cf. CIC 2415).

8º MANDAMENTO:
“Não apresentarás falso testemunho contra teu próximo” (Cf. Ex 20, 16):
“O oitavo mandamento proíbe falsificar a verdade nas relações com os outros.
Esta prescrição moral decorre da vocação do povo santo para ser testemunha do
seu Deus, que é e que quer a verdade. As ofensas à verdade exprimem, por
palavras ou por atos, a recusa em empenhar-se na retidão moral: são infidelidades
graves para com Deus e, nesse sentido, minam os alicerces da Aliança” (CIC
2464). Este mandamento proíbe a mentira e ensina que devemos respeitar a
integridade da reputação do caráter do próximo. Quem crê em Deus deve amar a
verdade que nos torna livres e nos santifica. Assim, o 8º mandamento proíbe que
se levante falso testemunho e perjúrio (jurar falso, falar inverdades). Podemos
prejudicar o outro por falsidade e omissão da verdade; por propagar qualquer
informação que cause prejuízo ao próximo. Isto inclui admitir como verdadeiro,
mesmo em silêncio, um defeito moral do próximo, bem como, sem razão ou
conhecimento, revelar os defeitos dos outros a pessoas que não o sabem
(maledicência).
Estas condutas denigrem e desvalorizam a pessoa e por isso também é
pecado. Em Jesus Cristo, a verdade de Deus manifestou-se na sua totalidade.

9º MANDAMENTO:
“Não desejarás a mulher do próximo” (Cf. Ex 20, 17): O Catecismo da Igreja
Católica nos números 22514 à 2517, apresenta o 9º mandamento como a
verdadeira norma do amor, tanto o amor nos relacionamentos humanos como o
amor a Deus, pois não seremos fiéis a um se não o formos ao outro, ou seja, o
amor puro e verdadeiro para com as pessoas demonstra também o nosso
verdadeiro amor a Deus que é fonte de tudo. Hoje podemos afirmar que este
mandamento se refere a ambos os sexos. Tanto ao homem como à mulher, não é
permitido o ato de cobiça.
E em seu conteúdo está contida a valorização e a dignidade da sexualidade
humana, onde deve haver respeito mútuo. Um não possui maior dignidade que o
outro.
Viver o nono mandamento não significa apenas expressar ao próximo um
amor puro e sadio, significa também que me relaciono indistintamente com todos. É
uma busca de não nos deixarmos vencer pelas tentações da carne. Esta vitória é
possível pela purificação do coração e pela prática da virtude da temperança. O
fim último deste mandamento é visualizarmos na beleza humana a grandiosidade
de Deus.

10º MANDAMENTO:
“Não cobiçarás ...coisa alguma que pertença a teu próximo”(Cf Ex 20,
17):
Este mandamento completa o anterior ensinando que não podemos cobiçar
ou ter inveja do que pertence ao outro, seja um bem material no sentido de
propriedade ou de qualquer outra natureza. “O décimo mandamento exige banir a
inveja do coração humano (CIC 2538). Não cobiçar as coisas alheias significa
trabalhar em si o sentimento de inveja e de desejo de possuir o que é do outro. A
pessoa que valoriza e reconhece o valor do que possui, não tem tempo de cobiçar
ou desejar o que não é seu, o que não lhe pertence. Aquele que cobiça os bens do
próximo não dá valor aos seus próprios bens e não valoriza a si mesmo. Aquele,
porém, quereconhece o que Deus lhe ofereceu está livre do sentimento e do olhar
cobiçoso (cf. CIC 2534-2540). “O desapego das riquezas é necessário para entrar
no Reinodos Céus. “Bem-aventurados os pobres de coração”, diz o Senhor Jesus
(CIC 2556).

Relação com Deus - Nosso relacionamento com as outras pessoas...


- É possível amar a Deus sem amar o próximo?
- Como se pratica o amor ao próximo?
LEITURA ORANTE
Em seu Evangelho São Mateus nos apresenta o chamado Sermão da Montanha.
Do alto de um monte, como Moisés, Jesus se coloca como legislador e nos ensina
a cumprir verdadeiramente a Lei revelada no Monte Sinai. Mergulhemos no texto do
Evangelho e deixemos que os ensinamentos do Mestre façam eco no mais íntimo
do nosso ser.
Mateus 5, 20-47
- Ler e reler o texto pausadamente e observar os destaques:
Os escribas e fariseus eram os especialistas na Lei, sabiam-na com riqueza de
detalhes e faziam questão de mostrar que a praticavam;
O problema era que eles cumpriam a lei exteriormente, apenas para serem
reconhecidos e aplaudidos pelos outros. Ao mesmo tempo desprezavam as
pessoas que não vivam esses preceitos;
Esses grupos usavam também a lei para oprimir o povo. Ameaçavam com o
castigo divino Faziam dos mandamentos um fardo e propagavam a imagem de um
Deus tirano;
Os escribas e fariseus viviam uma religião mentirosa e hipócrita;
Jesus não dispensa ninguém do cumprimento da Lei, mas ensina a vive-la em
sua sua essência, para além das aparências, a partir do coração;
O ensinamento de Jesus baseia-se na contraposição entre a prática aparente e a
vivência verdadeira da Lei: “Ouvistes o que foi dito, eu porém vos digo”;
Matar é muito mais que tirar a vida física;
O adultério não se comete apenas com o corpo, mas, sobretudo com o coração;
O vínculo matrimonial está acima das convenções humanas;
A verdade é inegociável e dispensa juramentos;
O dever de perdoar está acima da frieza da justiça e exige generosidade;
O amor cristão é generoso e não tem ressalvas, inclusive com relação aos
inimigos;
A obediência à Lei fora da compreensão do projeto de felicidade de Deus para
conosco nos leva a agir como os escribas e os fariseus.
- Mas o que é ser feliz?
- Que modelos de felicidade a mídia nos oferece?
- Será que o conceito de felicidade que impera no mundo, coincide com a felicidade
que Jesus veio nos trazer?
LEITURA ORANTE
Ler e meditar: Mateus 5, 1-12
- Ler e reler o texto pausadamente e observar os destaques:
A expressão bem-aventurados quer dizer “Felizes”;
Não são felizes os ricos, mas os pobres em espírito;
Não são felizes os que não levam desaforo pra casa, mas os mansos;
Não são felizes os que vivem num mar de rosas, mas o aflitos;
Não são felizes os que vivem se banqueteando, mas o que têm fome e sede de
justiça;
Não são felizes os que se vingam, que castigam os erros alheios, mas o
misericordiosos;
Não são felizes os espertos e maliciosos, mas os puros de coração;
Não são felizes os que provocam as guerras (grandes ou pequenas), mas o que
promovem a paz;
Não são felizes os que gozam de prestígio junto aos poderosos, mas os que são
perseguidos por causa da justiça;
Não são felizes os que pregam o Evangelho com tranquilidade, mas o que são
caluniados e injuriados por causa de Jesus;
A felicidade porém, não está na bem aventurança em si mesma, mas na
consequência da sua prática: ter a posse do Reino dos Céus, herdar a terra, ser
consolado nas aflições, ter saciada a fome e a sede de justiça, alcançar
misericórdia, ver a Deus, ser chamado filho de Deus, obter uma grande
recompensa no céu;

APROFUNDAR O TEMA
- Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus
(v.3).
Pobres são os que depositaram sua confiança em Deus enquanto última instância,
porque a sociedade lhes negava justiça. “O pobre é a pessoa honrada, piedoso,
espiritualizado, justo (praticante da justiça,“ajustado” diante de Deus), aberto a
Deus e por isso feliz”. O Reino é deles porque, vivendo assim, realizam o pedido de
Jesus (cf. 4,17: “Convertam-se, porque o reino do céu está próximo). Mas, por
outro lado, mundo diz: "felizes os que têm dinheiro e sabem usá-lo para comprar
influências, comodidade, poder, segurança e bem-estar". Onde está a verdadeira
felicidade? Quem é, realmente, feliz?

Bem-aventurados ao aflitos, porque serão consolados (v.4).


Esta bem-aventurança precisa ser a partir do premio merecido: o consolo. O
consolo é uma realidade que Jesus nos traz e que compreende a dor da pessoa
que precisa ser consolada. Esta bem-aventurança esclarece a vitória de Jesus
sobre o pecado, a morte e a dor e quando Ele ressuscita fica mais evidente o
sentido desta vitória. Neste sentido perceberemos que o Deus de Jesus Cristo é o
Deus do Consolo (cf.Is 40, 1-5).

Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra (v.5).


Os mansos estão ligados com a realidade dos pobres, humildes. Eles têm a
esperança da retribuição.
Uma ressonância encontra com o Salmo 37, onde diz: “Não se irrite por causa dos
maus, nem tenha inveja dos injustos

Bem aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados
(v. 6).
A fome significa na Bíblia a tendência e a lembrança ao Deus da vida. Jesus disse:
“Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem acredita em
mim nunca mais terá sede” (Jo 6,35).
Os homens acreditam que Deus fará justiça aos que são oprimidos pela injustiça. A
situação de “fome e sede de justiça” clamam para que cessem a injustiça atual. A
justiça corresponde ao Reinado de Deus sobre tudo e sobre todos. Por que a
esperança de justiça se cumpre em Jesus Messias e Salvador na cruz.
Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia (v. 7).
Misericórdia é uma palavra composta por “miséria e coração”. É olhar para a
miséria do outro, do próximo, de uma pessoa com o coração e não com a razão.
Por isso que os “misericordiosos” têm uma atitude diferente frente a qualquer
realidade.
Bem-aventurados os de puro coração, porque verão a Deus (v. 8).
Esta bem-aventurança se inspira no salmista, que diz: “aquele que tem mãos
inocentes e coração puro,... esse receberá a benção de Javé e do seu Deus
salvador receberá a justiça” (Sl 24,4-5). Para os semitas, o coração é a sede das
opções profundas que marcam a vida inteira. Ser puro de coração é ter conduta
única, em perfeita sintonia com o Reino.
Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de
Deus (v. 9)
Quem trabalha para alcançar a paz entre os homens atua como Deus, porque Deus
é o Deus da Paz (Rm15,33; 16,20). A promoção da Paz, (do Shalom) é fruto
misericórdia e da pureza de coração. Depois da ressurreição Jesus saudou os
Discípulos: “a paz esteja com vocês” (Jo 20, 19.21.26). A paz que propõe
o Evangelho é a dignidade da vida em todos os sentidos. Não se trata de uma paz
meramente pessoal, egoísta... mas também a nível sócia.

Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles


é o reino dos céus (v.10).
Temos aqui o eco da primeira bem-aventurança... “porque deles é o reino dos
céus”. Quem são os perseguidos? São os Discípulos e Missionários de Jesus. E
por que são perseguidos? Por causa da justiça.

Bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo,


disserem todo tipo de mal contra vós, por causa de mim. Alegrai-vos e exultai,
porque será grande a vossa recompensa nos céus (v. 11-12).
Os Mandamentos são um diálogo, explica Papa na catequese

“Que diferença há entre um comando e uma palavra? O comando é uma


comunicação que não requer o diálogo. A palavra, em vez disso, é o meio essencial
da relação como diálogo (…) os mandamentos são palavras de Deus: Deus se
comunica nestas dez Palavras e espera a nossa resposta”.
 O Santo Padre explicou que os mandamentos são um diálogo. Ele observou
que o homem está diante de um dilema: “Deus me impõe as coisas ou cuida
de mim? Os seus mandamentos são só uma lei ou contém uma palavra, para
cuidar de mim? Deus é patrão ou Pai? Somos súditos ou filhos?. E diante
desses questionamentos, o Papa frisou: “Deus é Pai: nunca se esqueçam
disso”.

 Jesus Cristo é a Palavra do Pai, não a condenação do Pai. “Jesus veio para
salvar, com a sua Palavra, não para nos condenar”. “O mundo não precisa de
legalismo, mas de cuidado. Precisa de cristãos com o coração de filhos..

Mandamentos da Igreja

 Para ajudar aos fiéis a prática dos mandamentos de Deus, a Igreja oferece
algumas orientações.

 São os cinco mandamentos que devem ser compreendidos como caminhos


que levam um cristão a participar da sua comunidade. Estes são os
Mandamentos da Igreja:

1. Participar da Missa nos domingos e dias santos.


2. Confessar-se ao menos uma vez por ano.
3. Comungar ao menos uma vez por ano, durante o tempo pascal.
4. Jejuar e abster-se de carne quando a Igreja manda.
5. Contribuir com a Igreja segundo o costume (dízimo).

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