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A "Confissão de Fé" data do ano de 1561 e foi escrita na língua francesa porque
era a língua materna do autor, Guido de Brés (1522-1567). Contudo, ele não era
francês, mas holandês.
Guido de Brés levou uma vida agitada; foi pastor em várias cidades; também
viveu como fugitivo em Londres e, mais tarde, em Genebra, onde foi aluno de João
Calvino. Ele morreu como mártir, por enforcamento.
Na noite de 1 para 2 de novembro de 1561, a "Confissão de Fé", na forma de
um livrinho, foi lançada sobre o muro do castelo da cidade onde Guido de Brés
estava (a cidade de Doornik). Ele queria que os comissários, que haviam chegado
àquela cidade para destruir a Reforma, achassem o pacote, endereçado ao rei
Felipe II (não sabemos se Felipe II realmente chegou a ver ou ler a "Confissão de
Fé").
Através do livrinho, Guido de Brés pretendia desmentir a queixa de que os
reformados eram revolucionários e hereges. Por isso, uma carta estava inclusa, em
que se pedia liberdade de religião.
http://www.teuministerio.com.br/BRSPIGBSDCMCMC/vsItemDisplay.dsp&objectID
=677560D4-3BD9-4093-980B5C5D3839320F&method=display
ARTIGO 7
A SAGRADA ESCRITURA : PERFEITA E COMPLETA
Não se pode igualar escritos de homens, por mais santos que fossem os
autores, às Escrituras divinas. Nem se pode igualar à verdade de Deus
costumes, opiniões da maioria, instituições antigas, sucessão de tempos
ou de pessoas, ou concílios, decretos ou resoluções [5]. Pois a verdade
está acima de tudo e todos os homens são mentirosos (Salmo 116:11) e
"mais leves que a vaidade" (Salmo 62:9).
Por isso, rejeitamos, de todo o coração, tudo que não está de acordo com
esta regra infalível [6], conforme os apóstolos nos ensinaram: "Provai os
espíritos se procedem de Deus" (l João 4:1), e: "Se alguém vem ter
convosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa" (2 João :10).
1 2Tm 3:16,17; 1Pe 1:10-12. 2 1Co 15:2; 1Tm 1:3. 3 Dt 4:2; Pv 30:6; At
26:22; 1Co 4:6. 4 Sl 19:7; Jo 15:15; At 18:28; At 20:27; Rm 15:4. 5 Mc 7:7-
9; At 4:19; Cl 2:8; 1Jo 2:19. 6 Dt 4:5,6; Is 8:20; 1Co 3:11; Ef 4:4-6; 2Ts 2:2;
2Tm 3:14,15.
ARTIGO 29
AS MARCAS DA VERDADEIRA IGREJA,
DE SEUS MEMBROS E DA FALSA IGREJA
Aqueles que pertencem à igreja podem ser conhecidos pelas marcas dos
cristãos, a saber: pela fé9 e pelo fato de que eles, tendo aceitado Jesus
Cristo como único Salvador, fogem do pecado e seguem a justiçal0,
amando Deus e seu próximo11, não se desviando para a direita nem para
a esquerda e crucificando a carne, com as obras dela12. Isto não quer
dizer, por ém , que eles não têm ainda grande fraqueza, mas, pelo
Espírito, a combatem, em todos os dias de sua vida 13, e sempre recorr
em ao sangue, à morte, ao sofrimento e à obediência do Senhor Jesus.
NEle eles têm a remissão dos pecados, pela fél4.
ARTIGO 30
O GOVERNO DA IGREJA
Cremos que esta verdadeira igreja deve ser governada conforme a ordem
espiritual, que nosso Senhor nos ensinou na sua Palavra1. Deve haver
ministros ou pastores para pregarem a Palavra de Deus e administrarem
os sacramentos2; deve haver também presbíteros3 e diaconos4 para
formarem, com os pastores, o conselho da igreja5. Assim, eles devem
manter a verdadeira religião e fazer com que a verdadeira doutrina seja
propagada, que os transgressores sejam castigados e contidos, de forma
espiritual, e que os pobres e os aflitos recebam ajuda e consolação,
conforme necessitam6.
ARTIGO 32
A ORDEM E A DISCIPLINA DA IGREJA
http://www.prca.org/prtj/Portuguese/Confissao_Belga.htm
CAPÍTULO VI
Portanto, ainda que esse fulgor, que aos olhos de todos se projeta no céu e na terra, mais que
suficientemente despoje de todo fundamento a ingratidão dos homens, serve também para
envolver o gênero humano na mesma incriminação. Deus a todos, sem exceção, exibe sua
divina majestade debuxada nas criaturas, contudo é necessário adicionar outro e melhor
recurso que nos dirija retamente ao próprio Criador do universo. Portanto, Deus não
acrescenta em vão a luz de sua Palavra para que a salvação se fizesse conhecida. E
considerou dignos deste privilégio aqueles a quem quis atrair para mais perto e mais íntimo.
Ora, visto que ele via a mente de todos ser arrastada para cá e para lá em agitação errática e
instável, depois que elegeu os judeus para si por povo peculiar, cercou-os de sebes, de todos
os lados, para que não se extraviassem à maneira dos demais. Nem em vão nos retém ele,
mediante o mesmo remédio, no puro conhecimento de si mesmo; pois, de outra sorte, bem
depressa se diluiriam até mesmo aqueles que, acima dos demais, parecem manter-se firmes.
Exatamente como se da com pessoas idosas, ou enfermas dos olhos, e tantos quantos sofram
de visão embaçada, se puseres diante delas mesmo um vistoso volume, ainda que reconheçam
ser algo escrito, contudo mal poderão ajuntar duas palavras; ajudadas, porém, pela
interposição de lentes, começarão a ler de forma distinta. Assim a Escritura, coletando-nos na
mente conhecimento de Deus que de outra sorte seria confuso, dissipada a escuridão, nos
mostra em diáfana clareza o Deus verdadeiro.
É esta, portanto, uma dádiva singular, quando, para instruir a Igreja, Deus não apenas se serve
de mestres mudos, mas ainda abre seus sacrossantos lábios, não simplesmente para proclamar
que se deve adorar a um Deus, mas ao mesmo tempo declara ser esse Aquele a quem se deve
adorar; nem meramente ensina aos eleitos a atentarem para Deus, mas ainda se mostra como
Aquele para quem devem atentar. Ele tem mantido esse proceder para com sua Igreja desde o
principio, para que, afora essas evidências comuns, também aplicasse a Palavra, a qual é a
mais direta e segura marca para reconhecê-lo.
Não carece de dúvida que Adão, Noé, Abraão e os demais patriarcas tenham, mercê deste
recurso, atingido íntimo conhecimento dele, o qual de certo modo, os distinguia dos
incrédulos. Não estou ainda falando da doutrina apropriada pela fé pela qual foram
iluminados para a esperança da vida eterna. Ora, para que passassem da morte para a vida,
foi-lhes necessário conhecer a Deus não apenas como Criador, mas ainda como Redentor, de
sorte que chegaram seguramente a um e outro desses dois conceitos à base da Palavra.
Ora, na ordem, veio primeiro aquela modalidade de conhecimento mediante o qual fora dado
alcançar quem é esse Deus por quem o mundo foi criado e é governado. Acrescentou-se
depois a outra, interior, a única que vivifica as almas mortais, por meio da qual se conhece a
Deus não apenas como Criador do universo e único Autor e Árbitro de todas as coisas que
existem, mas ainda, na pessoa do Mediador, como Redentor. Entretanto, visto que ainda não
chegamos à queda do mundo e à corrupção da natureza, deixo também de tratar de seu
remédio.
Portanto, os leitores se lembrarão de que ainda não irei fazer considerações a respeito daquele
pacto mediante o qual Deus adotou para si os filhos de Abraão, bem como daquela parte de
doutrina por meio da qual os fiéis sempre foram devidamente separados das pessoas profanas,
pois que ele se fundamentou em Cristo, doutrina essa que será abordada na seção cristológica,
mas somente enfocarei como se deve aprender da Escritura que Deus, que é o Criador do
mundo, se distingue, por marcas seguras, de toda a multidão forjada de deuses.
Oportunamente, mais adiante, a própria seqüência nos conduzirá à Redenção. Mas, embora
tenhamos de derivar do Novo Testamento muitos testemunhos, outros também da lei e dos
profetas, onde se faz expressa menção de Cristo, contudo todos tendem a este fim: que Deus,
o Artífice do universo, se nos patenteia na Escritura; e o que dele se deva pensar, nela se
expõe, para que não busquemos por veredas ambíguas alguma deidade incerta.
Contudo, seja porque Deus se fez conhecido aos patriarcas por meio de oráculos e visões,
seja porque, mediante a obra e ministério de homens, ele deu a conhecer o que depois, pelas
próprias mãos, houvessem de transmitir aos pósteros, porém está fora de dúvida que a firme
certeza da doutrina foi gravada em seu coração, de sorte que fossem persuadidos e
compreendessem que o que haviam aprendido procedera de Deus. Pois, por meio de sua
Palavra, Deus fez para sempre com que a fé não fosse dúbia, fé esta que houvesse de ser
superior a toda mera opinião. Por fim, para que em perpétua continuidade de doutrina, a
sobreviver por todos os séculos, a verdade permanecesse no mundo, esses mesmos oráculos
que depositara com os patriarcas ele quis que fossem registrados como que em instrumentos
públicos. Neste propósito, a lei foi promulgada, a qual mais tarde os profetas foram
acrescentados com intérpretes.
Ora, visto que o uso da lê foi múltiplo, como se verá melhor no devido lugar, na verdade foi
especialmente outorgada a Moisés e a todos os profetas a incumbência de ensinar o modo de
reconciliação entre Deus e os homens, donde também Paulo chama Cristo o fim da lei [Rm
10.4]. Contudo, outra vez o reitero, além da doutrina apropriada da fé e do arrependimento,
que apresenta Cristo como o Mediador, a Escritura adorna de marcas e sinais inconfundíveis
ao Deus único e verdadeiro, porquanto criou o mundo e o governa, para que ele não se
misture com espúria multidão de divindades.
Portanto, por mais que ao homem, com sério propósito, convenha volver os olhos a
considerar as obras de Deus, uma vez que foi colocado neste esplendíssimo teatro para que
fosse seu espectador, todavia, para que fruísse maior proveito, convém-lhe, sobretudo,
inclinar os ouvidos à Palavra. E por isso não é de admirar que, mais e mais, em sua
insensibilidade se façam empedernidos aqueles que nasceram nas trevas, porquanto
pouquíssimos se curvam dóceis à Palavra de Deus, de sorte que se contenham dentro de seus
limites; ao contrário, antes exultam em sua futilidade.
Mas, para que nos reluza a verdadeira religião, é preciso considerar isto: que ela tenha a
doutrina celeste como seu ponto de partida; nem pode alguém provar sequer o mais leve
gosto da reta e sã doutrina, a não ser aquele que se faz discípulo da Escritura. Donde também
provém o princípio do verdadeiro entendimento: quando abraçamos reverentemente o que
Deus quis testificar de si mesmo. Orar, não só a fé consumada, ou completada em todos os
seus aspectos, mas ainda todo reto conhecimento de Deus nascem da obediência à Palavra.
E, ora de toda dúvida, neste aspecto, com singular providência, Deus em todos os tempos
teve em consideração os mortais.
Com efeito, se refletirmos bem quão acentuada é a tendência da mente humana para com o
esquecimento de Deus; quão grande sua inclinação para com toda sorte de erro; quão
pronunciado o gosto de a cada instante forjar novas e fantasiosas religiões, poder-se-á
perceber quão necessária foi tal autenticação escrita da doutrina celestial, para que não
desvanecesse pelo ouvido, ou se dissipasse pelo erro, ou fosse corrompida pela petulância dos
homens.
Como sobejamente assim se evidencia, Deus proveu o subsídio da Palavra a todos aqueles a
quem quis, a qualquer tempo, instruir eficientemente, porque antevia ser pouco eficaz sua
efígie impressa na formosíssima estrutura do universo. Portanto, necessário se nos faz trilhar
por esta reta vereda, caso aspiremos, com seriedade, à genuína contemplação de Deus.
Afirmo que importa achegar-se à Palavra onde, de modo real e ao vivo, Deus nos é descrito
em função de suas obras, enquanto essas próprias obras aí se apreciam, não conforme a
depravação de nosso julgar, mas segundo a norma da verdade eterna. Se dela nos desviamos,
como há pouco frisei, ainda que nos esforcemos com extrema celeridade, entretanto, uma vez
que a corrida será fora da pista, jamais conseguirá ela atingir a meta. Pois assim se deve
pensar: o resplendor da face divina, o qual o Apóstolo proclama ser inacessível [1Tm6.16],
nos é inextricável labirinto, a não ser que pelo Senhor sejamos dirigidos por intermédio dele
pelo fio da Palavra, visto ser preferível claudicar ao longo desta vereda a correr a toda brida
fora dela.
Assim é que, não poucas vezes [Sl 93,96,97,99 e afins], ensinando que importa alijar do
mundo as superstições para que floresça a religião pura, Davi representa Deus a reinar,
significando pelo termo reinar não o poder do qual Deus se acha investido e o qual exerce no
governo universal da natureza, mas a doutrina pela qual para si reivindica soberania legítima,
porquanto os erros jamais podem ser arrancados do coração humano, enquanto não for nele
implantado o verdadeiro conhecimento de Deus.
Por isso, o mesmo Profeta, onde trouxe à lembrança que a glória de Deus é proclamada pelos
céus, que as obras de suas mãos são anunciadas pelo firmamento, que sua majestade é
apregoada pela seqüência regular dos dias e das noites [Sl19.1,2], em seguida desce a menção
da Palavra: “A lei do Senhor”, diz ele, “é sem defeito, reanimando as almas; o testemunho do
Senhor é fiel, dando sabedoria aos pequeninos; os atos de justiça do Senhor são retos,
alegrando os corações; o preceito do Senhor é límpido, iluminando os olhos” [Sl 19.7,8]. Ora,
embora ele inclua ainda outros usos da lei, contudo assinala, de modo geral, porquanto em
vão Deus convida a si a todos os povos pela contemplação do céu e da terra, afirmando que
esta é a escola especial dos filhos de Deus: a Escritura;
Idêntico é a perspectiva do Salmo 29, no qual o Profeta, após discursar a respeito da voz
terrível de Deus, a qual sacode a terra com trovões, ventanias, chuvas, furacões e
tempestades, faz tremer as montanhas, despedaça os cedros, contudo no final acrescenta que
seus louvores são entoados no santuário, porquanto os incrédulos são surdos a todas as vozes
de deus que ressoam nos ares. De igual modo, assim ele conclui em outro dos Salmos, onde
descreveu as ondas espantosas do mar: “Mui fiéis teus testemunhos; a santidade convém a
tua casa, para sempre” [Sl93.5] Daqui também promana aquilo que Cristo dizia à mulher
samaritana [Jo4.22]: que seu povo e todos os demais povos adoravam o que desconheciam; e
que somente os judeus exibiam o culto verdadeiro de Deus.
Ora, já que, em razão de sua obtusidade, de modo algum a mente humana pode chegar a
Deus, salvo se for assistida e sustentada por sua Santa Palavra, então todos os mortais –
excetuados os judeus-, visto que buscavam a Deus sem a Palavra, lhes foi inevitável que
vagassem na futilidade e no erro.
J.S. Cavani
Dinossauros são usados mais do que qualquer outra coisa para indoutrinar os
jovens e adultos na idéia de milhões de anos da terra. Muitos acreditam que a
existência e a morte dos dinossauros está envolto de tanto mistério, que jamais
saberemos o que realmente aconteceu com eles. Entretanto, os dinossauros são
um mistério somente se você aceitar a teoria da evolução. De acordo com a
evolução, os dinossauros evolveram há 235 milhões de anos atrás muito antes
do que o homem. Nenhum homem jmais viveu com os dinossauros. Embora eles
reinassem sobre a terra, algo aconteceu há 65 milhões de anos – eles
desapareceram. Muitos evolucionistas acreditam que um asteróide os matou,
outros afirmam que eles evolveram nos pássaros, então eles não estão extintos,
mas estão sobrevoando sobre nós hoje.
Por outro lado, de acordo com a Bíblia, os dinossauros foram feitos junto com os
animais terrestres no Dia 6 (Gn1.20-25,31). Os dinossauros não poderiam ter
morrido antes da queda, como já foi discutido antes (i.e. o salário do pecado é a
morte, ou seja, a morte é resultado do pecado, então não havia morte antes da
Queda). Antes de mais nada, basta salientar que nem todos os dinossauros eram
enormes, a maioria deles eram relativamente pequenos. Os dinossauros, como
os répteis modernos, crescem por toda a vida. Ou seja, enquanto eles vivem,
eles crescem. Não existe neles nenhum mecanismo genético que os condiciona a
crescer até certa idade, como no homem que cresce até seus 21 anos. Portanto,
só os dinossauros mais velhos possuíam um tamanho enorme. Os mais jovens
eram pequenos, muitos chegando a ter o tamanho de uma ovelha. É razoável
crer que Noé tomou somente dinossauros pequenos na Arca, para dar mais
espaço aos outros animais. Aqueles que estavam fora da Arca pereceram nas
águas e muitos dos seus fósseis permanecem hoje. Como o clima pós-diluviano
havia mudado e havia falta de comida, doenças e ação antrópica, muitos
animais se tornaram extintos. Os dinossauros como outras criaturas, morreram.
A descoberta dos dinossauros é atribuído ao Dr. Robert Plot (1677) que havia
encontrado ossos tão grandes que ele achou que pertencia a um homem gigante
ou elegante gigante.[2] É importante saber que nenhum dinossauro desde então
foi desenterrado com sua pele intacta. Mesmo se todos os ossos de um
determinado dinossauro são encontrados, o paleontogista tem apenas 40% do
animal para tentar descobrir o que ele originalmente parecia. Os ossos não
dizem que cor o animal tinha, o que eles comiam e como se comportavam. Em
suma, o que nós sabemos sobre os dinossauros é mais especulação do que fato.
Porque a Bíblia Não Menciona Dinossauros?
Você não encontra a palavra dinossauro na Bíblia porque este termo foi
inventado apenas em 1841 por Richard Owen. Sir Richard Owen era um famoso
anatomista britânico e o primeiro superintendente do British Museum (e também
um combatente do darwinismo). Para descrever estes grandes animais do
passado, ele inventou a palavra dinossauro que em grego quer dizer “terrível
lagarto.” Será que haveria então uma outra palavra para dinossauro nos tempos
antigos? Há na verdade lendas sobre dragões ao redor do mundo. Muitas das
descrições dos dragões se encaixam com características de dinossauros
específicos. Da mesma forma em que as tradições do Dilúvio são baseadas num
verdadeiro Dilúvio, as lendas de dragões poderiam ser possivelmente baseadas
em encontros reais com animais que hoje nós chamamos de dinossauros. Nós
temos muitas estórias sobre dragões, a mais antiga que se tem registro é a
Epopéia de Gilgamesh. Gilgamesh, herói da Suméria, foi dito que matou uma
criatura réptil chamada Khumbaba numa floresta de cedro. Temos também o
exemplo dos britânicos, que são os primeiros europeus a produzir estórias a
respeito de um certo monstro que matou e devorou o Rei Morvidus de Gales em
336 A.C. O épico anglo-saxão Beowulf conta como Beowulf (495-583 AD) da
Escandinávia matou um monstro chamado Grendel e muitas serpentes-répteis,
mas perdeu sua vida com 88 anos quando tentava matar um réptil voador.
Outras estórias medievais de heróis e dragões incluem Siegfried dos nórdicos,
que matou um monstro chamado Fafnir; Tristam, Rei Artur, Sir Lancelot; e talvez
o mais famoso de todos, São Jorge que se tornou o santo padroeiro da Inglaterra.
A insígnia de dragão era também usada por muitos exércitos. Na Inglaterra,
antes da conquista dos Normandos em 1066, o dragão era a mais frequente
insígnia real. Outro rei que usava a insígnia do dragão era Richard I que em 1191
lutou nas Crusadas.
(b) “Irmão me fiz dos dragões [tanniyn], e companheiro dos avestruzes.” (Jó
30.29).
(c) “Tu dividiste o mar pela tua força; esmigalhaste a cabeça dos monstros
marinhos [tanniyn] sobre as águas.” (Salmo 74.13)
(d) “Louvai ao Senhor desde a terra, vós, monstros marinhos [tanniyn] e todos os
abismos.” (Salmo 148.7)
(e) “As hienas uivarão nos seus castelos, e os dragões [tanniyn] nos seus
palácios de prazer; bem perto está o seu tempo, e os seus dias não se
prolongarão.” (Is 13.22.)
É importante notar isso porque a KJV (Versão do Rei Tiago) foi publicada em
1611. Os tradutores da Bíblia estavam satisfeitos por usar a palavra dragão,
confiantes que esta seria uma palavra que faria sentido para os seus leitores e
não uma palavra mística que iria confundir a mente dos leitores.
Temos ainda no livro de Jó dois animais que segundo a descrição dada por Deus,
se assemelham muito a estes tão famosos lagartos terríveis. Um deles parece
ser um tipo de animal que até mesmo respirava fogo pelas narinas, talvez ele
tivesse um tipo de mecanismo genético capacitando-o a produzir uma explosão.
“Poderás tirar com anzol o leviatã…os seus espirros fazem resplandecer a luz…
…da sua boca saem tochas; faíscas de fogo saltam dela. Dos seus narizes
procede fumaça…o seu hálito faz incender carvões, e da sua boca sai uma
chama” (Jó 41.1-34). Talvez ele fosse um Sarcosuchus de 12 metros ou um
Liopleurodon de 25 metros (com certeza ele não era um crocodilo). Alguns
argumentam que estas passagens devem ser interpretadas figuramente. Mas
isto parece incrível porque Deus menciona vários animais reais para Jó no
capítulo 39 (leões, cabras monteses, corça, jumento selvagem, boi selvagem,
avestruz, cegonha, cavalo, gafanhoto, falcão e águia). Se o Leviatã deve ser
interpretado figuramente, então porque não interpretar os outros animais
figuramente? Mas realmente não é este o sentido do texto, Deus claramente
está questionando Jó a respeito de eventos reais e tangentes que Jó vê no seu
dia a dia, mas não pode contudo explicar.
Esses teólogos não-ocidentais fazem ainda outras críticas à teologia ocidental: ela tem uma
orientação excessivamente abstrata e filosófica, está organizada de maneira excessivamente
sistemática, é excessivamente racional e lógica, está ligada muito de perto às ideologias
políticas e às estratégias econômicas do Ocidente, e é por demais alienada da realidade, ou
seja, aparentemente está inconsciente da maneira pela qual a vida é experimentada pela maior
parte da população mundial. Quase que se pode imaginar esses críticos dizendo o seguinte
sobre o nosso tema: “Como é que a teologia de João Calvino, um europeu ocidental que
viveu há quase quinhentos anos, pode ter qualquer relevância para o século 21 –
especialmente para a igreja fora do Ocidente?”
Eu não estou aqui para defender a teologia ocidental dessas acusações. Na realidade, entendo
que existe alguma verdade nessas críticas, muito embora elas sejam um tanto simplistas. O
que pretendo fazer nesta oportunidade é avaliar essas alegações no caso de um teólogo
ocidental, a saber, João Calvino. Por verdadeiro que seja que a teologia ocidental tem pouca
relevância hoje – especialmente para os cristãos do chamado “Mundo Majoritário” ou
Hemisfério Sul – creio que isso não é verdade no que diz respeito à teologia de Calvino.
Existe relevância, até mesmo uma relevância transcultural, em grande parte da teologia de
Calvino – não somente com respeito ao seu conteúdo, mas também e especialmente com
respeito a toda a sua maneira de abordar a teologia, isto é, como ele encarava a natureza e o
objetivo da reflexão teológica.
1. A Vida de Calvino
João Calvino nasceu em 1509 no norte da França. Quando era um menino de 14 anos, ele
mudou-se para Paris a fim de estudar latim e artes, obtendo os graus de bacharel e de mestre
com cerca de 17 anos. Nesses anos em Paris, ele sofreu a influência do movimento reformista
do final da Idade Média conhecido como humanismo cristão, um programa de reforma
educacional, cultural e eclesiástica baseado no estudo de textos clássicos e cristãos antigos.
Inicialmente o pai de Calvino havia pretendido que o filho realizasse estudos avançados de
teologia e se tornasse um homem da igreja; todavia, devido a seus problemas recentes com a
Igreja Católica, ele acabou direcionando o jovem Calvino para o estudo do direito civil. Nos
cinco anos seguintes Calvino estudou com vistas ao grau de direito nas universidades de
Orléans e Bourges, e paralelamente começou a estudar grego. Durante esses anos na escola
de direito ele também se comprometeu com a fé protestante e começou a pregar
ocasionalmente.
Após a sua formatura em direito, Calvino continuou a estudar grego (e talvez hebraico) e
iniciou o que parece ter sido uma carreira acadêmica como um erudito humanista protestante
– ensinando e escrevendo nas áreas de direito e teologia. Todavia, sendo um protestante em
um país católico, ele foi obrigado a mudar-se com freqüência e eventualmente teve de fugir
da própria França. No verão de 1536, Calvino se deteve para pernoitar em Genebra, Suíça, a
caminho de Estrasburgo, Alemanha. Foi convencido por Guilherme Farel, um dos líderes
protestantes de Genebra, a permanecer ali e auxiliá-lo na reforma da cidade. Calvino
concordou com relutância e iniciou o seu trabalho como pastor e preletor de Bíblia. Todavia,
as elevadas expectativas morais de Calvino e Farel com relação aos habitantes de Genebra,
que havia abraçado o protestantismo recentemente, causaram a expulsão desses homens dois
anos mais tarde, e Calvino finalmente se fixou em Estrasburgo. Ali ele trabalhou como
professor universitário e pastor de uma igreja de refugiados franceses, sob a orientação de
Martin Bucer, o grande reformador de Estrasburgo. Durante sua estadia de três anos nessa
cidade, Calvino também publicou o primeiro de seus muitos comentários da Bíblia e se casou
com a viúva de um ex-anabatista.
Em 1541 Calvino foi convidado a voltar para Genebra e ali permaneceu até a sua morte 23
anos mais tarde. Ele não ficou sem inimigos, mas grande parte da oposição política às suas
reformas desapareceu em meados da década de 1550, e os últimos dez anos da sua vida foram
pacíficos e produtivos. Além de pregar e ensinar, Calvino continuou a oferecer conselhos
políticos aos órgãos dirigentes de Genebra, embora nunca tenha ocupado nenhum cargo
público e não tenha se tornado um cidadão oficial de Genebra até 1559. Ele também
persuadiu as autoridades políticas a construírem uma academia teológica em Genebra, que
logo se tornou o seminário reformado mais importante da Europa. Nos últimos anos de sua
vida, ele concluiu a quinta e última edição das Institutas da Religião Cristã, um sumário de
teologia que havia atingido 1500 páginas. A academia de Calvino, seus escritos teológicos e
suas milhares de cartas a igrejas e indivíduos fora de Genebra ampliaram a sua influência em
toda a Europa, e por ocasião da sua morte em 1564 ele já era conhecido como um reformador
internacional. Como alguns de vocês talvez saibam, em 1556 Calvino e seus colegas até
mesmo enviaram a uma pequena colônia francesa no Brasil vários jovens de Genebra, dois
dos quais se tornaram os primeiros pastores protestantes a atravessarem o Oceano Atlântico.
Hoje a influência de Calvino ainda é sentida ao redor do mundo nos lugares em que se
difundiu o cristianismo reformado e presbiteriano.
2. Teologia e Piedade
Voltemos agora às duas maneiras sugeridas anteriormente nas quais a teologia de Calvino é
relevante para a igreja mundial no século 21. Essas duas maneiras tem a ver não tanto com o
conteúdo da teologia de Calvino, mas com toda a sua maneira de fazer teologia.
Em primeiro lugar, vejamos como Calvino relaciona teologia e piedade. A primeira edição
das Institutas de Calvino, em 1536, tinha o seguinte título longo e interessante – “Institutas da
Religião Cristã, contendo virtualmente toda a soma da piedade e tudo o que necessita ser
conhecido sobre a doutrina da salvação: Uma obra que vale a pena ser lida por todos os
cristãos que têm zelo pela piedade”. Para começar, trata-se de “institutas”. Institutio em latim
significa algo como “instrução básica”, “compêndio” ou “manual de instruções”. Mas um
manual de que – de teologia? Não, um manual “que contém virtualmente toda a soma da
piedade”, um manual “que vale a pena ser lido por todos os cristãos que têm zelo pela
piedade”. Não se trata de um livro primariamente sobre teologia, mas sobre piedade.
Obviamente existe muita teologia no livro. Mas para Calvino a reflexão teológica nunca é um
fim em si mesma. A teologia é sempre utilizada a serviço da piedade; ela deve conduzir à
piedade. Assim, a teologia de Calvino algumas vezes tem sido chamada de theologia pietatis,
uma “teologia da piedade”.
Mas o que Calvino quer dizer com piedade? Na mesma sentença de abertura das Institutas,
nós lemos: “Quase toda a sabedoria que possuímos... consiste em duas partes: o
conhecimento de Deus e de nós mesmos” (1.1.1). Na seção seguinte, Calvino passa a dizer
que, quando se trata do conhecimento de Deus, “nós não diremos que... Deus seja conhecido
onde não existe religião ou piedade. . . Eu denomino ‘piedade’ aquela reverência unida ao
amor a Deus que o conhecimento dos seus benefícios induz” (1.2.1). Ou então: “Aqui
certamente está a religião pura e verdadeira: a fé tão unida a um sincero temor a Deus que
esse temor também inclui uma reverência voluntária e leva consigo o culto legítimo que está
prescrito na lei” (1.2.2). Portanto, para Calvino o verdadeiro conhecimento de Deus é um
conhecimento sobre Deus que é aplicado na piedade ou devoção, isto é, em reverência, fé,
amor, adoração, obediência e serviço a Deus. A teologia – o estudo de Deus, a busca de
conhecimento acerca de Deus – deve evocar uma resposta de piedade em nós se queremos
verdadeiramente conhecer a Deus. Pois, como diz Calvino.
Como pode o pensamento de Deus penetrar em sua mente sem que você perceba
imediatamente que, visto ser obra de suas mãos, você foi... vinculado a ele por direito de
criação, você deve a sua vida a ele? – que qualquer coisa que você empreende, qualquer coisa
que faz, deve ser atribuída a ele? (1.2.2).
É exatamente assim que Calvino realiza a sua própria reflexão teológica ao longo das
Institutas; as Institutas são na realidade um manual de instruções sobre a piedade. Por
exemplo, ao tratar acerca de Deus, o Criador, Calvino não somente explica os detalhes da
doutrina da criação, mas também exorta o leitor a “comprazer-se piedosamente nas obras de
Deus” (1.14.20). O que significa confessar que Deus é o Criador dos céus e da terra?
Primeiramente, diz ele, significa refletir sobre a grandeza do divino Artista mediante a
contemplação de suas maravilhosas obras de arte. A criação reflete “essas imensas riquezas
de sua sabedoria, justiça, bondade e poder... [e] nós devemos meditar sobre elas longamente,
considerá-las em nossas mentes com seriedade e fidelidade, e evocá-las repetidamente”
(1.14.21). Mas a nossa resposta deve ir além disso. Nós também devemos compreender, diz
Calvino, que Deus criou todas as coisas para o bem da humanidade; devemos “sentir o seu
poder e graça em nós mesmos e nos grandes benefícios que ele nos concedeu, e assim sermos
levados a confiar, invocar, louvar e amá-lo” (1.14.22). Isso é piedade. Essa é uma teologia
que conduz à piedade. Para Calvino, estudar a doutrina da criação não é mero exercício
intelectual; envolve a pessoa inteira – coração, alma, mente e força. Como ele disse no final
dessa seção acerca da criação: “Convidados pela grande doçura da beneficência e bondade
[de Deus], dediquemo-nos a amá-lo e servi-lo de todo o nosso coração” (ibid.).
O mesmo se aplica à maneira como Calvino trata da predestinação, uma questão doutrinária
sobre a qual ele tem sido freqüentemente mal-compreendido e violentamente atacado. O
historiador americano Will Durant certa vez escreveu: “Nós sempre acharemos difícil amar o
homem [Calvino] que obscureceu a alma humana com a mais absurda e blasfema concepção
acerca de Deus de toda a longa e honrada história das tolices”. E o tele-evangelista americano
Jimmy Swaggart certa vez afirmou: “Creio que Calvino fez com que incontáveis milhões de
almas fossem para a perdição”. Todavia, a predestinação é um conceito bíblico, um conceito
com o qual os teólogos ocidentais tinham se debatido por mil anos antes de Calvino. O que
Calvino faz com essa doutrina é o que ele faz com toda a sua teologia – ele a relaciona com a
piedade do crente. A doutrina da eleição, diz ele, em primeiro lugar acentua para nós que a
salvação é sola gratia: é totalmente e inteiramente pela graça de Deus. Portanto, a doutrina da
eleição deve nos humilhar, porque ela nos defronta com o fato de que não temos nenhuma
contribuição a dar para a nossa salvação; ela é unicamente uma obra de Deus. Deus nos
escolheu antes que nós o escolhêssemos. Em segundo lugar, essa doutrina devia levar-nos a
glorificar a Deus por essa grande dádiva que ele graciosamente nos concedeu (3.21.1). Por
fim, ela pode assegurar-nos do caráter definitivo da nossa salvação, pois Deus prometeu em
Romanos 8 que aqueles a quem ele predestinou para a salvação nunca irão separar-se do seu
amor. Como Calvino disse: “Cristo nos libertou da ansiedade nessa questão... Quando somos
dele, somos salvos para sempre” (3.24.6). Calvino não pretendeu que a predestinação fosse
uma doutrina aterrorizante para o crente, mas uma doutrina consoladora.
Essa teologia da piedade foi assimilada por muitas confissões reformadas na própria época de
Calvino e nos anos posteriores à sua morte. A denominação à qual eu e o professor Bosma
pertencemos, a Igreja Cristã Reformada da América do Norte, subscreve três dessas antigas
confissões reformadas – a Confissão Belga, o Catecismo de Heidelberg e os Cânones de Dort
– e em todas as três está presente essa aplicação pessoal, prática e experimental das doutrinas.
Por exemplo, a Confissão Belga de 1561 explica com alguns detalhes a doutrina da
providência de Deus, mas também dá atenção a qual deve ser a nossa resposta a esse ensino
(Art. 13). Nós não devemos ser excessivamente curiosos quanto às obras de Deus que
ultrapassam a compreensão humana. Devemos adorar as decisões de Deus com humildade e
reverência. Devemos reconhecer “o conforto indizível” que essa doutrina nos dá em seu
ensino de que nada nos pode acontecer por acaso. E podemos repousar no pensamento de que
“Deus controla os demônios e todos os nossos inimigos, os quais não podem nos ferir sem a
sua permissão e vontade”. Essas são respostas de piedade!
Não se glorie o sábio na sua sabedoria... mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me
conhecer e saber que eu sou o Senhor, e faço misericórdia, juízo e justiça na terra; porque
destas coisas me agrado, diz o Senhor. (9.23-24)
A implicação é que o Senhor se compraz no amor e na justiça não somente quando ele os
pratica, mas também quando nós os praticamos. Então poderemos afirmar que realmente
compreendemos e conhecemos a Deus.
O livro de 1 João no Novo Testamento dá ênfase ao mesmo ponto: “Ora, sabemos que o
temos conhecido por isto: se guardamos os seus mandamentos. Aquele que diz: Eu o
conheço, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade” (2.3-4).
Portanto, a teologia da piedade de Calvino ressoa com a mensagem da própria Escritura.
Pode-se realmente dizer que essa maneira pela qual ele procurou mostrar o valor das
Escrituras na sua época não tem relevância em nossos próprios dias?
3. Teologia e Sociedade
Alguém poderá objetar que essa teologia da piedade soa excessivamente individualista,
concentrando-se apenas na piedade pessoal. Ela não tem nada a dizer sobre a vida no mundo,
o papel do cristão na sociedade, a dimensão comunitária da nossa existência? Certamente que
sim para Calvino. A sua teologia da piedade é uma teologia que abrange toda a vida.
Ela realmente começa com a maneira pela qual Calvino e a tradição reformada entenderam o
chamado “princípio escriturístico” da Reforma, sola Scriptura, isto é, que somente a
Escritura é a nossa autoridade suprema em questões de doutrina e moralidade. O calvinismo,
mais do que qualquer outro ramo do cristianismo da Reforma, entendia que isso significava
tota Scriptura, isto é, que toda a Escritura é investida de autoridade, tanto o Antigo quanto o
Novo Testamento. Os crentes do Novo Testamento desfrutam de algumas vantagens em
relação aos crentes do Antigo Testamento, mas os dois testamentos estão vinculados por um
único pacto da graça. Assim, o Antigo Testamento ainda é tão plenamente uma parte da
revelação normativa de Deus quanto o é o Novo Testamento. Por exemplo, no Novo
Testamento encontramos o chamado “mandato missionário” de Mateus 28: “Ide e fazei
discípulos de todas as nações”. Mas também existe outro mandato universal na Escritura, o
chamado “mandato cultural” no Antigo Testamento: “Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei
a terra e sujeitai-a; exercei domínio sobre ela, cultivai-a e guardai-a” (Gênesis 1 e 2). Esse
mandato nunca é repetido no Novo Testamento, mas não precisa ser; ele ainda é válido. A
atividade cultural – agricultura, comércio, política, educação – é uma parte da vocação do
cristão tanto quanto o evangelismo.
Foi a partir dessa perspectiva das Escrituras que se desenvolveu grande parte da teologia
social de Calvino. Para ele, o modelo básico da sociedade se encontrava no Antigo
Testamento, na comunidade de Israel. Essa piedade se estendia a todas as dimensões da vida,
tanto públicas quanto particulares. Para Calvino, portanto, a reflexão teológica nunca fica
limitada ao indivíduo ou apenas às questões “espirituais”. Ela é uma reflexão sobre como
toda a Escritura se relaciona com toda a vida.
Para ilustrar isto, quero recorrer a três aspectos do pensamento social de Calvino: sua
reflexão cristã sobre a ordem política, sobre três questões econômicas e sobre a educação.
3.1. Política. No que se refere à ordem política, Calvino reconhecia a igreja e o estado como
esferas distintas que deviam cooperar estreitamente para edificar uma sociedade cristã.
Portanto, ao contrário dos anabatistas daquela época, ele defendia um elevado grau de
envolvimento por parte dos cristãos na vida política. “Ninguém deve duvidar que a
autoridade civil é uma vocação”, diz Calvino, “não somente santa e legítima diante de Deus,
mas também a mais sagrada e de longe a mais honrosa de todas as vocações em toda a vida
dos homens mortais” (Institutas 4.20.4). Os cristãos devem honrar as autoridades como
“ministros e representantes de Deus” (4.20.22). Elas devem orar pelos magistrados civis e
obedecê-los, até mesmo os tiranos, a menos que tal obediência resulte em uma desobediência
direta da vontade de Deus. E a igreja tem a responsabilidade profética de advertir as
autoridades quando elas erram e exortá-las a cumprirem os seus deveres. Em seu comentário
de Amós 8.4, Calvino escreve: “Com freqüência os governan- tes são culpados de muitas
coisas; essa é a razão pela qual os profetas se voltam contra eles de maneira tão contundente e
rigorosa”. Os porta-vozes proféticos de hoje, diz Calvino, são primariamente os ministros da
igreja. É seu dever clamar contra toda injustiça praticada pelo estado, particularmente no que
se refere ao tratamento dos pobres e dos fracos.
Qual é o dever dos governantes civis? Acima de tudo reconhecer que “foram ordenados
ministros da justiça divina”. O seu tribunal é “o trono do Deus vivo” e eles são
“representantes de Deus” (4.20.6). Como tais, é seu dever promover a justiça, a segurança e a
paz na sociedade, e especialmente defender os pobres e os fracos contra os ricos e poderosos.
O Salmo 82.3 diz: “Fazei justiça ao fraco e ao órfão, procedei retamente para com o aflito e o
desamparado”. Em seu comentário desse salmo, Calvino o aplica ao estado: “Um governo
justo e bem-regulado se distinguirá por preservar os direitos dos pobres e dos afligidos”.
3.2. Economia. Como outros líderes da Reforma, Calvino rompeu com a tradição medieval de
elevar a “vida contemplativa” acima da “vida ativa” do trabalho diário. O trabalho, diz
Calvino, é uma atribuição de Deus pela qual os indivíduos servem ao bem-comum. Deus nos
criou não somente como indivíduos, mas como indivíduos em comunidade. Dependemos uns
dos outros e devemos servir uns aos outros com os diferentes dons que nos foram dados.
Portanto, todas as formas de trabalho são de igual valor e são igualmente agradáveis a Deus
se beneficiam de algum modo a comunidade e não contradizem a Palavra de Deus. Não
trabalhar quando se tem a capacidade de fazê-lo é algo contrário à Palavra de Deus. Mas, ao
mesmo tempo, não proporcionar trabalho para aqueles que são capazes também é errado.
Assim sendo, Calvino e a cidade de Genebra iniciaram um programa de obras públicas para
os milhares de refugiados que estavam afluindo para aquela cidade.
Finalmente, Calvino fez uma nova abordagem à usura ou à cobrança de juros. A igreja havia
proibido toda usura na Idade Média, muito embora algumas pessoas continuassem a praticá-
la. Todavia, Calvino argumentou que a Bíblia não proíbe toda forma de usura. As proibições
bíblicas contra a mesma precisam ser lidas em seu contexto. A usura foi proibida entre os
israelitas da velha dispensação, diz Calvino, porque lhes era fácil realizar negócios sem ela.
Mas aquelas circunstâncias mudaram em nossos dias. E a instrução de Jesus, “emprestai, sem
esperar nenhuma paga” (Lucas 6.35), visava orientar o nosso relacionamento com os pobres,
não com todas as pessoas. Seja como for, Calvino acreditava que quando se tratava de
emprestar dinheiro a juros, o nosso comportamento devia ser governado acima de tudo pela
lei bíblica do amor. Somente porque uma coisa é legal, isso não a torna amorosa ou justa.
Além disso, uma vez mais, nunca devemos fazer algo que não esteja de acordo com a Lei
Áurea.
3.3. Educação. Para Calvino, a responsabilidade principal pela educação recaía sobre a igreja,
e não sobre o estado, o que contrariava a tendência geral da Reforma no sentido de transferir
a educação da igreja para o controle do estado. Sob a sua influência, os mestres eram
nomeados pelos pastores da cidade, deviam submeter-se à confissão de fé de Genebra e
estavam sujeitos à disciplina eclesiástica. Calvino chegava a considerar o “mestre de
teologia” como um quarto ofício da igreja, ao lado do pastor, do presbítero e do diácono.
Porém, Calvino se voltava para os clássicos por outras razões além do pensamento claro e da
retórica refinada. Ele também acreditava que havia verdades a serem encontradas nos antigos
autores não-cristãos, verdades que poderiam ajudar-nos a compreender o mundo de Deus e a
Palavra de Deus. Como ele diz nas Institutas:
Sempre que nos defrontamos com essas questões nos escritores seculares, que essa admirável
luz da verdade que neles brilha nos ensine que a mente do homem, embora decaída e
pervertida de sua integridade, no entanto está revestida e ornamentada com os excelentes
dons de Deus. Se consideramos o Espírito de Deus como a fonte única da verdade, não
rejeitaremos a própria verdade nem a desprezaremos onde quer que ela se manifeste, a menos
que desejemos desonrar o Espírito de Deus. (2.2.15)
É por isso que Calvino fazia os estudantes de sua academia lerem antigos autores não-cristãos
como Virgílio, Cícero, Ovídio, Sêneca, Lívio, Xenofonte, Políbio e Homero. Na realidade, o
professor de grego da academia não ensinava o Novo Testamento grego (isso era feito pelo
professor de teologia), mas textos antigos de Platão e Aristóteles sobre ética. Evidentemente,
o verdadeiro conhecimento de Deus, diz Calvino, só é possível quando a pessoa foi
regenerada pelo Espírito Santo e vê Deus revelado nas Escrituras. Porém, usando os “óculos”
das Escrituras, podemos prosseguir para o aprendizado do mundo não-cristão e encontrar
muitas coisas verdadeiras e úteis no sentido de preparar os crentes para o serviço cristão. A
lente da revelação da Palavra de Deus nos ajuda a focalizar bem a verdade que se encontra no
mundo de Deus.
Conclusão
Como, pois, a teologia de Calvino é relevante para o século 21? Não em primeiro lugar por
causa do seu conteúdo. Embora certamente haja muito o que se aprender desse conteúdo,
existem também aspectos em que é limitada a sua utilidade para o mundo moderno. A
relevância da teologia de Calvino reside, acima de tudo, na maneira como ele aborda a tarefa
teológica, naquilo que ele considera o propósito da teologia e em como ele empreende a
elaboração da teologia. O método de Calvino pode servir como modelo para os teólogos
cristãos atuais pelo menos de três maneiras.
Primeiramente, a sua teologia é bíblica. Ela reconhece a Escritura como a Palavra de Deus
inspirada e infalível, investida de autoridade suprema para todo o pensamento teológico e a
vida cristã. Não somente uma parte da Escritura, mas toda ela, Antigo e Novo Testamento.
Como tal, a teologia de Calvino inicia onde começa o Antigo Testamento, com a doutrina da
criação. Visto que a salvação é de fato a restauração da criação, os cristãos são conclamados
não a evitarem este mundo ou a fugirem dele, mas a servirem a Deus como seus agentes de
restauração e reforma neste mundo.
Em segundo lugar, a teologia de Calvino é prática, isto é, está sempre voltada para a piedade
cristã. Para ele a teologia não pode ser simplesmente um exercício teórico. Ela não é abstrata,
especulativa ou altamente filosófica. Ela nunca é um fim em si mesma. Antes, a teologia
sempre deve se relacionar com a vida e a experiência cristã. O conhecimento sobre Deus
deve levar ao conhecimento de Deus, isto é, uma resposta a Deus de reverência, amor,
obediência e confiança.
Finalmente, a teologia de Calvino é holística. Para ele, o evangelho se dirige não somente às
almas ou a pessoas individuais ou às chamadas questões “espirituais”. Ele se dirige à pessoa
integral e a todos os aspectos da vida e da sociedade – coisas como exercer um cargo público,
praticar desobediência civil, riqueza e pobreza, trabalho, salários, usura, educação, casamento
e vida familiar. É por essa razão que um estudioso denominou Calvino não somente um
reformador, mas um “revolucionário construtivo”.
Em suma, a teologia de Calvino nos faz lembrar a fonte (a Escritura), o propósito (a piedade)
e o escopo (toda a vida) do trabalho teológico. Parece-me que esses lembretes são tão
relevantes para a tarefa teológica em nossos próprios dias e em nosso mundo quanto o foram
na Genebra de Calvino há quase 500 anos.
__________________________
(*) O autor é professor de Teologia Sistemática no Calvin Theological Seminary, em Grand
Rapids, Michigan. Palestra proferida no Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew
Jumper no dia 28 de agosto de 2003. Texto traduzido por Alderi Souza de Matos.
NTRODUÇÃO
Em primeiro lugar queremos dizer que respeitamos as opiniões dos evolucionistas e de todos
quantos pensam de forma diferente, porém nós cremos unicamente nos fatos que concordam
com os relatos Bíblicos ou que pelo menos não conflitam com a Bíblia.
Normalmente, a leitura dos capítulos 1 e 2 do livro de Gênesis, que tratam sobre a criação,
geram algumas perguntas, tais como:
Porque o versículo 2 declara que a terra era sem forma e vazia se tudo que Deus faz é
perfeito?
Os textos de Gn. 1:1 e Gn.1:3-31 referem-se a uma só criação ou duas? Alguns estudiosos
colocam a criação original em Gn.1:1, seguindo-se uma catástrofe registrada em Gn. 1:2 e em
seguida uma reconstrução da criação nos versículos seguintes. Será que foi mesmo assim?
O texto de Gn. 1:9 declara que havia um só continente e um só oceano, porém não é isso que
vemos hoje no mapa mundi. O que realmente aconteceu?
Está escrito que Deus descansou no sétimo dia, no entanto Jesus afirmou que Deus trabalha
até hoje. Existe contradição?
Certo dia uma pessoa me telefonou perguntando-me a respeito dos dinossauros querendo uma
resposta à luz da Palavra de Deus. Estes animais realmente existiram? Quando existiram? O
que aconteceu com eles?
Até então eu nunca tinha sido motivado para pensar no assunto, simplesmente acompanhava
as reportagens científicas de forma passiva, sem que houvesse qualquer interesse num
conhecimento mais profundo do assunto.
Agora, porém, diante da pergunta a mim dirigida, a situação mudou. Nasceu um grande
interesse em conhecer os fatos. Tudo que queremos saber a respeito do universo, temos que
procurar na Bíblia, pois a Palavra de Deus é a fonte inesgotável de todo o conhecimento. Só
não encontramos na Bíblia o que Deus não permite que o homem saiba. Li então
cuidadosamente, os primeiros capítulos de Gênesis, procurando uma resposta a respeito dos
dinossauros. Infelizmente, até então, não consegui visualizar nada que pudesse satisfazer a
minha curiosidade. Passei então a ler vários artigos científicos em revistas especializadas, a
respeito dos dinossauros. A minha intenção era encontrar naqueles artigos, alguma
informação que fosse de encontro com o relato da criação descrito na Bíblia.
Em certo momento aconteceu algo estranho. Enquanto eu lia um artigo científico sobre as
hipóteses da extinção desses animais, eu senti, ou ouvi dentro de mim, como que uma voz
dizendo: “versículo dois, versículo dois”. Naquele instante senti convicção: - “Os dinossauros
foram extintos no período descrito no versículo dois do capítulo um de Gênesis”.
Imediatamente abandonei a revista que estava lendo e abri a bíblia novamente, começando a
“digerir” cada palavra dos dois primeiros capítulos de Gênesis. Foi então que começaram a
surgir informações que até então eu não havia percebido. Os detalhes serão descritos no
decorrer do estudo.
Capítulo 2
ORDEM CRONOLÓGICA
Antes de tudo, precisamos levar em consideração o fato de que nem todos os fatos registrados
na Bíblia se encontram em rigorosa ordem cronológica. Os próprios livros na Bíblia não estão
necessariamente organizados na mesma ordem cronológica dos fatos reais. Sabemos que as
profecias também não estão colocadas em ordem cronológica em relação à consumação dos
fatos profetizados. O estudo que fizemos no livro do apocalipse, também revela que aquele
livro não está escrito em rigorosa ordem cronológica com relação aos fatos reais.
Podemos observar que a mesma coisa acontece nos capítulos 1 e 2 de Gênesis. O primeiro
versículo fala da criação completa dos céus e da terra. Em seguida, nos versículos Gn.1:3 até
Gn.2:3, encontramos o relato da mesma criação, porém bem mais detalhada e finalmente, em
Gn.2:4 até Gn.2:25, existem os detalhes da criação do homem que já havia sido mencionada
em Gn.1:26-27. Evidentemente o homem não foi criado duas vezes só pelo fato de ter sido
mencionado duas vezes. Isto é óbvio. Note também que somente no texto de Gn.1:3 a 2:3 é
que se mencionam os dias da criação.
Mais um fato que comprova que a escrita não está em ordem cronológica: Observe o texto em
Gn.2:5. - Logo após o relato completo dos sete dias da criação, quando Deus já havia
completado toda a obra criativa e já estava no sétimo dia de descanso, está escrito que a
vegetação ainda não havia brotado na terra, e está escrito também que não havia o homem
para lavrar a terra, portanto, nesse texto, o homem ainda não havia sido formado,
aparentemente contrariando o texto anterior de Gn. 1:26.
Para melhor entendimento da realidade dos fatos, teríamos que examinar os textos dos
capítulos 1 e 2 de Gênesis, divididos em quatro grupos descritivos independentes entre si com
relação ordem cronológica, da seguinte maneira:
Primeiro grupo Gn. 1:1 - Visão global da criação descrita em apenas uma frase sem os
detalhes da criação
Segundo grupo Gn. 1:2 - Destaque do momento do caos na terra antes da formação do
homem
Terceiro grupo Gn. 1:3 até Gn. 2:3 - A mesma criação de Gn. 1:1 agora detalhada e dividida
em sete períodos
Quarto grupo Gn. 2:4-25 - Destaque com detalhes da formação do homem a qual já tinha sido
mencionada no terceiro grupo e incluída no primeiro grupo.
Sabe-se também que os estilos das obras literários antigos eram exatamente assim, ou seja,
costumava-se relatar o assunto de forma genérica e abrangente, para então relatar novamente
com mais detalhes. E é isso que percebemos nestes textos.
UMA SÓ CRIAÇÃO
Outro detalhe importante que devemos considerar neste estudo, é que Deus não cria a mesma
coisa duas vezes. A criação é realizada uma só vez, e se necessário, Deus preserva a sua
criação original para conservar a espécie. Vejamos algumas comprovações:
Deus formou o homem pela primeira vez usando a matéria prima da terra que Ele já havia
criado. O corpo físico do homem não foi feito de algo novo, mas de algo que já existia. O
verbo BARA traduzido como CRIOU em Gn. 1:1 no original hebraico, significa criar do
nada. No texto de Gn. 2:7 o verbo ASÁH, aplicado ao homem se traduz como fazer, fabricar,
realizar, por isso, o homem, fisicamente falando, não foi criado, mas formado da terra. O que
realmente foi criado e colocado no corpo do homem foi o espírito.
O mesmo aconteceu com a mulher, que foi formada e não criada. Da mesma forma, Deus não
usou o mesmo processo usado para o homem, pois se assim fosse, a mulher seria de outra
espécie diferente do homem. Deus usou uma parte do homem que já havia sido formado, no
caso a costela, para então formar a mulher, portanto, o homem e a mulher são da mesma
espécie e da mesma origem, ambos formados da terra. A própria ciência comprova que os
elementos químicos que existem no corpo humano são os mesmo existentes na própria terra.
Os animais foram criados por outro processo diferente e separado do homem, portanto, são de
espécies diferentes. Deus não usou parte do animal para formar o homem e nem usou parte
do homem para formar os animais. Este é um dos fatos, entre outros, que nos impedem de
crer na teoria evolucionista.
Outro fato que podemos mencionar é a preservação de Noé e sua família juntamente com os
animais para repovoar a terra, visto que todos os homens e animais seriam destruídos no
dilúvio. Se não fosse assim, após o dilúvio Deus teria que recriar o homem e os animais
novamente, coisa que Deus jamais faria. Fato semelhante a este destaca no estudo do
apocalipse onde os 144000 judeus serão preservados para também repovoar a terra cujos
habitantes serão destruídos durante a grande tribulação. Deus formou o homem uma só vez, e
mesmo assim, usando a matéria prima já criada anteriormente.
Existe uma lei na física que diz: “No universo nada se cria e nada se perde, mas tudo se
transforma". Exemplificando, se colocarmos uma pedra de gelo (água sólida) em uma panela,
após alguns minutos a pedra terá desaparecido, ficando em seu lugar uma porção de água
líquida. Na verdade o gelo não desapareceu, mas foi transformado em líquido. Continuando,
se colocarmos essa panela com água no fogo, dentro de alguns instantes veremos que a água
já não estará lá, pois se transformou em vapor e se deslocou para os ares em forma de nuvem.
A nuvem, que é água em forma de vapor, por sua vez irá se transformar novamente em
líquido ou em sólido. A própria água também pode ser decomposta em dois elementos
químicos, o oxigênio e o hidrogênio, os quais também podem se agrupar formando
novamente a água.
Esta é uma afirmação científica e que tem pleno fundamento bíblico, pois está escrito na
Palavra de Deus:
“Sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe pode acrescentar e nada lhe
tirar; e isto faz Deus para que os homens temam diante dele”.(Ecl. 3:14)
Está escrito que no sétimo dia Deus descansou de sua obra, ou seja, deu por encerrada a sua
obra criativa. Até hoje estamos no sétimo dia de descanso da criação. Jesus certa vez afirmou
que o Pai trabalha até hoje e Ele também trabalha. Existe contradição? Evidentemente que
não. Isto significa que Deus descansou da obra da criação, ou seja, depois do sexto dia Deus
não criou mais nada, pois tudo que tinha que ser criado já tinha sido criado até aquele
instante. Portanto o sétimo dia de descanso é da obra criativa e não de qualquer outro
trabalho.O dia sétimo da criação já dura cerca de seis mil anos.
Capítulo 4
Como já vimos no capítulo anterior, a criação aconteceu somente uma vez, no entanto,
encontramos no texto de Gn. 1:1, a palavra hebraica BARA, que significa criar do nada, e a
mesma palavra, BARA, repetida em Gn. 1:21, quando fala da criação das grandes baleias.
Considerando que Gn. 1:1 fala da criação completa, não poderia haver uma nova criação em
Gn. 1:21, isto significa que a criação descrita em Gn. 1:2-31 é a mesma criação descrita em.
Gn. 1:1
O texto de Gn. 1:1 resume da forma mais simples possível, TODA criação dos céus e da terra
com apenas uma frase:
Quem já aprendeu sobre os símbolos da Bíblia, sabe que o número sete simboliza a plenitude
perfeita de Deus, isto é, quando Deus menciona um fato dentro de um sete, indica que este
fato, ou acontecimento é completo, nada faltando e nada excedendo. Não é por coincidência
que o texto original hebraico de Gn. 1:1 é composto exatamente de sete palavras:
Depois de mencionar a criação como um todo com apenas sete palavras no primeiro
versículo, o relato da criação se abre com mais detalhes entre Gn. 1:3 até Gn, 2:3 quando
agora se menciona os sete dias da criação.
Dentro do texto acima mencionado (Gn. 1:3 até Gn, 2:3), existe o relato da formação do
homem em Gn. 1:26, no entanto, no terceiro texto em Gn. 2:4-25, encontramos novamente
detalhes da formação do homem, que não foram mencionados nos textos anteriores. Mais
uma vez se verifica o estilo literário da época, quando se menciona um fato de forma genérica
como um todo, para depois repeti-lo com mais detalhes.
Portanto, não aconteceram três criações, mas apenas uma. O texto de Gn. 1:3 a Gn. 2:3 não é
uma reconstrução do caos havido em Gn. 1:2, mas os detalhes da mesma criação mencionada
em Gn. 1:1. Isto é comprovado com a afirmação vista em Gn. 2:4 colocada logo após os
detalhes da criação:
Estas são as origens {ou gerações} dos céus e da terra, quando foram criados; no dia em que
o SENHOR Deus fez a terra e os céus. (Gn. 2:4)
A interpretação é reforçada pelo texto de Gn. 2:3 quando Deus afirma que a criação estava
completada e então descansou no sétimo dia. Este texto não faria sentido se o que está
relatado anteriormente fosse simplesmente uma reconstrução de um caos.
E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra, que
Deus criara e fizera. (Gn. 2:3)
Capítulo 5
OS DIAS DA CRIAÇÃO
Muito se tem discutido se os dias da criação eram dias de 24 horas ou grandes períodos de
milhares de anos. É fácil de se perceber que não poderiam ser dias de 24 horas. Observe a
ordem dos dias sincronizados com a criação
Notar que somente no dia 4 é que foram criados os astros no céu, sol, lua e estrelas. Observar
também que o Sol e a Lua, entre outras finalidades, foram criados para governarem o dia e a
noite e para contagem do tempo, dias e anos. É com base nos movimentos da terra e da lua ao
redor do sol, que se determinam os dias de 24 horas, os meses e os anos.
Ora, se o mecanismo de contagem de tempo somente foi criado no dia 4, conclui-se que nos
dias 1, 2 e 3 não havia qualquer meio de referencia para determinar ou medir o tempo e então
se afirmar que os dias da criação eram dias de 24 horas.
Existem fatos relatados na Bíblia, onde se menciona o dia como sendo uma descrição
genérica de um tempo indeterminado. Um deles é o chamado “DIA DO SENHOR”. Alguns
interpretam como sendo um dia específico determinado do calendário, e geralmente dizem
ser o Domingo, pelo simples fato de guardarmos o Domingo, porém já sabemos conforme
estudo nas profecias, que O DIA DO SENHOR é considerado aquele período da tribulação
quando o Senhor irá derramar a sua ira e o seu juízo sobre a terra, e sabemos que não se trata
de um dia de 24 horas.
O seguintes textos também mostram que “um dia” na mensagem bíblica nem sempre se refere
a um período de 24 horas:
Porque mil anos são aos teus olhos como o dia de ontem que passou, e como a vigília da
noite. (Salmo 90:4)
Mas, amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos,
como um dia. (2 Pedro 3:8)
Como Deus é Eterno, não existe para Ele uma limitação, ou definição de tempo. Em outras
palavras, para Deus não existe o passado, nem o futuro, tudo é presente em sua onisciência.
Para nós, homens, que somos limitados, existe uma diferença enorme entre um ano e bilhões
de anos. Para Deus, um segundo ou bilhões de anos são a mesma coisa. Deus menciona o
tempo por causa do nosso entendimento e não por sua necessidade.
Portanto, sem sombra de dúvida, os dias da criação não eram períodos de 24 horas, mas
longos períodos totalmente desconhecidos por nós.
Considerando que os dias da criação eram longos períodos, o sétimo dia também seria um
longo período, portanto, Deus está descansando até hoje. Certa vez Jesus afirmou que o Pai
trabalha até agora e ele também trabalha. Existe contradição? Não! Deus estava trabalhando
na criação do universo, e no sétimo dia Ele descansou da obra da criação. Isto confirma mais
uma vez que Deus NÃO CRIOU MAIS NADA depois do sexto dia, mas evidentemente Deus
trabalha, como Jesus afirmou, em outras obras, mas não da criação.
Assim concluímos que os dias da criação citados como “E FOI A TARDE E A MANHÃ O
DIA PRIMEIRO“ são longos períodos cuja extensão desconhecemos, mas com toda certeza
não são períodos definidos de 24 horas na concepção humana.
Capítulo 6
O texto de Gn. 1:2 é sem dúvida um dos pontos mais importantes deste estudo, e o que
realmente gera muitas dúvidas no entendimento do processo da criação.
O primeiro versículo declara que no principio Deus criou tudo, e sabe-se que tudo que Deus
faz é perfeito. Note a expressão “E VIU DEUS QUE ERA BOM” que se repetem nos
versículos seguintes.
Porque assim diz o SENHOR que tem criado os céus, o Deus que formou a terra e a fez; ele a
estabeleceu, não a criou vazia, mas a formou para que fosse habitada: Eu sou o SENHOR, e
não há outro. (Isa. 45:18)
Aparentemente parece haver uma contradição, contudo, analisando o texto original hebraico,
verificamos que a palavra original HAITÁ no versículo 2, que foi traduzida como “ERA” , na
verdade tem o sentido de TRANSFORMOU-SE, TORNOU-SE. Este mesmo verbo, HAITÁ
é encontrado no texto de Gn. 19:26 onde foi traduzido por “TRANSFORMOU-SE”
Não se sabe porque os tradutores da Bíblia traduziram o mesmo verbo HAITA como ERA
em Gn. 1:2 e como se TRANSFORMOU em Gn. 19:26
Portanto, realmente alguma coisa aconteceu durante a criação que tornou a terra caótica, e o
que se aceita como verdadeira causa desta destruição é a rebelião de Lúcifer contra Deus. Ver
texto em Ezeq. 28:11-19.
Antes de formar o homem, Deus já havia criado o Éden, porque na verdade o Éden é o nome
de um lugar. Observe que o Éden existia antes do homem, e o jardim foi plantado no Edem
após a formação do homem. (ver Gn. 2:8)
Agora compare com o texto de Ezequiel 28:13-:16, onde fala sobre a queda de Lúcifer:
Estavas no Éden, jardim de Deus; toda pedra preciosa era a tua cobertura: a sardônia, o
topázio, o diamante, a turquesa, o ônix, o jaspe, a safira, o carbúnculo, a esmeralda e o ouro;
a obra dos teus tambores e dos teus pífaros estava em ti; no dia em que foste criado, foram
preparados. Tu eras querubim ungido para proteger, e te estabeleci; no monte santo de Deus
estavas, no meio das pedras afogueadas andavas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia
em que foste criado, até que se achou iniqüidade em ti. Na multiplicação do teu comércio, se
encheu o teu interior de violência, e pecaste; pelo que te lançarei, profanado, fora do monte
de Deus e te farei perecer, ó querubim protetor, entre pedras afogueadas.
É importante notar que Lúcifer estava com seus pés sobre a terra quando se rebelou contra
Deus, por isso a terra sofreu as conseqüências dessa rebelião e se transformou num caos.
Portanto, quando Lúcifer se rebelou, estava no Éden, e foi quando aconteceu o caos relatado
em Gn. 1:2, e isto ocorreu antes da formação do homem. Notar que logo após a formação do
homem e da mulher, Lúcifer já tinha se rebelado, tanto é que ele se apresentou em forma de
serpente para tentar Eva no jardim, onde ele já estava desde o princípio.
Portanto, para que haja entendimento lógico, cronologicamente falando, teríamos que
deslocar o versículo de Gn. 1:2 imediatamente após Gn. 1:25 (antes do 26). Salientamos que
isto não significa que estamos alterando a Palavra de Deus, mas procurando um entendimento
dos fatos na ordem cronológica dos acontecimentos.
Capítulo 7
Observar também que Gn. 1:2 declara que havia trevas sobre a face do abismo.
A terra estava deformada (sem forma) porque inicialmente Deus havia criado um só
continente e um só oceano, e agora, a terra seca se dividiu formando vários continentes no
meio de vários oceanos e estava vazia porque ainda não havia o homem nela. As trevas
estavam no abismo e não na terra. Trevas e abismo sempre se relacionam com uma ação
demoníaca. Isto não deixa dúvida que realmente foi a queda de Lúcifer que causou o caos na
terra a qual tinha sido criada perfeita.
E a terra era (tornou-se) sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o
Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.
Dentro desta linha de interpretação, conseguimos resposta para duas questões relativas a
criação que vamos analisar em seguida:
Capítulo 8
UM SÓ CONTINENTE E UM SÓ OCEANO
Se observarmos atentamente o texto em Gn. 1:9-10, notamos que Deus criou originalmente,
um só continente e um só oceano.
“E disse Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num lugar; e apareça a porção seca. E
assim foi. E chamou Deus à porção seca Terra; e ao ajuntamento das águas chamou Mares. E
viu Deus que era bom.”
No entanto, o mapa mundi nos mostra algo diferente, ou seja, cinco blocos de grandes
continentes separados por vários mares e oceanos, portanto em algum tempo houve uma
alteração na geografia da terra.
Se observarmos ainda atentamente o mapa mundi, notamos que a costa oeste da Groenlândia
se encaixa na costa leste do Canadá a costa leste da América do sul se encaixa na costa oeste
da África; notamos ainda que o norte do Canadá, a Europa e a Indonésia se parecem como
que um prato que caiu ao chão e se quebrou em vários pedaços.
Esta silhueta dos continentes deixa claro que em alguma época no passado, a terra seca
separou-se alterando sua forma original. Os próprios cientistas de hoje fazem esta afirmação
que é comprovada pela bíblia.
Agora medite nisto, se o caos provocado pela queda de Lúcifer, descrito em Gn. 1:2 for
colocado após Gn. 1:25, a ordem das coisas passa a ter sentido, caso contrario até nos dias de
hoje teríamos um só continente no mundo, e não há qualquer registro de uma catástrofe desta
proporção na história da humanidade e que pudesse justificar a separação dos continentes.
Não sabemos o que pode ter acontecido fisicamente no momento da rebelião de Lúcifer, para
que o planeta sofresse uma catástrofe de tamanha envergadura. Quem sabe talvez, um
violento terremoto mundial, ou quem sabe, o choque de algum astro celeste. Não podemos
saber exatamente o que houve, mas temos certeza que algo de grande proporção realmente
aconteceu.
Capítulo 9
OS DINOSSAUROS
E disse Deus: Produza a terra alma vivente conforme a sua espécie; gado, e répteis, e bestas-
feras da terra conforme a sua espécie. E assim foi. E fez Deus as bestas-feras da terra
conforme a sua espécie, e o gado conforme a sua espécie, e todo o réptil da terra conforme a
sua espécie. E viu Deus que era bom.
Quando nos transportamos para Gn. 1:26, após a formação do homem, observamos que Deus
determinou que o homem tivesse domínio sobre o gado e sobre o réptil, omitindo as bestas
feras.
Isto sugere que as bestas feras poderiam ser os dinossauros extintos antes da criação do
homem durante o caos produzido por Lúcifer. Isto é uma hipótese.
Cumpre destacar que tanto os animais quanto o homem, foram criados no mesmo dia sexto,
porém os animais foram criados antes do homem. Considerando que o dia da criação é um
período extenso, pode haver um intervalo de milhares ou milhões de anos (da nossa medida
de tempo) entre a criação dos animais de do homem.
Sabemos que os dinossauros eram animais enormes e por isso, facilmente destruídos no meio
de um grande cataclisma. O mesmo não aconteceria com animais pequenos, que por serem
pequenos poderiam sobreviver com mais facilidade, além disso, Deus pela sua providência, e
por alguma razão, poderia ter planejado a extinção desses animais mantendo as outras
espécies.
Outro fato que nos chama a atenção é a tradução da edição Almeida RA onde menciona
animais domésticos em vez de gado, e animais selváticos em vez de bestas feras, mantendo
os répteis.
Disse também Deus: Produza a terra seres viventes, conforme a sua espécie: animais
domésticos, répteis e animais selváticos, segundo a sua espécie. E assim se fez.
E fez Deus os animais selváticos, segundo a sua espécie, e os animais domésticos, conforme a
sua espécie, e todos os répteis da terra, conforme a sua espécie. E viu Deus que isso era bom.
Agora, considerando que os animais selváticos são os mesmos chamados bestas-feras, e que
eles sejam os dinossauros extintos, sobram os répteis e os animais domésticos (ou gado),
mencionados em Gn.1:26.
Faz sentido chamar os dinossauros de bestas feras ou de animais selváticos, pois sabemos que
os dinossauros eram considerados animais ferozes. Em contrapartida, todos os demais
animais, sejam boi, cachorro, leão, urso, tigre, elefante, etc... estavam designados como sendo
gado, ou animais domésticos, isto porque até o tempo do dilúvio, todos os animais eram
dóceis, não eram selvagens nem ferozes..
Na verdade, os animais somente se tornaram ferozes e ariscos depois do dilúvio por uma
ordem de Deus. Veja o texto abaixo que se lê em Gn. 9:2 logo após o dilúvio:
Pavor e medo de vós virão sobre todos os animais da terra e sobre todas as aves dos céus;
tudo o que se move sobre a terra e todos os peixes do mar nas vossas mãos serão entregues.
Até o momento do dilúvio, todos os animais eram dóceis como animais domésticos, por isso
também concluímos que Noé não teve qualquer dificuldade de colocá-los na arca. Note
também que Eva conversava com a serpente e não fugia dela com pavor.
Portanto, quando Deus formou o homem (Adão e Eva), os dinossauros, considerados animais
ferozes, já não existiam, pois foram destruídos antes da formação do homem e logo após a
rebelião de Lúcifer.
Há uma afirmação da ciência de que homem e dinossauro nunca se encontraram, ou seja, não
viveram na mesma era. Isto pode ser comprovado pelo fato de que Noé não poderia ter
colocado dinossauros dentro da arca tendo em vista as dimensões de ambos.
De acordo com a Bíblia, a arca de Noé tinha aproximadamente 135 metros de comprimento,
por 22 metros de largura e 13 metros de altura, possuindo ainda 3 andares internos. Existiram
dinossauros desde 2 metros até 21 metros de comprimento. Uma das espécies, o
Brontossauro, tinha 12,5 metros de altura (com a cabeça erguida), e esse sem dúvida já não
caberia na arca que tinha 13 metros de altura. Além disso, a arca foi construída com três
andares, além das várias divisões internas (compartimentos) ver Gn. 6:14-16. Portanto,
mesmo as espécies menores do que o Brontossauro jamais caberiam na arca. O fato se
complica ainda mais, considerando que Noé deveria colocar pelo menos um casal de cada
espécie dentro da arca. Não há dúvida de que os dinossauros não caberiam na arca.
Cremos que os dinossauros eram animais extremamente ferozes, e que Deus realmente não
planejou a sua conservação, permitindo que fossem extintos durante o caos de Gn. 1:2.
Mesmo assim, temos razões para crer que algumas espécies de dinossauros, de pequenos
porte, não tenham sido destruídos nesse período, mas que com o decorrer do tempo foram
automaticamente extintos antes mesmo do dilúvio. Lembremos que até nos dias de hoje
existem muitas espécies de animais que já foram extintos ou que estão em extinção.
Capítulo 10
RESUMO CRONOLÓGICO
No princípio, quando não havia nada físico, Deus criou a luz, e fez separação entre a luz e as
trevas. Esta luz, não é o Sol como muitos imaginam, pois o Sol foi criado no dia quarto. Aqui
existem dois aspectos: Deus criou a ação física que produz luz. Essa luz também representa a
santidade que nele existe cuja glória produz luz. A separação entre luz e trevas indica a
separação entre o que é santo e o que é profano.
E chamou a luz de DIA e as trevas de NOITE. Como ainda não havia o Sol que produz em
nossa terra o dia e a noite, conclui-se que é uma questão de nomenclatura. O ambiente onde
existe luz pode ser chamado de DIA, mesmo que fora esteja escuro. Da mesma forma, o
ambiente onde não existe luz pode ser chamado de NOITE, mesmo que fora esteja iluminado.
E disse Deus: Haja luz. E houve luz. E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre
a luz e as trevas. E Deus chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi a tarde e a manhã:
o dia primeiro. (Gen. 1:3-5)
A presença de Deus é luz. A ausência de Deus é trevas. O sentido é tanto físico como
espiritual.
É interessante notar onde diz: “E foi a tarde e a manhã: o dia primeiro “ A tarde é colocada
antes da manhã indicando que o dia começa à tarde indo até a tarde seguinte, ao contrário do
que usamos, quando consideramos o inicio do dia após a meia noite. Nisto está correto o uso
adotado pelos judeus que consideram o início de um dia às seis horas da tarde.
Embora não esteja escrito, o planeta Terra já estava criado quando no versículo 6 Deus faz
uma expansão no meio das águas. De acordo com o que está escrito, o planeta Terra no
momento da criação era como uma esfera sólida totalmente recoberta de água por todos os
lados.
Nesse momento da criação, Deus separa as águas que estão sobre a terra colocando uma parte
acima da terra de forma que apareça um vazio entre as águas. Este vazio foi chamado de
céus. Assim, podemos imaginar uma esfera sólida recoberta de água liquida, tendo um espaço
vazio logo acima (céu), e uma outra camada de água acima nos céus na forma de densas
nuvens como acontece nos dias de hoje.
Esta formação é coerente com a história do dilúvio, onde está escrito que nunca havia
chovido sobre a terra, concluindo-se desta forma que era realmente imensa a quantidade de
água nos céus em forma de nuvem.
E disse Deus: Haja uma expansão no meio das águas, e haja separação entre águas e águas. E
fez Deus a expansão e fez separação entre as águas que estavam debaixo da expansão e as
águas que estavam sobre a expansão. E assim foi. E chamou Deus à expansão Céus; e foi a
tarde e a manhã: o dia segundo. (Gen. 1:6-8)
Numa terceira etapa da criação, Deus separa as águas que estão sobre a esfera sólida, de tal
forma que apareça uma porção seca rodeada por água por todos os lados. Isto significa que
naquele instante havia um só imenso continente rodeado por um único oceano.
E disse Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num lugar; e apareça a porção seca. E
assim foi. E chamou Deus à porção seca Terra; e ao ajuntamento das águas chamou Mares. E
viu Deus que era bom. (Apoc. 1: 9-10)
Agora que a Terra estava formada, Deus coloca nela a vegetação. A Vegetação, porém ainda
estava na forma de semente na terra, pois ainda não havia condições favoráveis para a vida
vegetal e nem animal.
E disse Deus: Produza a terra erva verde, erva que dê semente, árvore frutífera que dê fruto
segundo a sua espécie, cuja semente esteja nela sobre a terra. E assim foi. E a terra produziu
erva, erva dando semente conforme a sua espécie e árvore frutífera, cuja semente está nela
conforme a sua espécie. E viu Deus que era bom. E foi a tarde e a manhã: o dia terceiro.
(Apoc. 1:11-13)
Toda planta do campo ainda não estava na terra, e toda erva do campo ainda não brotava;
porque ainda o SENHOR Deus não tinha feito chover sobre a terra, e não havia homem para
lavrar a terra. Um vapor, porém, subia da terra e regava toda a face da terra.
(Gen. 2:5-6)
No quarto dia Deus estabelece os astros celestes, criando a Lua, o Sol e as Estrelas. E começa
a marcação do tempo, dias, meses, anos, horas.
E disse Deus: Haja luminares na expansão dos céus, para haver separação entre o dia e a
noite; e sejam eles para sinais e para tempos determinados e para dias e anos. E sejam para
luminares na expansão dos céus, para alumiar a terra. E assim foi. E fez Deus os dois grandes
luminares: o luminar maior para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite; e
fez as estrelas. E Deus os pôs na expansão dos céus para alumiar a terra, e para governar o dia
e a noite, e para fazer separação entre a luz e as trevas. E viu Deus que era bom. E foi a tarde
e a manhã: o dia quarto. (Apoc. 1:14-19)
Agora a terra já está em condições de receber os seres vivos, e no quinto dia Deus cria os
animais aquáticos, e as aves que voam.
E disse Deus: Produzam as águas abundantemente répteis de alma vivente; e voem as aves
sobre a face da expansão dos céus. E Deus criou as grandes baleias, e todo réptil de alma
vivente que as águas abundantemente produziram conforme as suas espécies, e toda ave de
asas conforme a sua espécie. E viu Deus que era bom. E Deus os abençoou, dizendo:
Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei as águas nos mares; e as aves se multipliquem na terra.
E foi a tarde e a manhã: o dia quinto. (Apoc. 1:20-23)
E disse Deus: Produza a terra alma vivente conforme a sua espécie; gado, e répteis, e bestas-
feras da terra conforme a sua espécie. E assim foi. E fez Deus as bestas-feras da terra
conforme a sua espécie, e o gado conforme a sua espécie, e todo o réptil da terra conforme a
sua espécie. E viu Deus que era bom. (Apoc. 1:24-25)
SEGUNDO: Um anjo (obs. Os anjos já existiam e não encontramos relato na Bíblia em que
momento eles foram criados), um dos mais belos e poderosos, se rebelou contra Deus
querendo ser como Ele e estar acima de toda criação. Esta rebelião provoca o caos na terra,
conforme relatado no versículo dois do primeiro capítulo.
E a terra era (tornou-se) sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o
Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. (Gen. 1:2)
O relato da rebelião de Lúcifer com mais detalhes pode ser lido nos seguintes textos da
Bíblia: Ezequiel 28:11-19 e Isaías 14:12-20
TERCEIRO: Deus forma o homem e a mulher com o pó da terra, e o mundo começa a ser
povoado por seres humanos. Começa a história da humanidade.
E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine
sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre
todo réptil que se move sobre a terra. E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de
Deus o criou; macho e fêmea os criou. E Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai, e
multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as
aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra. E disse Deus: Eis que vos
tenho dado toda erva que dá semente e que está sobre a face de toda a terra e toda árvore em
que há fruto de árvore que dá semente; ser-vos-ão para mantimento. E a todo animal da terra,
e a toda ave dos céus, e a todo réptil da terra, em que há alma vivente, toda a erva verde lhes
será para mantimento. E assim foi. E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito
bom; e foi a tarde e a manhã: o dia sexto. (Apoc. 1:26-31)
É interessante notar que a vegetação que Deus colocou sobre a terra tinha também a
finalidade de alimentar tanto o homem como os animais. Nas profecias de Isaías e outros,
lemos que no reinado milenar de Jesus os animais serão dóceis a ponto do leão comer palha
junto com o boi. Neste texto de Gênesis, vemos que os animais eram todos vegetarianos.
Os detalhes sobre a formação do homem e da mulher (Adão e Eva), podem ser lido nos textos
de Gênesis 2:4-25.
Finalmente, depois de tudo criado, Deus encerra o seu trabalho e descansa da obra criativa,
ou seja, encerra a criação.
Assim, os céus, e a terra, e todo o seu exército foram acabados. E, havendo Deus acabado no
dia sétimo a sua obra, que tinha feito, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha
feito. E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra,
que Deus criara e fizera. Estas são as origens dos céus e da terra, quando foram criados; no
dia em que o SENHOR Deus fez a terra e os céus. (Gen. 2:1-4)
Capítulo 11
CONCLUSÃO
Deus criou todas as coisas perfeitas e boas, inclusive formou o homem para uma vida perfeita
e eterna, mas o homem também desobedeceu e se tornou um ser imperfeito diante de Deus.
Uma rebelião, contra a vontade de Deus, e uma desobediência, praticamente destruíram a
perfeição construída por Deus. E agora? Todo esse caos vai permanecer? Deus foi frustrado
no seu plano e na sua obra?
De forma nenhuma! Deus não foi frustrado e nem vai manter o caos!
O plano inicial de Deus vai ser mantido, para isso Deus providenciou um novo plano para a
restauração de todo esse caos.
E realmente Deus jamais iria manter a terra e sua criação debaixo de maldição. É por essa
razão que Deus enviou seu Filho Jesus Cristo ao mundo. Jesus veio para salvar o homem da
morte eterna causada pelo pecado e também para restaurar todo caos e eliminar toda maldição
que pesa sobre o homem e sobre a terra. No final, toda criação de Deus irá voltar a ser o que
era desde o principio, com toda a perfeição. E este é o trabalho que Jesus irá completar até o
final dos tempos.
E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o
mar já não existe. (Apoc. 21:1)
Para saber como isto irá acontecer em todos os seus detalhes, acompanhe o estudo sobre o
livro do apocalipse, o qual é praticamente a continuação deste estudo da criação.
Que Deus abençoe a todos.
http://www.yohanan.com.br/estudos/a_criacao.htm
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20032010
No Princípio: Como Interpretar
Gênesis 1
Interpretações não-literais
2. Evidência interna também indica que o relato da Criação não deve ser tomado
simbolicamente como sete longos períodos segundo o modelo evolucionista —
como é sugerido tanto por eruditos críticos como evangélicos. Os termos tarde e
manhã significam um dia literal de 24 horas. Alhures nas Escrituras, o termo dia
com um número ordinal é sempre literal. Se os dias da Criação são simbólicos.
Êxodo 20:8-11 que comemora um Sábado literal não tem sentido. Referências à
função do Sol e da Lua para sinais, estações, dias e anos (Gênesis l: 14), também
indicam tempo literal e não simbólico. Portanto, devemos concluir que Gênesis l:
l a 2:4a indica sete dias literais, consecutivos, de 24 horas.’5
Gerhard von Rad, um erudito crítico que não aceita o que Gênesis l afirma, ainda
assim confessa honestamente: “O que é dito aqui [Gênesis l] é para ser tomado
inteiramente e exatamente como está.”19
Que dizer da interpretação de uma criação prévia “sem forma e vazia” na qual o
estado de tohu-bohu de Gênesis l :2 precede a criação divina? Alguns apoiam
essa teoria traduzindo o verso l como uma cláusula dependente. Mas a melhor
evidência favorece a leitura tradicional de Gênesis 1:1 como uma cláusula
independente: “No princípio criou Deus os céus e a Terra.” Isto inclui a evidência
dos acentos no hebraico, todas as antigas versões, considerações léxico-
gramaticais, sintáücas e estilísticas, e comparação com antigas lendas do
Oriente Próximo.21 O peso da evidência me leva a reter a leitura tradicional.
Isto nos leva à teoria de um estado inicialmente sem forma e vazio. A sequência
do pensamento em Gênesis 1:1-3 tem levado a maioria dos intérpretes cristãos e
judeus a esta opinião, que por conseguinte é chamada a opinião tradicional.
A sequência natural de Gênesis 1-2
Concordo com esta opinião, porque acho que só esta interpretação obedece à
sequência natural destes versos, sem contradição ou omissão de qualquer
elemento no texto.
c. Deus cria os céus e a Terra (verso l), mas para começar eles são diferentes do
que agora, são “sem forma” e “vazios” (tohu e bohu; verso 2). d. No primeiro dia
da semana de sete dias da Criação, Deus começa a formar e a encher o tohu e
bohu (verso 3 e os versos seguintes).
Concluo que o texto bíblico de Gênesis l deixa margem tanto para (a) um Pré-
cambriano recente (criado como parte dos sete dias da criação) ou (b) rochas
muito mais antigas e sem fósseis, com um longo intervalo entre a criação da
“matéria bruta” descrita em Gênesis 1:1-2 e os sete dias da semana da Criação
descrita no verso 3 e nos versos seguintes. Mas tanto num caso como no outro, o
texto bíblico requer uma cronologia breve para a vida na Terra. Não há margem
para um intervalo de tempo na criação da vida na Terra: ela surgiu do terceiro
ao sexto dias literais e consecutivos da semana da Criação.
…………………………………………………………………………………………………………
Notas e Referências
3. Ver Conrad Hyers, The Meaning of Creation: Genesis and Modern Science
(Atlanta: John Knox, 1984); Davis Young, Creation and the Flood: An Alternative
to Flood Geology and Theistic Evolution (Grand Rapids, Mich.: Baker, 1974),
págs. 86-89.
5. Ver Arthur Custancc, Without Form and Void (Brockville, Canada: pelo autor,
1970); e a Scofield Reference Bible (1917, 1967).
6. Ver as seguintes traduções modernas de Gênesis 1:1-3: The New Jewish
Version (N J V), New American Bible (NAB) católica, New English Bible; ver
também E. A. Speiser,Anchor Bible: Genesis (Garden City, N.Y.: Doubleday,
1964), págs. 3, 8-13.
8. Ver Jacques Doukhan, The Genesis Creation Story: Its Literary Structure, Série
de Teses Doutorais apresentadas no Seminário da Andrews University, 5 (Berrien
Springs, Mich.: Andrews University Press, 1978), págs. 63-73.
9. Uma lista dos principais aderentes e uma defesa detalhada desta posição se
encontra em Gerhard Hasel, “Recent Translations of Genesis 1:1″, The Bible
Translator, 22 (1971). págs. 154-167; e Idem, “The Meaning of Genesis 1:1″,
Ministry (Janeiro de 1976), págs. 21-24.
10. Ver Henry Morris, The Biblical Basis for Modern Science (Grand Rapids, Mich.:
Baker, 1984); e Idem, The Genesis Record (Grand Rapids, Mich.: Baker, 1976),
págs. 17-104.
11. Ver Harold G. Coffin, Origin by Design (Hagerstown, Md.: Review and Herald,
1983), págs. 292-293, que concorda com esta possibilidade. Além disto, Clyde L.
Webster, Jr., “Gênesis e Cronologia: O Que a Datação Radiométrica nos Informa”,
Diálogo 5:1 (1993), págs. 5-8.
12. Ver Walter Kaiser, “The Literary Form of Genesis 1-11″, em The New
Perspectives on the New Testament, l. Barton Payne, ed. (Waco, Texas: Word,
1970), págs. 48-65.
14. Ver Mateus 19:4-5; 24:37-39; Marcos 10:6; Lucas 3:38; 17:26-27; Romanos
5:12; I Coríntios6:16; 11:8-9, 12; 15:21-22, 45; II Coríntios 11:3; Efésios 5:31; I
Timóteo 2:13-14; Hebreus 11:7; I Pedro 3:20; II Pedro 2:5; 3:4-6; Tiago 3:9; I João
3:12; Judas 11, 14; Apocalipse 14:7.
15. Para mais evidência ver Terrance Fretheim, “Were the Days of Creation
Twenty-Four Hours Long? YES”, em The Genesis Debate: The Persistent
Questions About Creation and the Flood, Ronald F. Youngblood, ed. (Grand
Rapids, Mich.: Baker, 1990), págs. 12-35.
16. Ver Gerhard Hasel, “The Polemic Nature of the Genesis Cosmology,” The
Evangelical Quarterly 46 (1974), págs. 81-102; Idem, “The Significance of the
Cosmology in Genesis l in Relation to Ancient Near Eastern Parallels”, Andrews
University Seminary Studies, 10 (1972), págs. 1-20.
17. Ver Gordon J. Wenham, Word Biblical Commentary: Gen 1-15 (Waco, Texas:
Word, 1987), págs. 6-7, para um diagrama da combinação simétrica dos dias da
Criação.
18. Ver Gordon J. Wenham, “Sanctuary Symbolism in the Garden of Eden Story”,
Proceedings of the World Congress of Jewish Studies. 9 (1986), págs. 19-25.
22. Gesenius’ Hebrew Grammar, pág. 455 (par. 142 c), que identifica o verso 2
como uma cláusula circunstancial contemporânea com a cláusula principal do
verso l (não do verso 3).
http://adventista.forumbrasil.net/acervo-teologico-f1/no-principio-como-
interpretar-genesis-1-t343.htm
O dogma da criação é fundamental para que se tenha consciência da dependência dos seres
criados diante de Deus, do qual são reflexos.
A criação é obra pela qual Deus produz tudo do nada. É um ato que continua enquanto dura a
criatura. Não se refere somente à primeira coisa criada, mas também àquelas que vêm a partir
da primeira. A criação pode ser entendida pela filosofia, mas os filósofos não cristãos
refletindo sobre ela caem no dualismo, no emanatismo ou no materialismo.
Porém, o pensamento mais crítico para o filósofo seria a criação “ex nihilo”, a partir do nada.
A partir das coisas criadas, chega-se à conclusão de que existe um Criador. Esse pensamento
contradiz o marxismo que fala do mundo “incriado”.
Pela filosofia poder-se-ia admitir que o mundo sempre tivesse existido, mas os estudos
científicos por sua vez, indicam que o mundo teve um princípio temporal, o que está de
acordo com a Revelação, que ensina a temporalidade do mundo.
Em determinado momento, segundo o dogma da criação, Deus criou tudo o que existe numa
relação de dependência para com ele, muito embora a criatura tenha autonomia.
Muitos textos bíblicos falam sobre o dogma da criação, mas os principais são os primeiros
capítulos do Gênesis. Seu objetivo não é explicar a criação do mundo sob o ponto de vista da
ciência, mas sim mostrar que Deus é único e é o criador do mundo. O livro do Gênesis trata
do tema da criação de uma maneira mais espiritual, apresentando Deus como criador e
organizador dessa matéria caótica desorganizada. A matéria vai se organizando de acordo
com a Palavra de Deus. Tal organização pela palavra expressa a predileção de Deus ao
homem.
Nos escritos proféticos o tema da criação sobressai em Isaías. Apresenta a criação como obra
de Deus e relaciona-a com a História da Salvação. O mesmo Deus que criou o mundo,
conduz o seu povo através da história em busca da salvação.
Ainda segundo o dogma da criação, no princípio Deus criou o céu e a terra, e esse ato é obra
inseparável de toda a Santíssima Trindade. Na plenitude do tempo, Deus realizou a obra da
Redenção do mundo pela Encarnação e morte de seu Filho único. Ora, tudo o que fez Nosso
Senhor, como Deus, nessa grande obra, foi realizado por toda a Santíssima Trindade. E Deus
também não cessa de santificar as almas; esta obra de santificação é tão grande que toda a
Santíssima Trindade dela participa.
Na criação, o Pai, o Filho e o Espírito Santo são agentes que produzem um mesmo efeito. O
ser criado é reflexo daquele que o criou. Com a razão é difícil de compreender essa situação,
porém, a revelação faz compreender. A Sagrada Escritura oferece fundamentos para se
compreender esse tema.
Mas entre as criaturas, aquela que mais revela a Deus é o homem, pois a glória de Deus visa
levar o próprio homem à visão celeste, através de sua santificação.
A criação “ex nihilo” sempre esteve presente na consciência cristã como verdade
fundamental. As primeiras citações do “Criador” se referiam a Deus. Depois se acrescentou o
nome do “Pai”, que parece ser designativo da “Divindade”.
Também houve diversas controvérsias entre filósofos estóicos, gnósticos, etc., e autores
cristãos que sempre defenderam a doutrina da Igreja sobre a criação.
Autores da Reforma Protestante caíram no erro de dizer que o mundo não revela Deus, pois
que o mundo estava corrompido pelo pecado. Motivada por tantos erros doutrinários sobre a
criação, a Igreja sempre se preocupou em corrigir as idéias que não estivessem de acordo com
a Sagrada Escritura e a Tradição.
[editar] A Providência
No Antigo Testamento não existe um termo definido para expressar a “providência”, mas a
idéia já é desenvolvida, e o povo de Israel percebe essa “providência especial” que se
manifesta na Aliança. Deus cuida de todas as suas criaturas não fazendo distinção entre elas.
Em Deus o homem encontra socorro e refúgio nos momentos de tribulação. Mas, apesar da
providência, o homem se depara, às vezes, com o “silêncio” de Deus, principalmente quando
sofre, mas isso não tira a capacidade que o homem tem de confiar em Deus.
Contraposto a esse “silêncio” divino, a Bíblia apresenta o recurso da oração, que parece fazer
com que a Providência ao pedido daquele que ora. A Providência Divina é paternal. Deste
modo percebe-se que a Providência Divina tem um fim escatológico particular e universal:
diz respeito a cada indivíduo e a toda a humanidade, mesmo que alguns, mediante a liberdade
que possuem, resistam a esse amparo oferecido por Deus.
Neste governo, Deus se utiliza da cooperação das criaturas. Umas contribuem com as outras.
As criaturas são cooperadoras de Deus e cooperadoras entre si.
Desde que começou a meditar sobre a Providência, o homem se pergunta como conciliá-la
com a liberdade das criaturas, pois a Providência lhes tiraria a liberdade.
Chegou-se à conclusão de que Deus está na raiz do ser e do agir das criaturas. Deus dá e
conserva o seu agir. E mais, as criaturas só conseguem agir porque são dependentes de Deus
e como tais, são instrumentos nas mãos do Criador. Tudo o que a criatura faz é mais obra de
Deus do que dela própria.
Esta é outra questão que surge ao homem: como aliar a verdade da Providência com a
existência do mal?
Antes de tudo se deve distinguir duas categorias do mal: o sofrimento que é contra a vontade
do homem, ou seja, a dor, a miséria, a aflição, etc.; e a maldade, que é própria do homem,
pois parte de sua vontade, que são o crime, o pecado, etc...
As religiões têm concepções diversas sobre o tema, chegando algumas delas a atribuírem o
mal à providência e a seus deuses.
Outras atribuem, num dualismo latente, o mal a um princípio mal, e o bem a um princípio
bom, numa concepção maniqueísta platônica.
O cristianismo tem outra compreensão do problema do mal, tendo em vista dois pensamentos
básicos: primeiro, que o sofrimento não é uma ilusão. É passageiro, mas existe. É fruto do
pecado do homem; segundo, que a morte entra no mundo por causa do pecado do homem.
E não há nada de mal que aconteça no mundo que não passe pelo crivo da Providência.
Conseqüentemente, o mal não é eterno, mas sempre esteve sob o controle de Deus.
Isto não significa que Deus seja o autor do mal, pois o mal é a ausência de um bem devido.
Surge, então, a questão de como e porque o mal existe. A resposta é que Deus criou o mundo
em estado de “caminhada”, para atingir a perfeição última e, enquanto não atingi-la, o mal
permanecerá, já que Deus criou tudo bom, mas o desvio das criaturas produz o mal.
Todos os seres criados, de maneira especial os homens e os anjos, estão sob o regime da
providência sobrenatural.
Sob essa Providência, Deus tem um desígnio a nosso respeito: oferece-nos a salvação através
da mediação de Cristo.
A Utilização do termo “sobrenatural” não exclui o que é “natural” ao ser humano. Porém, não
se pode relativizar e achar que o homem vai encontrar a felicidade no plano meramente
natural, pois Deus propôs à humanidade uma vocação sobrenatural, desaparecendo assim,
todo lugar para um fim último natural. As duas dimensões integram a existência humana de
forma intrínseca.
Deus se associa na nossa história no plano pessoal, e nos dá a graça através da fé. Mas
também se associa no plano social e universal da história, através de suas obras.
É o que costuma se chamar de História da Salvação. Mas nem por isso o homem está livre
das tribulações cotidianas.
Porém, Deus dá a todos a graça para que, perseverantes na prática do bem, procurem a
salvação.
Deus revela seu plano de salvação e vem até o meio de seu povo. Entra na história de suas
criaturas, tornando-se muito próximo do homem, comunicando-se por ações e por sua
Palavra, pois a Revelação vem associada a acontecimentos, de modo que esses eventos
ilustram e fundamentam as palavras e as palavras decifram esses eventos.
Na História da Salvação, Deus se faz presente por sinais, sendo Jesus o sinal máximo entre
todos os outros, pois é a imagem visível do Deus invisível.
Existem outros sinais: os milagres de Cristo e diversos outros que aconteceram ao longo da
História da Salvação. Os milagres apontam para Deus, seu autor e estão a serviço da
manifestação divina.
Os milagres ultrapassam a possibilidade das forças naturais e são absolutos, não podendo ser
explicados pela ciência.
Nos milagres deve-se observar mais o poder e a intervenção divina do que o fato em si,
percebendo neles a extraordinária bondade de Deus.
[editar] A criação do mundo invisível
O texto bíblico que melhor apresenta o tema da criação é o primeiro capítulo do Gênesis, que
contém o Hexaémeron e o “descanso” de Deus. Esse relato é dividido em três partes: a
“criação”, a “distinção” e a “ornamentação”.
No passado acreditava-se que era um relato histórico; depois pensou-se que fosse uma
história e hoje fala-se de um relato teológico. Ele transmite uma mensagem religiosa e
espiritual, sem intenção de fornecer dados científicos.
O que o relato quer mostrar é que o mundo e suas criaturas foram criados por Deus. Porém, a
evolução da matéria pode ser admitida. Deus teria criado a matéria inicial caótica e dado as
leis da natureza para que fosse se desenvolvendo, como se houvesse uma “dupla criação”:
uma criada definitivamente e outra que estaria se desenvolvendo e evoluindo ainda hoje.
A Revelação fala, inúmeras vezes, de seres espirituais superiores aos homens: os anjos. Os
anjos não são figuras lendárias ou metafóricas. Fazem parte do patrimônio das verdades
reveladas pelo Magistério da Igreja. No Antigo Testamento aparecem como criaturas a
serviço de Deus, sendo em muitos textos, a aparição do próprio Deus. Em alguns textos se
encontram citações dos nomes de alguns deles em relação com a missão que lhes foi
confiada. Um desses anjos se torna mau e é identificado como “diabo” que significa
adversário, e está sempre procurando fazer mal ao homem.
A literatura judaica considera os anjos como “filhos de Deus”, mas capazes de escolher entre
Deus e o pecado.
No Novo Testamento os anjos aparecem sob uma nova óptica. Estão relacionados com Cristo
e a sua disposição protegendo a Igreja nascente e os Apóstolos. São enviados a serviço dos
homens que buscam a salvação. No Novo Testamento aparece também a figura de Satã, que,
com sua legião, se opõe a Deus. A exemplo do Antigo Testamento, precisa de permissão de
Deus para tentar ao homem.
A doutrina sobre os anjos sofreu interpretações erradas nos primeiros séculos. Então os
Doutores cristãos elaboraram uma doutrina sistemática sobre os anjos, a fim de corrigir os
erros.
O Magistério Eclesiástico definiu: são criaturas de Deus, feitas no início do tempo e não
desde a eternidade. Foram criadas boas, mas por livre e espontânea vontade, algumas se
tornaram más.
A Escritura diz que os anjos são espíritos, mas não estão em toda parte e nem em dois lugares
ao mesmo tempo. Seu conhecimento é intuitivo e quando tomam uma decisão, não voltam
atrás. Quanto a decisão de anjos optarem pelo mal, não podem voltar atrás, sendo que já
estariam condenados junto com o príncipe deste mundo, pois para um anjo acima de tudo está
sua decisão, o que pode condena-lo ou torna-lo sempre puro, essa uma vez tomada o faz um
anjo do bem ou do mal(demônio).
Os anjos bons têm como missão adorar a Deus e ajudar os seres inferiores, os homens, a
chegar à salvação, papel que cabe, principalmente, aos anjos da guarda.
Já os anjos maus tentam o homem, a fim de lhes tirar do caminho certo, muito embora o ser
humano possa resistir às suas investidas, buscando força em Jesus Cristo que veio destruir as
obras do maligno.
[editar] O Homem
A Revelação diz que o homem é uma criatura feita no tempo, que não teve existência
espiritual antes da corpórea. Os textos bíblicos não pretendem apresentar dados científicos,
mas mostrar o relacionamento de Deus com os homens, sua superioridade em relação à
natureza, etc. O homem é apresentado como imagem e semelhança de Deus, sendo Jesus
imagem verdadeira do Pai, e nós, seu reflexo. O homem é “imagem de Deus”, porque foi
criado com a capacidade de conhecer e amar seu Criador.
Alma e corpo se apresentam como duas substâncias independentes, porém, formando uma
unidade. A alma é imortal ao passo que o corpo é corruptível, embora destinado à
ressurreição. Entre corpo e alma existe uma dualidade perfeita, ao contrário do dualismo
maniqueísta que coloca o corpo como cárcere da alma.
A visão perfeita da estrutura do ser humano nos apresenta são Tomás de Aquino. Ele diz que
a alma é a forma do corpo, podendo subsistir sem a matéria corporal, pois mantém sua
operação intelectiva aprendida mediante a operação sensorial.
Têm igual dignidade, embora no Antigo Testamento a mulher tenha sua participação limitada
na sociedade. Porém, no Novo Testamento, essa situação muda, principalmente por causa da
participação de Maria.
A criação do homem é diferente dos outros seres porque ele é portador da “imagem de Deus”,
enquanto os demais seres se reproduzem sozinhos, de maneira natural, o homem necessita
que Deus crie sua alma e infunda-a em seu corpo, fato que acredita-se acontecer no momento
da concepção, já que a vida do ser humano se inicia neste momento, conforme a própria
ciência demonstra.
O homem perdeu a justiça original quando cometeu o pecado original. Para reconquistar esse
estado foi necessária a redenção oferecida gratuitamente por Deus. Embora o homem
recupere esse estado original no Batismo, as conseqüências do pecado original continuam a
existir.
[editar] A Queda
A doutrina do pecado original é muito importante para a fé. Deve-se distinguir entre o pecado
das origens e o estado de pecado que nasce cada ser humano. A humanidade vive mergulhada
num caos tão grande, que deve ter havido algum acontecimento que o tenha causado, mesmo
que alguns escritores digam que o relato do pecado original seja apenas simbólico. De
qualquer modo, o relato não foi inventado. Foi apresentado como “o tipo” do pecado
humano, onde teria o homem começado utilizar a liberdade para se tornar autônomo a Deus.
Deste modo, com o pecado de um, todos pecaram. E a participação dos descendentes no
pecado de Adão se dá pela “solidariedade” universal dos homens com o responsável pela
instalação do mal no mundo: o próprio homem.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Antropologia_teol%C3%B3gica
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• 4 anos atrás
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by paulosxs
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http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20061013144937AAOjvhw
A Gestação e o Nascimento
A Anatomia do destino
As posições dos planetas nos signos e nas Casas Mundanas criam uma ampla
variedade de manifestações. Por exemplo; Marte em Virgem e na sétima casa,
dos associados, tornaria a pessoa altamente exigente a respeito das suas
companhias e qualquer relacionamento, tanto profissional como particular, seria
dificultado pelo julgamento minucioso e constante e pelas críticas de ambos os
lados, pois a semelhança atrairia reações semelhantes. Por causa disso, o tipo de
parceiro que a pessoa tomaria em casamento, por exemplo, estaria limitado ao
tipo de cônjuge muito exigente, com certa aparência pessoal e determinadas
maneiras e expectativas emocionais. A menos que houvesse algum outro fator
atenuante, como Vénus em Aquário e na quinta casa, a pessoa jamais se
envolveria com um amante mal-educado, mal vestido e exageradamente
emocional. Em contraste, se Marte estivesse em Peixe e na sétima casa, isto
criaria uma indecisão emocional que resultaria numa constante inversão do
equilíbrio emocional em qualquer relacionamento, fazendo o agressor dominante
transformar-se, subitamente, na vítima confusa. É evidente que isto afetaria a
espécie de casamento que a pessoa atrairia para si mesma.
Aqui observamos novamente a lei que, por nossas naturezas, cria-nos um tipo
particular de vida. Assim., duas pessoas nascidas na mesma casa e tendo a
mesma educação terão vidas inteiramente diferentes por causa do modo como
sua psique individual se manifesta e cria seu próprio destino. Usando um
exemplo clássico, suponhamos que nasçam dois gêmeos mas que entre ambos
há, como acontece frequentemente, alguns minutos de diferença. Como o
Zodíaco se move um grau a cada quatro minutos, esta diferença pode ser
crucial. Isto quer dizer que Saturno, em Escorpião, está na oitava casa do gêmeo
mais velho e na sétima do mais novo. Esta diferença pode originar um profundo
interesse pelas filosofias ocultas no primeiro, e uma profunda atração para com
o sexo oposto mais velho, no último. Se Saturno está praticamente bem ou mal
em aspecto, é evidente que as duas vidas podem tomar direções absolutamente
diferentes. O mais velho poderia seguir uma vida de pesquisa secreta, na
questão da evolução espiritual, enquanto que seu irmão estaria preocupado em
solucionar seu relacionamento com a mãe através de um casamento penoso,
com uma mulher mais velha. Obviamente, quanto maior o intervalo entre os
gêmeos mais o Zodíaco gira dentro do sistema de Casas Mundanas, e assim
menos os gêmeos se parecerão um com o outro. Isto sem levar em conta o
rápido movimento da Lua no curso de duas horas, digamos, tempo em que ela
pode cruzar de um signo para outro e avançar um grau. O exemplo dos gêmeos
nascidos no mesmo dia e em momentos diferentes ilustra bem o fato de como
naturezas sutis quase idênticas podem produzir vidas absolutamente diferentes.
Pelo que foi já dito, os planetas nos signos colocados dentro das casas revelam
de que modo e onde os vários aspectos da natureza, práticos, emocionais e
intelectuais, expressar-se-ão numa situação terrestre.
Os Chakras
OS CHAKRAS
Parte I
Parte II
Parte III
A próxima coisa a ser observada sobre a figura é que as três colunas Sefiróticas
estão claramente dispostas ao longo do eixo vertical do corpo. Os Sefirot ativos
estão à direita e os passivos a esquerda, com os Sefirot da Vontade situados na
linha mediana se estendendo desde a Coroa, através da espinha, até os pés. Em
alguns esquemas kabbalísticos o esquerdo e o direito são virados em sentido
contrário como um reflexo espelhado, de modo ao ativo aparecer à esquerda.
Isso é meramente porque a imagem do Adão Kadmon foi visualizada como
estando de frente para nós. Tais pontos de vista divergentes causam alguma
confusão dentre os que vêem o diagrama literalmente e não distinguem além da
explicação lógica. Contudo, a imagem é clara, se o princípio for observado, por
exemplo, se Hokhmah for sempre o Intelecto ativo da Sabedoria pela sua
posição sobre ou na cabeça de Adão Kadmon, e Hesed for sempre o braço ativo
do homem Divino. Alguns kabbalistas colocam Hesed sobre o peito direito,
dizendo ser Hesed o lado positivo do Coração Divino; a diferença é insignificante
quando o braço é observado agindo de acordo com aquele lado do coração.
Binah e Gevurah representam o lado esquerdo, passivo ou severo da cabeça e
do coração da Divindade. Juntos, ambos os pares laterais dos Sefirot funcionais
estão sujeitos a Keter, que paira como uma coroa sobre a cabeça do homem
Divino. O não-Sefirah de Daat — ou Conhecimento — é situado, por alguns
kabbalistas, sobre a garganta e a boca. Aqui, diz-se, é o lugar do Bat Kol — ou
Voz Divina. A frase real significa Filha da Voz', e é a Voz do Espírito Santo," que
se diz residir nesse não-Sefirah. Um exemplo bíblico do Bat Kol é observado na
Voz sobrenatural que anunciou a morte de Moisés aos acampamentos israelitas
no Sinai. É também encontrada em circunstâncias mais particulares, na ainda
pequena voz interior, e na imagem simbólica de uma pomba descendo.
Partindo do Mundo inferior, fixemo-nos no corpo. Este veículo físico, que evoluiu
através de milhões de anos, baseia-se numa série de princípios concretos que,
embora relacionados com as condições terrestres, também têm sua raiz nas leis
arquetípicas que governam a existência, ou seja, as Sefirot. Assim, a seu nível
mais elementar, o corpo opera sobre as interações da terra, da água, do ar e do
fogo. Podemos observá-lo nas estruturas e sistemas tais como os ossos e os
músculos, as correntes químicas, os intercâmbios gasosos e a atividade eletro-
química: é através da corrente química secretada plelas glândulas hormonais
que a psique se liga à materia, como no esquema abaixo:
Na parte física, se compõe da energia e das matérias mais sutis das que se
encontram no Mundo mais inferior, correspondentes às mais grosseiras do
Mundo seguinte acima, com cuja metade inferior, ou face inferior, se
interpenetra. Algumas pessoas conseguem perceber com olho interno este nível
e ver sua aura radiante ao redor do corpo. O Keter ou coroa da Árvore do corpo
corresponde, neste esquema cabalístico , ao Tiferet do Mundo Formativo
Yezirático da alma ou psique, e ao Malkuth ou Mundo Criativo Beriático do
espírito. Isto mostra como os três mundos inferiores se encontram nos que
vivem na carne e como é possível experimentar os Mundos invisíveis nos
momentos em que percebemos uma realidade mais profunda além do mundo
físico.
Do Homem Divino Adam Kadmon, bem como do Azilut, surge o Adão Beriático,
criado ao sexto Dia, quando a ação se concentrou em Yesod ou Fundamento da
Árvore da Criação. A lenda judaica estabelece que este Adão Beriático foi criado
como a última de todas as criaturas para que fosse humilde; o conceito
cabalístico é que todas as demais criaturas sem exceção - inclusive anjos e
arcanjos - têm seu fundamento no Adão de Azilut, mas foram deixados
incompletos: apenas o Adão Beriático foi uma imagem completa do Divino. Este
fato explica o mito dos ciúmes e da discórdia entre as legiões angélicas; aqueles
que não quiseram reconhecer a superioridade humana, como Lúcifer, foram
relegados à tarefa de conduzir as forças caóticas que assolam o universo, em
especial o homem. A rebelião na Criação, ainda antes da queda de Adão, ocorreu
porque os habitantes da Criação, que foi o primeiro dos Mundos separados
procedente do Divino, permitiu-lhes “inicialmente" certo grau de Iivre arbítrio.
Este traço inerente de desvio do plano cósmico era corrigido, segundo diz a
lenda, pelo vínculo do Nome Divino " EL” ao nome funcional de cada criatura
angélica, de modo que nunca pudesse exercer mais poder do que o desejado por
Deus. Assim, cada ser celestial foi limitado à sua tarefa, como o anjo Shalgiel,
que apenas se ocupava da neve. Vemos aqui, princípios da numerologia
cabalística, ou "Guematriá". Mas isso é outro estudo!
Exemplo de Milagre
Para ser efetiva, qualquer operação precisa não somente estar em harmonia
com a estrutura do universo mas ressoar nos vários níveis de energia a ele
inerentes. Se um empreendimnto não está relacionado com as leis da
existência, ele simplesmente não segue o curso desejado e deste modo não
atingirá o objetivo. Um avião não pode voar se as asas não estiverem na
posição exata, mesmo que suas turbinas sejam poderosas. Deve-se empregar o
relacionameno correto entre forma e força.
O exercício da vontade
Arquivos de mídia
LEMBRE-SE: Para que sua visualização se torne uma imagem criada em Beriah,
você precisa fazer que nem o atleta do judô: treinar mil vezes mil até sua
manifestação no plano físico.
Isso dependerá também de outros fatores, como seu mérito, e sina nesta vida.
Faça esta meditação sempre que puder e quiser: não tem contra-indicação nem
energia de retorno.
E não esqueça da piada da loteria: não adianta pedir aos céus para ganhar na
loteria e não empreender uma AÇÃO no plano físico. Faça seu jogo aqui na terra,
ok?
Arquivos de mídia
Magia x Milagre
O milagroso tem uma escala cósmica, embora possa se realizar através da vida
de um indivíduo. Muda o curso dos grandes acontecimentos ou intervém para
transformar uma situação ordinária numa oportunidade enviada do céu. A mais
famosa passagem bíblica a este respeito narra o episódio em que Moisés
enfrenta o mago egípcio: mestres mágicos como Balaão, que eram hábeis não só
em profetizar como em abençoar ou amaldiçoar dentro de certos limites. Porém,
existe uma fronteira além da qual a habilidade nas artes mágicas de
manipulação sutil não pode ulrapassar. O desafio entre Moisés e os sacerdotes
egípcios transformando seu bastão em serpente para engolir as cobras egípcis é
um símbolo de superioridade dos seres miraculosos sobre os mágicos. Em
termos de Kaballah, isso mostra o poder espiritual do Mundo Criativo de Beriah
pode conter e suplantar as construções psicológicas do Mundo das Formas
Yetziráticas.
x
Assim embaixo como acima
Esta é uma parte mais teórica, sintetizada de uma vasta bibliografia, em forma
de fichamento dos meus estudos da obra do rabino Shimon Halevi
( http://www.kabbalahsociety.org/wp/?page_id=425). Quem quiser se
aprofundar e buscar seu caminho, é só recorrer a bibliografia. É apenas uma
introdução à Cabala, na forma como me foi apresentada e por mim percebida.
Mas é um caminho sem volta. Ninguém adquire um conhecimento hoje e o
esquece amanhã. Se você aprende a andar de bicicleta, todas as vezes que
pegar a bicicleta você irá andar. Poderá desfrutar da delícia que é pedalar livre
com o vento batendo no seu rosto, mas também será responsável se atingir e
machucar alguém. Com a Cabala dá-se o mesmo. Muitas vezes eu quis
simplesmente "esquecer" tudo isso e voltar aos bancos da igreja, sentando,
levantando e dizendo amém sem pensar muito no que eu estava fazendo. É
uma forma inconsciente de se isentar da responsabilidade pelo próprio destino e
colocá-lo nas mãos de Deus. O problema é que Deus quer seu destino nas suas
mãos...
A minha parte nesta história é demonstrar como eu apliquei isto na minha vida,
e as conseqüências advindas. O exemplo, no caso, SOU EU.
Arquivos de mídia
Surgimento de Assyah
"E nenhum arbusto do campo existia ainda sobre a terra, nem brotara ainda erva
alguma do campo, porque Yahveh-Elohim ainda não fizera cair chuva sobre a
terra." Com esta estranha declaração após o capítulo de abertura acerca da
Criação, o Gênesis continua em seu segundo capítulo parecendo repetir alguns
processos do primeiro. Para os eruditos de mente literal, a repetição é o
comentário de uma escola de escribas Bíblicos dos últimos dias, mas para o
kabbalista é o Mundo de Yezirah — ou Formação — emergindo de Beriah. A
chave é a palavra 'chuva', isto é, 'água', o elemento simbólico do Mundo da
Formação. Isso é confirmado mais adiante pelo sexto versículo do segundo
capítulo, sobre uma névoa subindo da terra e irrigando Kol penai ha'damah,
"toda a superfície do solo". Aqui os pilares Ativo e Passivo estabelecidos por
Yahveh-Elohim causam uma descida do Mundo acima pela chuva que cai e a
ascensão de uma névoa do solo, isto é, do Malkhut do agora emergente Mundo
de Yezirah. Isso está contido na expressão "toda a superfície", significando a
parte inferior da Árvore Yezirática, pois será lembrado já estar em existência a
estrutura para a Face superior de Yezirah, como o aspecto que reveste a Face
inferior Beriática.
A Árvore Yezirática completa chega à existência como uma entidade operante
quando Vayitzer Yaliveh-Elohim et Ha'adam afar min ha'adamah, isto é, "Yahveh-
Elohim formou o homem da poeira do chão". Aqui a palavra significativa é yitzer,
ou 'formou'. Á palavra adamah é empregada para 'solo', indicando não ser Adão
um espírito, mas uma criatura manifesta em um Mundo inferior e
completamente diferente. Conclui-se o sétimo versículo com a importante
declaração de que Yahveh-Elohim insuflou nas narinas de Adão o Nishnmat
Hayïm, o Sopro da Vida, e o homem foi transformado lenefesh hyah, 'num ser
vivo'. Essa mudança de sopro — ou Espírito — em alma é vital na composição
de Adão, pois indica dois níveis distintos além do modelo original de perfeição do
Adão Kadmon de Azilut.
Os Anjos são inteligências menores, mas ainda assim sutis, que operam e
mantêm o Paraíso. Destituídos, do mesmo modo que os Arcanjos Beriáticos, de
vontade individual ou de sua escolha, estão divididos ern diversas categorias,
dos pilares, dos Sefirot e das tríades e níveis dentro da Arvore Yezirãtica. Através
dos séculos, profundos estudos sobre esses seres Yeziráticos vêm sendo
compilados. Na verdade, existem muitas angelogias, às vezes empregando o
mesmo nome para funções diferentes. Isso acontece por um erro na
compreensão tanto das palavras hebraicas quanto dos princípios angélicos, não
se mencionando a corrupção por pura ignorância daquilo que está sendo exposto
nos textos kabbalísticos. O princípio geral governando os Anjos e seus nomes é
simples. A primeira parte de um título angélico é a sua função, e a segunda, o
Nome Divino sob Cuja Vontade o Anjo trabalha. Assim, Barak — que significa
relâmpago — unido a EL — um dos Nomes Divinos — torna-se Barakel. É
também assim como Raamiel, o Anjo das tempestades, e Kakhael, o Anjo das
estrelas, e Shalgiel, o Anjo da neve. Na verdade, reza a tradição que cada Anjo
traz uma placa no peito descrevendo a sua função. O mesmo princípio dos
nomes se aplica aos Arcanjos, mas a sua função é de diferente categoria, em
especial aqueles situados no pilar do meio.
De acordo com o mito bíblico, diz-se que os Anjos têm origem no suor ígneo das
Sagradas Criaturas Vivas — os Haiot Hakodesh, que carregam a Carruagem e o
Trono do Céu. Essa imagem vem da visão de Ezequiel do Touro, Leão, Águia e
Homem, kabbalisticamente colocados no Keter de Yezirah. Essa é a posição de
Miguel, e também do Messias — o Homem Consagrado representando Deus na
carne, na Coroa do Mundo da Formação. Nesse lugar, onde os três Mundos
superiores se encontram, o Malkhut Azilútico alicerça o Tiferet de Beriah, o qual
alicerça o Keter de Yetzirah. De tal combinação, os Anjos emergem do Fogo da
Emanação e do Ar cósmico da Criação para se tornarem seres capazes de
assumir qualquer forma exigida a fim de desempenhar suas tarefas em Yezirah,
ou para influenciar, através da Face inferior Yetzirática, a Face superior do
Mundo de Asiyyah quando este vier a existir.
Os 7 Dias da Criação
Diz a lenda judaica que logo antes do início da Criação, as 22 letras do alfabeto
hebraico gravadas na Coroa do Criador desceram e se colocaram ao redor de
seu Senhor, cada qual suplicando a Deus a criação de um Mundo através dela.
Todas, exceto as duas últimas letras, Bet e Alef, foram dispensadas porque já
possuíam funções a desempenhar. Finalmente, foi dada a Bet a tarefa de trazer
o Cosmo à existência, e assim a abertura do Gênesis se dá com as palavras
hebraicas Berashit bara, literalmente "No princípio Ele criou". Alef, diz-se, porque
não reclamara o primeiro lugar, foi premiada com o papel principal nos Dez
Mandamentos; porém, através de uma visão kabbalística, o motivo real é
provavelmente porque a letra Alef é a primeira na palavra Azilut. Já havia sido
honrada sendo a primeira letra no Mundo da Emanação Divina, bem como no
alfabeto.
Essa lenda popular data, pelo menos, do exílio babilónico; e apesar de seu
encanto aparentemente infantil, há diversos conceitos metafísicos importantes
nela ocultos. O primeiro é que as letras se originaram da Coroa do Criador, isto
é, do Keter de Beriah, onde a lenda conta em detalhes precisos que elas foram
gravadas com uma caneta de fogo. Isso quer dizer que elas foram colocadas ali
por um processo Azilútico. "O Santo, abençoado seja Ele, escolheu a letra Bet
para começar a Criação", continua a estória. Isso indica claramente estarmos
ouvindo falar do Tiferet de Azilut, o qual, é claro, está na mesma posição
Sefirótíca que o Keter de Beriah. Considerando a importância dos Nomes Divinos,
quem inventou a estórïa para transmissão pública, seja lá quem for, o fez corn
tanta atenção ao detalhe metafísico quanto as pessoas que inventaram as
fábulas esotéricas de Aladim e Cinderela. O segundo ponto dessa pequena
estória é que corrobora o fato de Azilut — ou Emanação — já existir antes de a
Criação começar, e de as 22 letras, as quais kabbalisricamente estão
relacionadas aos 22 caminhos entre os Sefirot, já estarem bem estabelecidas
como parte da Existência Manifesta. Isso é confirmado mais adiante pelo mito
kabbalístico do Torah — ou o Ensinamento —já existir antes da Criação. Quando
as letras "desceram da Grande Coroa do Criador", Azilut estava pronto para
começar o impulso Criativo. Isso é claramente observado na progressão
Sefirótica seguinte dos Sete Dias da Criação, assim disposto no esquema da
árvore da vida:
O PRIMEIRO DIA
O SEGUNDO DIA
Vale a pena recordar que o nome hebraico para Céu é shemayin, cuja raiz é
composta de duas palavras para fogo e água. Por sua vez, isso se reporta a uma
versão talmúdica da Criação, a qual diz que Deus fez duas espirais, uma de fogo
e uma de neve e as entrelaçou para fazer o Universo. Aqui está outra alegoria
descrevendo os dois pilares externos da Força e da Forma unidos na Vontade do
Criador. O Céu criado é o Mundo do Espírito Puro, separado um grau da
Divindade de Azilut.
O TERCEIRO DIA
No terceiro Dia da Criação, os Elohim uniram, "as águas que estavam debaixo do
Céu", isto é, sob a tríade Hokhmah-Binah-Tiferet, em um único lugar, definido
pela tríade Hesed-Tiferet-Gevurah, e apareceu o elemento seco. Ora, se
olharmos para essa tríade específica na Árvore Beriática, veremos que ela está
completamente separada das Faces superior e inferior. É, de fato, como uma ilha
entre o Mundo superior de Azilut e o ainda não formado Mundo de Yetzirah. O
Gênesis continua e diz que os Elohim chamaram o elemento seco de Terra; isto
é, kabbalisticamente havia uma raiz no Malkhut de Azilut, que é o Tiferet
simultâneo de Beriah. Nesse lugar encontram-se os três Mundos superiores de
Azilut, Beriah e Yezirah. Isso está definido nos três níveis de Céu, elemento seco
e mares mencionados em Gênesis 1,9-10. A Terra ali falada não é nossa Terra,
que ainda nào existe, mas uma Terra divina, criadora das ervas e das Árvores
que darão fruto e semente de acordo com a própria espécie. Iniciam-se aqui as
gerações contínuas que se propagarão até a conclusão do Shemittah Cósmico.
Com isso, termina o trabalho do terceiro Dia.
O QUARTO DIA
O SEXTO DIA
O SÉTIMO DIA
No sétimo Dia "os Céus e a Terra foram concluídos e todas as suas hostes". Os
Elohim descansaram do Trabalho feito e abençoaram o sétimo Dia — do Malkhut
da Criação —, pois o impulso iniciado no Keter de Beriah o alcançara a fim de
descansar. E os Elohim viram que todas as coisas criadas estavam bem, tudo em
equilíbrio perfeito e completo e, assim, os Elohim santificaram o sétimo Dia e o
consagraram.
Outro modo de usar as letras em relação à Árvore é lê-las como tríades. Neste
caso elas formam raízes de três letras. Um exemplo é produzido pela tríade Hod-
Nezah-Yesod, cujos caminhos adjacentes e suas letras formam a raiz hebraica
'nakoof, que quer dizer 'andar em círculos'. Esta é uma descrição bem precisa
dessa tríade, como indica a observação dos devaneios e preocupações, com sua
falta de conexão com a realidade do Tiferet de dentro e a realidade do Malkhut
de baixo. Outra tríade, a de Gevurah-Tiferet-Hesed, forma a raiz de 'purificação e
limpeza'. Isso esclarece muito a natureza e a obra da tríade da Caridade na
Alma. O caminho de Malkhut a Yesod tem a letra Resh, ou seja, 'cabeça ou
início'. O caminho entre Yesod e Tiferet é chamado de 'honestidade', ou 'o
homem justo', o zadek, e encontra-se após a letra Tsade. O caminho central que
vai além de Tiferet passa pela Tríade da Purificação e cruza o caminho Gevurah-
Hesecl de Heh, que significa 'ser' e 'janela'. Este caminho vertical, o mais longo
da Árvore, recebe a letra Chet, que é a raiz das palavras 'cerca' e 'reverência'.
Ele entra e sai de Daat, o não-Sefirah do Conhecimento e do Espírito Santo, e
segue em frente até Keter, a Coroa, Fonte de Toda Existência.
Ainda que perfeito, Azilut não está plenamente realizado por si mesmo: é como o
desejo de ter uma casa que foi concebida mas ainda não definida, não
desenhada na sua forma, nem construída e que, contudo, contém o gérme de
todos estes processos. Da mesma forma, estes quatro níveis inerentes a Azilut
apresentam quatro grandes etapas, cada uma das quais constitui um Mundo por
si mesma, da seguinte forma: concebida em Azilut (Fogo), a Manifestação
provoca o início (ar) do processo cósmico da Criação (Beriah em hebreu), que
pode ser entendido como uma segunda Árvore completa provinda do primeiro.
De Beriah surge um terceiro Mundo fluido de Formação (Yezirah), do qual nasce
um quarto Mundo sólido da Ação (Assyah). Cada nível tem sua própria Árvore e
cada Mundo segue em seu próprio contexto a configuração exata e a dinâmica
da Árvore de Azilut; portanto, cada um deles tem, no interior de sua própria
realidade, os mesmos quatro níveis.
Árvore da Vida, tal como assume existência pela primeira vez, constitui um
Mundo Divino de Emanação (Azilut ou Proximidade): uma configuração perfeita
dos Atributos Divinos. Toda a dinâmica e todas as leis inerentes ao Mundo de
Azilut são completas, exceto que nada tenha acontecido e nada acontecerá, a
menos que haja movimento no tempo e no espaço. Nada existe, porém, porque
Azilut ainda está no estado da Vontade pura. Poderia ter permanecido
eternamente só nesta prímeira condição se Deus não tivesse desejado o
princípio dos Dias, no início da Criação, numa sequência de grandes ciclos
cósmicos ou Eras (Shemittot) em que a presença divina se manifestaria no
espaço, desde o mais alto do firmamento até à mais minúscula das partículas, e
no tempo, desde a Eternidade, até o menor dos instantes do Agora, avançando
desde a Semana da Criação até o fim do mundo, quando tudo tenha sido
completado. Todo este imenso movimento começa em Azilut e opera segundo as
leis geradas pelas Sefirot.
Deus é Deus. Nada existe que se possa comparar a Deus. Na cabala, o Deus
Transcedental se chama AYIN. AYIN significa em hebraico "nada", pois Deus está
além da Existência. AYIN não está abaixo nem acima; nem é movimento ou
imobilidade. AYIN não está em lugar nenhum. Deus é o Nada Absoluto.
AYIN SOF significa "Sem Fim". Este é o nome de Deus que está em toda parte.
AYIN SOF é o Um em relação ao Zero de AYIN. É a totalidade do que existe e do
que não existe. AYIN SOF é o Deus Imanente, o Todo Absoluto. AYIN SOF não tem
atributos, porque estes só podem manifestar-se no interior da existência, e a
existência, é finita.
O ZERO E O AYN
O zero ( 0 ) não tem valor, mas valoriza os números. O zero não é nada, o um
sim, mas quando o zero é colocado à sua direita eles assume um outro valor,
dez. Zero colocado entre números manifesta-se expressando valores diversos.
Assim o zero não é nada, mas ao mesmo tempo é algo que manifesta-se através
dos números. O mesmo se pode dizer do Ayn, ele por si não é algo mais
condiciona tudo aquilo em que se manifesta de alguma forma.
1ª LEI: O TODO É UM
A tradição oral da cabala afirma que a razão da existência é que Deus queria
contemplar Deus. Houve, pois, previamente uma não-existência "na qual,
segundo a tradição escrita, "o Rosto não contemplava o Rosto". Num ato de
vontade totalmente livre, Deus extraiu de seu lugar o Todo Absoluto, AYIN SOF,
para permitir que aparecesse um vazio em que pudesse manifestar-se o espelho
da existência. A este ato de "Zimzum", ou contradição, diz o ditado rabínico, "o
lugar de Deus é o mundo, mas o mundo não é o lugar de Deus".
Este ato divino se visualiza simbolicamente como segue: de AYIN SOF OR, a Luz
Infinita que rodeia o vazio, emanou um raio de luz que penetrou da periferia até
o centro. Este, o Kav, ou raio da Divina Vontade, se manifestou em dez etapas
diferentes de Emanação. Assim refere também outra máxima rabínica: o mundo
adquiriu vida através de Dez Palavras Divinas. Desde a Idade Média, estas dez
etapas se conhecem como as "Sefirot". A palavra "Sefirah" (sua forma singular)
não tem equivalente em nenhuma outra linguagem, embora por sua raiz esteja
aparentada com as palavras "cifra" (isto é, número) e "safira". Alguns viram nas
Sefirot os Poderes ou Barcos Divinos; outros os vêem como os instrumentos ou
ferramentas divinas do Governo Divino. Os místicos descreveram-nas como as
dez Faces, as dez Mãos ou mesmo as dez túnicas de Deus. Todos coincidem, no
entanto, em considerar que as Sefirot expressam os Atributos Divinos, os quais,
desde o primeiro momento da Emanação, são eternamente mantidos numa série
de relações até que por vontade divina voltem ao Nada, fundindo-se de novo no
Vazio.
As relações entre as Sefirot regem-se por três princípios divinos não manifestos:
os "Esplendores Ocultos" (Zahzahot): a Vontade Primordial, a Misericórdia e o
Rigor (ou Justiça). A Vontade mantém o equilíbrio, enquanto que a Misericórdia
espande e o rigor contrai, relativamente ao fluxo da Emanação, e desta maneira
organizam os dez Atributos Divinos segundo um arquétipo específico. A pauta
assim estabelecida é o modelo no qual se baseia tudo aquilo que for chamado a
se manifestar. Denominou-se a Imagem de Deus, mas é geralmente conhecida
como Árvore da Vida.
Cada Sefirah se manifesta por sua vez sob a influência de uma das Zahzahot em
particular. Assim, o fluxo que manifestam as dez Sefirot pode ser visualizado
como o movimento em zig-zag do "Raio Relampejante" a partir de sua posição
central (Equilíbrio) para a direita (Expansão), e transversalmente para a
esquerda (Contração). Assim, as Zahzahot conformam as três linhas verticais do
diagrama da Árvore da Vida, conhecidas como os Pilares: o do Equilíbrio (Graça,
Vontade) ao centro; o da Misericórdia (Força ativa, Expansão) à direita e a
Severidade (Forma passiva, Contração) à esquerda. As relações expostas na
Árvore servem de base à totalidade da existência; assim, as propriedades das
Sefirot podem ser consideradas em termos de qualquer ramo do saber (fizemos
o exemplo do avião, e de um sistema religioso). Assim, enquanto sua definição
básica é a de Atributos de Deus, podem ser definidas em termos de experiência
humana, porque nós também somos moldados à Imagem de Deus. Este método
antropomórfico é comum à cabala e a outros credos, e se aplica livremente
como linguagem simbólica a partes da metafísica que não podem ser explicadas
por abstrações puras.
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[1] Benton, Dinosaurs: An A–Z Guide; Norell, et al., Discovering Dinosaurs in the
American Museum of Natural History, 62–69; V. Sharpton e P. Ward, Eds., Global
Catastrophes in Earth History, The Geological Society of America, Special Paper
247, 1990.
[5] Os evolucionistas dizem que o Panda evolveu num carnívoro, mas depois
mudou sua dieta.
[7] Anon., Dinosaur Hunt, Science Digest 89(5):21, 1981. Veja H. Regusters,
Mokele-mbembe: an investigation into rumors concerning a strange animal in
the Republic of Congo, 1981, Munger Africana Library Notes, 64: 2–32, 1982; M.
Agmagna, Results of the first Congolese mokele-mbembe expedition,
Cryptozoology 2:103, 1983, citado em Science Frontiers 33, 1983
Fonte: http://www.answersingenesis.org/home/area/faq/dinosaurs.asp