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O que o apóstolo Paulo quis dizer em II Coríntios 3:6:

“A letra mata, mas o Espírito vivifica”?

Cada igreja e cada credo têm sua "letra", assim como seu "espírito".

O Evangelho de Jesus Cristo tem sua "letra" e seu "espírito".


Sem o vivificante poder do Espírito Santo, o evangelho de qualquer igreja inevitavelmente se transforma
em letra morta.

Milhares de professos cristãos se satisfazem com a "letra", permanecendo completamente destituídos da


vida espiritual. O que Deus requer não é simples ação justa, mas ação justa, como produto e prova de
retas relações com Deus e justa
condição do ser moral e espiritual.

Reduzir a vida e o culto cristãos à sujeição a um sistema de regras, em vez de


fazê-Ios questão de confiar no Deus vivo, é confiar no serviço e ministério da "letra".

Os formais atos e cerimônias da religião quer dos judeus quer dos cristãos, são simples meio para um fim.
Tratados como fins em si mesmos, imediatamente se tornam empecilhos à verdadeira vida religiosa.

O mesmo se pode dizer da Lei de Deus, o Decálogo. O concordar formalmente com os seus preceitos, no
empenho de por esse meio obter a salvação, é fútil.

Unicamente quando a obediência vem como resultado natural do amor a Deus e aos semelhantes, tem
isso qualquer valor à vista de Deus.

No Sermão da Montanha nosso Senhor acentuou o princípio de que a obediência à "letra" da lei sem o
"espírito" de obediência, não satisfaz à norma divina de justiça.
Ao contrário do que afirmam alguns expoentes modernos das Escrituras, o "espírito" da lei não invalida
sua "letra". Por exemplo, Jesus ordenou aos Seus seguidores, baseando-se no sexto mandamento, a não
"encolerizar-se" contra seus irmãos (Mateus 5:22), mas com isso não permitiu a ninguém violar a letra do
mandamento tomando a vida de um irmão.

O "espírito" do sexto mandamento, obviamente não substitui sua "letra", mas é a esta complementar, e
tende a engrandece-la.

O mesmo se poderia dizer de cada um dos preceitos do Decálogo, inclusive do quarto mandamento.

Nada há de errado com a letra da lei, pois foi o próprio Deus que a escreveu em tábuas de pedra.
Entretanto, elas não deviam permanecer somente na pedra, mas também deviam ser escritas no coração
humano. De igual forma, haveriam de tornar-se um conjunto de regras e de regulamentos destinados a
obter uma obediência externa.

Deus desejava que o ministério da letra da lei e seu espírito andassem juntos.
Ele não pretendia que um excluísse o outro. A lei contém o registro de Sua vontade revelada, que deve ser
observada na vida dos cristãos pelo poder do Espírito Santo.

Assim, o que está registrado em Jeremias se toma uma viva realidade: "Na mente, lhes imprimirei as
Minhas leis, também no coração lhas inscreverei." (Jer. 31)

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