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Confissão positiva: Um bom negócio para os pregadores

Autor : Artigo enviado por email.

Muito se tem falado sobre a teologia da prosperidade e a tal confissão positiva. Chega a
dar nos nervos e derrubar por terra um dos frutos do Espírito, a longanimidade. É muita
aberração! Pastores renomados, até então tidos como sérios se entregam às inovações
teológicas de corpo e alma.

A confissão positiva nos leva aos princípios esotéricos que norteiam todas as seitas
holísticas. Baseados em textos bíblicos isolados, esses teólogos afirmam que há poder
em nossas palavras pra tudo.

Tenho um amigo, um colega jornalista, que vive dizendo que vai ganhar o prêmio
acumulado da mega-sena. Faz tempo que vem jogando, mas nunca acertou nem um
terninho sequer. Ele faz os jogos e depositam tanta confiança e profere tanto positivismo
naquilo, que dá impressão que já ganhou outras vezes. Continua ralando na redação e
cumprindo cada pauta monstruosa, é de dar dó.

Conheço um cristão fervoroso que há pelo menos vinte anos passa em frente uma casa
modesta até, dizendo “esta casa será minha”. Dia desses a casa foi demolida e o terreno
vendido. E ai? Mais fé que esse amigo só mesmo Abraão. Ele terá aquela casa mesmo
tendo proferido palavras positivas.

Vejo que os pastores que pregam a confissão positiva estão bem. Moram em mansões,
desfilam em carrões e só aceitam descer para o interior pregando a mágica das riquezas,
caso a igreja banque a viagem aérea e o hotel cinco estrelas. Eles vivem bem mesmo,
tendo de tudo, viajando para o exterior e esnobando suas posses no altar. É lamentável!

O segredo da riqueza desses pregadores não está na confissão positiva, e sim, em sua
vendas positivas. Como vendem livros, apostilas e palestras. É uma loucura, aff! Mesmo
num dia bem negativo esses pregadores vendem suas bugigangas pseudo-teológicas aos
incautos que não lêem Bíblia e buscam a solução mágica como meio de sobreviver às
dificuldades que o mundo lhes impõe. Isso também é triste. Faltam estudos bíblicos nas
igrejas.

Os tais pregadores da confissão positiva saem pelo mundo anunciando a descoberta das
Américas no campo das riquezas. Dizem que é fácil ser próspero, bastando para isso,
proferir palavras positivas. Fosse assim, as igrejas estariam repletas gente rica. Os
pobres, em geral mais fiéis nos compromissos com a igreja, sustentam a pompa de
muitos riquinhos metidos à besta; inclusive alguns pastores pregadores da confissão
positiva.

Talvez você esteja questionando agora, o fato de até o momento nenhuma referência
bíblica ter sido citada neste artigo. Não se trata de um ensaio teológico sobre
prosperidade, e sim, de uma verdadeiro desabafo contra as aberrações teológicas que
encontramos nos últimos tempos. Mas, caso queira dar uma olhadinha na bíblia, com
certeza, procurando você encontrará uma porção de textos que contrariam a pregação da
confissão positiva.
Thiago, aliás, ao falar da língua com a qual os “positivistas” fazem suas confissões, não
deixa nenhuma indicação de que isto seja uma realidade na vida do cristão. Ao
contrário, Thiago mostra que a língua é uma arma perigosa. O mesmo Thiago, no
capítulo 3, versículo 9, sem rodeios, dá um tremendo “chega pra lá” nas teorias
positivistas que enriquecem o cristão.

Dia desses, assistindo ao programa Vejam Só, na Rit-TV (a TV do R.R. Soares) ouvi
cada barbaridades que não dá para engolir mesmo. Um dos participantes chegou a
afirmar que Jesus era muito rico. Outro afirmou que a mulher do fluxo de sangue foi
curada simplesmente porquê fez a confissão positiva, afirmando: “se tão somente eu
tocar em seus vestidos serei curada”. Os dois pastores venderam uma informação
equivocada. Pior; eles sabem que falaram besteiras.

Dizer que Jesus era rico, ou seja, bem sucedido economicamente, não parece nada
bíblico. O próprio Jesus afirmou que não tinha onde reclinar sua cabeça. Ele entrou
triunfante em Jerusalém sobre o lombo de um jumentinho que não era dele. Usou um
local para a última ceia, também emprestado. Jesus, na verdade não tinha nem mesmo
onde cair morto. Se José de Arimatéia não tivesse cedido seu túmulo, o corpo de nosso
Jesus teria ficado exposto em algum lugar. Definitivamente, ser rico não significa ser
abençoado, como também ser pobre não quer dizer que o cidadão está sob maldição. É
preciso equilíbrio, só isso.

Afirmar que a mulher do fluxo de sangue foi curada mediante sua confissão positiva,
indica que o pastor não leu o texto completo ou simplesmente despreza as palavras e o
poder de Jesus. Nessa história, não temos nada confissão positiva, mas temos a
demonstração da soberania e da misericórdia de Jesus.

A mulher pensou que apenas tocando nas vestes de Jesus, seria curada. Negativo, pois
se dependesse somente dela, com certeza o fluxo exagerado seria uma realidade todos
os meses. Jesus disse a palavrinha “mágica” para aquela mulher: “Sê curada!”. Neste
momento ela recebeu a cura, pois Jesus determinou sua cura.

Por falar em “determinou sua cura”, o verbo determinar é bastante usado pelos
pregadores da confissão positiva. Eles dizem que devemos determinar a benção, tomar
posse da benção, exigir a benção, trazer à realidade aquilo que queremos. Eles dizem.
Mas, Jesus Cristo ensinou diferente, afirmando: “Pedi, pedi...”.Em outro trecho, o
mesmo Jesus diz, “Tudo o que pedirdes em Meu nome...” Com se vê, nesses dois textos,
o verbo determinar não aparece. Só os pregadores da confissão positiva ensinam que
devemos determinar. Neste caso, ao menos deveriam lembrar que quem determina,
também responde pelas conseqüências daquilo que determinou.

Para encerrar este artigo, quase um tratado, gostaria de lembrar que as igrejas precisam
voltar a pregar a mensagem simples e pura do evangelho, ou seja, Jesus salva, cura,
batiza e voltará. Quem está em Cristo, nova criatura é, pois as coisas velhas se passaram
e tudo se fez novo.

Se você é pobre e tem certeza de sua salvação, pronto, isto basta. Se você é rico e tem
dúvidas sobre o amanhã, então cuidado!

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